Efeito da temperatura sobre a resistência genética à viroses em plantas e as implicações para o melhoramento Rafael Parreira Diniz Existem diversos tipos de vírus que causam doenças em plantas, provocando prejuízos de ordem econômica para produtores. No milho, dentre as principais viroses que acometem essa cultura estão as causadas pelos vírus da família Potiviridae, destacando o Vírus Mosaico Anão do Milho (Maize Dwarf Mosaic Virus – MDMV), Vírus do Mosaico da Cana de Açúcar (Sugarcane Mosaic Virus – SCMV) e o Vírus do Mosaico do Trigo (Wheat Streak Mosaic Virus – WSMV). Essas três viroses são transmitidas principalmente por afídeos, sendo o controle químico de baixa eficiência. A melhor estratégia para o controle das mesmas é por meio da resistência genética. Contudo, a temperatura é um fator que afeta a resistência do hospedeiro e o comportamento dos vírus na planta. Desse modo, sobre a incerteza do panorama mundial sobre as mudanças climáticas, verificar as consequências de um possível aumento ou resfriamento da temperatura global sobre a resistência genética a esses vírus torna-se um aspecto de fundamental importância para o melhoramento. A influência da temperatura no comportamento desses agentes virais tem sido relatado na literatura. Verifica-se que temperaturas extremas podem levar ao aumento ou redução da taxa de replicação do patógeno, o que está diretamente relacionado aos sintomas nas plantas. Outro fato de maior importância está relacionado à quebra da resistência genética aos vírus da família Potiviridae por meio do aumento da temperatura, geralmente acima de 30 º C. É válido salientar que para esses patógenos a seleção de plantas resistentes ocorre, geralmente, em casas de vegetação, onde as condições de temperatura são controladas. Assim, alguns questionamentos precisam ser discutidos, por exemplo: Existe uma correlação entre a resistência genética validada em estudos em casa de vegetação e o desempenho real no campo? Qual a influência desses resultados nos Estudos de Associação Genômica Ampla?