AVALIAÇÃO DA ALTURA DA PLANTA DE ACESSOS DE ARROZ

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
AVALIAÇÃO DA ALTURA DA PLANTA DE ACESSOS DE ARROZ
DE TERRAS ALTAS SOB DIFERENTES NÍVEIS DE NITROGÊNIO
Mairykon Coêlho da Silva1, Edson Ferreira da Silva2, Hudson de Oliveira Rabelo3,Sthephanny Caroline Fidelis Guerra
Cunha4, Alysson Jalles da Silva5
Introdução
O arroz (Oryza sativa) é um dos cereais mais produzidos e consumidos no mundo, caracterizando-se como
principal alimento para mais da metade da população mundial. Sua importância é destacada principalmente em países
em desenvolvimento, tais como o Brasil, desempenhando papel estratégico em níveis econômico e social (FAO, 2012).
O arroz de terras altas cultivado com o uso da irrigação por aspersão e adubação nitrogenada, pode proporcionar
estabilidade de produção e lucratividade. No entanto, estas práticas podem estimular o desenvolvimento exagerado das
plantas de algumas cultivares, ocasionando acamamento, o que é indesejável, principalmente por aumentar as perdas dos
grãos e dificultar a colheita mecanizada (Nascimento et al., 2009).
O presente trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho da altura de acessos de arroz de terras altas mediante
o cultivo sob três condições de disponibilidade de nitrogênio na Zona da Mata de Pernambuco.
Material e métodos
O experimento foi conduzido na Estação Experimental de Cana-de-Açúcar de Carpina/PE (EECAC), na Zona da
Mata Pernambucana. Foram avaliados 105 acessos do Banco de Germoplasma da UFRPE originários da Estação
Experimental de Arroz de Sequeiro do Japão, sob três condições de disponibilidade de nitrogênio, uma sendo
dependente da fertilidade natural do solo (0% de adubação) e as demais referentes à 50% e 100% da dose recomendada
por Fageria et al. (2006), a adubação de fósforo e potássio também seguiu às recomendações do mesmo autor. Como
fertilizante nitrogenado foi utilizado o sulfato de amônio, parcelado em duas épocas: plantio e aos 45 dias após o
plantio. Fósforo e potássio foram adicionados via Superfosfato Simples e Cloreto de Potássio, respectivamente.
Segundo os valores da análise de solo, não foi necessária a correção com calagem, e observando-se as
recomendações de Fageria et al. (2006) foram determinadas as quantidades de 60 e 30 kg de N/ha para a dose 100% e
50%, respectivamente.
A Altura da planta foi à característica morfológica avaliada. O delineamento utilizado foi o de blocos
aumentados, com cinco blocos, sendo cada bloco constituído por 24 linhas. Em cada bloco foram sorteados os acessos
denominados neste delineamento de tratamentos regulares.
Os dados obtidos foram submetidos à Análise de Variância pelo teste F, utilizando a média das parcelas. As
médias foram comparadas pelo teste de agrupamento de Tukey a 5% de probabilidade, realizadas com o auxílio do
programa SAS (SAS INSTITUTE, 2002).
Resultados e Discussão
1
Graduado em Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros,s/n,Dois Irmãos,CEP:52171-90 Recife,PE.
2
Professor Adjunto do Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros,s/n,Dois
Irmãos,CEP:52171-90 - Recife,PE.
3
Doutorando em Melhoramento Genético de Plantas, Universidade Estadual Paulista. Via de Acesso Prof.Paulo Donato Castellane s/n ,
CEP:14884-900 - Jaboticabal, SP
4 Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros,s/n,Dois Irmãos,CEP:5217190 - Recife,PE.
5
Doutorando em Melhoramento Genético de Plantas, Universidade Estadual Paulista. Via de Acesso Prof.Paulo Donato Castellane s/n ,
CEP:14884-900 - Jaboticabal, SP
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Os 105 acessos com os diferentes níveis de adubação nitrogenada apresentaram diferenças significativas pelo
teste F para a característica altura da planta.
De acordo com a Tabela 1, e dose zero de nitrogênio, os acessos 11 e 89 apresentaram as maiores médias para a
altura da planta, diferindo estatisticamente do acesso 26 (P ≤ 0,05). Em relação às médias com a metade da dose de
nitrogênio recomendada (Tabela 2), o acesso 20 foi o que apresentou a maior média, diferindo estatisticamente dos
acessos 76 e 65 (P ≤ 0,05). Já às médias para a característica avaliada com a dose recomendada de nitrogênio (Tabela
3), os acessos 26, 20 e 59 apresentaram as maiores médias, diferindo estatisticamente dos acessos 76, 104, 8 e 1, (P ≤
0,05).
A altura apresenta forte correlação positiva com acamamento, dando preferência a variedades de arroz que não
ultrapassem 100 centímetros, embora, esta característica não é dependente apenas da altura de plantas (Castro et al.,
1999). Neste trabalho, resultados satisfatórios foram obtidos para todos os acessos avaliados com a fertilidade natural do
solo, em relação à altura da planta, pois nenhum ultrapassou os 100 centímetros.
Diferentemente dos acessos avaliados com a fertilidade natural do solo, nos acessos avaliados com a metade da
dose recomendada de nitrogênio (50%), foram obtidos 3 acessos que ultrapassaram os 100 centímetros, estes
considerados relativamente sensíveis ao acamamento, foram eles os acessos 20, 19 e 5 que apresentaram 111,3; 105,8 e
102,8 centímetros, respectivamente.
Para a fertilidade com a dose recomendada de nitrogênio (100%), os acessos que apresentaram maiores médias
26, 20 e 59 possuem o porte mais alto, apresentando como consequência negativa uma maior sensibilidade ao
acamamento. Semelhante aos acessos avaliados com a metade da dose recomendada de nitrogênio (50%), os acessos
com a dose recomendada de nitrogênio, apresentaram 5 acessos que ultrapassaram os 100 centímetros, acessos esses
considerados relativamente sensíveis ao acamamento, foram eles os acessos 26, 20, 59, 19 e 69 que apresentaram
111,17; 106,12; 103,83; 102,9 e 101,38 centímetros, respectivamente.
Conclui-se que os acessos cultivados com a fertilidade natural do solo possuem menor altura em comparação aos
mesmos acessos avaliados com metade da dose recomendada de nitrogênio (50%) e com a dose recomendada de
nitrogênio (100%), caracterizando-se como opção preferencial para o plantio na Zona da Mata de Pernambuco. O
aumento da dosagem de adubação nitrogenada promove alongamento das plantas, aumentando assim o índice de
acamamento.
Agradecimentos
Os autores agradecem a CAPES e ao CNPQ, pela concessão de bolsa.
Referências
Castro, E. M. de; Breseghello, F.; Rangel, P. H. N.; Moraes, O. P. de. Melhoramento do Arroz. In: BORÉM, A.
Melhoramento de espécies cultivadas. Viçosa: UFV, 1999. p.95-130.
Fageria, N. K.; Barbosa Filho, M. P. Identificação e correção de deficiências nutricionais na cultura do arroz. Santo
Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2006. 8 p.
Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). Rice market monitor. V. 15, n. 4, 2012.37.p.
Disponível em: http://www.fao.org. Capturado em 28 nov. 2012.
Nascimento, V. et al. Uso do regulador de crescimento etil-trinexapac em arroz de terras altas. Bragantia, Campinas, v.
68, n. 4, p. 921-929, 2009.
SAS INSTITUTE (Cary, Estados Unidos). Software and services: system for Windows, versão 8.0: software. Cary,
2002.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Tabela 1. Amostra da Altura dos maiores e menores acessos com a fertilidade natural do solo.
Acessos
Médias (cm)
11
91.85 a
89
90.35 a
80
63.22 a
64
63.14 a
87
63.10 a
93
63.02 a
109
62.97 a
74
62.82 a
39
62.62 a
26
10.30
b
Tabela 2. Amostra da Altura dos maiores e menores acessos com a metade da dose recomendada de
nitrogênio (50%).
Acessos
Médias (cm)
20
111.33 a
19
105.80 a b
5
102.80 a b
32
98.90 a b
26
98.33 a b
35
97.78 a b
98
96.35 a b
57
95.67 a b
76
58.05
65
56.27
b
b
Tabela 3 Amostra da Altura dos maiores e menores acessos com a dose recomendada de nitrogênio (100%).
Acessos
Médias (cm)
26
111.17 a
20
106.12 a b
59
103.83 a b c
19
102.90 a b c d
69
101.38 a b c d e
65.37
efgh
76
104
65.28
efgh
109
64.09
fgh
8
59.08
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1
57.03
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