organização do tratado do atlântico norte vs pacto de varsóvia

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Vinícius Maluly
ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DO
ATLÂNTICO NORTE
VS
PACTO DE VARSÓVIA
Crise dos Mísseis
MODELO INTERNACIONAL DO BRASIL
Brasília - DF
2015
1 Introdução
Para se compreender o impasse entre União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS) e os Estados Unidos da América (EUA) ocorrido em outubro de 1962, precisamos
entender o que foi a Revolução Cubana, seus objetivos, participantes e significados para todo
um continente e, também, para a Guerra Fria. Ademais, é necessário entender os
acontecimentos anteriores à crise dos mísseis.
Portanto, este artigo será composto primeiramente por uma breve introdução ao tema e
ao entendimento dos órgãos internacionais aqui envolvidos: a OTAN e o Pacto de Varsóvia. Por
fim, apresentaremos uma revisão histórica envolvendo a Revolução Cubana, a Guerra Fria e a
relação norte-americana com o continente latino-americano. A seguir, explicamos
acontecimentos como a Invasão da Baía dos Porcos e o embargo a Cuba pelos Estados Unidos
como eventos importantes e significativos para o entendimento desse conflito no território
cubano.
A revolução cubana não pode ser entendida como uma mera resposta ao arranjo
internacional que tomava o mundo no pós-Guerra. É importante notar que, a princípio, a
guerrilha de Fidel Castro não tinha nenhuma ligação com o comunismo e nem pretendia
instaurar na ilha um regime comunista.
É de suma importância reconhecer o caráter autóctone da revolução em Cuba. Não
houve ações da União Soviética na ilha na década de 1950 e não fazia parte do impasse entre
Ocidente e Oriente (MONIZ, p. 5). Pelo contrário, a revolução cubana pode ser vista como uma
manifestação das relações complexas – e contraditória, por vezes – dos países do continente
latino americano com o governo dos Estados Unidos.
Nesse sentido, o caminho da revolução cubana de Fidel Castro que levou à adoção das
ideias marxistas e a implantação de um regime comunista na ilha deve ser analisado levando
em consideração as influências da história. No momento da revolução, o mundo estava
polarizado e os Estados Unidos agiam no continente norte-americano com a intenção de manter
sua hegemonia e influência. As medidas tomadas pelos líderes da revolução – a reforma agrária,
por exemplo – feriam os interesses da elite norte-americana, principalmente aquela ligada à
produção cafeeira da ilha. O embargo econômico da Ilha e a invasão da Baía dos Porcos foi um
ganho para a revolução e a legitimou ainda mais para a população cubana. Diante desse cenário,
a aproximação à União Soviética parece ser inevitável, e Fidel finalmente adota ideias marxistas
e afirma o caráter comunista do regime cubano.
Cuba, a partir desse momento, representa um ponto estratégico importante no contexto
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da Guerra Fria. Um país do continente americano adotando o regime comunista coloca em risco
a influência norte-americana e pode vir a ser uma ameaça comunista no restante do continente.
E além do mais, importa lembrar a proximidade espacial de Cuba, agora com relações amistosas
e próximas com a URSS, com o território norte-americano.
É nesse sentido que, a crise dos mísseis, protagonizada pela URSS e pelos EUA, pode
ser considerada como um reflexo da Guerra Fria, situação que deixou a população mundial em
tensão por muito tempo.
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1.1 OTAN
Em 4 de Abril de 1949 foi assinado o Tratado do Atlântico Norte na cidade de
Washington D.C., capital dos Estados Unidos da América. Esse tratado deu origem à
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança internacional militar baseada
em uma concepção de defesa mútua em caso de um ataque a qualquer país membro.
Os países que assinaram o tratado em 1949, e que se tornam membros fundadores,
foram: Estados Unidos da América, Itália, Países Baixos, Bélgica, Islândia, Luxemburgo,
Canadá, Dinamarca, Noruega, França, Portugal e Reino Unido.
Até 1961, aderiram Grécia, Turquia e Alemanha Ocidental, somando-se aos 12 países
fundadores da OTAN, formando uma aliança militar de 15 países distribuídos pelo Hemisfério
Norte.
1.2 Pacto de Varsóvia
Em 14 de maio de 1955, foi assinado um tratado na cidade de Varsóvia, capital da
Polônia, que firmou a aliança militar entre os países socialistas do leste europeu chamada de
Pacto de Varsóvia. Esta aliança foi fundada em resposta a criação da OTAN pelos países de
sistema econômico capitalista e tinha como premissa responder belicamente a qualquer ataque
externo a qualquer país membro.
As nações fundadoras foram: União Soviética, Hungria, Romênia, Alemanha Oriental,
Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia e Polônia.
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2 Histórico
O século XIX foi marcado pelo processo de emancipação política dos vice-reinos
coloniais espanhóis. Já em 1830, a maioria do continente havia conquistado a independência,
com exceção de Cuba e Porto Rico. O processo de independência da América Ibérica foi
acompanhado de guerras civis e uma intensa fragmentação do continente.
As influências do Iluminismo, da Revolução Francesa e da Independência dos Estados
Unidos ajudaram a criar uma cultura política utilitarista e individualista – isto é, defensora das
liberdades do cidadão – na América Latina. As elites letradas que encabeçaram o movimento
emancipacionista importaram ideais iluministas e liberais para o contexto latino americano.
Isso resultou em políticas liberais, que incluíram a elaboração de Constituições e a
ocorrência de processos eleitorais nos novos países. Não obstante, a permanência da agro
exportação, da hegemonia latifundiária e de uma elite aristocrática, colocaram a América Latina
em um regime de economia neocolonial.
Esse surto de independência no continente estimulou o surgimento de movimentos
emancipacionistas em Cuba. No entanto, esses movimentos foram violentamente reprimidos
pelas autoridades locais. Foram várias as tentativas de levante em busca da autonomia cubana,
a mais importante a ser citada aqui foi um levante organizada por José Martí, um dos maiores
expoentes da luta pela independência cubana, que atuou no litoral cubano e desarticulou
guerrilhas e autoridades locais em pontos estratégicos.
A resposta espanhola foi severa: a reconcentración. Tal medida consistia em manter
famílias camponesas em campos de concentração para evitar mais revoltas. O consequente
aumento das agitações no país e a morte de milhares de pessoas representavam um risco para
economia norte-americana, que dependia do comércio açucareiro de Cuba. Nesse sentido, os
Estados Unidos interviram mandando tropas contra o governo espanhol.
Como a Espanha não estava em condições de enfrentar as investidas norte-americanas,
em 1898 foi assinado o Tratado de Paris, que passava o controle da ilha para os Estados Unidos.
A Emenda Platt, assinada no mesmo ano, foi mais um dispositivo constitucional que garantia
aos Estados Unidos o direito de intervenção militar e política em Cuba. O status de protetorado
norte-americano se manteve até 1933, mesmo ano em que Fulgência Batista assumiu o governo
por meio de um golpe militar. (MONIZ, p. 57)
Disso tudo, concluímos que mesmo com a independência, o continente latinoamericano, principalmente no que tange a economia, permaneceu dependente, e mais sensível,
às conjunturas externas. A inserção da América Latina como um continente de países
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independentes em uma nova ordem mundial, marcada pelo liberalismo econômico e de
ascensão dos Estados Unidos como potência, irá delinear as relações econômicas e diplomáticas
do século XX, que aqui vamos ter como ponto de partida a crise econômica que marcou a
década 1930.
A quebra da bolsa de valores em outubro de 1929 deflagrou relação de dependência que
as economias latino-americanas tinham com as economias mais desenvolvidas (DONGHI, p.
254). A redução das exportações por parte destas economias e o fim da possibilidade de retirar
capital do mercado financeiro internacional prejudicou o desenvolvimento e a estabilidade
econômica das primeiras.
Além disso, a crise pôs em xeque as ideias do liberalismo na América Latina. A partir
da década de 1930, um sentimento nacionalista começou a prevalecer dentre os países, tendo
como exemplo Getúlio Vargas no Brasil, o peronismo na Argentina e também o presidente
Cárdenas no México pelo Partido Revolucionário Mexicano.
A Segunda Guerra Mundial veio como mais um incentivo para que os países latinoamericanos buscassem mais autonomia. A Industrialização para Substituição de Importação
ganhou força – já ocorria desde a Primeira Guerra Mundial, e o desenvolvimentismo se
aprofundou, com um forte discurso antiliberal e nacionalista, incluindo políticas trabalhistas em
seu programa. (FRENCH-DAVIS, p. 129)
É nesse contexto que Fulgêncio Batista assume o poder de Cuba, em 1940. A revolução
de 1933, que derrubara o ditador Gerardo Machado, levou ao poder, provisoriamente, Grau San
Martín e colocou Batista como chefe do Exército. O governo de Martín inicia uma experiência
com pretensões socialistas e, obviamente, não foi reconhecido pelos Estados Unidos da
América. Por esse motivo, Batista retira seu apoio – e, portanto, do exército – e após um período
de regulamentação constitucional, Batista assume como presidente em 1940.
O primeiro governo de Batista foi marcado pelo fortalecimento do movimento sindical
e por ter um caráter nacionalista, apoiado inclusive pelo Partido Comunista. Acusado, no
entanto, de ter desvirtuado a revolução de 1933, as eleições de 1944 elegeram Ramón Grau San
Martín, pelo Partido Revolucionário Autêntico. Esse período, supostamente democrático, foi
marcado por um sistema de corrupção que superou de Batista. No entanto, o sucesso da
produção açucareira o manteve no poder e permitiu que fosse sucedido – não sem fraudes, no
entanto - pelo seu candidato, Prío Socarra.
O movimento de oposição - encabeçado pelo Partido Ortodoxo – lança uma forte
campanha moralizante, que encontra eco na sociedade e possibilitava prever a derrota do
Partido Autêntico Revolucionário nas próximas eleições, em 1952. No entanto, Batista, que
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havia se recandidato à presidência, também previu sua derrota e, no mesmo ano das eleições,
se proclama ditador por meio de um golpe militar. Dois anos depois, em 1954, é eleito
presidente via plebiscito.
O segundo governo de Batista é mais abertamente ditatorial e recebe apoio dos Estados
Unidos da América, tanto política como militarmente, por meio de fornecimento de armamentos
(DONGHI, p. 292). A postura autoritária de Batista, assim como a intervenção norte-americana
na ilha, fortaleceu a oposição no país. Mais forte do que a oposição do Partido Revolucionário
Autêntico, é o descontentamento das classes mais elevadas e das médias urbanas, que são
representadas principalmente pelo Partido Ortodoxo. E é daí que surge a resistência mais
convicta, dirigida por Fidel Castro. Surge então, em 1956, na cidade de Sierra Maetra, um
movimento de guerrilha, liderado por Castro. O movimento denominado “foquista”, é de cunho
nacionalista e anti-imperialista, não apresentando pretensões comunistas, tampouco dispondo
do apoio do Partido Comunista.
Sem muito respaldo do Partido Autêntico Revolucionário, do Partido Comunista e das
classes trabalhadoras, o movimento ficou restrito ao campo – por isso é chamado de foquista.
Assim, o exército rebelde atua no interior do país e queima as plantações de açúcar, atingindo
um importante pilar da economia cubana, colocando em xeque a capacidade de Batista de
governar Cuba.
Além da forte oposição dentro da ilha, algumas ações de Batista fizeram com que o
apoio dos EUA também diminuísse. O episódio de 5 de setembro de 1957 ilustra bem a situação.
Uma conspiração militar contra o ditador promoveu um levante na base naval de Cienfuegos.
Batista, por sua vez, reagiu ao levante com carros blindados e aviões B-26, fornecidos pelos
EUA de acordo com o Military Defense Assistance Program (Programa de Assistência Militar
de Defesa). Em seguida, suspendeu as garantias constitucionais que havia restaurado – todas
anuladas após o golpe de 1952 – para servir às exigências norte-americanas a fim de manter o
tratado. (MONIZ, p. 154)
Com isso, em 1958, o governo dos EUA anunciou o embargo ao envio de armamentos
para Cuba. Essa atitude, no entanto, não alterou as relações entre o governo Batista e
Washington aos olhos da oposição, principalmente da guerrilha liderada por Castro.
Assim, com a resistência de Batista enfraquecida, em 1o de janeiro de 1959, os
guerrilheiros tomaram a capital do país. Além do apoio dos camponeses rurais, agora eles
tinham o apoio dos trabalhadores rurais, da classe média urbana e da classe operária. E assim,
a revolução cubana pôs fim ao governo ditatorial e corrupto de Batista, que favorecia os
interesses econômicos norte-americanos na ilha. (DONGHI, pp. 292-293)
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Tendo feito aqui um panorama geral da trajetória política de Cuba, é necessário entender
o contexto internacional em que o evento está inserido. Conforme anteriormente citado, após a
crise de 1929 e o início da Segunda Guerra Mundial, os países latino-americanos viram uma
oportunidade para conseguir certa autonomia. Esse período foi marcado pela atuação de
governos fortes e, em geral, personalistas, e principalmente por um desenvolvimentismo
nacionalista.
O final da Segunda Guerra, e a vitória dos Aliados, trouxe mudanças políticas no
continente, a começar por um surto de democratização. No Brasil, por exemplo, Getúlio Vargas
começava a desarticular o Estado Novo e marcar eleições presidenciais e parlamentares no país.
Isso ocorreu porque o fim da Segunda Guerra trouxe um conflito ideológico entre as duas
potências remanescentes desse conflito mundial: a guerra fria. Ou seja, o desenvolvimentismo
nacionalista teve que se adaptar à nova conjuntura mundial.
A importância do continente latino americano na Guerra Fria é evidente. A intensa
retomada do Sistema Interamericano – em voga desde outubro de 1889, a partir do que foi
acordado na Primeira Conferência Internacional Americana em Washington – estabeleceu
princípios de cooperação militar e econômica no hemisfério americano, além de leis de não
agressão e de soberania estatal.
Em 1945, ocorreu a Nona Conferência Internacional Americana, em Bogotá, na qual os
Estados americanos adotaram a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA), o
Tratado Americano sobre Soluções Pacíficas (Pacto de Bogotá) e a Declaração Americana dos
Direitos e Deveres do Homem. A Carta da OEA e o Pacto de Bogotá impõem obrigatoriedade
das partes contratantes de resolver os conflitos interamericanos de forma pacífica, seja por meio
de mediação ou ajuizando ação perante a Corte de Justiça. A Declaração Americana dos
Direitos e Deveres do Homem definia uma preocupação da região para com o cumprimento
internacional dos direitos humanos. Devemos entender o que há por trás dessa criação de
mecanismos para integração regional perante o conflito mundial vigente à época.
Se durante a Guerra a preocupação de Washington era o apoio aos Aliados em
detrimento dos países do Eixo – Alemanha, Itália e Japão, agora a defesa pela democracia e a
contenção de ideias socialistas e comunistas entram na agenda dos Estados Unidos. É por isso
que o movimento de guerrilha liderado por Castro preocupava tanto o governo de Washington
e o apoio ao governo ditatorial de Batista avançou na década de 1950.
A Aliança para o Progresso nesse momento é ideal para ilustrar o que estava
acontecendo no continente nesse momento auge da Guerra Fria. Criado em 1961 pelo governo
de Washington, tinha o objetivo de promover o desenvolvimento econômico por meio de
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colaborações financeiras e técnicas a fim de conter a ideologia comunista no continente latino
americano.
3 Atualidades
Nesta parte, será apresentada a referência mais próxima à Guerra dos Mísseis,
apropriadamente falando. Será demonstrado o que muitos consideram o verdadeiro início da
Crise, sendo chamado de 'Invasão da Baía dos Porcos'. Esta parte, historicamente, é de imensa
importância para que se possa ter uma compreensão do problema de maneira mais abrangente,
e não apenas de um ponto de vista.
A Revolução Cubana derrubou o então ditador Fulgencio Batista, que estava no poder
desde 1952. Esta revolução ocorreu no início dos anos 1959, liderada pelo maior representante
das guerrilhas libertadoras cubanas, Fidel Alejandro Castro Ruz, ou apenas, Fidel Castro.
A revolução inseriu Cuba em um novo modelo econômico, mantendo estreitas ligações
com os representantes do socialismo pelo mundo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
e, com isso, contrariando o maior influenciador das políticas nacionais da época, os Estados
Unidos da América.
Nos tempos seguintes à Revolução a tensão agravou-se, devido, claramente, à Guerra
Fria (conflito político que dividiu o mundo dos anos 1950 até os anos 1990 em capitalistas e
socialistas, grosseiramente falando).
Em 1960, ocorreram as eleições presidenciais dos EUA, tendo como vencedor o
aclamado John F. Kennedy. A tensão gerada pela a ameaça comunista nas Américas ainda
estava presente, e buscava-se meios de controlá-la e interrompê-la.
Com isso, houve uma suspensão das exportações dos EUA de Cuba, numa tentativa de
gerar um desconforto no governo cubano, assim como para demandar uma mudança política e
econômica imediata. A resposta de Castro veio configurou-se na tomada de controle sobre as
empresas norte-americanas no seu país e também sobre os representantes norte-americanos que
lá estavam.
Tais ações estremeceram ainda mais as relações entre ambos os países, havendo, em
1961, um rompimento das relações diplomáticas entre eles. Importa notar que este rompimento
diplomático representou muito mais do que um estremecimento político entre dois países, mas
entre dois polos. O polo capitalista e o polo socialista, tendo como líderes os EUA e a URSS,
respectivamente.
Muito se falava a respeito de uma nova guerra mundial, com efeitos ainda mais
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devastadores, que poderia culminar na morte de milhões, novamente.
Para que isto não acontecesse, várias declarações foram dadas por parte de
representantes políticos de vários países com o objetivo de amenizar a situação, mas a tensão
crescia. Fidel Castro e John F. Kennedy intensificaram o trabalho bélico em seus países e muitas
eram as suspeitas de uma provável ação armada vinda de algum dos países. Esta suspeita se
tornou realidade em abril de 1961.
No dia 16 de abril, 1.500 homens, entre eles exilados cubanos contrários ao governo de
Castro, embarcaram de Nicarágua para invadir Cuba pela Baía dos Porcos, localizada no sul da
ilha.
Antes da embarcação partir para atacar, houve um grande bombardeio em solo cubano
por forças norte-americanas com o intuito de destruir ou fragilizar as Forças Aéreas do país. A
estratégia estava diretamente ligada à invasão por mar, e o objetivo do ataque era desestabilizar
o governo socialista, com a captura ou morte do representante popular local, Fidel.
Procurou-se mascarar a participação dos EUA na Invasão, mas já era de conhecimento
geral que o país em questão treinou, armou e planejou o ataque, visando retomar a influência
totalizadora que tinha antes da Revolução Cubana.
A invasão foi iniciada na madrugada do dia 17, quando as forças invasoras alcançaram
a praia de Girón (a invasão é chamada de “La Batalla de Girón” entre a população local), não
esperando uma forte reação, pois se pensava que o bombardeio anterior houvesse fragilizado
imensamente o exército local. Isto se mostrou equivocado, já que a milícia local rapidamente
buscou neutralizar a ação invasora, com o forte apoio dos grupos vizinhos, todos guiados por
Fidel Castro que buscou participar pessoalmente da confecção de estratégias contra o ataque,
na própria localidade.
A primeira grande surpresa do conflito foi o forte bombardeio aéreo cubano às frotas
norte-americanas, pois pensava-se que a frota aérea cubana já estava fragilizada com o
bombardeio estado-unidense anterior à invasão por mar. Com isto, ganhou-se vantagem
estratégica que se mostrou bastante eficiente.
A segunda grande surpresa foi a participação e apoio local às atitudes defensivas das
milícias locais, pois com Castro no governo, a qualidade de vida no país melhorou
significativamente, gerando forte aprovação do povo em relação ao novo governo populista,
descartando a influência norte-americana na região, o que era muito raro nas Américas.
Assim, no dia 19 de abril de 1961, as forças invasoras foram totalmente reprimidas e
declarou-se vitória, tendo os EUA fracassado na tentativa de invasão e assassinato de Fidel.
A ação defensiva se mostrou eficiente e surpreendente aos olhos do mundo, pois em 72
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horas o ataque naval havia sido neutralizado e a maioria dos invasores foram presos ou mortos.
Isto gerou uma grande aclamação mundial e um grande apoio às causas comunistas, o que
piorou a situação política vigente.
Theodore Draper (1962), historiador e escritor político estadunidense fez uma
declaração que ilustra bem a impressão gerada pelo mundo: “A infeliz invasão de Cuba, em
abril de 1961, foi um daqueles acontecimentos político-militares raros: um fracasso perfeito”.
Fidel Castro então proclamou que Cuba era um Estado Marxista-Leninista, dando livres
poderes a ele e aos representantes políticos, alegando que não eram eles que decidiam pelo país,
mas sim o povo.
Este foi o verdadeiro estopim da Guerra dos Mísseis, propriamente dito, as tensões
políticas foram amplificadas, relações políticas foram cortadas e declarações repercutiram pelo
mundo, dividindo de vez apoiadores comunistas e socialistas.
Após a Invasão à Baía dos Porcos, houve uma série de eventos que tornaram a situação
ainda mais tensa e complexa, como públicas ofensivas verbais emitidas por ambas as partes,
movimentações econômicas e políticas que diminuíssem a influência do rival, assim
continuando por anos.
Com isso, a URSS exerceu papel importante com uma política que favorecesse o novo
governo socialista do continente americano, enviando diversos equipamentos bélicos para a
ilha, em uma tentativa de aumentar ainda mais a defesa do país, pois observava-se uma maior
movimentação da marinha norte-americana e novos relatos de supostos planos de invasão a
Cuba pelos EUA.
No dia 22 de outubro de 1962, o então presidente norte-americano John F. Kennedy
obteve, através de fontes confidenciais, fotos que provavam a existência de bases soviéticas
implantadas em Cuba com mísseis que poderiam atingir os EUA (imagem 1). Foi feito, então,
um bloqueio naval à Ilha impedindo o acesso de novos navios soviéticos que pudessem trazer
mais armamentos e ordenaram que a URSS retirasse imediatamente o equipamento bélico do
país latino.
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Imagem 1: Imagem que revelaria a existência das bases militares soviéticas com os mísseis.
Começaram, então, rumores de que haveria uma guerra entre ambos os países e houve
grande mobilização cubana em defesa do próprio país, unindo veteranos e jovens. As
manifestações em Cuba apoiavam a atitude do governo e, novamente, a população local se
dispôs a lutar.
Do lado norte-americano, Kennedy oficializava o seu pedido à URSS para a retirada dos
mísseis com intenso apoio nacional, sendo seus esforços bem vistos pelos países aliados. Assim,
o mundo vivenciava o começo de um conflito que poderia ameaçar a integridade mundial.
4 Posicionamento de Países
4.1 OTAN
Alemanha Ocidental
Após a conferencia de Potsdam, realizada em 1945 a fim de organizar os territórios
conquistados pelo exército nazista, a Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação: norte
americana, francesa, inglesa e soviética. As três primeiras – federalistas - se uniram formando
a República Federal da Alemanha (RFA), sendo o governo vigente capitalista. Como fazia parte
da OTAN, e estabelecia relações políticas e econômicas estreitas com as potências da Europa
Ocidental e com o Estados Unidos, a posição da RFA se alinha à norte americana, seguindo as
diretrizes da OTAN.
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Bélgica
O Reino da Bélgica, membro da OTAN desde sua criação, se mostra favorável às
intenções norte-americanas em Cuba, bem como clama pela retirada dos mísseis soviéticos da
ilha. Além disso, sua tendência para o modelo econômico capitalista, um dos polos ideológicos
da Guerra Fria, era claro. Por exemplo, já em 1948, o Reino da Bélgica já formava um bloco
econômico com Luxemburgo e Países Baixos, o Benelux.
Canadá
Este país começou a caracterizar-se econômica e politicamente a partir da década de
1960. Buscou-se uma maior integração bélica e legal com os EUA, assinando tratados e pactos.
Também defendia a inserção da população nativa à economia nacional, buscando-se uma
integridade nacional. Assim, havia grandes avanços militares e sociais e um engrandecimento
da aliança EUA – Canadá, especialmente pela proximidade geográfica e política.
Dinamarca
Como um dos membros fundadores da OTAN, a Dinamarca diverge seu discurso com
o norte-americano, predominante nos países desta organização. O país se manteve neutro
durante a Segunda Guerra – assinou um tratado de não agressão com a Alemanha nazista em
1939, por exemplo, porém foi invadida e mantida sob o governo alemão até três dias antes do
término do conflito. Após 1945, vendo a relevância crescente que a URSS adquiria no
continente europeu, a Dinamarca tomou o lado ocidental e pró Estados Unidos na Guerra Fria.
Estados Unidos da América
O departamento de Estado de Washington já temia os avanços e a vitória da Revolução
Cuba na década de 1950. Com o acirramento do conflito que chamamos de Guerra Fria, e a
aproximação de Cuba com Kruschev - primeiramente mediante ajuda financeira soviética a
Cuba, seguido da aproximação ideológica da revolução ao comunismo – os EUA adotaram uma
posição mais rígida com a ilha. Como vimos no episódio da invasão da Baía dos Porcos e do
embargo econômico imposto ao país.
Por ser muito perto de seu território, e pela ilha pertencer ao continente americano, os
Estados Unidos exigem a retirada dos mísseis, supostamente colocados pela União Soviética
em Cuba. Além disso, teme também que os ideais comunistas se alastrem pelo resto do
continente latino americano. Sendo assim, Washington, sob a presidência de Kennedy, tenta
exercer maior influência no continente e convencer, por meios diplomáticos, os Estados
americanos cortarem relações com Cuba.
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França
Nos anos 1960, a França era liderada por Charles de Gaulle, talvez seu presidente de
maior importância em toda a história. Buscava-se uma política que libertasse o país da
bipolaridade política que dominava o mundo àquela época (EUA x URSS), incentivando-se
uma maior união entre os países europeus e uma maior consolidação do própria economia
francesa no mundo, já que os danos causados ao país pela Segunda Guerra Mundial (1939 –
1945) estavam sendo superados.
Grécia
A Grécia lutou a Segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados. Significou, inclusive,
uma das primeiras vitórias contra o eixo no conflito. Apesar de ter forte presença de partidos
comunistas em seu território, um poder centrado e conservador, vigente desde 1945, os
considera ilegais e a maioria dos partidários comunistas se refugiam em países do Leste
Europeu. Em 1952, o país entra na OTAN, e sua posição favorável aos EUA é retificada, sendo
favorável à retirada dos mísseis soviéticos em Cuba.
Islândia
Em 1949, houve uma revolta popular que se posicionava contra a participação da
Islândia na OTAN e que buscava uma maior participação social do governo do país pelo mundo.
Vários registros mostram que a revolta teve apoio de milhares de pessoas, mas a ligação entre
a Islândia e a OTAN sempre foi sólida, permitindo a criação de várias bases navais em seu
espaço territorial, por exemplo.
Itália
A definição da política externa italiana ficou complicada após a Segunda Guerra. Tendo
iniciado o conflito ao lado dos países do Eixo e tendo sido derrotada no meio da guerra, adotou,
por fim, uma posição favorável aos Aliados. Aderiu, portanto, à Organização do Tratado
Atlântico Norte (OTAN). No entanto, durante a guerra, a Itália estabeleceu relações
diplomáticas favoráveis com a União Soviética e, frente à polarização de 1945, adotou de inicio
uma política externa neutra. O presidente à época do conflito, Giovanni Gronchi, tentou
estabelecer relações amigáveis com a URSS, mas a influência hegemônica norte-americana na
Europa Ocidental forçou a Itália e demonstrar lealdade a Washington nesse momento.
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Luxemburgo
As relações políticas deste país sempre se voltaram para a consolidação de uma
representatividade substancial no panorama político e econômico mundial, firmando estreitas
ligações com países geograficamente e politicamente próximos. Assim, sua participação na
OTAN tem sido incisiva desde a sua entrada, apoiando financeiramente e tecnologicamente as
atividades desenvolvidas para resolver os embates existentes na Guerra Fria e defender a
posição mundial exercida pelo ocidente.
Noruega
A Noruega participou da Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados – Estados Unidos
da América, Reino Unido e França. Ao fim da Guerra, o país recebeu a ajuda do plano
econômico norte-americano para os países europeus prejudicados pela Guerra. Também foi
membro criador da OTAN e, por isso, se alinha aos interesses norte-americanos, quais sejam a
retirada imediata dos mísseis de Cuba e o não reconhecimento da Revolução Cubana.
Países Baixos
A sua participação na OTAN foi fundamentada nas tecnologias bélicas desenvolvidas a
partir de diversos estudiosos e dos incentivos fornecidos pelo governo em determinadas áreas
do conhecimento. Assim, este país tem notória participação nas inovações tecnológicas,
principalmente no panorama aéreo. Há também a necessidade de se participar de um convênio
militar de tal porte por ser insuficiente militarmente e por ter várias fronteiras territoriais.
Portugal
Portugal, enquanto membro fundador da OTAN, entendia que a retirada dos mísseis de
Cuba era necessária, bem como não reconhecia a legitimidade da Revolução cubana. No
entanto, a situação do país nesse momento é crítico: há uma onda de independência e Portugal
se vê diante de uma crise de seu Império ultramarino. Nesse sentido, o país se posiciona de
forma mais neutra durante este conflito.
Reino Unido
A ligação política e econômica entre o Reino Unido e os EUA sempre foi muito forte,
tendo muito apoio entre as partes em decisões internacionais. Assim, durante a Guerra Fria,
mais especificamente com as ações tomadas contra a URSS e a sua política socialista (a efetiva
participação na dominação e divisão da Alemanha Ocidental prova isso), tal postura foi
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solidificada. A tecnologia naval britânica também merece destaque pelo mundo, tendo uma
efetiva participação militar pela OTAN em ações bélicas mundiais.
Turquia
O seu posicionamento geográfico sempre se mostrou ser bastante estratégico,
principalmente durante a Guerra Fria, pois os EUA utilizavam-se do espaço turco para a
construção de bases militares que pudessem estar próximas à URSS. Durante a Crise dos
Mísseis, houve grande tensão mundial pois, como se sabe, Cuba detinha expressive poder bélico
devido à construção de mísseis em seu país pela URSS, mas os EUA também estavam
preparados para um combate, caso isso se mostrasse necessário, com cerca de 15 mísseis Júpiter
II construídos em solo turco que poderiam atingir o espaço soviético.
4.1.1 Observadores à OTAN
África do Sul
Durante os anos 1960, muitas foram as revoltas contrárias ao Apartheid (sistema
governamental que segregava a população do país com bases racistas) e isto gerava um grande
caos no país. Muitos revolucionários foram brutalmente torturados e mortos e o país viva grande
crise política. Assim, o país vivia inserido no modo de produção capitalista com grande
influência ocidental (representando o ocidente nesse continente), mas muitos conflitos internos
colocavam em dúvida a eficiência do modelo ocidental nessa população.
Argentina
A Argentina, junto ao Chile, foi o país que mais resistiu à influência norte-americana no
continente. Foi o último país, por exemplo, a assinar o Pacto de Bogotá. No entanto, em 1958,
assume o presidente Arturo Frondizi, que estabelece relações amigáveis com o presidente norteamericano Kennedy. Porém, a postura Argentina continua a favor do respeito à soberania
Cubana e julga ofensiva qualquer intervenção no país, bem como em qualquer outro ponto do
continente.
Austrália
No ano de 1951, os Estados Unidos da América e a Austrália assinaram um tratado
militar chamado ANZUS (junto à Nova Zelândia) que buscava garantir defesa mútua em caso
de agressão externa. Este pacto deixa claro a magnitude do apoio australiano às causas norte15
americanas e em que magnitude, demonstrando ser um fiel aliado em praticamente todas as
questões mundiais.
Brasil
O Brasil, país de peso no continente latino-americano, recebeu bem as intenções norteamericanas no que diz respeito implantação de um Sistema Interamericano. No entanto, foi
cauteloso no que tange a influência política dos Estados Unidos no continente. Em 1960, sob a
presidência de Jânio Quadros, o nacionalismo era notável no país e havia um forte sentimento
anti-imperialista. Desse modo a política externa brasileira adotou uma postura mais
independente em relação a Washington, o que fez com que o Brasil fosse contra a invasão de
Cuba em 1961, estabelecendo o princípio de soberania nacional como essencial a todos os
países.
Chile
Por volta de 1960, o Chile criou fortes laços políticos com os países de cunho capitalista,
especialmente com os EUA. Países desenvolvidos empenharam-se na tarefa de desenvolver a
região, tendo em vista a presença comercial naval do país e a comercialização intensa de
minerais na região.
Assim, mesmo partilhando de vários pontos em comum com Cuba (como aspectos
culturais, tradicionais, linguísticos e geográficos), este país demonstrou o seu apoio constante
as políticas estabelecidas pelos EUA por receber uma grande ajuda econômica do país norteamericano.
Coreia do Sul
A divisão da península da Coreia em duas áreas, uma sob o controle dos Estados Unidos
da América, e a outra sob o controle da União Soviética, é um dos principais sintomas da Guerra
Fria. Após 1945, a parte sul da península –sob influência norte-americana – se constituiu em
República da Coreia. Sua política externa se alinha com a dos EUA e, portanto, defende a
retirada dos mísseis em Cuba.
Honduras
A influência norte-americana é notável na política hondurenha desde a instalação da
multinacional United Fruit Company que, junto com a presença financeira dos Estados Unidos,
trouxe também a presença política. Sendo assim, no contexto da Guerra Fria, Washington
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aumentou sua influência no país por meio de tratados econômicos e políticos e, bem como a
Nicaragua, Honduras foi um país que se manteve alinhado a política norte americana na questão
cubana e se colocou favorável aos EUA na questão da crise do mísseis.
Japão
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão demonstrou forte apoio as causas
socialistas da URSS e combateu os Aliados (Estados Unidos, URSS e Reino Unido) ao lado
dos países do Eixo (Itália e Alemanha). No entanto, após os ataques atômicos as cidades de
Hiroshima e Nagasaki e o término da guerra, o país iniciou suas atividades liberais econômicas.
Em 1956, ingressou na Organização das Nações Unidas e dava prosseguimento às
atividades econômicas fortemente integradas com as do Ocidente, assim, demonstrando
simpatia pelas causas Norte-Americanas. Nos anos 1960, a economia nipônica dava saltos de
crescimento exorbitantes devido a exportação de produtos a baixo custo, tornando-se uma
promessa econômica mundial e forte aliada política e econômica dos EUA.
Nicarágua
A partir de 1936 se inicia a dinastia Somoza na Nicarágua. Anastasio Somoza García,
chefe da Guarda Nacional, influenciada pelos EUA desde a década de 1930, assume o poder e
instaura a dinastia Somoza. O departamento de Estado de Washington apoiou a ditadura, uma
vez que Somoza continha as guerrilhas comunistas no país se comprometera a zelar pela
estabilidade do continente americano. Em 1956 Anastasio Somoza foi assassinado, mas seu
filho o sucedeu e permaneceu com a política alinhada aos EUA. Muitos acordos, econômicos e
políticos, foram feitos com Washington a partir da década de 1960, o que fez com que a
Nicarágua fosse um dos países do continente americano alinhado aos Estados Unidos, apoiando
a invasão à ilha em 1961, bem como tomando partido dos EUA na crise dos mísseis.
Nigéria
Durante a Segunda Guerra Mundial, o país mostrou-se de extrema importância tanto na
oferta de recursos naturais, a fim de dar prosseguimento à guerra na região, quanto no envoi de
soldados para reforçar os exércitos atuantes.
Após a guerra, houve movimentação popular a favor da independência do país junto ao
Reino Unido, o que ocorreu nos anos 1960, mesma época em que ingressou na ONU. Assim, a
Nigéria começou a estabelecer-se como país e fundar importantes relações políticas e
econômicas com o Ocidente, principalmente devido às suas variadas exportações.
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Paquistão
A retirada dos britânicos da Índia, então colônia, deu lugar a criação do Estado do
Paquistão e a República da Índia. No entanto, a divisão realizada pelo Parlamento britânico não
contemplava certas questãos étnicas e religiosas. Sendo assim, o resultado disso foi a criação
de uma região de tensão na Ásia. Esses dois novos Estados disputavam, inclusive com a China,
um mesmo território: a Caxemira. Assim, o Paquistão se torna um importante ponto geográfico
estratégico no contexto da Guerra Fria. Os Estados Unidos tomam iniciativa de se aproximar
do novo país com a intenção de instalar uma base militar norte-americana no território.
República Democrática do Congo
A República Democrática do Congo fora colônia da Bélgica desde 1908 – à época, era
chamada de Congo Belga. A independência ocorre em junho de 1960, o país é tomado por
instabilidade interna devido à posse do governo. No entanto, a influência europeia – e da excolônia – permanece no país. Dessa maneira, apesar de apresentar uma postura mais moderada,
a República Democrática do Congo se alinha com as posturas do países de Europa Ocidental
no que diz respeito a Guerra Fria.
4.2 Pacto de Varsóvia
Albânia
Após o término da Segunda Guerra Mundial, a República Popular da Albânia não
estabeleceu relações oficiais positivas com países do ocidente, mantendo sua fidelidade ao
regime comunista, aliada fortemente à URSS e, principalmente, à República Popular da China.
As relações políticas com a Iugoslávia também foram benéficas ao país em décadas anteriores,
pois havia insuficiência em sua produção agrícola e industrial, firmando acordos variados. Com
a cisão sino-soviética, a Albânia, que recebia apoio e incentivos chineses, aliou-se ao governo
chinês, mostrando-se insatisfeita com a política soviética.
Alemanha Oriental
Após a divisão do território alemão em quatro zonas de ocupação, aquela destinada ao
controle soviético foi proclamada, em 1949, República Democrática Alemã (RDA), regida por
um governo de viés socialista e controlado pela URSS. Sendo assim, como fazia membro do
Pacto de Varsóvia e por ter sofrido intervenção, tanto política quanto econômica, da URSS, a
RDA se colocou favorável à Revolução Cubana e alinhando-se aos interesses soviéticos na crise
dos mísseis.
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Bulgária
Tendo lutado ao lado dos países do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, o território
búlgaro ficou sob o controle soviético com o término do conflito. Em 1946 tornou-se uma
República Popular, porém de caráter comunista e ainda com influências soviéticas. Já em 1995,
a Bulgária era integrante do Pacto de Varsóvia, e como parte integrante do bloco comunista do
globo, se colocou em defesa da soberania nacional de Cuba e se alinhou a política soviética na
crise dos mísseis.
Hungria
Sendo parte do Pacto de Varsóvia, a Hungria se alinha aos interesses da União Soviética
e defende a legitimidade da Revolução cubana. Além disso, vale lembrar que o presidente,
István Dobi - ganhador do prêmio Lenin da paz em 1962 - esteve no poder desde 1952 e
apresenta relações próximas e amistosas com a URSS e ainda é um forte defensor das ideias
comunistas.
Polônia
Este país demonstrou sua importância na política internacional através dos anos, se
fazendo presente nos eventos que culminaram nos maiores acontecimentos históricos que temos
conhecimento.
A Segunda Guerra Mundial foi iniciada com a invasão alemã ao país que culminou na
ocupação de sua capital (Varsóvia) pelas forças nazistas. Ao longo da guerra, a Polônia foi
dividida entre o país germânico e a URSS e, após o término do conflito, houve a instauração do
sistema socialista soviético no país.
O seu alinhamento com o governo soviético foi intenso e a assinatura do Pacto de
Varsóvia em sua capital simbolizou tal política, mesmo havendo várias revoltas no interior do
território que repudiavam o sistema popular implementado.
Romênia
Em 1945, Dr. Petru Groza - do Partido dos Lavradores - assumiu como Primeiroministro da Romênia. A partir daí, a implementação de ideais e práticas comunistas começaram
a entrar na agenda do governo. Em dezembro de 1947 o rei foi forçado a abdicar e declarou-se
a República Popular da Romênia, francamente comunista. Apesar de fazer parte do Pacto de
Varsóvia, a relação com a União Soviética é complicada. Primeiro por que havia um certo
ressentimento da Romênia em relação a URSS porque este último saiu com muitos territórios
19
romenos anexados no fim da Segunda Guerra Mundial. Além disso, havia, por parte do governo
comunista romeno, certo desgosto pelas novas políticas de Nikita Khruschov pós a morte de
Stálin. No entanto, no que diz respeito à Cuba, a Romênia defende a legitimidade da revolução.
Checoslováquia
Após o término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a dissolução do Império
Austro-Húngaro, a Tchecoslováquia se formou unindo duas regiões que dividiam idiomas locais
semelhantes (a região tcheca e a eslovaca), mas que tinham algumas disparidades econômicas
(predominância da industrialização por um lado e domínio da agricultura por outro,
respectivamente).
Denominada República Popular da Tchecoslováquia, a partir dos anos 1960 o país
mostrou-se favorável às ações cubanas devido a seu alinhamento político à URSS, iniciado após
o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com a forte influência soviética no leste
europeu.
URSS
A influência soviética pelo mundo se mostrou preponderante desde a Segunda Guerra
Mundial, atingindo dimensões mundiais. Países do extremo oriente (como a Coreia do Norte)
e do ocidente (como Cuba) aderiram ao sistema econômico popular soviético, graças a fortes
incentivos econômicos, bélicos e políticos.
O apoio demonstrado ao governo cubano à época da Crise dos Mísseis demonstrou a
integridade do bloco político socialista naqueles anos, havendo apelos diretos realizados entre
os líderes políticos soviéticos e os norte-americanos, numa tentativa de atingir uma estabilidade
política na região, levando-se em consideração a potencialidade bélica que estava sendo
ameaçada.
O país socialista em questão também teve envolvimento direto por ser responsável pela
construção das bases de mísseis que deram início ao conflito político e por financiar as ações
do governo cubano.
4.2.1 Observadores ao Pacto de Varsóvia
China
Durante a Guerra Fria, diz-se que o mundo estava dividido em dois polos: o polo
capitalista e o polo socialista. Mas deve-se analisar a posição política da República Popular da
China nessa época.
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A tensão existente entre a China e os EUA, devido a disputas regionais envolvendo
países do sudeste asiático, como o Vietnã; e o choque sino-soviético, causada pela divergência
de método de consolidação do socialismo pelo mundo faziam da um país com peculiar
posicionamento no tema. Dita por muitos como terceira potência que exercia grande
importância política, econômica e cultural, principalmente, no continente asiático.
Coreia do Norte
Após a Guerra da Coreia (1950-1953), a Coreia do Norte permaneceu fortemente aliada
ao socialismo, sendo financiada ativamente pela URSS e pela China. Com isso, foi considerável
a manifestação dos oficiais norte-coreanos apoiando o governo de Fidel Castro em suas ações
populares, estando também estrategicamente posicionada no extremo oriente asiático.
Cuba
A importância estratégica deste país na região sempre se mostrou intensa e a
representatividade exercida por Cuba na América, através do sistema político adotado junto à
URSS, sempre denotou uma ameaça a soberania exercida pelos EUA nessa porção do mundo.
Assim, Cuba mantém-se aliada às políticas soviéticas há muitos anos, servindo como
um polo de influência política importantíssimo para o Socialismo. Denotando constância e
determinação, o governo popular cubano liderado por Fidel Castro tem forte apoio
populacional, formando um país com união entre Estado e população em suas causas políticas,
econômicas e sociais.
Egito
O Egito, governado desde 1954 por Gamal Abdel Nasser, adotou uma política
evidentemente nacionalista e de incentivo ao pan-arabismo. O presidente egípcio foi símbolo
dos países ditos de terceiro mundo e significou a ruptura da política pró europeia no país. Em
1956, o Egito nacionalizou o canal de Suez – e recebeu apoio soviético - o que provocou conflito
com a França e o Reino Unido. Apesar de nacionalista, o país manteve uma relativa neutralidade
no que tange à Guerra Fria, no entanto, acredita na soberania nacional e defende a nãointervenção em Cuba.
Índia
Em agosto de 1947, após diversas revoltas populares lideradas, principalmente por
líderes como Mahatma Gandhi, a Índia obteve a sua independência do Reino Unido e, em 1950,
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tornou-se uma república com uma constituição formada. Assim, continuou mantendo relações
diplomáticas amistosas com a maioria dos países, também sendo fornecedora de matéria-prima
para a URSS, que denotava grande influência na região.
Os atritos culturais e territoriais com os países vizinhos como Paquistão e China também
foram marcos na história deste país, criando diversos conflitos armados que delinearam a
conduta política internacional com os seus respectivos vizinhos.
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5 Grupos OTAN/Pacto de Varsóvia
Tipo de
Membros
Membros da
Aliança
Membros
Observadores
Organização do Tratado do Atlântico
Norte
Alemanha
Bélgica
Canadá
Ocidental
Estados
Dinamarca Unidos da
França
América
Grécia
Islândia
Itália
Países
Luxemburgo Noruega
Baixos
Reino
Portugal
Turquia
Unido
África do
Argentina
Austrália
Sul
Coréia do
Brasil
Chile
Sul
Honduras
Japão
Nicarágua
Nigéria
Paquistão
República
Democrática
do Congo
Pacto de Varsóvia
Albânia
Alemanha
Oriental
Bulgária
Hungria
Polônia
Romênia
Checoslováquia
URSS
China
Coreia do
Norte
Cuba
Egito
Índia
6 Grupos Regionais das Nações Unidas
África
América
Latina e
Caribe
ÁsiaPacífico
África do
Sul
Argentina
China
Egito
Brasil
Nigéria
Chile
República
Democrática
do Congo
Cuba
Europa Ocidental e Outros
Alemanha
Ocidental
Alemanha
Oriental
Europa
Oriental
Islândia
Albânia
Itália
Bulgária
Austrália
Luxemburgo
Hungria
Índia
Bélgica
Noruega
Polônia
Honduras
Japão
Dinamarca
Países
Baixos
Romênia
Nicarágua
Paquistão
Portugal
Checoslováquia
Reino Unido
Turquia
URSS
Coreia do
Norte
Coréia do
Sul
Estados
Unidos da
América
França
Grécia
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7 Bibliografia
DRAPER, Theodore. A Revolução de Castro;
VAIL, John J. Os grandes líderes: Fidel Castro;
BANDEIRA, Luiz Alberto. De Martí a Fidel. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1998.
24
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