Declaração de Lucerne sobre a Educação Geográfica - IGU-CGE

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Publicado em: S. Reinfried, Y. Schleicher, A. Rempfler (Editores): Visões Geográficas em
Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Procedimentos para o Simpósio Lucerne, Suiça,
Julho 29~31 de 2007. Geographiedidaktische Forschungen, Volumen 42, p. 243-250, 2007.
Declaração de Lucerne sobre a Educação Geográfica
para o Desenvolvimento Sustentável
Hartwig Haubrich (Friburgo), Sibylle Reinfried (Lucerne), Yvonne Schleicher (Weingarten).
A Comissão da União Geográfica Internacional em Educação Geográfica vê a Década
das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável 2005-2014 como
uma oportunidade para se confirmar o compromisso da educação com o desenvolvimento
sustentável. As mudanças globais contemporâneas desafiam a humanidade no século 21.
Nós respondemos a essses desafios com a proclamação da “Declaração em Educação
Geográfica para o Desenvolvimento Sustentável”. A declaração é uma extensão das bases
do Acordo Internacional em Educação Geográfica (1992) com foco em:
A. Na Contribuição da Geografia para a Educação voltada para o Desenvolvimento
Sustentável
B. Nos critérios para Desenvolvimento de um Currículo Geográfico visando Educação
e Desenvolvimento Sustentável
C. A importância da Informação e Tecnologias da Comunicação (ITC) em Educação
para o Desenvolvimento Sustentável em Geografia.
A. A Contribuição da Geografia para a Educação voltada para o
Desenvolvimento Sustentável
A Comissão da União Geográfica Internacional em Educação Geográfica compartilha a
visão da Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável
(DNUEDS) 2005-2014, que vê a educação para o desenvolvimento sustentável (EDS)
contribuir para “um mundo em que a pessoa tenha a oportunidade de se beneficiar da
uma educação com qualidade e aprender valores, compartamentos e estilos de vida
necessários para um futuro sustentável e para uma transformação positiva da sociedade”
(http://portal.unesco.org/education/, original em inglês). Quase todos os “temas de ação”
destacados no DNUEDS, incluindo o meio ambiente, água, desenvolvimento rural,
consumo sustentável, turismo sustentável, entendimento inter-cultural, diversidade
cultural, mudanças climáticas, redução de desastres, biodiversidade, e a economia de
mercado, têm uma dimensão geográfica. Esta Declaração propõe portanto que o
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paradigma do desenvolvimento sustentável seja integrado dentro do ensino da Geografia,
em todos os seus níveis, e em todas as regiões do mundo.
Desenvolvimento sustentável do ecossistema “Terra-Humano” como um paradigma
para o século 21
Na Cúpula da Terra no Rio em 1992 (ECO-92) quase todos os países concordaram em ter
o desenvolvimento sustentável como meta. O artigo 36 da Agenda 21 descreve a
importância da educação para o desenvolvimento sustentável. A Cúpula de Joannesburgo
em 2002 ampliou e reconfirmou este paradigma.
A visão da Comissão da educação para o desenvolvimento sustentável é baseada no
conceito do ecossistema “Terra-Humano”. “Eco” vem da palavra grega “oikos” que
significa ‘casa’ ou ‘família’. Em termos de sobrevivência humana, uma ‘família’ não
pode gastar mais do que ganha. A ecologia pode ser vista assim como a ciência que
gerencia a ‘casa’, o ‘lar’; nós precisamos sustentar este ‘lar’ – o ecossistema “TerraHumano” - que inclui a natureza, cultura e a sociedade e a economia.
O ecossistema “Terra-Humanos” pode ser diferenciado dentro dos sistemas Humano e
Terra.
• O sistema Terra ou, geosfera, consiste de sub-sistemas tais como a litosfera,
pedosfera, atmosfera, hidrosfera, biosfera and antroposfera. O mundo mais
distante do sistema terrestre é o cosmos, o espaço extraterrestre. Há uma troca de
matéria e energia entre o sol, espaço e a terra. A terra oferece à sociedade os
recursos naturais necessários.
• O sistema Humano ou, antroposfera, consiste de sub-sistemas tais como
povoamento, agricultura, indústria e transporte. Geógrafos analisam como a
geosfera fornece recursos e espaço para o sistema humano e como a sociedade
causa impactos no sistema terrestre. Desta forma, os geógrafos ligam as ciências
sociais e naturais e estudam o ecossistema “Terra-Humano” como um todo.
O indivíduo torna-se de especial interesse para os educadores pois a educação das
pessoas é uma das formas mais importantes para se contribuir para um amplo
entendimento a respeito do desenvolvimento sustentável. As trocas existentes entre
‘indivíduos’ e ‘sociedade’ promovem a socialização e o desenvolvimento social. A
liberdade de ação que os indivíduos têm dentro de uma estrutura particular e dentro de
certas condições sociais e naturais torna-se uma pré-condição para uma educação de
impacto em termos de comportamento sustentável dos estudantes. O conhecimento, as
percepções e os valores pessoais são cruciais para se implementar o desenvolvimento
sustentável. Este tipo de pensamento em ‘sistemas’ resulta da necessidade de se pensar
‘ecologicamente’ ou ‘holisticamente’, visando por exemplo, saber como natureza,
sociedade e indivíduos estão interconectados.
Desenvolvimento sustentável refere a sustentabilidade da natureza, da economia e da
sociedade. Torna-se um assunto contencioso pois nações, culturas, grupos e indivíduos
podem vir a interpretar a definição da maneira que melhor atender às suas necessidades.
Assim, alguns colocam ênfase em ‘desenvolvimento econômico sustentável’ pois visam
destacar seus níveis de consumo enquanto que outros buscam pôr ênfase em
‘desenvolvimento sustentável ambiental’ pois almejam proteger espécies em risco. Desta
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forma, desenvolvimento sustentável e, consequentemente a educação para o
desenvolvimento sustentável, são definidas culturalmente.
Desenvolvimento sustentável da natureza implica no consumo de recursos naturais não
mais rápido do que eles possam se renovar. Nós temos a missão de preservar os recursos
naturais para as gerações futuras. O índice de consumo não deve exceder o índice de
regeneração. Atividades de impacto no meio ambiente devem ser gerenciadas de modo
que haja o restabelecimento e a proteção da integridade do sistema da terra.
Desenvolvimento sustentável da economia inclui o desenvolvimento sustentável da
natureza. Empregos para todos e o aumento dos padrões de vida continuam a ser metas
importantes. No entanto, para alguns países isso significa mais consumo dos recursos
naturais; para outros isso significa desenvolver tecnologias que diminuam as demandas
de recursos bem como novos estilos de vida e solidariedade. Alcançar tais objetivos
tornou-se o maior dos desafios.
Desenvolvimento sustentável da sociedade significa oportunidades de igualdade de
vida para todos. Para se alcançar tal meta, torna-se imperativo que as pessoas em países
em via de desenvolvimento satisfaçam suas necessidades básicas e que as pessoas nos
países industrializados limitem o consumo de recursos naturais seguindo orientações da
comunidade internacional. Contudo, mais importante do que tais ações seria o
desenvolvimento de novos valores, filosofias e de comportamentos mais amigáveis
ambientalmente a fim de se promover maneiras de viver mais desejáveis em relação a
padrões anteriores, substituindo-se as estruturas de produção e consumo como meio de
buscar melhorias qualitativas para as economias, a sociedade e para os indivíduos.
Estratégias para se implementar o desenvolvimento sustentável
As estratégias principais para se implementar o desenvolvimento sustentável são:
•
•
•
•
Estratégia-eficiência: através de inovações tecnológicas e técnicas os recursos
podem ser usados mais eficientemente.
Estratégia-consistência: através dos recursos renováveis e dos circuitos
econômicos fechados, a ecologia de fluxos de material e de energia pode ser
melhorada.
Estratégia-capacidade: através de novos estilos de vida fundamentados no bomsenso, o consumo dos recursos pode ser minimizado.
Educação e compromisso social: através da educação e compromisso social,
justiça, satisfação e desenvolvimento sustentável podem ser discutidos e
praticados na vida cotidiana.
Desenvolvimento sustentável implica portanto a soma da sustentabilidade ecológica,
econômica e social para o desenvolvimento de novos padrões de produção e de consumo
bem como de novos estilos de vida, e, por último mas igualmente importante, a criação
de nova ética para os indivíduos através da educação de longo-termo, incluindo a
Educação Geográfica.
Competências geográficas para se pôr em destaque o desenvolvimento sustentável
As competências mais importantes da geografia para o desenvolvimento sustentável são:
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•
Conhecimento geográfico e entendimento sobre:
- os sistemas naturais principais da Terra a fim de de compreender a interação
entre e dentro dos ecossistemas.
- os sistemas socio-econômicos da Terra fim de se alcançar uma percepção de
lugar.
- os conceitos espaciais – idéias-chaves que se tornem únicas para a Geografia e
que possam ajudar os estudantes a desenvolver uma percepção de mundo:
localização, distribuição, distâncias, movimento, regiões, escala, associação
espacial, interação espacial e mudanças contínuas.
•
Habilidades geográficas no:
- uso da comunicação, pensamento, habilidades práticas e sociais que explorem
temas da geografia em vários níveis, do local ao internacional.
•
Atitudes e valores
- Dedicação para buscar soluções para os problemas e questões de âmbito local,
regional, nacional e internacional com base na “Declaração Universal dos Direitos
Humanos”.
Competências interdisciplinares para se reforçar o desenvolvimento sustentável
Além das competências geográficas específicas, habilidades interdisciplinares cruciais
para o desenvolvimento sustentável a serem desenvolvidas conjuntamente com outros
temas são:
- Foco no problema, avaliar alternativas, calcular riscos;
- Entender a complexidade das relações ‘causa-efeito’ e de suas dinâmicas;
- Refletir sobre os efeitos colaterais e antecipar consequências de cada ação;
- Modo de pensar em sistemas e em redes complexas;
- Identificar, avaliar, processar e usar informações com métodos apropriados;
- Respeitar a visão e opinião dos outros;
- Refletir e avaliar os motivos pessoais da ação de cada indivíduo;
- Dar sentido próprio à vida das pessoas com base ética;
- Contribuir para as tarefas comuns e com as competências de cada indivíduo;
- Compromisso com projetos e planejamento ambientais;
- Avaliar as ações e resultados das práticas individuais;
- Compreender o aprendizado continuado e vitalício como forma de
enriquecimento para o indivíduo;
- Entender os problemas e os fenômenos através de perspectivas diferentes;
- Flexibilidade ao se usar diferentes métodos na solução de problemas;
- Relacionar as experiências locais e regionais com os fenômenos globais.
Como mencionado anteriormente, a Geografia da Educação pode contribuir enormemente
para se alcançar as metas das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento
Sustentável ao propiciar conhecimentos relevantes, habilidades, valores e atitudes
cruciais para a coexistência pacífica entre os indivíduos e a natureza. Desenvolvimento
sustentável tem orientação para o futuro e é um conceito que promove a paz entre
humanos e natureza; é um conceito que traz idéias de justiça entre as gerações, entre
diferentes nações, culturas e regiões do mundo. Além das preocupações sociais,
ambientais e econômicas, o conceito ‘desenvolvimento sustentável’ também busca
ampliar a responsabilidade global e a participação política. As competências e ações para
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tais desafios podem ser aprendidas – conjuntamente com outros temas – através da
Educação Geográfica.
B. Os Critérios para se Desenvolver Currículos em Geografia para a
Educação voltada para o Desenvolvimento Sustentável
A Comissão para Educação Geográfica estabelece que é inviável buscar consensus para
um currículo global. Currículos contêm objetivos e conteúdo que traduzem necessidades
regionais e nacionais, e essas demandas diferem de região para região, e de país para país.
Assim, um currículo global inevitavelmente não iria considerar essas diferenças e
necessidades. Tendo em vista que um currículo global torna-se impraticável, a
Declaração de Lucerne estabelece critérios básicos que deveriam ser seguidos no
momento de se elaborar, avaliar e/ou renovar um currículo nacional para a Geografia.
Os critérios a seguir são considerados essenciais para uma educação visando
desenvolvimento sustentável aplicados à Geografia:
Critérios para se identificar objetivos geográficos
•
Assuntos principais no mundo contemporâneo
Estes incluem a seleção de assuntos referentes a humanidade e natureza que são
fundamentais para a vida, para o comportamento espacial apropriado e para um
comportamento sustentável. Assim, temas tais como aquecimento global, ingerência
no uso da energia, uso excessivo dos recursos não-renováveis, mudança populacional
e disparidades globais podem ser usados. Levar em consideração os conflitos
resultantes de contradições existentes nas metas de sustentabilidade ambiental,
econômica e social é apropriado.
•
Percepção geográfica em termos de espaço, lugar e meio ambiente
Temas que incluam a provisão, uso, avaliação, formação e significado de espaço,
lugar e ambientes.
•
Possibilidades geográficas ao se olhar a organização espacial
Este critério envolve abordagens funcionais, sistêmicas, de prognósticos, de estrutura,
de ação e de processos.
•
Exemplos ilustrativos
Envolve a seleção de conteúdos que podem servir como um modelo no que tange a
estrutura e processos em um determinado tópico, e no que tange a problemas
importantes de introspecção para a transferência apropriada de idéias.
•
Experiências, interesses e preconcepções dos estudantes
Envolve considerar as experiências, interesses e preconcepções de estudantes em
diferentes faixas etárias.
•
Significância para o indivíduo, pessoas, cultura e meio ambiente
Este critério inclui a importância de assuntos no contexto econômico, profissional,
político sendo estes públicos ou privados.
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•
Balanço/Equilíbrio
Envolve a seleção de temas multidimensionais, diversos e de contraste, e envolve a
consideração de diferentes perspectivas de diferentes atores com interesses
divergentes.
Critérios para a seleção de áreas geográficas
• Examplos ilustrativos
Envolve a seleção de áreas significantes que sejam úteis ao aprendizado sobre estruturas
e processos como modelos que sejam úteis para se transferir conhecimentos e aguçados
entendimentos.
• Interesses e experiências dos estudantes
Este critério leva em consideração experiência, interesse e conhecimento dos estudantes
em diferentes faixas etárias.
• Variedade em escala espacial
Considera a escala local, regional, nacional, internacional e global.
• Balanço/Equilíbrio
Os temas incluem a seleção de áreas contrastantes e divergentes em termos de posição,
tipo e tamanho.
• Cobertura topográfica
Este critério tem como foco temas que propiciem a noção de que ‘espaço’ pode ser
entendido genérica ou tematicamente como uma grade de orientação ampla ou uma rede
de objetos topográficos distintos.
Critérios para as abordagens de aprendizado seletivo
• Referências aos interesses dos grupos em diferentes faixas etárias
Preferências e interesses dos grupos em diferentes faixas etárias devem ser mantidos
sempre em mente.
• Aprendizado gradual
Isso implica que as cobranças dos aprendizes devem aumentar em volume e dificuldade.
O aprendiz deve desempenhar tarefas com um crescente grau de independência.
• Aprendizado através de fatos em conexão
Implica que os fatos devem ser interligados de forma que propiciem uma ampla
compreensão e aprendizado de seus vários aspectos.
• Complexidade
Envolve iniciar conteúdos e métodos a partir de estudos de casos mais simples e,
gradativamente trabalhar nos casos mais complexos.
•
Abstração
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Iniciar a partir de fenômenos concretos em termos de espaço, e prosseguir com modelos
mais abastratos.
• Maneira de olhar/entender as coisas
Este critério envolve iniciar o processo de ensino tendo como prioridade o aspecto
fisiognômico, seguindo para processos-relacionados, e finalmente as formas funcionais e
de prognóstico de olhar/entender as coisas; abordagens construtivistas devem ser usadas
para se entender conceitos, processos, teorias e espaços como construções societais
mutáveis.
• Inclusão de estudos de caso em contextos interrelacionados e de introspecção
Exemplos ilustrativos devem ser conectados com contextos regionais.
• Seqüência regional
É dizer que os temas regionais não devem ser gerenciados estritamente a partir da noção
de ‘perto’ para o que esteja ‘distante’, mas para a obtenção de uma visão de mundo.
• Extensão espacial
Envolve considerar todos os níveis de escala, pequena, média bem como a dimensão
internacional e global.
C. A importância das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)
para a Educação voltada para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) em
Geografia
A capacidade de atuar como cidadão responsável e democrático é uma precondição para
a implementação do desenvolvimento sustentável. Esta capacidade pode ser desenvolvida
através do acesso a informação atualizada e através do aprendizado de longo termo e
vitalício. Métodos em Geografia tais como mapeamento, leitura de mapas, trabalho de
campo, análise de estatísticas, entrevistas, cálculo, a produção e a interpretação de
imagens, textos, diagramas e gráficos como amplamente divulgados atualmente e
praticados diariamente em muitas escolas. Em contraste, a tecnologia da informação e
comunicação não tem sido usada tão frequentemente como deveria, apesar da TIC ter
influenciado enormemente a Geografia como ciência nos últimos 15 anos. Isso se deve à
falta de de softwares e de equipamentos eletrônicos nas salas de aula e também às
limitações no treinamento de professores.
O domínio e conhecimento sobre a TIC está se tornando o principal alvo na educação
tendo em vista o avanço e a predominância da mídia digital em relação a mídia impressa.
Assim, é bem provável que a TIC obtenha considerável importância nas décadas a seguir.
Isso é um fato irrefutável tanto para os países desenvolvidos como para os em via de
desenvolvimento. Além disso, os jovens se mostram altamente interessados e motivados
em trabalhar com ferramentas digitais e mídia interativa. Essas se mostram promissoras
para um aprendizado de bases sólidas. Portanto, as ferramentas e os meios digitais se
mostram de grande valor para educação em Geografia.
TIC pode contribuir significantemente para as metas da educação para o desenvolvimento
sustentável no ensino e aprendizado da Geografia e, como descrito nesta Declaração, a
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TIC pode ajudar os estudantes a adquirir conhecimentos e competências necessários para
um aprendizado continuado e duradouro tornando-os cidadãos ativos.
O valor específico e o potencial da TIC para a EDS na Geografia
Na educação geográfica, mídia adiciona um valor amplo para o ensino pois serve como
recurso para a informação de várias, porém, fontes contraditórias, além de adicionar
valores em termos de apresentação, interpretação, processamento e organização da
informação. A internet, softwares em geral e softwares aplicados à Geografia (os
Sistemas de Geoprocessamento Espacial, ou GIS em inglês) e as ferramentas digitaiseletrônicas tais como o Sistema de Navegação Global, ou GPS em inglês (global
positioning navigator) são valorosos para a educação em Geografia pois propiciam o
acesso a informação atualizada de forma fácil. Essas ferramentas e softwares se tornam
meios inovativos para o ensino e aprendizado através do gerenciamento de informações e
dados na rede mundial de computadores, além de reforçar a comunicação e cooperação
em termos aprendizado eletrônico (e-learning). Os benefícios do uso da TIC contribuem
com as metas e objetivos da Educação Geográfica para o desenvolvimento sustentável de
modo que a ICT propicie:
- Adquirir conhecimento atualizado mais facilmente
- Comparar informações contraditórias
- Olhar/entender as coisas a partir de uma perspectiva com múltiplos pontos-de-vista
- Obter conhecimento direto sobre as atitudes e perspectivas das pessoas que
são afetadas por eventos e assuntos ligados a sustentabilidade (e.g. impactos causados
por desastres naturais, poluição ambiental, crises econômicas)
- Analisar o mundo e suas representações mentais
- Melhor compreensão dos conceitos e atitudes em relação aos assuntos sobre
sustentabilidade em diversas culturas
- Ter uma visão multi-dimensional a respeito de assuntos ambientais ligados ao
desenvolvimento sustentável
- Promover habilidades de alto nível tais como sintesis e avaliação
- Desenvolver compreensão, capacidades, atitudes e valores necessários para um
comportamento sustentável
TIC vai provocar mudanças dramáticas no ensino e aprendizado no futuro. Seu potencial
específico para a Educação visando o Desenvolvimento Sustentável (EDS) em Geografia
reside na sua interatividade como ferramenta e na sua versatilidade para formar esquemas
de aprendizado cooperativos e auto-direcionados, além de sua riqueza em termos de
disseminar conteúdos atualizados e oportunidades de aprendizado em temas específicos
em ESD.
TIC e pesquisa em Educação Geográfica para o Desenvolvimento Sustentável
O uso da TIC no ensino e aprendizado em Geografia almejando desenvolvimento
sustentável expande o foco para novas áreas de pesquisa. Um importante campo para
pesquisa situa-se na influência da TIC para alinhar conhecimento ambiental e
comportamento sustentável. Tais pesquisas podem oferecer um entendimento de como
melhorar ensino e aprendizado em Geografia bem como mostrar rumos para se atingir as
competências listadas nesta Declaração. A Comissão da União em Educação Geográfica
promove discussões acadêmicas e intercâmbio para pesquisa em relação a TIC and
Educação em Geografia.
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TIC e Cooperação Internacional
A possibilidade de collaboração online a fim de favorecer encontros virtuais entre
pessoas de todo o mundo realça o valor da mídia digital particularmente no contexto do
aprendizado global intercultural. Isso traz uma vantagem particular para os países em via
de desenvolvimento que poderiam se beneficiar da collaboração e cooperação em nível
internacional. Propiciar cooperação entre escolas ao redor do mundo e dar suporte ao
ensino e aprendizado através da mídia digital e cooperação online é uma das prioridades e
metas da Comissão da União Geográfica para Educação em Geografia.
Proclamação
A Comissão da União Geográfica para Educação em Geografia proclama esta Declaração
e recomenda os princípios apresentados neste documento como sendo uma base sólida
para uma Educação Geográfica visando o Desenvolvimento Sustentável para todos os
geógrafos e governos no mundo.
Assinado pelo presidente da Comissão da União Geográfica Internacional para a
Educação em Geografia (IGU CGE).
Lucerne, 2007-07-31
Prof. Lex Chalmers
Chair, 2004-2008 Commission
________________________
Esta Declaração foi elaborada por Hartwig Haubrich, Sibylle Reinfried e Yvonne
Schleicher, publicada através do sitio eletrônico da Comissão, com comentários dos
membros e delegados de vários países, e revisada diversas vezes e finalmente discutida,
aceita e proclamada no Simpósio Regional da IGU CGE em Lucerne, Suiça, em 31 de
Julho de 2007.
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