FGV — Administração — 1a Fase — 22/maio/2005

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CPV O cursinho que mais aprova na GV
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HISTÓRIA
61. Com a chamada Partilha de Verdun, de 843, o império de
Carlos Magno foi dividido entre seus três netos: Lotário,
Carlos e Luís. A esse respeito podemos afirmar:
a) Nesse acordo preservava-se a unidade políticoinstitucional, uma das características do sistema feudal
em processo de estruturação.
b) A partilha marca o início do processo de síntese romanogermânico, que redundaria no aparecimento de diversos
pequenos reinos durante a Alta Idade Média.
c) O resultado é o esboço da futura divisão européia, uma
vez que os domínios de Carlos e Luís darão origem aos
reinos francês e germânico respectivamente.
d) Nesse momento consagra-se a divisão da cristandade,
em razão da aproximação de Lotário e Carlos com o
papado e de Luís com o patriarcado de Constantinopla.
e) O Tratado de Verdun marcou o fim dos conflitos entre
os poderes seculares e eclesiásticos, verificado desde
o início da Idade Média.
Resolução:
Com a divisão do Império Carolíngeo entre os filhos de
Luis, O Piedoso, através do Tratado de Verdun, em 843,
teve início a fragmentação política que caracterizou a Baixa
Idade Média, assim como começaram a se configurar os
contornos políticos europeus modernos, clarificados após
a formação dos Estados Nacionais, na transição feudocapitalista.
Alternativa C
62. “Durante muito tempo, pensou-se que a Festa dos Loucos,
celebrada na altura da festa dos Santos-Inocentes (28 de
Dezembro) e da Circuncisão (1o de Janeiro), não era mais
do que uma sobrevivência das festas pagãs do solstício de
Inverno e das calendas de Janeiro (...) Na realidade, a Festa
dos Loucos aparece apenas no século XII e num contexto
urbano completamente novo (...) Quaisquer que sejam as
tradições antigas que presidiram ao seu nascimento, o
Carnaval é, como a Festa dos Loucos, uma inovação da
cidade medieval.”
(SCHMITT, Jean-Claude, História das superstições.
Trad., Mira-Sintra-Mem Martins, Europa-América, 1997, p. 158)
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A respeito da cultura urbana medieval podemos afirmar:
a) Manifestou-se também nas festas que foram integradas
ao calendário anual, orientado pelas perspectivas do
tempo clerical.
b) Desenvolveu-se paralelamente à cultura religiosa
oficial e manteve-se completamente independente dos
poderes clericais e seculares.
c) Realizou uma profunda mudança de comportamento e
mentalidade, ao eliminar a Quaresma e ao instituir festas
marcadas por divertimentos e excessos.
d) Floresceu durante a Alta Idade Média e declinou a
partir do ano mil, quando se verificou uma aguda
retração dos núcleos urbanos.
e) Foi duramente reprimida pelos poderes senhoriais e
eclesiásticos que se mostraram capazes de banir as
manifestações culturais de origem pagã.
Resolução:
A cultura medieval é resultado da amálgama de elementos
culturais bárbaros e germânicos. Nesse sentido, o
Cristianismo representou, talvez, o mais abrangente aporte
romano. A partir da aproximação dos bárbaros francos com
a Igreja Católica, representada por Clóvis, seguiu-se uma
tendência de mútua assimilação, que se traduziu em
expedientes como a inclusão de festividades e práticas
pagãs no calendário e no fazer cristãos.
Alternativa A
63. “... As eleições de 1900 para a Câmara Federal e o terço do
Senado confirmam o benefício desta política em favor das
oligarquias que estão no poder. (...) Este sistema de apoio
às oligarquias vai significar a permanência daquelas que
estão no poder. (...) As oposições oligárquicas agora não
podem mais ter esperança de uma vitória legal, e às vezes,
nem mesmo de um bom êxito revolucionário.”
(CARONE, Edgard, A república velha. 166 edição,
São Paulo: Difel, pp. 193-194).
O autor se refere:
a)
b)
c)
d)
e)
À política da conciliação.
Ao Encilhamento.
À República da Espada.
À promulgação da nova constituição republicana.
À política dos governadores.
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Resolução:
A Política dos Governadores, adotada a partir do governo
do presidente Campos Salles, consistia em subordinar a
Câmara e o Senado às necessidades do Executivo Federal.
Esse modelo era baseado na ampliação da independência
política dos governos estaduais que, uma vez fortalecidos,
possiblitariam a eleição de parlamentares coniventes com
as determinações impostas pelo Executivo. A prática da
“degola” impedia a posse de parlamentes de oposição,
perpetuando o controle oligárquico nas várias esferas de
poder do Brasil.
Alternativa E
64. A respeito do salazarismo, estabelecido em Portugal entre
1933 e 1974, é correto afirmar:
a) Foi inspirado no modelo soviético e apresentava-se
como um regime socialista, nacionalista e autoritário.
b) Preservou a monarquia portuguesa, mas estabeleceu
um governo autoritário sob o comando de Antônio de
Oliveira Salazar.
c) Tratava-se de um regime parlamentarista estabelecido
por Antônio de Oliveira Salazar após a Revolução dos
Cravos.
d) Tratava-se de um regime autoritário que impedia a livre
organização partidária e era orientado por uma doutrina
nacionalista.
e) Instaurou a República, manteve o catolicismo como
religião oficial e adotou uma política de aproximação
com os setores oposicionistas.
Resolução:
O Salazarismo surgiu em Portugal no contexto de ascensão
dos regimes totalitários na Europa Ocidental, devendo sua
denominação à figura de Antonio de Oliveira Salazar. No
entanto, o regime de cunho autoritário manteve-se mesmo
após a morte de Salazar, sendo derrubado apenas em 1974,
com a eclosão da “Revolução dos Cravos”.
Alternativa D
65. Em 21 de janeiro de 1793, Luís XVI foi guilhotinado em
Paris. Chegava ao fim a monarquia francesa e iniciava-se
um novo período na história da França. Em meio a um
contexto de fortes turbulências, rebentaram revoltas
internas e guerras externas. Sobre esse contexto, pode-se
afirmar que:
a) Em junho do mesmo ano, os jacobinos, comandados
por Robespierre, assumiram o poder na França,
inaugurando o período da Convenção Jacobina,
considerado o mais popular e radical de toda a
Revolução.
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b) Foi marcado pela guerra civil, em que partidários do rei
e da república se enfrentaram, com a vitória dos
primeiros, que impuseram uma ditadura ao país, sob o
comando de Marat e dos girondinos.
c) A morte do rei desencadeou a revolta de toda a nobreza
européia e da Igreja Católica, levando à formação de
um exército multinacional — a Primeira Coligação —
contra a França. Em menos de um ano, o exército
francês, debilitado pelas baixas, rendeu-se e a
monarquia foi restaurada.
d) Em meio aos combates externos, destacou-se a figura
do general Napoleão Bonaparte que, amparado pelos
girondinos, venceu os opositores externos e internos e
tornou-se Imperador dos franceses, em 1795, colocando
um ponto final no processo revolucionário francês.
e) A guerra civil e a guerra externa geraram uma crise sem
precedentes: lavouras arruinadas, inflação,
desabastecimento. A crise só foi superada com a
Restauração da monarquia em 1795 e com a
subordinação definitiva da França às demais potências
européias.
Resolução:
À derrocada da Monarquia Constitucional seguiu-se a
implantação da Primeira República Francesa, cujo período
inicial conheceu a hegemonia política da pequena burguesia
associada aos segmentos populares. Sob o comando de
Robespierre, levou-se a efeito uma política persecutória
contra os adversários da República, prática que ficou
conhecida como o Terror.
Alternativa A
66. Eram características da doutrina defendida pela Ação
Integralista Brasileira:
a) Defesa da ditadura do proletariado e combate à
democracia.
b) Liberalismo econômico e autoritarismo político.
c) Liberdade de expressão e defesa da reforma agrária.
d) Concepção corporativista de sociedade e ideologia
nacionalista.
e) Ateísmo e perspectiva totalitária.
Resolução:
A Ação Integralista Brasileira foi fundada por Plínio
Salgado, sob a bandeira do “verde amarelismo”, denotando
a visão nacionalista xenófoba e a defesa de um Estado
“integral” que tutelasse os diversos setores da sociedade,
sendo traços marcantes da ideologia partidária dos
chamados “camisas verdes”. Tais características aproximam
o ideário integralista das doutrinas totalitaristas difundidas
na Europa, sobretudo do fascismo italiano.
Alternativa D
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67. “Hoje sabemos que Stalin foi a principal vítima dessa falta
de realismo, recusando-se obstinada e sistematicamente a
aceitar a acumulação de provas detalhadas e absolutamente
confiáveis do plano de Hitler de atacar a União Soviética,
mesmo depois que os alemães já haviam cruzado suas
fronteiras.”
(Hobsbawm, Eric. Tempos Interessantes.
São Paulo: Cia das Letras, 2002. p. 186)
A “falta de realismo” de Stalin, a que se refere Hobsbawm,
estava ancorada:
a) Na crença de que os governos dos EUA e da Inglaterra
não haviam atacado a URSS porque esta se colocara ao
lado dos nazistas no conflito.
b) Na crença que Stalin tinha na identificação entre as
ideologias socialista e nacional-socialista.
c) Na certeza de que Hitler não arriscaria uma invasão à
URSS devido à superioridade bélica evidente do
Exército Vermelho.
d) Na suposição de que o objetivo de Hitler era destruir as
potências capitalistas para depois, com a URSS,
construir uma Europa socialista.
e) Na existência de um pacto de nãoagressão entre a
Alemanha e a URSS, assinado em 1939.
Resolução:
O pacto nazi-soviético referendava estrategicamente o
propósito da construção do Socialismo em um só país. O
não envolvimento da URSS no conflito possibilitaria a
execução da política econômica planificada da Gosplan,
estabelecendo as bases de uma sociedade fundada na
propriedade social dos meios de produção. A falência da
operação Leão do Mar e os insucessos do afrikakorps
levaram a Alemanha a romper o acordo e, buscando
suprimentos em cereais, tropas nazistas avançaram sobre
território russo.
Alternativa E
68. “Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão!
Como é infinito em faculdades! Em forma e movimentos,
como é expressivo e maravilhoso! Nas ações, como se
parece com um anjo!
Na inteligência, como se parece com um deus! A maravilha
do mundo! O padrão de todos os seres criados!”
Hamlet, William Shakespeare, trad.,
São Paulo: Martin Claret, 2002, p.47.
Nesse trecho do Hamlet de William Shakespeare podemos
identificar algumas características:
a) Do Catolicismo, com a afirmação da arte como um ofício
religioso.
b) Do Protestantismo, com a perspectiva da infalibilidade
dos escritos bíblicos.
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c) Do Renascimento, com a valorização do homem como
o centro ou a medida do Universo.
d) Do Hedonismo, com a identificação da beleza como
uma manifestação do espírito divino.
e) Do Teocentrismo, com a negação da influência do
classicismo grecoromano.
Resolução:
O trecho da peça de William Shakespeare ressalta uma das
características mais relevantes do Renascimento Cultural
europeu: o antropocentrismo. Parte integrante do legado
cultural greco-romano, a valorização do “homem como
medida de todas as coisas” foi fundamental para a
elaboração da crítica ao padrão cultural medieval.
Alternativa C
69. Sobre a participação do Brasil na guerra contra Oribe e
Rosas, em 1851-1852, é correto afirmar:
a) O Brasil aliou-se aos governos argentino e uruguaio
contra o Paraguai.
b) A intervenção brasileira tinha em vista os interesses
dos estancieiros gaúchos.
c) O Brasil entrou na guerra para defender os interesses
imperialistas britânicos.
d) Os aliados do Brasil foram Buenos Aires, Paraguai,
Entre-Rios e Corrientes.
e) A intervenção brasileira visava garantir a estabilidade
do Vice-Reino do Prata.
Resolução:
As alternativas B e C dessa questão podem confundir o
candidato. A alternativa B, por regionalizar em demasia a
questão dos conflitos platinos. A alternativa C, pelo
inverso, por generalizar a etiologia desse mesmo episódio
histórico. Contudo, como esta última restringe o papel do
Brasil a mero aríete dos interesses britânicos, optamos pela
alternativa B, que menos compromete o entendimento do
contexto histórico.
Alternativa B
70. Sobre o processo de unificação da Itália e seus
desdobramentos, é correto afirmar que:
a) O processo de unificação levou ao agravamento das
tensões no campo, principalmente na parte sul da
península, o que provocou uma intensa onda migratória
de camponeses miseráveis para outras partes da Europa
e para a América.
b) A partir das divisões estabelecidas pelo Congresso de
Viena, no início do século XIX, as lutas pela unificação
foram refreadas pela presença de tropas alemãs nos
territórios da península.
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c) Nas lutas pela unificação, destacaramse as lideranças
do conde Cavour, pelos republicanos, e de Giuseppe
Garibaldi, pelos monarquistas, este último conhecido
dos brasileiros por sua participação na Guerra dos
Farrapos.
d) Apesar de a unificação ter-se dado em 1871, questões
com a Igreja Católica e com a Áustria se mantiveram até
o século XX. No caso da Igreja, a questão só foi
solucionada após a Segunda Guerra Mundial, com a
derrota do fascismo.
e) Norte e sul da península tinham propostas diferentes
para a construção do novo país. Sob o comando de
Garibaldi, os italianos do norte conseguiram impor o
modelo republicano ao novo país.
Resolução:
O processo de Unificação Italiana e suas conseqüências
para o desenvolvimento do Capitalismo naquele país
redundaram num forte deslocamento de população rural
para os centros urbanos. O aumento desmedido do exército
de reserva de mão-de-obra ocasionou o seu
transbordamento para outras regiões da Europa e para a
América. O Brasil, que vivenciara a crise do escravismo,
foi o destino de boa parte desse contingente.
Alternativa A
71. “Caros camaradas, soldados, marinheiros e trabalhadores,
tenho o prazer de congratulá-los pela vitória da revolução
russa, saudá-los como a vanguarda do exército proletário
internacional (...) A guerra do banditismo imperialista é o
começo da guerra civil na Europa. (...). Na Alemanha, tudo
já está fermentando! Não hoje, mas amanhã, qualquer dia,
pode ocorrer o colapso geral do capitalismo europeu. A
revolução russa que vocês realizaram deu o golpe inicial e
inaugurou uma nova era. (...). Viva a Revolução Social
Internacional!”
Discurso de Lenin em 16 de abril de 1917, citado em Wilson, E.,
Rumo à estação Finlândia. São Paulo: Cia. das Letras, 1986.
Assinale a alternativa que melhor apresenta a temática
central do discurso de Lenin:
a) O apelo à manutenção da ordem interna em meio ao
processo revolucionário bolchevique.
b) A defesa da união de russos e alemães contra os
imperialistas, na Primeira Guerra Mundial.
c) a defesa da permanência russa na Primeira Guerra
Mundial como fator necessário à desestabilização do
capitalismo internacional.
d) O triunfo da revolução menchevique na Rússia como o
primeiro passo para a revolução socialista mundial.
e) A comemoração por conta da derrocada do sistema
capitalista internacional, com o fim da Primeira Guerra
Mundial.
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Resolução:
O discurso de Lênin, reproduzido na questão, ocorreu no
contexto de seu retorno à Rússia, facultado pela ação
revolucionária de fevereiro de 1917, que depôs o Czar
Nicolau II e instaurou uma república sob o controle
menchevique. A partir de então, sua pregação foi dirigida
no sentido da apropriação do aparelho de Estado pelos
soviets e no aprofundamento da revolução na perspectiva
socialista.
Alternativa D
72. O sucesso da imigração na década de 1880, como fórmula
para substituir os escravos nas fazendas de café, foi
resultado:
a) Da Lei de Terras, que tornava acessível a terra aos
estrangeiros pobres.
b) Do financiamento da entrada de contingentes de
imigrantes pelo governo.
c) Da industrialização do país, que abria novas
perspectivas de empregos.
d) das colônias de parceria, introduzidas pelo senador
Vergueiro em 1882.
e) Da crise econômica nos EUA, que estimulou a
emigração para o Brasil.
Resolução:
A já prevista abolição da escravatura, concretizada em 1888,
demandou discussões em torno da substituição da mãode-obra, sobretudo no setor cafeeiro. A canalização de
políticas públicas de incentivo à venda de trabalhadores
europeus, em detrimento de políticas preocupadas com a
inserção econômica dos negros, demonstra a clara intenção
de branquemento da população. Dessa forma, o subsídio
para custear despesas de venda e instalação dos imigrantes,
o que demonstra a posterior construção de
estabelecimentos como a Hospedaria do Imigrante, são
aspectos constitutivos da atuação do governo Imperial em
relação às necessidades forjadas pela elite cafeeira.
Alternativa B
73. “Gostaria muito de ver no testamento de Adão a passagem
em que ele divide o Novo Mundo entre meus irmãos, o
Imperador Carlos V e o rei de Portugal.”
Esta frase, proferida pelo rei francês Francisco I em 1540,
reflete:
a) O descontentamento da França com relação aos acordos
firmados entre Portugal e Inglaterra acerca do tráfico
de escravos africanos.
b) A ironia do governo francês com respeito às investidas
das potências européias, por ocasião da chamada
partilha da África.
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c) O questionamento do apoio dado pelo poder pontifício
aos acordos celebrados entre as Coroas ibéricas.
d) O inconformismo com o monopólio comercial
estabelecido pelos portugueses com relação ao
comércio de especiarias orientais.
e) A aceitação da hegemonia portuguesa com respeito às
chamadas viagens ultramarinas.
Resolução: A frase do rei francês buca argumentos
religiosos para contestar o Tratado de Tordesilhas, firmado
entre Espanha e Portugal em 1494. A Igreja Católica
acompanhou os desdobramentos da rivalidade lusoespanhola pela posse do Novo Mundo e manifestou-se
em dois momentos importantes: na edição da Bula
Intercoetera (1493) e no reconhecimento do Tratado de
Tordesilhas (1494). Outras monarquias européias, como
Inglaterra e França, através de expedições de exploração,
questionaram essa divisão bipolar do Novo Mundo.
Alternativa C
74. “... Os moradores desta Costa do Brasil todos têm terras de
Sesmarias dadas e repartidas pelos Capitães da terra, e a
primeira cousa que pretendem alcançar, são os escravos
para lhes fazerem e grangearem suas roças e fazendas,
porque sem eles não se podem sustentar na terra: e uma
das cousas porque o Brasil não floresce muito mais, é pelos
escravos que se levantaram e fugiram para suas terras e
fogem cada dia: e se estes índios não fossem tão fugitivos
e mudáveis, não tivera comparação a riqueza do Brasil.”
(GANDAVO, Pero de Magalhães, Tratado da Terra do Brasil.
História da Província de Santa Cruz. Belo Horizonte: Itatiaia,
1980, p. 42)
Sobre o trabalho no Brasil, no período colonial, podemos
afirmar:
a) Era executado por portugueses pobres que podiam
obter terras à vontade e assim desenvolver a economia
familiar baseada na pequena propriedade.
b) Foi realizado exclusivamente por negros africanos
escravizados, uma vez que os índios resistiram à escravidão e fugiam para o interior da América Portuguesa.
c) Desenvolveu-se o sistema de produção missionário,
baseado na exploração da mão-de-obra indígena que
impediu a escravização dos povos indígenas.
d) Foi realizado principalmente por degredados
portugueses, que eram obrigados a trabalhar em
latifúndios pertencentes à Coroa portuguesa.
e) Era visto como uma atividade desonrosa para os
brancos e destinada, sobretudo, aos nativos e aos
negros africanos escravizados.
Resolução: A mentalidade ibérica sobre o trabalho estava
diretamente associada a valores típicos da nobreza feudal.
Assim, no universo colonial, o trabalho era visto como
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algo indigno e reservado aos índios (“negros da terra”) e
ao africano. Vale ressaltar que a alternativa B retrata uma
postura tradicional que destacaria uma espécie de
conivência do negro à escravidão.
Alternativa E
75. O código eleitoral de 1932 significou um avanço importante
em termos de exercício da democracia no Brasil. Entre as
medidas nele consagradas estavam:
a) Direito de voto para maiores de 18 anos, direito de voto
para os analfabetos, direito de voto para as mulheres.
b) Introdução do voto secreto, direito de voto para maiores
de 18 anos, direito de voto para analfabetos.
c) Criação da justiça eleitoral, voto censitário, direito de
voto para maiores de 18 anos.
d) Voto censitário, direito de voto para analfabetos,
introdução do voto secreto.
e) Introdução do voto secreto, criação da justiça eleitoral,
direito de voto para as mulheres.
Resolução: A Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas
ao poder, também marcou a derrocada do sobrepujante
domínio das oligarquias cafeeiras no Estado brasileiro.
Excluída do poder político direto, a elite paulista articulou
uma campanha pela constitucionalização do país. O Código
Eleitoral foi criado neste contexto, com o intuito de
contemplar setores da sociedade, como os tenentes, no
caso do voto secreto, e as mulheres, por não se
constituírem como minoria e representarem parte
significante da mão-de-obra ativa.
Alternativa E
COMENTÁRIO DO PROVA
A prova de História da primeira fase FGV Administração não
fugiu do padrão das anteriores, solicitando conhecimentos
consagrados pelos currículos de Ensino Médio e não
apresentando dificuldades maiores para o candidato
medianamente preparado. Nota-se, contudo, a ausência de
temas referentes à História da América. Da mesma forma,
assuntos referentes à Democracia Liberal Populista, ao período
da Ditadura Militar e à História do Brasil Contemporâneo foram
igualmente ignorados.
DISTRIBUIÇÃO DAS QUESTÕES
Contemporâneo
33,34%
Idade
Moderna
6,67%
República
Ve l h a
6,67%
História Geral
Idade Média
13,33%
Era Vargas
13,33%
História do Brasil
Colônia
13,33%
Império
13,33%
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