LIDOCAÍNA NO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTE

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TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
LIDOCAÍNA NO TRATAMENTO DA DOR EM PACIENTE PORTADOR DE FEOCROMOCITOMA. RELATO DE CASO
Anita P C Rocha*, Durval C Kraychete, Rioko K Sakata
HUPES - CET - SBA do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, UFBA - Salvador - BA
Avenida Leovigildo Filgueiras, 721, apartamento 721, Garcia - Salvador - BA
Introdução - O feocromocitoma é um tumor de células cromafins normalmente encontrados na medula adrenal e que liberam
catecolaminas, causando hipertensão, cefaléia, palpitações, diaforese, sintomas gastrintestinais, sintomas visuais e dor torácica ou abdominal. No feocromocitoma a dor abdominal é causada por redução do fluxo sangüíneo na musculatura de vísceras
abdominais, com conseqüente acidose tissular, hipoxemia e ativação de nociceptores. O baixo fluxo leva a desmielinização
nervosa e hipersensibilidade visceral. O objetivo deste caso é enfatizar o papel da lidocaína venosa no controle da dor. Relato
do Caso - Paciente do sexo feminino, 31 anos, 50 kg, portadora de feocromocitoma de local não-identificado, diagnosticado aos
17 anos. Foi internada com quadro de dor abdominal na região epigástrica, cortante, de forte intensidade, VAS 10 no pior momento e à admissão, que não cedia ao uso de analgésicos comuns por via oral ou opióide fraco por via parenteral. A dor estava
associada à náusea, vômito, cefaléia e aumento dos níveis tensionais. Tinha história de várias internações anteriores para controle dos sintomas dolorosos e de alergia a diferentes medicações, tais como, morfina, haloperidol, plamet, plasil e zofran.
Encontrava-se em uso de tramadol, profenid e dramin B6, sem controle do quadro álgico. Foi iniciada administração de lidocaína 400 mg ao dia, sulfato de magnésio, gabapentina, topiramato e fentanil, porém a paciente não apresentou melhora do quadro. Oito dias após o internação optou-se pelo aumento da dose de lidocaína venosa para 672 mg ao dia, em infusão contínua, e
houve controle da dor. A paciente recebeu alta 15 dias após o aumento da lidocaína, sem dor e com orientação para manter uso
domiciliar de topiramato, gabapentina e fentanil. Discussão - Este caso clínico demonstra que os anestésicos locais, através
da estabilização da membrana neuronal conseqüente à inibição do fluxo de sódio, promove redução de descargas neuronais e
controle da dor. Referências - 01. Ferrant FM, Paggioli J, Cherukuri S et al - The analgesic response to intravenous lidocaine in
the treatment of neuropathic pain. Reg Anesth, 1996;82:91-97.
B
PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM DOR CRÔNICA - ESTUDO DE 542 PACIENTES
Anita P C Rocha*, Durval C Kraychete, Rioko K Sakata
HUPES - CET - SBA do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, UFBA - Salvador - BA
Avenida Leovigildo Filgueiras, 721, apartamento 721, Garcia - Salvador - BA
Justificativa e Objetivos - A dor crônica é considerada um problema comum em qualquer comunidade. As pessoas afetadas
são atendidas em algum serviço de saúde em até cinco vezes mais que o resto da população e apresentam alteração do bem estar psíquico, social e econômico. Como conseqüência observa-se incapacidade física e absenteísmo no trabalho. Por isso, a dor
crônica é também considerada um problema grave e crescente de Saúde Pública. Este estudo se propõe a apresentar o perfil clínico dos pacientes atendidos no Ambulatório de Dor recentemente implantado no hospital escola da Universidade Federal da
Bahia. Método - Utilizando o banco de dados do Ambulatório de Dor do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, UFBA,
foi realizada análise retrospectiva dos pacientes vistos em primeira consulta, avaliando aspectos relacionados as características dos mesmos e da doença apresentada. Resultados - Foram avaliados 542 pacientes com média de idade de 49,6 ± 15,9
anos, sendo 68,5% do sexo feminino e 31,5% do masculino. A grande maioria apresentava alteração osteodegenerativa
(33,8%), síndrome miofascial (24,8%) e dor neuropática (24,2%). Aduração da dor foi de 66 ± 97 meses e a intensidade da dor, de
8,6 ± 1,9. O tempo médio e a intensidade da dor foram maior no gênero feminino (p < 0,05). A dor na cabeça e cervical foi mais freqüente no gênero feminino, e a lombar, no masculino. A odds ratio para dor lombar foi de 1,72 (1,11 -2,65). Esses valores não se
alteraram quando a odds ratio foi ajustada para presença de trauma prévio. Sintomas associados como insônia, melancolia e irritabilidade ocorreram em 86,7% dos indivíduos e foram mais freqüentes entre as mulheres (p = 0,01). Observou-se que 74% dos
pacientes já haviam sido internado por algum motivo (cirurgias ou internações clínicas), isso também foi mais freqüente nas mulheres (p = 0,01). Conclusões - Esse estudo evidencia diferenças relativas ao sexo em pacientes com dor crônica e o fato de que
o paciente quando procura um serviço especializado já sofria por um tempo prolongado. O desenvolvimento de estratégias para
uma abordagem apropriada do sintoma pode impedir o aparecimento de conseqüências desastrosas ao sujeito. Os programas
devem ter abordagem multidisciplinar e promover estudos clínicos, epidemiológicos e experimentais que possam dar margem à
análise e enfrentamento das síndromes dolorosas crônicas. Referências - 01 - Clark D - Chronic pain prevalence and analgesic
prescribing in a general population. J Pain Sympton Manage, 2002;23:131-137; 02. Elliott AM, Smith BH, Penny KI et al - The epidemiology of chronic pain in the community. Lancet, 1999;354:1248-1252.
CBA 052
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
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