Song and Dance

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Song and Dance
Canção e Dança
DANÇA 8 E 9 DE ABRIL
21h30 · Grande Auditório · Duração 1h10
Concepção e Interpretação Mark Tompkins Cenografia e Figurinos Jean-Louis Badet Encenação Frans
Poelstra Luzes e Direcção Técnica David Farine Arranjos musicais de Heaven e My Way Nuno Rebelo
Direcção de Cena Alexandre Théry Figurino de Prince Albrecht Alice Villeneuve Administração e
Digressões Amelia Serrano Agradecimentos a toda a equipa do Théâtre de la Cité internationale à Paris
Co-produção Le Vivat Scène conventionnée d’Armentières, Centre Chorégraphique National de Tours
(acolhimento no estúdio) Apoio Théatre de la Cité internationale, Paris, TanzQartier Wien, Viena, Ville de
Paris. A Companhia I.D.A. – Mark Tompkins é subsidiada pela DRAC Ile-de-France/Ministério Francês da
Cultura e da Comunicação, no âmbito do programa de Apoio às companhias convencionadas.
A seguir a cada um dos espectáculos, na sala 2, haverá uma pequena conversa entre Mark Tompkins
e o público.
© Per Morten Abrahamsen
Músicas
Giselle
Adolphe Adam (excerto)
I could have danced all night*
On the street where you live*
Lerner, Loewe
Frank Mills*
Ragni, Rado, Macdermot
Summertime
Georges Gershwin
Like a Rolling Stone
Bob Dylan
Pissing in a river
People have the power
Patti Smith
Heaven
David Byrne, arranjos de Nuno Rebelo
The beautiful ones
Prince
The impossible dream*
Joe Darion
Stairway to heaven
Jimmy Page, Robert Plant
Somewhere*
Leonard Bernstein
My way*
Claude François, Paul Anka, arranjos de Nuno Rebelo
* Canções cantadas a capella por Mark Tompkins
* Canções cantadas por Mark Tompkins
Song and Dance
Irène Filiberti
Invulgar promotor da transfiguração de géneros, Mark Tompkins gosta de se definir a
si próprio como um autodidacta em busca
constante. Este performer atípico explora
as mais ínfimas peculiaridades e ambiguidades do ser humano, abordando, ao longo
de uma carreira pontuada por projectos
surpreendentes, o marginal, o fronteiriço,
seja no contexto social seja no contexto
performativo. Após as suas “Homenagens”
a grandes nomes da dança como Valeska
Gert, Vaslav Nijinsky e Josephine Baker, e a
homenagem muito mais pessoal ao seu falecido amigo coreógrafo Harry W. Sheppard,
Mark Tompkins regressa a esta veia com o
solo Song and Dance. Que águas agitadas
nos esperam nesta singular forma de dança
que mistura o íntimo e o desconhecido, a
solidão e a multiplicidade? Nesta criação,
o sentido poético pouco comum do artista
revela a sequela de um espectáculo, essa
pequena morte, envolvendo os técnicos e
os bastidores, que se repete de cada vez
que a cena é desmontada.
Song and Dance começa com o coreógrafo sozinho em cena no final do espectáculo. Parece transferir a acção para os técnicos que se atarefam na remoção dos projectores, das cortinas, do cenário. Tompkins é
o artista desconhecido que pouco a pouco
se vai libertando do seu papel, removendo a maquilhagem e o traje – acções que,
normalmente levadas a cabo em solidão, se
tornam de repente públicas nesta criação
que contraria o tempo e a sequência normal
dos acontecimentos. Imerso na solidão do
seu camarim à boca de cena, o actor retrata o menestrel espartilhado no seu traje
shakespeariano. Um lento striptease em
que o artista se descarta da caracterização
e desnuda a realidade do teatro. Artefactos
que vão sendo abandonados um a um transformam-se em outras imagens, profundas
e íntimas, inexoravelmente ligadas à criação de um solo como memória do corpo,
assim como a questões de identidade e de
representação.
Neste universo, cerca de quinze canções
tecem um manto de sonho. Bob Dylan,
Patti Smith, Prince, recordam-nos períodos de transição dos últimos trinta anos.
Memória colectiva e reminiscências pessoais parecem fundir-se, criando imagens fascinantes. Estranhas composições, que surgem como realidades subjectivas, oscilam
ao sabor das metamorfoses do coreógrafo.
Em Song and Dance as imagens, tal como
a música, são feitas de fios do passado.
Mark Tompkins inicia uma forma de poesia
com traços de nostalgia, e dança com os
fantasmas do teatro e outras sombras semelhantes, alternando entre o macabro e o
surrealista.
Algures entre os temas sérios e as palavras leves, este solo tem uma dimensão
emocional rara. Neste auto-retrato transfi gurado, Mark Tompkins apresenta-se num
estado desnudado e singular a que ele chama ‘a vida a nu’. Algures entre o sonho e a
realidade, e para além de si próprio, o coreógrafo inventa divas fictícias, abraça-se
a um esqueleto, desaparece na noite do renascer e da poeira estelar. A pura magia do
teatro dissolve-se na arte da ambivalência
que não rejeita as mais atraentes mentiras
do teatro. Com raízes fortes na tradição do
entretenimento, esta criação manipula com
destreza a arte do ‘kitsch’.
Com o espírito derisório que lhe é tão característico, tentando teimosamente perseguir a impossibilidade da representação, o
coreógrafo retira a pele morta das imagens
e da ilusão teatral, apenas para regressar ao
acto autêntico. Song and Dance é uma homenagem delicada e vibrante ao que liga o
artista e o público, a arte e a vida.
© Laurent Philippe
MARK TOMPKINS
Bailarino, coreógrafo e pedagogo americano, Mark
Tompkins vive em França desde 1973. Depois de
uma série de solos e espectáculos de grupo, fundou em 1983 a sua própria companhia, I.D.A.
Paralelamente à direcção artística da
Companhia I.D.A., desenvolve pesquisa sobre a improvisação e a composição em tempo real através
do ensino e de encontros com outros bailarinos,
músicos, desenhadores de luzes, videastas e artistas plásticos.
Premiado no Concurso de Bagnolet em 1984,
realizou a trilogia Trahisons-Men, Women, Humen,
apresentada integralmente no Festival Montpellier-Danse em 1987. No ano seguinte criou, no Festival
de Avignon, Nouvelles, inspirado no romance IDA,
de Gertrude Stein. Entre 1990 e 1992, produziu La
Plaque Tournante, uma série de espectáculos site-specific envolvendo a dança, a música, o vídeo e
a luz, com a sua companhia e artistas locais, em
dez cidades europeias. Em 1993 criou Home (Le
meilleur des mondes), uma comédia musical para
quatro bailarinos-comediantes, em 1994 Channels,
uma fantasia urbana para sete bailarinos e três
músicos, e em 1996 Gravity
Gravity, um reality show para
cinco bailarinos-comediantes e vídeo.
Criou e interpretou solos, reunidos desde 1998
sob o título Hommages: La Valse de Vaslav (1989),
uma homenagem a Nijinsky, Witness (1992), dedicado ao bailarino-coreógrafo Harry Sheppard,
Under My Skin (1996), uma homenagem a Josephine
Baker, encomenda da Culturgest, e Icons (1998),
dedicado a Valeska Gert.
Entre 1998 e 2000, em residência em
Estrasburgo, criou La vie rêvée d’Aimé (1999), uma
comédia musical para público jovem sobre a aventura adolescente, e RemiXamor (2000), um fresco
sobre o corpo e os seus desejos.
Desde 2001, Mark Tompkins é artista associado ao Théatre de la Cité Internationale, em Paris,
onde desenvolveu durante três anos o projecto
de pesquisa e criação En Chantier 2001/2004, que
acompanha os trabalhos de recuperação de novas
salas, e criou, em 2003, Song and Dance.
PRÓXIMO ESPECTÁCULO
DANÇA 14, 15 E 16 DE ABRIL
21h30 · Palco do Grande Auditório · Dur. 1h00
Trio
de Tiago Guedes / RE.AL
A Culturgest co-produziu e apresenta em estreia em
Portugal a nova criação de um dos coreógrafos portugueses da nova geração que mais interesse tem despertado nos circuitos internacionais nos últimos anos.
Trio para além de uma coreografia também é um
espaço.
Um espaço dentro do teatro e por sua vez circunscrito no palco.
Um espaço habitado por uma imagem composta
por intérpretes.
Em Trio coexistem sobreposições e variações.
Sobreposições de diferentes níveis de leitura de uma
mesma cena e variações a partir da mesma.
Alguns pontos comuns activam a memória do
espectador que, ao deixar-se levar por esta “paisagem” coreográfica, não esquece a origem da imagem
que se transforma à sua frente.
Como é que uma imagem pode ser manipulada,
limpa, poluída ou alterada sem que o seu “radical” (a
sua base) seja esquecido?
Que diferentes níveis de percepção e de leitura um
espectador pode ter acerca de uma mesma imagem
coreográfica?
Tiago Guedes
Os portadores de bilhete para o espectáculo têm
acesso ao Parque de Estacionamento da Caixa
Geral de Depósitos.
Conselho de Administração
Presidente Manuel José Vaz
Vice-Presidente Miguel Lobo Antunes
Vogal Luís dos Santos Ferro
Assessores
Gil Mendo (Dança)
Francisco Frazão (Teatro)
Miguel Wandschneider (Arte Contemporânea)
Raquel Ribeiro dos Santos (Serviço Educativo)
Direcção Técnica
Eugénio Sena
Direcção de Cena e Luzes
Horácio Fernandes
Direcção de Produção
Margarida Mota
Audiovisuais
Américo Firmino
Paulo Abrantes
Produção e Secretariado
Patrícia Blazquez
Mariana Cardoso de Lemos
Tiago Rodrigues (estagiário)
Iluminação de Cena
Fernando Ricardo (Chefe)
Nuno Alves
Exposições
António Sequeira Lopes (Produção e Montagem)
Paula Tavares dos Santos (Produção)
Susana Sameiro (Culturgest Porto)
Comunicação
Filipe Folhadela Moreira
Ana Fonseca (estagiária)
Publicações
Marta Cardoso
Rosário Sousa Machado
Actividades Comerciais
Catarina Carmona
Serviços Administrativos e Financeiros
Cristina Ribeiro
Paulo Silva
Culturgest, uma casa do mundo.
Informações 21 790 51 55
Edifício Sede da CGD, Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa
[email protected] • www.culturgest.pt
Maquinaria de Cena
José Luís Pereira (Chefe)
Alcino Ferreira
Técnicos Auxiliares
Tiago Bernardo
Álvaro Coelho
Frente de Casa
Rute Moraes Bastos
Bilheteira
Manuela Fialho
Edgar Andrade
Joana Marto
Recepção
Teresa Figueiredo
Sofia Fernandes
Auxiliar Administrativo
Nuno Cunha
Com o apoio da AFAA, Association Française d’Action
Artistique – Ministère des Affaires Étrangères
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