ESPAÇO, REGIÃO, TERRITÓRIO E DESENVOLVIMENTO catalogava todas as informações necessárias sobre as regiões dominadas pelas potências imperialistas: relevo, clima, vegetação, riquezas minerais etc. Com a introdução dos conceitos de modo-de-vida, civilização (hábitos, costumes, valores, atitudes de um povo) e de circulação, a Geografia Regional passou a ser o objecto e o produto final da ciência geográfica. A região de Vidal de La Blache é uma região desintegrada economicamente do resto do mundo, restringindo a região a espaços individualizados e homogéneos. As fronteiras inter-regiões eram tão vagas quanto os limites das suas singularidades. Das duas concepções de região na Geografia tradicional, Região Natural e Região Humana ou Geográfica, a constituição desta última é mais relevante já que é nesta que ocorre a acção humana, com a sua cultura e as suas actividades económicas. “O geógrafo parte de uma atitude clara para chegar a uma explicação extremamente matizada, combinando com subtileza os ingredientes físicos e humanos, aqui carregando a mão em incontestáveis influências do ambiente, ali temperando-as com recursos de civilização que impõe às regiões o estilo de organização próprio daqueles que as habitam” (Ribeiro, 1960:112). A Escola Francesa predominou até finais da década de 40 do século XX nos E.U.A.. A década de cinquenta e mesmo a de sessenta foram, sobretudo, de produção científica tendo por base o método dedutivo, que viria a revelar-se menos satisfatório do que inicialmente se previa. O produto científico mais refinado, o modelo de Walter Christaller, repescado nos anos sessenta, aquando da sua tradução para inglês, depressa se viria a revelar pouco condizente com a realidade geográfica. Não obstante toda a produção científica a que se assistiu também na Europa, primeiro em Inglaterra, somente em 1968 Peter Gould avançou com a designação pela qual viria, ad aeternum, a ser conhecida: New Geography. A Nova Geografia (New Geography) fez a sua aparição mais tarde noutros países europeus. Chegou, em finais dos anos 60, a França e, no início dos anos setenta, a Portugal, altura em que o impacto da obra de Jorge Gaspar, relacionada com a área de influência de Évora (1972), assinalou a passagem para o paradigma neopositivista. Em França, um dos países que influenciou mais directamente o cenário geográfico português, sobressaiu Paul Claval que anunciaria a importância deste novo paradigma, aproveitando as mutações ocorridas, entretanto, com o Maio de 68. Em Espanha, Horácio Capel revelou ser um dos mais eminentes geógrafos, publicando várias obras relacionadas, sobretudo, com a epistemologia da Geografia e que vieram a ter grande impacto à escala da Península Ibérica. 60