Universidade Federal Do Piauí Determinação da taxa de fecundação cruzada natural e diversidade genética em feijão-fava por marcadores microssatélites Josilane Souza da Penha Dissertação apresentada à Universidade Federal do Piauí como parte das exigências do Programa de Pósgraduação em Genética e Melhoramento para obtenção do título de “Mestre”. Teresina 2014 Josilane Souza da Penha Bacharel em Ciências Biológicas Determinação da taxa de fecundação cruzada natural e diversidade genética em feijão-fava por marcadores microssatélites Orientadora: Profa. Dra. ÂNGELA CELIS DE ALMEIDA LOPES Co-orientadora: Profa. Dra. REGINA LUCIA FERREIRA GOMES Dissertação apresentada à Universidade Federal do Piauí como parte das exigências do Programa de Pósgraduação em Genética e Melhoramento para obtenção do título de “Mestre”. Teresina 2014 Determinação da taxa de fecundação cruzada natural e diversidade genética em feijão-fava por marcadores microssatélites Josilane Souza da Penha Aprovada em _____/_____/_______ Comissão julgadora: _______________________________________________________ Prof. Dr. Giancarlo Conde Xavier Oliveira – ESALQ/USP _______________________________________________________ Prof. Dr. Fábio Barros Brito – CCN/UFPI _______________________________________________________ Profa. Dra. Regina Lucia Ferreira Gomes – CCA/UFPI (Co-orientadora) _______________________________________________________ Profa. Dra. Ângela Celis de Almeida Lopes – CCN/UFPI (Orientadora) Aos meus queridos pais João e Edinir por tudo que sou e tenho, aos meus irmãos e ao meu namorado Ribamar pelo amor e carinho e por estarem sempre presente. Dedico AGRADECIMENTOS À Deus, pela a vida, pela força e por não me deixar desanimar, permitindo concluir mais essa etapa de minha vida; À Universidade Federal do Piauí, pela oportunidade de realização do curso de Mestrado em Genética e Melhoramento; A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos; À Escola Superior de Agronomia Luis de Queiroz, em especial ao Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento, pelo apoio técnico na realização das análises moleculares; À professora e orientadora Dra. Ângela Celis de Almeida Lopes, pela amizade, preocupação, apoio e ensinamentos transmitidos, sempre pronta a ajudar; À professora e co-orientadora Dra. Regina Lucia Ferreira Gomes, pelo apoio, amizade e compreensão, servindo de exemplo a todos; Ao professor Dr. José Baldin Pinheiro, pela paciência, incentivo e apoio durante o treinamento na ESALQ, pela co-orientação; Aos professores da pós-graduação em Genética e Melhoramento pelos ensinamentos obtidos durante o mestrado; A todos do Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento, principalmente a Jaqueline Campos, Éllida Aguiar, Clesivan Pereira e Diane Rozzeto, pela amizade e apoio durante a execução do meu trabalho; À minha turma de mestrado, em especial a Rafael Almeida, Joseane Inácio, Rosimere Xavier, Polyanna Bacelar e Carolline Pires, pela convivência e momentos de estudos e também de diversão; Ao meu namorado, José Ribamar, pela paciência, apoio, carinho e dedicação desprendidos; À minha família, em especial a meus pais Edinir e João e meus irmãos, pelo apoio e amor e por estarem sempre torcendo por mim. SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... 6 ABSTRACT................................................................................................................. 7 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8 2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 10 2.1. Espécie Phaseolus lunatus ............................................................................. 10 2.2. Origem e domesticação .................................................................................. 11 2.3. Recursos genéticos vegetais .......................................................................... 12 2.5. Sistema de reprodução em plantas................................................................. 13 2.6. Determinação da taxa de fecundação cruzada natural ................................... 15 2.4. Diversidade genética em populações de plantas ............................................ 16 2.7. Marcadores moleculares microssatélites ........................................................ 17 3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 19 3.1. Material vegetal ............................................................................................... 19 3.2. Extração e quantificação do DNA ................................................................... 20 3.3. Amplificação dos locos microssatélites ........................................................... 21 3. 4. Análises dos dados ........................................................................................ 22 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 23 4.1 Taxa de fecundação cruzada natural em feijão-fava........................................ 23 4.2 Diversidade genética ........................................................................................ 24 5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 29 6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 30 6 RESUMO PENHA, J. S. Determinação da taxa de fecundação cruzada natural e diversidade genética em feijão-fava por marcadores microssatélites. 2014. Dissertação – Mestrado em Genética e Melhoramento, Universidade Federal do Piauí, 2014. O feijão-fava (Phaseolus lunatus) pertence à família Fabaceae, uma das maiores nas angiospermas. É uma importante fonte de alimento no país, principalmente no nordeste onde seu consumo é maior. Para melhor aproveitamento dos recursos genéticos em programas de melhoramento é de suma importância o estudo do sistema reprodutivo e da diversidade genética da espécie. Assim, no presente estudo objetivou-se estimar a taxa de fecundação cruzada natural e estudar a diversidade genética em feijão-fava através de marcadores microssatélites. Foram utilizados 14 acessos de feijão-fava para formar as populações, com 12 progênies cada. No estudo da taxa de fecundação cruzada foram obtidas taxas de cruzamentos multilocos (tm) de 0,381 e unilocos (ts) de 0,078, mostrando uma taxa de cruzamento de 38,1%. A proporção de autofecundação (1 tm) foi de 61,9%, evidenciando um sistema de cruzamento misto com predominância de autofecundação. A taxa de cruzamento entre indivíduos aparentados foi alta e significativa (tm - ts = 0,303). A correlação multiloco de paternidade foi muito alta (rp(m) = 0,889) mostrando que as progênies são constituídas principalmente por irmãoscompletos. O número médio de indivíduos polinizadores que efetivos por plantas (Nep) foi muito baixo (1,12). O índice de fixação dos genótipos maternos (Fm) foi de 0,945 e mostra que a maior parte dos parentais foram produzidos por endogamia. A partir das frequências alélicas foram determinados os parâmetros de diversidade como número total de alelos (61), número de alelos por locos (A = 6,10), porcentagem de locos polimórficos (P = 30%), heterozigosidade esperada (He = 0,60) e heterozigosidade observada (Ho = 0,077). Mostrando alta variabilidade genética nessas populações. O índice de fixação (f) para as populações foi de 0,316. As estimativas de Cockerham (1969) foram obtidas ( ̂ = 0,880 e ̂p = 0,908) e mostraram que 90,8% da diversidade genética se encontram entre as populações. Os parâmetros de diversidade de Nei (1973) mostraram uma grande variabilidade total (HT = 0,596), sendo distribuída uma pequena parte dentro das populações (H S = 0,058). Entre as populações a variabilidade foi maior (DST = 0,538), a proporção de diferenciação entre as populações foi de 90,2% (GST = 0,902) do total. Assim, as populações de feijão-fava estudadas apresentaram um sistema misto com predomínio de autogamia e diversidade genética intra e interpopulacional. Palavras-chave: Phaseolus lunatus, sistema de reprodução, variabilidade genética, recursos genéticos vegetais. 7 ABSTRACT PENHA, J. S. Determination of the rate of natural outcrossing and genetic diversity in lima bean using microsatellite markers. 2014. Dissertation - Master in Genetics and Breeding, Federal University of Piauí, 2014. The lima bean (Phaseolus lunatus) belongs to the family Fabaceae, one of the largest in the angiosperms. It is an important source of food in the country, especially in the northeast where its consumption is higher. For better utilization of genetic resources in breeding programs is of paramount importance to study the mating system and genetic diversity of the species. Thus, the present study aimed to estimate the rate of natural outcrossing and study the genetic diversity in lima bean by microsatellite markers. Fourteen accessions of lima bean were used to form the populations, with 12 progeny each. In the study of the rate of outcrossing, was obtained rates crossing multilocus (tm) and 0.381 unilocos (ts) of 0.078, showing a crossing rate of 38.1%. The proportion of selfing (1 - tm) was 61.9%, showing a mixed system of mating with predominantly selfing. The outcrossing rate among related individuals was high and significant (tm - ts = 0.303). The multilocus paternity correlation was very high (rp(m) = 0.889) showing that families are composed primarily of full-sib. The average number of individuals that effective pollinators for plants (N ep) was very low (1.12). The fixation index of maternal genotype (F m) was 0,945 and shows that the majority of parents were produced by inbreeding. From the allele frequencies were determined the diversity and total number of alleles (61), number of alleles per locus (A = 6.10), percentage of polymorphic loci (P = 30%), expected heterozygosity (He = 0 60) and observed heterozygosity (Ho = 0.077). Presenting high genetic variability in these populations. The fixation index (f) for the populations was 0.316. Estimates of Cockerham (1969) were obtained ( ̂ = 0.880 and ̂p = 0.908) and showed that 90.8% of the genetic diversity found among populations. The parameters of diversity of Nei (1973) showed a large total variability (H T = 0.596), with a small portion distributed within populations (HS = 0.058). Variability among was higher (DST = 0.538), the proportion of differentiation among populations was 90.2 % (GST = 0.902) of the total. Thus, populations of lima bean studied showed a mixed system with a predominance of autogamy and inter and intra genetic diversity. Keywords: Phaseolus lunatus, mating system, genetic variability, plants genetics resources. 8 1. INTRODUÇÃO O feijão-fava pertence à espécie Phaseolus lunatus L., é também conhecida com fava, feijão-lima, fava-belém e feijão sieva (GRIN, 2013). É uma das espécies do gênero Phaseolus explorada comercialmente, sendo considerada mais tolerante a seca, ao excesso de umidade e de calor, em relação ao feijão-comum (VIEIRA, 1992). No Brasil, o feijão-fava é produzido principalmente no nordeste. Em 2011, essa região teve uma produção de 4.455 toneladas de grãos secos, em uma área plantada de 25.872 hectares, sendo colhidos 19.879 hectares. Os maiores estados produtores foram Ceará, Pernambuco, Paraíba e Piauí. A produtividade média foi de 0,24 t. ha-1, destacando-se o Ceará com 0,27 t. ha-1, Pernambuco com 0,24 t. ha-1 e Piauí com 0,15 t. ha-1 (IBGE, 2012). Sua baixa produtividade está associada principalmente ao cultivo por pequenos produtores, geralmente em consórcio com milho, mandioca e mamona e sem adoção de tecnologia que aumentem a produtividade (SANTOS et al., 2002). Mesmo com sua importância no país, o feijãofava ainda tem sido pouco explorado por falta de informações, mostrando a necessidade de mais estudos sobre melhoramento na espécie. Em programas de melhoramento e conservação genética é fundamental a determinação do sistema reprodutivo e o estudo da diversidade genética das espécies para melhor aproveitamento dos recursos genéticos vegetais disponíveis. Permitindo delinear estratégias para a seleção de genótipos superiores e determinar o tamanho amostral para a conservação genética (BRESSAN, 2011). O sistema reprodutivo e os mecanismos de dispersão de pólen e sementes desempenham um papel importante na composição genéticas das populações, pois determinam a forma como os genes são passados para outras gerações, influenciando a forma como a diversidade genética se distribui entre e dentro das populações (GOODWILLIE et al., 2005). A diversidade genética se expressa pelas variações nas combinações alélicas que ocorrem em conjuntos de indivíduos nas populações. Atuando sobre diversos fatores como o sistema de reprodução, a segregação cromossômica e os fatores evolutivos. Além isso, assegura às espécies um alto potencial adaptativo para contrapor os efeitos do ambiente, como as mudanças climáticas, poluição e doenças (TARAZI, 2009). 9 A caracterização da variabilidade genética nas diferentes espécies tem sido bastante estudada. Os marcadores moleculares estão sendo cada vez mais usados na determinação da diversidade genética. Esses marcadores revelam diferenças genéticas em maior nível de detalhamento e sem as interferências causadas pelo efeito ambiental (PEREIRA, 2010). No presente estudo objetivou-se determinar a taxa de fecundação cruzada natural e estudar a diversidade genética em feijão-fava através do uso de marcadores moleculares microssatélites. 10 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Espécie Phaseolus lunatus O feijão-fava pertence ao gênero Phaseolus, um dos maiores entre as dicotiledôneas, estando classificado na divisão Angiospermae, classe Dycotiledoneae, subclasse Rosidae, ordem Fabales, subordem Leguminoseae, família Leguminosae (Fabaceae), subfamília Faboideae, tribo Phaseoleae e subtribo Phaseolineae. A família Fabaceae tem distribuição mundial, com cerca de 650 gêneros e aproximadamente 18.000 espécies e está entre as maiores famílias das angiospermas. Suas espécies são de grande interesse econômico, principalmente para alimentação humana e adubação verde (SOUZA, 2008). Dentre 40 tribos pertencentes à família Fabaceae, a tribo Phaseoleae se destaca por possuí 75% das leguminosas comercializadas mundialmente, tais como: feijão-comum (Phaseolus vulgaris), soja (Glycine Max) e feijão-caupi (Vigna unguiculata) (BROUGHTON, 2003). A espécie é dividida em duas subespécies: P. lunatus var. lunatus, que inclui as populações domesticadas, e P. lunatus var. silvestre, que possui as populações silvestres (BAUDET, 1977). Indivíduos silvestres são caracterizados com hábito de crescimento indeterminado, período prolongado de floração e grande produção de vagens (ZORO BI et al., 2003). Enquanto os indivíduos domesticados possuem hábito de crescimento determinado e período de floração curto e uniforme. O feijão-fava apresenta ciclo anual, bianual ou perene, germinação epígea e hábito de crescimento indeterminado ou determinado (BEYRA; ARTILES, 2004). Uma característica marcante que o distingue facilmente de outros feijões, são as linhas que se irradiam do hilo para a região dorsal das sementes, mas em algumas variedades essas linhas podem não ser tão facilmente observadas ou até ausentes (VIEIRA, 1992). Fenologicamente possui inflorescência composta, axilar e em cachos. É do tipo hermafrodita, papilonácea, o cálice é gamossépalo, a corola apresenta pétalas de cores variadas. O androceu é formado por dez estames diadelfos, as anteras são bitecas, dorsifixas com deiscência longitudinal, ovário unilocular, apresentando 2 a 3 óvulos. A viabilidade polínica é considerada alta, com cerca de 90% de grãos de pólen viáveis (LOPES; GOMES; ARAÚJO, 2010). 11 Na floração ocorre grande produção diária de muitas flores por planta, sendo assim vantajosa, por aumentar a atratividade dos polinizadores devido a maior disponibilização de néctar. Hardy (1997) observou a presença de abelhas (Apis mellifera) como principal agente polinizador em feijão-fava. A presença desses agentes polinizadores é um dos fatores que contribui para alteração das taxas de cruzamentos naturais. O feijão-fava tem sua grande importância dentro do gênero Phaseolus juntamente com o feijão comum. Seu cultivo ocorre na América do Norte, América do Sul, Europa, leste e oeste da África e sudeste da Ásia (BAUDOIN, 1988). Seus grãos constituem-se uma importante fonte de alimento rica em proteínas para a população em vários municípios nordestinos, juntamente com o feijão-caupi, milho e mandioca (AZEVEDO et al., 2003). É considerado mais tolerante à seca, ao excesso de umidade e ao calor, podendo ser consumido pelo homem sob a forma de grãos verdes e secos, vagens verdes e folhas. Além disso, esta espécie também pode ser utilizada na alimentação animal (VIEIRA, 1992). 2.2 Origem e domesticação A provável origem da espécie é na Guatemala, por conter formas silvestres e trepadeiras com sementes pequenas (VIEIRA, 1967). A ampla distribuição e a falta de germoplasma silvestres de feijão-fava em muitas áreas de distribuição natural tem dificultado a determinação dos centros de domesticação da espécie (ANDRUEZA-NOH et al., 2013). Estudos feitos por Motta-Aldana et al. (2010) a partir de DNA de cloroplasto de 109 acessos de feijão-fava apontaram para dois grandes centros de domesticação: Andino, localizado no Equador e norte do Peru, que possui sementes grandes e adaptado a elevadas altitudes e o centro Mesoamericano, que se estende do centro-oeste do México a Honduras, com sementes pequenas ocorrendo em altitudes mais baixas. Serrano-Serrano et al. (2010) a partir de trabalhos feitos com DNA ribossomal de 151 acessos selvagens e domesticados, propuseram a existência de dois conjuntos gênicos: Andino (AG) e mesoamericano (MA). Sendo que o conjunto gênico mesoamericano possui dois grupos geneticamente e geograficamente distintos (MI e MII). O AG ocorrendo no Equador e oeste e norte do Peru, o MI no noroeste do Istmo de Tehuantepec, no México e o MII se estendendo do sul do México, ao longo do Caribe e da América do Sul. 12 Outros trabalhos vêm confirmando essa hipótese, como o de Andrueza-Noh et al. (2013), que ao estudarem 262 de acessos feijão-fava utilizando DNA de cloroplasto, obtiveram resultados semelhantes, sugerindo múltiplos centros de domesticação para a espécie. Outra espécie de grande importância com múltiplos eventos de domesticação é o feijão-comum (P. vulgaris). O processo de domesticação tem como principais características a perda dos mecanismos de dispersão e dormência das sementes, que dificulta a disseminação e sobrevivência em novos ambientes. Outras características são o hábito de crescimento determinado e a ausência de fibras nas vagens, que leva a indeiscência das vagens e falta de dispersão das sementes (BROUNGHTON et al., 2003). 2.3 Recursos genéticos vegetais O estudo dos recursos genéticos e melhoramento vegetal tem dado grande contribuição para a agricultura brasileira nas últimas décadas. O processo de melhoramento genético é altamente dependente da base genética disponível principalmente nos bancos de germoplasma, que são a base para o desenvolvimento de cultivares (QUEIROZ; LOPES, 2007). Os recursos genéticos vegetais referem-se à variabilidade de espécies de plantas de uso atual ou com potencial para futura utilização em programas de melhoramento, constituindo parte importante da biodiversidade e promovendo o desenvolvimento da agricultura (PEREIRA; SILVA; PEREIRA, 2010). Servindo de matéria-prima para o melhoramento genético, na busca por genótipos mais adaptados a fim de atender às necessidades dos agricultores e do mercado atual (NASS, 2007). A conservação dos recursos genéticos vegetais engloba um conjunto de atividades e políticas desenvolvidas para assegurar a existência e a contínua disponibilidade de plantas para fins diversos (PEREIRA; SILVA; PEREIRA, 2010). Estas atividades envolvem a coleta, documentação, conservação, caracterização, avaliação e utilização do germoplasma (NICK et al., 2010). A conservação ex situ é uma estratégia de conservação em longo prazo para manter com máxima integridade genética e biológica, espécies cultivadas e silvestres fora do seu ambiente natural. Estando incluída a conservação de coleções de sementes, material vegetativo in vitro, DNA, pólen, coleções a campo, amostras em casas de vegetação e em jardins botânicos. Outra forma de conservação é a in 13 situ que consisti na manutenção e recuperação de populações de espécies em seus meios naturais (NASS, 2007). A variabilidade genética disponível nas espécies é ampla e cada espécie pode apresentar milhares de variantes. Assim, pode-se admitir que uma coleção de germoplasma, por maior que seja, é apenas uma pequena amostra da variabilidade total (ALLARD, 1970). No entanto, a conservação de germoplasma em bancos de sementes tem mostrado um estreitamento da base genética pelo uso contínuo de um pequeno conjunto de linhagens aparentadas, além da carência de informação genética sobre os acessos conservados, necessitando de uma eficiente caracterização e organização do material genético (FERREIRA; MORETZSOHN; BUSO, 2007). A caracterização da diversidade genética proporciona o melhor conhecimento do germoplasma e é necessário para etapas posteriores de desenvolvimento de materiais melhorados e estratégias de conservação das espécies. A diversidade genética tem sido estudada através de análises fenotípicas e mensuração de características agromorfológicas, além da variação a nível molecular (NASS, 2007). 2.5 Sistema de reprodução em plantas As plantas são organismos sésseis, que desenvolveram estratégias para o sucesso reprodutivo como flores e frutos capazes de atrair polinizadores e dispersores de sementes, mantendo altos níveis de variação genética (BRESSAN, 2011). Assim, o modo de reprodução de uma espécie de planta determina como a informação genética é passada de uma geração a outra (WRIGHT, 1921). O conhecimento do modo de reprodução é necessário para o sucesso de um programa de melhoramento, podendo poupar anos de insucesso na conduta de trabalhos com germoplasma, além de fornecer informações de uso direto para o melhoramento (VALLS, 2007). O sistema reprodutivo refere-se à forma como um indivíduo, população ou espécie transfere suas informações genéticas de uma geração para a outra, podendo ser assexuado ou sexuado. Na reprodução assexuada não ocorre à formação de gametas e os indivíduos se formam a partir de um organismo por divisão mitótica, assim os descendentes possuem a mesma constituição genética (BRESSAN, 2011). 14 Na reprodução sexuada, há formação de gametas diferentes que se fundem gerando zigotos com constituição genética diferente. Em espécies sexuadas, o sistema reprodutivo é classificado em: autógama, alógama e mista. Na autogamia com flores hermafroditas autocompatíveis, ocorre a fusão de gametas masculinos e femininos de uma mesma flor. Já a alogamia possui plantas hermafroditas, dioicas (planta com sexo separado) e monoicas (flores com sexo separado em uma mesma planta) que envolve o cruzamento de indivíduos diferentes, assim como a transferência de pólen entre diferentes flores, podendo ser da mesma planta ou não (GOODWILLIE et al., 2005). As espécies alógamas com flores hermafroditas geralmente apresentam um sistema de autoincompatibilidade, o qual evita a ocorrência de autofecundação (KALISZ; VOGLER; HANLEY, 2004). No sistema misto, os dois processos anteriores ocorre com predominância de um deles (GOODWILLIE et al., 2005). Dentre estas formas de reprodução, a alogamia (polinização cruzada) é a forma que mais gera rearranjo da diversidade genética, levando a infinitas combinações, as quais servem de base para fatores evolutivos, determinando a capacidade genética ao longo das gerações (RICHARDS, 1990). No entanto, a autofecundação é comum em plantas, sendo 20% autógamas e 33% intermediários entre autofecundação e cruzamento (sistema misto) (KALISZ; VOGLER; HANLEY, 2004). Populações de espécie predominantemente autógama apresentam homozigose para a maioria dos locos, assim há homogeneidade dentro e entre populações, o que leva a uma maior suscetibilidade a mudanças nas condições ambientais (RICHARDS, 1997). Como o sistema reprodutivo é muito importante para a determinação da estrutura e da diversidade em populações naturais, espécies autógamas necessitam de atenção especial, pois é preciso determinar o maior número de populações para se obter e preservar a diversidade ao máximo (KARASAWA, 2005). O estudo do sistema reprodutivo nas plantas permite estimar a taxa de cruzamento entre indivíduos e determinar o modo de transmissão dos genes de uma geração para outra, permitindo delinear estratégias que quantifiquem a variabilidade genética e criando modelos genético-estatísticos apropriados para o manejo dos recursos genéticos de uma espécie em programa de melhoramento e conservação genética (HAMRICK; LOVELLESS, 1986). 15 O sistema reprodutivo pode ser avaliado através da observação dos cruzamentos, comportamento dos agentes polinizadores e biologia floral e dos resultados de experimentos de polinização controlada. Esses métodos fornecem indicações sobre o sistema reprodutivo de uma espécie, porém não permitem uma medida direta do sucesso reprodutivo das populações (PAIVA et al., 1994). A avaliação do sistema reprodutivo também pode ser feita por marcadores genéticos morfológicos. A metodologia utiliza um caráter monogênico, com herança genética dominante, cujo fenótipo das duas classes seja de fácil distinção. Esta forma de avaliação apresenta baixo custo de implantação, fácil manipulação experimental e de análise dos dados. Porém é limitado a espécies de interesse econômico, nas quais os marcadores morfológicos estão disponíveis (SILVA; BANDEL; MARTINS, 2003). O feijão-fava possui autocompatibilidade, com sistema reprodutivo misto que é predominantemente autógama, mas apresenta níveis de cruzamento de até 48% (BAUDOIN et al., 1998). Diferenças nas taxas de cruzamentos são atribuídas à variação no tamanho da população, a densidade populacional, morfologia floral, fenologia floral e disponibilidade de polinizadores (FAUSTO et al., 2001). 2.6 Determinação da taxa de fecundação cruzada natural A taxa de fecundação cruzada natural de uma espécie é um importante aspecto a ser considerado, a fim de estabelecer estratégias para a gestão e conservação de germoplasma e melhoramento de plantas. Na sua determinação, podem ser empregados modelos multilocos que possibilitam a obtenção de estimativas mais adequadas, pois levam em consideração as combinações genotípicas envolvendo todos os locos (CONTE, 2004). Nesse sentido, o modelo proposto por Ritland e Jain (1981) vem sendo o mais empregado ultimamente. Ele admite que as populações se reproduzem por autofecundação a uma taxa s e por cruzamentos aleatórios a uma taxa t. As pressuposições básicas para sua aplicação são: i) que o conjunto de pólen é homogêneo para os cruzamentos como todos os genótipos maternos; (ii) que os alelos de diferentes locos se segregam independentemente; (iii) que os locos não são afetados pela seleção ou mutação entre evento reprodutivo e a análise (RITLAND; JAIN, 1981; RITLAND, 1990). No entanto, violações da pressuposição de homogeneidade das frequências alélicas de óvulos e do pólen têm pouco efeito 16 sobre a estimativa da taxa de cruzamento multilocos da população (tm) quando o número de locos empregados nas estimativas for superior a quatro ou cinco locos (RITLAND; JAIN, 1981). O programa MLTR (Multilocus mating system program) desenvolvido por Ritland (1990), baseado no modelo de cruzamento misto, fornece estimativas dos seguintes parâmetros: a taxa de cruzamento multilocos da população (tm); a taxa de cruzamento unilocos da população (ts); a taxa de cruzamento entre aparentados (tmts); correlação de autofecundação (rs); correlação multilocos de paternidade (rp(m)) e o coeficiente de endogamia dos genótipos maternos (F(m)). 2.4 Diversidade genética em populações de plantas A diversidade genética se refere a toda variação biológica hereditária acumulada durante o processo evolutivo, gerada por mutação na sequência nucleotídica. Quando esta variação ocorre entre indivíduos da mesma espécie, chama-se de diversidade intraespecífica. Quando ela ocorre entre espécies, sendo fixada em cada táxon, denomina-se diversidade interespecífica. As variações genéticas intraespecíficas são estudadas quando procuramos entender as relações entre indivíduos e populações de cada espécie, como grau de parentesco e fluxo gênico. Já a diversidade entre espécies é estudada para compreender as relações filogenéticas nos vários níveis taxonômicos ou caracterizar espécies por meio da identificação de marcadores conservados que permitam sua diferenciação (SANTOS et al., 2009). Nos estudos de variabilidade genética em populações naturais devem ser priorizadas a quantificação da variação existente e a caracterização dos níveis de variabilidade das populações, devendo lembrar que, em espécies de plantas, os fatores que influenciam na distribuição da variabilidade genética incluem o tamanho efetivo da população, a distribuição geográfica da espécie, o modo de reprodução e o mecanismo de dispersão de sementes (HAMRICK, 1982). A variabilidade genética tem sido quantificada principalmente pelos números de alelos por loco (A), percentagem de locos polimórficos (P), heterozigosidade observada (Ho) e esperada (He) e índice de fixação (f) (HAMRICK, 1982). Segundo Pinto (2001), em vários estudos para quantificar a variabilidade genética em populações de plantas, o número de alelos por locos, a heterozigosidade esperada e observada têm sido os parâmetros genéticos mais utilizados. 17 A determinação das frequências alélicas é de grande importância para os estudos evolutivos, pois a mudança genética nas populações pode ser avaliada por estas frequências (NEI, 1978). O número de alelos observado por locos aumenta em decorrência do tamanho das amostras, assim amostras grandes possuem maior chance de serem detectados alelos raros (ZUCCHI, 2002). Segundo Weir e Basten (1990), a frequência de heterozigotos é um importante indicador da diversidade genética, pois cada heterozigoto detém alelos diferentes e, portanto, representa melhor a variação existente. No entanto, a heterozigosidade esperada ou diversidade gênica é uma das medidas mais apropriada por apresentar a variação tanto em populações de espécies autógamas como alógamas (NEI, 1973). A caracterização da estrutura genética entre populações a partir de marcadores genéticos codominantes pode ser realizada pela metodologia de Nei (1977). A análise da diversidade genética com base nessa metodologia é usada em locos multialélicos e fornece a proporção da variabilidade genética contida entre e dentro das populações e os níveis de heterozigosidade esperados. Tal medida pode ser usada em qualquer população, independente do número de alelos por locos, sistema reprodutivo e da atuação de processos evolutivos (seleção, migração, deriva e mutação). 2.7 Marcadores moleculares microssatélites Atualmente, diversos métodos moleculares de caracterização de germoplasma vêm sendo desenvolvidos. Entre esses métodos, aqueles que revelam polimorfismo de sequências de DNA, conhecidos como marcadores moleculares, têm sido de grande importância para a análise de diversidade genética (FERREIRA; MORETZSONH; BUSO, 2007). Os marcadores moleculares são fragmentos de DNA que permitem a distinção de indivíduos geneticamente diferentes. Seu número é ilimitado e são desprovidos de efeito epistático ou pleiotrópico, não sofrem influência ambiental ou gênica, além de possuir um número maior de locos quando comparados aos marcadores fenotípicos (NASS, 2007). Inúmeras aplicações têm sido identificadas para os marcadores moleculares, se destacando o estudo da diversidade genética, construção de mapas genéticos e mapeamento de características de interesse, caracterização de germoplasma, 18 seleção assistida, seleção em gerações precoces, estimar níveis de alogamia e endogamia em uma espécie (NASS, 2007; BORÉM; MIRANDA, 2009). Dentre os marcadores moleculares, os microssatélites se destacam por sua eficiência. Também conhecidos como SSR (simple sequence repeats), são formados por fragmentos de duas a seis bases repetidas denominadas tandem. Esses seguimentos são bastante encontrados em eucariotos e por isso são muito usados para diferenciá-los (BORÉM; MIRANDA, 2009). Eles consistem no uso de um par de primers que se anela em sequências conservadas de DNA, flanqueando um segmento de DNA repetitivo. Utilizando-se da PCR para amplificação dos fragmentos que podem ocorrer aleatoriamente ao longo do genoma ou dentro de genes, sendo específicos nesse caso (RAMALHO et al., 2012). As sequências repetitivas são sequências de nucleotídeos que se repetem inúmeras vezes lado a lado na fita de DNA. A técnica de SSR revela polimorfismo em um loco devido a diferenças no número de vezes em que as sequências se repetem no mesmo (FERREIRA; MORETZSONH; BUSO, 2007). As variações encontradas nos microssatélites são devido a mutações, que podem adicionar ou deletar pares de bases. Os mecanismos propostos para explicar essas variações seriam o elevado número de permuta desigual e erros da DNA polimerase durante a replicação. A importância dos microssatélites reside principalmente na alta variabilidade encontrada (BORÉM; CAIXETA, 2009). As vantagens dos SSRs são: a codominância, pois são mais informativos para diferenciação de heterozigotos e homozigotos; o alto polimorfismo, sendo importante para espécies com base genética estreita; a boa reprodutibilidade e simplicidade da técnica e a pequena quantidade de DNA requerida devido à utilização de PCR. A limitação dos SSRs está na necessidade de serem específicos para cada espécie, não sendo utilizados como “primers universais”. Suas vantagens fazem com que esses marcadores sejam ferramentas eficientes usados em diferentes estudos e em várias espécies (BORÉM; CAIXETA, 2009). Nos estudos com SSRs, a genotipagem convencional é realizada pela visualização dos produtos da PCR em géis de agarose e/ou acrilamida corados com brometo de etídio e nitrato de prata, respectivamente, levando em consideração a presença e ausência de fragmentos na forma de bandas (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998). Os SSRs também podem ser marcados com uma fluorescência na extremidade 5’ (MISSIAGRIA; GRATTAPAGLIA, 2006) de modo 19 que quando excitado por determinado comprimento de onda emite uma luminescência. Essa absorção e reflexão de fluorescência permitem a visualização e análise dos fragmentos obtidos em sequenciador automático (ALKCEVETCH, 2013). 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Material vegetal O estudo foi realizado no Laboratório de Diversidade Genética e Melhoramento, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), Universidade de São Paulo (USP), no ano de 2013. Os acessos usados foram provenientes do Banco de Germoplasma de Feijãofava da Universidade Federal do Piauí. De um total de 156 acessos plantados em campo, selecionou-se 14 plantas para formar as populações (Tabela 1). O critério de seleção foi com base na diversidade genética e a disposição destas no campo, escolhendo-se plantas equidistantes. De cada planta matriz foram usadas 12 progênies plantadas em vasos em casa de vegetação. Tabela 1 - Identificação de acessos matrizes usadas na determinação da taxa de fecundação cruzada e no estudo de diversidade genética em feijão-fava. Populações Acessos/Matrizes Procedência 1 UFPI 252 Durnesia – MG 2 UFPI 267 Francinópolis – PI 3 UFPI 464 Tanque do Piauí – PI 4 UFPI 503 Colinas – MA 5 UFPI 537 6 UFPI 587 Paraíba 7 UFPI 596 Paraíba 8 UFPI 613 Paraíba 9 UFPI 627 Paraíba 10 UFPI 713 Piauí 11 UFPI 731 Ceará 12 UFPI 740 Ceará 13 UFPI 743 Ceará 14 UFPI 755 Ceará 20 O tecido vegetal foi colhido com aproximadamente 25 dias após a semeadura, quando as primeiras folhas trifoliares estavam totalmente expandidas. As folhas retiradas foram imediatamente imersas em nitrogênio líquido e depois liofilizadas por 48h (-50ºC, pressão de 0,04 mbar). Em seguida, o tecido foi moído em moinho mecânico (MA048, MARCONI) e o tecido macerado acondicionado em tubo falcon e armazenado em temperatura ambiente. 3.2 Extração e quantificação do DNA A extração do DNA se deu a partir do material macerado liofilizado, por meio do protocolo CTAB, descrito por Doyle e Doyle (1987). Para a extração foram usados cerca de 30 mg de tecido foliar de cada subamostra, colocadas em microtubos de 2 mL, que receberam 800 μL de tampão de extração CTAB (préaquecido a 65ºC) e foram fechados e agitados para ressuspender o tecido no tampão. Em seguida, os tubos foram levados ao banho-maria (65ºC) por 60 minutos e agitados manualmente por inversão a cada 10 minutos. Após os tubos atingirem a temperatura ambiente, adicionou-se em cada tubo 800 μL de solução composta de clorofórmio e álcool isoamílico, na proporção de 24:1, sendo agitados por inversão até o ponto de homogeneidade da solução. A etapa seguinte foi a centrifugação por 10 minutos a 10.000 rotações por minuto (rpm), seguida da transferência do sobrenadante para novos tubos com a mesma identificação dos primeiros. Depois, adicionou-se 500 μL de isopropanol gelado e agitou-se os tubos novamente por inversão, levando-os ao freezer -20 °C por 60 minutos para ocorrer precipitação do DNA, após isso os tubos foram centrifugados por 5 minutos a 10.000 rpm para descarte do sobrenadante ficando-se apenas com o precipitado. Em seguida, lavou-se o precipitado com 500 μL de etanol 70 % gelado, invertendo os tubos levemente e levando-os à centrífuga por 5 minutos a 10.000 rpm, com posterior descarte do sobrenadante. O precipitado foi deixado à temperatura ambiente por 12 horas (overnight) para evaporação do etanol. Após a secagem, adicionou-se 100 μL de TE (10 mM Tris-HCl pH 8,0; 1mM de EDTA pH 8,0) deixando diluir por 12 horas. Posteriormente, adicionou-se 2 μL de RNAse (10 mg mL-1) e foram levados ao banho-maria a 37 °C por 4 horas e armazenados no freezer em seguida. 21 A quantificação do DNA foi feita com eletroforese de gel de agarose a 0,8% com Syber safe e comparados com diferentes concentrações de DNA padrão do fago lambda. As amostras foram diluídas para a concentração final de 10 ng/μL. 3.3 Amplificação dos locos microssatélites Foram usados 10 pares de primers (Tabela 2) desenvolvidos e otimizados para feijão comum. (GAITÁN-SOLÍS et al., 2002). Tabela 2 - Relação de primers usados na genotipagem de 168 amostras de feijãofava. Nome Sequências Motivo F: CATGCAGAGGAAGCAGAGTG (GA)8GGTA(GA)5GGG AG 1 R: GAGCGTCGTCGTTTCGAT GACG(AG)4 F: TGCACAACACACATTTAGTGAC BM 140 (GA)30 R: CCTACCAAGATTGATTTATGGG F: TGAGGAGGAACAATGGTGGC BM 141 (GA)29 R: CTCACAAACCACAACGCACC F: GAGATGAGTCCTTTCCCTACCC (CTGTTG)4(CTG)4 BM 146 R: TCGAGACACAATTTATGAAGGC (TTG)3(CTG)3 (CTG)4 F: TCTTGCGACCGAGCTTCTCC BM 154 (CT)17 R: CTGAATCTGAGGAACGATGACCAG F: CTTGTTCCACCTCCCATCATAGC BM 156 (CT)32 R: TGCTTGCATCTCAGCCAGAATC F: CGTGCTTGGCGAATAGCTTTG BM 160 (GA)15(GAA)5 R: CGCGGTTCTGATCGTGACTTC F: ATACCCACATGCACAAGTTTGG BM 211 (CT)16 R: CCACCATGTGCTCATGAAGAT F: AGGAAGGGATCCAAAGTCACTC BM 212 (CA)13 R: TGAACTTTCAGGTATTGATGAATGAAG F: GAGTGCGGAAGCGAGTAGAG GATS 91 (GA)17 R: TCCGTGTTCCTCTGTCTGTG Os primers foram sintetizados com uma cauda M13 de plasmídio bacteriano na extremidade 5’ do iniciador forward. As reações de amplificações foram feitas com 10 ng de DNA, tampão 1X PCR, 2,0 mM de MgCl2, 250 μg/ml BSA, 2,0 μM de dNTP, 1U de Taq, 0,2 μM de primer forward, 0,4 μM de primer reverse, 0,2 μM de M13-IrDye 700 ou 800, completando com água para um volume final de 20 μL. As amplificações feitas em termociclador LifePro (BIOER) utilizando desnaturação inicial 22 a 94 °C por 2 minutos, seguido de 45 ciclos de amplificações com 94 °C por 30 seg, 49 °C por 30 seg e 72 °C por 30 seg e extensão final a 72 °C por 10 minutos. A genotipagem foi realizada em um sequenciador automático LI-COR 4300 DNA Analyzer (Li-Cor, Biosciences), que utiliza tecnologia de fluorescência infravermelha. A leitura dos dados foi feita com o auxílio do software SAGA GT (LI-COR, Biosciences) para a identificação dos alelos em cada amostra. 3. 4 Análises dos dados Foram estimados os dados de diversidade genética para os locos utilizados e para as populações, tais como: número de alelos por locos, porcentagem de locos polimórficos, heterozigosidade esperada e observada, índice de fixação e os parâmetros de diversidade de Cockerham, obtidos com o auxílio do programa GDA (Genetic Data Analysis) (LEWIS; ZAYKIN, 2000). As frequências alélicas e a distribuição da diversidade genética entre e dentro das populações, verificada pela estatística de Nei (1973), foram estimados utilizando o programa FSTAT (GOUDET, 2002). A análise do sistema reprodutivo foi baseada no modelo misto de reprodução (RITLAND; JAIN, 1981), através do programa “Multilocos MLTR” versão 3.2 (RITLAND, 2008). Os parâmetros estimados foram: a taxa de cruzamento multilocos da população (tm), a taxa de cruzamento unilocos da população (ts), taxa de cruzamento entre aparentados (tm- ts), correlação de autofecundação (rs); correlação multilocos de paternidade (rp(m)), proporção de autofecundação (1 - tm), o número médio de indivíduos polinizadores efetivos por plantas (Nep) e o coeficiente de endogamia dos genótipos maternos (F(m)). 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Taxa de fecundação cruzada natural em feijão-fava Na análise do sistema de fecundação cruzada em feijão-fava, as estimativas das taxas de cruzamentos multiloco (tm) e uniloco (ts) foram, respectivamente, 0,381 e 0,078, evidenciando um sistema de cruzamento misto (t<0,95) com predominância de autofecundação (Tabela 7). Zoro Bi; Maquet e Baudoin (2005), estudando dez populações silvestres de feijão-fava através de marcadores isoenzimáticos, encontraram variação nas taxas de cruzamentos multiloco (0,027 – 0,268) e uniloco (0,024 – 0,246), mostrando uma taxa de cruzamento natural de 2,4% a 24,6%. Resultados semelhantes foram descritos por Harding e Tucker (1969), que estudaram cultivares a partir de marcadores morfológicos e obtiveram taxas de 3,2% a 24,2%. A taxa de cruzamentos encontrada neste trabalho (38,1%) foi maior que os relatados por esses autores. Assim, a proporção de autofecundação (1 - tm) é de 61,9%. O feijão-fava é uma espécie hermafrodita com estruturas reprodutivas que facilitam a autofecundação. Segundo Baudoin (1998), os prováveis fatores responsáveis pela alta taxa de cruzamento natural em feijão-fava são: a projeção do estigma e do estilete para fora da quilha e a duração da receptividade do estigma por muitas horas. Além disso, a presença de polinizadores e as condições ambientais também contribuem para o aumento da fecundação cruzada. A diferença entre a taxa de cruzamento multiloco e uniloco (tm - ts) têm sido usada para quantificar a ocorrência de cruzamentos endogâmicos, em outros termos, entre indivíduos aparentados. A diferença das taxas de cruzamento multiloco e uniloco foi positiva (0,303), mostrando a ocorrência de 30,3% de cruzamentos entre indivíduos aparentados. O cruzamento entre parentes aumenta a endogamia nas populações, juntamente com a autofecundação. Zoro Bi; Maquet e Baudoin (2005) encontraram diferenças entre as taxas de cruzamento multiloco e uniloco (0,002 a 0,022) não significativas, indicando a ausência de cruzamentos endogâmicos. Os cruzamentos biparentais foram medidos pela correlação de paternidade (rp(m)), que mede a probabilidade de dois indivíduos ao acaso terem o mesmo doador de pólen, sendo de 0,889. Esse alto valor para correlação de paternidade indica que grande parte das progênies são aparentadas. A partir da correlação de paternidade é possível estimar o número médio de indivíduos polinizadores efetivos por plantas 24 (Nep), ou seja, a média dos indivíduos que contribuíram com pólen para uma planta materna. O número de polinizadores foi extremamente baixo (1,12). O período de florescimento diferenciado entre as matrizes pode ter levado a cruzamentos preferenciais entre poucos indivíduos, onde plantas que floresceram juntas trocaram mais pólen que outras. A estimação da correlação de autofecundação (rs), que mede a probabilidade de se encontrar dois indivíduos gerados por autofecundação juntos, foi baixa e significativa (0,174), mostrando que os indivíduos advindos de autofecundação estão distribuídos aleatoriamente nas progênies. O índice de fixação dos genótipos maternos (Fm) foi de 0,945, essa alta taxa de Fm indica que a geração parental foi produzida em grande parte por cruzamentos endogâmicos. Índice de fixação menor foi encontrado por Zoro Bi; Maquet e Baudoin (2005) com F = 0,504. Tabela 7 - Estimativas de parâmetros do sistema reprodutivo a partir de dez locos microssatélites em 14 populações de feijão-fava. Parâmetros Estimativas (erro padrão)* Taxa de cruzamento multilocos (tm) 0,381 (0,026) Taxa de cruzamento unilocos (ts) 0,078 (0,013) Taxa de cruzamento entre parentes (tm - ts) 0,303 (0,057) Correlação de autofecundação (rs) 0,174 (0,111) Correlação multilocos de paternidade (rp(m)) 0,889 (0,221) Número médio de polinizadores (Nep) 1,12 Índice de fixação das matrizes (Fm) 0,945 (0,026) * estimado com 1.000 bootstraps. 4.2 Diversidade genética Os dez locos de microssatélites usados se mostraram polimórficos. Perfis de géis genotipados estão apresentados na Figura 1. Foram detectados 61 alelos, onde o número de alelos por locos variou de quatro a dez, tendo uma média de 6,10. Os locos que apresentaram o maior número de alelos foram BM212 e GATS19 (dez alelos) e com o menor número foram AG1, BM146 e BM154 (quatro alelos). Entre as populações, o número médio de alelos variou de 1,1 (populações 4, 13 e 14) a 1,8 (população 9) (Tabelas 3 e 4). Esses números mostram uma considerável riqueza alélica nas populações estudadas, tendo em vista o sistema reprodutivo predominantemente autógamo. 25 Figura 1. Perfil de géis correspondendo aos primers BM140, BM154 e BM160 genotipados no estudo de 14 populações de feijão-fava. - Números ao lado indicam tamanho dos marcadores (bp). As setas mostram a posição dos locos. Valores alélicos semelhantes foram encontrados por Martínez-Castillo (2006), que estudando 11 populações silvestres de feijão-fava a partir de oito locos microssatélites obteve 59 alelos, que variam de quatro (BM160) a 16 (BM211) alelos, com média de 7,38. Já Ouédraogo et al. (2005), usando 10 locos microssatélites em nove populações, encontraram 25 alelos e uma média de 1,64 de alelos por loco, sendo valores inferiores ao encontrado nesse estudo. Essas diferenças encontradas podem estar relacionadas aos genótipos e locos usados. A porcentagem de locos polimórficos (P) intrapopulacional variou de 10% (populações 4, 13 e 14) a 60% (população 9), com média de 30%. Ouédraogo et al. (2005), usando marcadores microssatélites em nove populações encontraram polimorfismos de 20% a 80% e média de 48,89%. A heterozigosidade esperada (He) ou índice de diversidade genética mostrou valores altos para a maioria dos locos, variando de 0,167 (AG1) a 0,784 (GATS91) com média de 0,60. As populações apresentaram valores de He entre 0,015 (população 13) a 0,120 (população 8), com média de 0,060. Martínez-Castillo et al. (2006), estudando populações silvestres encontraram valor semelhante para a média dos locos, He = 0,69. Esses valores mostram que há grande variabilidade 26 genética entre as populações estudadas. Altos valores como estes podem estar relacionados ao conjunto gênico não-domesticado, pois populações domesticadas de feijão-fava possuem baixos índices de diversidade genética (MARTÍNEZCASTILLO et al., 2008). A heterozigosidade observada (Ho) para os locos variou de 0,024 (BM211) a 0,292 (BM160), com média de 0,077. Ouédraogo e Baudoin (2002), usando quatro locos microssatélites em dez populações, reportaram a Ho = 0,031, valores estes inferiores ao encontrado aqui. Já Martínez-Castillo et al. (2006) encontraram valor muito superior, Ho = 0,67, em populações silvestres. Tabela 3 - Parâmetros de diversidade genética por locos, número de alelos por loco (A), heterozigosidade esperada (He) e heterozigosidade observada (Ho), avaliados em dez locos microssatélites em 14 populações de feijão-fava. Locos A He Ho AG1 4 0,166 0,071 BM140 5 0,713 0,065 BM141 6 0,745 0,048 BM146 4 0,686 0,065 BM154 4 0,524 0,065 BM156 7 0,619 0,042 BM160 5 0,417 0,292 BM211 6 0,680 0,024 BM212 10 0,642 0,053 GATS19 10 0,784 0,042 Média 6,1 0,600 0,077 A nível de população a heterozigosidade observada (Ho) ficou entre 0,016 (população 13) e 0,20 (população 8), com média de 0,077. A H o foi maior que a He dentro das populações, mostrando uma tendência a heterozigose em relação ao Equilíbrio de Hardy-Weinberg. O índice de fixação (f) para as diferentes populações mostrou-se negativo (média = -0,316), com exceção da população três, com f=0. Isso mostra um baixo coeficiente de endogamia dentro das populações e sugerindo uma seleção para heterozigotos, decorrente da taxa de fecundação cruzada observada nas progênies. Martínez-Castillo et al. (2006) usando marcadores SSR em 11 populações silvestres, encontraram valor semelhante (-0,31). 27 Tabela 4 - Parâmetros de diversidade genética por populações, número médio de alelos por loco (A), porcentagem de locos polimórficos (P), heterozigosidade esperada (He), heterozigosidade observada (Ho) e índice de fixação (f), avaliados em 10 locos microssatélites em 14 populações de feijão-fava. Populações A P(%) He Ho f 1 1,40 30 0,095 0,141 -0,527 2 1,50 30 0,048 0,050 -0,312 3 1,30 30 0,025 0,025 0,000 4 1,10 10 0,029 0,033 -0,158 5 1,60 50 0,110 0,158 -0,467 6 1,30 30 0,032 0,033 -0,023 7 1,40 40 0,077 0,125 -0.667 8 1,40 30 0,120 0,200 -0,714 9 1,80 60 0,088 0,092 -0,043 10 1,40 20 0,053 0,058 -0,092 11 1,20 20 0,031 0,033 -0,047 12 1,50 50 0,078 0,083 -0,068 13 1,10 10 0,015 0,016 -0.048 14 1,10 10 0,022 0,025 -0,100 Média 1,36 30 0,060 0,077 -0.316 No estudo da distribuição da variabilidade genética dentro e entre populações, foram determinados os coeficientes de coancestralidade do Cockerham (COCKERHAM, 1969), no qual ̂ é o índice de fixação médio dentro das populações, ̂ é o índice de fixação para o conjunto das populações, ̂p é a divergência genética entre populações (Tabela 5). A estimativa da endogamia para o conjunto das populações ( ̂ = 0,880) foi alta para a espécie. A estimativa de endogamia média dentro das populações ̂ mostra alta heterozigose (-0,316). A divergência genética entre populações ( ̂p) foi alta (0,908), isto significa que 90,8% da variabilidade genética encontra-se entre as populações e 9,2% dentro das populações. Com relação aos parâmetros de diversidade genética de Nei (1973), foi verificada a existência de grande variabilidade para o total dos acessos analisados (HT = 0,596), sendo uma pequena parte atribuída à diversidade interpopulacional (HS = 0,058). A diversidade entre as populações (DST) correspondeu a 0,538 (Tabela 6). Ouédraogo e Baudoin (2002) usando quatro locos microssatélites em 10 populações encontraram HT = 0,489, HS = 0,215 e DST = 0,273, mostrando um equilíbrio na distribuição da diversidade total entre e dentro das populações por eles estudadas. 28 Do total de diversidade genética encontrada, 90,2% ocorrem devido à diferenciação genética entre as populações (GST = 0,902). Os valores de diversidade (HS, DST e GST) encontrados neste trabalho estão em conformidade com o sistema predominantemente autógamo da espécie, que leva a pouca diversidade genética dentro das populações (HS baixo) e altos valores (DST e GST) entre elas. Resultados diferentes foram encontrados por Martínez-Castillo et al. (2007) e Ouédraogo e Baudoin (2002) que obtiveram valores de GST = 0,470 e 0,303, respectivamente. Tabela 5 - Coeficientes de coancestralidade de Cockerham: índice de fixação médio dentro das populações ( ̂), índice de fixação para o conjunto das populações ( ̂ ) e divergência genética entre as populações ( ̂ p), em 14 populações de feijão-fava. Estimativas [I. C. 95%] Parâmetros ̂ ̂ ̂p - 0,316 [- 0,052 a -0,587] 0.880 [0,770 a 0,936] 0,908 [0,852 a 0,942] Tabela 6 - Parâmetros de diversidade genética de Nei (1973): diversidade intrapopulacional (Hs), diversidade total (HT), diversidade entre as populações (DST) e proporção da diversidade genética entre as populações (GST), avaliados de dez locos microssatélites, em 14 populações de feijão-fava. Locos AG1 BM140 BM141 BM146 BM154 BM156 BM160 BM211 BM212 GATS19 Média Hs 0,065 0,063 0,043 0,042 0,060 0,040 0,155 0,023 0,052 0,040 0,058 HT 0,165 0,712 0,743 0,684 0,524 0,618 0,416 0,679 0,641 0,782 0,538 DST 0,100 0,649 0,700 0,642 0,463 0,577 0,261 0,655 0,588 0,742 0,538 GST 0,606 0,911 0,942 0,939 0,885 0,935 0,628 0,966 0,918 0,948 0,902 29 5 CONCLUSÕES Os dez locos microssatélites foram polimórficos e mostraram ampla diversidade genética entre os acessos de feijão-fava. O feijão-fava apresentou taxa de 38,1% de cruzamento natural, indicando um sistema misto com predomínio de autofecundação. A diversidade genética teve baixo valor dentro das populações, sendo que 90,2% da diversidade total ocorreu entre elas. 30 6 REFERÊNCIAS ALEKCEVETCH, J. C. Estudo da diversidade genética, por meio de marcadores moleculares de uma população de Coffea canephora var. Conilon. 2013. 92 p. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Lavras. ALLARD, R. W. Princípios do melhoramento genético das plantas. São Paulo: Edgard Blucher, 1970. 381 p. ANDRUEZA-NOH, R. H.; SERRANO-SERRANO, M. L.; CHACÓN SÁNCHEZ, M. I.; SANCHÉZ DEL PINO, I.; CAMACHO-PÉREZ, L.; COELLO-COELLO, J. MIJANGOS CORTE, J.; DEBOUCK, D. G.; MARTÍNEZ-CASTILO, J. Multiple domestications of the Mesoamerican gene pool of lima bean (Phaseolus lunatus L.): evidence from chloroplast DNA sequences. Genetic Resources Crop Evolution, v.60, p.10691086, 2013. AZEVEDO, J. N.; FRANCO, L. J. D.; ARAÚJO, R. O. C. Composição química de sete variedades de feijão-fava. Teresina, 2003. 4p. (Embrapa Meio-Norte: Comunicado Técnico, 152). 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