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História
A crise alemã acompanhava o movimento da crise geral capitalista desde
a quebra da Bolsa de Nova York, em outubro de 1929. A recuperação
alemã do pós guerra estivera montada sobre uma economia de exportação;
com a crise, os capitais externos refluíram, as exportações cederam e as
importações industriais tornaram-se proibitivas. A crise avançou e, em 1932,
os desempregados atingem o número de 6 milhões — quase um terço do
total de trabalhadores da Alemanha.
LENHARO, Alcir. O Triunfo da Vontade. São Paulo: Ed. Ática, 1986. p. 25 (adaptado).
A) B)
Identifique o que foi a chamada crise de 1929.
Explique a relação existente entre a crise econômica capitalista e a ascensão do
movimento nazista na Alemanha na década de 1930.
Resolução:
A)
Também conhecida como a Grande Depressão, foi uma crise de superprodução
e especulação financeira que se iniciou nos Estados Unidos em outubro de 1929,
disseminando-se pela Europa, América e outros continentes nos meses seguintes.
A crise se relaciona com o padrão de crescimento da economia estadunidense
nos anos posteriores a Primeira Guerra Mundial, dentro de um modelo produtivo
fordista e uma predominância das práticas liberais. No decorrer dos Anos 20, paralelamente a expansão industrial e financeira, bem como a elevação do padrão
de vida nos Estados Unidos, ocorreu uma expansão considerável do mercado de
ações, cuja euforia e especulação ofuscaram os problemas que apareciam na
economia real, como a disparidade entre a oferta e a demanda, a concentração de
capital, o que se tornou evidente após 1929. Deste modo, a crise de 1929 traduziu
o esgotamento do modelo econômico liberal, levando a sua gradativa substituição
nos anos seguintes - não apenas nos Estados Unidos - pelas práticas econômicas
intervencionistas, como é o caso da orientação keynesiana.
B) O movimento nacional-socialista surgiu após a Primeira Guerra Mundial, em Munique, no sudoeste da Alemanha, em uma conjuntura marcada por graves problemas
sociais e econômicos decorrentes do esforço de guerra e das pesadas punições
postas sobre a Alemanha no Tratado de Versalhes, de 1919. Tais problemas, somados a fragilidade política da jovem República de Weimar, favoreceram a expansão
de projetos mais radicais, como o nazismo e o comunismo. Não obstante o crescimento verificado pelo movimento no decorrer dos Anos 20, o nazismo precisaria de
outro momento de crise para conseguir ascender ao poder. Conforme destacado
no texto, a crise de 1929 paralisou as atividades econômicas do país, levando a
uma drástica redução das exportações e dos investimentos – especialmente com
a repatriação de capitais iniciada pelos Estados Unidos, ainda durante o governo
de Hebert Hoover (1929-1933). Além disto, como também indica Alcir Lenharo
no texto, cerca de 06 milhões de trabalhadores ficaram desempregados, “quase
um terço do total de trabalhadores da Alemanha”, o que naturalmente favoreceu
a rápida expansão do NSDAP, o partido nazista de Hitler. A crise desarticulou a
República de Weimar, cuja presidência estava nas mãos de Paul von Hindenburg,
favorecendo decisivamente a ascensão de Adolf Hitler e sua nomeação como
Chanceler da Alemanha, em 1933.
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