ESTUDO DE AMIGDALECTOMIAS REALIZADAS COM BISTURI À QUENTE E CASUÌSTICA DOS PACIENTES AMIGDALECTOMIZADOS NO HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DE CURITIBA Autores : Eduardo Baptistella1 Marcelo Charles Pereira2 Antonio Celso Nunes Nassif Filho2 Diego Augusto Brito Malucelli2 Fabiano de Trotta3 Thanara Pruner da Silva4 Endereço para correspondência: Centro Médico Especializado Baptistella Avenida João Gualberto, 1795, Conjunto 01 Juvevê- Curitiba- Paraná CEP: 80 030- 001 E-mail: [email protected] 1. Médico Otorrinolaringologista do Centro Médico Especializado Baptistella - CMEB e preceptor de residência em Otorrinolaringologia do Hospital Angelina Caron e do Hospital da Cruz Vermelha 2. Médicos Otorrinolaringologista preceptor de residência em Otorrinolaringologia do Hospital da Cruz Vermelha 3. Médico Residente em Otorrinolaringologia do Hospital da Cruz Vermelha 4. Médica Residente em Otorrinolaringologia do Hospital da Cruz Vermelha ESTUDO DE TÉCNICA DE AMIGDALECTOMIAS REALIZADAS COM BISTURI À QUENTE E CASUÌSTICA DOS PACIENTES AMIGDALECTOMIZADOS NO HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DE CURITIBA RESUMO Objetivos: Descrever a técnica de amigdalectomia à quente realizada no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Cruz Vermelha de Curitiba e no Hospital Madalena Sofia. Apresentar a casuística e as principais complicações dos pacientes amigdalectomizados nestes Serviços de Otorrinolaringologia no período de outubro de 2007 ate janeiro de 2009, sendo 16 meses. Material & Método: Foram observaram 1463 prontuários de pacientes amigdalectomizados no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital da Cruz Vermelha de Curitiba e no Hospital Madalena Sofia, no período de outubro de 2007 ate janeiro de 2009, sendo 16 meses. Sendo a amostra e ambos os sexos, com idade entre 2 e 63 anos, que apresentavam critérios de indicação absoluta ou relativa para amigdalectomia associados a hipertrofia moderada ou grave de tonsila faríngea. Todos os responsáveis receberam orientação quanto ao método cirúrgico a ser aplicado e assinaram um termo de consentimento aprovando-o. Resultado: A técnica de amigdalectomia à quente realizada nestes Serviço de Otorrinolaringologia mostrou-se efetivamente uma técnica segura e adequada para exérese das tonsilas amigdalianas nos pacientes que participaram da casuística, totalizando 1463 pacientes. Dentre as complicações apresentadas no pós-operatório, citamos: sangramento, desidratação, inapetência, dor na garganta ou para engolir, infecção e alteração na voz.. Conclusão: Apesar da técnica de amigdalectomia à frio ser bastante difundido entre os otorrinolaringologista do Brasil, o Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital da Cruz Vermelha de Curitiba e do Hospital Madalena Sofia teve ótimos resultados de uma casuística representativa dos pacientes amigdalectomizados pela técnica à quente. Cita-se pouca complicação pós-operatória; cicatrização em aproximadamente 7 dias e necessidade de experiência do cirurgião. Descritores: tonsilectomia, Ultracision, tempo cirúrgico, dor pós-operatória. ESTUDO DE AMIGDALECTOMIAS REALIZADAS COM BISTURI À QUENTE E CASUÌSTICA DOS PACIENTES AMIGDALECTOMIZADOS NO HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DE CURITIBA ABSTRACT Purpose: Methods: Results: Conclusions: Key-words: tonsillectomy, Ultracision, surgical time, post operative pain. ESTUDO DE AMIGDALECTOMIAS REALIZADAS COM BISTURI À QUENTE E CASUÍSTICA DOS PACIENTES AMIGDALECTOMIZADOS NO HOSPITAL DA CRUZ VERMELHA DE CURITIBA INTRODUÇÃO História O médico romano Cornélio Celsus, no século I antes de Cristo, foi o primeiro a descrever uma tonsilectomia com o uso do próprio dedo para dissecção e remoção das estruturas. A tonsilectomia entretanto era o último recurso para o tratamento das tonsilites à época. Aetius de Amida recomendava ungüentos, óleos e fórmulas corrosivas com gordura de sapo para o tratamento de infecções. Outras técnicas para a retirada das tonsilas surgiram na idade média, como a utilização de fios de algodão para ligar firmemente a base. Estes fios eram apertados diariamente para a agonia dos doentes até que as tonsilas caíssem. O francês Paré em 1564 e o alemão Scultetus em 1655 criaram equipamentos que permitiram colocar uma fôrma oval em torno da úvula, cortando-a por estrangulamento. Estes instrumentos foram modificados por Physick, que em 1828 criou o tonsilótomo utilizado com sucesso em tonsilectomias nos Estados Unidos. Desault utilizou em 1770 um aparelho metálico desenvolvido para quebrar cálculos na bexiga, em forma de meia-lua tinha em sua extremidade uma pequena faca que se encaixava perfeitamente às tonsilas (ref 6). Greenfield Sluder, otorrinolaringologista, em Saint Louis não foi o primeiro a utilizar a guilhotina para amigdalectomia, mas publicou um trabalho, em 1912, no qual afirmava ter alcançado 99.6% de sucesso em suas cirurgias através dessa técnica.(ref 9) A cirurgia das tonsilas palatinas era inicialmente realizada por cirurgiões gerais, mas no final do século XIX tornou-se domínio dos otorrinolaringologistas, por conta tão somente das melhores técnicas de iluminação que estes dominavam. Joseph Beck foi o primeiro a descrever a utilização de um aparelho com fio cortante dentro de um anel rígido que ficou conhecido como anel de Beck-Mueller. Um instrumento que também ganhou notoriedade neste período foi a guilhotina de Sluder.(ref 9) Gregg Dillinger acreditava que o tonsilótomo causava muita hemorragia e desenvolveu um método denominado diatermia. Diatermia era o uso de corrente elétrica de alta freqüência para elevar a temperatura do tecido. Nesta técnica uma agulha-gancho metálica era conectada à uma fonte elétrica e inserida na tonsila. A corrente elétrica queimava o tecido adjacente e este caía em seguida. O procedimento requeria algumas sessões para o completo tratamento, mas causava pouco sangramento e menos infecções.(ref 8) A partir de 1909, a cirurgia das tonsilas tornou-se uma prática mais comum e segura, quando Cohen adotou a ligadura dos vasos sangrantes para controlar a hemorragia peri-operatória.(ref 8) A partir de 1913, a radioterapia com raio X em amigdalites crônicas ou hipertróficas começou a ser indicada em lugar da cirurgia por um determinado tempo, principalmente na Europa.(ref 6) O laser de dióxido de carbono, introduzido na medicina em 1960, provou diminuir e controlar melhor os sangramentos que o laser de rubi, lançado logo após a II Guerra Mundial. O primeiro relato de uso do laser de dióxido de carbono em tonsilectomias foi em 1973. O avanço na tecnologia de controle da intensidade e freqüência do laser permitiu que este fosse utilizado tanto quanto bisturi como coagulador.(ref 8) No Brasil, a primeira tonsilectomia foi realizada na década de 1920 por um cirurgião da Santa Casa de São Paulo, Schmidt Sarmento. (ref 6). As indicações continuam a ser um processo dinâmico; e, com o melhor conhecimento das implicações das doenças adeno-amidalinos, estas indicações se alteram.(ref 6). Outras técnicas Discussões sobre as vantagens e desvantagens de diferentes técnicas de tonsilectomias são freqüentes.(ref 3) Muitas técnicas de amigdalectomia já foram descritas na literatura como bisturi frio, guilhotina, tesoura bipolar, eletro cautério, laser de CO 2, laser de KTP (potássio-titâniofosfato), cautério de sucção modificado por Armstrong, fórceps bipolar, coagulador de argônio, micro-agulha, gancho ultrassônico entre outros. (ref 7). Técnicas que removem as amígdalas por ressecção subcapsular, na íntegra : -Dissecção com lamina fria -Eletrocautério -Bisturi Harmônico(ref1) Técnicas que removem as amígdalas por ressecção extracapsular, deixando a cápsula: -Ablação monopolar por radiofrequência -Ablação bipolar por radiofreqüência (Coblation) -Laser de CO2 ou KTP -Microdebridador (ref1) Técnica a quente A quantidade de energia fornecida aos tecidos e os seus efeitos sobre eles dependem de diferentes fatores como o nível de potencia selecionado (1 a 5), característica da lâmina, tensão tecidual, tipo de tecido, patologia e técnica cirúrgica, sendo que quanto maior a potência, maior a vibração e consequentemente maior a área de corte e menor o efeito de coagulação. (ref 7). Neste método a dissecção é feita da mesma maneira que a com lâmina fria, porém, em lugar de um aspirador descolador ou tesoura, o instrumento utilizado para a dissecção é o bisturi elétrico. O bísturi elétrico queima o tecido conjuntivo frouxo da cápsula amigdaliana, divulsionando o tecido linfóide do tecido muscular e realizando hemostasia dos vasos que o penetram. O cautério monopolar atinge cerca de 400oC podendo ocasionar necrose tecidual na loja amigdaliana.(ref 1) OBJETIVOS Descrever a técnica de amigdalectomia à quente realizada no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Cruz Vermelha de Curitiba e no Hospital Madalena Sofia. Apresentar a casuística do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Cruz Vermelha de Curitiba e do Hospital Madalena Sofia dos pacientes amigdalectomizados pela técnica à quente, no período de outubro de 2007 ate janeiro de 2009, sendo 16 meses. Apresentar a casuística das principais complicações ocorridas no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Cruz Vermelha de Curitiba e do Hospital Madalena Sofia dos pacientes amigdalectomizados pela técnica à quente, no período de outubro de 2007 ate janeiro de 2009, sendo 16 meses. MATERIAL E MÉTODO Delineamento da Amostra Os autores observaram 1463 prontuários de pacientes amigdalectomizados no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital da Cruz Vermelha de Curitiba e no Hospital Madalena Sofia, o procedimento foi realizado pela técnica à quente, no período de outubro de 2007 ate janeiro de 2009, sendo 16 meses. Em todos os casos, foram solicitados hemograma, coagulograma, colinesterase sérica, glicemia de jejum e eletrocardiograma no pré-operatório. Os pais ou responsáveis foram informados sobre os riscos inerentes ao procedimento e assinaram o termo de consentimento da Sociedade Brasileira de ORL. Amostra Foram selecionados através de anamnese, exame otorrinolaringológico e/ou nasofibrolaringoscopia e em alguns casos polissonografia, 1463 pacientes seqüenciais de ambos os sexos, com idade mínima de 2 anos e máxima de 63 anos, que apresentavam critérios de indicação absoluta ou relativa para amigdalectomia associados a hipertrofia moderada (maior que 50%) ou grave (maior que 75%) de tonsila faríngea. Sendo crianças de 2 anos completos a 5 anos e 11 meses, 723 pacientes; crianças de 6 anos completos até 11 anos e 11 meses, 359 pacientes; adolescentes de 12 a 18 anos, 172 pacientes; adultos de 18 anos a 50 anos, 191 pacientes e acima de 50 anos foram 18 pacientes; totalizando 1463 pacientes. Foram excluídos os pacientes que tivessem história de abscesso periamigdaliano em curso, doenças crônicas, coagulopatias e infecção aguda. Todos os responsáveis receberam orientação quanto ao método cirúrgico a ser aplicado e assinaram um termo de consentimento aprovando-o. Indicação Cirúrgica As indicações de amigdalectomia são divididas em absolutas e relativas. No grupo das indicações absolutas constam a hipertrofia amigdaliana com obstrução de vias aéreas superiores, síndrome da apnéia obstrutiva do sono, suspeita de malignidade, tonsilite hemorrágica, déficit de alimentação, anormalidades de crescimento orofacial e de oclusão dentária. Nas indicações relativas estão agrupadas as amigdalites recorrentes, as tonsilites com repercussão sistêmica (febre reumática, anti-IgA), abscesso periamigdaliano e tonsilite caseosa. (ref 7). Muitas técnicas de amigdalectomia já foram descritas na literatura como bisturi frio, guilhotina, tesoura bipolar, eletro cautério, laser de CO2, laser de KTP (potássio-titâniofosfato), cautério de sucção modificado por Armstrong, fórceps bipolar, coagulador de argônio, micro-agulha, gancho ultrassônico entre outros. (ref 7). Técnica Utilizada Descrição da técnica cirúrgica: - Paciente em decúbito dorsal, em posição de Rose; - Anestesia geral com entubação orotraqueal; - Hiperextensão da cabeça do paciente; - Assepsia e colocação de campos estéreis; - Colocação do abridor de boca de Andrew; - Pinçamento e tração medial da amigdala palatina com pinça de Scobee-Allis; - Início da dissecção pelo pólo inferior da amigdala, entre a amigdala lingual e palatina com utilização de eletrocautério, após liberação do pólo inferior, inicio da incisão em pilar anterior ao nível da prega de Hiss, também com a utilização de eletrocautério; - Cauterização do tecido conjuntivo do plano cirúrgico amigdaliano com a utilização de eletrocautério, respeitando os limites anatômicos da loja amigdaliana e os pilares anterior e posterior. - Revisão da hemostasia com subgalato; - Pinçamento de eventuais vasos sangrantes com pinça hemostática longa e cauterização dos vasos pinçados; - O mesmo procedimento é realizado na amigdala contralateral, após reposicionamento do abridor de boca de Andrew; - Ao final da cirurgia é retirado o abridor de boca de Andrew e colocado o paciente em posição anatômica novamente. O tempo médio de anestesia e trâmites operatórios é de 25 minutos. O tempo de alta após cirurgia, 2 horas, com dieta líquida e gelada já após 1 hora. Todos os pacientes com anestesia geral, operados por dois cirurgiões e anetesiados por 2 anestesistas, mantendo mesma técnica a quente e tipo de indução anestésica. Avaliação Pós-operatória A alta dos pacientes é realizada 4 horas após a alta da REPAI. Os pacientes são liberados para casa com receita de analgésico (dipirona) e antiinflamatório não-hormonal (profenid) com doses adequadas à seus pesos e idades, por um período de 10 dias. Recomendações sobre dieta líquida e fria além de repouso também são pedidos nos 7 dias seguintes. O telefone do sobreaviso 24 horas do serviço é fornecido a todos os pacientes operados. A primeira consulta pos operatória se faz com 7 dias e a segunda e ultima consulta com 30 dias. Os critérios para alta hospitalar foram: a permanência do paciente no hospital por no mínimo 8 horas após a cirurgia, diurese presente, ausência de vômitos ou sangramento ativo. O aspecto da loja amigdaliana foi classificado visualmente pela oroscopia em 4 categorias: seco, presença de edema, presença de edema e fibrina e presença de coágulo. As avaliações foram feitas no momento da alta hospitalar e no primeiro retorno ambulatorial. Complicações Dentre as complicações apresentadas, citamos: sangramento, desidratação, inapetência, dor na garganta ou para engolir, infecção e alteração na voz. Complicações observadas no pos operatório imediato, no retorno de 7 dias, no retorno de 30 dias ou no período de pós-operatório em que os pacientes ou responsáveis entraram em contato com o telefone do Serviço de Otorrinolaringologia. RESULTADOS A técnica de amigdalectomia à quente realizada no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Cruz Vermelha de Curitiba mostrou-se efetivamente uma técnica segura e adequada para exérese das tonsilas amigdalianas nos pacientes que participaram da casuística. A casuística totalizou 1463 pacientes de ambos os sexos, com idade mínima de 2 anos e máxima de 63 anos, que apresentavam critérios de indicação absoluta ou relativa para amigdalectomia associados a hipertrofia moderada (maior que 50%) ou grave (maior que 75%) de tonsila faríngea. Sendo crianças de 2 anos completos a 5 anos e 11 meses, 723 pacientes; crianças de 6 anos completos até 11 anos e 11 meses, 359 pacientes; adolescentes de 12 a 18 anos, 172 pacientes; adultos de 18 anos a 50 anos, 191 pacientes e acima de 50 anos foram 18 pacientes; totalizando 1463 pacientes. TABELA1: Idade dos Pacientes Idades dos Pacientes 723 359 Número de Pacientes 172 191 18 2 a 6 anos 6 a 12 anos 12 a 18 anos 18 a 50 anos 50 a 63 anos Dentre as complicações apresentadas, citamos: - Sangramento: apenas 1 paciente necessitou de trasnfusão sanguínea no pósoperatório no oitavo dia. Quatro pacientes necessitaram ser internados por sangramento para observação, que cessaram espontâneamente, sem precisar reintervir. - Reintervenções : apenas 1 paciente necessitou de reintervenção no oitavo dia de pós-operatório e 1 paciente no pós-operatório imediato (3horas de evolução). - Desidratação: apenas 2 pacientes foram internados para reidratação , por apresentar desidratação no quinto dia de pós-operatório. - Inapetência: apenas 1 paciente necessitou de internação, para observação apenas (perda de peso acentuada no pós-operatório até o sétimo dia). - Dor na garganta ou para engolir: nas crianças 2 até 5 anos : 79% apresentou dor do quinto ao sétimo dia de pós-operatório, sendo tolerável com analgésicos.Crianças de 6 até 12 : 58% apresentou dor no quinto dia de pósoperatório. Dos pacientes de 12 a 63 anos, 62% queixaram-se de pior dor no sétimo ao nono dia de pós-operatório. - Infecção: nenhum caso de infecção, sendo feito sempre amoxicilina, como antibiótico profilático para todos. - Alteração na voz: encontramos 32 casos, sendo 13 pacientes com idades de 2 até 6 anos, 10 pacientes com idades de 6 até 12 anos e 9 pacientes de 12 até 63 anos. Apenas 2 casos precisaram de fonoterapia, sem resolução espontânea até o terceiro mês. TABELA 2: Número de Pacientes com Complicação Pós-Operatoria Número de Pacientes com Complicação Pós-Operatória Alteração da voz 32 Sangramento sem necessidade transfusão 4 Desidratação 2 Reintervenção 2 Inapetência 1 Sangramento com necessidade transfusão 1 Infecção 0 TABELA 3: Porcentagem de Pacientes com Dor de Garganta Porcentagem de Pacientes com Dor de Garganta 79% 2 a 6 anos 58% 62% 7 a 12 anos 12 a 63 anos QUADRO1: Pior Dia da Dor de Garganta Pós-Operatória Dor de garganta 2 a 6 anos 7 a 12 anos 12 a 63 anos Pior dia da Dor 5 - 7 dia 5 dia 7 - 9 dia TABELA 4: Número de Pacientes com Alteração da Voz Número de Pacientes com Alteração da Voz Número de Pacientes 13 10 2 a 6 anos 7 a 12 anos 9 12 a 63 anos DISCUSSÃO Maristella Kato et al.; conclui que apesar das evoluções técnicas, a dissecção com lâmina fria ainda não foi superada para a cirurgia de rotina de amígdalas.(ref 1), nosso estudo não procurou comparar as técnicas a quente e a frio, porém a casuística apresentada evidência que a amigdalectomia a quente é efetiva e tem baixo índice de complicações. Raquel Salomone et al.; descreve que o uso do ultracision na amigdalectomia esteve associado ao menor tempo cirúrgico, menor sangramento intra-operatório, diminuta necessidade de sutura hemostática e menor pontuação na dor, e que os aspectos pós-operatórios das lojas amigdalianas não apresentaram diferença significativa. E conclui acreditar, que seja possível o emprego da tesoura ultrassônica na realização de amigdalectomia.(ref 7) Nosso trabalho também descreve uma técnica de amigdalectomia a quente e a casuística reflete que o procedimento é efetivo. Fernando M. J. Vieira et al.; relata que a adenoamigdalectomia a frio é hoje um procedimento seguro, com indicações precisas, porém não isento de complicações, sendo a hemorragia pós-operatória a mais freqüente. Na nossa casuística, a incidência deste evento foi de 0,8%, sendo que apenas um caso necessitou reintervenção cirúrgica.(ref 2). Nosso trabalho com total de casos 1423, nas complicações houve apenas 1 paciente com sangramento que necessitou de trasnfusão sanguínea no pós-operatório no oitavo dia e outros 4 pacientes necessitaram ser internados por sangramento para observação, que cessaram espontâneamente, sem precisar reintervir, portanto ____% da amostra; e apenas 1 paciente necessitou de reintervenção no oitavo dia de pós-operatório e 1 paciente no pós-operatório imediato (3horas de evolução), portanto_____% da amostra. Concluímos menor numero de pacientes com complicação do tipo sangramento e intervenção. O menor tempo cirúrgico apresentado pela técnica com bisturi harmônico pode estar relacionado ao fato dessa técnica realizar ao mesmo tempo corte e coagulação, sendo mínimo o sangramento comparado com a técnica tradicional. Com a diminuição do sangramento, apenas 15% dos pacientes operados por essa técnica necessitaram de sutura nas lojas para hemostasia, ganhando-se um tempo considerável para a finalização da cirurgia.(ref 3). Nosso trabalho concorda, por se tratar de uma técnica a quente diminui o tempo de cirurgia e diminui o sangramento pós- operatório.CONCLUSÕES Apesar da técnica de amigdalectomia à frio ser bastante difundido entre os otorrinolaringologista do Brasil, o Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Cruz Vermelha de Curitiba teve ótimos resultados de uma casuística representativa dos pacientes amigdalectomizados pela técnica à quente. - Pouca complicação: sangramento; - Cicatrização em aproximadamente 7 dias; - Necessidade de experiência do cirurgião. REFERÊNCIAS 1. Kato M.; Pinto F.; Luchi GE. Amigdalectomia: variação de técnica e os resultados na qualidade de vida. ACTA ORL/Técnicas em Otorrinolaringologia, v. 24, n.2, p.96-102, 2006. 2. Vieira FMJ.; Diniz FL.; Figueiredo CR.; Weckx LLM. Hemorragia na adenoidectomia e/ou amigdalectomia: estudo de 359 casos. Rev Bras Otorrinolaringol. v.69, n.3, p.338-41, mai./jun. 2003 3. Ramos FA.; Ferreira RDP.; Silva RH.; Prado EP.; Corso RJ.; Pinto JA. Estudo comparativo entre duas técnicas de tonsilectomia: bisturi harmônico (Ultracision) e dissecção tradicional com bisturi de lâmina fria. Rev Bras Otorrinolaringol. v.70, n.3, p.316-22, mai./jun. 2004 4. Nazar J. Amigdalectomía: Nueva tecnología confrontada con la cirugía tradicional. Rev. Otorrinolaringol. Cir. Cabeza Cuello. v.64, p.252-261, 2004. 5. Fernández A.; Sanches IC.; Gomez MF.; Lopez-Escamez JA. Amigdalectomia por eletrodiseccion: marcadores de riesgo de hemorragia postoperatoria en niños. Acta Otorrinolaringol Esp, v.53, p.21-26, 2002. 6. Nogueira JF.; Hermann DR.; Américo RR.; Stamm RG.; Hirata CW. Breve História da Tonsilectomia. Arq. Int. Otorrinolaringol. v.10, n.4, p. 314-17, 2006. 7. Salomone R.; Visioli AJ.; Aquino MM.; Takahashi EM.; Matsuyama C. Tesoura Curva Ultrassônica na Realização de Amigdalectomia: Ensaio Clínico Comparativo entre esta Nova Técnica Cirúrgica e a Técnica com Bisturi de Lâmina Fria. Arq. Int. Otorrinolaringol. v.11, n.4, p. 444-52, 2007. 8. Feldmann H., 200 year history of tonsillectomy. Images from the history of otorhinolaryngology, highlighted by instruments from the collection of the German Medical History Museum in Ingolstadt. Laryngorhinootologie. 1997;76(12):751-60. 9. Young J.R, Bennett J. History of Tonsillectomy. ENT News. 2004; 13:34-35 *** nao usei a referencia 4 e 5…usar na comclusao pra falar de hemorragia*** ???TESE ???VER SOPERJ ???REV