o catolicismo na formação cultural do norte paranaense 1930-1960

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TRABALHO APRESENTADO NA SEMANA DE HISTÓRIA DE 2002 DA
UNESP/ASSIS
O CATOLICISMO NA FORMAÇÃO CULTURAL DO NORTE PARANAENSE
1930-1960
Alfredo Moreira da SILVA JÚNIOR*
RESUMO
O conflito entre o modelo educacional católico e o modelo laico de educação
fortalecido com a chamada Era Vargas constitui o eixo temático desta comunicação, o
interesse pelo assunto surgiu a partir de estudos sobre o papel do catolicismo na formação
cultural da região denominada Norte Pioneiro do Paraná, particularmente durante o Bispado
de D. Geraldo de Proença Sigaud em Jacarezinho 1947-1961, neste período ocorre o
embate entre a Igreja Conservadora e os Reformistas, ao mesmo tempo que importantes
transformações na esfera política e cultural no pais e no mundo lançam novos desafios para
a Igreja e para a Diocese de Jacarezinho que busca enfrentar algumas questões como : seu
papel na sociedade, o combate ao laicismo e em particular o laicismo educacional e o
combate a “ameaça comunista” .
PALAVRAS-CHAVE : catolicismo, laicismo, educação católica, práticas e
representações
*Professor do Curso de História da UNESPAR-Jacarezinho
e da FEATI-Ibaiti
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Introdução
O período de 1930 a 1945, denominado pela historiografia brasileira de " Era
Vargas" foi um período de grandes transformações na esfera política, administrativa e
econômica do país. Embora não haja na historiografia um consenso sobre o verdadeiro
sentido da Revolução de 1930, é inegável que os acontecimentos de outubro conduziram o
país a uma nova fase de sua política interna, marcada pelo fortalecimento do poder central,
um crescente nacionalismo, o uso maciço da propaganda em prol do Estado, e a
manipulação das massas através de uma política populista. Porém, esse período
caracterizou-se ainda pelas grandes contradições entre o discurso e a prática política. Neste
sentido, temos a aproximação cada vez maior da Igreja Católica com o Estado Ditatorial
estabelecido, rompendo gradualmente com o dogma Republicano da separação entre o
Estado e a Igreja, e ainda, com as próprias pretensões do Governo Vargas em assegurar
uma educação laica voltada para a "modernização " cultural da sociedade brasileira visando
inseri-la no processo de industrialização.
Na prática, percebe-se desde logo no momento do golpe uma presença marcante
da Igreja, através da figura do Cardeal Arco-Verde, convencendo o Presidente Washington
Luís a renunciar. O Catolicismo aproxima-se cada vez mais do estado visando a obtenção
de privilégios, as concessões ao catolicismo se manifestam na adoção do ensino religioso
nas escolas públicas e no reconhecimento "legal" do casamento religioso , dentre outras.
Se por um lado o catolicismo soube participar do jogo político naquele
momento apoiando o Estado para obter essas importantes concessões, temos, por outro
lado, o próprio Estado utilizando-se das práticas e representações católicas para sua
legitimação, através do culto a Maria, da entronização do crucifixo nas fábricas e do mito
da solidariedade , harmonia e cooperação da sociedade cristã.
Neste trabalho, pretende-se o levantamento de alguns elementos indicativos
das relações Estado-Igreja no período e sua atuação na Região do Norte Pioneiro do Paraná
abordando a Igreja enquanto instituição ligada à política nacional, bem como as práticas e
representações católicas que vão, através da influência sobre o imaginário popular,
colaborar para a manutenção do regime ditatorial na Era Vargas e no combate das forças da
direita tradicional contra o “ perigo comunista “.
A Romanização da Igreja Brasileira e a neocristandade
A Carta pastoral de 1916, publicada por D. Sebastião Leme, na época arcebispo
de Olinda é de grande importância para o entendimento daquele período que seria um
marco na história da Igreja . Durante o século XIX a Igreja Católica Brasileira adquiriu
contornos bem próprios em suas práticas, de um lado temos na união Estado-Igreja um
fortalecimento do Catolicismo enquanto religião oficial, mas , ao mesmo tempo, percebe-se
em alguns momentos da história política do período imperial um certo cerceamento na
aplicação dos princípios defendidos pelo Vaticano, tal cerceamento vai culminar com a
questão religiosa 1872/75. A Proclamação da República leva à separação entre o Estado e a
Igreja, porém, se por um lado, tal separação era temida pela hierarquia clerical como algo
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que poderia levar a uma perda de privilégios adquiridos, por outro, acabou com a constante
interferência do Estado nos assuntos da Igreja ( Mainwaring, 1989: 42 ) .
O fim da união Estado- Igreja, embora fosse um dogma entre liberais e
positivistas acabou sendo objeto de vários entendimentos entre a hierarquia da Igreja e os
líderes republicanos, alguns desses entendimentos asseguraram no decreto de abolição do
Padroado Régio ( Decreto 119-A) , algumas conquistas para a Igreja, o decreto assegurou
ampla liberdade religiosa para todos os brasileiros e estrangeiros, garantiu o exercício
público de todos os cultos religiosos e o direito de construção de templos, aboliu o
Padroado régio e equiparou a Igreja Católica a todas as outras igrejas, preservou a
propriedade dos bens da igreja Católica.
No processo europeu da revolução burguesa, a
desapropriação dos bens eclesiásticos foi um instrumento
fundamental para aumentar o patrimônio imobiliário da
burguesia e do próprio estado, tanto no campo como na cidade.
No Brasil, ao contrário, esse instrumento de acumulação não foi
empregado...
... Mais ainda , continuou, mesmo no século XX, o
hábito de latifundiários doarem terras para a igreja Católica,
sobre as quais foram fundadas cidades e as quais se
constituíram em fonte de renda para a instituição católica na
forma de enfiteuses e aforamentos. ( Manoel, 1997 : 70-71 )
Entendendo-se ameaçada, a Igreja passou a se reorganizar internamente,
procurando promover uma presença mais marcante na sociedade, o período que se estende
de 1890 a 1916 é tido como um período de mudanças e adaptações aos novos tempos, a
hierarquia da Igreja preferiu ceder ao invés de entrar em atrito com os republicanos,
evitando assim um anticlericalismo rancoroso e hostil.
O modelo religioso conhecido como neocristandade , pode ser datado de 1916
com a publicação da Carta Pastoral de D. Leme, atingindo seu apogeu de 1930 a 1945
quando Getúlio Vargas era presidente.
A Igreja permanece politicamente conservadora, se
opondo à secularização e às outras religiões, e pregava a
hierarquia e a ordem. Insistindo num catolicismo mais vigoroso
e que se imiscuísse nas principais instituições e nos governos, as
atitudes práticas das pastorais da neocristandade se
diferenciavam das anteriores. Assim conseguia o que percebia
como sendo os interesses indispensáveis da Igreja: a influência
católica sobre o sistema educacional, a moralidade católica, o
anticomunismo e o antiprotestantismo. ( Mainwaring, 1989: 41)
As práticas da Igreja foram freqüentemente entendidas como articulações que
visavam aproximá-la do poder público visando ou o fortalecimento da própria Instituição,
ou a possibilidade de promover transformações sociais, ( Della Cava, 1975 : 7)
No entanto, temos sempre presente nas práticas e no discurso Católico, a
percepção do mundo moderno como o reino de satanás, esse mundo minava a fé, e
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corrompia os homens solapando os valores cristãos como a família tradicional e o respeito
pela autoridade .
Esboça-se a partir da romanização do final do século XIX, a necessidade dos
sacerdotes católicos de elevarem -se acima do mundo ao invés de Ter nele uma atuação,
assim, práticas como o concubinato e a atividade política comuns na primeira metade do
século XIX, passaram a ser evitadas.
Ao mesmo tempo que o catolicismo buscava assegurar seus privilégios no
campo político, temos uma preocupação doutrinária voltada para a cristianização da
sociedade sempre presente , era o combate aos males provenientes do liberalismo e do
comunismo.
A nova missão da igreja era cristianizar a sociedade
conquistando maiores espaços dentro das principais instituições
e imbuindo todas as organizações sociais e práticas pessoais de
um espírito católico...
... Se a Igreja não cumprisse sua missão, essas instituições iriam
marchar rumo à perdição. A forma de influenciar a sociedade
da Igreja da neocristandade era triunfalista. A Igreja queria "
conquistar o mundo". ( Mainwaring, 1989:46 )
Temos presente nesse momento uma preocupação da Igreja enquanto
organização em buscar uma aproximação cada vez maior com o Estado buscando
restabelecer regalias e privilégios perdidos, mas também, temos uma ação política da Igreja
motivada pela ameaça representada pelo liberalismo e comunismo inimigos não apenas
materiais mas também espirituais, o liberalismo a medida que afastava os cristãos do
mundo espiritual, abria as portas para o comunismo.
A revolta contra a hierarquia da autoridade, na família, na sociedade,
no Estado; a desenvoltura dos assuntos relativos a Sexo ( ... ); a
mentalidade de aproveitamento máximo ( ... ) de todos os requintes da
volúpia, de todos os meios de enriquecimento, de todos os expedientes
do conforto; o espírito de subordinação da mocidade aos ditames da
antiga moral doméstica; o transvio das artes recreativas( ... ); a
guerra ao espírito clássico, na instrução; o ódio à religião, o combate
insidioso à Igreja Católica ( ... ), a valorização dos costumes
contrários à moral cristã ( ... ) ( Moraes, 1962:42-43).
A década de 20 inaugurou uma fase de reação ao tradicionalismo na sociedade,
nas artes e na política a Semana de Arte Moderna de 1922 e a eclosão do movimento
tenentista foram elementos importantes que servem para demonstrar as mudanças que se
processavam não só ao nível político mas também cultural. O processo de Restauração do
Catolicismo Brasileiro ganha impulso exatamente neste momento, com a fundação do
Centro D. Vital, por Jackson Figueiredo ( íntimo colaborador de D. Leme) , um instituto
Católico que terá grande influência no desenvolvimento da Igreja e na política, sua criação
visava a formação de uma intelligensia católica , oriunda das fileiras da classe média alta,
capaz de fazer frente ao anticlericalismo, ao ateísmo e à indiferença religiosa das elites
republicanas.
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O Catolicismo na Era Vargas
A década de 30 marcou o ápice do movimento de reaproximação da Igreja com
o Estado. Na ocasião do Golpe de outubro de 1930, o presidente Washington Luís se
retirou do Palácio do Catete após uma conversa com D. Leme e saiu escoltado pelo próprio
Cardeal, evitava-se assim um banho de sangue e ao mesmo tempo D. Leme demonstrava
desde o início sua disposição em colaborar com o novo regime.
Naquele momento histórico, a hierarquia católica, tanto em
Roma, quanto no Brasil, entendia que o melhor meio de afastar
os perigos da modernidade ( liberalismo, democracia, etc.) de
combater o comunismo e de recristianizar a sociedade, era
fazer aliança com as ditaduras de direita, como o fascismo na
Itália, o franquismo na Espanha, o Getulismo no Brasil, etc. (
Manoel , 1997 : 79 )
Para Ralph Della Cava o vazio político gerado pela Revolução de 30 que
transformou a igreja numa força social absolutamente indispensável ao processo político. (
Della Cava, 1975: 14)
No ano de 1931, D. Leme mobilizou uma grande massa de fiéis, em primeiro
de maio, sob a invocação de Nossa Senhora Aparecida, e em outubro, em homenagem ao
Cristo Redentor, a presença religiosa assegurava a mobilização das massas em datas
importantes para a consolidação do novo regime comemorava-se o Dia do Trabalho e o
mês da Revolução para a Igreja maio é o mês consagrado a Maria e Outubro o mês da
chegada do Catolicismo na América. Durante a inauguração da estátua do Cristo Redentor
, D. Leme cercado por uma multidão, estipulou o preço do apoio da Igreja : " ou o Estado
... reconhece o Deus do povo ou o povo não reconhecerá o Estado" . Getúlio Vargas
habilmente procurará buscar uma aproximação com a Igreja como forma de consolidar e
até mesmo justificar ideologicamente seu poder .
Embora a separação entre o Estado e a Igreja fosse formalmente mantida, Della
Cava aponta três conquistas importantes para o catolicismo consagradas pela Constituição
de 1934 : o casamento religioso foi inteiramente reconhecido pela lei civil e o divórcio foi
proibido; foi facultada a educação religiosa em escolas públicas durante o período de aulas
; terceiro, foi permitido ao estado financiar escolas da Igreja, seminários, até hospitais e
quaisquer outras atividades e instituições relacionadas e legalmente designadas como de "
interesse coletivo" . ( Della Cava, 1975:15)
Para conseguir tais conquistas D. Leme teve de contar com as organizações de
católicos leigos que na década anterior ele próprio já havia estruturado , as mais
importantes eram a LEC ( Liga Eleitoral Católica ) , a ACB ( Ação Católica Brasileira ) e
os Círculos Operários. A LEC foi criada visando orientar os católicos para que apoiassem e
votassem em candidatos católicos cujos programas apoiassem a Igreja e a doutrina
católica, a ACB tinha a finalidade de " estabelecer o Reino Universal de Cristo " , não tinha
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em suas origens filiação política, porém , sempre se destacou pelo combate ao comunismo
encarado pelos seus membros como o Reino de Satanás .
Durante o Estado Novo, Igreja e Estado vão compartilhar o ódio ao
comunismo, ao mesmo tempo que Vargas reprime a Intentona Comunista de 1935, apoia o
ativismo religioso na área do sindicato de trabalhadores, assim, temos nos sindicatos uma
constante " vigilância " contra o comunismo.
A Simbologia Católica na Legitimação do Estado Novo
Segundo Lenharo , os símbolos religiosos católicos foram amplamente
utilizados durante o Estado Novo para legitimar a política de cooperação entre as classes
apregoada pelo regime instituído.
No mundo do trabalho, a despeito de ser atacada como símbolo de
consolo e alienação pelos anarquistas e agnósticos em geral, que
razão teria levado autoridades a entronizarem a imagem de cristo nas
fábricas paulistas, senão a de atrair a ira dos opositores, exorcizá-la,
aprofundando o sentimento de identificação com a imagem do
crucificado? ( Lenharo, 1986 : 170 )
Em 1942 atendendo a um pedido do arcebispo de São Paulo, a FIESP
introduziu o crucifixo nas fabricas, a cruz segundo o pensamento empresarial da época
serviria para lembrar o espírito de cooperação entre as classes e a fraternidade cristã.
Roberto Simonsen entendia que a FIESP através da entronização da cruz nas fábricas tinha
" a obrigação de promover o bem- estar físico e moral do operariado, procurando ainda,
estreitar os laços que prendem patrões e empregados" ( Simonsen, 1943 - apud Lenharo,
1986:171 )
A cruz representaria ainda a própria trilogia cristã : fé, esperança e caridade,
atributos necessários para o aperfeiçoamento humano.
Para a Igreja, no entanto a cruz serviria como um " marco " sempre presente
no espaço de trabalho lembrando o caminho espiritual e porque não político que todos
deveriam seguir .
De outro lado, a cruz tem servido no discurso católico para explicitar
a localização política da religião em relação às posições políticas que
se encontram à sua direita e à sua esquerda. Antes de agonizar, cristo
dialogou com o " bom " ladrão, crucificado à sua direita, que o ouviu
e aceitou sua palavra mas o " mau" ladrão da esquerda recusou-se
ao diálogo e ao perdão oferecido. De modo geral, as reações do
ladrão da direita e do ladrão da esquerda têm sido generalizadas
para se explicar a situação da Igreja em relação às posições políticas
vigentes. ( Lenharo, 1986:172 )
Nessa época florescem idéias acerca de um socialismo cristão, fundado na
ajuda mútua, ou seja no cooperativismo, "o santo comunismo " , conforme proposto nas
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encíclicas Rerum Novarum e Quadragesimo Anno , a própria política social do regime
procurava fazer transparecer uma preocupação do Estado em restaurar a dignidade do
trabalhador brasileiro.
Era particularmente na doutrina social da Igreja que a fé cristã
retirara a sua principal fonte de energia ; da doutrina social também
os apologistas da terceira saída sacavam sua cartada decisiva para
fazer "brecar a torrente socialista".( Lenharo, 1986: 179)
Tais práticas políticas entram em decadência juntamente com o fim do
intervencionismo estatal estadonovista, porém, a simbologia católica continuou permeando
o imaginário do operariado simbolizando a luta contra os perigos do comunismo.
Apesar das mudanças pelas quais passou a Igreja Católica brasileira de 1945 a
1960, boa parte da simbologia utilizada para aproximar a Igreja do Estado e assegurar uma
defesa contra o comunismo, " o inimigo comum" , estará presente nas principais ações da
igreja no início dos anos 60 culminando na " marcha da família com Deus pela liberdade" ,
episódio que servia para avalizar o Golpe Militar.
A Igreja Católica no Norte Pioneiro e a luta contra a laicização do ensino
Desde a década de 30 houve um esforço por parte da diocese de Jacarezinho na
implementação de escolas católicas na região, assim, o bispo Dom Fernando Taddei
conseguiu instalar o Colégio Cristo Rei e o Colégio Imaculada Conceição, para a educação
católica de meninos e meninas ( cada qual em seu colégio conforme o costume católico na
época), porém, o Bispo que alcançou uma projeção nacional devido ao seu projeto
educacional, que envolvia ao mesmo tempo interesses religiosos e políticos foi D. Geraldo
Sigaud, por se tratar de um período bastante fértil em termos de influência do bispado na
esfera nacional nos deteremos mais a ele.
O Bispo D. Geraldo de Proença Sigaud nasceu em Belo Horizonte, aos 26 de
setembro de 1909. Fez seus estudos primários na capital mineira, entrando a seguir, na
congregação do Verbo Divino cursando filosofia, no término do curso, foi enviado à Roma
onde se doutorou em teologia pela Universidade Gregoriana em 1932, foi em Roma que
Sigaud foi ordenado sacerdote, a seguir, atuou como professor de teologia em Santo Amaro
(SP ), foi sagrado Bispo de Jacarezinho ( PR )em 1o de maio de 1947, no dia 4 do mesmo
mês tomou posse da vastíssima diocese do Norte Pioneiro do Paraná, na época, uma das
maiores do país, somando mais de dois milhões de habitantes.
A região norte do Paraná estava em pleno processo de ocupação motivado pela
expansão cafeeira e o afluxo populacional para as cidades nascentes naquele momento era
intenso, tal fenômeno se explica, em grande parte pela proibição do plantio do café no
estado de São Paulo pelo governo ( decreto de 22 de novembro de 1932 ).
Os paulistas não esperavam os sintomas de uma nova prosperidade para
procurar compensar a decadência dos velhos cafezais por novas plantações. A liberdade
de plantar no Paraná lhes deixava a porta aberta e eles aproveitavam. Na realidade, a
legislação abria a eles o acesso a solos incomparavelmente superiores aos das zonas
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novas do seu estado. Assim, o movimento iniciado na terra roxa do Paraná entre 1920 e
1925, com a proibição que pesava sobre São Paulo, ganhou maior velocidade. Os
fazendeiros aumentavam suas plantações nos espigões situados entre os rios
Paranapanema e Tibagi, em Bandeirantes, Mariana e Cornélio Procópio. O Café
atravessou o Tibagi quando os ingleses puseram à venda as terras de Londrina, que , a
partir de 1935-37, tornou-se o grande produtor do norte do Paraná. ( MONBEIG, 1984, p.
260)
O trecho acima demonstra como se deu o abrupto desenvolvimento
da região norte do Paraná nas décadas de 30 e 40 a diocese de Jacarezinho que
em 1947 passou a ser controlada por Sigaud, se estendia do Rio Paranapanema
até a atual cidade de Maringá, naquele momento ainda, o Brasil passava por um
processo de democratização consolidado com a constituição de 1946.
A Constituição de 1946 se insere entre as melhores, senão a melhor
de todas que já tivemos. Tecnicamente é muito correta e do ponto de vista
ideológico traçava-se nitidamente uma linha de pensamento libertário no campo
político sem descurar da abertura para o campo social que foi recuperado da
Constituição de 1934.( BASTOS, 1992, p. 74-77 passim).
No plano internacional temos o acirramento da guerra-fria, enquanto no
plano interno, a reorganização dos movimentos populares, a despeito da restrição
constitucional ao registro do Partido comunista Brasileiro.
Neste contexto, as práticas religiosas de Sigaud vão procurar um
estreitamento entre o bispado, o clero e os fiéis. O culto à virgem Maria é
fortalecido através do apoio dado pelo Bispo às Congregações Marianas que se
torna importantíssimo na busca do sagrado, na tentativa de fazer frente ao
“mundanismo” proveniente das “ novas idéias ”.
Foi íntimo o trabalho do terceiro Bispo de Jacarezinho à frente de sua
diocese. Desmembrada a Diocese em 1956, com a criação das de Londrina e de
Maringá, as atividades de D. Geraldo tornaram-se mais estreitas na formação do
Clero e dos fiéis. A sua atividade no setor mariano foi intensa, a ponto de sua
diocese contar com o maior número de congregados entre as dioceses do Brasil
.( OLIVEIRA, 1998, p.31).
Em 1947, Jacarezinho já possuía dois colégios católicos, o Colégio Cristo Rei,
controlado pelos padres Palatinos visando à educação de meninos e o Colégio Imaculada
Conceição, para meninas, controlado pelas Irmãs de São Vicente de Paula. Os dois
colégios contavam com alunos das mais diversas procedências tanto do sul de São Paulo
quanto de todo o Norte do Paraná, eram, portanto, locais oportunos para propagação da
doutrina católica na formação cultural da população regional.
No imaginário dos jacarezinhenses sua cidade havia se transformado numa
referência, num centro cultural, tal perspectiva será alimentada por Sigaud, a partir de seu
posicionamento religioso e do seu incentivo à educação católica.
O bispo era ligado ao grupo de intelectuais que articularam criação da TFP
(Tradição, Família e Propriedade), dessa ligação resultou o livro Reforma Agrária Questão
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de Consciência, no qual, condena energicamente a reforma agrária pregada pela esquerda
analisando a questão fundiária do ponto de vista religioso.
O anticomunismo também foi objeto de discussão e de pregação por parte
da Tradição , Família e Propriedade – TFP – criada em 1960 por Plínio Correia de
Oliveira , que tinha um curriculum de muitos serviços prestados à Igreja e ao movimento
Integralista . A TFP era uma organização civil anticomunista que tinha como objetivo
primordial combater a vaga do socialismo e do comunismo e ressaltar, a partir da
filosofia de Santo Tomás de Aquino e das Encíclicas, os valores positivos da ordem
natural, particularmente , a tradição, a família e a propriedade ( BELOCH & ABREU,
1984, p. 2443).
Diante desta perspectiva, talvez tivesse um projeto mais amplo quando em
1959, articulou a criação da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Jacarezinho. Nos chama a atenção o fato de que exatamente naquele momento histórico, de
luta entre os defensores do bem e da Igreja contra a proliferação das idéias comunistas
associadas freqüentemente às “legiões satânicas”, se funde uma Instituição de Ensino
Superior com o objetivo de formar professores para as Escolas da região.
Diversos autores procuraram abordar o papel desempenhado pelo catolicismo
nas transformações sociais e a relação Estado- Igreja, assim, Della Cava demonstra o papel
desempenhado por D. Sebastião Leme no esforço pela “ recatolização do Brasil”, para este
líder católico, o Brasil seria uma grande nação católica por vocação e caberia ao laicato
guiado pela Igreja, este esforço pela recatolização , sua abordagem aponta ainda, os
caminhos seguidos pelo catolicismo após a morte de D. Leme , sob a liderança de D.
Hélder Câmara ( CAVA, 1975).
A Igreja da neocristandade começa a declinar nos anos 50, após a morte de D.
Leme com a “concorrência” do espiritismo e das Igrejas protestantes, além da incapacidade
de lidar com as transformações sócio-culturais do mundo pós-guerra, para Mainwaring,
surge nesta época três facções principais dentro da Igreja : os tradicionalistas, defendendo o
combate à secularização e o fortalecimento da presença da Igreja na sociedade; os
modernizadores conservadores, que defendiam mudanças na Igreja para adequá-la aos
tempos modernos; e os reformistas que se preocupavam com uma ação pastoral mais
intensa e uma posição social mais progressista ( MAINWARING, 1985).
Embora a simbologia religiosa possa contribuir para a própria legitimação do
Estado, como defende Lenharo ( LENHARO, 1986), a Igreja Católica sempre teve projetos
próprios, ou seja, esteve ao lado do Estado na defesa de seus próprios interesses, assim, as
práticas religiosas podem ser entendidas de um lado como uma necessidade social, mas de
outro como instrumento de controle social e político ( ROMANO, 1979).
A Igreja Católica Tradicional assume posição frente às transformações sociais, a
partir da elaboração feita por Sigaud no sentido de levar os fiéis ao combate contra os
opositores da Igreja “identificados ” como comunistas, como ateus, e perniciosos à “
Verdadeira Igreja” desta forma, temos na Diocese de Jacarezinho, uma sociedade fundada
em tradições oligárquicas, tradição esta, presente na esfera privada e pública da região,
de certa forma, interessada em fortalecer tais práticas religiosas que adquiririam assim um
aspecto de fato social como definiria Durkheim .
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As forças religiosas só podem ser forças naturais. Por outro lado, como elas
têm, manifestamente, a função de agir sobre os espíritos, é preciso que sejam forças
morais. É preciso que elas emanem de consciências, pois somente as consciências podem
agir sobre as consciências. Ora, na natureza, no mundo observável, as únicas forças que
são superiores àquelas de que dispõem o indivíduo enquanto indivíduo, são aquelas que
são produzidas pela coalescência e a fusão de uma pluralidade de forças individuais numa
mesma resultante : são forças coletivas. As únicas consciências dos grupos. Todavia, a
superioridade de que falo não é puramente física : ela é moral. Com efeito, a sociedade é,
ao mesmo tempo, autora e depositária de todos esses bens intelectuais cujo conjunto
constitui a civilização onde se nutrem as consciências humanas. A sociedade é, pois, a
fonte eminente da vida moral na qual se alimenta a vida moral dos indivíduos.(
DURKHEIM, 1977, P.5).
A luta dos setores tradicionais da Igreja contra o “ comunismo “, contrastou
naquele momento histórico com o trabalho de alguns religiosos nos movimentos populares
de caráter reivindicatório como as Ligas Camponesas do Nordeste, travou-se uma “
batalha” silenciosa dentro da própria Igreja, porém, mesmo a ala chamada progressista,
acaba cedendo e, após os acontecimentos políticos do início de 1964, acabam num
primeiro momento apoiando o golpe militar.
A conhecida “ Marcha da Família com Deus pela Liberdade” , reunindo mais
de trezentas mil pessoas na Praça da Sé, foi decisiva para demonstrar o apoio da classe
média ao Golpe Militar que estava para ocorrer ( Basbaum, 1977), embora, uma parcela da
multidão estivesse ali devido ao forte apelo dos meios de comunicação, muitos controlados
por políticos de oposição ao governo Goulart, não se deve menosprezar o papel dos setores
tradicionais da Igreja na “ preparação” do povo para enfrentar a “ ameaça comunista”,
assim, temos em 1960, a publicação do livro Reforma Agrária questão de Consciência , no
qual, D Geraldo Sigaud teve co-autoria, a obra vendeu mais de 60.000 exemplares em
pouco mais de três anos( RODEGHERO, 1998).
A relação entre o demônio e o comunismo foi estabelecida pelo próprio D.
Geraldo Sigaud, em 1963 em seu livro O Catecismo anticomunista, que contém 102
perguntas com as devidas “respostas” sobre o comunismo. Já na resposta à primeira
questão , “ O que é comunismo ? ” , o autor utiliza-se da imagem do diabo :
O comunismo é uma seita internacional que segue a doutrina de Karl Marx e
trabalha para destruir a sociedade humana baseada na lei de Deus e no evangelho, bem
como para instaurar o reino de Satanás neste mundo... ( SIGAUD, 1963, p. 5) .
Ao mesmo tempo em que atacava “ as legiões satânicas” em seu discurso, D.
Geraldo pediu a seu irmão que decorasse a Catedral Diocesana recém inaugurada, o fato
não suscitaria qualquer necessidade de investigação histórica, não fosse o fato de que o
irmão do Bispo era Eugênio Sigaud, maçom, comunista e ateu convicto, participante ativo
da Semana de Arte Moderna de 1922 e conhecido no meio acadêmico como o “ pintor dos
operários” . Surge uma polêmica por causa de sua concepção avançada de arte, retratando
cenas do cotidiano popular e utilizando figuras do povo e grandes nomes do socialismo
em seus painéis assim, não escaparam de seus pincéis desde conhecidos boêmios da cidade
até o próprio Lênin.
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O trabalho de Sigaud em Jacarezinho é o segundo mais
importante do Brasil, depois do de Portinari na Pampulha. É
uma arte religiosa de caráter bastante contemporâneo, já
dentro de uma visão modernista que tem um comprometimento
social e político que era próprio de Sigaud ( NORONHA apud
GUIMARÃES, 1999).
As relações entre os dois irmãos demonstram, de certa forma, as contradições
existentes na sociedade brasileira e remete a uma outra questão : qual o alcance e o
verdadeiro objetivo do discurso anticomunista empreendido pelo Bispo Sigaud ?
Considerações Finais
A Era Vargas e a Revolução de 30 sempre foram alvo de acirradíssimos
debates na historiografia, tais debates centram-se em questões como o sentido da
Revolução de 30 ou o próprio conceito de Revolução, se teria o movimento produzido
mudanças estruturais tão profundas a ponto de ser denominado " Revolução " , certamente
se utilizarmos o conceito marxista de revolução não, porém, a conjuntura mundial nos anos
30 nos remete a uma situação inusitada, a descrença no liberalismo, a ascensão dos regimes
totalitários e o intervencionismo estatal na economia eram elementos que proliferavam por
todo o mundo ocidental, não apenas no Brasil, mas talvez aqui, devido a fragilidade inicial
do novo regime, se buscasse a legitimação desde, através de elementos " ideológicos "
mais familiares ao povo, os símbolos religiosos, as crenças populares, a fé.
A aproximação Igreja-Estado apresentou bons frutos para ambos os lados, num
dado momento, à medida que servia como meio para um fortalecimento institucional de
modo bilateral e representou ainda, uma ação efetiva contra o inimigo comum, o
bolchevismo.
Até que ponto a aproximação Igreja-Estado foi válida nesse período para a
reafirmação do catolicismo enquanto " Religião Nacional " ? Como lembra Della Cava (
1975:32), para o próprio D. Sebastião Leme em seu leito de morte, parecia que todo o
esforço realizado tinha sido em vão, porém, para o entendimento do alcance de sua
análise e das mudanças ocorridas na Igreja após sua morte, precisamos entender o papel
desempenhado pelo setor conservador da Igreja naquele momento histórico, a partir do
estudo das práticas e representações católicas que contribuíram para a justificação do golpe
militar, em especial a atuação do Bispo D. Geraldo Sigaud frente à Diocese de Jacarezinho
e seu papel nos acontecimentos de nível nacional no início dos anos 60.
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