ÁREA: CV ( ) CHSA ( ) CETE (X) MAPEAMENTO TEMÁTICO DA ERODIBLIDADE DAS ASSOCIAÇÕES DE SOLOS, DA PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL E DA VEGETAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ COM O USO DA CARTOGRAFIA DIGITAL. Rafael Magno Batista Lima (bolsista do ICV), Cláudia Maria Sabóia de Aquino (Prof.ª Orientadora, Depto de História e Geografia – UFPI). Introdução A necessidade de informações relativa a estudos geográficos específicos, à exemplo do monitoramento dos recursos naturais renováveis ou não, impõem o uso das tecnologias de forma a responder e atender a tais necessidades, BRITTO (2009). Ainda de acordo com a autora, o geoprocessamento vem nesse contexto, como um conjunto de tecnologias para processamento de dados geográficos, que permite uma visão espacial dos fenômenos e do espaço de forma privilegiada, possibilitando o mapeamento e a observação geográfica, facilitando e dando apoio a tais exigências. Neste contexto as ferramentas relativas a cartografia digital e a geoprocessamento constituem importantes instrumentos que permitem a espacialização e análise de atributos físicos e sociais. O presente trabalho objetivou a espacialização do fator erodibilidade das associações de solos presentes no Estado do Piauí. Posterior a esta espacialização foram realizadas análises dos níveis de erodibilidade com dados relativos à precipitação e a cobertura vegetal, como forma de auxiliar nas tomada de decisões, relativas ao uso e ocupação das Terras do Estado. Metodologia Fora realizado trabalho de gabinete com o emprego dos softwares CartaLinx e Idrisi 32.2. No CartaLinx foi realizado todo o processo de vetorização partindo de mapas de associações de solo, mapa de clima e fitogeográfico previamente digitalizados (escaneados). Depois de vetorizados os dados foram exportados para o programa Idrisi 32.2, onde foram transformados em matriz raster. Por fim uma analise comparativa entre os valores de erodibilidade, da distribuição da precipitação e da vegetação no Estado, é realizada a fim de inferir e identificar relações existentes entre os referidos mapas. Resultados e discussões Associações de solos Métodos indiretos a partir do uso de Equações foram utilizada por Sousa (2012) para determinar o valor K das 162 associações de solos piauienses, mapeadas por Jacomine (1986). Os 162 valores que expressam as diferentes associações de solos, presente no Estado, foram substituídos por um conjunto de seis novos valores, variando de 1 a 6 e que são representativos do grau/nível de erodibilidade (K) das associações de solos do Estado, estes variando entre muito baixa (< 0,009), baixa (0,0090 a 0,0150), média (0,0150 a 0,300), alta (0,0300 a 0,0450), muito alta (0,0450 a 0,0600), e extremamente alta (.>0,0600), unidade Ton.ha.h/ ha.MJ.mm.. Onde não foi identificada nenhuma classe “Muito Baixa”. A Área Urbana representada no mapa é a capital do Estado, a cidade de Teresina corresponde a 0,01% da área analisada e ÁREA: CV ( ) CHSA ( ) CETE (X) os espelhos d’água apresentados correspondem a 0,17%. A classe Baixa ocupa 0,71% do território piauiense. As Classes Média e Alta distribuem-se de forma descontínua em todo o Estado e ocupam 94,57% da área de estudo. As Classes Muito Alta e Extremamente Alta fazem um total de 4,54% da área de estudo. O predomínio na área de estudo das Classes Média e Alta (94,57%) exige que sejam empreendidas medidas de uso racional das terras do Estado. Precipitação Utilizando dados disponíveis em SUDENE (1990), foram geradas a partir da interpolação de dados isolinhas. A média anual de precipitação do Estado é bem variada e meio que segue uma linha crescente partindo de valores menores que 500 mm/ano situados nas áreas sudeste do Estado e chegando a valores maiores que 1700 mm/ano na porção noroeste. Correspondendo estas duas classes a 2,67% e 0,50% do território respectivamente. Valores variando entre > 500 e 901-1100 correspondem a 67,66 % do território do Estado. Estes valores ocorrem na região do semiárido piauiense. Há predominância no Estado de valores de precipitação de 1101-1300 mm/ano. Esta classe ocupa 21,23%. Os valores de precipitação superiores têm participações menores, onde, 1301-1500 mm/ano equivale a 6,94%, 1501-1700 mm/ano representa 3,67% e por último os valores acima de 1700 mm/ano ocorrem em apenas de 0,50% do território. Nas regiões semiáridas a baixa precipitação, concentrada no tempo e no espaço, é responsável pela ocorrência de solos rasos, pedregosos e uma vegetação com característica de caducifólia. O conjunto destas características a esta região uma fragilidade natural a degradação. Vegetação As diferentes condições pedológicas e climáticas na área de estudo resultam em uma diversidade de fisionomias vegetacionais, a saber: Caatinga Arbustiva (Eu), Caatinga Arbórea (Ea), Faixa de contato: Cerrado/Caatinga (SEm), Campo Cerrado (Sr), Cerradão (Sc), Parque Cerrado (Sp), Florestas: Decidual, Secundária e Decidual. Secundária. Latifoliada (Fsl), Agropecuária (Ap), Floresta: Babaçual (Fsb), Faixa de contato: Caatinga/Cerrado e Caatinga/Floresta (FSm/SEm), Parque Caatinga (Ep), Florestas: Decidual Secundária e Decidual Secundária Mista (Fsm), Formação Pioneira: Dunas (Dn), Mangues (Pm,), Restinga (Pr). Sendo nítida a predominância da formação vegetacional do tipo cerrado. Onde esta ocupa 55,87 % do território, variando em campo cerrado (Sr), ecossistema de maior participação no território, bem distribuído (áreas secas e úmidas); cerradão (Sc), concentrasse principalmente na porção nordeste, sendo que os valores de suscetibilidade erosiva variam de média, alta e muito alta; os cerrados parques (Sp), distribuem-se na parte noroeste e sudoeste do Estado, com precipitação variando de 1101 e 1700 mm/ano. O potencial de erodibilidade das associações de solos varia entre médio e alto. A caatinga ocupa 34,73 % do território piauiense, segmentada em fitos fisionomais, a saber: i) caatinga arbustiva (Eu), ii) arbórea (Ea) e iii) parques (Ep). A caatinga arbustiva (Eu) encontrasse distribuída nas porções sul, sudeste e nordeste do Estado em áreas de média ÁREA: CV ( ) CHSA ( ) CETE (X) suscetibilidade natural à erosão. Outro ecossistema encontrado, é o das áreas florestais, estes ocupam 4,29 % do território piauiense, variando entre babaçual (Fsb), floresta decidual, secundária e decidual secundária latifoliada (Fsl) e mista (Fsm). As áreas ocupadas pelas formações pioneiras correspondem a 0,82 % variando entre mangues, dunas e restingas, localizadas exclusivamente na parte norte do território (litoral). Conclusões Para CARVALHO et al. (2010) a ocupação de áreas sem o conhecimento prévio de suas suscetibilidades e restrições de uso, podem gerar desequilíbrio ao ambiente natural, acarretando muitas vezes, em prejuízo ambiental e social. Por essa razão esse conhecimento prévio serve para auxiliar no ordenamento do uso, ocupação e gestão sustentável dos sistemas ambientais. Tal afirmativa ressalta a necessidade de levantamentos/diagnósticos preliminares acerca de características geoambientais, que possam identificar vulnerabilidades, limitações e potencialidades dos diferentes ambientes, a exemplo do aqui proposto. Por fim, a presença de cobertura vegetal de caatinga em significativa parte do Estado, típica de ambientes frágeis climaticamente a exemplo semiárido piauiense, o desenvolvimento de atividades agropecuárias, distribuídas por todo o território, mas, concentrando-se sobretudo próximo aos cursos dos rios, sendo que estas áreas apresentam um potencial de erodibilidade principalmente alto. Todos esses fatores aliados a uma predisposição dos solos à erosão e somado ao uso inadequado da terra, amplia a possibilidade de degradação destes ambientes. Visto isso, é notória a importância das técnicas de geoprocessamento no sentido de permitir a espacialização de diferentes temas a exemplo: da erodibilidade, da distribuição climática e vegetacional do Estado do Piauí. A elaboração destes mapas temáticos aliada a análises integradas dos mesmos constituem-se ferramentas importantes para o planejamento conservacionista e para o uso sustentável das terras do Estado. Apoio: UFPI Referências BRITTO, Denise Araújo. A contribuição do geoprocessamento para o estudo de bacias hidrográficas: aplicações no baixo curso do Rio Pojuca - BA. Salvador, 2009. CARVALHO, Elisângela Martins de; PINTO Sergio dos Anjos Ferreira; SEPE Patrícia Marra; ROSSETTI, Lucimara A. F. Garcia. Utilização do geoprocessamento para avaliação de riscos de erosão do solo em uma bacia hidrográfica: estudo de caso da bacia do Rio Passa Cinco/SP. In: III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação. Recife – PE, 2010. JACOMINE, P.K.T. et al.. Levantamento exploratório – reconhecimento de solos do Estado do Piauí. Rio de Janeiro. EMBRAPA-SNLCS/SUDENE-DRN. 1986. SOUSA, Elisane Cunha de. Estimativa da erodibilidade das associações de solos piauienses. Teresina, 2012. SUDENE. Dados pluviométricos mensais do Nordeste: Piauí. Recife, 1990. 236p. Palavras-chaves: SIGs; Potencial de Erodibilidade; Clima; Vegetação; Planejamento.