Filosofia Antiga

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Curso Wellington: Filosofia - Filosofia Antiga - Prof Hilton Franco
1. Leia o texto a seguir.
Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o Ser, no Livro X de A
República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a unidade na pluralidade,
operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte, cria uma
mesa, tendo presente a ideia de mesa, como modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e
não a sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, é correto afirmar:
a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto co-participante da criação divina,
alcança a verdadeira causa das coistas a partir do reflexo da ideia ou do simulacro que
produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis como as causas
verdadeiras acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não alcançam o
conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e na
materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
e) A alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela qual se torna
capaz de conhecê-las como tais na percepção de sua aparência.
2. Segundo Platão, as opiniões dos seres humanos sobre a realidade são quase sempre
equivocadas, ilusórias e, sobretudo, passageiras, já que eles mudam de opinião de acordo com
as circunstâncias. Como agem baseados em opiniões, sua conduta resulta quase sempre em
injustiça, desordem e insatisfação, ou seja, na imperfeição da sociedade.
Em seu livro A República, ele, então, idealizou uma sociedade capaz de alcançar a perfeição,
desde que seu governo coubesse exclusivamente
a) aos guerreiros, porque somente eles teriam força para obrigar todos a agirem corretamente.
b) aos tiranos, porque somente eles unificariam a sociedade sob a mesma vontade.
c) aos mais ricos, porque somente eles saberiam aplicar bem os recursos da sociedade.
d) aos demagogos, porque somente eles convenceriam a maioria a agir de modo organizado.
e) aos filósofos, porque somente eles disporiam de conhecimento verdadeiro e imutável.
3. Leia o texto, extraído do livro VII da obra magna de Platão (A República), que se refere ao
célebre mito da caverna e seu significado no pensamento platônico.
Agora, meu caro Glauco – continuei – cumpre aplicar ponto por ponto esta imagem ao que
dissemos, comparar o mundo que a visão nos revela à morada da prisão e a luz do fogo que a
ilumina ao poder do sol. No que se refere à subida à região superior e à contemplação de seus
objetos, se a considerares como a ascensão da alma ao lugar inteligível, não te enganarás
sobre o meu pensamento, posto que também desejas conhecê-lo. Quanto a mim, tal é minha
opinião: no mundo inteligível, a ideia do bem é percebida por último e a custo, mas não se
pode percebê-la sem concluir que é a causa de tudo quanto há de direto e belo em todas as
coisas; e que é preciso vê-la para conduzir-se com sabedoria na vida particular e na vida
pública.
(Platão. A República, texto escrito em V a.C. Adaptado.)
Explique o significado filosófico da oposição entre as sombras no ambiente da caverna e a luz
do sol.
4. “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia
observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo
me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo
suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma
função na cidade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada.”
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(PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: CalousteGulbenkian, 2001, p. 185.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade
ideal, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade
natural entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos
perante a lei.
b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que
permite a todos os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na
perseguição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam
para o bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da
melhor maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe
compete, segundo suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada membro do organismo social tiver condições
de perseguir seus ideais, exercendo funções que promovam sua ascensão econômica e
social.
5. Platão inicia o capítulo 5 do Livro X de A República afirmando que a imitação está “a três
graus de afastamento da verdade”. Que razões ele alega para sustentar essa afirmação?
(PLATÃO. A República. Trad. Bento Prado Jr. São Paulo: Martins Fontes, 2006).
6. Nos capítulos 9 e 10 do Livro X de A República, Platão sustenta que “nossa alma é imortal
e jamais perece”. Exponha sucintamente a argumentação que ele usa nesse trecho de A
República para justificar sua afirmação.
(PLATÃO. A República. Trad. Bento Prado Jr. São Paulo: Martins Fontes, 2006).
7. No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: “não entre quem não souber
geometria”. Essa frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos dependemos da
realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o conhecimento tal como vemos descrito em sua
Alegoria da Caverna.
“A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na
areia ou na tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha
mão é a do círculo perfeito. Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo
imperfeito que eu tracei. É assim que aparece a ideia ou a forma.”
JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p.
Com base nas informações acima, assinale a alternativa que interpreta corretamente o
pensamento de Platão.
a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva
do “mundo inteligível”, mas do “mundo sensível”.
b) Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos
podemos conhecer as coisas tais quais são.
c) Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do “mundo inteligível”
não são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”.
d) As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo
inteligível” é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros.
8. Leia o texto a seguir.
Platão, em A República, tem como objetivo principal investigar a natureza da justiça,
inerente à alma, que, por sua vez, manifesta-se como protótipo do Estado ideal. Os
fundamentos do pensamento ético-político de Platão decorrem de uma correlação estrutural
com constituição tripartite da alma humana. Assim, concebe uma organização social ideal que
permite assegurar a justiça. Com base neste contexto, o foco da crítica às narrativas poéticas,
nos livros II e III, recai sobre a cidade e o tema fundamental da educação dos governantes.
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No Livro X, na perspectiva da defesa de seu projeto ético-político para a cidade
fundamentada em um logos crítico e reflexivo que redimensiona o papel da poesia, o foco
desta crítica se desloca para o indivíduo ressaltando a relação com a alma, compreendida em
três partes separadas, segundo Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter mimético das narrativas poéticas e sua
relação com a alma humana, é correto afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada superior e responsável pela capacidade de
pensar, é elevada pela natureza mimética da poesia à contemplação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar e dominar a parte irascível da alma
é considerado excelente prática propedêutica na formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racionalidade e sabedoria, deve ser
incorporada ao Estado ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é justamente aquele que estimula, na alma
humana, os elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos miméticos das narrativas poéticas permite ao
indivíduo alcançar a visão das coisas como realmente são.
9. A consciência mítica predominava em culturas de tradição oral, quando ainda não havia
escrita. Podemos dizer que mito vem da palavra mythos, que significa:
a) mentira ou lenda.
b) ilusão ou mentira.
c) “palavra”, “o que se diz”.
d) delírio ou ilusão.
10. No mundo grego, podemos encontrar uma série de relatos mitológicos sobre diversos
aspectos da vida humana, da natureza, dos deuses e do universo. Dois tipos de relatos
merecem destaque: as cosmogonias e teogonias. Os relatos citados tratam da
a) origem dos homens e das plantas.
b) origem do cosmo e dos deuses.
c) origem dos deuses e dos homens.
d) origem do cosmo e das plantas.
11. Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar o seguinte:
a) A autoridade do mito depende da confiança inspirada pelo narrador, ao passo que a
autoridade da filosofia repousa na razão humana, sendo independente da pessoa do filósofo.
b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação de realidades passadas a partir da
interação entre forças naturais personalizadas, criando um discurso que se aproxima do da
história e se opõe ao da ciência.
c) Enquanto a função do mito é fornecer uma explicação parcial da realidade, limitando-se ao
universo da cultura grega, a filosofia tem um caráter universal, buscando respostas para as
inquietações de todos os homens.
d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades absolutas e são, em essência, faces
distintas do mesmo processo de conhecimento que culminou com o desenvolvimento do
pensamento científico.
e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita contradições ou fabulações, admitindo
apenas explicações que possam ser comprovadas pela observação direta ou pela
experiência.
12. A passagem da mentalidade mítica para o pensamento racional e filosófico foi gestada por
fatores considerados relevantes para a construção de uma nova mentalidade. Algumas
novidades do período arcaico ajudaram a transformar a visão que o mito oferecia sobre o
mundo e a existência humana. Nesse aspecto, são todos fatores relevantes:
a) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e a imprensa.
b) a invenção da escrita e do telefone, a lei escrita e o nascimento da pólis.
c) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e o nascimento da pólis.
d) a invenção da escrita e da religião, a lei escrita e o nascimento da pólis.
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13. “Nenhum homem me fará descer à casa de Hades contrariando o meu destino. Nenhum
homem, afirmo, jamais escapou de seu destino, seja covarde ou bravo, depois de haver
nascido”.
(Homero, Ilíada).
Hades, na filosofia antiga, designa
a) o nome do deus das águas.
b) o nome do deus da beleza.
c) o nome do deus do mundo subterrâneo e dos mortos.
d) o nome do deus da guerra.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
14. A escultura Discóbolo de Míron representa a importância dada pelos gregos à atividade
física.
Sobre o papel da ginástica na educação dos guardiães, na obra “A república”, de Platão,
considere as afirmativas a seguir.
I. Ao lado da música, a ginástica desempenha papel fundamental no processo de educação
dos guardiães.
II. O robustecimento físico é importante para os guardiães, motivo pelo qual a ginástica deve
ser ministrada desde a infância.
III. O cultivo pleno do espírito deve prevalecer sobre o cuidado com a formação do corpo, bem
como guiá-lo.
IV. A ginástica dos guardiães deve ser mais exigente se comparada à ministrada para os
guerreiros.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
15. Leia o texto de Platão a seguir:
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Logo, desde o nascimento, tanto os homens como os animais têm o poder de captar as
impressões que atingem a alma por intermédio do corpo. Porém relacioná-las com a essência e
considerar a sua utilidade, é o que só com tempo, trabalho e estudo conseguem os raros a
quem é dada semelhante faculdade. Naquelas impressões, por conseguinte, não é que reside
o conhecimento, mas no raciocínio a seu respeito; é o único caminho, ao que parece, para
atingir a essência e a verdade; de outra forma é impossível.
(PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará,
1973. p. 80.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria do conhecimento de Platão, considere
as afirmativas a seguir:
I. Homens e animais podem confiar nas impressões que recebem do mundo sensível, e assim
atingem a verdade.
II. As impressões são comuns a homens e animais, mas apenas os homens têm a capacidade
de formar, a partir delas, o conhecimento.
III. As impressões não constituem o conhecimento sensível, mas são consideradas como
núcleo do conhecimento inteligível.
IV. O raciocínio a respeito das impressões constitui a base para se chegar ao conhecimento
verdadeiro.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
16. O mundo grego no século IV a. C. era marcado por uma estrutura de cidades-Estado
dispersas pelo território helênico. Essa fragmentação política levou os filósofos a procurarem
estabelecer uma ideia sobre as formas de governo que fossem as mais adequadas. Entre
essas ideias, pode-se destacar
a) a democracia racional, defendida por Demócrito.
b) a oligarquia comercial, defendida por Sócrates.
c) o governo de filósofos, defendido por Platão.
d) a aristocracia rural, defendida por Heráclito.
17. Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) nas afirmações a seguir sobre o modelo de cidade
ideal apresentado por Platão na obra A República.
(
(
(
) Os agricultores, os artesãos e os comerciantes ocupam-se das funções mais nobres na
sociedade.
) Platão critica a democracia.
) Na cidade ideal de Platão, não há mobilidade social.
A sequência correta é
a) F - F - V.
b) F - V - V.
c) V - F - F.
d) F - V - F.
e) V - V - V.
18. No pensamento ético-político de Platão, a organização no Estado Ideal reflete a justiça
concebida como a disposição das faculdades da alma que faz com que cada uma delas
cumpra a função que lhe é própria. No Livro V de A República, Platão apresentou o Estado
Ideal como governo dos melhores selecionados. Para garantir que a raça dos guardiões se
mantivesse pura, o filósofo escreveu:
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“É preciso que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o
maior número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie
a descendência daqueles, e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas”.
(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é correto
afirmar:
a) No Estado Ideal, a escolha dos mais aptos para governar a sociedade expressa uma
exigência que está de acordo com a natureza.
b) O Estado Ideal prospera melhor com uma massa humana difusamente misturada, em que os
homens e mulheres livremente se escolhem.
c) O reconhecimento da honra como fundamento da organização do Estado Ideal torna legítima
a supremacia dos melhores sobre as classes inferiores.
d) A condição necessária para que se realize o Estado Ideal é que as ocupações próprias de
homens e mulheres sejam atribuídas por suas qualidades distintas.
e) O Estado Ideal apresenta-se como a tentativa de organizar a sociedade dos melhores
fundada na riqueza como valor supremo.
19. Observe a tira e leia o texto a seguir:
Assentemos, portanto, que, a principiar em Homero, todos os poetas são imitadores da imagem
da virtude e dos restantes assuntos sobre os quais compõem, mas não atingem a verdade [...]
parece-me, que o poeta, por meio de palavras e frases, sabe colorir devidamente cada uma
das artes, sem entender delas mais do que saber imitá-las.
(PLATÃO. A República. Livro X. Tradução, introdução e notas de Maria Helena da Rocha
Pereira. 8. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1996. p. 463)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a mímesis (imitação) em Platão, é correto
afirmar:
a) Dispõe o poeta da perfeição para colorir tão bem quanto o pintor, por isso descreve
verdadeiramente os ofícios humanos.
b) A mímesis apresenta uma imagem da realidade e assim representa a verdade última das
atividades humanas.
c) Por sua capacidade de imitar, o poeta sabe acerca dos ofícios de todos os homens e, por
esse motivo, pode descrevê-los verdadeiramente.
d) Por saber sobre todas as artes, atividades e atos humanos, o poeta consegue executar o
seu ofício descrevendo-os bem.
e) Por meio da imitação, descreve-se com beleza os atos e ofícios humanos, sem, no entanto,
conhecê-los verdadeiramente.
20. Filosofia
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O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia.
Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo significado é o mais próximo da letra da
canção “Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa, em parceria com André Filho.
a) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como aquilo que apreendemos pela intuição
mental.
b) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em nosso interior, pois é deste que nós
somos donos.
c) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve recorrer nunca à divindade, mas se
deve deixá-la livre de todo encargo, em sua completa felicidade.
d) As leis existem para os sábios, não para impedir que cometam injustiças, mas para impedir
que as sofram.
e) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso ela não fez os seres humanos nobres
ou ignóbeis, e, sim suas ações e intenções.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
Para Platão, a arte não revela, mas esconde o verdadeiro, deste modo, não constitui uma
forma de conhecimento nem melhora o homem, mas o corrompe, porque é mentirosa; ela não
educa o homem, mas deseduca, porque se volta para as faculdades irracionais da alma que
constitui as partes inferiores de nós mesmos. Já nos seus primeiros escritos Platão assumia
uma atitude negativa perante a poesia, considerando-a inferior à filosofia. O poeta somente é
poeta através da intuição irracional, não por virtude derivada do conhecimento.
Resposta da questão 2:
[E]
Podemos afirmar convictamente que para Platão o melhor tipo de governo é o dos filósofos. É
também no livro A República que Platão apresenta o famoso mito da caverna, onde fica clara a
sua visão sobre a importância do filósofo como a pessoa adequada para tirar as pessoas das
trevas e guiá-las à verdade e ao Bem.
Resposta da questão 3:
Nós estamos diante de um trecho que compõe um dos mais famosos da história da filosofia e
cujas tarefas, as do filósofo, estão delineadas em forma de alegoria. A primeira tarefa a ser
entendida é que a caverna é o nosso mundo, o mundo onde esquecemos de tudo – supõe
Platão – enquanto todos nós já tivéssemos vivido como puro espírito contemplando o mundo
das ideias. Pela teoria da reminiscência, Platão explica como os sentidos correspondem a uma
ocasião para despertar nas almas as lembranças adormecidas. Deste modo, a sombra significa
o amor pela doxa (amor pela opinião), pelas opiniões que existem no mundo das sombras, de
onde os acorrentados ainda não tiveram capacidade de se libertarem. Quanto à luz do sol, é
exatamente o oposto, uma vez que já libertos das correntes, ao contemplar fora da caverna a
verdadeira realidade passa da opinião à ciência, ou melhor, ao amor pela filosofia. Ao que vê a
luz do Sol, cabe, segundo Platão, ensinar e governar. Trata-se da ação política, da
transformação dos homens em sociedade, desde que as mesmas estejam voltadas para a
contemplação do modelo do mundo das ideias.
Resposta da questão 4:
[D]
A alternativa D é a única correta, pois para Platão só há justiça na cidade ideal se houver uma
divisão racional do trabalho. A justiça depende da diversidade das funções, que são
executadas por três classes distintas: artesões e comerciantes; soldados; e guardiães. O
princípio da igualdade (alternativa A) para Platão diz respeito somente à repartição de bens e
não a todos os direitos, portanto, a democracia não é adequada, já que não deve haver
igualdade no direito ao poder (alternativa B), pois somente os mais aptos têm esse direito. Na
cidade ideal, a vida cotidiana é controlada pelo Estado, uma vez que se viveria numa espécie
de comunismo, abolindo-se a propriedade e a família, cabendo ao Estado o fornecimento da
educação adequada para cada um. Desse modo, os interesses ou ideais pessoais são
descartados no modelo platônico (diferente do que afirmam as alternativas C e E).
Resposta da questão 5:
Para Platão, a arte constitui uma “mimesis”, uma “imitação” da realidade sensível que pode ser
do próprio ser humano, das coisas, fatos e acontecimentos diversos. As coisas sensíveis
representam para o filósofo uma imagem do eterno, da ideia, e por isso, se afastam do
verdadeiro a medida que a copia se distancia do original. Sendo a arte uma imitação das coisas
sensíveis, será então, a “imitação da imitação”, portanto, permanecerá “três vezes distante da
verdade”.
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Resposta da questão 6:
Para Platão a existência da imortalidade da alma só tem sentido caso se admita a existência
do ser meta-empírito, ou seja, a dimensão inteligível, incorruptível do homem. Com Platão, o
homem se redescobre dualista, como ser de duas dimensões. É possível adquirir como mais
profundidade esta afirmação lendo os diálogos Menon e principalmente Fédon no livro A
República.
Resposta da questão 7:
[D]
Platão introduziu na filosofia a ideia de que existem diferentes maneiras de conhecer ou graus
de conhecimento e que esses graus se distinguem pela ausência ou presença do falso, assim,
o filósofo distingue quatro formas ou graus de conhecimento. A crença e a opinião estão entre
os graus que devem se afastar da filosofia, porque são conhecimentos ilusórios ou das
aparências, como os prisioneiros da caverna que só conhecem o mundo da percepção o que
imediatamente dão como errada as alternativas A e B. O raciocínio e a intuição intelectual
são os únicos que devem ser considerados válidos. O raciocínio treina e exercita nosso
pensamento, preparando-o para uma purificação intelectual que por sua vez permitirá alcançar
a intuição intelectual, ou das ideias, ou ainda das essências que formam a realidade do Ser.
A frase erguida nos pórticos da Academia de Platão “não entre quem não souber geometria”
está para o filósofo na ordem do conhecimento intelectual e perfeito, porque a geometria, cujas
ideias nada devem aos órgãos do sentido, não se reduz a meras opiniões subjetivas. O
conhecimento geométrico seria a melhor preparação do pensamento para chegar à intuição
intelectual das ideias verdadeiras, que constituem, assim, a verdadeira realidade precisamente
por ser capaz de alcançar a essência das coisas, por isso, aqui somos capazes de obter os
conhecimentos verdadeiros.
Resposta da questão 8:
[D]
Em todas as suas expressões (poesia, arte pictórica e plástica), a arte constitui, do ponto de
vista ontológico, uma “mimesis”, uma “imitação” de realidades sensíveis. Em Platão, as coisas
sensíveis representam, sob o aspecto ontológico, uma “imagem” do eterno “paradigma” da
Ideia e, por isto, se afastam do verdadeiro à medida que a cópia destoa do original.
Resposta da questão 9:
[C]
A consciência mítica não pode ser considerada como uma consciência falsa e mentirosa. Ela
corresponde a uma forma de conhecimento que visa explicar a origem de algo através da
transmissão oral, feita de geração em geração, de histórias longínquas e extraordinárias.
Resposta da questão 10:
[B]
Gonia tem origem em duas palavras gregas: gennao (engendrar, gerar) e genos (nascimento,
gênese, descendência, gênero, espécie). Sendo assim, cosmogonia corresponde à narrativa
de geração ou origem do cosmo. Por outro lado, theos significa deuses, coisas divinas.
Portanto, teogonia corresponde à narrativa de origem dos deuses e das coisas divinas.
Resposta da questão 11:
[A]
O mito é a narrativa sobre a origem dos fenômenos, plantas, animais, astros e, sobretudo,
sobre a origem do mundo e do próprio povo e se baseia na autoridade de quem narra, seja
porque o narrador presenciou o ocorrido seja porque recebeu esse discurso de quem
testemunhou diretamente. A filosofia tenta propor uma explicação racional para os mesmos
fenômenos e, portanto, sua autoridade não está em quem narra e sim na lógica de sua
argumentação. Enquanto o mito explica coisas que aconteceram num passado longínquo, a
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filosofia se preocupa com a totalidade do tempo, isto é, propõe uma explicação de como as
coisas são tanto faz se no passado, no presente ou no futuro. O mito explica a origem das
coisas por meio de lutas, rivalidades, alianças e relações de parentesco. A filosofia, em
contraste, explica os mesmos fenômenos acionando combinações ou separações de quatro
elementos: água, fogo, terra e ar. Por fim, há nos mitos contradições ou aspectos
incompreensíveis, mas que são mascarados pela autoridade de quem narra. Já a filosofia não
admite obscuridade e se funda na lógica e na razão, que está presente em todos,
independentemente de quem fala. Dessa maneira, somente a alternativa A está correta.
Resposta da questão 12:
[C]
Questão fácil e que exige somente um pouco de contextualização histórica. A alternativa A é
errada porque o surgimento da imprensa se deu somente na Idade Moderna. O telefone é uma
invenção do século XIX, o que exclui a alternativa B. Dentre as alternativas restantes, podemos
afirmar que somente a C é correta. O Período Arcaico da Grécia Antiga é caracterizado, entre
outras coisas, pelo nascimento da polis, pelo surgimento de um novo sistema de escrita, pelo
desenvolvimento do comércio e da moeda e pelo trabalho dos chamados legisladores, homens
que criaram leis escritas para as cidades-estado do período. Quanto à religião, esta já era
presente antes mesmo deste período histórico. Portanto, somente a alternativa C é correta.
Resposta da questão 13:
[C]
Somente a alternativa C é correta. Com significado de invisível, Hades corresponde ao deus
grego do mundo subterrâneo e dos mortos. O deus das águas é Poseidon, da beleza é Afrodite
e da guerra é Ares.
Resposta da questão 14:
[D]
Somente a alternativa D está correta, pois exclui apenas a afirmativa IV que, com efeito, não
condiz com a descrição da educação em “A república”. A ginástica, para os guardiães, tem
efeito educativo, mas não deve prevalecer sobre o cultivo do espírito (como bem lembra a
afirmativa III). Deste modo, não faz nenhum sentido uma exigência tão rígida para os guardiães
no que se refere aos exercícios físicos.
Resposta da questão 15:
[B]
A primeira etapa do processo do conhecimento em Platão é dominada pelas impressões ou
sensações advindas dos sentidos. Essas impressões sensíveis são responsáveis pela opinião
que temos da realidade. A opinião representa o saber que se adquire sem uma busca
metódica. O conhecimento, entretanto, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das
impressões sensoriais, o plano de opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, o mundo
das ideias. Para atingir este mundo, o homem não pode ter apenas “amor às opiniões
(filodoxia); precisa possuir um “amor ao saber” (filosofia).
Resposta da questão 16:
[C]
A única alternativa correta é a C. Os gregos costumavam ver o Estado como uma cidade (daí a
palavra grega pólis, que significa “cidade”, a qual também é a origem da palavra “política”). No
Estado ideal de Platão, todos os cidadãos desempenham um papel e, para isso, há uma
divisão em três partes na sociedade, cada uma correspondendo a uma classe de cidadãos:
guardiães, soldados e o povo comum. Este último é responsável pelo comércio, artesanato e
agricultura. Os soldados são responsáveis pela segurança. Já os guardiães constituem uma
elite, a qual concentra o poder político. É desta classe, portanto, que devem sair os reisPágina 10 de 13
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filósofos, isto é, soberanos que administram o Estado de modo racional, pois são educados
seguindo uma instrução filosófica, que é única que permite governar.
Resposta da questão 17:
[B]
O filósofo grego Platão (428 – 347 a. C), em seu livro A República, explica que o indivíduo
possui três almas que o compõe. Essas almas correspondem aos princípios:
Racional (Alma de ouro), que busca o conhecimento e deve reger a vida humana;
responsáveis pelo governo da cidade como o rei-filósofo, aquele que pela contemplação das
ideias, conheceu a essência da justiça e deve governar a cidade.
Irascível (Alma de prata), que se ocupa da defesa da guerra; responsáveis pela defesa da
cidade, como os soldados.
Passional (Alma de bronze), que busca a satisfação dos desejos e impulsos da paixão; no
caso, os responsáveis pela produção econômica, como artesãos, agricultores, criadores de
animais, etc.
A alma irascível e passional que correspondem aos soldados, agricultores e artesãos não está
entre as funções mais importantes da sociedade, mas sim, os de alma racional. A concepção
política do Platão é a aristocracia (por isso ele critica a democracia), pois supõe que a grande
massa de pessoas é incapaz de dirigir a cidade e que apenas uma pequena parcela de sábios
está apta para exercer o poder político.
Resposta da questão 18:
[A]
A alternativa A está correta, porque no pensamento de Platão a natureza do Homem é a razão,
mas esta razão encontra no corpo um obstáculo – pois este abriga os impulsos dos sentidos,
diferentemente da alma, que conduziria ao agir racional. Dessa maneira, a escolha dos mais
aptos – e a forma como esta escolha se daria – seria guiada pela razão, tentando suprimir,
assim, os sentimentos contrários à natureza humana. Não faz nenhum sentido, portanto, a
afirmação da alternativa B, pois ela vai no sentido contrário ao que está expresso na citação.
Tampouco é a honra (como afirma a alternativa C) ou a riqueza (alternativa E) o fundamento da
organização do Estado Ideal platônico; e sim a razão, que só é possuída por aqueles
pertencentes à elite. Diferentemente do que afirma a alternativa D haveria total igualdade entre
os sexos neste Estado Ideal, estando a vida dos escolhidos baseada num comunismo rígido.
Resposta da questão 19:
[E]
Para Platão toda a criação era uma imitação, até mesmo a criação do mundo era uma imitação
da natureza verdadeira (o mundo das ideias). Sendo assim, a representação artística do mundo
físico seria uma imitação, uma cópia. A mímesis é dividida em artes divinas e humanas e que,
além disso, outro tipo de produtividade partilhado tanto por Deus como pelo homem que não
produz as essências, mas apenas cópias. A arte do poeta, do pintor ou do ator são amímesis,
pois não usa instrumentos, mas cria a imagem na sua própria pessoa.
Resposta da questão 20:
[B]
De forma resumida, a doutrina de Epicuro é uma filosofia do prazer. Achar o caminho de maior
felicidade e tranquilidade, evitando a dor, era a máxima epicurista. No entanto, não se trata da
busca de qualquer prazer, que é evidente na canção de Noel Rosa quando exalta sua vida de
sambista e nela encontrar indiferença para os que vivem em função do “dinheiro que não
compra alegria”. Para Epicuro, a música era um dos prazeres no qual o ser humano ao
encontrar, não devia jamais se separar. Epicuro não faz uma defesa do carpe diem ou da
libertinagem irresponsável. O prazer em questão não é nunca trivial ou vulgar. Na carta a
Meneceu, Epicuro afirma que “nem todo o prazer é digno de ser desejado”, da mesma forma
que nem toda dor deve ser evitada incondicionalmente. A deturpação do conceito de prazer
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usado por Epicuro foi algo que ocorreu durante a sua vida, e ele teve, portanto, a oportunidade
de rebater: “Quando dizemos então, que o prazer é a finalidade da nossa vida, não queremos
referir-nos aos prazeres dos gozadores dissolutos, para os quais o alvo é o gozo em si. É isso
que creem os ignorantes ou aqueles que não compreendem a nossa doutrina ou querem,
maldosamente, não entender a sua verdade. Para nós, prazer significa: não ter dores no
âmbito físico e não sentir falta de serenidade no âmbito da alma”. Em outras palavras, a
ataraxia, a quietude, a ausência de dor, a serenidade e a imperturbabilidade da alma.
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Resumo das questões selecionadas nesta atividade
Data de elaboração:
Nome do arquivo:
05/09/2011 às 02:45
Filosofia Antiga
Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
Q/prova
Q/DB
Matéria
Fonte
Tipo
1..................103041.............Filosofia..............Uel/2011.................................Múltipla escolha
2..................100635.............Filosofia..............Uff/2011..................................Múltipla escolha
3..................106408.............Filosofia..............Unesp/2011............................Analítica
4..................102054.............Filosofia..............Ifsp/2011.................................Múltipla escolha
5..................102662.............Filosofia..............Ufpr/2011................................Analítica
6..................102663.............Filosofia..............Ufpr/2011................................Analítica
7..................102239.............Filosofia..............Ufu/2011.................................Múltipla escolha
8..................103040.............Filosofia..............Uel/2011.................................Múltipla escolha
9..................102414.............Filosofia..............Unimontes/2011......................Múltipla escolha
10................102415.............Filosofia..............Unimontes/2011......................Múltipla escolha
11................102055.............Filosofia..............Ifsp/2011.................................Múltipla escolha
12................102413.............Filosofia..............Unimontes/2011......................Múltipla escolha
13................102492.............Filosofia..............Unimontes/2011......................Múltipla escolha
14................100856.............Filosofia..............Uel/2011.................................Múltipla escolha
15................96429...............Filosofia..............Uel/2010.................................Múltipla escolha
16................96353...............Filosofia..............Ueg/2010................................Múltipla escolha
17................96365...............Filosofia..............Ufsm/2010..............................Múltipla escolha
18................96412...............Filosofia..............Uel/2010.................................Múltipla escolha
19................96426...............Filosofia..............Uel/2010.................................Múltipla escolha
20................96372...............Filosofia..............Uff/2010..................................Múltipla escolha
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