Artigo de Revisão Efeitos do exercício físico no diabetes mellitus tipo II: um estudo de revisão. Effects of physical training in diabetes mellitus type II: a review study. Luciano Lopes S. Truran, Flávia Rasmussen2 Resumo O diabetes melito é um distúrbio caracterizado pela ocorrência de níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) resultante tanto de produção inadequada de insulina pelo pâncreas como da sua incapacidade no transporte da glicose para o interior da célula1. Assim, foi feito um estudo de revisão narrativo com a finalidade de identificar os efeitos do exercício físico como tratamento e prevenção do diabetes melittus tipo II, associado a métodos e freqüências de treinamento que melhor atenda o portador da doença. O diabetes aumenta o risco de doença arterial coronariana, doença cerebrovascular, e acidente vascular encefálico, hipertensão e doença vascular periférica. Podemos destacar como efeitos crônicos do exercício físico em relação ao diabetes a diminuição da resistência à insulina, diminuição da gordura corporal e dos malefícios da síndrome ‘’X’’. Como efeito agudo destaca-se a facilitação da entrada da glicose, decorrente da translocação de moléculas de proteína (GLUT-4) para a membrada e por razões desconhecidas, a permeabilidade da glicose para as fibras musculares promovido pela contração muscular. Devemos incentivar o exercício para controle e prevenção, principalmente como hábito de vida, pois o exercício atua de forma aguda e crônica, ou seja, constatam-se efeitos em até uma sessão de treinamento, desde que bem orientada. Descritores: Exercício físico, diabetes tipo 2, efeitos da diabetes tipo 2. 1 Abstract Diabetes mellitus is a disorder characterized by the occurrence of elevated levels of glucose in the blood (hyperglycemia) resulting either in an inadequate insulin production by the pancreas or in their disability in the transport of glucose into the cell. Therefore, it was made a study of narrative review to identify the effects of physical exercise as treatment and prevention of type II diabetes mellitus, associated methods and frequency of training that best meets the carrier of the disease. Diabetes increases the risk of coronary artery disease, cerebrovascular disease and cerebrovascular accident, hypertension and peripheral vascular disease. We highlight how chronic effects of exercise in relation to diabetes decreased insulin resistance, decrease body fat and the evils of '' X '' syndrome. How acute effect highlights the facilitation of entry of glucose, resulting from the translocation of protein molecules (GLUT-4) to membrada and for unknown reasons, the permeability of glucose into muscle fibers promoted by muscle contraction. We must encourage physical exercises for control and prevention, especially as a life habit as the exercise acts in acute and chronic forms. Actually, great effects are noticed in only one training session since it is well targeted. Descriptors: physical exercise, Type II Diabetes, Type II Diabetes Effects. 1. Profissional da Educação Física, Pós Graduando em Fisiologia do Exercício, pelo CEAFI – Goiânia/GO. 2. Profissional de Educação Física, Pós Graduada em Fisiologia do Exercício pelo CEAFI; Mestranda em Nutrição e Saúde/UFG. Introdução O diabetes melito, também simplesmente chamado de diabetes, é um distúrbio caracterizado pela ocorrência de níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia) resultante tanto da produção inadequada de insulina pelo pâncreas como da incapacidade da insulina de facilitar transporte da glicose até o interior das células ou ambos os fatores1. Há no mundo 371 milhões de pessoas portadoras de diabetes com idades entre 20 e 79 anos. Vale ressaltar que o numero de pessoas portadoras de diabetes é uma crescente e que 50% das pessoas que tem diabetes desconhecem esta condição. O Brasil ocupa a 4ª posição entre os países com maior prevalência de 2 diabetes: 13.4 milhões de pessoas portadoras de diabetes. Isto corresponde a aproximadamente 6.5% da população entre 20 e 79 anos de idade segundo a International Diabetes Federation2. No Brasil, em todas as regiões, em 2008 a prevalência de diabetes entre mulheres foi maior em comparação com os homens, com maior diferença entre os sexos na região Norte, a partir dos 60 anos. A região Sul apresentou prevalência mais elevada entre as mulheres de 70 a 79 anos, em torno de 21,5%. No entanto, entre os homens da mesma faixa etária, a maior prevalência foi registrada na região Centro-Oeste, em torno de 17,3%3. Em uma sociedade cada vez mais sedentária, os riscos de doenças crônicas não contagiosas, muitas vezes decorrentes do sedentarismo e obesidade, são cada vez maiores. O Diabetes, como uma destas, aumenta o risco de doença arterial coronariana, que é uma das maiores causas de mortalidade no país. O aumento da incidência mundial de diabetes está relacionado à obesidade e ao sedentarismo, atribuídos à crescente urbanização7. O exercício físico vem sendo buscado como forma de tratamento, porém existe uma carência acerca de conhecimento dos profissionais da área de Educação Física para o indivíduo diabético que busca maior qualidade de vida. Por esta razão, faz-se necessário um estudo em relação aos efeitos do exercício físico para adotarse um treinamento e uma metodologia adequada e personalizada para atender a esta peculiaridade. Historicamente havia uma supremacia e supervalorização do tratamento medicamentoso para diabetes tipo II. Não se sabia ainda, da eficácia de outros métodos como mudança nos planos alimentares, do hábito de vida e exercício físico em relação à prevenção e controle. A teoria do tratamento do diabetes melittus é administrar insulina suficiente para que o paciente tenha o metabolismo dos carboidratos6. O objetivo do estudo é identificar os efeitos do exercício físico como medida de tratamento e prevenção no diabetes mellitus tipo II, explanando suas respostas frente ao exercício. 3 Diabetes Mellitus O diabetes melito é um distúrbio metabólico que está associado a uma ampla variedade de doenças (cardiovasculares, renais, oculares, musculoesqueléticas, nervosas, urinárias)5 -7-8. Há três tipos relevantes de diabetes, tipo I, tipo II e a gestacional. Diabetes tipo I ocorre através da destruição das células beta (células secretoras de insulina) do pâncreas. Essa destruição pode ser causada pelo sistema imunológico do corpo, pelo aumento da sensibilidade das células beta a agentes virais ou pela degeneração dessas células1. Em relação à diabetes tipo II, a doença se instala de forma mais gradual. O problema maior não é a secreção da insulina, mas sim, a sensibilidade em relação à insulina. O diabetes tipo 2 é resultante da ineficácia da insulina em facilitar o transporte da glicose para o interior das células, sendo decorrente da resistência a esse hormônio8. Já a Gestacional, refere-se a uma forma da doença que ocorre em mulheres grávidas e em seus fetos o qual felizmente desaparece após o parto1-8.. Fatores de risco. O diabetes aumenta o risco de doença arterial coronariana, doença cerebrovascular, acidente vascular encefálico, hipertensão e doença vascular periférica. A doença arterial coronariana, a hipertensão, a obesidade e o diabetes podem estar ligados por meio da via comum de níveis elevados de insulina no sangue ou a células-alvo que passam a oferecer resistência a esse hormônio1. No diabetes tipo II, a grande incidência da doença macro vascular deve-se, além da hiperglicemia, às doenças metabólicas que antecedem o diabetes e compõe a síndrome X7. Podemos caracterizar como Síndrome Metabólica “X”: Resistência à insulina, intolerância a glicose, dislipidemia, acidente vascular cerebral, obesidade dos 4 segmentos corporais superiores, diabetes tipo II, hipertensão, doença arterial coronariana e menor capacidade de dissolver os coágulos sanguíneos8-15. O efeito disparador de todo esse processo é o que parece a Obesidade1-7. Com uma alimentação inadequada, rica em carboidratos e gorduras, e uma deficiência insulínica na sua produção pelo pâncreas ocorre à hiperglicemia e os níveis de glicose aumentados. Se a insulina não exerce seu efeito normal haverá um aumento na conversão da glicose para triacilglicerol e seu armazenamento como gordura corporal8. Por esta forma, em especial a diabetes tipo II está co-relacionada diretamente com a obesidade. Interferência medicamentosa. Há vários tipos de drogas para o controle glicêmico, que atuam aumentando a oferta de insulina (sulfoniluréis, glinidas), reduzindo a resistência à insulina (biguanidas, tiazolidinedionas) ou retardando a absorção de glicose (inibidores das enzimas alfaglicosidases intestinais)7. Há também de destacar a metformina, uma biguanida, que tem se revelado sucesso principalmente em pacientes obesos1. É indispensável à monitoração domiciliar constante de índice glicêmico do diabético através de aparelho específico para controle e possível intervenção. Interferência não medicamentosa. Em relação o diabetes tipo II, a interferência recai-se em três fatores: dieta, perda de peso e exercício1. Dieta adequada é fundamental no controle do diabetes7. A prática regular do exercício físico, além de ser um dos componentes do tratamento do diabetes, tem papel fundamental na sua prevenção7. Exercício físico. O exercício físico, para ser realizado, necessita de energia. Essa energia é proveniente da ingestão de alimento e são fornecidos na forma de carboidratos, proteínas e gorduras. Todo carboidrato é convertido em glicose, que é transportado através do sangue para todos os tecidos do corpo1-8. A diabetes é um distúrbio caracterizado por alterações da glicemia. A diabetes tipo 2, por exemplo, caracteriza-se pela resistência a insulina à captação da glicose. 5 O carboidrato ingerido é armazenado em músculos e no fígado na forma de uma molécula mais complexa, o glicogênio, que é estocado no citoplasma das células musculares até que elas utilizem a substância na formação de ATP1. A contração muscular depende da quebra dessa molécula, para liberação de energia. NEGRAO e BARRETTO7 afirmam que o exercício físico promove captação muscular da glicose, em particular da translocação das proteínas transportadoras de glicose (GLUT4) para membrana celular estimulada pela contração muscular. Ao se iniciar uma sessão de atividade física, há aumento na demanda energética muscular, suprida pela quebra do trifosfato de adenosina (ATP) armazenado na célula muscular e pela sua ressíntese a partir do metabolismo de glicose e ácidos graxos livres1-7-8. Entretanto, em duas condições os músculos usam grandes quantidades da glicose para sua energia. Uma destas é durante o exercício moderado ou pesado. Este uso da glicose não requer grandes quantidades de insulina porque as fibras musculares que se exercitam, por razões desconhecidas, tornam-se permeáveis à glicose mesmo na ausência de insulina por causa do próprio processo de contração6. Sabendo que o indivíduo diabético tem disfunções metabólicas no nível de glicose sanguínea através da falta de produção de insulina e/ou sensibilidade da mesma, vimos que o exercício utiliza glicose para sua realização, bem como a disponibilidade de ácidos graxos livres para formação de ATP. Entretanto, como a insulina em relação à diabetes tipo II não é tanto eficaz, o papel do exercício em relação à absorção intracelular de glicose é eficiente, pois como observou a contração muscular faz com que haja translocação das proteínas transportadoras de glicose (GLUT4) para membrana celular facilitando o processo de entrada da glicose6-7. O exercício físico também utiliza gordura para formação de ATP. KATCH e autores8, afirmam que a gordura é menos acessível para o metabolismo celular porque, em primeiro lugar, precisa ser reduzida de sua forma complexa (triglicerídeo) até seus componentes básicos, glicerol e ácidos graxos livres (AGLs). Apenas ácidos graxos livres são utilizados para formação de ATP. 6 A atividade das enzimas lipoproteínas também aumenta com a atividade física, sendo elas consideradas controladoras dos estoques de gordura, o exercício físico amplia tanto a capacidade da liberação quanto a de armazenamento de energia do tecido adiposo, alem da capacidade de oxidar carboidrato e gordura no músculo7. Desta forma, conclui-se a eficiência do exercício físico para queima de gordura, pois como vimos anteriormente, a obesidade é gatilho disparador. A adoção da prática regular de atividade física contribui para o controle metabólico e a redução de fatores de risco. Os exercícios aeróbios são mais recomendados aos diabéticos, devido sua atuação principalmente na utilização e queima de gordura amenizando assim o quadro de obesidade, um dos principais fatores que levam a diabetes, porém estudos mostram que o treinamento resistido auxilia na diminuição das taxas de açúcar no sangue, sendo eficiente no controle da glicemia11. Uma pesquisa4 realizada pelo Programa de Assistência ao Diabético de uma Unidade Básica e Distrital de Saúde de Ribeirão Preto evidencia um fato de que ainda era desconhecido: a eficácia da inclusão de exercícios físicos, por ainda não ter conhecimento necessário e seguro para sua recomendação. A pesquisa4 contava com 29 indivíduos, sendo 31% do sexo masculino e 69% do sexo feminino. Ainda 58,6% destes, acima dos 60 anos e 41,4% entre 40 e 60 anos. Somente 17,2% receberam orientações quanto à dieta, exercício e medicação. O restante, 82,8% destaca-se a não inclusão da atividade física. Exercício e Diabetes tipo II. Para diagóstico, tratamento e prescrição é preciso caracterizar o diabetes. No caso do diabetes tipo 2, a ACMS5 classifica o perfil associado ao estilo de vida sedentário e a epidemia de obesidade, particularmente nos Estados Unidos, e recomendando aos profissionais do exercício que essa doença deve ser considerada uma doença do envelhecimento. Já KATCH8 classifica o perfil com adultos acima de 40 anos, podendo ocorrer até em crianças. Quase todos os médicos e cientistas concordam que a atividade física é uma parte no plano terapêutico de qualquer dos tipos de diabetes8. Sabendo que o 7 diabetes tipo II é caracterizado pela ineficácia da insulina no transporte de glicose intracelular, KATCH8 aponta que sessões agudas de exercício diminuem a resistência à insulina e aumentam a sensibilidade das células a esse hormônio. Caso o nível diabético do paciente tipo II, seja tal ponto de fazer administrações de insulina, com o exercício, a dosagem diária torna-se cada vez menor. Esse efeito dissipa-se por 72 horas, não resultando em uma mudança crônica, mas sim aguda8-14. Uma das sugestões seria aumentar a freqüência para que o intervalo entre as sessões, não ultrapasse este período14. Um programa de exercício físico regular, de intensidade moderada, auxilia no controle glicêmico do indivíduo com DM2, tratado ou não com insulina, sendo que seu efeito já é observado em uma sessão de exercício9. O fato de a obesidade ser o gatilho disparador da diabetes tipo 2, refere-se pela dieta rica em carboidratos e gorduras que geralmente esse indivíduo possui, o qual a quantidade de insulina torna-se insuficiente e não exerce seu efeito normal, havendo conversão de glicose para gordura corporal. O programa de exercício físico aplicado aos indivíduos diabéticos obedece aos mesmos princípios de treinamento dos indivíduos não diabéticos7. Tecnicamente a atividade física no diabético requer alguns cuidados principalmente na prevenção da hipoglicemia. É sabido que, à medida que se exercita há tendência a se metabolizar mais rapidamente a glicose, o que reduz em até 30% a necessidade de medicamentos12. Porém na vida diária, o diabético não deve realizar exercício em jejum8. Seguida as atenções, Negrao7 recomenda que o exercício deva ser realizado 3 a 5 vezes por semana, ou mesmo diariamente, desde que seguido de um padrão regular quanto ao tipo de exercício, ao horário de realização, à dose de insulina administrada e à dieta. Quanto à duração, as sessões devem ter entre 30 e 40 minutos. A ACMS5 recomenda uma variação-alvo básica de 3-4 dias por semana para conseguir benefícios mínimos induzidos pelo exercício; 20 a 60 minutos de duração. MOLENA-FERNANDES et al13 preconiza-se que exercícios de intensidade 8 moderada realizados por pelo menos trinta minutos, de 3 a 5 vezes por semana, sejam o suficiente para promover alterações orgânicas preventivas e terapêuticas em relação ao DM tipo 2. Em uma pesquisa realizada por Carlos A. e Walter C, analisaram o efeito do exercício físico regular no controle glicêmico em indivíduos diabéticos tipo 2, tratados e não tratados com insulina, em pessoas da região do Vale do Itajaí, SC, com idades entre 45 e 75 anos. Chegaram à conclusão que glicemia de jejum isolada após o treinamento físico baixou. Isso poderia ser justificado pelo efeito benéfico do exercício, tal como a melhora da captação de glicose que se encontra aumentada durante o exercício físico9. No presente estudo, o programa de exercício físico em indivíduos com DM2 induziu melhora nas variáveis: glicemia de jejum, HbA1, lipídios plasmáticos, freqüência cardíaca de repouso e índice de massa corporal9. Outro estudo10 observou os efeitos dos exercícios em diabéticos tipos I e II através de treinamento de resistência e de força. Dentre os benefícios pode-se destacar o aumento da massa muscular e a melhor utilização da glicose na melhora do quadro geral do diabetes, assim como a melhora do metabolismo basal desses indivíduos. VANCEA e autores14 fizeram uma análise através de 40 diabéticos divididos entre três grupos (Grupo controle, G3 e G5) com doença diagnosticada inferior a 10 anos, idade entre 40 a 65 anos, por um período de 20 semanas. O treinamento consistia em 5 minutos de aquecimento, 30 minutos de esteira com intensidade de 70%FcMáx e 10minutos volta a calma no qual o G3 treinava três vezes e o G5, cinco vezes semanais. Na pesquisa de MARTINS16, verificaram-se melhoria na glicemia capilar pré e pós exercício de 06 mulheres diabéticas submetidas a oito meses de exercício físico, duas sessões semanais com 50minutos de duração consistido em 10minutos de aquecimento, 30 minutos de ginástica/caminhada e 10minutos de relaxamento. Foram avaliados14 IMC, cintura, porcentual de gordura (PG), glicemia capilar (GCap), glicemia de jejum (GJ) e hemoglobina glicada (HbA1c). Houveram 9 mudanças significativas de IMC e PG no G3 e G5, e GJ e cintura apenas no G5. Grupo controle não houve mudanças significativas em nenhum parâmetro. HbA1c não apresentou diferenças significativas em nenhum dos três grupos. VANCEA14 concluiu que a melhor freqüência de um programa de exercícios físicos de intensidade moderada para paciente DM2, na maioria dos parâmetros avaliados, é de cinco vezes por semana e que o efeito sobre a sensibilidade insulínica é desencadeado pela própria sessão de exercício físico e permanente por um período relativamente curto, onde tem-se um exemplo claro de efeito agudo e não crônico. Alguns cuidados se fazem necessário quanto ao diabético tipo 2. Deve-se ater aos níveis glicêmicos pré-exercício, e evitar sessões longínquas de treinamento, a fim de evitar a hipoglicemia. O diabético deve estar em bom estado de controle metabólico. Esse controle deve ser verificado periodicamente por exames de suas concentrações sanguíneas: glicemia inicial entre 130 e 150mg/dl7. Como a diabetes pode estar associado a outro problema de saúde, como Hipertensão arterial sistêmica, deve-se encaminhar o paciente a exames clínicos antes do início de qualquer atividade física. Conclusão. Os principais efeitos do exercício físico para o diabetes tipo 2 são: resistência insulínica diminuída através do aumento da sensibilidade, a facilitação da entrada da glicose através da translocação de moléculas protéicas (Glut4) para a membrana estimulada pela contração muscular e a permeabilidade das fibras musculares à glicose também através da contração muscular. A diabetes tipo 2 geralmente aparece na idade madura, devido a uma série de fatores como sedentarismo, obesidade e maus hábitos alimentares. O exercício não só atua como tratamento, mas também como prevenção. Sabemos que a redução da gordura e uma melhora na composição corporal, através do exercício, causam diminuição da glicemia, conseqüente de uma maior eficácia na ação de insulina por ter a sensibilidade aumentada, onde àqueles que fazem administrações endógenas deste hormônio reduza suas dosagens, podendo até extinguir seu uso. 10 Não é consenso quanto à intensidade e freqüência. O treinamento de um indivíduo diabético tipo 2 não difere-se muito de um indivíduo normal. A exceção é quanto aos cuidados referentes à glicemia pré exercício e quanto a doenças adjacentes à diabetes tipo 2, como por exemplo a hipertensão. Através dos estudos verificados, a freqüência pode ir de 3 a 5 vezes por semana, desde que respeitado os limites físicos, com uma duração média de sessão de 30 a 60 minutos afim de evitar-se a hipoglicemia. Evidencias sugerem que quanto maior a freqüência de atividade física, com intensidades moderadas (aproximadamente 70% Fc máxima) maiores os benefícios para saúde. Desta forma é importante que mais pesquisas sejam feitas devido à alta incidência do diabetes inclusive em crianças a partir dos 10 anos de idade. Devemos incentivar o exercício para controle e prevenção, principalmente como hábito de vida, pois o exercício atua de forma aguda e crônica, ou seja, constatam-se efeitos em até uma sessão de treinamento, desde que bem orientada. Referências 1 – COSTILL, David L, KENNEY, Larry W, WILMORE, Jack H. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2010; 532-536. 2 – IDF DIABETES ATLAS 5th Edition 2012 Update. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/images/5E_IDFAtlasPoster_2012_EN.pdf; Acessado em 01 de fevereiro de 2014 às 18:15. 3 – Epidemiologia e Serviços de Saúde / Secretaria de Vigilância em Saúde. – v. 21, n. 1 (jan./mar. 2012)-. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 4 – GUIMARAES, Fernanda, TAKAYANAGUI, Angela. Orientações recebidas do serviço de saúde por pacientes para o tratamento do portador de diabetes mellitus tipo 2. As. Nutr., Campinas, 15(1): 37-44, jan./abr., 2002 5 –Recursos do ACMS para o Personal Trainer / [ editor Bárbara A. Bushman, Julie Desch e Len Kravitz ; revisão técnica Giuseppe Taranto; tradução Giuseppe Taranto, 11 Cláudia Lucia,Caetano de Araujo]. – Rio de Janeiro, 3ed, Guanabara koogan, 2011; p.409. 6 – GUYTON, Arthur C. HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 9 ed. Guanabara koogan AS, 1997; 893. 7 – NEGRAO, Carlos E. BARRETTO, Antonio C. Cardiologia do Exercício: do atleta ao cardiopata. 1° 12d. Editora Manole, Barueri SP, 2005; 190-210. 8 – KATCH, Victor L., KATCH, Frank I., McArdle, William D. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano.6ed. Guanabara koogan, 2008; 442-460. 9 – SILVA, Carlos A; LIMA, Walter C. Efeito Benéfico do Exercício Físico no Controle Metabólico do Diabetes Mellitus Tipo 2 à Curto Prazo. ArqBrasEndocrinolMetabvol 46 nº 5 Outubro 2002. 10 – ZABAGLIA, R., ASSUMPÇÃO, C., URTADO, C., SOUZA, T. 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