Money, Credit, and Prices in a Real Business Cycle, Análise Bruno Dias - 010401236, Sebastião Mota - 010401263 , Pedro Albergaria - 010401232 Resumo Este artigo analisa a interacção entre preços, moeda e um ciclo de negócios real na sua origem, tentando adoptar uma perspectiva diferente das utilizadas tradicionalmente. Com esse objectivo, King e Plosser (1984) introduzem no modelo de ciclos reais de negócios a moeda e o sector bancário. A moeda é tornada endógena, sendo função da actividade económica e não o contrário (causalidade reversa), sendo, portanto, os ciclos do produto que geram os ciclos de moeda. À luz deste modelo a política monetária não tem qualquer efeito no controlo do ciclo económico. Palavras chave: expectativas racionais, neutralidade da moeda, ciclos económicos reais, sistema bancário, causalidade reversa. Código jel: E13, E31, E32, E52, E58 Introdução A teoria dos ciclos reais (TCR) afirma que as flutuações no produto e no emprego decorrem de uma série de choques reais que atingem a economia, com os mercados ajustando-se rapidamente e permanecendo sempre em equilíbrio. A TCR é uma escola de pensamento macroeconómico que assume que os ciclos económicos são causados por flutuações aleatórias da produtividade. Ao contrário de outras teorias do ciclo económico, ela vê as recessões e períodos de crescimento económico como respostas eficientes do produto a choques nas variáveis exógenas. A TCR argumenta que em qualquer ponto do tempo, o nível do PIB maximiza necessariamente a utilidade dos agentes, e o governo não deveria intervir através das políticas fiscais e monetárias a fim de compensar efeitos de uma recessão ou de uma rápida expansão económica. O conceito de choque tecnológico (ou de produtividade) reflecte diversos factores além dos estritamente ligados à inovação tecnológica. Pode reflectir, por exemplo, choques de oferta em sentido mais genérico, como variações climáticas, aumento dos preços de produção das matérias primas, alterações de factores institucionais (p.ex: mudança de regime político de um país). Muitos modelos de ciclos reais nem sequer incluem a moeda como variável, e, portanto, não tem nada a dizer sobre o modo como políticas monetárias devem ser conduzidas. King e Plosser (1984) desenvolvem um modelo de ciclo real, com a introdução do sector bancário e a análise de políticas monetárias, com o objectivo de testar a correlação observada entre as variáveis reais e nominais. “Real business cycle models have changed the way many macroeconomists approach economic fluctuations. I do not belive that profession will ever go back. The models have stressed the importance of analysing dynamic general equilibrium models and have advanced our technical abilities in ways that make quantitative investigations feasible. The future lies not in going back to the old ways, but elaborating and enriching these new models in ways that make them representations of economics phenomena.” Charles Plosser (1994) Modelo Parte1: A Economia Real Nesta parte é apresentado um modelo simples em que os ciclos de negócios decorrem do comportamento de optimização intertemporal dos agentes económicos. É um modelo com dois sectores produtivos, um de bens intermediários, e outro de bens finais. O produto da indústria de bens finais é uma variável estocástica, que podemos considerar como bem de consumo, ou como um input para produção futura. O produto do sector financeiro é um bem intermediário denominado “serviços de transacção”, estes são usados na indústria de bens finais e pelos agentes privados. A procura por “serviços de transacção” ocorre porque estes fazem com que se poupe tempo e outros recursos necessários para que haja troca de bens. Indústria de Bens e Serviços para consumo final - O produto desta indústria é utilizado como bem de consumo, ou como input para produção futura; - Produção com rendimentos constantes à escala; - Estrutura de mercado perfeitamente concorrencial. Yt+1=F( kyt, nyt, dyt).Φt.ξt+1 Factores produtivos: kyt- capital; nyt - trabalho; dyt - serviços de transacção(numa lógica de actividade que proporciona uma redução nos custos); Rendimentos decrescentes á escala para cada um dos factores produtivos. Choques aleatórios: Φt - altera o produto esperado para t+1; afecta as decisões (em t) para os níveis de input, através de alterações do custo de oportunidade intertemporal; ξt+1 - representa a incerteza associada ao processo produtivo, resultante de uma alteração inesperada do produto. Problema de maximização (estocástico) de cada firma: Vt.F( kyt, nyt, dyt) – wt.nyt –qt.kyt –pt.dyt Vt - preço de mercado das acções( firmas vendem acções com base na produção futura, utilizando esse procedimento para adquirir os factores produtivos); wt; qt; pt - remunerações dos factores produtivos. Indústria de Serviços Financeiros Bem intermediário (serviços de transacção), que facilita a troca de bens e serviços através da redução do tempo e outros recursos que doutra forma seriam dispendidos em transacções no mercado. dt =H( ndt, kdt).λt - Rendimentos constantes á escala; - λt capta a inovação tecnológica nesta indústria; - Remunerações dos factores produtivos: wt; qt. Hipótese: a produção de serviços de transacção requer menos tempo do que a produção do bem de consumo-capital do sector de bens e serviços Agentes Privados Os agentes privados do modelo são consumidores, fornecedores de trabalho e bens de capital, compradores de serviços de transacção, e detentores de riqueza. O agente individual representativo assume-se que viva infinitamente, e tem a seguinte função utilidade intertemporal: Ut = Σj(o;∞).β.u( xt+j, ň-nt+j) β - factor constante de desconto de utilidade; u(…)- função utilidade que depende do consumo (xt+j) e do lazer (ň-nt+j); ň - número de horas disponível em cada período. A utilidade maximizada é dada pela medida Et*Ut, em que Et representa a expectativa racional, baseada em toda a informação disponível em t. Os agentes privados combinam tempo e serviços de transacção de forma a adquirirem bens de consumo e de investimento. Equilíbrio, preços e quantidades A análise de equilíbrio geral em modelos dinâmicos e estocásticos é uma tarefa difícil. A estratégia aqui utilizada passa por considerar um conjunto de hipóteses simplificadoras, de forma a obter certas correlações em equilíbrio geral. Variáveis de estado para determinado t: Yt- produto; (1-δ).kt-1 - depreciação do stock de capital; Φt - factor tecnológico que influencia em t, as oportunidades de transferência de recursos intertemporalmente; λt - factor tecnológico associado á produção de serviços de transacção. Vector de variáveis de decisão do agente: nyt - trabalho na indústria de bens finais; ndt - trabalho na indústria de serviços financeiros; nτt - trabalho/tempo necessário para actividades fora do mercado; dht - procura por serviços de transacção; dyt - quantidade de serviços de transacção usados na indústria de bens finais; kyt - capital na indústria de bens finais; kdt - capital na indústria de serviços financeiros. Hipóteses: 1. taxa de depreciação=100%; 2. λt=1 qualquer que seja t; implica que os agentes usam o tempo e compram serviços de transacção em proporções fixas; 3. Restringir a indústria de bens para consumo final de forma a empregar serviços financeiros de uma forma simétrica aos agentes privados. Da solução do problema resultam regras de decisão que são funções estacionárias das variáveis de estado: Yt; Φt. Importa aqui analisar as interacções entre a indústria de bens e serviços para consumo final e a indústria de serviços financeiros, para isso são empregues restrições (baseadas em preferências e possibilidades de produção) ás variáveis de decisão: 0‹ ∂kyt/∂Yt ‹1; ∂kyt/∂Φ t ≈0; ∂nyt/∂Yt>0; ∂nyt/∂Φ t>0 Uma vez definido o comportamento das quantidades, os preços de equilíbrio dos factores produtivos, taxas de juro e preços de acções, são imediatamente encontrados. M1 (“inside money”), Crédito e o Ciclo de negócios real No nosso modelo, uma correlação positiva entre a produção real, crédito e serviços de transacção advêm das decisões, de produção e consumo em equilíbrio, das firmas e dos agentes privados. Os padrões temporais destas variações dependem, contudo, da fonte de variação do produto real. Choques inesperados no produto (ξt) alteram as condições iniciais em que os agentes económicos baseiam os seus planos de consumo, investimento e horas de trabalho. Vejamos um aumento inesperado de riqueza (ξ >1), origina um investimento líquido superior, além disso o número de horas de trabalho também aumenta, de tal forma que o produto real cresce. Estes movimentos na indústria de bens e serviços induzem um aumento no volume de serviços de transacção procurados pelas firmas e agentes privados. Por último, as taxas de juro reais movem-se numa direcção contra-cíclica, uma vez que as possibilidades de distribuir riqueza ao longo do tempo estão sujeitas a rendimentos decrescentes (tempo é fixo). Importa aqui estabelecer uma relação entre serviços de transacção e depósitos, a hipótese considerada é de que o stock de depósitos (ydt) é proporcional ao fluxo de serviços de transacção, esta hipótese implica que o volume de M1 (depósitos), está positivamente correlacionado com o produto, com uma coincidência irregular ao longo do tempo. Contudo, pelo menos alguns episódios cíclicos, assentam em padrões temporais diferentes, estes podem ser vistos como resultado de mudanças no custo de oportunidade intertemporal para a economia como um todo. Choques deste tipo (Φ t) operam alterando as escolhas de consumo e lazer, entre presente e futuro, para um dado nível de riqueza nacional. Vejamos o caso de um choque superior à média (Φ t >1), origina um aumento das horas de trabalho com apenas uma pequena alteração no consumo e capital. O facto da produção de serviços de transacção requerer menos tempo que a produção do bem final, leva a uma expansão na quantidade desses serviços, e nos depósitos bancários. Consequentemente, movimentos nas horas de trabalho, taxas de juro, serviços/depósitos financeiros e crédito ocorrem antes da expansão do produto. Os autores prevêem que as fases iniciais das flutuações cíclicas incorporam uma combinação dos dois tipos de choques. Parte 2: Circulação, Depósitos e Preços - Análise da relação entre quantidade moeda em circulação, depósitos e preços com a introdução de um sistema bancário. É agora introduzido o conceito de uma injecção de moeda fiduciária em circulação por parte das autoridades governamentais, livre de qualquer custo. De modo a que essa moeda seja considerada um bem económico, e logo, que tenha um preço, é necessário que se encontre uma função procura que reflicta o seu valor para os agentes económicos (por simplificação assume-se que a procura de moeda é feita essencialmente pelos agentes privados). Esta moeda é vista como um substituto, não perfeito, dos serviços de transacção providenciados pelas instituições financeiras. Ora, os agentes privados podem optar por utilizar esse stock de moeda disponível (ct) e, por outro lado, adquirirem junto do sistema bancário uma certa quantidade de serviços financeiros (dht). Denomina-se neste modelo o total de transacções feitas no mercado por (yt). Estes agentes de modo a minimizarem os custos de transacção (nτt) vão escolher a melhor combinação entre as quantidades de ct, dht. Formulando: nτt = τ ( dht/yt, ct/yt). yt A procura de cada input é função de: um preço de utilização de moeda em circulação, Rt/(1+Rt); custo efectivo dos serviços financeiros, ^pt; custo de oportunidade do tempo, wt. Na formação desse preço de utilização de moeda entram dois pressupostos importantes: existe um mercado de títulos nominais remunerados à taxa Rt (taxa real (rt) + inflacção esperada (Eπt)); o retorno ganho pelos depositantes pode não igualar as taxas de mercado se queremos que os bancos tenham incentivo em receber depósitos. Na minimização do custo dos agentes privados podemos inferir em que sentido variam as suas decisões dadas as flutuações dos diferentes custos, se: - Rt(1+Rt) aumentar os agentes aumentam a sua preferência por depósitos (variação no sentido de aumentar dht); - ^pt e/ou wt aumentarem a propensão aos depósitos diminui. Analisemos agora as implicações de diferentes estruturas do sistema bancário no comportamento dos preços, depósitos e da moeda em circulação. Esta análise é feita no pressuposto de que as autoridades monetárias mantêm uma política de controlo sobre a oferta nominal nominal de moeda em que o stock de moeda (Ct=Pt.ct) é uma variável exógena. -Moeda e Preços: sector desregulado. Pressupõe-se aqui que os Bancos praticamente não possuem moeda, consequentemente o nível de preços será dado pela igualdade entre a oferta real de moeda e a procura real: Ct/Pt=F(Rt/(1+Rt),^pt, wt)yt «» Pt=Ct/ (F(Rt/(1+Rt), ^pt, wt) yt) Deste modo podemos verificar que os preços aumentam com uma variação positiva do stock de moeda disponível, ceteris paribus, tal como com um aumento na taxa de remuneração dos títulos nominais. Por outro lado o nível de preços diminui com uma variação positiva: no total de transacções feitas no mercado, no custo efectivo dos serviços financeiros e no custo de oportunidade do tempo. Num ambiente desregulado não há necessidade da intervenção do governo para fixar um determinado nível de preços. Os bancos apenas remuneram os depositantes cobrando uma taxa ^pt=pt, sendo este o único modo do sector financeiro influenciar o nível de preços. Esta perspectiva sugere que alterações na quantidade de moeda sejam neutrais, além de que, como já foi sugerido na primeira parte do texto, a quantidade de serviços de transacção e de depósitos sejam influenciados pela actividade económica real. Por outro lado aumentos sustentados na taxa de crescimento do stock de moeda podem ter efeitos reais: ↑ Eπt → ↑ R → ↓ procura de ct → ↑ dht → ↑ uso de recursos económicos → ↑ da dimensão do sector financeiro. Podendo-se aqui afirmar que, apesar de num sector desregulado a moeda ser neutral ainda não goza da superneutralidade. -Moeda e Preços: sector regulado. O impacto dos regulamentos impostos pelas autoridades ao sector bancário e a sua influência na determinação dos preços dependem essencialmente de dois factores: interacção da regulação bancária com a política de oferta de moeda do banco central; a medida em que as políticas do governo são contrariadas pelas escolhas dos agentes privados. Existem tipos de medidas que podem, ou não, desempenhar um papel importante na formação dos preços: - Regulação de carteiras de negócios: se as autoridades definirem os portfolios com que os bancos contrapõem os seus depósitos, os agentes irão ajustar as suas carteiras de negócios, redistribuindo a sua riqueza entre aplicações no sector bancário e outros gestores de portfolios. Não tendo qualquer impacto nas variáveis reais ou no preço. - Reservas mínimas legais: ao impor que os bancos detenham uma fracção do seu portfolio sob a forma de reservas, as autoridades asseguram que ^pt>pt. Ou seja, o custo efectivo dos serviços de transacção não será apenas uma taxa de utilização de recursos associados directamente ao serviço, mas também incorpora o custo de formação dessas reservas. Deste modo esta taxa “inflacionada” irá conduzir os agentes a aumentarem a procura por moeda em circulação e numa diminuição do sector bancário. O impacto deste mecanismo na determinação do nível de preços depende da política do banco central. (exemplo do texto em análise: se o banco central emitir moeda e a puser à disposição dos agentes (quantidade de moeda exógena sem qualquer tipo de relação com o sector bancário) o nível de preços será determinado da mesma forma como no sistema bancário sem regulação: procura real de moeda = oferta real de moeda. Outras políticas levadas a cabo pelo banco central também influenciam a definição de preços, tais como: - Controlo da base monetária (Reservas + Circulação). Uma política deste tipo implica que o nível de preços seja determinado no mercado, para esta quantidade nominal de moeda exógena. Por consequência os serviços de depósitos reais e a própria quantidade de depósitos serão neutrais a mudanças da base monetária. - O banco central pode escolher tornar a quantidade de reservas bancárias nominais exógenas e emitir moeda à procura. Neste caso o nível de preços será determinado no mercado das reservas, isto é, pela oferta nominal exógena de reservas e a procura total de serviços de depósitos. O Ciclo de Negócios Real e o Nível de Preços A variação do nível de preços em reposta aos dois choques aleatórios (Φt e ξt) envolve dois importantes factores. Primeiro, existe o impacto do movimento do produto real na procura por “outside money”. Segundo, existe o impacto da taxa de juro nominal na procura por “outside money”. Como a variação de nível de preços depende da política monetária, é analisado o caso de um sector bancário regulado com a hipótese na qual o banco central acaba por estabelecer como exógena a base monetária. Assim um inesperado aumento inesperado superior à média de qualquer um destes choques resulta numa igualmente inesperada possibilidade de o nível preços ser contra-cíclico, pondo em causa a regularidade empírica de preços pró-cíclicos, e consequentemente obrigar a uma rejeição da TCR. Contudo, tal pode ser contrariado por: uma política monetária que se encontra contemplada no modelo e uma resposta positiva desta à evolução da actividade económica suficiente para gerar movimentos pró-cíclicos dos preços; ou da consideração de uma estrutura tecnológica alternativa. Análise Empírica do Modelo Descrito teórica e analiticamente o modelo de ciclos económicos, simplístico e real na sua origem, a consequente e lógica investigação empírica revela a capacidade de providenciar uma coerente relação entre moeda, inflação e actividade económica. Não deixando de ser pertinente destacar o facto de que, alternativamente a Lucas (1973) e Fischer 1977), a indústria financeira e respectiva regulação se encontrar inserida no modelo. Assim, e apesar disso, o trabalho estatístico e econométrico realizado comprova algumas das principais correlações avançadas e esperadas entre as diversas variáveis em questão. Primeiro, a mais importante conclusão é que é realmente com os depósitos bancários reais (M1) que a actividade económica real principalmente se correlaciona, inferindo-se aqui a existência duma causalidade reversa entre produto e moeda. No entanto, existe um ponto que permanece em questão, que é o de haver uma correlação positiva ainda que pequena entre a evolução do produto real e do agregado monetário M0 (“outside money”), a qual pode ter uma explicação prevista pelo modelo, ou então uma outra sugerindo a possibilidade da não super-neutralidade da moeda. Uma outra importante confirmação é referente à inflação, à qual é associada uma forte dependência em relação à base monetária e igualmente, mas menos e inversamente, com a actividade económica real. Outras variáveis existentes na equação do nível de preços descrita pelo modelo também vêem comprovadas a sua significância e direcção, nomeadamente os salários reais, reservas mínimas legais e taxa de juro real. Contudo, uma importante premissa do modelo, os custos de transacção dos serviços bancários e designadamente a sua proxy (custos directos dos depósitos bancários) produz resultados não totalmente em consonância com os avançados pelo modelo. Pistas de investigação Algumas pistas de desenvolvimento podem emergir de críticas em relação a pressupostos base, nomeadamente as fundações microeconómicas em que assentam os modelos de ciclos económicos reais. A primeira crítica tem a ver com a consideração da hipótese de se assumirem agentes representativos para agregar um conjunto vasto, heterogéneo e complexo, de decisões individuais. A segunda é a interpretação fundamentalista dos pressupostos de concorrência perfeita e escoamento de stocks nos mercados. A resposta pode passar por uma evolução semelhante à microeconómica, com a utilização da teoria dos jogos para representar o comportamento estratégico dos agentes, e pela consideração de modelos de mercados imperfeitos e de informação assimétrica. De forma a obter uma aproximação à realidade. No que diz respeito a este modelo em concreto, seria interessante verificar as conclusões retiradas de uma análise dos efeitos da aplicação de outras políticas monetárias, como operações de mercado aberto e taxas de redesconto, sendo estes os instrumentos mais utilizados hoje em dia na política do banco central. Conclusão Apesar dum trabalho empírico simplista, chega-se a duas conclusões principais. Primeiro que muita da correlação existente entre a actividade económica e moeda dá-se com o “inside money” (M1), sendo que a inflação resulta principalmente de variações de moeda fiduciária (“outside money”) e variações na actividade real. Segundo, e numa apreciação final, é opinião do próprio Charles L. Plosser (1989) que a importância da moeda para TCR ainda é uma questão em aberto, sugerindo que o seu trabalho de investigação, apesar de inovador, não consegue totalmente explicar o papel da moeda nos ciclos económicos reais e que mais trabalho de pesquisa será necessário, designadamente na distinção entre “inside” e “outside money” assim como na consideração de políticas monetárias alternativas. Bibliografia Hoover, Kevin D. (ed.) (1992), “Introduction”, The new classical macroeconomics I, pp. 11-23. Edward Elgar Publishing; Kydland, Finn E. and Edward C. Prescott. 1982. “Time to Build and Aggregate Fluctuations.” Econometrica, 50, 1345-70; Lucas, Robert E., Jr. 1977. “Understanding Business Cycles.” Carnegie-Rochester Conference Series on Public Policy, 1, 19-46; Plosser, Charles I. 1989. “Understanding real business cycles.” Journal of Economic Perspectives, 3, 51-77; Nelson, Charles and Plosser, Charles, “Trends and Random Walks in Macroeconomic Time Series: Some Evidence and Implications,” Journal of Monetary Economics, September 1982, 10, 139-62