A importância das associações de fármacos no tratamento da

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Programa Sentinelas em Ação
10 Agosto de 2010
A importância das associações de
fármacos no tratamento da hipertensão
arterial.
CARLOS ALBERTO MACHADO
LIGA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL DO BELÉ
BELÉM - SP
AMBULATÓ
AMBULATÓRIO MÉ
MÉDICO DE ESPECIALIDADES MARIA ZÉ
ZÉLIA
DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
Fisiopatogenia da Hipertensão Arterial
α2
-
+
β
Noradrenalina
NTS
Baroreceptores
Vago
-
CVM
α1
α2
+ SNS SNS
+
RPT
Aldosterona
Retenção
Na+ / Volume
Fluxo Renal
PA = DC x RPT
Endotélio
Vasoconstritores
AII (RAT1 )
ET, TBx
ECA
Vasodilatadores
NO, BK, PGI2
Angio I
AII (RAT2 )
Renina
Angiotensinogênio
Angio II
(Fígado)
Fernando Almeida, PUCPUC-SP
Dados mundiais: mortes por grupos de causas - 2000
Total de mortes: 55.694.000
Causas externas
Doenças não
transmissíveis
Doenças transmissíveis,
mortalidade materna, perinatal
e deficiências nutricionais
WHO, World Health Report 2001
Mortes por grupos de causas OMS - Regiões - 2000
75
50
%
25
0
AFR
Doenças não
transmissíveis
EMR
SEAR
Causas
externas
WPR
AMR
EUR
Doenças transm., mortal.
materna, perinatal e
deficiências nutricionais
WHO, World Health Report 2001
Principais causas de mortes no mundo - 2005
Total de mortes/todas as idades: 58 milhões
Doenças transmissíveis ,
mortalidade materna,
perinatal e deficiências
nutricionais
Doenças cardiovasculares
Causas externas
Câncer
Outras doenças crônicas
D. Respiratórias crônicas
Diabetes
WHO. Preventing Chronic Diseases. 2005
Mortalidade proporcional por grupos de causas
Brasil - 2006
FONTE: SIM/DATASUS/MS
Mortalidade Doença Cardiovascular - 2007
Número de óbitos DCV: 308.466
Outras
doenças
cardíacas
Doença
cerebrovascular
2007
Outras formas de
doença aterosclerotica
Febre
Reumática
Doença
isquêmica do
coração
Doença Cardíacas
não classificadas
3,9%
0,5%
Doença
hipertensiva
0,7%
12,8%
31,4%
30,0%
20,7%
FONTE: SIM/DATASUS/MS - 2009
Deaths attributed to 19 leading factors, by country income level, 2004
Health Statistics and Informatics
Hipertensão Arterial no Brasil
Prevalência de 36%
Fonte: www.sbh.org.br – V DBHA - 2006
N Engl J Med 2009;361:878-87.
ee
ncc
iaan
plli
mp
m
CCoo
Adesão
a
cciia
êênn
acc
plla
mp
m
CCoo
Ob
O
bss
eerr
vvââ
nncc
iiaa
Adherence
Adherence
Ad
A
dee
rrêê
nncc
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O grande desafio: Adesão ao tratamento
Mion Jr. D. HC-FMUSP
Adesão: Fenômeno Multidimensional
Sistemas de
saúde/equipes de
saúde
Fatores
relacionados à
doença
Fatores socioeconômicos
Fatores relacionados
à terapêutica
Fatores
relacionados ao
paciente
HCT, Health-care team ; Adherence to Long - Term Therapies - Evidence for action - World Health Organization - 2003
Influência do tratamento
Não mudar esquema terapêutico melhora adesão
% de mudança no esquema
terapêutico
100
80
Mais que uma mudança
60
Uma mudança
Nenhuma mudança
40
p<0,001
20
0
Aderentes
(n=150)
versus
Não aderentes
(n=850)
N=1000; Grécia
Yiannakopoulou EC, et al. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil 2005; 12:243-249.
Mortalidade e adesão ao tratamento
40
N=1011
Adesão
0-33% (n=81)
Mortalidade (%)
34-66% (n=159)
30
67-99% (n=262)
100% (n=509)
20
10
0
0
5
10
15
20
25
30
Tempo (meses)
Mion Jr. D. HC-FMUSP
Wu JYF et al. BMJ 2006; 333(7567)
Controle da pressão arterial - Mundo
<160/95 mm Hg
<140/90 mm Hg
34%
EUA
16%
Canadá
1
4
6%
20,5%
Finlândia
Espanha
3
3
22,5%
17,5%
19%
20%
9%
Austrália
3
2,5%Rep.
Democ.
Congo
Inglaterra
2
Alemanha
3
Escócia
3
Índia
3
3
> 65 anos
1JNC VI. Arch Intern Med 1997;157:2413
2Colhoun et al. J Hypertens 1998;16:747
3Marques-Vidal et al. J Hum Hypertens 1997;11:213
4Joffres et al., Am J Hypertension 1997; 10: 1097
Adaptado G Mancia
Estudos nacionais sobre controle de PA
Prevalência
Amostra
Controlados
16,1% (160/95)
Conv. exército
(1773 (homens)
1,2%
100%
Hipertensos
574 ambul. conven
23%
Costa EA
RJ
11,9% (160/95)
4568 populacional
2,5%
Trindade
Passo Fundo/RS
21,5% (160/95)
206 populacional
11,6%
Achutti A et al
P.Alegre/RS
13%
Populacional
3,5%
Cordeiro BR
Paraná
43%
Funcion. Hosp. Univ
Do Norte do Paraná-356
35%
Autor
Mancilha J et al
1983/RJ
Giorgi, Mion et al
1985/SP
Conhecimento, Controle e Tratamento
Indiv
íduos adultos
Indivíduos
50,8% sabiam ser hipertensos
40,5% estavam em tratamento
10,4% tinham PA controlada
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev Bras Hipert vol. 13(4): 256-312, 2006
A redução da PAS em 2 mmHg
redução do risco de eventos CV
Meta-análise de 61 estudos prospectivos
Um milhão de adultos
12,5 milhões de pessoas/ano
A redução
de 2mmHg
na PAS
média
Lewington S. et al. Lancet 2002; 360: 1903-1913
Efeitos estimados da redução de 3 mmHg
na PAD na pop. média
Hemisfério ocidental
Hemisfério oriental
9 estudos de coorte
n= 420.000
18 estudos de coorte
n= 124.774
22%
AVC
29%
13%
DAC
17%
Estimado a partir de: MacMahon et al. Lancet 1990;335:765
Eastern Stroke and Coronary Heart Disease Collaborative Research Group Lancet 1998;352:1801
Estratificação do risco cardiovascular global: risco adicional
atribuído à classificação de hipertensão arterial de acordo com
fatores de risco, lesões de órgãos-alvo e condições clínicas
associadas:
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Rev Hipertens. Volume 13, Número 1, 2010.
Fluxograma Tratamento da Hipertensão Arterial
Hipertensão Arterial
Estágio 1
Risco CV baixo e moderado
Hipertensão Arterial
Estágio 1
Risco CV alto e muito alto
Monoterapia
Todas as classes de
anti-hipertensivos, com exceção dos
vasodilatadores diretos.
Combinações
Dois anti-hipertensivos de classes
De classes diferentes e em baixas doses.
Resposta inadequada ou eventos adversos não toleráveis
Aumentar a dose
da monoterapia
Trocar a
monoterapia
Acrescentar o
2º fármaco
Aumentar a dose
da combinação
Trocar a
combinação
Acrescentar o
3º fármaco
Resposta inadequada
Acrescentar outros anti-hipertensivos
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Rev Bras Hipertens vol.17(1):18-21, 2010.
Racional para o uso de Associações de Fármacos
Atingir as metas pressóricas em pacientes
hipertensos diminui significativamente os desfechos
cardiovasculares
Cerca de 2/3 dos portadores de hipertensão arterial
necessitam de terapia antihipertensiva combinada
para se atingir as metas pressóricas (American
Society of Hypertension Position Statement)
Estudos clínicos internacionais – ineficácia da
monoterapia no controle da pressão e 58% dos
pacientes em média necessitaram associação
Racional para o uso de Associações de Fármacos
O controle inadequado da pressão arterial é
possivelmente o fator de maior impacto sobre a alta
prevalência de complicações clínicas da
hipertensão arterial
No Brasil e no mundo as taxas de controle da
hipertensão são muito baixas
Causas da dificuldade no controle adequado da
pressão: uso inadequado da medicação antihipertensiva pelo paciente, insistência do médico
em usar monoterapia, uso de associações não
sinérgicas, efeitos adversos.
Vantagens da combinação medicamentosa
Aumento da eficácia antihipertensiva como resultado da
combinação de medicamentos com diferentes mecanismos
de ação.
Menor incidência de efeitos adversos devido ao uso de
doses menores e possíveis respostas compensatórias.
Otimização da adesão ao tratamento pela simplificação do
tratamento e conveniência do uso dos medicamentos nas
combinações com doses fixas baixas dos fármacos.
Iniciar o tratamento com a combinação de duas
medicações pode propiciar a obtenção das metas de
pressão arterial mais precocemente do que com
monoterapia.
Aumentar o efeito antihipertensivo em populações
específicas.
Ensaios Clínicos: Percentual de Pacientes com
Associação de Antihipertensivos
VA
HDFP
ANBP 1
MRC 1
I PPPSH
MAPHY
HAPPY
EWPHE
COOPE
STOP 1
SHEP
MRC 2
SYST-EUR
HOT
S-CHINA
STOP 2
INSIGHT
NORDIL
IDNT
RENAAL
LIFE
ANBP 2
ALLHAT
100
47
33
34
46
70
49
35
93
45
41
66
51
68
66
47
31
Média: 58 %
52
87
34
0
20
92
90
64
40
60
80
%
100
Nº de fármacos necessárias para atingir-se META em grandes estudos
nº requerido de fármacos
PA alvo
1
2
PAD < 85
UKPDS
PAD < 75
ABCD
PAM < 92
MDRD
PAD < 80
HOT
PAM < 92
AASK
PAS/PAD < 135/80
IDNT
3
4
Santello JL; Rev Bras Hipertens, vol 9(3): 273-279 07-09 2002
Perfil ideal das Associações de Medicações Anti-Hipertensivas
Usar associação com doses baixas de cada
componente
Combinar agentes que tenham diferentes mecanismos
de ação ou que bloqueiem efetivamente as respostas
contra-regulatórias.
Não combinar medicamentos de mesma classe
terapêutica, exceto em raras exceções.
As combinações devem ter compatibilidade
farmacocinética
Quando Indicar Terapêutica Combinada?
Pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular
Diabéticos
Portadores de doença renal crônica (DRC), mesmo
que em estágios precoces
Na prevenção primária e secundária de acidente
vascular encefálico
Pacientes com hipertensão em estágios 2 e 3 e para
aqueles com hipertensão estágio 1, mas com risco
cardiovascular alto ou muito alto
Monoterapia X Associação
Efeitos do controle da PA na redução de
eventos CV metanálise de 354 estudos
Redu
ção atingida
Redução
1 agente
2 agentes
3 agentes
PAS (mmHg)
6,7 ( 6,1-7,2)
13,3 (12,4-14,1)
19,9 (18,5-21,3)
PAD (mmHg)
3,7 (3,1-4,3)
7,3 (6,2-8,3)
10,7 (9,1-12,4)
Redução AVC
29% (26-31)
49% (42-55)
63% (55-70)
Redução DAC
19% (17-21)
34% (29-40)
46% (39-53)
Law MR et al. BMJ. 2003, 326: 1427-34.
Sinergismos nas Associações
Associações de Fármacos
Diurético
ß-Bloqueadores
α -Bloqueadores
BRA
BCC
Associações Sinérgicas
Associações Não Sinérgicas IECA
European Society of Cardiology Guidelines for the Management of Arterial hypertension- J Hypert. 2007; 25:1105-1187.
American Society of Hypertension – Position Article
Combination therapy in hypertension
Gradman AH, Basile JN, Carter BL, Bakris GL. et al. ASH Position Article Combination therapy in hypertension. J Am Soc Hypertens 2010;4(1):42–50.
American Society of Hypertension – Position Article
Combination therapy in hypertension
Gradman AH, Basile JN, Carter BL, Bakris GL. et al. ASH Position Article Combination therapy in hypertension. J Am Soc Hypertens 2010;4(1):42–50.
Associações reconhecidas como eficazes
PREFERENCIAIS
Diuréticos com inibidores da ECA
Diuréticos com bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II
Bloqueadores dos canais de cálcio com inibidores da ECA
Bloqueadores dos canais de cálcio com bloqueadores do receptor
AT1
Diuréticos com outros diuréticos de diferentes mecanismos de ação
ACEITÁVEIS
Diuréticos com betabloqueadores
Diuréticos com inibidores direto da renina
Diuréticos com bloqueadores dos canais de cálcio
Bloqueadores dos canais de cálcio com betabloqueadores
Simpatolíticos de ação central com diuréticos
Gradman AH, Basile JN, Carter BL, Bakris GL. et al. ASH Position Article Combination therapy in hypertension. J Am Soc Hypertens 2010;4(1):42–50.
Associações reconhecidas como menos eficazes
Inibidores da ECA com Bloqueadores dos
receptores AT1 da angiotensina II
Inibidores da ECA com betabloqueadores
Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II
com betabloqueadores
Bloqueadores dos canais de cálcio não
dihidropiridínicos com betabloqueadores
Simpatolíticos de ação central com
betabloqueadores
Gradman AH, Basile JN, Carter BL, Bakris GL. et al. ASH Position Article Combination therapy in hypertension. J Am Soc Hypertens 2010;4(1):42–50.
“Uma das obrigações
primordiais do médico é
instruir o paciente e não
apenas tratá-lo com
medicamentos”
William Osler (1849-1919)
MAKSOUD PLAZA HOTEL –
Alameda Campinas, 150
Muito obrigado!
Carlos Alberto Machado
[email protected]
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