XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE – MG E SUA ASSOCIAÇÃO COM A TOPOGRAFIA LOCAL Jorge Luiz B. Moreira 5o. Distrito de Meteorologia – INMET [email protected] Magda Luzimar de Abreu Departamento de Geografia – UFMG [email protected] ABSTRACT The urban area of Belo Horizonte, Minas Gerais state capital, Brazil, experiences floods due to intense rains during the wet season. Its relief is characterized by hills oriented east-west and northeast-southwest. The authors believe that the rain spatial distribution pattern over Belo Horizonte and its urban area is related to the association between the local topography and large and regional scale phenomena such as frontal systems, convective instability and the South Atlantic Convergence Zone. 1 - INTRODUÇÃO Dentre todos os elementos do clima que afetam Minas Gerais, a chuva é sem dúvida aquele que mais prejuízos causa, tanto material quanto em perda de vidas, quando cai de forma contínua e intensa sobre uma região densamente habitada. A variação sazonal dos índices de precipitação tem, portanto influência nas tomadas de decisão concernentes ao planejamento urbano, nas atividades de recreação/turismo, na engenharia civil, nos meios de transporte de massa e na distribuição e geração de energia elétrica. Eventos extremos de precipitação sobre ou próximo a grandes aglomerados urbanos provocam, muitas vezes, enchentes que são a inundação das várzeas no momento em que a vazão suplanta a capacidade de escoamento do canal natural de drenagem. Nas cidades a ocupação do solo e as modificações efetuadas nas bacias de drenagem contribuem para o agravamento dessa situação. Todavia, se não é possível controlar o clima, pode-se estudá-lo, conhecendo de que maneira os resultados de sua variabilidade afetarão as atividades e expectativas da sociedade (Organização Meteorológica Mundial - OMM, 1997). A ocorrência de chuvas intensas e as subseqüentes cheias na bacia hidrográfica que corta Belo Horizonte e seu entorno, durante o período chuvoso anual, são características da intensa urbanização típicas das Regiões Metropolitanas brasileiras. Essa condição motiva esse trabalho uma vez que chuvas intensas sobre áreas urbanas podem estar relacionadas a vários fatores: aquecimento urbano (Atkinson, 1977) e transporte de umidade, entre outros. Em regiões de topografia acidentada, como no caso de Belo Horizonte, o relevo ganha grande importância e a compreensão das relações entre o relevo, a distribuição espacial das chuvas e os sistemas atmosféricos contribuirá para o melhor entendimento do comportamento das chuvas sobre a capital de Minas Gerais. Belo Horizonte ocupa uma área da Bacia do Rio das Velhas, no trecho em que o conjunto montanhoso do Espinhaço vem juntar-se à Depressão Sanfranciscana. Está delimitada ao sul pelo município de Nova Lima, a sudoeste pelo município de Ibirité, a oeste-sudoeste pelo município de Betim, a oeste por Contagem, a nordeste por Ribeirão das Neves, a norte por Vespasiano a leste por Sabará e a nordeste por Santa Luzia. A quase totalidade do sítio urbano ocupa uma área dominada por relevo de colinas poli-convexas, separadas por amplos vales que, freqüentemente colmatados1, constituíram fundos chatos, favoráveis a ocupação humana. Essa área é conhecida como Depressão de Belo Horizonte (Xavier et al., 1996). 1 Colmatados: de colmatagem, processo de enchimento ou atulhamento realizado pelo homem ou pela natureza em zonas deprimidas. 277 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 Estudos sobre a climatologia da capital mineira indicam que 88% do total anual de precipitação em Belo Horizonte concentram-se nos meses de outubro a março, ficando os restantes 12% distribuídos entre abril e setembro (Abreu et al., 1998; Lucio et. al., 1998). Esta condição indica a existência de duas estações bem definidas, uma chuvosa e outra seca, separadas por meses de transição climática. Esta situação foi observada por Kousky (1988) que determinou o início da estação chuvosa no Sudeste do Brasil entre os meses de setembro e outubro terminando em abril, utilizando sensores de satélites meteorológicos através da Radiação de Onda Longa Emergente (ROLE). Tais resultados concordam também com os obtidos por Paiva et al. (1996) para Minas Gerais utilizando dados pluviométricos. Durante a estação chuvosa a precipitação resulta de processos convectivos, sistemas frontais estacionários e a interação entre esses dois fenômenos meteorológicos conhecida como Zona de Convergência do Atlântico Sul – ZCAS. Outra característica da estação chuvosa é a presença de períodos secos ou “veranicos”. Costa et al. (1995) encontraram uma concentração dos “veranicos” em Belo Horizonte durante os meses de Janeiro e Fevereiro, variando entre 10 e 25 dias, resultante da possível influência do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul próximo ao litoral da região sudeste do Brasil neste período do ano. Apesar dos estudos existentes sobre o clima de Belo Horizonte, eles não abordam os efeitos da presença da topografia acentuada na região. Esse trabalho se propõe a entender o padrão da distribuição espacial da precipitação em Belo Horizonte e sua possível relação com a topografia local. Não serão consideradas possíveis forçantes originadas da ação antrópica. Os objetivos específicos são: 1) identificar as áreas de Belo Horizonte e seu entorno sujeitas a elevados totais de precipitação; 2) investigar os aspectos de escala local, principalmente associados à topografia, e aos sistemas de larga escala, que possam ser determinantes na espacialidade das chuvas. 2 – METODOLOGIA Para o estudo aqui apresentado foram analisados dados de precipitação de Belo Horizonte e de vários dos municípios pertencentes à Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH, totalizando 15 estações. Dessas apenas a do 5o. Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia apresenta outras variáveis entre as quais analisou-se a direção do vento. As outras 14 estações são da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. A seleção das estações respeitou o critério de maior série disponível dentro do período compreendido entre setembro e abril, início e fim da estação chuvosa, de 1971 a 2000. Devido às diferenças nas metodologias adotadas entre os diferentes órgãos quanto à disponibilidade de pessoal para a coleta das informações, não foi possível obter uma seqüência de 30 anos ininterruptos como seria desejável em se tratando de dados pluviométricos. As séries foram então construídas com um período médio de 26 anos. A figura 1 (as figuras se encontram no final do artigo) apresenta uma imagem do satélite Landsat 7 contendo a região de estudo e a sobreposição de sua a divisão municipal. A topografia da região destaca a Serra do Curral orientada no sentido nordeste-sudoeste. A altitude da região varia aproximadamente entre 665 m no município de Santa Luzia e 1665 m em Rio Acima. Uma variação altimétrica de 1000 m que se acredita influencia significativamente na espacialidade das chuvas. Foram construídas séries médias mensais, representadas graficamente utilizando o software Surfer2. Para diagnosticar como a topografia sinaliza o comportamento das chuvas sobre a região a série de dados diários de precipitação por estação, foi dividida em classes de precipitação (0-1; 1-10; 10-20; 20-30; 30-40; 40-50 e > 50mm em 24 horas) e elaboradas séries de dois transectos, norte-sul e leste-oeste, na tentativa de estabelecer o comportamento das diferentes classes de precipitação em estações localizadas na serra ou próximas dela (transecto leste-oeste) e aquelas mais afastadas que supostamente não estariam sujeitas à influência direta do fator topográfico (transecto norte-sul). Alguns estudos de casos foram feitos objetivando entender o papel da direção dos ventos como indicador da gênese das chuvas e da relação entre a espacialização da precipitação e a topografia. Estes dados foram organizados em diagramas, tipo radar, que possibilitam verificar o comportamento anômalo do parâmetro vento durante o período analisado. Ao mesmo tempo foi efetuado o levantamento dos fenômenos climáticos que poderiam ter levado a este comportamento no campo do vento sobre a região para entender melhor o papel de fenômenos de grande escala sobre o clima local, no que se refere à precipitação. 2 O método de interpolação adotado foi o de Kriging, que dentre todos os disponíveis na versão 7.0 do Surfer, melhor representou a distribuição do parâmetro chuva. 278 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 3- RESULTADOS 3.1- Distribuição espacial das chuvas A distribuição espacial dos totais mensais de precipitação entre setembro e abril na região de Belo Horizonte e seu entorno pode ser observada nos gráficos da figura 2. Durante o mês de setembro os totais médios de precipitação na região variam entre 43 mm no norte da RMBH, no município de Pedro Leopoldo até pouco acima de 57 mm em Ibirité, próximo à encosta da Serra do Curral. As chuvas neste mês são normalmente provocadas por convecção relacionada ao aquecimento das camadas superficiais da atmosfera e seu baixo volume é reflexo da pouca umidade característica dos meses de inverno nestas latitudes. No mês de outubro, considerado como aquele em que se inicia a estação chuvosa, o volume de precipitação sobre a área estudada intensifica, variando entre 98 mm, nos municípios de Lagoa Santa e Mateus Leme, e acima de 140 mm na área de Ibirité com um máximo estendendo-se em direção ao município de Nova Lima e Rio Acima (ao longo da Serra). Durante os meses de novembro, dezembro e janeiro, trimestre mais chuvoso, a espacialidade da precipitação demonstra um claro alinhamento do máximo de precipitação com a região da Serra do Curral compreendido entre o município de Ibirité, Belo Horizonte e Nova Lima. Essa situação também coincide com o período associado à maior atividade dos sistemas atmosféricos de larga escala (ZCAS) sobre a região (Abreu, 1998; Abreu et. al, 1998), sugerindo que a topografia funciona como sintonia fina, alinhando a precipitação originada da ZCAS. Em fevereiro ocorre uma sensível diminuição no volume de precipitação, provocado pela ocorrência de veranicos (Costa et. al., 1995). Apesar da redução das chuvas ainda se mantêm o alinhamento dos máximos totais de precipitação com a Serra do Curral. No mês de março acontece um aumento das chuvas na região mas com uma diferença em relação aos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, ou seja, o eixo do máximo de precipitação não está alinhado sobre, nem paralelamente à Serra do Curral e sim perpendicularmente a ela, possivelmente devido ao efeito da migração de linhas de instabilidade no sentido noroeste-sudeste sobre a região. O mês de abril apresenta na sua distribuição do campo de precipitação, alguma semelhança com o mês de outubro diferenciando-se daquele mês em relação ao maior volume de precipitação registrada. Este fato pode ser atribuído ao alto valor da umidade neste mês devido à disponibilidade de vapor gerada pelas chuvas nos meses anteriores. Além disso as temperaturas ainda favorecem a ocorrência de convecções ao longo da Serra do Curral. 3.2 – Efeito da topografia sobre a distribuição das chuvas Para esclarecer o papel da topografia na distribuição espacial e temporal das chuvas, foi feita a análise das freqüências do número de dias de chuva ocorridos nos diversos meses de estudo, classificando as chuvas por classes de precipitação conforme a tabela 1. TABELA 1 CLASSIFICAÇÃO DAS CHUVAS EM NA RMBH Classe de precipitação 0-1 mm 1-10 mm 10-20 mm 20-30 mm 30-40 mm 40-50 mm > 50 mm Tipo de precipitação Chuvisco Chuva fraca Chuva moderada Chuva moderada a forte Chuva forte Chuva muito forte Chuva extremamente forte No eixo perpendicular a Serra do Curral, no sentido norte-sul, foram analisadas as estações de Pedro Leopoldo, Belo Horizonte e Rio do Peixe, localizadas respectivamente a 698, 915 e 1097 m de altitude em relação ao nível médio do mar. No mês de setembro 60% dos dias de chuvas ocorridas em Pedro Leopoldo (mais a norte e distante da serra) 279 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 registraram precipitação da classe 1-10 mm diários enquanto que esta classe corresponde apenas a 40% das chuvas em Belo Horizonte e Rio do Peixe. O mesmo comportamento é observado para a categoria de chuvas mais intensas superiores a 50 mm diários (figura 3). Entre outubro e janeiro as estações de Belo Horizonte e Rio do Peixe apresentam maior interação entre a serra e a intensidade das chuvas, principalmente no que se refere a chuvas mais intensas (acima de 30 e 50 mm) conforme exemplificado na figura 4 que ilustra o resultado de janeiro. As chuvas em fevereiro retornam ao comportamento no qual em várias classes de precipitação a influência do efeito topográfico não é tão determinante, uma vez que em diversas classes de precipitação a estação de Pedro Leopoldo tem freqüência de dias de chuva intensa igual, ou superior, aos das estações localizadas na Serra do Curral ou próximas dela. Em março a influência da topografia volta a se manifestar tanto na ocorrência de chuvas fracas quanto nas chuvas extremamente fortes. Finalmente em abril novamente não há um claro predomínio do efeito topográfico sobre as diferentes classes de precipitação com exceção apenas da classe entre 20 e 30 mm diários na qual a estação de Rio do Peixe possui uma freqüência bem superior às demais (figuras não apresentadas). 3.3 – Estudo do comportamento anômalo da distribuição espacial das chuvas A análise da direção predominante do vento à superfície (10 m) no período de estudo demonstrou que predominam na região ventos de leste e nordeste. Assim, concluiu-se que a análise mensal da direção dos ventos na região de estudo não permite uma avaliação da influência do escoamento no tipo de chuvas. Esse resultado decorre do fato de Belo Horizonte estar localizada em uma área tropical, sob a influência do Anticiclone subtropical, durante todo o ano. Por esta razão foi realizada uma análise interanual da série de direção dos ventos objetivando investigar casos anômalos e relaciona-los com possíveis anomalias de chuvas. A figura 5 apresenta o resultado da análise para novembro de 1983, ano de ocorrência do evento El Niño, quando a direção predominante dos ventos foi de sudoeste. Essa situação provocou fortes chuvas e um acentuado núcleo de precipitação em Juatuba (região mais a oeste da área de estudo) fazendo com que a distribuição espacial das chuvas não configurasse o eixo de máxima precipitação sobre a Serra do Curral. Outro exemplo foi observado quando a direção dos ventos em dezembro de 1987 foi de norte, provocando uma configuração no campo de precipitação bastante semelhante à climatologia do mês, porém com valores de precipitação acima dos registrados na média desse mês. Tal fato pode ter sido provocado pelo transporte de umidade para a região que, ascendendo a Serra do Curral, provocou a intensificação das chuvas sobre a região de topografia mais elevada. O mesmo ocorreu em janeiro de 1994 quando o vento predominando de norte manteve a distribuição média das chuvas muito acima do esperado para este mês. Um exemplo de como a variação dos ventos altera a distribuição espacial da precipitação durante o mês de fevereiro foi observado no ano de 1989 quando a direção predominou também de norte ocasionando um máximo de precipitação sobe os municípios de Nova Lima, Brumadinho, Ibirité e Belo Horizonte, próximos à serra. Da mesma forma que nos eventos de dezembro de 1987 e janeiro de 1994 as chuvas acumuladas superaram em muito a média climatológica do mês. Registrou-se nesse ano, 1989, um dos eventos ZCAS mais intensos já observados, tendo provocado intensas chuvas na região sudeste e secas na região sul do Brasil. (Quadro e Abreu, 1994) (esses exemplos não estão ilustrados nesse trabalho) Concluiu-se que ventos com componentes de norte ou oeste causam precipitações mais intensas que as esperadas. 4 – CONCLUSÃO Este trabalho investigou a espacialidade das chuvas durante os meses de setembro a abril, período da estação chuvosa na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e sua relação com a topografia local. Uma dificuldade encontrada foi a pouca densidade de estações climatológicas com medida de direção e velocidade dos ventos e de um maior número de estações pluviométricas com uma série de dados suficientemente longa para permitir um maior detalhamento da região estudada. Porém as análises realizadas sobre a base de dados obtidos das estações selecionadas foram suficientes para atingir os objetivos inicialmente propostos. Concluiu-se com relação à climatologia que em setembro as chuvas concentram-se sobre a porção sul da área estudada, mas com valores muito pequenos, indicando o fator topográfico como principal causador dessas chuvas uma vez que o início da estação chuvosa na área só ocorre no mês seguinte. Em outubro, com a elevação dos totais de precipitação, o eixo dos valores máximos é observado sobre a região de topografia mais elevada, localizada nos municípios de Ibirité, Nova Lima e parte sul de Belo Horizonte. Esse resulta sugere que a topografia, aliada à elevação 280 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 das temperaturas, seja o principal causador de chuvas (orográficas), somado ao fato de que neste mês a massa de ar equatorial começa a migrar em direção ao sudeste do Brasil dando origem à formação de linhas de instabilidade sobre a região estudada. A partir do mês de novembro e durante os meses de dezembro e janeiro a Serra do Curral, atua nitidamente como uma forma de “ancora” sobre os maiores totais de precipitação, indicando seu papel de sintonia fina para os processos frontais e convectivos, bem como suas interações (ZCAS). Em fevereiro a influência da serra ainda se faz notar mas com menor intensidade devido à diminuição dos totais de precipitação nesta época do ano provocado pela aproximação do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul do continente, favorecendo assim a ocorrência de veranicos na região. Em março, fim da estação chuvosa na região, a diminuição das chuvas apresenta uma desarticulação entre a região de topografia mais elevada e o máximo de precipitação visto que o eixo dos maiores totais corta transversalmente a Serra do Curral. Em abril a distribuição do campo de precipitação se assemelha a de setembro, porém registrando maiores totais de chuva devido à presença de maior quantidade de umidade disponível ao final da estação chuvosa. A análise das anomalias na direção dos ventos permitiu observar que eventos de chuvas intensas estão relacionados ao escoamento com componentes de norte e oeste. Eventos como a La Niña de 1988/1989 quando ocorreu forte intensificação da ZCAS (Quadro e Abreu, 1994) e os fenômenos El Niño de 1983 e 1987 ocorreram nessas situações de chuvas extremas, sugerindo que a região foi influenciada por eles. A topografia nesses episódios atuou como âncora, alinhando as chuvas ao longo da Serra do Curral, exceto em 1983 quando o máximo de precipitação ocorreu em Juatuba, a oeste da serra. Finalmente recomenda-se que estudos futuros3 utilizem séries diárias de vento, precipitação e umidade do ar objetivando aprofundar o entendimento entre a relação dos ventos, a origem das chuvas e a presença da topografia em episódios de precipitação convectiva. Sugere-se também a investigação de possíveis influências do campo térmico originada da ação antrópica sobre a distribuição espacial das chuvas durante a estação chuvosa. AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Nacional de Meteorologia e à Agência Nacional de Energia Elétrica pelos dados climáticos utilizados no trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, M. L., 1998: Climatologia da Estação Chuvosa de Minas Gerais: de Nimer (1977) à Zona de Convergência do Atlântico Sul, Revista Geonomos, Belo Horizonte, MG, v. 6, pág. 9-16. ABREU, M. L., MOREIRA, A. A., LÚCIO, P. S. e TOSCANO, E. M.M., 1998: Comportamento Temporal de Séries Climáticas. Parte I:Climatologia de Belo Horizonte – MG (Brasil). 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P., 1996 – Estudo da Estação Chuvosa na Bacia do Rio Doce – MG. – Anais do IX Congresso Brasileiro de Meteorologia Sociedade Brasileira de Meteorologia , Campos do Jordão – SP, 722-723 p. 3 Este trabalho é parte integrante de dissertação de mestrado do Programa de Pós-graduação do Departamento de Geografia da UFMG, do aluno Jorge Luiz B. Moreira, orientado pela Profa. Dra. Magda Luzimar de Abreu. 281 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 QUADRO, M. F. L. e ABREU, M. L., 1994: , Estudo de Episódios de Zonas de Convergência do Atlântico Sul sobre a América do Sul. – Anais do VIII Congresso Brasileiro de Meteorologia - Sociedade Brasileira de Meteorologia, Belo Horizonte, MG, 18 a 25 de Outubro, v. 2, 620-623. XAVIER, H. e OLIVEIRA, L., 1996 – Áreas de Risco de Deslizamento de Encostas em Belo Horizonte – Cadernos de Geografia, PUC – MG, v.6, nº 8, 53 – 70 pg. 282 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 Figura 1 - Imagem do satélite Landsat 7 e sobreposição da divisão municipal da região metropolitana de Belo Horizonte. 283 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 Figura 2 – Distribuição espacial da média mensal da precipitação na região metropolitana de Belo Horizonte, na estação chuvosa. Fonte: INMET e ANEEL. 284 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 60,0 50,0 40,0 % Belo Horizonte - 915 m Pedro Leopoldo - 698 m 30,0 Rio do Peixe - 1097 m 20,0 10,0 0,0 1 10 20 30 40 50 >50 Classes de precipitação Figura 3- Ocorrência das classes de precipitação em setembro para o transecto norte-sul da região de estudo. 60,0 50,0 40,0 % Belo Horizonte - 915 m Pedro Leopoldo - 698 m 30,0 Rio do Peixe - 1097 m 20,0 10,0 0,0 1 10 20 30 40 50 >50 Classes de precipitação Figura 4- Ocorrência das classes de precipitação em janeiro para o transecto norte-sul da região de estudo. 285 XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002 N o vemb r o 70/71 99/2000 71/72 36 98/99 72/73 3 97/98 73/74 1 26 96/97 74/75 2 1 1 95/96 94/95 9 9 93/94 5 5 5 5 92/93 75/76 6 9 9 19 9 1 5 5 6 91/92 76/77 9 9 9 9 9 9 1 77/78 78/79 5 9 9 5 5 9 14 79/80 36 9 14 90/91 80/81 23 89/90 27 88/89 81/82 82/83 87/88 83/84 86/87 84/85 85/86 Figura 5 - Variação interanual da direção predominante do vento na estação de Belo Horizonte durante o mês de novembro e distribuição espacial das chuvas no ano de 1983. 286