caracterização de isolados de vírus coletados em melancia no

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS DE GURUPI
MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL
CARACTERIZAÇÃO DE ISOLADOS DE VÍRUS COLETADOS EM
MELANCIA NO ESTADO DO TOCANTINS E SUA
SINTOMATOLOGIA EM CUCURBITÁCEAS
ALINE TORQUATO TAVARES
GURUPI-TO
DEZEMBRO DE 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS DE GURUPI
MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL
CARACTERIZAÇÃO DE ISOLADOS DE VÍRUS COLETADOS EM
MELANCIA NO ESTADO DO TOCANTINS E SUA
SINTOMATOLOGIA EM CUCURBITÁCEAS
Dissertação
apresentada
à
Fundação Universidade Federal
do Tocantins, como parte das
exigências
do
curso
de
Mestrado em Produção Vegetal,
para obtenção do título de
“Mestre”.
Orientador: Prof° Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento
Co-orientador: Prof° Dr. Gil Rodrigues dos Santos
GURUPI-TO
DEZEMBRO DE 2012
Dedico aos meus pais José Torquato de Sousa Netto
e Eliene Tavares de Alvarenga Torquato,
às minhas irmãs Priscilla, Marta, Angélica e Angela.
i
Dissertação de Mestrado realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da
Universidade Federal do Tocantins, sob orientação do professor e pesquisador Dr. Ildon
Rodrigues do Nascimento. Apoio financeiro do CNPq e CAPES.
Banca examinadora:
____________________________________________
Prof. Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento
Universidade Federal do Tocantins (Orientador)
____________________________________________
Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos
Universidade Federal do Tocantins (Co-Orientador)
____________________________________________
Dr. Mateus Figueiredo dos Santos
Centro Nacional de Pesquisas de Hortaliças CNPh (Examinador externo)
____________________________________________
Prof. Dr. Raimundo Wagner de Souza Aguiar
Universidade Federal do Tocantins (Examinador)
GURUPI-TO
DEZEMBRO DE 2012
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele não conseguiria concluir mais essa etapa da
minha vida, pela proteção, saúde, força de vontade, capacidade e dedicação;
Aos meus pais José Torquato e Eliene pelo incentivo, amor, confiança, por me ensinar a ter
os pés no chão, força de vontade e determinação e me espelhar em vocês;
Agradeço às minhas irmãs Priscilla e Marta pelo carinho, amor e incentivo;
Ás minhas irmãs de coração Angélica e Angela pelo amor, companheirismo, conselhos,
palavras e ombro amigo;
Aos meus irmãos de coração Wanderson, Wesley e José Walle pelo amor e compreensão;
À família Carvalho, especialmente a Dona Conceição e Francisco (Seu Dr.) que considero
muito, como pais mesmo, pelo amor e incentivo;
Aos meus amigos Ronice, Sérgio, Ariádila, Marielle, Elcione, Maíra, Ana Paula, André
Fróes e Prínscilla Pâmela pelos momentos compartilhados;
Ás minhas princesas sobrinhas Laura e Katarine e ao príncipe sobrinho Valdir Neto
À Diná que sempre torceu por mim em todos os momentos da minha vida, estava lá sempre
presente (in memória);
Á toda a minha família pelo apoio e momentos compartilhados;
Agradeço ao meu orientador Professor Ildon Rodrigues do Nascimento pelos ensinamentos,
paciência e motivação durante esse tempo;
Aos colegas da turma do Programa de Pós Graduação em Produção Vegetal;
Ao grupo NEO pela ajuda;
Aos membros da banca pela contribuição nesse trabalho;
A CAPES, pela concessão da bolsa de estudos e auxílio financeiro.
iii
SUMÁRIO
RESUMO GERAL ...........................................................................................................
8
ABSTRACT ......................................................................................................................
9
1. INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................ 10
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Cultura da melancia ..................................................................................................... 11
2.2 Cultura da abóbora ....................................................................................................... 12
2.3 Cultura do melão .......................................................................................................... 13
3. Principais viroses que acometem as cucurbitáceas......................................................... 15
3.1 Mosaico-da-abóbora .................................................................................................... 16
3.2 Mosaico-amarelo-da-abobrinha-de-moita ................................................................... 17
4. Infecção mista ................................................................................................................ 19
5. Teste DAS-ELISA ......................................................................................................... 19
6. PCR (Polymerase Chain Reaction) ............................................................................... 20
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 22
CAPITULO II - CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE
VÍRUS COLETADOS EM PLANTIOS COMERCIAIS DE MELANCIA EM
VÁRZEA TROPICAL NO ESTADO DO TOCANTINS
RESUMO........................................................................................................................... 32
ABSTRACT....................................................................................................................... 33
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 34
2. MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................... 35
2.1 Coleta, identificação, preservação e multiplicação das amostras................................
35
2.2 Identificação Sorológica e molecular (RT-PCR) dos isolados ................................... 37
2.3 Extração de RNA total dos isolados............................................................................. 38
2.4 Síntese do cDNA.......................................................................................................... 39
2.5 Reação de amplificação (PCR) ................................................................................... 39
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 39
4. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 44
iv
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................
45
CAPÍTULO III - REAÇÃO FENOTÍPICA DE PLANTAS DE ABÓBORA E
MELÃO À INFECÇÃO POR ISOLADOS SIMPLES DE ZYMV E MISTO DE
ZYMV+SQMV
RESUMO ........................................................................................................................... 48
ABSTRACT ....................................................................................................................... 49
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 50
2. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 51
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 52
4. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 59
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 60
v
ÍNDICE DE TABELAS
CAPITULO II - CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE
VÍRUS COLETADOS EM PLANTIOS COMERCIAIS DE MELANCIA EM
VÁRZEA TROPICAL NO ESTADO DO TOCANTINS
Tabela 1- Codificação utilizada para identificação de isolados de vírus coletados em
plantas de lavouras comerciais de melancia sob condições de várzea tropical nos
municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão................................................. 30
Tabela 2 - Identificação sorológica DAS-ELISA de amostras foliares de melancia com
sintoma de virose coletadas em áreas de produção comercial de melancia no estado do
Tocantins ............................................................................................................................. 33
CAPÍTULO III - REAÇÃO FENOTÍPICA DE PLANTAS DE ABÓBORA E
MELÃO À INFECÇÃO POR ISOLADOS SIMPLES DE ZYMV E MISTO DE
ZYMV+SQMV
Tabela 1- Sintomas exibidos por abobrinha (Cucurbita pepo) cultivar „Caserta‟
inoculadas com Zucchini yellow mosaic vírus (ZYMV) em experimento de casa de
vegetação. Isolados 1F a 11F oriundos do município de Formoso do Araguaia-TO e os
demais isolados oriundos do município da Lagoa da Confusão, Estado do Tocantins .... 46
Tabela 2- Sintomas exibidos por abobrinha (Cucurbita pepo) cultivar „Caserta‟
oriundos do município da Lagoa da Confusão em quatro genótipos de melão (Cucumis
melo) induzidos pela combinação de (ZYMV+SqMV)....................................................... 50
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPITULO II - CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE
VÍRUS COLETADOS EM PLANTIOS COMERCIAIS DE MELANCIA EM
VÁRZEA TROPICAL NO ESTADO DO TOCANTINS
Figura 1- Mapa do estado do Tocantins indicando as regiões onde foram coletadas as
amostras de plantas com sintoma de virose ........................................................................ 29
vi
Figura 2- Análise eletroforética de bandas amplificadas com o primer para Zucchini
yellow mosaic virus (ZYMV). M1: Marcador 1Kb DNA ladder; 1F a 11F amostras 2FA; 3-FA; 4-FA; 5-FA; 6-FA; 7-FA; 8-FA; 9-FA; 10-FA e 11-FA representam isolados
de Formoso do Araguaia; 1 ao 5 amostras: 1-LC; 2-LC; 3-LC; 4-LC e 5-LC,
representam isolados da Lagoa da Confusão; CP (Controle Positivo); CN (Controle
Negativo) e M2: Marcador 100 pb....................................................................................... 35
Figura 3- Análise eletroforética das bandas amplificadas com primer para Zucchini
yellow mosaic vírus (ZYMV). M1 e M2: Marcador 100pb; 1 a 9: amostras 6-LC, 7-LC,
8-LC, 9-LC, 10-LC, 11-LC, 12-LC, 13-LC e 14-LC provenientes da Lagoa da Confusão.
CP: Controle Positivo, CN: Controle Negativo .................................................................. 35
Figura 4- Análise eletroforética das bandas amplificadas com o primer para Zucchini
yellow mosaic virus. M1 e M2: Marcador 100pb; 1 a 14: amostras: 15-LC, 16-LC, 17LC, 18-LC, 19-LC, 20-LC, 21-LC, 22-LC, 23-LC, 24-LC, 25-LC, 26-LC, 27-LC e 28LC provenientes da Lagoa da Confusão. CP: Controle Positivo, CN: Controle Negativo. 36
CAPÍTULO III - REAÇÃO FENOTÍPICA DE PLANTAS DE ABÓBORA E
MELÃO À INFECÇÃO POR ISOLADOS SIMPLES DE ZYMV E MISTO DE
ZYMV+SQMV
Figura 1 – Sintomas induzidos por Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) em plantas
de abóbora cultivar „Caserta‟: (B, F, H, J, M, P) e (Q) isolados 2-FA, 6-FA, 8-FA, 10FA, 11-FA, 20-LC e 21-LC respectivamente com nervuras paralelas como principal
sintoma; (A, C, D, E, K, L) e (O) isolados 1-FA, 3-FA, 4-FA, 5-FA, 11-LC, 4-LC e 17LC respectivamente, com mosaico; (G, I) e (R) isolados 7FA, 9FA e 22-LC,
respectivamente, com bolhosidade e (N) e (S) isolados 13-LC e 23-LC, respectivamente,
com deformação foliar ........................................................................................................ 47
Figura 2 – Sintomas induzidos por isolado misto de Zucchini yellow mosaic virus
(ZYMV) e Squash mosaic vírus (SqMV) em plantas de abóbora cultivar „Caserta‟ e
quatro genótipos de melão induzidos pela infeção mista de Zucchini yellow mosaic virus
(ZYMV) Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) e Squash mosaic vírus (SqMV) : (A, B,
D, G, J) e (P) isolados 1-LC, 3-LC, 6-LC, 9-LC, 14-LC e 28-LC respectivamente com
mosaico, deformações foliares e nervuras paralelas como principais sintomas; (C, F, I,
K, e O) isolados 5-LC, 8-LC, 12-LC, 15-LC, e 24-LC respectivamente com deformação
foliar e enação; (E) e (H) isolados 7-LC e 10-LC respectivamente com estreitamento e
enrolamento foliar; (N) isolado 19-LC com bolha como sintoma mais evidente e (M)
isolado 18-LC com mosaico e crescimento do limbo foliar no pecíolo da folha (esporão).
Em genótipos de meloeiro (Cucumis melo): (Q) „Sunshine‟ e (R) „Amarelo‟ com bolhas
e deformações foliares; (S) „Eldorado‟ com mosaico e (T) „Valenciano‟ não apresentou
sintoma ................................................................................................................................ 49
vii
RESUMO GERAL
As cucurbitáceas podem ser afetadas por várias doenças, dentre elas as viroses, as quais
podem provocar perdas significativas na produção, isso porque plantas afetadas por vírus
apresentam mosaico, redução do limbo foliar e deformação nas folhas e frutos, podendo a
sintomatologia variar com o hospedeiro e o isolado. O Estado do Tocantins possui condições
climáticas favoráveis ao surgimento de viroses. O trabalho foi realizado com a finalidade de
identificar por meio de avaliação sorológica e molecular, isolados de vírus coletados em
plantas de lavoura comercial de melancia em área de várzea. Foram avaliadas também as
reações fenotípicas de 19 isolados de ZYMV e 16 isolados de ZYMV+SqMV inoculados em
plantas de abóbora cv. „Caserta‟ e cultivares de melão. As amostras foram coletadas no
município da Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia. Foram realizados teste sorológico
DAS-ELISA com antissoros específicos e teste molecular RT-PCR. As espécies de vírus
predominantes nas regiões produtoras de melancia do Estado do Tocantins foram ZYMV e
SqMV e a ocorrência de infecção mista (ZYMV+SqMV) foi verificada em 35% das amostras
do município da Lagoa da Confusão. No município de Formoso do Araguaia predominou o
ZYMV. Os sintomas mais comuns observados pela infecção por ZYMV foram mosaico e
nervuras paralelas. A sintomatologia das plantas de abóbora inoculadas com ZYMV+SqMV
foi mais agressiva no decorrer das avaliações, evoluindo para deformações e estreitamentos
foliares, além de bolhosidade, nervuras paralelas e esporão, comprometendo grande parte da
área foliar.
Palavras-chave: Cucurbitáceas, Viroses, Identificação, ZYMV, SqMV
8
ABSTRACT - The cucurbits can be affected by various diseases, including the viruses,
which can cause significant losses, because plants affected by mosaic virus present, reduction
of leaf blade and leaf and fruit deformation, the symptoms may vary with the host and the
isolated. The State of Tocantins has favorable climatic conditions to the emergence of viruses.
The study was conducted in order to identify by serological and molecular evaluation, virus
isolates collected from plants of commercial farming of watermelon in floodplain area. We
also evaluated the phenotypic reaction of 19 ZYMV isolates and 16 isolates of
ZYMV+SqMV inoculated in pumpkin plants cv. 'Caserta and melon cultivars. The samples
were collected in the municipality of Lagoa da Confusão and Formoso do Araguaia. DASELISA serological tests were done with specific antisera and RT-PCR molecular test. The
predominant species of virus in watermelon producing regions of the State of Tocantins were
ZYMV and SqMV and the occurrence of mixed infection (ZYMV+SqMV) was achieved in
35% of the samples in the municipality of Lagoa da Confusão. In the municipality of Formoso
do Araguaia predominated ZYMV. The most common symptoms observed by the infection
with ZYMV were mosaic and parallel veins. The symptoms of pumpkin plants inoculated
with ZYMV+SqMV was more aggressive during evaluations, progressing to narrowing and
leaf deformation, besides blistering, parallel ridges and spurs, committing much of the leaf
area.
Keywords: Cucurbits, Viruses, Identification, ZYMV, SqMV
9
1. INTRODUÇÃO GERAL
As cucurbitáceas destacam-se pela importância econômica e social entre as famílias
botânicas utilizadas para a produção de alimentos, desde a geração de empregos diretos e
indiretos, ligados à necessidade de grande número de mão de obra do cultivo, até a
comercialização. O cultivo de cucurbitáceas é praticado tanto em pequenas propriedades, em
regime de agricultura familiar, quanto em grandes propriedades. As espécies com maior
expressão econômica no Brasil são as pertencentes aos gêneros Citrullus (melancia), Cucumis
(pepino, maxixe e melão), Cucurbita (moranga, abóbora e abobrinha), Lagenaria (cabaçacaxi) e Sechium (chuchu) (PINTO, 2003).
As cucurbitáceas podem ser afetadas por várias doenças, dentre elas as viroses, que
podem levar a perdas significativas na produção. As plantas afetadas por vírus podem
apresentar mosaico, redução do limbo foliar e deformação nas folhas e frutos, podendo a
sintomatologia variar tanto com o hospedeiro infectado, quanto com a ocorrência de infecções
mistas (RAMOS et al., 2003). Sabe-se que a ocorrência de viroses depende de inúmeros
fatores, como a época do ano, o local de plantio, a presença e a preferência de vetores, dentre
outros. Dessa forma, o monitoramento da ocorrência de vírus em cucurbitáceas torna-se
necessário, não só em campos de produção, mas como forma de se evitar que estas constituam
hospedeiras alternativas de viroses, que também afetam economicamente culturas vizinhas.
Dentre os vírus que causam problemas nas cucurbitáceas estão o Zucchini yellow
mosaic virus- ZYMV, Papaya ringspot virus– type watermelon – PRSV-W (LIMA, et al.
1996), Squash mosaic virus– SqMV (ALENCAR et al. 2012), Watermelon mosaic virus–
WMV (SÁ & KITAJIMA, 1991) e Cucumber mosaic virus– CMV (NAGATA & PETERS,
2001), todos de importância econômica para as cucurbitáceas, causando prejuízos nos cultivos
do melão, da melancia e da abóbora. O Estado do Tocantins tem apresentado uma grande
incidência de viroses no campo devido às condições climáticas serem favoráveis, por isso fazse necessário estudos para a identificação e avaliação dessas doenças na região para que se
possam tomar as estratégias corretas de controle.
Em razão da frequente ocorrência de danos causados pelos vírus nos plantios comercias
de cucurbitáceas no Estado, o trabalho tem como objetivo fazer a identificação sorológica e
molecular de amostras coletadas de plantas de melancia de lavouras comerciais em condição
de várzea úmida tropical, nos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão.
Foram avaliadas também as reações fenotípicas de isolados de ZYMV e isolados misto de
10
ZYMV+SqMV inoculados em plantas de abóbora cv. „Caserta‟ e também a reação fenotípica
de um isolado misto em quatro genótipos de melão.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1- Cultura da melancia
A melancia Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum & Nakai pertence à família
Cucurbitaceae, gênero Citrullus, espécie lanatus, tem sua origem nas regiões secas da África
tropical. Foi introduzida no continente americano pelos escravos e colonizadores europeus no
século 16. A espécie se difundiu pelo mundo inteiro e é cultivada nas regiões tropicais e
subtropicais do planeta (DIAS & REZENDE 2010).
É uma planta anual herbácea, de porte rasteiro ou trepador. O caule compõe-se de ramos
primários e secundários, que podem ter disposição radial (ramos de tamanho similar partindo
da base da planta) ou axial (um ramo mais longo com derivações opostas e alternadas em cada
nó). Até o terceiro nó, surge uma folha e uma gavinha. A partir do terceiro nó surge também
uma flor. O caule é fino, angular, provido de gavinhas para fixação no solo. A folha é
peciolada, pinada, dividida em três ou cinco lóbulos. O sistema radicular da melancia é mais
profundo do que o das demais cucurbitáceas, sendo do tipo pivotante muito. (NASCIMENTO
et al., 2011).
As melancias possuem variedades que se diferem quanto à origem e utilidade, as de
polpa amarga são cultivadas na África e suas sementes são fritas antes de serem consumidas.
As melancias forrageiras (Citrullus lanatus var. citroides), também conhecidas como
melancia-de-cavalo, melancia do mato ou melancia-de-porco possuem polpa branca,
consistente (com um teor elevado de matéria seca) e não açucarada (baixo teor de sacarose),
portanto não possui boa aceitação para o consumo humano, sendo utilizada na alimentação
animal. As melancias de polpa açucarada (Citrullus lanatus var. lanatus), de cor vermelha,
laranja ou amarela, rica em água, são consumidas como alimento humano no mundo todo
(SOUZA, 2011).
Segundo Filgueira (1981, 2000), o fotoperíodo ideal para o cultivo da melancia visando
à obtenção de bons frutos e alta produtividade é de dias longos e quentes e noites quentes,
caracterizando verão quente e seco. A umidade do ar elevada afeta negativamente a qualidade
dos frutos, sendo que as melancias produzidas em regiões mais secas têm mais sabor, além de
conter menor incidência de doenças fúngicas ou viróticas, que podem acometer as folhas,
reduzindo a fotossíntese e a qualidade dos frutos. Segundo dados da FAO (2010), a melancia
11
foi a segunda fruta mais produzida no mundo, com 89.004.814 toneladas de frutos, ficando
atrás apenas da banana com 102.114.819 toneladas de frutos. A China, Turquia, Irã e Brasil
são os países de maiores produções mundiais.
A atividade produtiva de melancia no Brasil apresenta um perfil predominante pela
produção familiar por sua rusticidade, pelo menor investimento de capital e retorno em torno
de 85 dias em relação às outras oleráceas (DIAS & REZENDE 2010). A área plantada ou
destinada a colheita de melancia no país em 2011 foi de 98.501ha e a quantidade produzida
foi de 2.198.624 toneladas de frutos (IBGE, 2011).
Os principais pólos produtores de melancia no país estão no sul, onde os Estados do Rio
Grande do Sul e de São Paulo representam quase a metade da produção e no nordeste, mais
precisamente na Bahia e em Pernambuco, onde as áreas irrigadas do Vale do Rio São
Francisco são responsáveis por cerca de um quarto do total produzido. Parte dessa produção
destina-se à exportação, especialmente para alguns países da própria América do Sul. O
Estado do Tocantins tem se destacado na produção de melancia. De acordo com a Secretaria
da Agricultura da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário (SEAGRO, 2012) a expectativa de
produção de frutos para a safra de 2012 no estado foi de cerca de 90 mil toneladas de
melancia em uma área plantada de 3.600 hectares.
2.2- Cultura da abóbora
As abóboras e as morangas pertencem à família Cucurbitaceae, gênero Cucurbita,
originário das Américas. Considera-se que o gênero Cucurbita seja formado por cerca de 15
espécies, sendo C. argyrosperma, C. ficifolia, C. máxima, C. moschata e C. pepo as cinco
espécies domesticadas e, dentre essas, apenas as três últimas são cultivadas no Brasil com
finalidade comercial. Os frutos são consumidos imaturos ou maduros, sob diversas formas
(cozidos, refogados, assados, enlatados, “baby food” ou doces). Ápices caulinares e flores são
consumidas como hortaliça no sul e leste da África e regiões Latino Americanas (FONTES,
2005).
As abóboras e morangas domesticadas são mesófitas, sensíveis à geada, têm sistema
radical fibroso, caule com gavinhas e crescimento rasteiro ou trepador e, em tipos
subarbustivos, com gavinhas de tamanho reduzido. Todas as espécies do gênero têm como
expressão do sexo a monoicia, ou seja, flores unissexuais em pontos separados na mesma
planta. As flores são grandes, vistosas e alaranjadas ocorrendo isoladas em axilas foliares e
normalmente as flores masculinas surgem primeiro e em maior número que as femininas; esta
12
relação também pode ser alterada por condições de cultivo. As anteras são mais ou menos
unidas e produzem quantidade abundante de pólen pegajoso e pesado (FONTES, 2005).
O fruto é uma baga indeiscente (pepônio) e varia muito em forma, coloração interna e
externa, firmeza da casca e da polpa, forma de consumo e tamanho. Os tipos de cultivares de
abóboras e morangas maduras são: Tipo Seca (Carioca, Seca CAC, Goianinha, Mammoth e
Menina Brasileira); Tipo Butternut (Butternut, Bárbara, Atlas e Poliana); Tipo Tetsukabuto
que é a moranga ou abóbora híbrida é resultante do cruzamento entre moranga (Cucurbita
máxima Duch.), como genitor feminino, com a abóbora (Cucurbita moschata Duch.), como
genitor masculino. O primeiro híbrido comercial foi obtido no Japão, o qual recebeu a
denominação de Tetsukabuto (significa “capacete de aço”). Introduzido no Brasil,
inicialmente no município de Barbacena-MG, na década de 1960, os frutos ganharam com
exceção do Estado do Rio de Janeiro, grande aceitação popular nos mercados centro-sul; Tipo
Abóbora Verde (Sandy, Novita, Samira, Yasmim, Abobrinha tronco branca, Menina
Brasileira, Caserta, Anita, Clarita, Princesa e Formosa) (FONTES, 2005).
2.3 - Cultura do melão
O meloeiro é uma dicotiledônea da família Cucurbitaceae. É perene na natureza, sendo
explorada como planta anual. Os diferentes tipos de melões (Cucumis melo L.) foram
originados na Índia ou na África. No Brasil, o meloeiro é conhecido desde o século XVI,
quando foi trazido, provavelmente, pelos escravos. Posteriormente, no século XIX, houve
outra introdução, desta vez pelos imigrantes europeus, quando se iniciou, de fato, a expansão
da cultura nas regiões Sul e Sudeste chegando por volta da década de 1960 ao nordeste. Nas
últimas décadas o Brasil passou de importador a grande exportador dessa hortaliça devido,
principalmente, às condições climáticas favoráveis existentes na região Nordeste (FONTES &
PUIATTI, 2005).
A produção de melão no Brasil é estimada em cerca de 478 mil toneladas de frutos ano 1
, em uma área correspondente a 18.870 ha (IBGE, 2010). Todas as regiões brasileiras
produzem melão, sendo cerca de 94,3% no Nordeste, 5,1% no Sul, 0,5% no Sudeste, e 0,1%
no Norte e Centro-Oeste (AGRIANUAL 2012). Os estados do Rio Grande do Norte, Ceará e
Bahia são os maiores produtores com respectivamente, 50,6%, 32% e 7,6% (IBGE, 2010).
O meloeiro é planta de clima quente e seco. Períodos chuvosos, sobretudo durante a
maturação dos frutos favorecem às doenças que podem desfolhar as plantas. Como resultado,
13
há formação de frutos com baixo teor de sólidos solúveis (açucares), pequenos, pobremente
reticulados (melões rendilhados) e de tamanho despadronizado (FONTES & PUIATTI, 2005).
O sistema radicular é superficial e praticamente sem raízes adventícias, tendo baixa
capacidade de regeneração quando danificado. O caule é herbáceo, de crescimento rasteiro ou
prostrado, provido de nós com gemas. A partir dessas gemas desenvolvem-se gavinha, folha e
novo caule ou ramificação. As folhas são de tamanho variado, alternadas, simples, ásperas,
providas de pêlos, limbo orbicular, reniforme, pentalobulares, com as margens dentadas. As
flores são amarelas e constituídas por cinco pétalas. O meloeiro possui flores imperfeitas
(apenas um órgão sexual em uma flor) e perfeitas ou hermafroditas (órgãos masculino e
feminino na mesma flor) localizadas em pontos diferentes na planta. As flores femininas e
mesmo as perfeitas, necessariamente devem ser polinizadas por insetos polinizadores,
normalmente abelhas melíferas, pois os grãos de pólen são pesados e pegajosos formando
grumos e dificultando o transporte pelo vento. Como o fruto do melão não se desenvolve em
partenocarpia, é grande e contém muitos óvulos, se fazem necessárias frequentes visitas de
insetos polinizadores à flor feminina, caso contrário o fruto tende a ficar pequeno e deformado
(FONTES & PUIATTI, 2005).
O fruto é uma baga carnuda (pepônio), de tamanho, aspecto, forma e cores variadas. Os
frutos dos diversos grupos botânicos de melão variam quanto ao sabor (doce, picante,
insípido), forma (redondo, oval, oblongo, comprido), comprimento (10 a 90 cm), peso (0,6 a
2,5 Kg), coloração da casca (creme, cinza, verde, amarelo, alaranjado e preto), textura da
casca (lisa, verrugosa, rendilhada), intensidade do rendilhamento (intensa e saliente ou fina e
superficial) linhas de sutura na casca (presença ou ausência), tipo de polpa (crocante e
dissolvente), coloração da polpa (salmão ou alaranjada, clara, esverdeada) e aroma da polpa
(sem aroma – inodor – até intensamente almiscarado). Cada fruto produz de 200 a 600
sementes, dispostas simetricamente na parte interna da polpa sendo, em média 20 a 30
sementes por grama (FONTES & PUIATTI, 2005).
O grupo Inodorus é representado pelos melões do grupo Cantalupensis que não
possuem aroma, todavia apresentam maior período de armazenamento. Os frutos geralmente
não se destacam do pedúnculo quando maduros. O grupo Cantaloupensis são os melões
aromáticos, os verdadeiros cantaloupes são comuns na Europa, porém ainda pouco cultivados
no Brasil (FONTES & PUIATTI, 2005).
O melão é rico em vitaminas A, B, B2, B5 e C, sais minerais como Potássio, Sódio e
Fósforo, apresentam valor energético relativamente baixo; podendo ser consumido in natura
14
ou na forma de suco. O fruto maduro tem propriedades medicinais, sendo considerado
calmante, refrescante, diurético e laxante. (SENAR, 2007).
O continente asiático apresenta 68,37% de produção mundial de melão, seguido pela
América com 13,90%, Europa 11,11%, África 6,24% e Oceania 0,38%. A China ocupa a
primeira posição em produção mundial de melão, com 11.333.747 toneladas, apresentando
uma área colhida de 365.566 ha, seguido pela Turquia com 1.611.700 toneladas e o Iran, com
1.317.600 toneladas. (FAO, 2010).
Na América dentre os principais países de produção de melão destacam-se os EUA,
México, Guatemala, Brasil, Venezuela, Costa Rica, Honduras e Panamá. No continente
europeu, temos a Espanha, Itália, França e Romênia. Na África, o Egito e Marrocos, e na
Oceania, a Austrália, com uma produção de 76.300 toneladas. (FAO, 2010).
3. Principais viroses que acometem as cucurbitáceas
A disseminação de virose em plantas está associada a fatores bióticos e abióticos, que
influenciam diretamente na população dos vetores (MOURA, 2003; SANTOS et al., 2005).
Em cucurbitáceas, a incidência de viroses cultivadas é dinâmica, podendo variar em função da
espécie de vírus e suas estirpes, do reservatório do vírus, da população e migração dos
vetores, das espécies e cultivares utilizadas e das condições climáticas (MOURA et al., 2001).
Desse modo, além da redução direta na produção da planta, a ocorrência de viroses reduzem o
tamanho e aspecto morfológico do fruto, depreciando completamente seu valor comercial.
Dentre os vírus encontrados e relatados em regiões brasileiras destacam-se os a)
membros da família Potyviridae, gênero Potyvirus: vírus da mancha-anelar do mamoeiro
(Papaya ringspot vírus - PRSV), estirpe W (PRSV - W) e estirpe P (PRSV-P), vírus do
mosaico da melancia (Watermelon mosaic virus– WMV) e vírus do mosaico amarelo da
abobrinha-de-moita (Zucchini yellow mosaic virus– ZYMV); b) na família Bunyaviridae,
gênero Tospovirus: o Zucchini lethal chlorosis virus– ZLCV (BEZERRA et al., 1999;
POZZER et al., 1996); c) na família Bromoviridae, gênero Cucumovirus: vírus do mosaico do
pepino (Cucumber mosaic virus– CMV); d) na família Comoviridae, gênero Comovirus: vírus
do mosaico da abóbora (Squash mosaic virus– SqMV) (MOURA et al., 2001; OLIVEIRA et
al., 2000); e) vírus do amarelão, cuja etiologia ainda não está definida, possivelmente um
novo vírus da família Flexiviridae, gênero Carlavirus (NAGATA et al., 2003; 2005) ou da
família Closteroviridae, gênero Crinivirus (LIMA et al., 2002).
15
Em estudo realizado com amostras de diferentes espécies de cucurbitáceas no Estado de
Mato Grosso do Sul, Stangarlin et al. (2000) verificaram que o PRSV-W e o ZYMV foram os
vírus de maior incidência, seguidos pelo ZLCV. Posteriormente, avaliando a incidência de
virose em ensaios de genótipos de abóboras e pepino. Nessa mesma região, Stangarlin et al.
(2001) verificaram que os vírus mais comuns foram o PRSV-W, o ZLCV e o ZYMV com
incidências médias de 63,4%, 56,1% e 41,4%, respectivamente.
Yuki et al., (2000) em estudos sobre a incidência de vírus infectando cucurbitáceas no
Estado de São Paulo indicaram que os mais frequentemente encontrados foram o PRSV-W e
o ZYMV, com incidências médias de 48,3% e 24,5% respectivamente de um total de 614
amostras analisadas. ZLCV, CMV e WMV-2 foram detectados em 7,7%, 5,9% e 4,4% das
amostras respectivamente.
No estado do Tocantins tem sido realizados estudos para a identificação biológica e
molecular de vírus detectados em espécies de cucurbitáceas. Segundo Alencar et al. (2012)
dos 25 isolados de abóbora e melancia coletados em diversos municípios do estado, catorze,
ou seja 56% foram identificados com SqMV tendo sete deles sido provenientes de abóbora
„Caserta‟ e sete de melancia. Os demais isolados foram identificados como Zucchini yellow
mosaic virus (ZYMV). Ao contrário do que ocorre em outras regiões brasileiras, o SqMV foi
o vírus com maior incidência nas amostras coletadas em Tocantins, indicando a sua
importância para a região.
Nascimento et al. (2012) avaliaram a resistência fenotípica e o padrão de sintomas
apresentados por genótipos de abóbora (Cucurbita spp.) ao PRSV-W. Todas as progênies
endogâmicas oriundas do acesso ABTO#01 avaliadas foram resistentes ao PRSV-W e,
portanto, constituem progênies promissoras para serem utilizadas em programas de
melhoramento genético da abóbora para a região do Tocantins.
3.1 Mosaico-da-abóbora
O Mosaico-da-abóbora é uma virose causada pelo vírus Squash mosaic virus (SqMV),
foi descrito por Freitag (1941, 1956), Lindberg et al. (1956), é membro do gênero Comovirus,
da família Comoviridae e pode ser transmitido pelas sementes. Blancard et al. (1996)
verificaram que o vírus do mosaico da abóbora pode ser transmitido por meio de sementes
comerciais num percentual de até 10%, podendo ser transmitido também por besouros
crisomelídeos (Diabrotica spp. e Acalymma spp.) (FREITAG, 1956; LASTRA, 1968;
16
SITTERLY, 1960; STONER, 1963), por um besouro coccinelídeo (COHEN & NITZANY,
1963) e por cigarrinha (STONER, 1963), sendo capaz de infectar a maioria das plantas no
gênero Cucurbita e Cucumis (HAUDENSHIELD & PALUKAITIS, 1998; NELSON &
KNUHTSEN, 1973). Assim como outros Comovirus, o SqMV tem um genoma de RNA
bipartido senso positivo com RNA1 e RNA2, os quais estão separadamente encapsidados em
partículas isométricas de 28 nm de diâmetro.
O vírus do mosaico em abóbora foi relatado pela primeira vez em 1934, no estado norteamericano da Califórnia, sendo posteriormente encontrado nas Américas do Norte e do Sul,
na Europa e na Austrália (SHERF & MACNAB, 1986). No Brasil, ocorre com mais
frequência no Distrito Federal e nas regiões norte e nordeste, incluindo os estados do Ceará e
do Rio Grande do Norte (VIANA et al., 2001).
Os sintomas produzidos pelo SqMV em abobrinha (Cucurbita pepo) são mosaico severo
e deformações foliares e, em Cucumis sativus, são clorose sistêmica nas nervuras e manchas
amareladas (RAMOS et al., 2003).
Os isolados de SqMV podem ser separados em dois grupos com base na sorologia,
o grupo I infecta melancia, causa sintomas severos em melão „Cantaloupe‟ e sintomas
moderados em abóboras; o grupo II não infecta melancia, causa sintomas moderados em
melão „Cantaloupe‟ e sintomas severos em abóbora. Em pepino-africano (Cucumis
metuliferus), a infecção com SqMV resulta em lesões locais e este resultado pode ser
utilizado para a identificação biológica deste vírus (SHERF & MACNAB, 1986).
3.2-Mosaico-amarelo-da-abobrinha-de-moita
No Brasil, essa virose foi detectada em 1992 no Estado de São Paulo, em melancia, e no
Estado de Santa Catarina, em pepino. Posteriormente, essa doença foi diagnosticada em
melões na Região Nordeste: no Estado do Rio Grande do Norte, em 1996; e no Estado do
Ceará, em 1998. Doença causada pelo ZYMV (Zucchini yellow mosaic virus), o qual é
transmitido de modo não persistente, por pulgões, principalmente dos gêneros Aphis e Myzus.
O vírus Zucchini yellow mosaic vírus (ZYMV), é classificado taxonomicamente como
uma espécie do gênero Potyvirus, da família Potyviridae. Suas partículas são alongadas,
flexuosas, medindo aproximadamente 760-800 nm de comprimento por 12 nm de diâmetro. O
genoma é constituído por uma molécula de RNA de fita simples senso positivo que sintetiza
uma poliproteína que após clivagens que dá origem à proteína capsidial e a diversas proteínas
17
não estruturais com diferentes funções (LISA, 1981; LECOQ, 1991; PURCIFULL et al.,
1984; DESBIEZ & LECOQ, 1997).
Na natureza este vírus é transmitido por diversas espécies de afídeos, sendo a relação
vírus-vetor do tipo não persistente ou estiletar. Perring et al. (1992) relataram 9 espécies de
afídeos vetores deste vírus, dentre elas as espécies destacam-se Aphis gossypii Glover,
que representa uma praga para algumas cucurbitáceas (GALLO et al., 2002) e Myzus
persicae Sulzer, considerada uma das espécies mais eficientes na transmissão de vírus de
plantas.
Os relatos sobre a transmissão do ZYMV pelas sementes são conflitantes. Greber et
al.(1988) e Schrijnwerkers et al. (1991) demonstraram que o ZYMV foi transmitido por
sementes de C. pepo, com taxas de 1,0% e 0,047%, respectivamente. Schrijnwerkers et al. (1991)
sugeriram que o vírus estava presente apenas externamente nas sementes. Ausência de
transmissão pela semente foi relatada em testes com Cucurbita maxima Duch. Ex Lam., C.
moschata Duch., Cucumis melo L. e C. sativus L. (DESBIEZ & LECOQ, 1997).
O ZYMV induz a má formação foliar, além da deformação e escurecimento dos frutos
(LECOQ & LEMAIRE, 1991; LISA & LECOQ, 1984). As plantas afetadas,
especialmente de abobrinha-de-moita, cessam a produção de frutos uma a duas semanas
após a infecção, resultando em perdas significativas na produção. Quanto mais cedo ocorrer a
infecção, maiores serão essas perdas.
O ZYMV induz a formação de inclusões cilíndricas, do tipo catavento, em plantas
afetadas, que são geralmente do tipo I, de acordo com a classificação de (EDWARDSON &
CHRISTIE, 1978).
A transmissão de vírus do gênero Potyvirus por pulgão está relacionada à presença de
uma proteína não estrutural, denominada componente auxiliar “Helper Component-Protein”
(HC-Pro) (FROISSART et al., 2002). Esta proteína pode ser encontrada em plantas afetadas e
está ausente em plantas sadias (PIRONE, 1981). A HC-Pro atua como componente auxiliar na
transmissão por afídeos, como proteinase, sendo, também, fator auxiliar na replicação do
RNA viral, e constituindo fator acessório nos movimentos célula-a-célula e à longa distância.
A HC-Pro é fator de transmissão por semente e inibidor da resposta da planta (ZERBINI &
MACIEL-ZAMBOLIM, 1999).
18
4. Infecção mista
Infecções com duas ou mais espécies de vírus diferentes sabidamente podem ocorrer na
natureza como também em cultivo. Essas são chamadas infecções mistas podem resultar em
novas combinações virais e originar novas variantes dos vírus. Os vírus podem realizar
interações de complementação quando um dos vírus é deficiente em um dos seus produtos
gênicos, interação de recombinação genética que é a troca de um segmento de material
genético entre dois cromossomas virais em locais onde existe grande homologia (WISE,
2005).
Dentre os vírus que se destacam em infectar plantas são os potyvírus que podem causar
infecções isoladas e mistas, que são observadas com relativa frequência em condições
naturais. Nas infecções mistas podem acontecer relações sinérgicas, causando aumento ou
decréscimo na concentração dos vírus na planta, modificação nos sintomas da doença e/ou
alteração na movimentação sistêmica dos vírus (OLIVEIRA et al., 2000).
Lima (2011) em levantamento de vírus em cucurbitáceas no Brasil abrangendo sete
estados, além do Distrito Federal, detectou infecção mista em 31,4% das amostras
analisandas, ocorrendo em combinações de dois, três ou mesmo de quatro vírus na mesma
planta. Em levantamento sorológico de vírus em espécies de cucurbitáceas na região do
submédio São Francisco Silveira et al. (2009) observaram que o vírus PRSV-W predominou
seguido por WMV e ZYMV, ocorrendo infecções mistas em todas as espécies. Rodrigues
(2011) em diagnose de viroses em cucurbitáceas realizado em algumas regiões produtoras no
estado do Tocantins verificaram que as infecções mistas de maior ocorrência foram entre
PRSV-W+WMV, PRSV-W+ZLCV e ZLCV+WMV.
5. Teste DAS-ELISA
As técnicas sorológicas constituem uma ferramenta de grande valor, pois são
imprescindíveis no diagnóstico e na detecção de fitopatógenos, em qualquer programa de
produção e certificação de sementes, bulbos, tubérculos e explantes obtidos por meio de
micropropagação. Desta maneira, a disseminação de vírus pode ser monitorada e controlada
(EIRAS & CHAVES 2011).
O teste de “ELISA” (do inglês “Enzyme Linked Immunono Sorbent Assay) é uma
técnica que se destaca, não somente por se basear em reações enzimáticas, mas também por
19
permitir a análise de diversas amostras simultaneamente, apresentar alta sensibilidade,
facilidade na preparação dos reagentes, rapidez e reprodutibilidade dos resultados. Devido à
sua sensibilidade, é possível identificar uma proteína específica presente em uma amostra com
uma população de outras proteínas. Para a realização o teste, utiliza-se como base sólida uma
placa de microtitulação (de polyestireno) constituída de noventa e seis orifícios (pocinhos)
cujas paredes apresentam afinidade a moléculas como proteínas e anticorpos.
O princípio básico da técnica consiste na utilização de uma enzima (normalmente a
fosfatase alcalina) conjugada ao anticorpo ou imunoglobulina, esse conjugado reage com um
substrato incolor (que nesse caso é o p-nitrofenilfosfatodissódico), originando uma coloração
específica que permite evidenciar (indiretamente) a presença ou ausência do antígeno. As
leituras de absorbância para cada orifício são feitas em um colorímetro (EIRAS & CHAVES
2011).
Existem diferentes variantes do ELISA e usualmente, em virologia vegetal, as técnicas
denominadas como ELISA-direto (DAS-ELISA, Double Antybody Sandwich-ELISA) e o
ELISA-indireto são as mais utilizadas para a identificação de espécies e até mesmo de estirpes
de vírus. No DAS-ELISA, utiliza-se uma imunoglobulina específica para a proteína de
interesse (normalmente a capa proteica viral) (EIRAS & CHAVES 2011).
O teste tem como vantagem, a alta sensibilidade (habilidade de detectar quantidades
mínimas do antígeno ou anticorpo pesquisados. O Elisa detecta moléculas na ordem de
nanogramas, tendo menor risco de falsos-negativos; permite que várias amostras sejam
testadas ao mesmo tempo e realização relativamente rápida, simples e de custo baixo a médio
em comparação com as outras técnicas de imunodiagnóstico. A desvantagem seria a
necessidade de mão de obra especializada; alguns reagentes podem degradar-se com
facilidade, com exposição à luz do sol ou a elevadas temperaturas e por ser uma técnica
altamente sensível e específica, é muito susceptível a erros de pipetagem, variações nos
tempos de incubação e lavagens e alterações nos reagentes (SENA, 2010).
6. PCR (Polymerase Chain Reaction)
A técnica de PCR foi desenvolvida no final da década de 1980, rendendo o prêmio
Nobel ao seu inventor, o pesquisador norte americano Kary B. Mullis. A técnica que
revolucionou a biologia molecular é baseada na amplificação do ácido nucleico (DNA) ou de
porções da sequência de interesse flanqueadas por dois oligonucleotídeos (primers) utilizados
em reações catalisadas por uma DNA polimerase. A PCR é altamente sensível, rápida e
20
versátil, permitindo a utilização de variantes que se adequam às diferentes situações de
diagnóstico (EIRAS & CHAVES 2011).
Depois de extraído o DNA, a este é adicionada uma mistura (também conhecida como
pré-mix) que contém os dNTPs (desoxirribonucleotídeos trifosfatos), que são as bases
nitrogenadas ligadas com um três fosfato, os primers (também chamados de oligonucleotídeos
ou iniciadores) e a enzima DNA polimerase em uma solução tampão. Toda esta mistura é
colocada no termociclador, o qual faz ciclos de temperatura pré-estabelecidos com tempos
exatos específicos para cada reação (fragmento a ser amplificado).
Na primeira etapa do ciclo a temperatura é elevada de 94 a 96ºC por pouco tempo para
que haja a separação da dupla cadeia de DNA (Desnaturação, quebra das pontes de
hidrogênio). Na segunda etapa, a temperatura é reduzida entre 50 a 60°C dependendo da
quantidade de citosina (C) e guanina (G) encontrada no primer, para que os primers se anelem
(emparelham) com a fita molde de DNA (anelamento). Na última etapa do ciclo a temperatura
é elevada a 72 °C para que a enzima possa funcionar sintetizando a nova molécula (extensão),
em seguida um novo ciclo é iniciado. Normalmente são realizados de 25 a 40 ciclos para cada
reação na qual a taxa de replicação é exponencial 2 ciclos.
O resultado é analisado através de uma eletroforese em gel de agarose ou de
poliacrilamida e depois é interpretado com a ajuda de um profissional competente.
Geralmente um padrão de peso molecular é adicionado em uma das fileiras do gel, assim
poderá se avaliar o tamanho do fragmento amplificado.
No Brasil, a técnica de PCR, em termos de fitovírus tem sido utilizada na obtenção de
clones genômicos, na seleção inicial de plantas transgênicas, na produção de sondas
moleculares específicas e na diagnose, sendo registrada, no país, para diferentes espécies
virais (BRIOSO, 1999; EIRAS et al., 1998; MEISSNER FILHO, 1996; SILVA et al., 1997).
A técnica de “immunocapture PCR” ou de “immunocapture RT-PCR” é uma variação
da técnica de PCR. Após a obtenção do extrato da planta infectada, é feita uma minipurificação e as partículas do vírus podem então ser “capturadas”, através da utilização de
anticorpos específicos contra a proteína capsidial do vírus em questão. O DNA das partículas
virais capturadas pelos anticorpos pode em seguida ser amplificado através da reação de PCR
ou RT-PCR. Na prática esta técnica consiste na fusão das técnicas de ELISA e PCR
(ZERBINI et al., 2001).
21
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31
CAPÍTULO II - CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE VÍRUS
COLETADOS EM PLANTIOS COMERCIAIS DE MELANCIA EM VÁRZEA
TROPICAL NO ESTADO DO TOCANTINS
RESUMO - As cucurbitáceas estão sujeitas a várias doenças causadas por vírus e a
identificação das espécies que predominam em uma região é de grande relevância para
direcionar as estratégias de controle. O trabalho teve por objetivo diagnosticar por meio de
teste DAS-ELISA e RT-PCR isolados de vírus coletados em plantios comerciais de melancia
em várzea tropical no Estado do Tocantins. Foram coletadas 20 amostras foliares do
município de Formoso do Araguaia e 46 amostras foliares da Lagoa da Confusão. As
amostras foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados e transferidas
para o Departamento de Fitopatologia DFP/UFLA e/ou armazenadas em refrigerador a -80°C.
As amostras foram multiplicadas em casa de vegetação em plantas de abóbora Curcubita pepo
cv. Caserta. O teste sorológico DAS-ELISA e as avaliações moleculares foram realizadas no
Laboratório de Virologia da Universidade Federal de Lavras. Nenhuma amostra reagiu com o
antissoro para o vírus do mosaico do pepino (CMV), por outro lado dezesseis reagiram para o
vírus do mosaico-da-abóbora (SqMV). Os vírus predominantes nas regiões produtoras de
melancia cultivada em várzea tropical do Estado do Tocantins foram ZYMV e SqMV e a
ocorrência de infecção mista (ZyMV+SqMV) foi verificada em 35% das amostras do
município da Lagoa da Confusão. No município de Formoso do Araguaia predominou
ZYMV.
Palavras-chave: Citrullus lanatus; Identificação de viroses; SqMV; ZYMV.
32
MOLECULAR CHARACTERIZATION OF VIRUS ISOLATED COLLECTED IN
COMMERCIAL PLANTINGS OF WATERMELON IN THE STATE OF TROPICAL
VÁRZEA TOCANTINS
ABSTRACT – The cucurbits are subject to various diseases caused by viruses and the
identification of species that predominate in one region has great importance to direct the
control strategies. The study aimed to diagnose by DAS-ELISA and RT-PCR tests virus
isolates collected in commercial plantations of lowland tropical watermelon in the State of
Tocantins. Were collected 20 leaf in the municipality of Formoso do Araguaia and 46 leaf
samples from Lagoa da Confusão. The samples were packed in plastic bags properly
identified and transferred to the Department of Plant Pathology DFP / UFLA and / or stored in
a refrigerator at -80 ° C. The samples were grown in a greenhouse for plants pumpkin
Curcubita pepo cv. Caserta. The DAS-ELISA test serology and molecular evaluations were
performed at the Virology Laboratory of the Federal University of Lavras. No sample reacted
with the antiserum for the cucumber mosaic virus (CMV), on the other hand reacted to sixteen
mosaic virus-of-pumpkin (SqMV). The predominant virus in producing regions of
watermelon grown in lowland tropical rainforest in the state of Tocantins were ZYMV and
SqMV and the occurrence of mixed infection (ZYMV+SqMV) was achieved in 35% of
samples in the municipality of Lagoa da Confusão. In the municipality of Formoso do
Araguaia prevailed ZYMV.
Keywords: Citrullus lanatus; Identification of the viruses; SqMV; ZYMV.
33
1. INTRODUÇÃO
No Estado do Tocantins, as cucurbitáceas constituem importante fonte de renda para
agricultores, sendo a melancia [Citrullus lanatus (Thunb) Matsum & Nakai] a principal
espécie cultivada. As principais regiões produtores são solos de várzea nos municípios de
Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão, que comercializam os produtos para os principais
centros das regiões Centro-Oeste e Sudeste do país, garantindo renda e emprego às
populações locais. Para safra de 2012, a produção foi estimada em cerca de 90 mil toneladas
de melancia numa área aproximada de 3.600 ha (SEAGRO, 2012). As temperaturas que
predominam durante o cultivo são elevadas, mesmo na entressafra (outono-inverno), que
apesar de extrapolar os limites considerados ideais para o desenvolvimento da melancia,
conseguem-se elevadas produtividades, que é atribuído ao uso de subirrigação que propicia
presença de umidade constante no sistema radicular das plantas, o que faz com que esse efeito
seja atenuado. Com solos de boa fertilidade, clima favorável e água suficiente para todo o
ciclo da cultura, a colheita é realizada com cerca de 70 dias após o plantio (SANTOS et al.,
2001).
Apesar dessas vantagens, é notório que mesmo com o uso de tecnologia que propicia a
mecanização do plantio e dos tratos culturais nas várzeas tropicais, tem sido observado que os
problemas de natureza fitossanitária, em especial a ocorrência de viroses, têm dificultado o
cultivo nessa região.
Os vírus que atacam cucurbitáceas nessas condições causam sintomas que são
caracterizados visualmente pela presença de mosqueado, mosaico, deformações foliares e
redução no desenvolvimento da planta. Dentre as espécies de vírus que ocorrem, o vírus da
mancha anelar do mamoeiro, estirpe melancia (Papaya ringspot virus– type watermelon –
PRSV-W), o vírus do mosaico amarelo da abobrinha de moita (Zucchini yellow mosaic virus–
ZYMV) e o vírus do mosaico da melancia (Watermelon mosaic virus– WMV) do gênero
Potyvirus (família Potyviridae) são os mais importantes. O vírus do mosaico do pepino
(Cucumber mosaic virus– CMV) pertencente ao gênero Cucumovirus, (família Bromoviridae)
e o vírus do mosaico da abóbora (Squash mosaic virus– SqMV), do gênero Comovirus
(família Comoviridae) também podem ocorrer (LIMA, 2011).
Lima & Alves (2011) realizaram levantamento de vírus em cucurbitáceas no Brasil em
21 municípios, no período de 2008 a 2010, em um total de 564 amostras exibindo ou não
sintomas suspeitos de viroses. Foi verificada a presença desses vírus por meio de dot-ELISA,
utilizando-se anticorpos policlonais. Os resultados dos testes sorológicos indicaram a
34
presença de vírus em 323 (57,3%) das plantas. Entre os potyvirus, o PRSV-W foi detectado
em 182 (32,3%), WMV em 156 (27,7%) e ZYMV em 156 (27,7%) das amostras. CMV foi
encontrado em 121 (21,5%) das plantas enquanto que ZLCV ocorreu em 74 (19,8%). Infecção
mista com o envolvimento de mais de uma espécie de vírus na planta foi identificada em
31,4% das amostras. Os três potyvirus e o CMV foram detectados em lavouras de todos os
estados amostrados e também no Distrito Federal. A incidência desses vírus variou de 8,7%
(DF) a 85,7% (MG) para o PRSV-W; de 6,3% (TO) a 71,4% (BA) para WMV; de 8% (AM) a
66,7% (RJ; MG) para ZYMV e, de 4% (AM) a 85,7% (MG) para o CMV. O ZLCV foi
detectado em amostras coletadas em áreas dos Estados de Pernambuco (6,7%-47,6%), Bahia
(11,8%-71,4%), Tocantins (28,1% a 38,1%), além do Distrito Federal (3,0%-27,3%); Estes
resultados confirmam a ampla disseminação desses vírus em plantios de cucurbitáceas no
Brasil.
Alencar et al., (2012) em identificação biológica e molecular de vírus detectados em
espécies de cucurbitáceas provenientes do Estado do Tocantins, coletaram em diversos
municípios do estado 25 isolados de abóbora e melancia que apresentavam sintomas
característicos de virose. Catorze dos 25 isolados estudados, ou seja, 56% foram identificados
como Squash mosaic virus (SqMV), tendo sete deles sido provenientes de abóbora „Caserta‟ e
sete de melancia. Os demais isolados foram identificados como Zucchini yellow mosaic virus
(ZYMV). Ao contrário do que ocorre em outras regiões brasileiras, o SqMV foi o vírus com
maior incidência nas amostras coletadas em Tocantins, indicando a sua importância para a
região.
A presença de condições climáticas favoráveis a ocorrência de viroses, tem dificultado o
manejo dessas doenças nos plantios comerciais que são realizados nas várzeas. Dessa forma, a
caracterização molecular de isolados de vírus coletados em plantios comerciais de melancia
em várzea tropical no Estado do Tocantins, representam um importante subsídio para os
programas de melhoramento desenvolvidos na Universidade Federal do Tocantins (UFT) e
também para o manejo e controle dessas viroses pelos produtores da região.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Coleta, identificação, preservação e multiplicação das amostras
O trabalho foi conduzido nas dependências do Laboratório de Virologia Molecular, no
Centro de Indexação de Vírus de Minas Gerais e nas casas de vegetação do Departamento de
Fitopatologia (DFP) da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
35
Foram coletadas sessenta e seis amostras foliares de plantas de melancia com sintoma
de virose, oriundas de plantios comerciais de produtores em condições de várzea, sendo 20 do
município de Formoso do Araguaia e 46 do município da Lagoa da Confusão (Tabela 1). As
amostras foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados com data e local
de coleta e posteriormente armazenadas em refrigerador a -80°C.
Figura 1- Mapa do estado do Tocantins indicando as regiões onde foram coletadas as
amostras de plantas com sintoma de viroses.
Os isolados coletados foram multiplicados por meio de inoculação mecânica, sendo feita com
o extrato de folhas jovens, das plantas afetadas, obtido por maceração em almofariz de
porcelana na presença de tampão fosfato 0,01 M, pH 7,0 acrescido de sulfito de sódio na
mesma molaridade, na proporção de 1:10 (peso/volume). O extrato foi friccionado as folhas
das plantas-teste receptoras, previamente polvilhadas com o abrasivo carbureto de silício
(Carborundum) e, em seguida, as plantas foram lavadas com água corrente e mantidas em
casa de vegetação em telado a prova de afídeos. Para cada amostra coletada foram utilizadas
três repetições.
36
Tabela 1. Codificação utilizada para identificação de isolados de vírus coletados em plantas
de lavouras comerciais de melancia sob condições de várzea tropical nos municípios de
Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão.
Isolado
Local de coleta
Isolado
Município de coleta
1-FA
Formoso do Araguaia
14-LC
Lagoa da Confusão
2-FA
Formoso do Araguaia
15-LC
Lagoa da Confusão
3-FA
Formoso do Araguaia
16-LC
Lagoa da Confusão
4-FA
Formoso do Araguaia
17-LC
Lagoa da Confusão
5-FA
Formoso do Araguaia
18-LC
Lagoa da Confusão
6-FA
Formoso do Araguaia
19-LC
Lagoa da Confusão
7-FA
Formoso do Araguaia
20-LC
Lagoa da Confusão
8-FA
Formoso do Araguaia
21-LC
Lagoa da Confusão
9-FA
Formoso do Araguaia
22-LC
Lagoa da Confusão
10-FA
Formoso do Araguaia
23-LC
Lagoa da Confusão
11-FA
Formoso do Araguaia
24-LC
Lagoa da Confusão
12-FA
Formoso do Araguaia
25-LC
Lagoa da Confusão
13-FA
Formoso do Araguaia
26-LC
Lagoa da Confusão
14-FA
Formoso do Araguaia
27-LC
Lagoa da Confusão
15-FA
Formoso do Araguaia
28-LC
Lagoa da Confusão
16-FA
Formoso do Araguaia
29-LC
Lagoa da Confusão
17-FA
Formoso do Araguaia
30-LC
Lagoa da Confusão
18-FA
Formoso do Araguaia
31-LC
Lagoa da Confusão
19-FA
Formoso do Araguaia
32-LC
Lagoa da Confusão
20-FA
Formoso do Araguaia
33-LC
Lagoa da Confusão
1-LC
Lagoa da Confusão
34-LC
Lagoa da Confusão
2-LC
Lagoa da Confusão
35-LC
Lagoa da Confusão
3-LC
Lagoa da Confusão
36-LC
Lagoa da Confusão
4-LC
Lagoa da Confusão
37-LC
Lagoa da Confusão
5-LC
Lagoa da Confusão
38-LC
Lagoa da Confusão
6-LC
Lagoa da Confusão
39-LC
Lagoa da Confusão
7-LC
Lagoa da Confusão
40-LC
Lagoa da Confusão
8-LC
Lagoa da Confusão
41-LC
Lagoa da Confusão
9-LC
Lagoa da Confusão
42-LC
Lagoa da Confusão
10-LC
Lagoa da Confusão
43-LC
Lagoa da Confusão
11-LC
Lagoa da Confusão
44-LC
Lagoa da Confusão
12-LC
Lagoa da Confusão
45-LC
Lagoa da Confusão
13-LC
Lagoa da Confusão
46-LC
Lagoa da Confusão
2.2. Identificação Sorológica e molecular (RT-PCR) dos isolados
Após o aparecimento dos sintomas nas plantas inoculadas, as folhas foram coletadas e
submetidas ao teste de diagnose DAS-ELISA (Clark & Adams 1977) com antissoros
específicos para SqMV e CMV, produzidos pela Agdia® e o procedimento foi segundo a
37
recomendação do fabricante. A amostra foi considerada positiva no teste DAS-ELISA quando
o valor da leitura da absorbância foi pelo menos duas vezes superior ao valor médio da
absorbância registrada para o extrato de planta sadia utilizada como controle negativo.
Na diagnose com RT-PCR foram utilizados primers desenhados com base nos genomas
dos vírus do mosaico da abóbora (SqMV: Foward: 5'- TTTGACGGCATGGTC 3' e Reverse:
5' GGAAAGAAGCCACAAC 3'), do vírus do mosaico amarelo da abóbora (ZYMV: Foward:
5‟ GATTTGAATGAGCAACAGATGG-3‟ e Reverse: 5‟- CTCCGCTGCATCTGAGAAGT3‟) e vírus da mancha anelar do mamoeiro estirpe W (PRSV-W: Foward: 5‟GATTTGAATGAGCAACAGATGG -3‟ e Reverse: 5‟- CTCCGCTGCATCTGAGAAGT 3‟). O DNA complementar (cDNA) foi sintetizado a partir do RNA total extraído, usando o
primer Reverse 5‟CTCCGCTGCATCTGAGAAGT-3‟ e a enzima M-MMLV reversa
transcriptase (Promega, São Paulo/SP-Brasil) de acordo com as recomendações do fabricante.
2.3. Extração de RNA total dos isolados
Para análise de RT-PCR a extração de RNA total das amostras foliares dos isolados foi
realizada pela maceração de 0,2g de folhas jovens com aproximadamente dez dias e com
sintoma característico de virose de cada isolado em almofariz na presença de nitrogênio
líquido e ao produto obtido adicionou-se a solução de Trizol® (solução aquosa contendo 38%
de fenol saturado, 0,8M de guanidinathiocianato, 0,4M de amônio thiocianato e 0,1M de
acetato de sódio, pH 5,5% de glicerol), na proporção de 1g10mL. Posteriormente, os
microtubos (2 mL) foram incubados em temperatura ambiente, por 5 minutos, e centrifugados
a 12.000 RPM, por 10 minutos, a 4ºC. O precipitado obtido foi descartado, adicionando-se
300 μl de clorofórmio a cada microtubo que, posteriormente, foi agitado no vórtex e deixado à
temperatura ambiente por 3 minutos. Após a incubação, os microtubos foram centrifugados
novamente, a 12.000 rpm, por 10 minutos, a 4ºC e o sobrenadante obtido foi transferido para
outro microtubo, adicionando-se a metade do seu volume de isopropanol e 0,8M de citrato de
sódio/1,2M de NaCl. Os tubos foram cuidadosamente misturados por inversão e deixados à
temperatura ambiente por 10 minutos, para que houvesse a precipitação do RNA. Passado
esse tempo, os microtubos foram centrifugados, a 12.000 rpm, a 4ºC, por 10 minutos,
descartando-se, posteriormente, o sobrenadante. O precipitado foi lavado com etanol 75%
gelado, centrifugado a 12.000 rpm, a 4ºC, por 10 minutos. Descartou-se o sobrenadante e o
tubo foi secado a vácuo. O pellet obtido foi ressuspendido em 25μL de água ultrapura tratada
38
com dietilpirocarbonato (DEPC). O RNA total extraído foi visualizado em gel de agarose a
0,7%.
2.4. Síntese do cDNA
A transcrição reversa foi feita empregando-se 0,5 µL do primer reverse, 1,0 µL do RNA
extraído e 4,0 µL de água ultrapura tratada com DEPC em um microtubo que foi inicialmente
incubado, por 5 minutos, a 75°C e, após este tempo, foi imediatamente transferido para o
gelo. Em seguida, acrescentaram-se 2,0 µL de tampão da transcriptase reversa (RT M-MLV
buffer da USB), 0,5 µL de dNTP a 10 mM, 0,2 µL da enzima RT (USB) e 1,8 µL de água
ultrapura tratada com DEPC. Os tubos foram incubados, a 42ºC, por 30 minutos, depois a
95oC, por 5 minutos e transferidos para o gelo.
2.5. Reação de amplificação (PCR)
Em seguida foi feita a amplificação por PCR feito com tampão, MgCl2 (25 mM),
dNTP10 mM, primer senso (primer forward) e antissenso (primer reverse), enzima Go Taq
Flexi DNA polimerase utilizando-se uma desnaturação inicial de 95ºC por 2 minutos, seguida
de 35 ciclos: 95ºC por 45 segundos, 50,7ºC por um minuto, 72ºC por 1 minuto, e extensão
final a 72ºC por 5 minutos. O produto obtido foi analisado por eletroforese em gel de agarose
0,7%, corado com Gel Red (Biotium®).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No teste DAS-ELISA realizado, nenhuma das amostras reagiram com o antissoro para o
vírus do mosaico do pepino (CMV) nos dois municípios. Por outro lado, dezesseis das 46
amostras do município da Lagoa da Confusão, ou seja, 35% foram identificadas como vírus
do mosaico-da-abóbora (SqMV) (Tabela 2), esse resultado é preocupante já que há poucos
anos atrás não havia relatos desse vírus na região e como a disseminação do vírus é realizada
por algumas espécies de insetos, besouros crisomelídeos (Diabrotica spp. e Acalymma spp.),
por um besouro coccinelídeo, por cigarrinha e via sementes Lima & Amaral (1985), aumentase o alerta quanto à origem do material plantado nessas regiões, pois pode estar havendo uma
introdução a longa distância via semente, já que em outros estados vizinhos sua presença foi
diagnosticada.
39
Tabela 2 - Identificação sorológica DAS-ELISA de amostras foliares de melancia com
sintoma de virose coletadas em áreas de produção comercial de melancia no estado do
Tocantins
Local de coleta
Nº de
amostras
testadas
Lagoa da Confusão
46
Formoso do Araguaia
20
Total
66
*() percentagem de amostras com vírus
Nº de
amostras
negativas
30
20
50
Nº de amostras com vírus e
Percentagem de incidência
CMV
0 (-)
0 (-)
0 (-)
SqMV
16 (35)*
0 (-)
16 (35)*
Em trabalhos realizados por Oliveira et al. (2000), Moura et al. (2001), Halfeld-Vieira et
al. (2004) e Silveira (2009) não foram observados ocorrência do mosaico da abóbora em
valores expressivos. Ao avaliar amostras foliares de cucurbitáceas provenientes da região sul
do estado do Tocantins, Alencar et al. (2012) verificaram a ocorrência do SqMV em 56% das
amostras analisadas, corroborando com os dados desse trabalho.
O SqMV tem sido considerado de menor importância no território brasileiro, de
modo que, em algumas regiões, como no nordeste do Brasil, considera-se que os
programas de melhoramento devem considerar apenas o PRSV, estirpes W e P, e o
ZYMV. Entretanto, os resultados aqui obtidos mostraram que essa não é a mesma
realidade que ocorre no Estado do Tocantins, onde uma parcela relevante das amostras
estava afetada com esse vírus. Isso demonstra que o SqMV pode ter encontrado as
condições ideais, na região do Tocantins, para se disseminar e infectar as hospedeiras
locais.
O SqMV pode ser transmitido por meio de sementes comerciais num percentual de até
10% (BLANCARD et al. 1996). No estado do Rio Grande do Norte, o SqMV provavelmente
foi introduzido por intermédio de sementes comerciais importadas (FLORINDO & LIMA
1993). Esse fato pode ter ocorrido, devido a utilização de sementes não certificadas oriundas
de outras regiões.
Apesar de somente a minoria das interações patógeno hospedeiro resultar no processo
de infecção, a transmissão de vírus via sementes pode ser considerada importante com
consequências econômicas sérias para o produtor. A taxa baixa de transmissão não constitui
um bom indicador epidemiológico, já que, em conjunto com a presença de vetores na área
cultivada, podem resultar na introdução de vírus em novas áreas, gerando epidemias e
causando a disseminação para locais mais distantes. Por exemplo, no caso do vírus do
40
mosaico da alface (potivírus), cujo vetor transmite o vírus de modo não persistente, a
incidência de 0,001% de sementes afetadas pode levar ao comprometimento da cultura. Nesse
caso, além da perda de produtividade, ocorre também a perda de qualidade do produto. Por
isso, ao contrário de outras doenças causadas por patógenos, as viroses são doenças que não
podem ser controladas por defensivos quando já estão presentes no campo. Assim, o uso de
sementes certificadas, comprovadamente livres de vírus, representa medida de controle mais
eficiente e de forma preventiva, visando impedir ou retardar ao máximo a entrada do vírus em
uma região de produção (MACHADO, 2010).
No diagnóstico através do teste molecular com RT-PCR, onze amostras provenientes do
município de Formoso do Araguaia amplificaram bandas que caracterizam a presença de
ZYMV (bandas de 200 pb), representando 55% do total de amostras desse município e 17%
do total analisado. Das cinco amostras do município da Lagoa da Confusão, somente a
amostra 2-LC não amplificou banda que caracterizam esse vírus (Figura 2).
Todas as 66 amostras, embora tenham sido testadas com primers para PRSV-W e
SqMV, mostraram resultado negativo, não havendo amplificação de bandas para nenhuma
dessas viroses.
Vinte e sete amostras do município da Lagoa da Confusão amplificaram bandas com o
par de primers empregados para ZYMV, representando 59% das amostras do município e
41% do total (Figura 2, 3 e 4).
41
Figura 2- Análise eletroforética de bandas amplificadas com o primer para Zucchini yellow
mosaic virus (ZYMV). M1: Marcador 1Kb DNA ladder; 1F a 11F amostras 2-FA; 3-FA; 4FA; 5-FA; 6-FA; 7-FA; 8-FA; 9-FA; 10-FA e 11-FA representam isolados de Formoso do
Araguaia; 1 ao 5 amostras: 1-LC; 2-LC; 3-LC; 4-LC e 5-LC, representam isolados da Lagoa
da Confusão; CP (Controle Positivo); CN (Controle Negativo) e M2: Marcador 100 pb.
Figura 3- Análise eletroforética das bandas amplificadas com primer para Zucchini yellow
mosaic vírus (ZYMV). M1 e M2: Marcador 100pb; 1 a 9: amostras 6-LC, 7-LC, 8-LC, 9-LC,
10-LC, 11-LC, 12-LC, 13-LC e 14-LC provenientes da Lagoa da Confusão. CP: Controle
Positivo, CN: Controle Negativo.
42
Figura 4- Análise eletroforética das bandas amplificadas com o primer para Zucchini yellow
mosaic virus. M1 e M2: Marcador 100pb; 1 a 14: amostras: 15-LC, 16-LC, 17-LC, 18-LC,
19-LC, 20-LC, 21-LC, 22-LC, 23-LC, 24-LC, 25-LC, 26-LC, 27-LC e 28-LC provenientes da
Lagoa da Confusão. CP: Controle Positivo, CN: Controle Negativo.
O ZYMV foi identificado em outras regiões do país. Em Roraima Halfeld-Vieira et al.
(2004), Amazonas Lima et al. (2010), na região do Submédio do São Francisco Silveira et al.
(2009) e no Maranhão Moura et al. (2001). Recentemente Alencar et al. (2012) encontraram
44% das amostras foliares de cucurbitáceas no estado do Tocantins com a presença de
ZYMV, corroborando com os resultados desse trabalho.
Dezesseis amostras oriundas da Lagoa da Confusão que foram positivas para antissoro
do SqMV no teste DAS-ELISA também foram positivas no teste molecular RT-PCR para o
vírus ZYMV, constatando assim infecção mista em 24% do total de amostras e 35% das
amostras do município da Lagoa da Confusão. Dikova & Hristova (2002) ao avaliarem a
presença dos vírus ZYMV, SqMV e CMV em sementes de cucurbitáceas, verificaram a
presença bastante significativa, chegando a 91% de ZYMV e SqMV e 95% de CMV em uma
variedade comercial.
Ramos et al. (2003) afirmam que as estratégias para convivência com essas viroses
oriundas de infecção mista não devem considerar os vírus isoladamente, uma vez que os dois
estão ocorrendo de forma simultânea e podem causar maiores prejuízos quando afetam uma
mesma planta ao mesmo tempo.
Halfeld-Vieira et al. (2004) analisando amostras coletadas em épocas diferentes nos
anos de 2003/2004 no Estado de Roraima verificaram a presença de PRSV-W, WMV e
ZYMV em infecções simples e mista.
A infecção mista encontrada pode ser proveniente da interação de vírus de gêneros
diferentes, que são transmitidos por insetos de maneiras diferentes, sendo o ZYMV
43
transmitido de maneira não persistente por afídeos. Com relação ao SqMV que é transmitido
de modo semi-persistente por afídeos e também por sementes, mesmo assim esses dois vírus
encontraram meios para sua disseminação na região do Tocantins.
A transmissão do SqMV ocorre por meio de insetos da ordem Coleoptera, dos gêneros
Diabrotica (D. speciosa, D. bivitula) e Epilachma (Epilachma cacica), de maneira persistente
ou circulativa (ZITTER et al., 1996), por besouros crisomelídeos (Diabrotica spp. e
Acalymma spp.) (FREITAG, 1956; LASTRA, 1968; SITTERLY, 1960; STONER, 1963), por
um besouro coccinelídeo (COHEN, NITZANY, 1963) e por cigarrinha (STONER, 1963).
Tem sido evidenciado que todos as viroses transmitidas pela semente também o são
pelo grão de pólen ou pelo óvulo. O pólen como veículo de vírus implica na produção de
sementes contaminadas e na infecção de plantas livres de vírus e os insetos contribuem para
essa disseminação.
As viroses prejudicam substancialmente a produtividade de melancia, portanto, os
produtores da região avaliada, que representa a principal região produtora de melancia no
Estado do tocantins, precisam tomar medidas preventivas, como por exemplo, o uso de
sementes certificadas para amenizar os prejuízos provocados pela ocorrência de viroses.
4. CONCLUSÕES
As viroses predominantes em melancia cultivada em várzea tropical do Estado do
Tocantins são ZYMV e SqMV.
A infecção mista (ZYMV+SqMV) representou 35% das amostras do município da
Lagoa da Confusão.
No município de Formoso do Araguaia predomina ZYMV.
44
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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45
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46
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ZITTER, T. A.; HOPKINS, D. L.; THOMAS, C. E. (Ed.). Compendium of cucurbit
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47
CAPÍTULO III- REAÇÃO FENOTÍPICA DE PLANTAS DE ABÓBORA E MELÃO À
INFECÇÃO POR ISOLADOS SIMPLES DE ZYMV E MISTO DE ZYMV+SQMV
RESUMO - Com esse trabalho, objetivou-se verificar através da inoculação artificial, a
reação fenotípica de plantas de abóbora cv. „Caserta‟ a isolados de ZYMV e ZYMV+SqMV e
também verificar a reação fenotípica em quatro genótipos de melão de um isolado misto
(ZYMV+SqMV), ambos oriundos de regiões produtoras de melancia no Estado do Tocantins.
O trabalho foi realizado em casa de vegetação com telados a prova de afídeo. O delineamento
experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco plantas por parcela e três
repetições. As plantas inoculadas foram observadas quanto ao aparecimento de sintomas aos
28, 33 e 38 dias após a germinação. Nas plantas de abóbora, inoculadas com o isolado
simples, os sintomas predominantes exibidos foram mosaico e nervuras paralelas. Nas
infecções mistas houve maior agressividade dos sintomas, evoluindo para deformações e
estreitamentos foliares, além de bolhosidade, nervuras paralelas e esporão, comprometendo
grande parte da área foliar das plantas avaliadas. Nos genótipos de melão, os sintomas
observados foram mais agressivos nos genótipos Sunshine e Amarelo. No genótipo Eldorado
observou-se apenas mosaico e no melão Valenciano não foi observado sintomas.
Palavras-chave: Curcubita sp., Cucumis melo, infecção mista, sintomatologia
48
PHENOTYPIC REACTION OF PUMPKIN AND MELON PLANTS TO INFECTION
OF ISOLATED SINGLE AND MIXED ZYMV ZYMV+SqMV
ABSTRACT – With this work, aimed to verify through artificial inoculation, the phenotypic
response of plants pumpkin cv. 'Caserta' to isolates of ZYMV and ZYMV+SqMV and also
check the phenotypic reaction in four genotypes of melon from an isolated mixed
(ZYMV+SqMV), both coming from watermelon producing regions in the state of Tocantins.
The study was conducted in a greenhouse with a screened proof aphid. The experimental
design was completely randomized with five plants per plot and three replications. The
inoculated plants were observed for symptoms as at 28, 33 and 38 days after germination.
Pumpkin plants, inoculated with simple isolate, the predominant symptoms exhibited were
mosaic and parallel veins. In mixed infections there were more aggressive symptoms,
progressing to narrowing and leaf deformation, and bubbles, parallel ridges and spur,
compromising much of the leaf area of plants evaluated. In melon genotypes, the symptoms
observed were more aggressive in Sunshine and Yellow. Genotypes in Eldorado genotype
was observed only mosaic and melon Valenciano was not observed symptoms.
Keywords: Curcubita sp., Cucumis melo, mixed infection symptoms
49
1. INTRODUÇÃO
A família Cucurbitaceae caracteriza-se por ser um grupo de plantas com relativo valor
comercial, tendo destaque as abóboras (Cucurbita spp.), melancia [Citrullus lanatus (Thunb)
Matsum & Nakai] e melão (Cucumis melo L.) que, na região Norte do Brasil, apresentam alto
potencial de produção devido às condições climáticas favoráveis, como temperatura elevada e
altos níveis de insolação, fatores preponderantes no desenvolvimento dos frutos dessas
espécies.
Segundo Vieira et al. (2005), as cucurbitáceas estão sujeitas a várias doenças causadas
por vírus que podem reduzir substancialmente a sua produtividade, tanto quantitativa como
qualitativamente. No caso da melancia e do melão, já foram relatados várias espécies de vírus
em plantios comerciais no Brasil, causando redução na qualidade e a quantidade dos frutos,
podendo limitar o cultivo em algumas regiões (LIMA et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2002;
LIMA et al., 2012).
Mais de 20 vírus podem infectar naturalmente plantas da esta família Cucurbitaceae
(Finetti-Sialer et al., (2012), sobressaindo-se aqueles pertencentes ao gênero Potyvirus, sendo
eles: vírus da mancha anelar do mamoeiro (Papaya ringspot virus type watermelon – PRSVW), vírus do mosaico da melancia (Watermelon mosaic virus - WMV) e vírus do mosaico
amarelo da abobrinha-de-moita (Zucchini yellow mosaic virus - ZYMV), todos de
importância econômica para as cucurbitáceas pela interferência nos cultivos do meloeiro, da
melancia e da abóbora. A patologia dessas espécies e dos vírus, de um modo geral, pode ser
observada por uma série de sintomas, que incluem mosqueado, mosaico, clorose, deformação
foliar e de frutos (OLIVEIRA et al., 2000).
Outro vírus motivo de preocupação na região Norte do país é Squash mosaic virus
(SqMV), pertencente à família Comoviridae, gênero Comovirus. Uma característica
preocupante desse vírus é o fato de ser transmitido por sementes, propiciando a sua introdução
em áreas onde este vírus ainda não ocorre, se tornando um meio de disseminação tanto a curta
quanto a longa distância. Em estudos recentes, Alencar et al. (2012) verificaram a presença de
56% desse vírus nas amostras analisadas. Esse vírus ocorre mundialmente causando o
mosaico da abóbora em cucurbitáceas e tem sido detectado no Brasil, em áreas produtoras de
estados das Regiões Norte e Nordeste e também no Distrito Federal (KUROSAWA et al.,
2005).
O SqMV é, ainda, transmitido de maneira persistente por insetos da ordem Coleoptera,
entre os quais destacam-se as seguintes espécies: Diabrotica speciosa, D. bivitula e
50
Epilachma cacica. Embora o vírus não se multiplique no vetor, pode ser recuperado de
fluidos de regurgitação, fezes e hemolinfa dos insetos vetores (PROVVIDENTI e
HAUDENSHIELD, 1996). A transmissão pode se dar, também, por inoculação mecânica,
mas não pelo contato entre plantas (VIANA et al., 2003; KUROZAWA & PAVAN, 1997).
Segundo Santos & Zambolim (2011), as plantas afetadas por potyvirus exibem nas
folhas sintomas de mosaico, em alguns casos amarelo, acompanhado por deformações foliares
e redução no desenvolvimento das plantas, podendo surgir também bolhas verde-escuras nas
folhas com mosaico, dependendo do potyvirus.
Os sintomas causados pelo vírus-do-mosaico-da-abóbora são variáveis e dependem da
cultivar ou híbrido e da natureza do isolado. As plantas afetadas, geralmente, apresentam
folhas com manchas anelares, mosaico severo e protuberâncias pequenas e alongadas sobre a
superfície da folha As plantas severamente afetadas produzem frutos variegados e
malformados (VIANA et al., 2003).
O objetivo do trabalho foi verificar através da inoculação artificial, a reação fenotípica
de plantas de abóbora cv. „Caserta‟ a isolados de ZYMV e ZYMV+SqMV e também verificar
a reação fenotípica em quatro genótipos de melão de um isolado misto (ZYMV+SqMV),
ambos oriundos de regiões produtoras de melancia no Estado do Tocantins.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram realizados no Laboratório de Virologia Molecular, no Centro de
Indexação de Vírus de Minas Gerais e também em casas de vegetação localizadas no
Departamento de Fitopatologia (DFP) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Estação
Experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, setor de
Olericultura.
Foram utilizados isolados caracterizados previamente, sendo dezenove de ZYMV e
dezesseis de (ZYMV+SqMV) obtidos de lavouras comerciais de produção de melancia na
várzea, dos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão.
Os isolados foram inoculados em plantas de abóbora cv. „Caserta‟ e um isolado misto
em quatro cultivares de melão, Sunshine® Tecnoseed; Amarelo da Syngenta; Eldorado 300®
cultivar lançada em 1987 a partir de uma parceria entre a Embrapa Hortaliças e a Embrapa
Semi-Árido para a incorporação de genes de resistência ao vírus PRSV-W (Papaya ring spot
virus, strains W) no genoma da cultivar Valenciano Amarelo e o Valenciano.
51
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com três
repetições. Cada parcela foi formada por cinco plantas de cada tratamento, totalizando quinze
plantas por tratamento. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, com temperatura
variando de 26 a 38ºC. Em todos os casos, o plantio foi realizado em vasos de polietileno de
12 cm de diâmetro, com capacidade de 2 Kg, contendo uma mistura de terra, areia e esterco,
na proporção 2:2:1.
Foram feitas duas inoculações artificiais, a primeira na fase cotiledonar e a segunda dois
dias depois usando como inóculo tecido foliar infectado de folhas de plantas de abobrinha cv.
„Caserta‟, dos respectivos isolados, usando como meio solução tamponada obtida de extrato
de folhas jovens, das plantas afetadas, por meio de maceração em almofariz de porcelana na
presença de tampão fosfato 0,01 M, pH 7,0 acrescido de sulfito de sódio na mesma
molaridade, na proporção de 1:10 (peso/volume). O extrato foi friccionado nas folhas das
plantas de abóbora e de melão previamente polvilhadas com abrasivo carbureto de silício
(Carborundum) e, em seguida, as plantas foram lavadas com água corrente.
Foram realizadas três avaliações aos 28; 33 e 38 dias após a germinação caracterizandose o padrão de sintoma observado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas avaliações fenotípicas todas as plantas de abóbora cv. „Caserta‟ apresentaram
sintomas após a inoculação dos isolados de ZYMV ou em combinação com SqMV. Esse
resultado comprova a eficiência da inoculação, pois a cv. „Caserta‟ é um genótipo
conhecidamente suscetível aos vírus, sendo por isso muito utilizada nos trabalhos de avaliação
de virulência de isolados (OLIVEIRA et al. 2000).
Os sintomas exibidos pelas plantas de abóbora em relação à inoculação simples com
ZYMV evoluíram de mosaico leve, subdesenvolvimento das plantas, estreitamento foliar e
enrolamento foliar à mosaico severo, nervuras paralelas, enação, bolhosidade, bordas
franzidas e deformação foliar, sintomas característicos da presença de ZYMV Zucchini yellow
mosaic virus (Tabela 1). Segundo Ramos et al. (2003) e Lopes et al. (2008) as plantas afetadas
por esse vírus podem apresentar mosaico, redução do limbo foliar, deformação nas folhas e
frutos, necrose e bolhas, podendo os sintomas variarem conforme o hospedeiro infectado e o
isolado utilizado.
52
Tabela 1. Sintomas exibidos por abobrinha (Cucurbita pepo) cultivar „Caserta‟ inoculadas
com Zucchini yellow mosaic vírus (ZYMV) em experimento de casa de vegetação. Isolados
1F a 11F oriundos do município de Formoso do Araguaia-TO e os demais isolados oriundos
do município da Lagoa da Confusão, Estado do Tocantins.
Sintomatologia*ZYMV
1ª avalição
2ª avaliação
3ª avaliação
Abóbora cv. Caserta
Aos 28 dias
Aos 33 dias
Aos 38 dias
Isolado 1-FA
M, Ef, Bl
M, Df, Ef, Bl
M, Df, Ef, Bl
Isolado 2-FA
M, Np
M, Np
M, Np, Et
Isolado 3-FA
M
M
M
Isolado 4-FA
M
M
M
Isolado 5-FA
M
M
M
Isolado 6-FA
M
M, Np
M, Np
Isolado 7-FA
M
M, Bl
M, Bl
Isolado 8-FA
M
M, Np, En
M, Np, En
Isolado 9-FA
M, Bl
M, Bl, Bf, Ef
M, Bl, Bf, Ef
Isolado 10-FA
M
M
M, Np
Isolado 11-FA
M
M
M
Isolado 4-LC
M
M
M
Isolado11-LC
M
M, Df, Np
M, Df, Np, Sd
Isolado 13-LC
Df, Et, Bf
Df, Et, Bf, Sd, En
Df, Et, Bf, Sd, En
Isolado 17-LC
M
M
M
Isolado 20-LC
M, Np
M, Np
M, Np
Isolado 21-LC
M, Np
M, Np
M, Np
Isolado 22-LC
M
M, Bl
M, Bl
Isolado 23-LC
Df, Et, Bf, Ef
Df, Bf, Ef, En
Df, Et, Bf, Ef, En
*Bf: bordas franzidas; Bl: bolhosidade; Et: estreitamento foliar; Cs: cordão de sapato; Df: deformação foliar; Ef:
enrolamento foliar; En: enação; M: mosaico; Np: nervuras paralelas; Sd: subdesenvolvimento; S/S: sem
sintomas.
Nas três avaliações realizadas foram observado aumento da agressividade dos sintomas
no decorrer dos dias de avaliação. O isolado 8-FA (Figura 1H) de Formoso do Araguaia
causou mosaico já na primeira avaliação, avançando para enação e nervuras paralelas (Tabela
1). Por outro lado, para os isolados 3-FA, 4-FA, 5-FA, 11-FA, 4-LC e 17LC foram
observados nas três avaliações somente a ocorrência de mosaico (Figura 1C, D, E, K, L e O;
Tabela 1).
53
Figura 1– Sintomas induzidos por Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) em plantas de
abóbora cultivar „Caserta‟: (B, F, H, J, M, P) e (Q) isolados 2-FA, 6-FA, 8-FA, 10-FA, 11FA, 20-LC e 21-LC respectivamente com nervuras paralelas como principal sintoma; (A, C,
D, E, K, L) e (O) isolados 1-FA, 3-FA, 4-FA, 5-FA, 11-LC, 4-LC e 17-LC respectivamente,
com mosaico; (G, I) e (R) isolados 7FA, 9FA e 22-LC, respectivamente, com bolhosidade e
(N) e (S) isolados 13-LC e 23-LC, respectivamente, com deformação foliar.
Os isolados 1-FA, 2-FA, 8-FA e 9-FA (Figura 1A, B, H e I; Tabela 1) todos oriundos de
Formoso do Araguaia foram os que apresentaram três ou mais tipos de sintomas. O mosaico
foi comum a todos os isolados para esse município, já na Lagoa da Confusão, nos isolados 1354
LC e 23-LC (Figura 1N e S) não foi percebido esse sintoma, porém foram os que exibiram o
maior número de sintomas ao fim da terceira avaliação, predominando deformação e
estreitamento foliar, bordas franzidas, subdesenvolvimento e enação. Os isolados 2-FA, 6-FA,
8-FA, 10-FA, 11-FA, 20-LC e 21-LC exibiram nervuras paralelas como principal sintoma
(Figuras 1B, F, H, J, M, P e Q; Tabela 1).
Moura et al. (2005) analisando reação de acessos de Curcubita sp. ao ZYMV
verificaram que o vírus provoca forte desorganização no arranjo e na forma das células
epidérmicas e do parênquima paliçádico, induzindo hiperplasia nas células (multiplicação
exagerada das células) causando deformação foliar, sintoma verificado em algumas plantas de
abóbora inoculadas com os isolados 1FA, 11LC, 13LC e 23LC (Figuras 1A, K, N e S, Tabela
1). Esse padrão de sintoma também foi verificado na infecção mista e com maior
agressividade nos isolados 3-LC, 5-LC, 9-LC, 10-LC, 12-LC, 15-LC, 19-LC e 24-LC (Figuras
2B, C, G, H, I, K, N e O, Tabela 2). Os genótipos de melão „Sunshine‟ e „Amarelo‟
apresentaram deformação foliar (Figuras 2Q e R). As deformações foliares causam graves
consequências para o desenvolvimento da planta, pois afetam sua fotossíntese por diminuir a
área exposta, consequentemente interferindo na produtividade.
55
Figura 2– Sintomas induzidos por isolado misto de Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV) e
Squash mosaic vírus (SqMV) em plantas de abóbora cultivar „Caserta‟ e quatro genótipos de
melão induzidos pela infeção mista de Zucchini yellow mosaic virus(ZYMV) Zucchini yellow
mosaic virus (ZYMV) e Squash mosaic vírus (SqMV) : (A, B, D, G, J) e (P) isolados 1-LC, 3LC, 6-LC, 9-LC, 14-LC e 28-LC respectivamente com mosaico, deformações foliares e
nervuras paralelas como principais sintomas; (C, F, I, K, e O) isolados 5-LC, 8-LC, 12-LC,
15-LC, e 24-LC respectivamente com deformação foliar e enação; (E) e (H) isolados 7-LC e
10-LC respectivamente com estreitamento e enrolamento foliar; (N) isolado 19-LC com bolha
como sintoma mais evidente e (M) isolado 18-LC com mosaico e crescimento do limbo foliar
no pecíolo da folha (esporão). Em genótipos de meloeiro (Cucumis melo): (Q) „Sunshine‟ e
(R) „Amarelo‟ com bolhas e deformações foliares; (S) „Eldorado‟ com mosaico e (T)
„Valenciano‟ não apresentou sintoma.
56
Nas infecções mistas podem ocorrer relações sinérgicas, causando aumento ou decréscimo na
concentração dos vírus na planta, modificação nos sintomas da doença e/ou alteração na
movimentação sistêmica dos vírus (OLIVEIRA et al., 2000). Ramos et al. (2003) ao
analisarem os efeitos da interação de alguns vírus, verificaram que ao serem inoculados com
ZYMV e WMV os híbridos de meloeiro exibiram, desde o inicio da infecção, sintomas mais
severos que os das plantas com infecções isoladas, evidenciando interação sinérgica entre os
dois vírus em questão.
Tabela 2. Sintomas exibidos por abobrinha (Cucurbita pepo) cultivar „Caserta‟ oriundos do
município da Lagoa da Confusão em quatro genótipos de melão (Cucumis melo) induzidos
pela combinação de (ZYMV+SqMV).
Sintomatologia*ZYMV+SqMV
1ª avalição
2ª avaliação
3ª avaliação
Abóbora cv.
Caserta
Aos 28 dias
Aos 33 dias
Aos 38 dias
Isolado 1-LC
M, Np
M, Np
M, Np
Isolado 3-LC
M, Np, Sd, Et, Ef
M, Np, Sd, Et, Df, Ef
M, Np, Sd, Et, Df, Ef
Isolado 5-LC
M, Df, Et, Sd
M, Df, Et, Sd, En, Ef
M, Df, Et, Sd, En, Ef
Isolado 6-LC
Np, Sd
Np, Sd
Np, Sd
Isolado 7-LC
M, En, Ef
M, En, Sd, Et, Ef,
M,En,Sd, Et, Ef
Isolado 8-LC
M, Sd, Et, En
M, Sd, Et, En
M, Sd, Et, En
Isolado 9-LC
M, Np, Df
M, Np, Df, Sd
M, Np, Df, Sd
Isolado 10-LC
M, Df, Et
M, Df, Et, Bf, Ef, Cs
M, Df, Et, Bf, Ef, Cs
Isolado 12-LC
M, Df, Bl, En
M, Df, Bl, Sd, En, Ef
M, Df, Bl, Sd, Em, Ef
Isolado 14-LC
M, Bl, Bf, Ef
M, Bl, Bf, Ef
M, Bl, Bf, Ef
Isolado 15-LC
M, Df, Et
M, Df, Et, Bf, Ef
M, Df, Et, Bf, Ef
Isolado 16-LC
M, Np, Bf
M, Np, Bf, En
M, Np, Bf, En
Isolado 18-LC
M, Et, Es
M, Et, Es
M, Et, Es
Isolado 19-LC
M,Bl,Np,Df, Bf
M,Bl,Np,Df, Bf
M,Bl,Np,Df, Bf
Isolado 24-LC
M, Df, Sd, Ef
M, Df, Sd, Et, Ef
M, Df, Sd, Et, Ef
Isolado 28-LC
M, Np, Bf
M, Np, Bf
M, Np, Bf
Melão
Melão Sunshine
M, Bl, Df
M, Bl, Df
M, Bl, Df
Melão Amarelo
M, Bl, Bf, Df
M, Bl, Bf, Df
M, Bl, Bf, Df
Melão Eldorado
M
M
M
Melão Valenciano
S/S
S/S
S/S
*Bf: bordas franzidas; Bl: bolhosidade; Es: esporão; Et: estreitamento foliar; Cs: cordão de sapato; Df:
deformação foliar; Ef: enrolamento foliar; En: enação; M: mosaico; Np: nervuras paralelas; Sd:
subdesenvolvimento; S/S: sem sintomas.
57
A agressividade do isolado de ZYMV constatada em infecções simples e dupla já foi
relatada por Provvident et al. (1984) e Oliveira et al. (2000), sendo a doença ocasionada por
esse vírus considerada uma das viroses mais destrutivas em cucurbitáceas, ocorrendo, tanto
nos trópicos, como em regiões temperadas.
Rodrigues (2011), analisando a sintomatologia de amostras foliares de melancia de
algumas cidades do estado do Tocantins verificou a presença de mosaico e bolhosidade,
enquanto que em combinação com outros vírus como PRSV-W, ZLCV, CMV e WMV os
sintomas foram bem mais severos como bolhosidade, subdesenvolvimento, estreitamento
foliar, deformação foliar e necrose. Os isolados 12-LC, 14-LC e 19-LC (Figuras 2I, J e L,
Tabela 2) também exibiram no limbo foliar essas saliências de aparência bolhosa. Na infecção
simples houve a presença de bolhas em dois isolados 7-FA e 22-LC (Figuras 1G e R, Tabela
1).
O crescimento do limbo foliar no pecíolo da folha (esporão) (Figura 2M), sintoma típico
em infecções mistas foi encontrado no isolado 18-LC do município da Lagoa da Confusão. O
mesmo sintoma foi caracterizado em trabalho de Ramos et al 2003 ao analisar os efeitos da
interação do ZYMV com os vírus WMV e PRSV em híbridos de meloeiro, variedades de
melancia e abobrinha, o que vem a aumentar o sinergismo e interação do ZYMV com outros
vírus.
Quando ocorre sinergismo entre os vírus em infecção mista podem acontecer alterações
nos sintomas da doença (RAMOS et al., 2003). É importante salientar que hospedeiros
diferentes, mesmo dentro de uma mesma espécie, podem apresentar reações sintomatológicas
diferenciadas dependendo da combinação de vírus que estão causando a infecção. Dessa
maneira, as estratégias para convivência com essas viroses não devem considerar os vírus
isoladamente, uma vez que os dois estão ocorrendo de forma simultânea e podem causar
maiores prejuízos quando afetam uma mesma planta ao mesmo tempo, como pode ser
observado nesse trabalho.
Os sintomas induzidos pela infeção mista de ZYMV+SqMV em abóbora cultivar
„Caserta‟ se apresentaram de forma mais intensa, com um número maior de sintomas se
comparado aos verificados na infeção simples. Nos isolados 1-LC, 3-LC, 6-LC, 9-LC, 14-LC
e 28-LC (Figura 2A, B, D, G, J e P, Tabela 2) respectivamente exibiram mosaico,
deformações foliares e nervuras paralelas como principais sintomas. Foi verificado nos
isolados 5-LC, 8-LC, 12-LC, 15-LC, e 24-LC (Figura 2C, F, I, K, e O, Tabela 2) deformação
foliar e enação. Verificou-se também estreitamento e enrolamento foliar nos isolados 7-LC e
58
10-LC (Figuras 2E e H). Embora as plantas não sejam destruídas pelos vírus, os cultivos
infectados têm o processo de produção severamente interrompido, produzindo frutos anormais
e/ou deixando de produzir (CLOUGH, 1995).
No melão Amarelo foram observados os sintomas mais agressivos. O genótipo
„Eldorado‟ (Figura 2S) exibiu apenas mosaico, já o melão „Valenciano‟ apresentou-se
assintomático, sendo possivelmente tolerante aos vírus inoculados. Na década de 80 esse
genótipo foi alvo de estudos para a incorporação de genes de resistência a vírus, método que
poderia ter uma abrangência maior já que vem dando resultados (LOPES, 1997).
Como os isolados de ZYMV e SqMV foram coletados de lavouras comerciais de
melancia da região sul do Estado do Tocantins, é de suma importância a preocupação dos
produtores com a qualidade fitossanitária das sementes que estão utilizando nas suas lavouras,
não utilizando sementes de frutos produzidos na região, pois essas possuem um maior risco de
estarem contaminadas com vírus, já que o SqMV é transmitido via semente e os sintomas
ocasionados pela combinação dos dois vírus foram bastante agressivos, por isso a importância
de se tomar medidas preventivas antes de iniciar um plantio e uma decisão simples e correta
como se plantar apenas sementes certificadas pode garantir uma lavoura livre de sintomas tão
prejudiciais à cultura.
4. CONCLUSÕES
Os sintomas mais comuns observados pela infecção por ZYMV foram mosaico e
nervuras paralelas.
A sintomatologia das plantas de abóbora em relação à inoculação pelos vírus
ZYMV+SqMV foi mais agressiva no decorrer das avaliações, evoluindo para deformações e
estreitamentos foliares, além de bolhosidade, nervuras paralelas e esporão, comprometendo
grande parte da área foliar.
Nos genótipos de melão, somente o Melão Valenciano não apresentou sintomas
característicos de vírus.
59
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