Zika – Atualização Epidemiológica – 12 de maio de 2016 Apresentação Zika – Atualização Epidemiológica – 12 de maio de 2016 [email protected] www.paho.org/bra/salazika Vírus Zika (ZIKV) – Incidência e Tendências Até o momento, 38 países e territórios confirmaram a transmissão local vetorial do vírus zika na Região das Américas desde 2015 (Figura 1). Desde a última Atualização Epidemiológica sobre Zika (5 de maio de 2016) da Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), nenhum outro país ou território confirmou a transmissão autóctone vetorial do vírus zika. aumento iniciando a partir da SE 13, e com o maior número de casos registrados na SE 17 (850 casos) (Figura 2). Desde o início da epidemia até 28 de abril de 2016, foi notificado um total cumulativo de 412 casos confirmados. Na Guadalupe, a confirmação laboratorial somente é obtida para gestantes e pacientes com complicações neurológicas. Figura 2. Casos suspeitos da doença do vírus zika notificados na Guadalupe, entre a SE 3 de 2015 e a SE 17 de 2016 900 800 700 Número de casos Figura 1. Países e territórios nas Américas com casos autóctones (vetoriais) confirmados do vírus zika, 2015-2016 600 500 400 300 200 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Semana Epidemiológica Fonte: Dados publicados na “Situation épidémiologique du virus Zika aux Antilles Guyane. Point au 4 mai 2016” e reproduzidos pela OPAS/OMS. Doença do vírus zika em gestantes Alguns países na Região das Américas continuam a registrar uma tendência decrescente nos novos casos da doença do vírus zika (suspeitos e confirmados). Isto está em consonância com as tendências sazonais observadas em períodos correspondentes em anos anteriores em outras doenças transmitidas por mosquitos. Por outro lado, durante a mesma sazonalidade, em outros países e territórios – principalmente no Caribe – uma tendência crescente pode ser observada. Como exemplo da tendência crescente dos casos da doença do vírus zika, a situação epidemiológica na Guadalupe está ilustrada a seguir. A detecção da doença do vírus zika em gestantes está sendo priorizada nos países da Região devido ao risco da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika. Há 21 países e territórios nas Américas com notificação de casos confirmados e suspeitos da doença do vírus zika em gestantes (Tabela 1); este número não mudou desde a última Atualização Epidemiológica sobre Zika (5 de maio de 2016) da OPAS/OMS. Os resultados da vigilância junto a gestantes com a doença do vírus zika na Colômbia, Guiana Francesa, Guadalupe e Martinica estão destacados abaixo. Tabela 1. Países e territórios nas Américas com notificação de casos confirmados e suspeitos da doença do vírus zika em gestantes Países e territórios com registro do vírus zika em gestantes Barbados El Salvador Nicarágua Guadalupe Brasil Guadalupe Panamá Bolívia Guatemala Paraguai Na Guadalupe, foram detectados os primeiros casos autóctones da doença do vírus zika na semana epidemiológica (SE) 3 de 2015. A curva epidemiológica dos casos suspeitos da doença do vírus zika tem tendência crescente, com o Colômbia Guiana Francesa Porto Rico Costa Rica Honduras República Dominicana Dominica Martinica São Martinho Equador México Venezuela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) 1 Apresentação Zika – Atualização Epidemiológica – 12 de maio de 2016 Colômbia Tabela 2. Países e territórios nas Américas com notificação da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika Na Colômbia, foi identificado um total de 13.731 gestantes com suspeita ou confirmação de infecção pelo vírus zika desde o início do surto até a SE 17 de 2016. Destes casos, 15% tiveram o vírus zika confirmado em laboratório. Os demais casos apresentaram sintomas correspondentes à doença do vírus zika. Países notificando síndromes congênitas associadas ao vírus zika Brasil 1.326 Colômbia Desde o início do surto na SE 51 de 2015 até a SE 17 de 2016, um total de 340 gestantes com a doença do vírus zika confirmada em laboratório foi notificado na Guiana Francesa. Até o momento, não foi registrada qualquer ocorrência da síndrome congênita associada à doença do vírus zika. 7 Estados Unidos 2 Martinica3 2 Panamá 4 2 4 Guiana Francesa Número de casos confirmados até o momento 2Casos importados; um caso relacionado a uma viagem ao Brasil (Leia a matéria na íntegra) e um caso relacionado a uma viagem curta da mãe a Belize, Guatemala e México (Leia a matéria na íntegra). 3Um caso de microcefalia e outro caso de anomalia fetal. Observa-se que a Atualização de 28 de abril de 2016 indica que um dos dois casos de microcefalia detectados anteriormente (por ultrassom) foi descartado após o nascimento. O número foi ajustado para refletir isso. Leia a matéria na íntegra. 4Há mais um caso adicional sendo investigado de um feto com suspeita de malformações congênitas diagnosticadas por ultrassonografia. Brasil Guadalupe Desde o início do surto na SE 3 de 2016 até a SE 17 de 2016, a Guadalupe registrou um total de 18 gestantes com a doença do vírus zika confirmada em laboratório. Até o momento, não foi registrada qualquer ocorrência da síndrome congênita associada à doença do vírus zika. Martinica Desde o início do surto na SE 51 de 2016 até a SE 17 de 2016, a Martinica registrou um total de 205 gestantes com a doença do vírus zika confirmada em laboratório. Também foi registrado um caso de microcefalia e um caso de outra anomalia fetal. Síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika1 Nenhum país ou território novo notificou casos da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika (Tabela 2) desde a última Atualização Epidemiológica sobre Zika (5 de maio de 2016) da OPAS/OMS. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, entre 22 de outubro de 2015 e 7 de maio de 2016, foi notificado um total de 7.438 casos suspeitos de microcefalia e outras malformações congênitas do sistema nervoso central (SNC) conforme o Protocolo Brasileiro de Vigilância e Resposta5. Destes, o Ministério da Saúde do Brasil confirmou 1.326 casos de microcefalia por meio de métodos clínicos, radiológicos e/ou laboratoriais (205 foram confirmados utilizando critérios laboratoriais). Do total de casos notificados, 2.679 foram descartados porque se deviam a causas não infecciosas ou não se enquadravam na definição de caso, e 3.433 continuam sendo investigados. Os casos confirmados ocorreram em 484 municípios localizados em 25 das 27 Unidades Federativas. Em média 191 casos de microcefalia foram investigados (confirmados ou descartados) por semana entre a SE 3 e a SE 12 de 2016, enquanto entre a SE 13 e a SE 18 de 2016, em média 244 casos foram investigados por semana (Figura 3). 1 Definição de casos disponível em: http://bit.ly/1TpcVIS 5 Protocolo de Vigilância e Resposta. Clique aqui para acessar o Protocolo. 2 Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) Apresentação Zika – Atualização Epidemiológica – 12 de maio de 2016 Tendências de síndromes neurológicas na Colômbia Figura 3. Número de casos de microcefalia e outras malformações congênitas do SNC investigados por semana epidemiológica, Brasil, SE 3 a SE 18 de 2016 descartado (causa não infecciosa ou não cumpre com a definição de caso) 400 Número de casos 350 300 250 200 150 100 50 0 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 A partir de 15 de dezembro de 2015 até a SE 17 de 2016, foram registrados 496 casos de síndromes neurológicas na Colômbia com histórico de doença febril consoante com a infecção pelo vírus zika. Do número total de síndromes neurológicas, 65% (323 casos) correspondem à SGB. A curva epidemiológica das síndromes neurológicas tem uma distribuição parecida aos casos da doença do vírus zika. O pico dos casos das síndromes neurológicas ocorreu na SE 3 de 2016, enquanto o pico dos casos da doença do vírus zika ocorreu na SE 5 de 2016. (Figura 4). 18 Semana Epidemiológica Fonte: Dados publicados pelo Ministério da Saúde do Brasil e reproduzidos pela OPAS/OMS Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e outros distúrbios neurológicos Figura 4. Casos notificados da doença do vírus zika (suspeitos e confirmados) e de síndromes neurológicas entre a SE 32 de 2015 e a SE 17 de 2016 na Colômbia 7000 100 Casos de Síndromes Neurológicas ZIKV (suspeitos e confirmados) 90 6000 80 5000 Número de casos de Síndromes Neurológicas Até o momento, 7 países na Região notificaram um aumento nos casos de síndrome de Guillain-Barré (SGB) com pelo menos um caso com confirmação laboratorial de infecção pelo vírus zika. O Paraguai continua registrando um aumento nos casos de SGB, nenhum dos quais tem resultado de exame laboratorial confirmando a infecção pelo vírus zika. Outros cinco países e territórios não registraram aumentos mas identificaram casos de SGB associados ao vírus zika (Tabela 3). Com relação à distribuição por idade dos casos de síndromes neurológicas registrados, a maioria (57,5%) tem 35 anos de idade ou mais e 57% dos casos ocorreram no sexo masculino. Número de casos de doenças pelo vírus Zika confirmado 450 70 60 4000 50 3000 40 30 2000 20 1000 10 0 Tabela 3. Países e territórios nas Américas com SGB no contexto da circulação do vírus zika Aumento de SGB, com confirmação laboratorial do vírus zika em pelo menos um caso de SGB Confirmação laboratorial do vírus zika em pelo menos um caso de SGB Aumento de SGB, sem confirmação laboratorial do vírus zika em qualquer caso de SGB Brasil Guiana Francesa Paraguai Colômbia Haiti El Salvador Panamá Honduras Porto Rico Suriname Martinica República Dominicana Venezuela Destacadas abaixo estão as tendências de síndromes neurológicas notificadas na Colômbia e do aumento notificado da paralisia flácida aguda (PFA) em crianças com menos de 15 anos de idade na Guatemala. 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 0 Semana Epidemiológica Fonte: Dados de vigilância fornecidos à OPAS/OMS pelo Ministério da Saúde da Colômbia Tendências da paralisia flácida aguda na Guatemala Em alguns países e territórios na Região das Américas com transmissão autóctone do vírus zika, como na Colômbia, no Equador e na Venezuela, houve um aumento na notificação de casos de paralisia flácida aguda (PFA) em crianças com menos de 15 anos de idade. Embora a PFA seja a manifestação de um amplo espectro de doenças, a situação reforça a importância de os países e territórios com circulação do vírus zika analisarem as tendências nas notificações da PFA e investigarem qualquer aumento incomum nos casos. Como exemplo, destaca-se a situação na Guatemala na qual uma tendência crescente de notificações de PFA em 2016 até a SE 17 está comparada com os dados para 2015 (Figura 5). Nota-se que até o momento a Guatemala não notificou um aumento nos casos de SGB. Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) 3 Apresentação Zika – Atualização Epidemiológica – 12 de maio de 2016 Figura 5. Taxas de PFA por 100.000 em crianças com até 15 anos de idade na Guatemala, 2010-2016* 1 Taxa por 100.000 < 15 anos de idade 0,9 0,94 0,8 0,7 0,77 0,75 0,71 0,6 0,59 0,5 0,4 Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Zika Epidemiological Update – 12 maio 2016. Washington, D.C.: PAHO/WHO; 2016 0,46 0,3 Pan American Health Organization • www.paho.org • © PAHO/WHO, 2016 0,35 0,2 0,1 0 Texto original em inglês 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Ano de notificação * 2016 corresponde à SE 18 de 2015 até a SE 17 de 2016 Fonte: Dados publicados no Boletim Semanal da OPAS/OMS sobre Poliomielite. Acesse o Boletim aqui. 4 Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)