7D ERIVADOR E I NTEGRADOR Neste capítulo estudaremos circuitos com capacitores, onde comportamento varia ao longo do tempo e depende da freqüência. Portanto a análise destes circuitos deve ser feita no domínio do tempo e, principalmente, no domínio da freqüência. Lista de material: Semicondutores 1...LM741C Resistores (1/4W, 5%). 2...2k 2...10k 2...100k 1...1M Capacitores de poliester metalizado (±10% - código K ou ±5% - código J) 2...10nF (0,01µF ou 10.000pF) 2...100nF (0,1µF) Experiência 1- Derivador R f =100k Vi ~ Rs Ci 10k 10nF Vo Fig. 1- Derivador Formulário Td = R f Ci Vo = −Td [Hz] Etapa 1- Montar o circuito conforme o diagrama esquemático da Figura 1. Etapa 2- Ajustes iniciais. • Osciloscópio CH1=0,5V/DIV. DC; POS. CENTRAL. CH2=0,5V/DIV. DC; POS. CENTRAL. MODO=CHOPPER BASE DE TEMPO=1mS/DIV. TRIGGER=CH1; SLOPE+; AUTO, • Gerador de funções: TRIANGULAR; 1Vpp; 250Hz Etapa 3- O sinal de saída, visto através de CH2, é uma onda quadrada com amplitude de 0,5V de pico e com característica inversora. No intervalo onde o sinal de entrada aumenta, o sinal de saída é negativo. No outro intervalo, para Vi diminuindo, Vo é positivo. Conforme a teoria, para: - + Vo ( t ) = − R f Ci 1 [rad / s] Td 1 1 fd = = 2πTd 2πR f Ci ωd = ∆Vi=1V, ∆t=2ms e Td=100kΩ.10nF=1ms Vo=0,5V OBS: esta tensão deve ser medida em relação ao ZERO e não pico a pico. Vo pico medido = d d Vi ( t ) = − Td . Vi ( t ) dt dt ∆Vi ∆t EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima Td = [V] ∆t V ∆Vi o Td = [ms] 2 Experiências com Amplificadores Operacionais - Derivador e Integrador 1/ T 250.0 Hz Trig -0.30 V consecutivos: BASE DE TEMPO=50µ S/DIV. CH1 ∆t = [µs] [kHz] fosc = 1 / T = Trig 0.5V 0.5V -0.30 V CH1 1ms Figura 2- Oscilograma do Derivador Etapa 4- Se aumentarmos a freqüência para 500Hz diminuiremos ∆t para 1ms e, consequentemente, aumentaremos a amplitude do sinal de saída para Vopico=1V. 0.5V Vo pico medido = [V] Etapa 5- Curto-circuitar Rs=10kΩ. Você deverá estar observando uma grande oscilação no sinal de saída, típico de um comportamentos instável. A freqüência de oscilação é determinada pela seguinte equação: Etapa 6- Retire o "jump" de Rs. O circuito volta a operar estavelmente. BASE DE TEMPO=1mS/DIV. O resistor Rs é o responsável pela constante de tempo observada na onda retangular de saída e pela freqüência de corte Tc = Rs .Ci 1 fc = 2πRsCi f c =1/2π.10kΩ.10nF=1,592 kHz Esta freqüência de corte deve ser menor que a freqüência de oscilação que ocorre sem este resistor. f d . f u onde f u = GBP Considerando GBP=1MHz fd=159,2Hz, teremos fosc=12,6kHz. e Meça a freqüência de oscilação medindo o intervalo entre dois picos EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima 1ms Figura 3- Comportamento Instável do Derivador. Como podemos notar, a resposta do derivador à uma onda triangular é uma onda quadrada. Observe, no entanto, que a onda retangular é ligeiramente arredondada. Isto se deve ao resistor Rs, instalado em série ao capacitor de entrada Ci, para evitar instabilidade no circuito. f osc = 0.5V Rs > R f fd fu Para freqüências abaixo de fc o circuito funciona como derivador; onde o ganho aumenta com o aumento da freqüência. Para freqüências maiores Experiências com Amplificadores Operacionais - Derivador e Integrador que fc, o circuito funciona como amplificador inversor de ganho Av=Rf/Rs=-10 (ou +20dB; φ=180 o ) • Aumente a freqüência para aproximadamente 1,25kHz. e reajuste o osciloscópio 1/ T 2.500 kHz Trig -0.35 V 3 Etapa 8- Mudar o sinal de excitação para senoidal 1Vpp, 125Hz (duas décadas abaixo em relação à última etapa) e ajustar o osciloscópio. O sinal de saída será também uma senoidal, porém defasado 90 o. Observe que a tensão de saída diminui com a diminuição da freqüência. CH1 Ajustar a freqüência até a amplitude do sinal de saída ficar igual ao da entrada. (os dois canais devem estar com o mesmo V/DIV). fd=1/2 π.Rf.Ci. fd ≅ 1 / 2π 100kΩ 10nF = 159,2Hz [Hz] p/ Vop = Vip f d = 0.5V 5V 0.1ms Figura 4- Derivador Operando Próximo à Freqüência de Corte Etapa7- Aumentar a freqüência para aproximadamente 12,5kHz e ajustar BASE DE TEMPO=20µS/DIV. CH2=0,5V/DIV. BASE DE TEMPO= 1ms/DIV. 1/ T 154.5 Hz Trig 0.25 V CH1 O sinal de saída é uma triangular invertida em relação ao sinal de entrada. O circuito funciona como amplificador inversor para freqüências maiores que a freqüência de corte. 0.5V 1/ T 12.54 kHz Trig -0.30 V CH1 0.5V 1ms Figura 6- Derivador na freqüência fd. Etapa 9- Resposta à degrau é um impulso. • Mudar o sinal para QUADRADA=1Vpp. Ajustar BASE DE TEMPO = 1mS/DIV e CH2=5V/DIV. Você deverá estar observando impulsos de quase 10V de pico. 0.5V 5V 20us Figura 5- Derivador Operando Acima da Freqüência de Corte EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima 4 Experiências com Amplificadores Operacionais - Derivador e Integrador Trig 0.00 V CH1 Etapa 1- Montar o circuito da Fig. 8. Etapa 2- Ajustes iniciais: • Osciloscópio: CH1=0,5V/DIV-DC; POS. SUPERIOR. CH2=0,5V/DIV-DC; POS. INFERIOR BASE DE TEMPO=0,1mS/DIV. TRIGGER=CH1; SLOPE+, NORMAL, 0.5V 5V • Gerador de funções QUADRADA; δ=0,5; 1Vpp; nível DC=ZERO, 2,5kHz. 1ms Figura 7- Resposta à Degrau. Experiência.2- Integrador R p = 100k Vi R i = 10k - C f = 10nF Vo ~ + Figura 8- Integrador Qualquer componente contínua presente no sinal de entrada ou tensão off set de entrada e corrente de polarização de entrada do amp op levaria o amp op à saturação. Para evitar este deslocamento, foi instalado o resistor Rp em paralelo ao capacitor Cf. Formulário Vo ( t ) = −1 ∫ Vi ( t ).dt Ri .C f Ti = Ri .C f 1 [rad / s] Ti 1 fi = [Hz] 2πTi 1 fc = 2πR p C f Etapa 3- Ligar a alimentação e o gerador de funções. Você deverá estar observando uma onda triangular de aproximadamente 2 V de pico no terminal de saída do amp op (através de CH2). O integrador é muito sensível ao nível dc, portanto, faça um ajuste fino no DC LEVEL ou DC OFF SET do gerador de funções. Nesta experiência é importante que o ciclo de trabalho da onda quadrada seja exatamente 50% (duty cicle δ=0,5). O período do semiciclo positivo deve ser igual ao período do semiciclo negativo. Para Vi=0,5Vp, ∆t=0,2mS (f=2,5kHz) e Ti=Ri.Cf=10kΩ.10nF=0,1mS, a tensão de saída deverá ser uma onda triangular de 1Vpp ∆Vo Vi = ∆t Ti ∆Vopp = ωi = EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima Ti = Vi . [V] ∆t ∆Vo Ti = [ms] Experiências com Amplificadores Operacionais - Derivador e Integrador 1/ T 2.525 kHz 0.5V Trig 0.5V -0.45 V O resistor Rp, instalado em paralelo ao capacitor Cf, foi utilizado nesta experiência para evitar o deslocamento da tensão de saída para a saturação. Este resistor não é nos reguladores PID uma vez que existe um elo de realimentação negativa externo. CH2 0.1ms Figura 9- Resposta à Degrau do Integrador. Etapa 4- Determinação da freqüência de integração f i . • Mudar o sinal de entrada para SENO, 1Vpp e diminuir a freqüência até a amplitude do sinal de saída ficar igual ao de entrada. Observe que a amplitude aumenta com a diminuição da freqüência, comportamento oposto ao do derivador. Esta freqüência deve ser próximo de f i =1/2 πRi.Cf fi=1/2 π.10k Ω .10nF=1,592kHz . 1/ T 1.547 kHz Trig • Mudar a forma de onda para quadrada novamente e ajustar CH2=5V/DIV-DC. Observe que o sinal de saída não é perfeitamente triangular devido ao efeito de Rp. Para freqüências maiores que a freqüência de corte o circuito funciona como integrador. Para freqüência menores, como amplificador inversor de ganho Av = -Rp / Ri = -10. (+20dB; φ =180 o ). fc=1/2 πRp.Cf. fc= 1/2 π.100k Ω .10nF=159.2Hz • Diminuir a freqüência para aproximadamente 50Hz BASE DE TEMPO = 2mS/DIV. CH2 = 5V/DIV;DC. Trig [kHz] fi = 0.25 V 5 -4.0 V CH2 CH1 0.5V 5V 2ms Figura 10- Integrador operando abaixo de fc. 0.5V 0.5V 0.2ms Figura 10- Integrador na Freqüência f d . Etapa 5- Influência de Rp. EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima Etapa 6- Retirar Rp do circuito. Observe que o sinal de saída é uma onda triangular mais perfeita, porém, deslocada e ceifada pela saturação do amp op. 6 Experiências com Amplificadores Operacionais - Derivador e Integrador Tente ajustar o nível DC do sinal de entrada com a intenção de manter o sinal de saída na posição central. É muito difícil. Qualquer componente DC, inclusive Vio e Ib- do amp op, leva o amp op à saturação. a)Não Inversor Vo ( t ) = 1 + 1 ∫ Vi ( t ).dt Ri . C f Vo 1 (S ) = 1 + Vi Ti .S Etapa 7- Off Set K P =1 Ti = R i .Cf a) Retirar o gerador de sinais do circuito. b) Aterrar a entrada do integrador. (Atenção para não curto circuitar a saída do gerador de funções). Curto-circuitar o capacitor Cf através de um jump. O sinal de saída deve cair para zero (precisamente Vio). Retire o jump. O sinal de saída se deslocará para a saturação (positiva ou negativa). Este erro, que aumenta com o tempo, é provocado por Vio e Ib- R p = 100k R i = 10k - C f = 10nF Vo + Vi ~ 1/ T 2.463 kHz Trig 0.30 V CH1 p / Ri = Rb VO(OffSet) = Vio + e p / Rb = 0 VO( OffSet ) = Vio + 1 Ti ∫ [Vio + Ri . I io ]dt 1 ∫ [Vio + Ri . Ib − ]dt Ti 0.5V 0.5V 0.1ms ! Não desmonte este circuito. Reinstale o resistor Rp=1MΩ Ω e modifique o circuito conforme o diagrama esquemático da Figura 11. Experiência 3- Regulador PI O circuito do regulador PI (Proporcional-Integral) não inversor é exatamente o circuito do Integrador com o sinal de excitação aplicado na entrada não inversora enquanto que o PI inversor necessita de um resistor adicional em série com o capacitor. EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima Figura 11- Regulador PI Não Inversor b) Inversor Vo 1 1 (S) = − K p + = − K p 1 + Vi Ti .S Tn .S Kp = Rf / Ri Ti = R i .Cf Tn = K P .Ti = R f .Cf Tc = R p .Cf Experiências com Amplificadores Operacionais - Derivador e Integrador R f =100k R p = 100k R i = 10k Vi Rf Cf 10k 10nF - Kp= 1 T i = 0.1ms T n = 0.1ms Rs Ci 10k 10nF Vo Vi Vo ~ + ~ + Kp=1 Não Inversor R f =100k Ri 1/ T 2.217 kHz Trig 0.35 V 7 Vi CH1 ~ Rs Ci 10k 10nF Vo + Inversor PD Inversor 0.5V 0.5V 0.1ms Regulador PI- Proporcional + Integrador dB amp op - open loop 100 sem Rp 80 60 com Rp 40 20 Rp/Ri Regulador PD- Proporcional + Derivador 0 dB Kp -20 Kp=0.1 fc fi fn amp op - open loop 100 80 fu sem Rp 60 Figura 12- Regulador PI - inversor 40 Experiência 4- Regulador PD Inversor 20 Rp/Ri com Rp 0 Kp -20 [ ] Vo (S) = − K p + Td .S = − K p [1 + Tv .S] Vi fv fd fc Kp = Rf / Ri Figura 13- Regulador PD Td = R f .C i Kp= Ti= Tn= Td= Tv= Tv = R i .C i Tc = R s .C i EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima Ganho Tempo Tempo Tempo Tempo fosc fu proporcional de Itegração da ação integradora de derivação da ação derivadora 8 Experiências com Amplificadores Operacionais - Derivador e Integrador 1 Vo ( S ) = − K p + Td . S + Vi Ti . S Experiência 5- Regulador PID Rp Ri Vi Rs Rf Ci 1 = − K p 1 + Tv . S + Tn . S Cf -- Devemos tomar muito cuidado ao relacionarmos tempo de derivação (ou de integração) com a freqüência de derivação (ou de integração). Vo ~ + ω x = 1 / Tx [ rad / s ] f x = 1 / 2 π . Tx [ Hz ] Reguladores PI, PD e PID que permitem ajustes independentes de Kp, Ti e Td (ou de Kp, Tn e Tv) necessitam de pelo menos três amp op’s. No regulador PI da figura 15, o potenciômetro P1 ajusta o ganho proporcional Kp enquanto o potenciômetro P2 ajusta o tempo da ação integral Tn. Figura 14- Regulador PID Rfp Vi Cfi P1 Rip - P2 Rii - A1 - K p .Vi + A2 + Vi Rf=R Kp Tn Vi Ri=R R1=R A3 + Vi Tn K p.V i - − Kp(1+ 1 ) Vi Tn R2=R Ti Tn EFEI - IEE/DON Kazuo Nakashima Figura 15- Regulador PI