A Odisséia do Pão de Açúcar As Rochas Contam Sua História... A FORMAÇÃO DO ANTIGO CONTINENTE GONDWANA Granitos formados por fusão da crosta profunda Sedimentos e aterros 118.9 m Dique de diabásio Valeriano & Magalhães, 1984 Granito Morro da Babilônia ESTAMOS AQUI Gnaisse Facoidal (formado a partir de rocha ígnea granítica) Praia Vermelha Kinzigito (gnaisse formado a partir de rocha sedimentar argilosa) Morro do Pasmado Quartzito (formado a partir de arenito) 62.5 m 222 m Morro da Urca Pão de Açúcar 79.8 m Altitude em metros 392,5 m Mapa de localização: 22 30’ S Praia Vermelha URCA Petrópolis 43 W Continente A + B Formação de montanhas SÍMBOLOS 500 Escala (m) 43 30’ W FORMAÇÃO DO CONTINENTE GONDWANA N 0 o Continente Serra do Mar Praia do Leme 130 m Moror do Leme ric Oceano Adamastor GEOLOGIA DO PÃO DE AÇÚCAR E MORROS VIZINHOS A rocha que compõe o Pão de Açúcar foi originalmente um granito que se formou a partir do resfriamento de um magma nas profundezas da crosta. Posteriormente, calor e deformação intensa transformaram (metamorfisaram) o granito em gnaisse com os típicos cristais de feldspato em forma de olhos, como nafotografia abaixo. O formato peculiar atual da montanha resultou da erosão, que atuou mais intensamente em na camada de gnaisse rochas fraturadas e metassedimentar (metamorfismo sobre rocha sedimentar) que aflora entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. Esta camada erodiumais porque o gnaisse metassedimentar se decompõe mais facilmente e forma o solo fértil que favoreceu o crescimento da vegetação. lefé Continente São Francisco Nova Iguaçu 400 m Pão de Açúcar Baía da Guanabara Niterói Rio de Janeiro 68.5 m 23 S 79.8 m 0 Ponta de São Teodósio EROSÃO PROLONGADA EXPÕE AS ROCHAS MAIS PROFUNDAS Morro Cara de Cão 0 20 Km VEJA COMO A EROSÃO MODELA A PAISAGEM, AGINDO MAIS INTENSAMENTE NAS ROCHAS QUE SE DECOMPÕEM MAIS RAPIDAMENTE. Pão de Açúcar O ANTIGO CONTINENTE GONDWANA Morro da Urca África A QUEBRA DO GONDWANA Um longo período geologicamente calmo se há s e g u i u a té a Er a M e so zó ica, aproximadam ente 130 milhõ es de anos, quando o supercontinente Gondwana se dividiu em vários continentes menores, entre eles a América do Sul. A separação entre a África e a América do Sul formou o Oceano Atlântico, que ainda hoje se alarga imperceptivelmente alguns centímetros por ano. Os movimentos da crost a durante o Mesozóico formaram a Serra do Mar ao longo do litoral e a Serra da Carioca no Rio de Janeiro, incluindo o Pão de Açúcar. Olhando daqui para o norte podemos ter uma idéia da magnitude dos movimentos verticais da crosta: a diferença de altitude entre a Serra do Mar e as planícies costeiras do Rio de Janeiro chega a mais de 2000 metros! sido os O clima tropical e a erosão têm escultores, lentos porém persistentes, deste singular monolito que encanta todos os visitantes desde o século 16, bem como os nativos do passado e do presente. PROJETO SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, ENERGIA, INDÚSTRIA E SERVIÇOS O PÃO DE AÇÚCAR Quando dois continentes colidem eles formam outro maior Te A maioria das rochas do Rio de Janeiro se formou durante a Era Paleozóica, há cerca de 500 milhões de anos atrás. Nessa época vários contine nte s anti gos se aproxi ma ram lentamente e se aglutinaram para formar em um enorme continentechamado Gondwana. A medida em que os continentes colidiam, suas margens se acavalaram umas sobre as outras, formando cordilheiras de montanhas e levando ao soterramento vastas porções da crosta (casca e xterna da Terra). A pressão e calor resultan tes modificaram as rochas preexistentes, originando os gnaisses que hoje vemos. A temperatura foi alta a ponto de derreter algumas rochas, gerando grandes volumes de magma (rocha fundida). O resfriamento do magma resultou nos granitos atuais do Rio de Janeiro. O Pão de Açúcar e os enormes paredões que vemos no Rio de Janeiro e Niterói são em sua maioria formados pelo Gnaisse Facoidal: um granito formado e deformado nas porções inferiores da crosta terrestre (pelo menos 25 quilômetros de profundidade). A erosão das rochas mais superficiais trouxe à superfície os gnaisses e granitos que hoje afloram. Os geólogos calcularam a idade de formação do Gnaisse Facoidal em cerca de 560 milhões deanos. 45 A FORMAÇÃO DO GONDWANA América do Sul Granito-Gnaisse Índia Rio de Janeiro Austrália Antártida A SEPARAÇÃO ENTRE A AMÉRICA DO SUL E A ÁFRICA FORMA O OCEANO ATLÂNTICO C A M IN H O S GEOLÓGICOS Grandes veios dobrados, visíveis na face norte do Pão de Açúcar, dão uma idéia da intensidade da o q ue d ef ormaçã tr ansf ormo u o gr anito original em um gnaisse, um t i p o de roc ha metamórfica. Dique Basáltico Gnaisse derivado de rocha sedimentar Serra do Mar América do Sul Oceano Atlântico África Serra do Mar Serra da Carioca África Foto de Júlio C.H. Almeida “A Terra levou alguns bilhões de anos para construir as rochas, os minerais, as montanhas e os oceanos. Proteja esta obra-prima!” RE ED DE ED D E E R DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS www.drm.rj.gov.br [email protected] TEKTOS Grupo de Pesquisa em Geotectônica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro www.labgis.uerj.br/geologia/dgrg/webdgrg/tektos.htm Elaboração: Claudio de Morisson Valeriano (UERJ) / Modelo 3D por Fernando Henrique Koga Coordenação Kátia Mansur, Eliane Guedes e Flavio Erthal (DRM-RJ) English version on the opposite side TECNOLOGIA RIO DE JANEIRO Ciências da Terra para a Sociedade TurisRio Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro