Dissertação

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Matemática
CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE BIOLOGIA SOBRE EVOLUÇÃO
BIOLÓGICA
Lucas de Oliveira Assunção
Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil
2015
Lucas de Oliveira Assunção
CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE BIOLOGIA SOBRE EVOLUÇÃO
BIOLÓGICA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós Graduação em Ensino de Ciências e
Matemática como requisito parcial para a
obtenção do grau de Mestre em Ensino
de Ciências.
Área de Concentração: Ensino de Biologia
Orientador: Prof. Dr. Fernando Costa Amaral
Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil
2015
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
A851c
Assunção, Lucas de Oliveira
Concepções de professores de biologia sobre evolução biológica / Lucas de
Oliveira Assunção. Belo Horizonte, 2015.
51 f. : il.
Orientador: Fernando Costa Amaral
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática.
1. Evolução (Biologia) - Estudo e ensino. 2. Professores - Formação. 3.
Didática. 4. Material didático. I. Amaral, Fernando Costa. II. Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Ensino
de Ciências e Matemática. III. Título.
CDU: 57:37.02
AGRADECIMENTOS
A todos que contribuíram para a execução deste trabalho fica aqui
expressa minha gratidão, especialmente:
À minha mãe Ilda, ao meu pai Davino e ao meu irmão Daniel, pelo total
apoio e amor durante toda minha trajetória acadêmica e pessoal.
À minha esposa Luísa, pelo companheirismo, paciência, sensibilidade,
ajuda e amor durante todos os momentos de necessidade e por ter escolhido
construir um caminho ao meu lado
Ao Fernando, pela confiança, disponibilidade e orientação, e acima de
tudo pelos conselhos, conversas e pela amizade.
À Cláudia Sabino, por me receber de braços abertos no Projeto Cemig,
por me motivar e me ajudar em momentos de grande dificuldade, por me mostrar
a importância do elogio e provar que existem pessoas iluminadas no mundo.
Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências
e Matemática, por todo o apoio necessário.
Aos professores do Programa, pelos ensinamentos e “puxões de orelha”.
Aos colegas do Projeto Cemig, sobretudo a Ludmila e o César, pela ajuda
e trocas de experiências.
A todos os participantes da pesquisa, sobretudo a turma do sétimo
período do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas e os alunos das turmas
8 e 9 do mestrado.
Ao professor Henrique Paprocki, pela plena disponibilidade e auxílio.
À professora Luciana Barreto pela ajuda e solicitude.
A todos que contribuíram em algum momento para o trabalho, obrigado!
EPIGRAFE
“Nada em biologia faz sentido exceto à luz da Evolução”.
Theodosius Dobzhansky
RESUMO
A Evolução Biológica é um conteúdo chave da Biologia, que permite a
articulação e integração dos conhecimentos biológicos.
Entretanto seu
entendimento, por professores e alunos, é permeado por incompletudes e
dificuldades de entendimento, muitas vezes provenientes de concepções
alternativas oriundas do senso comum e distantes dos conhecimentos
científicos. O objetivo deste trabalho foi verificar se professores de Biologia
compreendem e aplicam adequadamente pressupostos relativos à Evolução
Biológica com vistas a elaboração de material de apoio paradidático sobre o
assunto. O presente trabalho foi realizado na Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais (PUC Minas) unidade Coração Eucarístico, e apresentou
caráter qualitativo e quantitativo. Participaram da pesquisa 32 professores de
Biologia em formação e 18 em atuação que responderam a um questionário que
solicitava a caracterização pessoal e profissional, anônima do questionado e
respostas a algumas questões sobre evolução biológica. A análise e
categorização das respostas forneceram subsídios para a elaboração do
material de apoio paradidático intitulado “Entendendo a Evolução Biológica”,
orientando a escolha de conteúdos, resignificando concepções alternativas, na
perspectiva de sanar possíveis dúvidas e incompletudes, além de articular a
Teoria da Evolução Biológica com outros campos do saber biológico. A
elaboração do Paradidático buscou ainda incorporar o enfoque CTS que articula
educação científica, tecnológica e social, na qual os conteúdos científicos e
tecnológicos são estudados a partir da discussão de seus aspectos históricos,
éticos e sociais, contribuindo para a formação do educando para a cidadania
responsável. Como o intuito produzir um material de apoio didático que
represente um ambiente de aprendizagem eficiente, a elaboração formal do
paradidático foi orientada por princípios da Teoria da Carga Cognitiva (TCC), que
minimiza recursos mentais desnecessários, e os coloca para potencializarem a
aprendizagem significativa. A avaliação do produto revelou que o material de
apoio configura um valioso e qualificado recurso didático-pedagógico para
alunos os professores de Biologia, facilitador da aprendizagem significativa da
Evolução Biológica.
Palavras-chave: Ensino Evolução; abordagem CTS; Teoria da Carga Cognitiva.
ABSTRACT
The Biological Evolution is a key content of biology, which allows the
articulation and integration of biological knowledge. However its understanding
by teachers and students, is permeated by incompleteness and difficulties of
understanding, often from alternative conceptions derived from common sense
and far from scientific knowledge. The objective of this study was to investigate
whether biology teachers understand and properly apply assumptions about the
biological evolution with a view to preparing paradidactic background material on
the subject. This study was conducted at the Catholic University of Minas Gerais
(PUC Minas) unit Eucharistic Heart, and presented qualitative and quantitative.
The participants were 32 teachers of Biology in training and 18 in actions that
responded to a questionnaire requesting the personal and professional
characteristics, and questioned the anonymous answers to some questions
about biological evolution. The analysis and categorization of answers provided
subsidies for the development of support paradidactic material entitled
"Understanding Biological Evolution", guiding the choice of content, redefining
alternative conceptions with a view to clarify possible doubts and incompleteness,
in addition to articulate the theory of evolution Biological with other fields of
biological knowledge. The preparation of paradidactic has also sought to
incorporate the STS approach that articulates scientific, technological and social
education, in which the scientific and technological content are studied from the
discussion of its historical, ethical and social aspects, contributing to elementary
education for citizenship responsible. As the order to produce a teaching support
material that represents an effective learning environment, the formal elaboration
of paradidactic it was guided by principles of Cognitive Load Theory, which
minimizes unnecessary mental resources, and puts them to potentiating
meaningful learning. The evaluation of the product revealed that the collateral set
a valuable and qualified didactic-pedagogic resource for students biology
teachers, facilitator of meaningful learning of Biological Evolution.
Keywords: Evolution education; STS approach; Cognitive Load Theory
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Modelo de balanceamento das cargas cognitivas. Fonte:
SANTOS & TAROUCO, 2007.....................................................................
Figura 2 Figura referente a questão 3 “Você considera correto este
modelo explicativo? Justifique”.................................................................
Figura 3 Número de acertos por sub-questões dos professores em
formação da questão 2...............................................................................
Figura 4 Número de acertos por sub-questões dos professores em
atuação da questão 2.................................................................................
Figura 5 Opinião dos professores em formação sobre o modelo
explicativo de evolução humana apresentado da questão 3......................
Figura 6 Opinião dos professores em atuação sobre modelo explicativo
de evolução humana apresentado da questão 3........................................
23
26
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37
38
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Tabela 1 - Categorias contempladas nas respostas dos professores em
formação......................................................................................................
TABELA 2 – Tabela 2 - Categorias contempladas nas respostas dos professores em
atuação........................................................................................................
30
33
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Categorização das respostas da questão 1 de acordo com as
palavras-chave e sua abrangência..............................................................
27
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
CTS – Ciência Tecnologia e Sociedade
PF – Professores em Formação
PA – Professores em Atuação
STS – Science,Technology and Society.
TCC – Teoria da Carga Cognitiva
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...……………………………………….…….........………...
1.1 Justificativa..........................................................................................
1.2 Objetivos...............................................................................................
1.2.1 Objetivo geral....................................................................................
1.2.2 Objetivos específicos.....................................................................
1.3 Hipóteses.............................................................................................
2. REFERENCIAL TEÓRICO………………………………………................
2.1 Ensino da Evolução Biológica.............................................................
2.2 Evolução Biológica e CTS......................................….…............……..
2.3 Aprendizagem Multimídia e Teoria da Carga Cognitiva................….
3. METODOLOGIA ……….…………………..…...........................................
3.1 Local da Pesquisa e Público Alvo......................................................
3.2 Questionários.............………………………………………………...…..
3.2.1 Elaboração.........................................................................................
3.2.2 Aplicação………………………………………………………………….
3.2.3 Categorização das respostas…………………….............................
3.3 Análise dos Dados……………………………………………..................
3.4 Produto: Construção e Avaliação.......................................................
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................
4.1. Caracterização pessoal e profissional do questionado ……..........
4.1.1 Professores em Formação...............................................................
4.1.2 Professores em Atuação..................................................................
4.2 Análise das respostas à Questão 1....................................................
4.2.1 Professores em Formação...............................................................
4.2.2. Professores em Atuação.................................................................
4.3 Análise das respostas à Questão 2 ...................................................
4.3.1 Professores em Formação...............................................................
4.3.2 Professores em Atuação..................................................................
4.4 Análise das respostas à Questão 3....................................................
4.4.1 Professores em Formação...............................................................
4.4.2 Professores em Atuação..................................................................
4.5. Considerações sobre os resultados dos questionários.................
4.6 Avaliação do material de apoio didático...........................................
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................
REFERÊNCIAS ..........................................................................................
APÊNDICE A...............................................................................................
APÊNDICE B...............................................................................................
APÊNDICE C...............................................................................................
APÊNDICE D...............................................................................................
11
13
14
14
14
14
16
16
18
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25
25
25
25
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29
29
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30
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51
1. INTRODUÇÃO
A Evolução Biológica consiste na mudança das características
hereditárias de grupos de organismos ao longo das gerações. Esses grupos,
chamados de populações e espécies, são formados pela divisão de populações
ou espécies ancestrais; e posteriormente, os grupos descendentes passam a se
modificar de forma autônoma (FUTUYMA, 2002). Portanto, a Evolução Biológica
pode ser definida, genericamente, como mudanças herdáveis e transmissíveis
na forma e no comportamento dos organismos ao longo das gerações.
A Evolução Biológica não deve ser compreendida como promotora
exclusivamente de aumento da diversidade biológica (baseado na premissa de
que se a evolução foi capaz de, a partir de poucos organismos gerar toda a
biodiversidade atual, ela também é capaz de produzir extinções); tampouco
como promotora apenas de aumento da complexidade dos organismos (uma vez
que nem sempre o mais complexo é selecionado positivamente e o acaso). Outra
premissa equivocada é considerar a Evolução Biológica como a evolução ao
longo da vida dos indivíduos (na verdade organismos evoluem, mas essa
evolução é ontogenética) e só podemos compreendê-la afetando a evolução
quando geneticamente selecionada. Segundo Futuyma:
“a Evolução Biológica é a mudança das propriedades das populações
dos organismos que transcendem o período de vida de um único
indivíduo [ ...] organismos individuais não evoluem. As mudanças nas
populações que são consideradas evolutivas são aquelas herdáveis
via material genético, de uma geração para outra” (FUTUYMA, 2002,
p. 46 ).
De uma maneira geral o termo Evolução Biológica significa apenas
mudança (um movimento contínuo que altera a constituição genética de
populações) e não deve incorporar a ideia de melhoramento (da tradição
iluminista, sendo uma concepção bastante impregnada no senso comum).
Segundo Futuyma (2002), a Evolução apresenta dois elementos
principais: a ramificação, e as mudanças dentro das linhagens, incluindo a
extinção. Espécies inicialmente semelhantes tornam-se cada vez mais distintas
umas das outras, de modo que, no decorrer do tempo, elas podem chegar a
apresentar profundas diferenças.
11
A Evolução Biológica não segue um padrão e não apresenta um sentido
pré-programado para o progresso ou melhoria, pelo contrário, a Evolução é
totalmente imprevisível. Para ela acontecer, depende do ambiente, no qual vive
uma população e da variação genética (mutações genéticas ao acaso) dessa
população. Além disso, a Evolução ocorre em um padrão de ramificação, em
formato de “árvore”, e a variedade de espécies atuais foi gerada pela bipartição
repetida de linhagens desde um único ancestral comum de todos os seres vivos.
(RIDLEY, 2006).
A Teoria da Evolução é um conjunto de afirmações relativas aos
processos da Evolução como causadores da história dos eventos evolutivos. A
Evolução
Biológica
ocorre
como
consequência
de
vários
processos
fundamentais podendo estes serem aleatórios ou não (FUTUYMA, 2002).
A Evolução Biológica é o eixo norteador e o conteúdo unificador de
conhecimentos biológicos. Segundo o Ministério da Educação o conteúdo
Evolução deve orientar a abordagem de todos os outros saberes relacionados à
biologia além de integrá-los. Entretanto, é comum este conteúdo ser trabalhado
somente em um bloco de aulas, contribuindo de forma negativa para a
compreensão e articulação de outros conteúdos (BRASIL, 2000).
Em minha trajetória como aluno do curso de Ciências Biológicas me
aproximei da Teoria da Evolução Biológica e compreendi sua importância para
o real entendimento dos conhecimentos da Biologia.
Esses convergem e
interagem através da Teoria da Evolução. Sem a perspectiva evolutiva, os
conhecimentos se tornam fragmentados, desarticulados e sem sentido. Em
meus estágios supervisionados e em conversas com professores atuantes na
educação básica, percebi que o ensino da Evolução Biológica é permeado de
desconhecimentos, incoerências, incompletudes, erros e dificuldades de
compreensão, tanto por parte dos professores como dos alunos.
Tais
características emergem da influência de fatores como religião, crenças e
ideologias (TARDIF, 2000; GOEDERT, 2004; OLIVEIRA, 2009).
Durante meus três estágios supervisionados em escolas do ensino médio
de Belo Horizonte, os três professores orientadores, um da rede privada e dois
da rede pública de ensino, trabalharam de forma superficial, apenas as
contribuições de Lamarck e Darwin e não relacionaram outros conteúdos à
Teoria
da
Evolução.
Tampouco
trabalharam
questões
relativas
ao
12
desenvolvimento do pensamento evolutivo ao longo da história da humanidade,
e à construção de conceitos acerca da Teoria. Isso fazia com que os alunos
ficassem dispersos, desinteressados em articular os outros saberes trabalhados
anteriormente, limitando seu aprendizado.
Acreditando que a Teoria Evolutiva, embora bastante sedimentada no
meio acadêmico, ainda causa dilemas no pensamento cognitivo de professores
da área biológica, não tive dúvidas, ao ser solicitado a propor um projeto de
pesquisa para ser desenvolvido durante o Mestrado em Ensino de Ciências e
Matemática da PUC Minas, proponho verificar se professores de Biologia
compreendem e aplicam adequadamente pressupostos relativos à Evolução
Biológica e, como produto requerido por este Mestrado, elaborar um material de
apoio didático sobre o assunto.
1.1 Justificativa
Muitas pesquisas evidenciam várias dificuldades de professores de
Biologia no domínio do campo de conhecimento da Evolução Biológica, desde a
falta de clareza sobre o objeto de estudo, interpretações imprecisas ou incorretas
das teorias Evolucionistas e muitos equívocos sobre os conceitos essenciais
para a sua compreensão. Isto que acaba por representar obstáculos para se
trabalhar o tema com os alunos ou pior, torna professores propagadores de erros
conceituais. E este panorama reclama por ações que possam contribuir para a
melhoria no ensino da Evolução Biológica, sobretudo na relação desta com
outros conteúdos da Biologia.
Acreditamos que a Teoria Evolutiva, embora bastante sedimentada no
meio acadêmico, ainda causa dilemas no pensamento cognitivo de professores
da área biológica, influenciada talvez pela sobreposição de ideias defendidas
pela teoria com outros aspectos sociais, religiosos e principalmente
epistemológicos.
As origens de tais concepções podem estar relacionadas às lacunas na
formação inicial dos professores da área, justificando a importância de produzir
e oferecer um material que possa ser usado como apoio didático-pedagógico ou
em programas de formação inicial ou continuada de professores de Biologia.
Nesta perspectiva ressaltamos que é necessário atualizar e dar suporte teórico
13
para professores sobre o tema Evolução Biológica, subsidiando novas
abordagens em sala de aula e assim contribuindo para que o processo de
ensino-aprendizagem desse tema tenha resultados mais eficientes e
significativos.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Verificar
se
professores
de
Biologia
compreendem
e
aplicam
adequadamente pressupostos relativos à Evolução Biológica com vistas a
elaborar, e avaliar, um material de apoio didático sobre o assunto.
1.2.2 Objetivos específicos

Identificar e analisar concepções apresentadas por professores de
Biologia, em formação e em atuação, referentes ao conteúdo Evolução
Biológica.

Elaborar material de apoio didático com a finalidade de auxiliar a
resolução de possíveis problemas: conceituais, de concepções e incompletudes
acerca de conteúdos da Evolução Biológica.

Aplicar e avaliar o material de apoio didático de acordo com sua
pertinência na possível resolução de problemas de concepções e de conceitos
relativos à Evolução Biológica.
1.3 Hipóteses
Os professores de Biologia, em atuação e em formação, apresentam
concepções teleológicas em relação à Evolução Biológica;
O discurso e práticas educativas são centrados apenas nas teorias de
Lamarck e Darwin;
O discurso e práticas educativas do público alvo não consideram os
pressupostos aceitos atualmente como ao neutralismo, saltacionismo e a teoria
sintética da evolução.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ensino da Evolução Biológica
Nesta seção, será apresentado o panorama geral a respeito do ensino da
Evolução Biológica, evidenciando as dificuldades e problemas apresentados
tanto por alunos quanto professores. É apresentada também a importância da
teoria como unificadora das Ciências Biológicas, além das especificações a
respeito do tema pelas diretrizes que regem o ensino no Brasil.
Segundo Almeida & Falcão (2005) a teoria da Evolução Biológica é
considerada, dentre todas as teorias, a que mais possibilita a unicidade dos
conhecimentos biológicos. Portanto lembrar-se da afirmação de Dobzhansky
(1973, p. 125) reforça o caráter unificador dessa ciência: “Nada em biologia faz
sentido exceto à luz da Evolução”. Anteriormente à plena aceitação da Evolução
Biológica, a Biologia era dividida em áreas independentes e fragmentadas,
sendo o conjunto denominado História Natural.
Até o início do século XIX, os conhecimentos da Biologia eram
organizados em ramos que possuíam tradições epistemológicas distintas. Os
seres vivos eram estudados de maneira separada por diferentes ramos do
conhecimento, como a Medicina (Fisiologia e Anatomia), a Zoologia e a Botânica.
Dessa maneira, o pensamento evolutivo contribuiu para a unificação desses
ramos, ou seja, para o desenvolvimento de uma atitude mais abrangente, ao
mostrar que os seres vivos se modificam por meio de um processo de
descendência com modificação (MEYER; EL-HANI, 2005).
O Ministério da Educação, por meio dos Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Médio (PCN) (2000), dos PCN+(2002) e das Orientações
Curriculares para o Ensino Médio(2006), reconhece a importância da Evolução
Biológica e sugere sua inclusão no ensino como um eixo integrador que envolva
todas as áreas da Biologia como a Zoologia, Botânica, Ecologia, Genética,
Fisiologia, Anatomia, entre outras.
As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (BRASIL, 2006), a
respeito dos conteúdos no ensino de Biologia, defendem que a origem e a
evolução da vida são temas de importância central no ensino das Ciências
Biológicas. De acordo com o documento, os conceitos relativos a esse assunto
15
são de extrema importância, e devem compor não apenas um bloco de
conteúdos tratados em algumas aulas, mas constituir uma linha orientadora das
discussões de todos os outros temas:
“Esse tema deve ser enfocado dentro de outros conteúdos, como a
diversidade biológica ou o estudo sobre a identidade e a classificação
dos seres vivos, por exemplo. A presença do tema origem e evolução
da vida ao longo de diferentes conteúdos não representa a diluição do
tema evolução, mas sim a sua articulação com outros assuntos, como
elemento central e unificador no estudo da Biologia” (BRASIL, 2006, p.
22).
A importância da Evolução Biológica também está destacada nas
Diretrizes Curriculares para os cursos de Ciências Biológicas:
“O estudo das Ciências Biológicas deve possibilitar a compreensão de
que a vida se organizou através do tempo, sob a ação de processos
evolutivos, tendo resultado numa diversidade de formas sobre as quais
continuam atuando as pressões seletivas. Esses organismos, incluindo
os seres humanos, não estão isolados, ao contrário, constituem
sistemas que estabelecem complexas relações de interdependência.
O entendimento dessas interações envolve a compreensão das
condições físicas do meio, do modo de vida e da organização funcional
interna próprios das diferentes espécies e sistemas biológicos”
(BRASIL, 2001, p. 1).
Mesmo a Evolução sendo unificadora dos saberes biológicos, o
entendimento do seu conceito é conflituoso e enfrenta obstáculos de naturezas
epistemológica, ideológica, filosófica e teológica. Tal característica faz com que
a abordagem da evolução no ensino, por parte dos professores, e na
aprendizagem, por parte dos alunos seja particularmente difícil. Essa dificuldade
pode limitar o aprendizado de outros saberes biológicos, pois a compreensão
dos processos evolutivos tem um papel central na construção de conceitos de
todos os temas da Biologia (ALMEIDA & FALCÃO, 2005)
Diversas pesquisas relativas ao tema evidenciam que seu ensino não é
satisfatório em várias partes do mundo. E ainda, destacam as dificuldades que
os alunos têm de aprenderem, além das dificuldades dos professores em sua
prática didática, com a finalidade de facilitar a compreensão dos alunos sobre a
Evolução Biológica. Também apontam para a necessidade de uma melhoria nos
processos de ensino-aprendizagem de evolução (OLEQUES, 2011).
Licatti (2005) evidencia que o conhecimento dos professores em relação
à Evolução Biológica geralmente é restrito às teorias de Darwin e Lamarck, não
16
considerando aspectos genéticos, biomoleculares, etológicos e filosóficos
presentes na teoria. Além de apresentarem problemas e erros conceituais de
natureza teleológica, como a ideia da Evolução Biológica com um sentido prédeterminado para o progresso e melhoria.
De acordo com Cicillini (1993), os conteúdos a respeito da Evolução
Biológica, apesar de estarem presentes nas propostas curriculares e nos livros
didáticos, quase não são trabalhados em sala e, quando são, aparecem somente
como um tópico a mais do programa. Além disso, no sistema de ensino brasileiro
a inclusão desses conteúdos comumente se apresenta como um dos últimos
tópicos a serem trabalhados, podendo ser uma forma de evitar este assunto
polêmico. Desta maneira, alguns professores justificam que não há tempo hábil
para desenvolver o conteúdo Evolução em suas aulas (CICILLINI, 1993).
O estudo de Tidon e Lewontin (2004) corrobora o estudo de Cicillini,
(1993), sugerindo ser esse o motivo pelo qual esse conteúdo não alcance a sala
de aula de forma satisfatória. Geralmente, quando se trata de livros didáticos de
Biologia, apresentados em volumes específicos para cada uma das séries do
Ensino Médio, o conteúdo sobre Evolução Biológica, diversas vezes, encontrase no volume três como o penúltimo capítulo e com um número reduzido de
páginas. (ZAMBERLAN & SILVA, 2012).
Em vários livros didáticos adotados no Brasil, o tema Evolução é
frequentemente abordado como concluído e não apresenta contextualização
histórica para facilitar a compreensão por parte dos alunos, e tampouco
apresenta como os relativos conceitos foram desenvolvidos. No lugar da
contextualização, os livros enfatizam a dicotomia teórica entre as ideias de
Darwin e Lamarck, a viagem de Darwin a bordo do Beagle e a demora da
publicação da obra “Origem das Espécies” (ALMEIDA & FALCÃO, 2005).
Nos livros didáticos a teoria de Lamarck é rebaixada a uma mera
“hipótese”, sem base experimental e, muito menos, a “prova” da transmissão dos
caracteres adquiridos. No texto, as especulações de Lamarck são confrontadas
ao modelo canônico do trabalho científico de Darwin, que com seu trabalho
“experimental” teria “provado” a sua teoria da evolução através da seleção
natural. É esta visão distorcida e simplista da história que é encontrada na
maioria dos livros didáticos de Biologia e nas práticas pedagógicas dos
professores (ALMEIDA & DA FALCÃO, 2005).
17
Isso evidencia uma concepção descontextualizada dos cientistas e da
ciência. É normal que os alunos apresentem essas concepções equivocadas
consideradas como precursoras de conceitos científicos a serem adquiridos, o
que acaba se tornando uma” verdade absoluta” pelo uso recorrente destas
informações. A assimilação de conceitos equivocados é capaz de fazer com que
o aluno repita mecanicamente esses erros no decorrer da vida, o que pode
comprometer até sua futura atuação profissional (DIAS & BERTOLOZZI, 2009)
A Teoria da Evolução Biológica, geralmente, é apresentada aos alunos de
ensino médio de modo fragmentado, impregnada de ideologias e de distorções
das informações científicas atualmente aceitas. Por isso, existe a necessidade
desta teoria ser efetivamente trabalhada na educação básica de forma clara e
precisa, integrando os outros conhecimentos biológicos (ROSA et al., 2002).
Segundo Tidon e Lewontin (2004), entre as principais dificuldades no
ensino e aprendizagem da Biologia Evolutiva, estão as concepções alternativas.
Os autores sugerem que os alunos já ingressam nos cursos da educação básica
e superior, apresentando explicações, incompatíveis com a teoria científica,
sobre os fenômenos biológicos. Essas concepções alternativas, em especial as
teleológicas, são muito difíceis de serem modificadas, pois elas estão fortemente
arraigadas às experiências prévias dos alunos e ao senso comum.
Segundo Mello (2008), a ausência de integração da Evolução Biológica
com os outros conteúdos da Biologia contribui para a aprendizagem mecânica e
limitada dos alunos.
2.2 Evolução Biológica e CTS
Nesta seção são evidenciadas as possíveis contribuições da Teoria da
Evolução para a ciência, a tecnologia e a sociedade.
A partir da metade do século XX, nas grandes potências do mundo, foi
crescendo o sentimento de que o crescimento das áreas científica, tecnológica
e econômica não estava acarretando o desenvolvimento do bem-estar social.
Após uma euforia inicial com os resultados do avanço científico e tecnológico,
nas décadas de 1960 e 1970, a degradação do meio ambiente, assim como a
vinculação do desenvolvimento científico e tecnológico à guerra, fizeram com
que a ciência e a tecnologia se tornassem alvo de uma visão mais crítica. Dessa
forma, essas áreas passaram a ser objeto de um forte debate político e, nesse
18
contexto, emergiu o denominado movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade
(CTS) (AULER & BAZZO, 2001).
Estudos da filosofia e da sociologia da ciência demonstram a falácia do
mito de que a ciência é a grande salvadora da humanidade. A ciência não é
neutra, tampouco consegue resolver as grandes questões éticas e sóciopolíticas. Além disso, a ciência e a tecnologia têm interferido no ambiente e suas
aplicações têm sido objeto de muitos debates éticos, o que torna inconcebível a
ideia simplista de uma ciência pela ciência, sem considerar seus efeitos e
implicações (SANTOS & MORTIMER, 2002).
Frente a isso, emerge a necessidade do modo de produção do
conhecimento
em
um
contexto
de
aplicação,
com
características
transdisciplinares e uma interação entre diferentes atores sociais, como
cientistas, governantes, empresários, organizações não governamentais e
imprensa. Esse novo modo de produção, leva ao aumento da responsabilidade
social daqueles que produzem o conhecimento científico e tecnológico. Nesse
contexto, os diferentes profissionais se unem em torno de um interesse comum,
que é o de resolver grandes problemas da humanidade. Isso exige do cientista,
uma maior reflexão e, especialmente, a capacidade de dialogar com outras áreas
para participar da análise de tais problemas em uma perspectiva multidisciplinar
(SANTOS & MORTIMER, 2002; PINHEIRO et al, 2007).
Em consonância com o debate politico, os currículos de ciências, a partir
da década de 1960, passaram a ter ênfase em CTS. Estes currículos tinham o
objetivo de preparar os alunos para o exercício da cidadania, e eram
caracterizados por apresentarem uma abordagem dos conteúdos científicos no
seu contexto social (SANTOS & MORTIMER, 2002).
A proposta curricular de CTS corresponde à integração entre educação
científica, tecnológica e social, na qual os conteúdos científicos e tecnológicos
são estudados a partir da discussão de seus aspectos históricos, éticos,
políticos, sociais e econômicos (PINHEIRO ET AL, 2007)
Ainda segundo Santos e Mortimer (2002), alfabetizar os cidadãos – a
partir dos currículos com ênfase em CTS- em ciência e tecnologia é uma grande
necessidade do mundo contemporâneo. Essa alfabetização, não se trata de
evidenciar as maravilhas da ciência, mas sim, de dar condições ao cidadão
comum, de agir de forma crítica frente ao discurso e atitudes dos especialistas.
19
A Teoria da Evolução Biológica contribui para CTS, e possibilita
discussões importantes em diversos aspectos da humanidade.
Futuyma, (2002) apresenta contribuições da referida teoria nos âmbitos
da medicina e saúde humana. Estudos evolutivos sobre Genética de
Populações, possibilitam calcular a probabilidade de se herdar uma doença ou
alteração genética, partindo da análise genealógica e da frequência de um
determinado alelo em uma população. A Biologia Evolutiva também contribui
para esclarecer questões de doenças infecciosas, como no caso da AIDS. A
partir da Biologia Evolutiva, foi possível elucidar e descrever a origem e
manutenção da diversidade genética do vírus HIV, além de auxiliar no
conhecimento clínico a respeito dos sintomas relacionados aos tipos de cepas
do vírus.
Outros campos em que a Evolução Biológica pode ser aplicada são a
agricultura e pecuária, como no caso da engenharia genética, na melhoria de
plantas e animais para o consumo humano, ou ainda no uso e manejo adequado
de seres vivos contra pragas e doenças (Futuyma, 2002).
A descoberta de produtos naturais uteis, como combustíveis fosseis e
biofármacos, além de processos como biossínteses, biodegradações e
biotransformações, relacionam-se aos conhecimentos evolutivos acerca da
biodiversidade extinta e atual (Futuyma, 2002).
Estudos evolutivos dão suporte intelectual para o desenvolvimento de
métodos de correção, recuperação e proteção do meio ambiente. Exemplo disso
são os estudos relativos a capacidade de algumas espécies de bactérias de
metabolizar o mercúrio, transformando-o em uma forma menos tóxica, e em
experimentos laboratoriais, seus genes para tal capacidade foram transferidos
para plantas (Futuyma, 2002).
A Evolução Biológica pode ser aplicada, ainda, em áreas consideradas
distantes da biologia, como a sociologia, a economia e a filosofia.
Por fim, a Teoria da Evolução pode auxiliar na compreensão da
humanidade. Dados evolutivos podem explicar diversas questões a respeito da
espécie humana como a história evolutiva, a variação dentro e entre
populações, a evolução do comportamento e mudanças culturais (Futuyma,
2002).
20
Neste sentido ao utilizarmos a abordagem CTS esperamos que o material
produzido com possa criar espaço de discussão e reflexão para entender a
própria história da humanidade por uma perspectiva racional calcada na
compreensão das raízes biológicas do homem moderno, e sua dependência e
relação com a evolução de outros seres vivos. Essa abordagem pode ainda
oportunizar reflexões sobre implicações éticas e possíveis consequências
evolutivas da manipulação genética dos seres vivos. Esperamos ainda contribuir
para formação de cidadãos capazes de escolher responsavelmente os caminhos
a seguir diante da possibilidade de controlar própria história e o futuro das
próximas gerações, ao alterar o meio ambiente a dinâmica natural de populações
e do planeta.
2.3 Aprendizagem Multimídia e a Teoria da Carga Cognitiva
Nesta seção, são apresentadas as possibilidades de utilização e a
importância da Aprendizagem Multimídia e da Teoria da Carga Cognitiva na
construção e seleção de materiais destinados ao ensino.
No ensino tradicional, essencialmente, trabalha-se com base na utilização
da lousa e do livro didático além da explicação oral de conteúdos, sendo esses
por vezes, únicos recursos didáticos utilizados por professores. Entretanto, este
método de ensino é limitado, sobretudo por não estar vinculado ao avanço
tecnológico e às demandas apresentadas pelos alunos. Portanto, para que o
estudante se sinta atraído e motivado a aprender, necessita-se de recursos
didáticos mais dinâmicos e interessantes, a fim de manter sua atenção e
favorecer seu aprendizado. Logo, na construção de materiais de apoio didático,
é importante considerar a utilização de várias mídias (multimídia) como textos,
vídeos, sons, imagens e esquemas, associadas à contextualização de
conteúdos.
Segundo Mayer (2001), a aprendizagem multimídia refere-se à
[...] a apresentação de um material usando tanto a escrita quanto as
imagens. Através da escrita, o material é apresentado na forma verbal
como no texto escrito ou falado. Através das imagens o material é
apresentado na forma ilustrada, como em gráficos (com ilustrações),
fotos, mapas, ou ainda animações e vídeos. (Mayer, 2001, p. 2).
21
O uso das tecnologias na educação, a partir da qualidade dos
recursos utilizados e das situações criadas, é essencial para facilitar a
aprendizagem e para potencializar o envolvimento e capacidade de interação
dos alunos (SANTOS & TAROUCO, 2007).
Ultimamente, um grande número de recursos tecnológicos e midiáticos
está à disposição dos professores, entretanto, muitos desses recursos ao invés
de aumentar a qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem,
confundem, desestimulam ou até mesmo dispersam a atenção dos alunos.
Saber escolher, ou construir um recurso tecnológico convergente a uma efetiva
educação, é um desafio para todos os envolvidos no ensino de uma geração
imersa em todo tipo de tecnologia (SANTOS & TAROUCO, 2007).
Segundo Nunes & Giraffa (2003) a estrutura cognitiva humana
compreende três sistemas de memória: a memória sensorial, a memória de curta
duração e a memória de longa duração, as quais trabalham conjuntamente.
Em 1956 o psicólogo cognitivo George Miller, sugeriu que a capacidade
de memória do sistema cognitivo humano era estabelecida a partir do “número
mágico” 7 ± 2. Segundo ele, uma pessoa comum consegue somente processar
e assimilar, de maneira natural e satisfatória, um número limitado de
informações, que varia entre 5 a 9 (7± 2) elementos por vez. Se esse limite for
excedido, o raciocínio e a aprendizagem ficam aquém do desempenho
esperado, sobrecarregando a estrutura cognitiva. A partir dessa hipótese,
pesquisas foram conduzidas por mais de 25 anos, nas quais, com o apoio de
pesquisadores internacionais, expandiu e refinou a regra do 7 ± 2, chegando-se,
atualmente, a um conjunto de princípios chamado de Teoria da Carga Cognitiva
(SANTOS & TAROUCO, 2007).
John Sweller (2003) define essa teoria como “um conjunto universal de
princípios que resultam em um ambiente de aprendizagem eficiente e que
consequentemente promovem um aumento na capacidade do processo de
cognição humana”. Estes princípios têm a finalidade de tornar a interação
humana com a tecnologia, consonante ao processo cognitivo humano.
Ela é baseada em dezenas de estudos e pesquisas experimentais, que
comprovam que os usos de seus princípios resultam em ambientes de
aprendizagem eficazes, conduzindo a uma aprendizagem significativa. Um
ambiente de aprendizagem adequado, de acordo com princípios da Teoria da
22
Carga Cognitiva, minimiza recursos mentais desnecessários, e em contrapartida,
os coloca para potencializarem a aprendizagem (SANTOS & TAROUCO, 2007).
A aprendizagem será maximizada quando o volume de informações
oferecidas ao aluno for compatível com a capacidade de compreensão humana,
pois é impossível, naturalmente, o ser humano processar ao mesmo tempo,
muitas informações na memória (SWELLER, 2003).
Segundo Mayer (2001), em recursos multimídias, geralmente, faz-se uso
de métodos que utilizam mais de um canal de percepção ao mesmo tempo, como
por exemplo, visão e audição. Isso pode gerar sobrecarga cognitiva, podendo
desorientar, e até mesmo, desestimular o usuário.
Algumas formas de carga cognitiva são úteis, no entanto, outras
desperdiçam recursos mentais. Durante a elaboração de conteúdos para
materiais de ensino, deve-se considerar os três principais tipos de carga
cognitiva: Carga cognitiva intrínseca, imposta pela complexidade do conteúdo;
Carga cognitiva natural ou relevante, imposta pelas atividades de ensino que
favorecem a aprendizagem; Carga cognitiva externa ao conteúdo ou irrelevante,
a qual não interfere na construção e automação de esquemas, e,
consequentemente desperdiça os limitados recursos mentais (MAYER, 2001b).
Como a capacidade mental é limitada, para uma aprendizagem eficaz é
necessário o balanceamento das cargas cognitivas, como mostrado na figura 1.
Figura 1. Modelo de balanceamento das cargas cognitivas. Fonte: SANTOS &
TAROUCO, 2007.
A Teoria da Carga Cognitiva defende que a construção de materiais
didáticos, em especial os que utilizam multimídia, deve seguir 6 princípios
23
básicos para diminuir a sobrecarga cognitiva do aluno e potencializar seu
aprendizado. Os princípios são:

Princípio de Representação Múltipla: os alunos aprendem
melhor quando há a combinação de palavras e imagens.

Princípio de Proximidade Espacial: esse princípio é relativo à
proximidade de palavras e imagens, ou seja, é quando palavras e imagens
correspondentes estão próximas em vez de afastadas.

Princípio da Não Divisão ou da Proximidade Temporal: a
apresentação de palavras e imagens deve vir simultaneamente em vez de
sucessivamente.

Princípio das Diferenças individuais: estudantes com diferentes
níveis de conhecimento, sobre um determinado assunto apresentam interesses
e possibilidades de aprendizado também diferentes. Estudantes com maior nível
de conhecimento sobre um assunto, possuem maiores condições de organizar
e processar seu conhecimento ao interagir com o conteúdo.

Princípio da Coerência: refere-se à exclusão de palavras,
imagens ou sons não relevantes para o assunto. Quanto mais simples e objetiva
for à apresentação do conteúdo, mais livre ficará a memória de trabalho para
processar um número maior de informações.

Princípio da Redundância: nesse princípio, ressalta-se que o uso
da animação e narração, quando usadas simultaneamente, potencializa a
aprendizagem, diferente de quando usadas separadamente.
Como o foco do ensino é a aprendizagem do aluno, o professor pode
utilizar Teoria da Carga Cognitiva como aporte na seleção e na construção de
recursos didáticos mais adequados, e assim contribuir de forma positiva para a
construção de conhecimento por parte dos alunos. Transformando, então, a
interação com a tecnologia além de algo moderno e motivador, em um
componente que realmente potencialize os processos cognitivos dos estudantes.
24
3. METODOLOGIA
3.1
Local da pesquisa e público alvo
O presente trabalho foi realizado na Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais (PUC Minas) unidade Coração Eucarístico, e apresenta caráter
qualitativo e quantitativo.
A coleta de dados foi realizada através de um questionário a partir das
respostas de professores em formação (PF), alunos do sétimo período do curso
de Ciências Biológicas da PUC Minas, e de professores (PA) de biologia - com
o diploma de licenciatura plena ou habilitação em Biologia- em atuação na
educação básica.
O curso de Ciências Biológicas da PUC Minas compreendia as
modalidades de ensino licenciatura e bacharelado.
3.2
Questionário
3.2.1 Elaboração
Foi
desenvolvido
um
questionário
de
acordo
com
Oleques
e
colaboradores (2011), com a finalidade de identificar as concepções de
professores em formação e de professores em atuação sobre Evolução
Biológica. O questionário foi composto por caracterização pessoal e profissional,
anônima do questionado e por questões específicas relacionadas à Evolução
Biológica.
As questões para a caracterização pessoal e profissional, anônima do
questionado, no caso dos professores em atuação (PA), referiam-se a: sexo;
idade; tipo de instituição na qual estudaram (pública ou particular), curso de
graduação e o respectivo ano de conclusão; região do país, se já lecionou o
conteúdo Evolução biológica, e por fim a quanto tempo atua como professor
(Apêndice A). Já no caso dos professores em formação (PF), as questões foram
relativas à: idade, sexo, curso de graduação e o respectivo período, experiência
profissional (docência ou estágio supervisionado), se já lecionou a disciplina
25
Biologia e o conteúdo Evolução Biológica, e por fim o tempo em que leciona
(Apêndice B).
Em relação à Evolução Biológica, foram construídas três questões sendo
uma fechada e duas abertas. A questão fechada, questão 2, foi composta por
oito sub questões que tratavam de temas centrais da Evolução Biológica, e estas
apresentavam três opções de resposta: Concordo, Discordo, Não sei.
A primeira pergunta aberta, questão 1, indagava: “O que é evolução
biológica para você?”. A segunda questão aberta, questão 3, abordava o ensino
do tema evolução humana, questionando se a figura apresentada era um modelo
explicativo correto (Apêndice A e B) (Figura 2).
Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/evolucao-humana-foiimpulsionada-por-armas-21032011-7.shl
Figura 2 – Figura referente a questão 3 “Você considera correto este modelo
explicativo? Justifique.”
Antes de sua aplicação, o questionário foi avaliado pela profa. Doutora
Luciana Barreto e por cinco alunos do curso de mestrado do Programa de Pósgraduação em Zoologia de Vertebrados da PUC Minas.
3.2.2
Aplicação
Os questionários foram aplicados a 32 professores em formação e a 18
professores em atuação. A natureza do questionário era anônima, portanto,
foram atribuídos números para cada participante, sendo PF1 a PF32 para os
professores em formação e P1 a P18 para os professores em atuação.
A aplicação do questionário para os professores em formação foi
realizada durante o horário da disciplina de Evolução do sétimo período do curso
de Ciências Biológicas da PUC Minas e teve duração de 40 minutos.
A aplicação do questionário para os professores em atuação foi feita
durante um horário da disciplina Tópicos de Genética e Evolução do Programa
de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da PUC Minas e teve
duração de 40 minutos.
26
3.2.3 Categorias das concepções
Após a aplicação do questionário, as respostas obtidas na questão 1
foram atribuídas às seis categorias criadas com base na análise textual. Esta
análise é descrita como um processo que se inicia com uma unitarização em que
o texto é separado em unidades de significado, palavras-chave, no estudo em
questão (MORAES e GALIAZZI, 2006).
Ao analisar as respostas, palavras-chave foram selecionadas e
agrupadas de acordo com sua abrangência semântica e posteriormente
atribuídas a uma categoria (Quadro 1).
Quadro 1 – Categorização das respostas para a “Questão 1” por
abrangência com base na abrangência das palavras-chave coletadas.
Categorias
Abrangência
Palavras chave
Categoria 1
Dimensão temporal
Processo, ao longo do tempo
Categoria 2
Hereditariedade,
Hereditariedade, herdabilidade,
Reprodução
reprodução, descendência,
Variabilidade
ancestralidade, história evolutiva,
genes, frequências alélicas, fenótipos,
variabilidade.
Categoria 3
Pressões ambientais,
Mudanças do meio, extinção, valor
Sobrevivência
adaptativo.
Adaptação
Categoria 4
Seleção Natural,
Unidade evolutiva, espécie, população,
Unidade Evolutiva
individuo, seleção natural, seleção
sexual.
Acaso
Categoria 5
Modificação
Transformismo
Modificação, mutação, mudanças,
mudanças morfológicas, fisiológicas e
comportamentais, transformismo.
Categoria 6
Concepções teleológicas
Finalidade / propósito, aparecimento,
surgimento, aquisição, necessidade,
melhoria, progressão, evoluir para,
favorecer à.
27
3.3
Análises dos dados
As questões abertas do questionário foram avaliadas com base na análise
textual. As questões fechadas e de caracterização pessoal e profissional do
questionado foram testadas quanto à normalidade, com o teste de KolmogorovSmirnov. A natureza dos dados se revelou não normal e, portanto foi utilizado o
teste de Kruskall-Wallis. Todas as análises estatísticas foram feitas no software
R e GraphPad InStat v3.05.
3.4
Produto: construção e avaliação do material de apoio
didático.
A partir das informações obtidas pela aplicação do questionário, foi
construído um material de apoio didático intitulado “Entendendo a Evolução
Biológica”, com a finalidade de ressignificar conteúdos e significar saberes
biológicos por meio da articulação destes com a Teoria da Evolução Biológica.
O material foi desenvolvido e baseado em três eixos teóricos: Teoria da
Evolução Biológica; Teoria da Carga Cognitiva (TCC); e Ciência, Tecnologia e
Sociedade (CTS). Além disso, em sua construção, foram considerados princípios
da TCC quanto a estrutura, organização, forma, escolha e disposição de texto e
representações buscando ampliar a eficácia didático pedagógica do material
Posteriormente à construção, o material foi avaliado por sete professores,
licenciados em Ciências Biológicas, por meio de um questionário (APÊNDICE
C).
O questionário foi composto por 13 questões fechadas com duas opções
de respostas, sim ou não.
As questões referiam-se à diagramação, texto, imagens e esquemas,
facilidade de leitura e foram avaliadas quanto ao seu interesse, pertinência e
capacidade de motivar o aprendizado.
O questionário ainda apresentava questões a respeito da possível
utilização do material na preparação de aulas e sua contribuição para redução
de inadequações conceituais. Tais problemas foram anteriormente constatados
nas respostas dos questionários diagnósticos (APÊNDICES A,B).
28
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta seção, são apresentados os resultados relativos aos questionários
diagnósticos e ao material de apoio didático, além da discussão dos mesmos.
4.1
Caracterização pessoal e profissional do questionado
4.1.1 Professores em formação
Foram inquiridos 32 professores em formação. A média de idade dos
participantes foi de 23 anos. Nove alunos eram do sexo masculino
compreendendo aproximadamente 28% e vinte e três alunos eram do sexo
feminino, os quais compreendem 72% dos entrevistados. Dez alunos, 31,25%,
já haviam lecionado a disciplina Biologia, e destes, apenas três participantes
(aprox. 9%) já haviam lecionado o conteúdo Evolução Biológica no ensino
básico. Em relação ao tempo de atuação como professor, nove alunos tinham a
experiência de até um ano como docente e apenas um apresentava a
experiência de 3 a 5 anos como professor. Todos os professores em formação
já participaram de estágios supervisionados em escolas da educação básica.
Foi analisado se as variáveis: sexo, idade, período, tempo de conclusão
da graduação, instituição de origem, se leciona ou não e tempo de experiência,
tiveram influência na quantidade de acertos nas questões de múltipla escolha e
nas concepções, entretanto não foi encontrada diferença estatística (p < 0,05).
4.1.2 Professores em atuação
Foram inquiridos dezoito professores de biologia cuja média de idade era
de aproximadamente 32 anos. Dez participantes eram do sexo masculino e oito
do feminino. Quatorze professores (aprox. 77%) estudaram em instituições de
ensino superior privadas e quatro (aprox.. 23%) em instituições públicas.
Somente dois professores eram oriundos de instituições nordestinas e dezesseis
eram vindos de instituições do sudeste. Metade dos participantes atuavam a
mais de cinco anos como professores de biologia, dois participantes
apresentavam experiência de 3 a 5 anos, dois de 1 a 3 anos, três participantes
até 1 ano e dois não apresentavam nenhuma experiência como docente da
disciplina Biologia.
29
Foi analisado se as variáveis sexo, idade, período, tempo de conclusão
da graduação, instituição de origem, se leciona ou não e tempo de experiência
mais uma vez verificamos que, embora o perfil do questionado tivesse influência
na quantidade de acertos nas questões de múltipla escolha e nas concepções,
não foi encontrada diferença estatística significativa ( _ p < 0,05).
4.2 Questão 1 – “O que é evolução biológica para você?”
4.2.1 Professores em formação
A tabela 1 apresenta os resultados de quais categorias e abrangências
foram contempladas nas respostas dos professores em formação, acerca da
pergunta “O que é evolução biológica para você?”. A tabela exibe o número e a
porcentagem de professores que contemplou cada categoria em sua resposta.
Tabela 1 – Categorias contempladas nas respostas dos professores
em formação.
CATEGORIAS
ABRANGÊNCIA
NÚMERO E PERCENTUAL DE PROFESSORES EM
FORMAÇÃO QUE CONTEMPLARAM A CATEGORIA
Categoria 1
Dimensão temporal
20 ( 62,5%)
Categoria 2
Hereditariedade, Reprodução
8 (25%)
e Variabilidade
Categoria 3
Pressões ambientais,
26 (81.2%)
Sobrevivência e Adaptação
Categoria 4
Seleção Natural, Unidade
11 (34.3%)
Evolutiva e Acaso
Categoria 5
Modificação e Transformismo
18 (56.2%)
Categoria 6
Concepções teleológicas
10 (32%)
A categoria 3, referente à Pressões ambientais, Sobrevivência e
Adaptação, foi a mais contemplada pelos dos professores em formação (81,2%).
Como apresentado por:

PF5 “(...) os indivíduos mais bem adaptados ao seu respectivo
habitat vão se reproduzir mais, de modo que seus genes sejam passados de
geração a geração.”
30

PF9 “São mudanças adaptativas à determinada pressão seletiva
que geram mudanças morfológicas, dentre outras, ao longo do tempo.”
Essa alta recorrência pode ser explicada devido à abrangência dessa
categoria. Pressões ambientais, sobrevivência e adaptação são temas centrais
na Teoria da Evolução Biológica além de serem recorrentes e, por vezes,
evidenciados nos livros didáticos de Biologia. Cabe ressaltar que esses livros
apresentam erroneamente a Evolução Biológica na perspectiva da dicotomia
entre as ideias de Darwin e Lamarck, sendo ao Darwin, creditado o aspecto
“positivo” da evolução e ao Lamarck o “negativo” (ALMEIDA & FALCÃO, 2005).
Licatti (2005) mostra que as ideias dos professores a respeito da
Evolução geralmente são relativas e restritas às teorias de Darwin e Lamarck.
A abrangência da categoria relaciona-se às ideias de Charles Darwin,
portanto o resultado pode sugerir que os professores em atuação apresentam
modelos mentais centrados nas ideias de Darwin.
A categoria 2, referente a Hereditariedade, Reprodução e Variabilidade,
foi a menos contemplada, sendo que somente 25% dos professores a
consideraram em suas respostas. Esse resultado pode sugerir que os
professores em formação não incorporaram conhecimentos da Genética e da
Biologia Molecular em seus modelos mentais ou concepções, ou ainda não
conseguem relacioná-los à Evolução Biológica por falta de contextualização ou
conhecimento limitado acerca do Neodarwinismo.
Outra possível explicação da pouca recorrência dessa categoria é a
natureza dos conhecimentos relacionados à Biologia Molecular e à Genética,
pois são conhecimentos abstratos de difícil entendimento e assimilação (Cid &
Neto, 2005).
A categoria 6, Concepção teleológica, foi citada nas respostas de 32%
dos professores em formação. Esse número, apesar de parecer baixo, é
preocupante, pois a concepção teleológica não apresenta caráter científico,
tampouco incorpora-se ou relaciona-se à alguma ideia atual da Evolução
Biológica. Apresentado por:

PF2 “A evolução biológica gera mudança nos organismos para que
eles sobrevivam e continue com a perpetuação da sua espécie.”
31

PF16 “Evolução biológica são as alterações filogenéticas que
ocorrem para que os organismos biológicos melhor se adaptem ao meio em que
vivem essa é a tendência e a intenção.”
A recorrência dessa categoria pode ser explicada devido aos estudantes
manterem ideias a respeito da Evolução com significados que se distanciam das
concepções científicas. De modo geral, eles
a compreendem como
melhoramento, crescimento e aperfeiçoamento, que ocorrem a partir de um
objetivo determinado (ROSA et al., 2002). Outra possível explicação é que as
influências das crenças religiosas, senso comum e experiências pessoais são
incorporadas nas concepções dos professores em formação, dificultando então
o aprendizado da Biologia Evolutiva (TARDIF, 2000; GOEDERT, 2004;
OLIVEIRA, 2009).
4.2.2. Professores em atuação
A tabela 2 apresenta os resultados de quais categorias e abrangências
foram contempladas nas respostas dos professores em atuação acerca da
pergunta “O que é evolução biológica para você?”. A tabela exibe o número e a
porcentagem de professores que contemplou cada categoria em sua resposta.
32
Tabela 2 – Categorias contempladas nas respostas dos professores
em atuação.
CATEGORIAS
ABRANGÊNCIA
NÚMERO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO
QUE CONTEMPLARAM A CATEGORIA
Categoria 1
Dimensão temporal
8 (44,44%)
Categoria 2
Hereditariedade, Reprodução
8 (44,44%)
e Variabilidade
Categoria 3
Pressões ambientais,
8 (44,44%)
Sobrevivência e Adaptação
Categoria 4
Seleção Natural, Unidade
11 (61,1%)
Evolutiva e Acaso
Categoria 5
Modificação e Transformismo
14 ( 77,77%)
Categoria 6
Concepções teleológicas
5 (27,7%)
A categoria 4, Seleção Natural, Unidade Evolutiva e Acaso, foi a segunda
mais recorrente, 61.1% dos professores em atuação a apresentaram. Conforme
a fala dos professores:

PA1 “Está relacionado com o meio ambiente e a pressão que este
exerce com sob os indivíduos (teoria da seleção natural: em que os mais
aptos/mais adaptados sobrevivem.”

PA4 “De forma simplificada podemos dizer que a evolução é obra
da seleção natural atuando sobre o conjunto gênico de uma população ao longo
das gerações (...)”
A categoria 5, referente à Modificação e Transformismo, foi a mais
contemplada pelos dos professores, sendo representada em 77,7% das
respostas. É importante ressaltar que a ideia da Evolução como modificação é
correta, pois o caráter principal da Evolução Biológica é a descendência com
modificação. Como na fala de:

PA2 “Evolução biológica é um processo de modificações
morfológicas ou moleculares (...)”
33

PA3 “Herança com modificação.”.
Todavia, a ideia de transformismo, não é correta e por vezes é está
associada às concepções teleológicas. A presença desta categoria nas
respostas pode refletir um modelo mental limitado acerca da Evolução. Como na
fala de:

PA6 “Mudanças e transformações que os seres vivos passam ao
longo da vida (...)”.
A categoria 6, Concepção teleológica, foi a menos citada nas respostas
dos professores (27,7%). Entretanto, este número é preocupante, uma vez que
estas concepções se distanciam dos conhecimentos científicos como discutidas
nos resultados dos professores em formação. Como destacado por:

PA7 “Evolução envolve processos de mutações genéticas e
seleção natural, as quais conferem ao indivíduo melhor adaptação ao ambiente
em que vive.”

PA15 “Evolução é uma modificação que ocorre na natureza
buscando sempre melhorar as qualidades para favorecer o estabelecimento e
permanência de determinada espécie na natureza.”
4.3
Questão 2 – Questões de múltipla escolha
4.3.1 Professores em formação
A figura 3 apresenta os resultados dos acertos na questão 2 pelos
professores em formação.
34
Número de acertos na questão 2 de professores em
formação
30
27
Número de acertos
25
27
24
20
20
15
14
14
12
10
6
5
0
A
B
C
D
E
F
G
H
Questões
Figura 3 – Número de acertos por sub-questões dos professores em formação da
questão 2
As questões de maior acerto foram as F e G, cuja taxa de acertos foi
aproximadamente 85%. Ao ler a questão F – “O aparecimento das mutações não
é determinado pelas necessidades adaptativas do indivíduo ou população.
Frente a isso, grande parte das mutações ocorre ao acaso” os professores
deveriam assinalar “Concordo”.
Ao ler a questão G - “Novas espécies geralmente se originam pela ampla
divergência genética em populações da mesma espécie ancestral, isoladas
reprodutivamente” os professores deveriam escolher a opção “Concordo”. O alto
índice de acerto destas questões, cerca de 85%, pode ser explicado pelo baixo
grau de dificuldade, pelas questões serem básicas e de fácil entendimento.
A questão D foi a menos acertada, correspondendo a apenas 6 acertos.
A questão era “A deriva genética refere-se à mudanças aleatórias nas
frequências gênicas de uma população e não é condicionada pela seleção
natural”. A alternativa correta era “Concordo”. O motivo pelo qual esta questão
ter sido a menos acertada, cerca de 19%, pode estar relacionado ao pouco
conhecimento dos professores em formação sobre deriva genética e
Neodarwinismo.
35
4.3.2 Professores em atuação
A figura 4 apresenta os resultados dos acertos das sub questões de
múltipla escolha da questão 2, pelos professores em atuação.
Número de acertos
Número de acertos da questão 2 de professores
em atuação
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
16
14
13
11
A
11
10
B
8
8
C
D
E
F
G
H
Questões
Figura 4 – Número de acertos por sub-questões dos professores em atuação da
questão 2
A questão de maior acerto assim como no caso dos professores em
formação, também foi a F, sendo que 16 professores em atuação
(aproximadamente 89%) assinalaram a opção correta.
As questões C e D foram as menos acertadas, correspondendo a apenas
8 acertos (cerca de 44%). A questão C “As espécies atuais acumularam
melhorias ao longo de sua filogenia, ou história evolutiva, fato que permitiu
adaptações nos âmbitos comportamental, estrutural e biomolecular e contribuiu
para sua sobrevivência.” apresentava como alternativa correta “Discordo”. Todos
os 10 professores em atuação que erraram, marcaram a opção “Concordo”. Fato
preocupante, pois tal afirmação é totalmente teleológica contrária à ideia da
Evolução Biológica. Ao concordarem, os inquiridos podem assumir uma postura
também teleológica e influenciar seus alunos a construírem concepções
errôneas e limitadas.
O baixo índice de acerto da questão D é compreensível, uma vez que é
sabido da dificuldade sobre deriva genética e Neodarwinismo devido às
características discutidas anteriormente a respeito dos professores em
formação.
36
4.4 Questão 3 - Sobre o ensino da evolução humana.
4.4.1 Professores em formação
A maioria dos professores em formação (88%) discordaram quando
questionados sobre a utilização do modelo explicativo referente à evolução
humana (Figura 5).
Opinão dos professores em formação sobre o
modelo explicativo de evolução humana
12%
Concorda
Discorda
88%
Figura 5 – Opinião dos professores em formação sobre o modelo explicativo de
evolução humana apresentado na questão 3
Entretanto,12% dos entrevistados concordaram com o modelo como
destacado por:
PF4 “Levando-se em conta o ancestral comum dos homens e primatas,
concordo.”
PF22 “Para a introdução da matéria, sim.”
De acordo com Oleques (2010) as respostas acima podem indicar que os
professores não dominam o assunto em questão, o que pode ser explicado pela
possível associação às crenças religiosas e ao senso comum dos professores.
37
4.4.2 Professores em atuação
A maioria dos professores em atuação (89%) discordaram quando
questionados sobre a utilização do modelo explicativo (Figura 6).
Opinão dos professores em formação sobre o
modelo explicativo de evolução humana
11%
Concorda
Discorda
89%
Figura 6 – Opinião dos professores em atuação sobre modelo explicativo de
evolução humana apresentado na questão 3
Contudo 11% dos entrevistados concordam com o modelo, como
destacado por:

PA7 “Sim, através da imagem podemos exemplificar a evolução
humana relacionando o homem com seus parentes evolutivos, ou seja, aqueles
indivíduos que dividem ancestrais em comum.”

PA17: “Até o momento considero porque não há outro modelo para
exemplificar a evolução dos seres humanos e este modelo mostra as adaptações
que ocorreram e a similaridade entre uma determinada espécie de macacos e o
Homo sapiens, diferenciando principalmente pelo cérebro.”
Em ambos os grupos, professores em formação e professores em
atuação, mais de 87% dos entrevistados discorda do uso desse modelo
explicativo para evolução dos seres humanos. Como apontado por:

PF4: “Não, esse modelo dá uma falsa ideia de evolução através do
transformismo rápido e da melhoria; a ideia de sair do mais simples para o mais
38
complexo completa o conceito do senso comum, errôneo, de que a evolução
biológica é melhorar a condição da espécie no meio. Por isso que muitos
acreditam que o homem é o mais evoluído de todos os animais.”

PA8: ”Não. A evolução humana não ocorreu de forma tão simples
e muito menos de forma linear. A representação correta dá-se de forma
ramificada, na qual cada galho representaria um ancestral em comum. Macacos
e seres humanos possuem um ancestral em comum, e o ser humano não veio
do macaco.”
As proposições acima indicam percepções que estão de acordo com a
teoria evolutiva aceita atualmente que pode ser representada pela analogia de
árvore.
Na obra “A origem das Espécies”, Charles Darwin registrou a ideia
de que todos os seres vivos apresentam parentesco e ancestralidade comum,
propondo que todos os seres vivos estão conectados uns aos outros por meio
do que chamou de “árvore da vida” (Oleques, 2010).
A análise geral das respostas apresentadas nesta seção mostra que mais
de 87% dos entrevistados tem conhecimento satisfatório do tema Evolução
Humana.
Entretanto cerca de 11% dos participantes da pesquisa têm pouco
conhecimento sobre Evolução Humana, indicando que ainda há conflito
conceitual acerca do tema.
4.5. Considerações sobre os resultados dos questionários
Após a aplicação dos questionários foi possível diagnosticar as
concepções apresentadas pelos professores a respeito do conteúdo Evolução
Biológica.
Ainda foi possível detectar inadequações conceituais nas repostas dos
participantes, como: ausência do aspecto histórico da Evolução Biológica;
concepções limitadas a respeito dos mecanismos da evolução; concepções
teleológicas.
39
O material de apoio didático foi elaborado a partir dessas constatações,
com vistas a sanar ou contribuir para a resolução destes problemas.
4.6 Avaliação do material de apoio didático
O material construído e avaliado assume características de um
paradidático. O paradidático, do ponto de vista editorial é definido como um livro
comercial, sem a obrigatoriedade da formalidade científica, com o objetivo de
trazer informações sobre a ciência de forma descontraída e informal (BENETI,
2008). Do ponto de vista acadêmico, os paradidáticos são um recurso para
trabalhar temas com abordagens contextualizadas, motivando o leitor.
Partindo deste principio, o paradidático, é considerado um livro
pedagógico que aborda um único tema, de forma mais descontraída,
contextualizada e menos formal, entretanto não descarta o rigor cientifico. Outra
característica importante dos livros paradidáticos é a possibilidade de utilizar
uma linguagem mais fácil e consonante ao cotidiano do público alvo (ARAÚJO
& SANTOS, 2005).
Quanto à diagramação, todos os sete professores avaliaram o material
didático como interessante e motivador de aprendizagem. Todos os professores
avaliaram o texto como interessante, pertinente e motivador do aprendizado. As
imagens e esquemas foram avaliados positivamente como pertinentes,
interessantes e motivadoras de aprendizagem. Ainda foi apontado que o material
contribui de forma positiva para diminuição de inadequações conceituais. Todos
os professores julgaram que a leitura do material foi agradável e que o utilizariam
como recurso didático na preparação de aulas.
Os resultados da avaliação sugerem que o material configura um
importante recurso, como fonte de consulta, para os professores de Biologia em
formação e em atuação, na perspectiva de sanar possíveis dúvidas, diminuir
incompletudes e ressignificar saberes. Além disso, devido sua natureza, o
material também pode ser utilizado por alunos do ensino médio como suporte
em seus estudos e ainda para confrontar possíveis concepções teleológicas,
arraigadas ao senso comum.
40
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apontaram que os professores de Biologia, em atuação e
em formação, apresentaram concepções teleológicas em relação à Evolução
Biológica. Também foi detectado que as teorias de Lamarck e Darwin estão
presentes nos discursos dos professores. Além disso não foi constatado
pressupostos científicos como neutralismo, saltacionismo e teoria sintética da
evolução nas respostas dos professores e por isso mesmo o material de apoio
contemplou estes aspectos e teorias na esperança de preencher uma lacuna
que acreditamos seja bastante comum para grande parte dos professores de
biologia formados e em formação.
Com esse trabalho foi possível detectar que dificuldades ainda permeiam
o entendimento da Teoria da Evolução Biológica. Materiais de apoio didático
podem ser importantes ferramentas que contribuem para diminuir essas
dificuldades, como foi evidenciado neste estudo. O uso deste material como
instrumento de consulta por professores de Biologia, pode contribuir para a
melhoria do ensino não somente da Teoria da Evolução Biológica como para a
formação de pensamento sistêmico e compreensão de outros conteúdos da
Biologia.
41
REFERÊNCIAS
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programas de pesquisa de Darwin e Lamarck e sua transposição para o
ambiente escolar. Ciência & Educação, v.11, n.1, p.17-32, 2005.
ARAÚJO, M. S. T.; SANTOS, C. C. Abordagem de tópicos de educação
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2005.
AULER, D.; BAZZO, W. A.Reflexões para a implementação do movimento
CTS no contexto educacional brasileiro. Ciência & Educação, v.7, n.1, p.1-13,
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ações do professor no âmbito da sala de aula. Dissertação (Mestrado)–
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43
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abordagem em livros didáticos. Educação e Realidade, Porto Alegre: UFRGS, v.
37, n. 1, p. 187-212, 2012.
45
APÊNDICE A – QUESTIÓNARIO APLICADO AOS PROFESSORES EM ATUAÇÃO
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Mestrado em Ensino de Biologia
1Idade: _____
Sexo: Masculino( )
Graduação em :_____________________
Instituição:
Pública( )
Feminino( )
Ano de conclusão:_______
Particular( )
Região do país: Sul( ) Sudeste( ) Centro oeste( ) Norte( )
Experiência profissional:
Docência( )
Nordeste( )
Estágio supervisionado( )
Leciona ou já lecionou a disciplina Biologia:
Sim( )
Não( )
Leciona ou já lecionou o conteúdo Evolução Biológica:
Sim( )
Não( )
Tempo em que leciona a disciplina/conteúdo Biologia / Evolução Biológica:
Não leciono( ) Até 1 ano( ) 1 a 3 anos( ) 3 a 5 anos( ) Acima de 5 anos( )
O presente questionário refere-se a uma etapa do projeto de mestrado do aluno
Lucas de Oliveira Assunção na área de concentração Ensino e Aprendizagem de
Biologia; tem o objetivo de identificar as concepções apresentadas por professores
de biologia em formação e em atuação referentes ao conteúdo Evolução biológica.
O que é Evolução Biológica para você?
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_______________________________________________________________
46
2-
Nas afirmações abaixo, marque a opção que melhor corresponda aos
f)
preceitos científicos aceitos atualmente a respeito da Evolução Biológica.
Novas espécies geralmente se originam pela ampla divergência genética em
populações da mesma espécie ancestral, isoladas reprodutivamente.
Concordo( )
a)
Discordo( )
Não sei( )
O uso indiscriminado de antibióticos promove a adaptação de microrganismos
nocivos ao ser humano, tornando-os resistentes a alguns medicamentos.
Concordo( )
Discordo( )
Não sei( )
g)
É possível dizer que a Evolução Biológica está ocorrendo quando as frequências
gênicas de uma população aumentam ou diminuem devido a modificações
ambientais.
b) A evolução se processa dos seres vivos menos complexos para os mais
complexos.
Concordo( )
c)
Discordo( )
Não sei( )
As espécies atuais acumularam melhorias ao longo de sua filogenia, ou história
Concordo( )
Discordo( )
Não sei( )
3- A imagem abaixo é comumente utilizada em livros didáticos de ciências e biologia
como modelo explicativo para a evolução dos seres humanos.
evolutiva, fato que permitiu adaptações nos âmbitos comportamental, estrutural e
biomolecular e contribuiu para sua sobrevivência.
Concordo( )
Discordo( )
Não sei( )
d) A deriva genética refere-se à mudanças aleatórias nas frequências gênicas de
uma população e não é condicionada pela seleção natural.
Concordo( )
e)
Discordo( )
Não sei( )
Algumas espécies de peixes vivem em lagos ou rios dentro de cavernas e não
Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/evolucao-humana-foi-impulsionada-por-armas21032011-7.shl
apresentam olhos. Este é um caso típico de adaptação, pois essas espécies vivem
em locais sem ou com pouquíssima luz. Dessa forma, desenvolveram outras formas
de orientação para se adaptarem a tais condições, como barbelas longas, em
detrimento dos olhos que atrofiaram ao longo do tempo até seu completo
desaparecimento.
Concordo( )
e)
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Discordo( )
Não sei( )
O aparecimento das mutações não é determinado pelas necessidades
adaptativas do indivíduo ou população. Frente a isso, grande parte das
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
mutações ocorre ao acaso.
Concordo( )
Você considera correto este modelo explicativo? Justifique .
Discordo( )
Não sei( )
_______________________________________________________________
47
APÊNDICE B – QUESTIONARIO APLICADO AOS PROFESSORES EM
FORMAÇÃO
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Mestrado em Ensino de Biologia
1.
Idade: _____
Sexo: Masculino( )
Graduação em :_____________________
Feminino( )
Período:_____
Experiência profissional:
Docência( )
Estágio supervisionado( )
Leciona ou já lecionou a disciplina Biologia:
Sim( )
Não( )
Leciona ou já lecionou o conteúdo Evolução Biológica:
Sim( )
Não( )
Tempo em que leciona a disciplina/conteúdo Biologia / Evolução Biológica:
Não leciono( ) Até 1 ano( ) 1 a 3 anos( ) 3 a 5 anos( )
O presente questionário refere-se a uma etapa do projeto de mestrado do aluno
Lucas de Oliveira Assunção na área de concentração Ensino e Aprendizagem de
Biologia; tem o objetivo de identificar as concepções apresentadas por professores
de biologia em formação e em atuação referentes ao conteúdo Evolução Biológica
O que é Evolução Biológica para você?
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_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________
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48
2.
Nas afirmações abaixo, marque a opção que corresponda aos preceitos
g)
científicos aceitos atualmente a respeito da Evolução Biológica.
a)
Novas espécies geralmente se originam pela ampla divergência genética em
populações da mesma espécie ancestral, isoladas reprodutivamente.
O uso indiscriminado de antibióticos promove a adaptação de microrganismos
Concordo( )
Discordo( )
Não sei( )
nocivos ao ser humano, tornando-os resistentes a alguns medicamentos.
Concordo( )
Discordo( )
Não sei( )
b) A evolução se processa dos seres vivos menos complexos para os mais
complexos.
h)
É possível dizer que a Evolução Biológica está ocorrendo quando as frequências
gênicas de uma população aumentam ou diminuem devido a modificações
ambientais.
Concordo( )
Concordo( )
c)
Discordo( )
Discordo( )
Não sei( )
Não sei( )
As espécies atuais acumularam melhorias ao longo de sua filogenia, ou história
evolutiva, fato que permitiu adaptações nos âmbitos comportamental, estrutural e
3. A imagem abaixo é comumente utilizada em livros didáticos de ciências e
biologia como modelo explicativo para a evolução dos seres humanos.
biomolecular e contribuiu para sua sobrevivência.
Concordo( )
Discordo( )
Não sei( )
d) A deriva genética refere-se à mudanças aleatórias nas frequências gênicas de
uma população e não é condicionada pela seleção natural.
Concordo( )
e)
Discordo( )
Não sei( )
Algumas espécies de peixes vivem em lagos ou rios dentro de cavernas e não
apresentam olhos. Este é um caso típico de adaptação, pois essas espécies vivem
em locais sem ou com pouquíssima luz. Dessa forma, desenvolveram outras formas
de orientação para se adaptarem a tais condições, como barbelas longas, em
detrimento dos olhos que atrofiaram ao longo do tempo até seu completo
desaparecimento.
Concordo( )
Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/evolucao-humana-foi-impulsionada-por-armas21032011-7.shl
Você considera correto este modelo explicativo? Justifique .
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Discordo( )
Não sei( )
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
f)
O aparecimento das mutações não é determinado pelas necessidades
_____________________________________________________________________
adaptativas do indivíduo ou população. Frente a isso, grande parte das
_____________________________________________________________________
mutações ocorre ao acaso.
_____________________________________________________________________
Concordo( )
Discordo( )
Não sei( )
_____________________________________________________________________
49
APÊNDICE C – QUESTIONARIO APLICADO AOS PROFESSORES EM ATUAÇÃO
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática
Mestrado em Ensino de Biologia
Quanto ao texto:
O presente questionário refere-se a etapa final do projeto de mestrado do aluno Lucas
de Oliveira Assunção na área de concentração Ensino e Aprendizagem de Biologia, e
tem o objetivo de avaliar o material de apoio didático: Entendendo a Evolução Biológica.
É interessante? Sim( )
Após a aplicação do questionário diagnóstico referente às concepções de professores
em formação e em atuação em Biologia acerca da evolução biológica, foram constatadas
inadequações conceituais:
É pertinente? Sim( )
- Ausência do aspecto histórico da evolução biológica
São interessantes? Sim( )
- Concepções limitadas a respeito dos mecanismos da evolução
São motivadoras de aprendizagem? Sim( )
- Concepções teleológicas (a associação da evolução com finalismo ou proposito do
processo evolutivo; estando relacionado com um propósito pré-determinado)
São pertinentes? Sim( )
Você deverá avaliar o material de apoio didático: Entendendo a Evolução Biológica,
assinalando uma das opções disponíveis.
Não( )
É motivador de aprendizagem? Sim( )
Não( )
Não( )
Quanto às imagens e esquemas:
Não( )
Não( )
Não( )
A leitura do material foi agradável: Sim( )
Não( )
Você utilizaria esse recurso didático na preparação de aulas: Sim( x ) Não( )
Quanto à diagramação:
É interessante? Sim( )
Na sua opinião o material contribui de forma positiva para diminuição das
inadequações conceituais :
Não( )
É motivador de aprendizagem? Sim( )
Não( )
- Ausência do aspecto histórico da evolução biológica Sim( )
Não( )
- Concepções limitadas a respeito dos mecanismos da evolução Sim( )
- Concepções teleológicas Sim( )
Não( )
Não( )
50
APÊNDICE D – MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO: “ ENTENDENDO EVOLUÇÃO BIOLÓGICA”
51
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