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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS
NATURAIS
FRANCIELE LOCKS
Passiflora incarnata L. (Maracujá): ASPECTOS HISTÓRICOS,
TAXONÔMICOS, CULTIVO E UTILIZAÇÃO NA MEDICINA POPULAR
E CIENTÍFICA
CRICIÚMA, DEZEMBRO 2005
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FRANCIELE LOCKS
Passiflora incarnata L. (Maracujá): ASPECTOS HISTÓRICOS,
TAXONÔMICOS, CULTIVO E UTILIZAÇÃO NA MEDICINA POPULAR
E CIENTÍFICA
Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul
Catarinense- UNESC, para a obtenção do título
de especialista em Gestão de Recursos
Naturais.
Orientadora: Professora. Angela Erna Rossato
CRICIÚMA, DEZEMBRO 2005
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois mesmo quando estive distante, Ele
sempre esteve ao meu lado.
Aos meus pais, Waldir e Therezinha, que durante quatro anos na
graduação em Ciências Biológicas e mais um ano e meio na especialização em
Gestão em Recursos Naturais, proporcionaram meus estudos, incentivando-me no
decorrer desses anos, vibrando com minhas conquistas e sobretudo me apoiando
nos momentos mais difíceis e para nunca desistir.
Aos meus irmãos Silvia e Franck, que como meus pais estavam sempre
incentivando, vibrando com minhas conquistas, vitórias e derrotas.
Aos meus amigos e colegas, em especial ao meu amigo Alecsandro S.
Klein, que me ajudou muito na disciplina de Botânica, e a todos aqueles que de
alguma forma colaboraram.
A minha orientadora Angela Erna Rossato, que dedicou muitas horas do
seu tempo com sua sabedoria e experiência, me auxiliando na presente monografia.
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“Se não houver frutos
Valeu pela beleza das flores
Se não houver flores
Valeu pela sombra das folhas
Se não houver folhas
Valeu pela intenção das sementes...”
Henfil
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RESUMO
As plantas medicinais tem seu uso respaldado em muitos anos de utilização, mas
recentemente vem crescendo o interesse em transformá-las em medicamentos
fitoterápicos. No entanto para que uma planta medicinal atinja este patamar sua
eficácia terapêutica e ausência de toxicidade devem ser avaliados e comprovados,
através da utilização dos métodos modernos de análise a que estão submetidos os
medicamentos sintéticos. O principal ponto de partida para as pesquisas com
plantas medicinais é a utilização popular, e estas após validação estão respaldadas
cientificamente para uso da população nas suas necessidades básicas de saúde,
bem como obtenção do registro como medicamento. Entretanto, apesar do avanço,
poucas plantas são validadas cientificamente, pois a pesquisa científica, não
consegue alcançar a velocidade e a totalidade do uso e das indicações terapêuticas
da medicina popular. Neste contexto foi realizado um levantamento bibliográfico da
espécie Passiflora incarnata, através da coleta de dados da literatura abordando
aspectos históricos, taxonômicos, de cultivo e utilização na medicina popular e
científica visando o conhecimento e o uso racional da mesma tanto pela comunidade
acadêmica bem como pela comunidade em geral.
.
Palavras-chave: Passiflora incarnata; fitoterapia; planta medicinal; fitoterápicos.
.
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LISTA DE ANEXOS
Figura 1 – Aspecto geral de Passiflora incarnata L.(maracujá)..................................26
Figura 2 – Detalhe das folhas Passiflora incarnata L.(maracujá)..............................26
Figura 3 – Detalhe de uma flor Passiflora incarnata L.(maracujá).............................26
Figura 4 – Detalhe de um fruto Passiflora incarnata L.(maracujá).............................26
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAS – Ácido acetil salicílico
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
IMAO – Inibidora de monoamina oxidase
OMS – Organização Mundial da Saúde
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 HISTÓRICO DA FITOTERAPIA ........................................................................... 13
2.1 Conceitos e Definições......................................................................................16
2.2 Passiflora incarnata L. (Maracujá).................................................................... 19
2.2.1 Histórico ........................................................................................................ 19
2.2.2 Taxonomia .................................................................................................... 20
2.2.3 Principais constituintes químicos de interesse farmacológico........................23
3 CULTIVO ............................................................................................................... 25
3.1 Como Plantar e Manejar o Maracujá................................................................ 27
3.1.1 Semeadura.................................................................................................... 27
3.1.2 Preparo do Solo ............................................................................................ 28
3.1.3 Sistema de Sustentação ............................................................................... 29
3.1.4 Coveamento.................................................................................................. 29
3.1.5 Adubação ..................................................................................................... 30
3.1.6 Transplante das Mudas................................................................................ 31
3.1.7 Podas........................................................................................................... 32
3.1.8 Culturas Consorciadas.................................................................................. 32
3.1.9 Controle do Mato........................................................................................... 33
3.9.1 Controle de Pragas e Doenças ..................................................................... 33
3.9.2 Pragas.......................................................................................................... 34
3.9.3 Doenças ........................................................................................................ 36
3.9.4 Colheita ......................................................................................................... 40
3.9.5 Secagem ....................................................................................................... 41
3.9.6 Cuidados que antecedem a secagem ........................................................... 42
3.9.7 Métodos de Secagem ................................................................................... 43
3.9.8 Armazenamento e Embalagem..................................................................... 43
4 MEDICINA POPULAR ........................................................................................... 45
5 MEDICINA CIENTÍFICA ........................................................................................ 47
5.1 Indicações e Ações Terapêuticas .................................................................... 47
5.2 Posologia ......................................................................................................... 47
5.3 Via de Administração ....................................................................................... 48
5.4 Contra-Indicações e Precauções ..................................................................... 48
5.5 Toxicidade....................................................................................................... 48
5.6 Efeitos Colaterais ............................................................................................. 49
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 52
ANEXOS....................................................................................................................55
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1 INTRODUÇÃO
O uso das espécies vegetais, como fins de tratamento e cura de doenças
e sintomas, remonta o início da civilização, desde o momento em que o homem
despertou para a consciência e começou um longo percurso de manuseio,
adaptação e modificação dos recursos naturais para o seu próprio benefício. Está
prática milenar, atividade humana por excelência, ultrapassou todas as barreiras e
obstáculos durante o processo evolutivo e chegou até os dias atuais, sendo
amplamente utilizada por grande parte da população mundial como fonte de recurso
terapêutico eficaz. (STASI, 1996).
A utilização das plantas medicinais pelo povo faz parte da cultura, como
resultado das experiências de gerações passadas, que foram transmitidas por meio
de aprendizagem consciente e inconsciente. O resultado empírico das virtudes
curativas dos vegetais remonta a épocas antigas, quando o homem primitivo
escolhia os prados e selvas, guiado pelo instinto ou outra sugestão, a erva para
acalmar a dor e curar o próprio mal. Portanto, a Fitoterapia é contemporânea ao
início da humanidade. (PANIZZA, 1997).
O uso de produtos de origem vegetal para o tratamento de problemas de
saúde é muito popular e conhecido tecnicamente como fitoterapia. Essa prática é
bastante ampla e mundialmente reconhecida, tendo diversos enfoques práticos.
Muitas plantas medicinais, por serem elementos participantes de rituais místicos e
esotéricos, fazem uma interface ou muitas vezes são vítimas de confusão com
bruxarias e crendices; sendo assim socialmente destituídas de suas propriedades
medicinais. Pelo fato de ser popularmente bem aceito o uso de plantas medicinais
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para promover a cura de enfermidades, muitas vezes a fitoterapia, é vítima do
charlatanismo e da ignorância, que juntos podem associar descrédito à fitoterapia e
risco para a população em geral. (BRESOLIN, 2003).
Fitoterapia, é uma forma terapêutica alopática que utiliza plantas
medicinais para amenizar ou curar uma doença (Nascimento, 1996).
A utilização ponderada e racional das plantas medicinais como suporte
terapêutico, pode ser considerada uma forma simples, de baixo custo e bastante
eficaz de promover a saúde. (CÔRREA, 1998).
Entre as plantas medicinais, destaca-se a Passiflora incarnata L.
(maracujá), utilizada popularmente como sedativa, tranquilizante, antiespasmódica,
no combate ao stress, entre outros. Sua propriedade sedativa já esta amplamente
validada. A Passiflora incarnata
integra a Lista de Registro Simplificado de
Fitoterápicos da RE 89, de 16 de março de 2004/ ANVISA, onde reforça a validação
e a comprovação da propriedade sedativa da planta e seu uso como fitoterápico.
Diante disso o presente estudo, propõe um levantamento bibliográfico
sobre os aspectos históricos, taxonômicos, de cultivo e utilização na medicina
popular e científica da Passiflora incarnata L. (maracujá), tendo como objetivo
promover o uso racional desta planta.
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2 HISTÓRICO DA FITOTERAPIA
No ano 3000 a.C a China dedicava-se ao cultivo de plantas medicinais e
atualmente,
mantém
laboratórios
de
pesquisa
e
cientistas
trabalhando
exclusivamente para desenvolver produtos farmacêuticos com ervas medicinais de
uso popular. (MARTINS, 2000).
Sabe-se também que, desde 2300 a.C, os egípcios, assírios e hebreus
cultivavam diversas ervas e traziam de suas expedições tantas outras. Com estas
plantas, chegavam a criar purgantes, vermífugos, diuréticos, cosméticos e
especiarias para a cozinha, além de líquidos e gomas utilizados no embalsamento
de múmias. (MARTINS, 2000).
Na antiga Grécia, as plantas e o seus valores terapêuticos ou tóxicos
eram muito conhecidos. Hipócrates (460-377 a.C), denominado o “Pai da Medicina”,
reuniu em sua obra “Corpus Hipocratium”a síntese dos conhecidos médicos de seu
tempo, indicando para cada enfermidade o remédio vegetal e o tratamento
adequado. (MARTINS, 2000).
No começo da Era Cristã, Dioscórides enumerou em seu tratado, “De
Matéria Médica”, mais de 500 drogas de origem vegetal, descrevendo o emprego
terapêutico de muitas delas. (MARTINS, 2000).
Na Idade Média, a medicina e o estudo das plantas medicinais
estagnaram-se por um longo período. Os eventos históricos que surgiram na
Europa, como ascensão e queda do Império Romano e o fortalecimento da Igreja
Católica, exerceram enorme influência sobre todo o conhecimento existente na
época, incluindo-se aqui as informações a cerca de plantas medicinais. (MARTINS,
2000).
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Planta medicinal é todo vegetal que contém em um ou vários de seus
órgãos substâncias que podem ser empregadas para fins terapêuticos ou
precursores de substâncias utilizadas para tais fins. Chama-se de farmacógeno a
parte usada do vegetal os órgãos vegetais nos quais estas substâncias ocorrem em
quantidades maiores, e, por esta razão, são empregadas como matéria-prima do
medicamento. (AKISSUE, 2003).
O emprego de plantas medicinais na recuperação da saúde tem evoluído
ao longo dos tempos desde as formas mais simples de tratamento local,
provavelmente utilizada pelo homem das cavernas até as formas tecnologicamente
sofisticadas da fabricação industrial utilizada pelo homem moderno. Mas, apesar das
enormes diferenças entre as duas maneiras de uso, há um fato comum entre elas:
em ambos os casos o homem percebeu, de alguma forma, a presença nas plantas a
existência de algo que, administrado sob a forma de mistura complexa como nos
chás, garrafadas, tinturas ou cápsulas, tem propriedade de provocar reações
benéficas no organismo capazes de resultar na recuperação da saúde. Este algo
atuante é o que se chama de principio ativo. (LORENZI, 2002).
O advento da Revolução Industrial proporcionou a produção em larga
escala de vários tipos de produto, incluindo medicamentos. Na nascente indústria
farmacêutica era grande o interesse pelas plantas medicinais, estudando-se sua
composição e os efeitos farmacológicos de seus distintos constituintes. Partiu-se
assim para a síntese dos princípios ativos, empregando-as então de forma ampla na
terapêutica de diversas entidades nosológicas. Desse vertente temos: o ácido acetil
salicílico (AAS), atropina, digitálicos, efedrina, mentol, alguns opiáceos, pilocarpina,
quinino, reserpina, teofilina, vimblastina, vincristina, entre uma grande quantidade de
fármacos obtidos a partir de plantas. (CÔRREA, 2002).
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que mais de 3 bilhões de
pessoas em todo o planeta (cerca de 80% do total de habitantes) confiam nas
chamadas “medicinais tradicionais” para as suas principais necessidades em nível
de saúde. É notório que dentro das “medicinas tradicionais” as ervas tenham grande
emprego e importância. (CÔRREA, 2002).
O Brasil tem uma riquíssima e vasta floresta e, na rica diversidade
biológica da Mata Atlântica, há uma fábrica natural de medicamentos baratos e
eficazes. A flora brasileira tem cerca de 15 mil espécies diferentes de ervas ou
plantas que constitui um caminho inesgotável para os pesquisadores da fitologia. Os
cientistas de todo o mundo não tem mais dúvidas: a cura de doenças graves como o
câncer e a AIDS existe, e está guardada nas florestas, sobretudo nas florestas
tropicais que cobrem o Brasil e outros países da América latina. (FRANCO, 1996).
Aproximadamente 25% dos fármacos empregados, atualmente, nos
países industrializados advêm, direta ou indiretamente, de produtos naturais,
especialmente de plantas superiores. No entanto, durante os últimos 20 anos, os
fármacos de origem natural que apareceram no mercado são, em proporção
majoritária, oriundos de pesquisas científicas realizadas na China, na Coréia e no
Japão, sendo que a contribuição dos países ocidentais neste período foi bem
menos. (YUNES, 2001).
Recentemente o interesse pelo emprego de produtos naturais vegetais
em remédios, em particular, pela fitoterapia (tratamento de doenças com plantas)
tem gerado grande interesse de médicos e do público em geral. (LADEIRA, 2002).
A fitoterapia cresce em importância na medida em que o homem vai se
tornando pequeno frente ao desenvolvimento tecnológico espantoso, que ele mesmo
criou. Este mesmo conhecimento tecnológico levou-o a perceber o quanto estava se
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afastando da natureza, de quem sempre tanto recebeu. (TESKE, 1997).
2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A fitoterapia, cujo princípio está na alopatia, que é a cura pelo oposto
“Contraria contrariis curantur”, diferenciando-se desta pelo uso de preparados
tradicionais padronizados, eficazes, com inocuidade e qualidade controlados,
elaborados de plantas medicinais e não preconizando o uso de substâncias
quimicamente definidas, isoladas, purificadas e de estrutura molecular determinada.
(CAÑIGUERAL, 1998; DUNFORD, 2001).
Etimologicamente a fitoterapia, “terapêutica com plantas”, se define como a
ciência que estuda a utilização dos produtos de origem vegetal com finalidade
terapêutica, seja para prevenir, para atenuar ou para curar um estado patológico,
neste contexto utiliza plantas medicinais e fitoterápicos. (CAÑIGUERAL, 1998).
Os medicamentos fitoterápicos são aqueles cujos os ingredientes ativos
estão
constituídos
por
produtos
de
origem
vegetal,
que
devem
ser
convenientemente preparados, dando-lhes a forma farmacêutica mais adequada
para sua administração ao paciente. Portanto para a elaboração de medicamentos
fitoterápicos podem empregar principalmente drogas vegetais, que geralmente se
apresentaram trituradas ou pulverizadas; produtos obtidos por extração; princípios
ativos purificados. (CAÑIGUERAL, 2003).
No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março
de 2004 publicou a Resolução nº 48, que regulamenta o registro de fitoterápicos no
país. De acordo com essa nova Resolução definiu-se o produto fitoterápico como:
Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas
ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos
riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de
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sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de
levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações
tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se
considera medicamento fitoterápico aquele, que, na sua composição,
inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as
associações destas como extratos vegetais.
As plantas medicinais, no entanto são conceituadas, segundo a OMS
(Organização Mundial da Saúde) como sendo qualquer planta que possua em um ou
em vários de seus órgãos , substâncias que podem ser utilizadas com finalidade
terapêutica o que são precursores para a química farmacêutica. (CAÑIGUERAL,
2003).
Para conseguir um uso racional da fitoterapia é necessário existir uma
base científica que apóia a eficácia de muitos produtos fitoterápicos para
determinadas indicações. A eficácia se consegue com o uso adequado dos preparos
fitoterápicos, tanto no que se refere as indicações como a forma de administração.
Em geral, portanto, a fitoterapia necessita dispor de medicamentos a base de
plantas com qualidade, segurança e eficácia, assim como ferramentas de
informações rigorosas e confiáveis para os profissionais sanitários, além disso,
proporcionar a oportunidade de adquirir uma formação sólida em fitoterapia.
(CAÑIGUERAL, 2003).
Segundo a OMS, para o uso racional é preciso que se prescreva o
medicamento apropriado, que esteja disponível a um preço acessível, que seja
distribuído e dispensado adequadamente, e que seja utilizado na dose e posologia
indicadas. O medicamento deve ser eficaz, seguro e de qualidade comprovada.
A necessidade de promover o uso racional dos medicamentos, contudo,
não diz respeito somente à questão financeira. Seu uso apropriado é, antes de tudo,
o pilar da qualidade da atenção a saúde oferecida ao paciente e a comunidade.
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(OMS, 2002).
O conceito que as pessoas tem de que as plantas são remédios naturais
e, portanto, livre de riscos e efeitos colaterais, deve ser reavaliado. O
estabelecimento da dose adequada e eficiente é provavelmente o aspecto mais
controverso da fitoterapia contemporânea. Doses inadequadas, subdoses, estão
relacionadas com a ineficácia da terapêutica com fitoterápicos e a sobredose, com o
risco potencial de intoxicação. De maneira geral, as doses inadequadas tem como
conseqüência um alto índice de mortalidade, infecções, enfermidades crônicas e
mentais, o que justifica cuidados especiais na preparação e no consumo de plantas
medicinais. (FERREIRA, 2002).
Embora os questionamentos e limitações na utilização de fitoterápicos
sejam muitos e o caminho para a utilização racional destes recursos seja ainda
permeado de obstáculos, acredita-se firmemente que é possível e necessário, adotar
a idéia de uso racional e, aos poucos, materializá-la com atitudes. (Rates, 2001).
Se a intenção é utilizá-los como medicamentos devem ter sua eficácia
comprovada e seu risco de toxicidade eliminada. Para isso devem ser analisados
segundo os métodos modernos de análise que hoje são empregados para os
medicamentos sintéticos. (RATES, 2001).
A Legislação Brasileira, avançou muito neste aspecto nos últimos anos. A
atual RDC que vigora atualmente sobre o Registro de medicamentos fitoterápicos, a
RDC 48, de 16 de março de 2004, no seu artigo 8, quando fala sobre a segurança
de uso e a(s) indicação(ões) terapêutica(s), relata que estas devem ser validadas
através de 3 opções.
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1 – Atingir no mínimo 6 pontos com estudos publicados entre as obras da
Lista de Referências Bibliográficas para a Avaliação de Segurança e Eficácia de
Fitoterápicos; lista esta que consta na RE 88 de 16 de março de 2004;
2- Apresentar comprovação de segurança de uso ( toxicologia pré-clínica,
toxicologia clínica) e de eficácia terapêutica ( farmacologia pré-clínica e farmacologia
clínica) do medicamento. Os ensaios clínicos deverão atender as exigências
estipuladas pelo Conselho Nacional de Saúde – CNS;
3- Apresentar levantamento bibliográfico (etnofarmacológico e de utilização,
documentações técnico-científicas ou publicações), que será avaliado conforme os
critérios que seguem: Indicação de uso deve ser episódico ou para curtos períodos
de tempo, coerência com relação às indicações propostas, ausência de risco tóxico
ao usuário, ausência de grupos ou substâncias químicas tóxicas ou presentes dentro
de limites comprovadamente seguros e comprovação de uso seguro por um período
igual ou superior a 20 anos. ( ANVISA, 2004).
Neste contexto o registro de um medicamento fitoterápico valida a planta
medicinal e sua indicação terapêutica e os estudos tanto de cunho científico como
popular impulsionam a validação e o uso racional de plantas.
2.2 Passiflora incarnata L. (Maracujá)
2.2.1 Histórico
A Passiflora incarnata L. é uma planta nativa do sul da América do Norte,
conhecida no Brasil como ”maracuiá”, palavra de origem indígena cujo o significado
é “comida preparada em cuia”, derivado “Flos Passionis”, por uma relação mística
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com a Paixão de Cristo, os escritores do século XVI consideravam bastante
simbólicas as partes da flor do maracujá. O simbolismo atribui-se: à parte feminina,
constituída por um estigma tripartido representando às três pessoas da Santíssima
Trindade; à parte masculina, composta de cinco estames simboliza as Chagas de
Cristo; à corola, que representaria a coroa de espinhos; à gavinha, que representaria
o chicote. Esta planta foi enviada ao Paulo V, que mandou cultivá-la em Roma,
informando que ela representaria uma revelação divina. (REITER, 1998).
O uso do maracujá data da época da colonização das Américas pelos
espanhóis, que aprenderam à usá-las com os índios Astecas, tornando-se
rapidamente conhecida na Europa como sedativo, calmante, antiespasmódico e
tônico dos nervos, através de relato feito por um médico espanhol no ano de 1569,
sobre o uso do seu chá pelos indígenas no Peru. (LORENZI, 2002).
Na América do Norte, sua introdução se deu em meados de 1800, por
aceitação do chá usado pelos índios e escravos na região sul dos Estados Unidos
como sedativo e remédio para dor de cabeça. (LORENZI, 2002).
A primeira referência ao maracujá no Brasil, foi em 1587 no tratado
descritivo do Brasil como “erva que dá fruto”. Foi Nic Monardis quem 1569,
descreveu a primeira espécie do gênero Passiflora, a saber Passiflora incarnata L.,
mas sob o nome de Granadilla. (REITER, 1998).
2.2.2 Taxonomia
• Divisão: Magnoliophyta
• Classe: Magnoliopsida
• Sub-Classe: Dilleniidae
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• Ordem: Violales
A ordem violales incluem as seguintes famílias: Flacourtiaceae,
Peridiscaceae,
Stachyuraceae
Malesherbiaceae,
Violaceae,
Passifloraceae,
Sphaerosepalaceae,
Scypthostegiaceae,
Aschariaceae,
Cochlospermaceae,
Turneraceae,
Cistaceae,
Tamarecaceae,
Bixaceae,
Frankeniaceae,
Elatinaceae, Caricaceae, Loasaceae, Datiscaceae e Begoniaceae. (JOLY, 1966).
Consiste de 24 famílias com aproximadamente 500 espécies: as espécies
mais primitivas são árvores com folhas alternas e estípulas; flores hipóginas,
polipétalas com numerosos estames. (CRONQUIST, 1988).
• Família: Passifloraceae
Compreende esta família 12 gêneros com cerca de 600 espécies com
distribuição marcadamente tropical, principalmente nas Américas e na África. São
plantas herbáceas ou lenhosas, em geral trepadeiras, com gavinhas e nectários
extraflorais, folhas de disposição alternas, inteiras ou variadamente lobadas, às
vezes com formas inusitadas, com estípulas. Flores muito vistosas, grandes e
hermafroditas, cíclicas, diclamídeas, de simetria radial e com um androginóforo bem
desenvolvido (Passiflora). Sépalas e Pétalas 5, estas muitas vezes ungüiculadas.
Corona petalóide fimbriada bem desenvolvida e muito vistosa na flor. Estames
simples, no alto de um androginóforo. Ovário súpero, no ápice do androginóforo,
tricarpelar, unilocular, com muitos óvulos de placentação parietal. Estiletes e
estigmas. Frutos baciforme, indeiscente, com muitas sementes envoltas em arilo
carnoso (JOLY, 1966).
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22
Compreende esta família 16 gêneros, com cerca de 650 espécies; de
regiões tropicais e subtropicais, especialmente América e África. São plantas
escandescentes, herbáceas ou lenhosas, com gavinhas; folhas alternas, inteiras ou
lobadas, raramente compostas, muitas vezes com nectários extraflorais no pecíolo;
estípulas presentes, às vezes foliáceas. Flores hermafroditas, isoladas ou em
inflorescência cimosas. Androginóforo, com Gineceu no ápice e Androceu mais
baixo; Gineceu unilocular. Fruto cápsula ou baga (CRONQUIST, 1988).
Principais
espécies:
Passiflora
alata, Passiflora edulis, Passiflora
incarnata, esta última espécie é a única validada pela ANVISA.
Fórmula Floral: K5C5A5G(3-5)S*.PS2K5 : Cálice com 5 sépalas livres entre si;
C5 : Corola com 5 pétalas livres entre si;
A5 : Androceu com 5 estames livres entre si;
G(3-5) : Gineceu de 3 a 5 carpelos unidos entre si;
S* : Ovário súpero simetria radial ou flor actinomorfa;
PS2- : Primórdio Seminal de 2 a número indefinido.
• Gênero: Passiflora
O gênero passiflora compreende trepadeiras herbáceas ou lenhosas,
podendo apresentar-se como ervas e arbustos de hastes cilíndricas ou
quadrangulares, angulosas, suberificadas, glabras ou pilosa (FELLER, 1967).
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23
• Espécie: Passiflora incarnata L.
A espécie Passiflora incarnata L., é uma herbácea, trepadeira, pouco
vigorosa, com flores perfumadas de cor branca na parte interna das pétalas e azulclara ou rosada na corona. Folhas simples, alternas, profundamente trilobadas,
pecioladas, serradas e finamente pubescentes, tendo nas axilas estípulas e
gavinhas. Frutos ovalados, de cor verde-clara com polpa branca. Nativa na região
compreendida entre o sul dos Estados Unidos até a Argentina. (LORENZI, 2002).
Farmacógeno _ Partes medicinais: folhas, flores e frutos (NEWALL,
2002).
Nomes populares: Maracujá, passiflora, maracujá-melão, maracujásilvestre, maracujá-açú, maracujá-guaçú, maracujá-suspiro, grenadilla, maracujámirim, passiflora-vermelha-de-beira-rio. (NEWALL, 2002).
2.2.3 Principais constituintes químicos de interesse farmacológico
Alcalóides: (indólicos) harmana (principal), harmalina, harmalol, harmina,
harmol. (NEWALL, 2002).
A Passiflora incarnata é também a espécie mais estudada com relação
aos alcalóides, nela foram detectados a harmina, harmol, harmalina, e harmalol ao
lado de harmana. (PEREIRA, 2000).
Flavonóides: vitexina, isovitexina e seus C. Glicosídeos, apigenina,
glicosídeos de luteolina (como orientina, homooriotina, lucenina); campferol,
quercetina e rutina (NEWALL, 2002).
Os flavonóides encontrados em Passiflora incarnata são do tipo Cglicosídeo. Flavonóides C-glicosídeos são pigmentos polifenóicos abundantes em
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plantas, que possuem atividade biológica e são de interesse quimiotaxonômico.
Estas substâncias são também freqüentemente usadas como “marcadores” na
análise de medicamentos fitoterápicos. (PEREIRA, 2000).
Estudando diversos estágios de desenvolvimento da Passiflora incarnata
L., verificaram que o teor de flavonóides é maior nas folhas. A mais alta
concentração do flavonóide isovitexina ocorre no período que antecede a floração
até o período de floração do vegetal. (PEREIRA, 2000).
Outros componentes: maltol e etilmatol (derivados de y-pirona), passicol
(poliacetileno), ácidos graxos (como ácido linoléico), ácido linolênico, ácido mirístico,
ácido palmítico, ácido oléico, ácido fórmico, ácido butírico, sitosterol, estigmasterol,
açúcar, goma. (NEWALL, 2002).
Outras partes da planta: as cumarinas escopoletina e umbeliferona são
encontradas nas raízes. (NEWALL, 2002).
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3 CULTIVO
O cultivo deve ser imprescendivelmente racional e produtivo. Em qualquer
que seja a escala, seja ela em grandes áreas ou em microssistemas, o cultivo deve
atender às necessidades básicas de quem o idealizou, não se esquecendo em
momento algum que as plantas devem conter satisfatória concentração de princípios
ativos. (CÔRREA, 2002).
Comportamento é a adaptabilidade da planta ao ambiente onde está
inserida, considera-se como ambiente a topografia, o solo (propriedades físicoquímicas e microbiológicas) e o clima (temperatura, chuvas, umidade relativa do ar e
comprimento do dia), interagindo com plantas e animais (pássaros, insetos, etc.)
numa dinâmica que determina o comportamento do maracujazeiro. (STEINBERG,
1988).
O maracujá adapta-se em ambiente com temperaturas médias de 21º a
31ºC e um ótimo de 25ºC. É sensível a ventos, que prejudicam as brotações, em
campos abertos de ventos aconselha-se o plantio de quebra ventos, com árvores
como pinho, eucalipto, leucena, ou deixando matas nativas próximas, também para
essa finalidade. É uma planta resistente a geadas leves e também às secas.
(STEINBERG, 1988; CASTRO, 1995).
Devido à redução das horas de luz, no inverno não ocorre a floração do
maracujá e conseqüentemente não há a produção de frutos. Na primavera, com o
aumento das horas de luz, inicia-se a floração do maracujá, cuja abertura de flores
se dá a partir do meio-dia e durante toda a tarde, quando ocorre a polinização.
(STEINBERG, 1988).
O principal agente polinizador natural dos maracujás é a abelha
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mamangava (Xylocopa frontalis) havendo uma estreita co-adaptação entre a
morfologia desse inseto e a da flor do maracujá. Assim, matas nativas próximas
devem ser preservadas, no intuito, também de conservar os polinizadores naturais,
principalmente a mamangava. (STEINBERG, 1988; REITER, 1998; PANIZZA, 1997).
O outro tipo de polinização, é com a ajuda do homem, com auxílio de
dedeiras de feltro, pode realizar a polinização, tocando flores abertas e depositando
o pólen recolhido nos estigmas femininos de outras flores. (STEINBERG, 1988;
REITER, 1998; PANIZZA, 1997).
A polinização ocorre na parte da tarde; portanto, se forem usados
produtos químicos para o controle de pragas e doenças, este deverá ser realizados
pela manhã, para não comprometer os agentes polinizadores naturais dos
maracujás. Sabemos, também, que as mamangavas são um dos agentes mais
eficientes. (STEINBERG, 1988; REITER, 1998; PANIZZA, 1997).
Na época do florescimento, coincidente com muita chuva e elevada
umidade relativa do ar, ocorre o rompimento do grão de pólen, causando uma
diminuição da polinização. Portanto, nos períodos de chuvas contínuas, sabendo
que, após 60 a 85 dias da abertura das flores, quando se dá a maturação dos frutos,
haverá uma queda na produção durante o mesmo período em que perdurarem as
chuvas contínuas do período de florescimento. (STEINBERG, 1988; REITER, 1998).
Quanto ao solo, a espécie adaptou-se aqueles levemente ácidos, com pH
entre 5,5 a 6,0 bem drenados, até uma profundidade mínima de 45 cm de textura
arenosa ou areno-argilosa. (STEINBERG, 1988; REITER, 1998).
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3.1 Como Plantar e Manejar o Maracujá
No manejo da cultura do maracujá, serão obedecidas as seguintes
etapas: semeadura, preparo do solo, sistema de sustentação, coveamento,
adubação, transplantes de mudas, podas, culturas consorciadas, controle do mato,
controle de pragas e doenças e colheita. (STEINBERG, 1988).
3.1.1 Semeadura
A semeadura é o primeiro passo para se obter mudas de maracujá. Devese, escolher semente de frutos saudáveis, vistosos e grandes, sabendo, se possível
a proveniência das plantas que o geraram, as sementes são secadas ao sol se
estiverem com muita polpa, se não secá-las a sombra, em dias de baixa umidade,
evitando assim, contaminação com fungos do ar. (STEINBERG, 1988).
A semeadura é feita colocando-se 3 a 4 sementes em saquinhos de terra,
preferencialmente de polietileno, de 30 cm de comprimento por 9 cm de diâmetro, e
furados embaixo. Essas sementes são cobertas com 2-3 cm de terra peneirada. Os
saquinhos devem conter 2 partes de terra e uma parte de composto orgânico ou
esterco curtido. Após a germinação as plantinhas mais vigorosas são desbastadas, e
quando atingirem 10 cm, faz-se novo desbaste, ficando apenas uma por saquinho,
quando atingirem de 15 25 cm, deverão ser transplantadas para o campo definitivo.
A cobertura para a proteção das mudas contra o sol pode ser feita com ripas de
bambu, folhas de bananeira, ramas de milho. (STEINBERG, 1988; MARTINS, 2000).
Um outro tipo de cultivo é os canteiros, chamados também de
sementeiras, que é constituída de um simples canteiro com 1m de largura por, no
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máximo, 5 m de comprimento, situada em local não sombreado. Para proporcionar
melhores condições de germinação, a sementeira deve apresentar um substrato leve
e fértil, ou seja, com areia lavada e esterco de curral ou adubos orgânicos. A
quantidade de areia e adubos varia, pois depende do solo e a quantidade de
sementes (MARTINS, 2000).
As sementes são feitas em sulcos transversais, ao maior comprimento do
canteiro, distanciados entre si de 10 a 15 cm. A profundidade é, no máximo 1 cm,
havendo casos em que as sementes de maracujá são simplesmente colocadas
sobre o solo e comprimidas levemente, e em outros casos também as sementes
podem ser semeadas a lanço. (CÔRREA, 1994; MARTINS, 2000).
3.1.2 Preparo do Solo
A planta alimenta-se quase que exclusivamente pelas raízes, que também
são responsáveis por sua fixação. Por isso o preparo do solo é importantíssimo, pois
compõem-se de sólidos, de líquidos e de uma mistura de gases. Na maioria dos
solos as partículas minerais estão associadas à matéria orgânica ou húmus.
(CÔRREA, 2000; CÔRREA, 1994).
O pH do solo deve estar entre 5 a 6, portanto é relativamente resistente à
acidez. (CASTRO, 1995; EPAGRI).
Para se efetuar uma conservação do solo mais eficiente, é interessante
ter-se faixas de vegetação de cana-de-açúcar, capim-napier ou erva-cidreira, que
são gramíneas com raízes de grande retenção de solo. (STEINBERG, 1988).
• A limpeza do terreno, evitando queimada;
• Fosfatagem;
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• Aração a 30cm de profundidade;
• Calagem;
• Instalação do sistema de sustentação (espaldeiramento);
• Coveamento;
• Adubação das Covas;
• Transplante das mudas;
• Adubação de cobertura;
• Plantio de culturas consorciadas. (STEINBERG,1988; EPAGRI).
3.1.3 Sistema de Sustentação
O crescimento do maracujá deverá se manter num sistema de
sustentação, uma vez que é planta trepadeira, utiliza-se um sistema de sustentação
como caramanchões, treliças, paredes vazadas, estacas. O sistema de espaldeira
utiliza postes espessos a cada 50 a 70 m e ripas mais finas de madeira ou bambu a
cada 4 a 7 m. (STEINBERG, 1988).
3.1.4 Coveamento
São utilizadas para o plantio de maracujá covas com dimensões
30x30x30 cm e espaçamento 3 m entre plantas e 4 m entre linhas, o espaçamento é
variável em função do crescimento da planta, é importante conhecer o espaçamento
adequado, pois um espaçamento limitado cria um microclima mais úmido,
favorecendo a instalação de doenças, além de uma competição por luz, água e até
nutrientes. (STEINBERG, 1988; MARTINS, 2000).
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As covas devem ser de 30 cm de profundidade por 30 cm de diâmetro
como citado anteriormente, sobretando-se que a terra dos primeiros 15 cm deverá
ser colocada por baixo e a terra debaixo misturada com adubo, colocada por cima.
Toda a terra deverá ser recolocada na cova, prensada, mas sem excesso de
compactação, evitando-se, deixar espaço de ar entre a terra da cova e o restante do
solo. O excesso ou a pouca compactação pode ser uma barreira para o crescimento
das raízes. (STEINBERG, 1988).
3.1.5 Adubação
A planta, para realizar o seu ciclo de vida, necessita de luz, água e
nutrientes minerais. Da luz, a planta sintetiza energia para o desenvolvimento de
suas atividades biológicas através do processo fotossintético. Dos nutrientes
minerais, a planta nutre-se, bioquimicamente, possibilitando a formação dos tecidos,
as reações químicas para a nutrição (substâncias nutritivas) e para a defesa
(substâncias alelopáticas). A água é o solvente natural da seiva para transporte das
substâncias brutas e elaboradas. (STEINBERG, 1988).
A adubação pode efetuar-se antes do plantio e durante o cultivo. Ela deve
ser feita com o objetivo de melhorar a fertilidade, corrigir a acidez existente,
promover condições favoráveis ao bom desenvolvimento da espécie, como também
a melhoria das condições físicas do solo no que refere à estrutura, porosidade,
retenção de umidade, dentre outros aspectos. A adubação pode ser constituída de:
• esterco animal;
• restos de culturas;
• húmus de minhocas;
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• adubação verde;
• composto orgânico. (CÔRREA, 1998).
A adubação de cobertura utiliza-se quando o maracujá foi plantado no fim
da estação das águas ou após 60 dias do transplante para maracujás plantados
mais cedo, sugere-se para solos com baixo teores de fósforo e potássio uma
adubação de cobertura com 6kg/cova de esterco de galinha. Para solos com
médios e altos teores de fósforo e potássio usam-se 3kg/cova de esterco de vaca
ou composto orgânico com 50g de super fosfato simples ou 2kg/cova de esterco
de galinha. (STEINBERG, 1988).
3.1.6 Transplante das Mudas
Operação que consiste na transferência das mudas dos recipientes ou da
sementeira, ou da sementeira para os recipientes e estes para o local definitivo,
necessita de certos cuidados:
• Um dia antes, a irrigação deve ser suspensa, para “endurecimento”das
mudas, ou seja, para facilitar a adaptação da muda ao local definitivo;
• O transplante deve ser feito nas horas mais frescas do dia, de preferência à
tarde, ou durante todo o dia, em dias nublados;
• Irrigar logo após o transplante;
• Colocar cobertura morta ao pé da planta;
• Não esquecer de retirar os recipientes plásticos;
• Plantar a muda na mesma altura em que se encontrava na sementeira ou no
recipiente;
• É aconselhável colocar algum tipo de proteção contra o sol, pelo menos nos
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primeiros dias. (MARTINS, 2000).
3.1.7 Podas
Logo no início que a mudinha foi colocada no campo, escolhe-se o ramo
vigoroso como principal, cortando-se os outros. Até o ramo principal não atingir o fio
mais alto, todos o que surgirem deverão ser cortados, a fim de estimular ainda mais
seu crescimento. Os ramos são cortados a uns 20 cm da próxima planta, não
ocorrendo outra poda até que se encerre o ciclo de frutificação no outono (exceto
para ramos doentes). A poda deve ser realizada com tesoura de corte afiado e
desinfetada com álcool, evitando-se o esmagamento dos tecidos. (STEINBERG,
1988).
3.1.8 Culturas Consorciadas
As culturas consorciadas, além de conservarem o solo e possibilitarem
maior diversidade vegetal do espaço, o que propicia geralmente menor incidência de
pragas e doenças, proporcionam rendimento extra ao agricultor, cobrindo
rapidamente os custos iniciais da instalação do maracujazal. (STEINBERG, 1988;
CÔRREA, 1994).
Antes de se instalar a cultura consorciada deve-se saber o tempo exato
em que se deu o transplante do maracujá, pois se não haverá uma competição de
nutrientes, água e luz, as culturas consorciadas devem ter o mínimo de absorção em
períodos que não coincidam com a máxima absorção do maracujá. (STEINBERG,
1988; CÔRREA, 1994).
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3.1.9 Controle do Mato
O mato crescerá entre as linhas e entre as plantas de maracujá,
principalmente se o solo estiver sem nenhuma cobertura vegetal viva ou morta.
Nesse caso, recomenda-se a utilização de cobertura morta superficial sobre o solo,
com restos culturais, palhas ou cascas de arroz, serragem, capim seco, sementes,
folhas de bananeiras. Em caso de controle do mato com grades de tratores ou
enxadas, não se deve aprofundá-las no solo, pois há riscos de traumatismos nas
raízes. (STEINBERG, 1988).
3.9.1 Controle de Pragas e Doenças
Os insetos e microorganismos considerados, respectivamente, pragas e
doenças são habitantes normais da flora, usando-a da mesma forma que o homem,
ou seja, como alimento. Esses seres podem utilizar várias espécies de plantas ou
serem específicos de determinada espécie. Contudo, ao longo da evolução, as
plantas criam e aperfeiçoam inúmeros mecanismos próprios como autodefesa.
Dentre esses mecanismos pode-se citar as substâncias repelentes estruturas de
tecido
externo
resistentes, alterações químicas internas quando atacadas
elaboração de estruturas celulares resistentes típicas, fenotípicas favoráveis a
insetos, inimigos naturais dos insetos-pragas etc. (STEINBERG, 1988).
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3.9.2 Pragas
As pragas mais comuns dos maracujás são: pulgões, percevejos, lagartas
e as moscas-das-frutas. (STEINBERG, 1988).
• Pulgões: São insetos muito pequenos, desprovidos de asas, medindo de 1 a
5 mm de comprimento. Vivem em colônias, encontradas nas partes mais tenras dos
vegetais.
Causam
deformações
nas
folhas
se
brotos,
prejudicando
seu
desenvolvimento, sendo vetores de doenças causadas por vírus, ou seja, possíveis
agentes transmissores de doenças. Para o controle dos pulgões, quando ocorrer em
pequenas infestações localizadas, aconselha-se simplesmente retirar os ramos,
brotos e folhas que estejam contaminados, queimando-os. Em infestações mais
intensas, o controle deve ser feito com um preparado contendo: sulfato de nicotina
(40%) 1(100 a 150 g) ou extrato de fumo (1 a 1,5 kg); sabão neutro (500 g) e água
(100 l). O sabão deve ser dissolvido em 5 l de água quente, diluindo-se depois em
90l de água. O extrato de fumo deve ser diluído em 5 l restantes de água. Adicionase, em seguida, lentamente, essa diluição do extrato de fumo a água com sabão,
agitando o produto final. (STEINBERG, 1988; CÔRREA, 1994).
• Percevejos: Os percevejos são conhecidos popularmente como fede-fede,
frade, percevejo-das-plantas, barata-d’água, chupão ou barbeiro. Existem 3 grupos
de percevejos, em termos de hábitos alimentares. (STEINBERG, 1988; CÔRREA,
1994).
Ø
Fitófagos: Alimenta-se da seiva de plantas e, muitas vezes, causam-
lhes prejuízos;
Ø
Predadores: Alimenta-se de sangue ou linfa de outros insetos,
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principalmente de lagartas que por sua vez se alimentam das plantas. Esse grupo
deve ser preservado, pela sua grande utilidade aos agricultores como inimigos de
outras pragas;
Ø
Hematófagos: São sugadores de sangue de mamíferos e aves,
causadores de doenças graves, como a de Chagas, transmitida pelo percevejo
conhecido como “barbeiro”. (STEINBERG, 1988).
Os percevejos que causam prejuízos às plantações de maracujás são os
fitófagos. Esses insetos causam prejuízos pela queda dos botões florais e frutos
novos quando sugados.
A primeira forma de controle, seria a catação manual de ovos, larvas e
ninfas, no início da incidência. Os ovos ficam depositados na face inferior das folhas,
em número de seis a nove, e as larvas e ninfas preferem os brotos. Controle para
maior incidência: pó de dérris (rotinoma 50 g; emulsão saponácea de querosene (1
kg), água morna (10 l). (STEINBERG, 1988).
• Lagartas: Atacam a cultura de maracujá em períodos secos do ano,
principalmente as brotações e as folhagens. As borboletas depositam os ovos na
face inferior das folhas, originando as lagartas. Essas lagartas alimentam-se de
folhas do maracujá até transformarem-se em pupa e, em seguida, em borboletas,
que é a fase adulta. Controle utilizado são as mesmas fórmulas anteriores à base e
extrato de fumo ou sulfato de nicotina, sabão, cal e água. (STEINBERG, 1988;
CÔRREA, 1994).
• Moscas das Frutas: Atacam os frutos jovens ou maduros do maracujá.
Quando depositam os ovos sobre os frutos liberam substâncias químicas no
exterior. A larva entra no fruto e se alimenta da polpa. Quando vai se transformar
em pupa, faz um orifício no fruto, caindo ao solo, onde se transformará em mosca
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na forma adulta. Esse ciclo demora em torno de um mês, vivendo o adulto mais de
dez meses. Em frutos jovens, as moscas das frutas causam enrugamento e queda
prematura; em frutos maduros, provocam apodrecimento precoce. Controle ocorre
com a coleta dos frutos atacados, colocando-os em buracos entre as linhas dos
maracujás e cobrindo esses locais com telas de malha fina, o que permite a
entrada e saída de uma vespinha, que é o inimigo natural da mosca. Esses
buracos propiciarão a multiplicação dessas vespas. Aves nas proximidades
também são importantes, pois, muitas delas, se alimentam das pupas e larvas que
estão no solo. (STEINBERG, 1988).
3.9.3 Doenças
As doenças mais comuns nos maracujás são a antracnose, septoriose,
cladosporiose, alternariose, fusariose e alguns nematóides. (STEINBERG, 1988;
CÔRREA, 1994; REITER, 1998).
• Antracnose: Essa doença aparece em épocas de temperatura e umidade
relativa do ar elevadas, o verão chuvoso é propício a essa doença. As folhas ficam
com manchas circulares pardas, com bordos verdes-escuros; o caule fica com
manchas alongadas, descoloridas, que se transformam em cancro, expondo tecidos
internos; as flores e os frutos ficam com manchas oleosas, pardacentas,
transformando-se em placa corticosa, deprimida e murcha. O combate a essa
doença, é a utilização de plantas sadias, não sendo conveniente ter plantações
antigas de maracujá ao lado das novas. Os ramos e os frutos doentes devem ser
eliminados através de poda da planta. Quando houver alta incidência dessas
doenças, é recomendado o uso da calda bordalesa preparada a partir de sulfato de
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cobre (1 kg), cal virgem (1 kg) e água (100 l). O sulfato de cobre e a cal são diluídos
em água, a aplicação da calda deve ser semanal. (STEINBERG, 1988; CÔRREA,
1994; REITER, 1998).
• Septoriose: Essa doença aparece em épocas de temperatura e umidade
relativa do ar elevadas, o verão chuvoso é propício a essa doença. Desfolhamento
total, manchas esparsas, escuras e translúcidas, amarelando e secando; no caule
ocorre a morte de novos ramos. O combate a essa doença, é a utilização de
plantas sadias, não sendo conveniente ter plantações antigas de maracujá ao lado
das novas. Os ramos e os frutos doentes devem ser eliminados através de poda
da planta. Quando houver alta incidência dessas doenças, é recomendado o uso
da calda bordalesa preparada a partir de sulfato de cobre (1 kg), cal virgem (1 kg)
e água (100 l). O sulfato de cobre e a cal são diluídos em água, a aplicação da
calda deve ser semanal. (STEINBERG, 1988; CÔRREA, 1994; REITER, 1998).
• Cladosporiose: Manifesta-se em épocas frias do ano e na forma de
verrugose, sempre que há frutos na planta. Nas folhas as manchas são circulares
translúcidas e uma fina penugem parda e encarquilhamento; no caule ocorre a
cancrose, tecido superficial com depressão que se rompe expondo o processo
pulverulento, ramos fracos e quebradiços, principalmente em ramos novos; nas
flores e frutos, ocorrem manchas circulares, escuras e cheias de um pó verdeacinzentado, nos frutos maiores formam verrugas, dando péssima aparência para
consumo in natura, mas não prejudicam a polpa. O combate a essa doença, é a
utilização de plantas sadias, não sendo conveniente ter plantações antigas de
maracujá ao lado das novas. Os ramos e os frutos doentes devem ser eliminados
através de poda da planta. Quando houver alta incidência dessas doenças, é
recomendado o uso da calda bordalesa preparada a partir de sulfato de cobre (1
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kg), cal virgem (1 kg) e água (100 l). O sulfato de cobre e a cal são diluídos em
água, a aplicação da calda deve ser semanal. (STEINBERG, 1988; CÔRREA,
1994; REITER, 1998).
• Alternariose: Essa doença aparece em épocas de temperatura e umidade
relativa do ar elevadas, o verão chuvoso é propício a essa doença. Nas folhas
ocorrem pequenas manchas pardo-avermelhadas, murchamento e queda; nas
flores e frutos ocorrem manchas os mesmos sintomas das folhas, não
prejudicando a polpa. O combate a essa doença, é a utilização de plantas sadias,
não sendo conveniente ter plantações antigas de maracujá ao lado das novas.
Os ramos e os frutos doentes devem ser eliminados através de poda da planta.
Quando houver alta incidência dessas doenças, é recomendado o uso da calda
bordalesa preparada a partir de sulfato de cobre (1 kg), cal virgem (1 kg) e água
(100 l). O sulfato de cobre e a cal são diluídos em água, a aplicação da calda
deve ser semanal. (STEINBERG, 1988; CÔRREA, 1994; REITER, 1998).
• Bacteriose: Essa doença aparece em épocas de temperatura e umidade
relativa do ar elevadas, o verão chuvoso é propício a essa doença. Nas folhas
ocorrem manchas bem delimitadas por um anel pardo-escuro, aspecto oleoso,
secamento da folha; no caule ocorre secamento progressivo bem delimitado e
escurecimento interno dos feixes vasculares; nas flores e frutos ocorrem
manchas verde-escuras, aquosas, evoluindo para a cor pardacenta, necrótidas,
inutilização do fruto. O combate a essa doença, é a utilização de plantas sadias,
não sendo conveniente ter plantações antigas de maracujá ao lado das novas.
Os ramos e os frutos doentes devem ser eliminados através de poda da planta.
Quando houver alta incidência dessas doenças, é recomendado o uso da calda
bordalesa preparada a partir de sulfato de cobre (1 kg), cal virgem (1 kg) e água
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(100 l). O sulfato de cobre e a cal são diluídos em água, a aplicação da calda
deve ser semanal. (STEINBERG, 1988; CÔRREA, 1994; REITER, 1998).
• Fusariose: É um fungo, atacando as folhas deixam manchas verde-pálidas,
queda de folhas inferiores, amarelecimento de folhas novas, permanecendo as
velhas em estado normal, murchamento e morte da planta; no caule ocorre
escurecimento dos tecidos internos dos ramos da planta; nas flores e frutos
ocorre queda. O combate ocorre em controlar preventivamente, ou seja, com
instalação no campo definitivo de mudas sadias. As plantas atacadas por
fusariose devem ser retiradas do solo, com o máximo possível de raízes, e serem
queimadas. As sementeiras e campos definitivos não devem ser instalados em
locais onde tenham sido plantados maracujás. Os mais indicados são locais com
boa drenagem do solo. O conhecimento prévio de que as sementes que
originaram as mudas são provenientes de plantas sadias é recomendado, pois o
fungo aloja-se também em sementes de plantas parasitadas. (STEINBERG,
1988; CÔRREA, 1994; REITER, 1998).
• Nematóides: Podem causar galhas nas raízes, diminuição do crescimento
das raízes e das plantas, folhas amarelecidas e cloróticas, mesmo se adubadas
adequadamente. Em campos onde se constata a presença de nematóides, antes
da instalação de maracujás devem ser plantadas espécies nematicidas como:
Crotalaria juncea ou C. Wightiana, Manihot utilíssima (mandioca-brava),Tagetes
patula (cravo-de-defunto), ou Tropaeolium majus (chagas, capuchinho). Essas
espécies podem se intercalar nos maracujás quando já instalados, atraindo e
diminuindo a população dos nematóides fitoparasitas. (STEINBERG, 1988;
CÔRREA, 1994; REITER, 1998).
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3.9.4 Colheita
Uma vez atingido o ponto de colheita, esta deve ser realizada com o tempo
seco, de preferência pela manhã. Não se recomenda, pois, executá-la com água
sobre as partes, por exemplo, com o orvalho da manhã. (MARTINS, 2000; CÔRREA,
2002).
A época de colheita do maracujá é no mês de fevereiro, os frutos devem ser
colhidos no pé, quando já estiverem amarelados, junto com o pedúnculo, para evitar
o apodrecimento precoce da fruta. (STEINBERG, 1988).
As folhas normalmente são colhidas pouco tempo antes da floração, época na
qual os princípios ativos são maior, além do seu desenvolvimento está mais
acelerado. (CÔRREA, 2002).
A colheita deve ser classificada e embalada em caixotes, cestos ou caixas
52x25x35 cm ou em caixas de papelão de 9,9 litros, com os frutos separados em
camadas regulares. (STEINBERG, 1988; MARTINS, 2000).
A produção por planta considerada média é de 14kg/planta/ano, portanto,
média de 14t/ha/ano. Os frutos guardados à temperatura em torno de 4ºC
conservam-se por três a quatro semanas. (STEINBERG, 1988).
O processamento pós-colheita, leva os materiais à três caminhos: uso direto
do material fresco, extração de substâncias ativas ou aromáticas do material fresco e
secagem para comercialização “in natura”. Este último destino é o que requer mais
atenção, por preservar os materiais, possibilitando o uso das plantas a qualquer
tempo, dentro dos prazos normais de conservação. (MARTINS, 2000).
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3.9.5 Secagem
O maracujá é comercializado na forma dessecada tornando o processo de
secagem fundamental para a qualidade final do produto. A redução do teor de água
durante a secagem impede a ação enzimática e conseqüente deterioração. O órgão
vegetal seja folha, flor, raiz, casca, quando recém colhido se apresenta com elevado
teor de umidade e substratos, o que concorre para um aumento na ação enzimática,
que compreende diversas reações. Estas reações são reduzidas à medida que se
retira água do órgão, pois a redução de umidade do meio é o melhor inibidor da
ação enzimática. Daí a necessidade de iniciar a secagem imediatamente após a
colheita. (STEINBERG, 1988; CÔRREA, 1994; MARTINS, 2000; CÔRREA, 2002).
A secagem reduz o peso da planta, em função da evaporação de água
contida nas células e tecidos das plantas, promovendo o aumento percentual de
princípios ativos em relação ao peso inicial da planta. Daí deve-se utilizar menor
quantidade de plantas secas do que frescas. No entanto, esta percentagem varia
com a idade da planta e condições de umidade do meio. Durante o processo de
colheita é importante evitar a incidência direta de raios solares sobre as partes
colhidas, principalmente flores e folhas. As raízes podem permanecer por algum
tempo ao sol. Um ponto mais importante, para a qualidade, é a anotação dos dados
referentes às condições no momento da colheita, condução da lavoura, local,
produtor, condições de secagem, etc. Imediatamente após a colheita o material deve
ser encaminhado para a secagem. (STEINBERG, 1988; CÔRREA, 1994; MARTINS,
2000; CÔRREA, 2002).
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3.9.6 Cuidados que antecedem a secagem
Antes da secagem, deve-se adotar alguns procedimentos básicos para a
boa qualidade do maracujá, independente do método de secagem a ser utilizado.
(STEINBERG, 1988; MARTINS, 2000).
• Não se deve lavar as plantas previamente antes da secagem, exceto no caso
de raízes e rizomas, que devem ser lavados. Caso as partes aéreas das plantas
estejam muito sujas. Usa-se água limpa para uma lavagem, efetua-se uma agitação
branda dos ramos em seguida para eliminar a maior parte da água sobre a
superfície da planta. A lavagem da parte aérea deve ser rápida, para evitar a perda
de princípios ativos;
• As plantas colhidas e transportadas ao local de secagem não devem receber
raios solares;
• Antes de submeter às plantas à secagem, deve-se fazer a eliminação de
impurezas (terra, pedras, outras plantas, etc) e partes da planta que estejam em
condições indesejáveis (sujas descoloridas ou manchadas, danificadas);
• As plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folhas, flores, sementes,
frutos e raízes) colocada para secar em separado, e conservadas depois em
recipientes separados;
• Quando as raízes são volumosas, pode-se cortá-las em pedaços ou fatias
para facilitar a secagem;
Para secar as folhas, a melhor maneira é conservá-las com seus talos,
pois isto preserva suas qualidades, previne danos e facilita o manuseio. Folhas
grandes devem ser secas separadas do caule. Nas folhas com nervura principal
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muito espessa, estas são removidas para facilitar a secagem (STEINBERG, 1988;
MARTINS, 2000).
3.9.7 Métodos de Secagem
• Secagem Natural: A secagem natural é um processo lento, que deve ser
conduzido à sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque de insetos
e outros animais. O secador de temperatura ambiente é o modelo mais econômico e
dá bons resultados em climas secos e quentes quando na época da colheita e
secagem, isto porque só conta com a temperatura ambiente local. As plantas secas
nestas condições vão ter um teor de umidade em equilíbrio com a umidade relativa
do ambiente. Se esta for baixa, tanto menor vai ser o teor de umidade ao final da
secagem, o que melhora a conservação do material seco. (STEINBERG, 1988;
MARTINS, 2000; CÔRREA, 2002).
• Secagem Artificial: A secagem artificial consiste em manter sob ventilação a
uma temperatura de 35 a 40º C. As temperaturas acima de 45º C danificam os
órgãos vegetais e seu próprio conteúdo, pois proporcionam uma "cocção" das
plantas e não uma secagem, apesar de inativarem mais rapidamente as enzimas.
Esta secagem origina um material de melhor qualidade por aumentar a rapidez do
processo.(STEINBERG,1988;MARTINS,2000;CÔRREA,2002).
3.9.8 Armazenamento e Embalagem
O material está pronto para ser embalado e guardado quando começa a
ficar levemente quebradiço. O teor de umidade ideal após a secagem deve ser de 5
a 10% para folhas e flores, e raízes esta umidade varia entre 12 e 20%. O período
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de armazenagem deve ser o menor possível, para reduzir as perdas de princípios
ativos. Preferencialmente o local deve ser escuro, arejado e seco, sem acesso de
insetos, roedores e poeira. As plantas são colocadas de polietileno ou polipropileno,
que também parecem permitir boa conservação. O material, antes de ser
armazenado, deve ser inspecionado quanto à presença de insetos e fungos.
(STEINBERG, 1988; MARTINS, 2000; CÔRREA, 2002; CÔRREA, 1994).
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4 MEDICINA POPULAR
Os conhecimentos populares sobre o uso das plantas medicinais estão
aos poucos desaparecendo e, durante a última década, vários grupos de
pesquisadores procuraram levantar informações ainda existentes. (LADEIRA, 2002).
Atualmente o número de plantas utilizadas popularmente é grande, mas
as pesquisas científicas que confirmam o número de plantas utilizadas popularmente
são relativamente poucos. (LADEIRA, 2002).
Quanto a Passiflora incarnata as folhas são utilizadas popularmente como
calmantes, diuréticas, emenagogas, anticonceptivas e antifebris. Raízes: antihelmínticas e antiinflamatórias. (SIMÕES, 1998).
Na região Amazônica o chá das folhas é útil contra problemas cardíacos e
como sedativo. Na região da Mata Atlântica, é usada para diversas finalidades; a
infusão das folhas é usada internamente como sedativo, enquanto o macerado das
folhas em água fria é útil para aliviar sintomas da asma (STASI, 2002).
Para Gonçalves, 1996; Zatta, 1996; Biazzi, 1994; Panizza, 1997; Sartório,
2000 , a Passiflora incarnata é utilizada internamente e suas folhas são indicadas
para dores de cabeça de origem nervosa, ansiedade, menopausa, insônia,
taquicardia nervosa, doenças espasmódicas, nevralgias, asma, estados depressivos
em virtude de alcoolismo, pressão alta, febre, sedativo, menstruação, palpitação,
stress, vertigens, vômitos, hemorróidas, reumatismo, inflamações cutâneas,
erisipela, histeria. As flores são indicadas para alcoolismo, calmante, menstruação,
palpitações, stress, vertigens e vômitos. Os frutos são utilizados somente para o
alcoolismo. As sementes são utilizadas somente para parasitas intestinais.
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É utilizado como sedativo natural, a fruta até tem efeito calmante, mas
não tanto quanto reza a crença popular. A Passiflora incarnata possui uma
substância, chamada de benzoflavona, com características sedativas. Essa droga é
encontrada em grande quantidade nas folhas do maracujazeiro e em menores
quantidades em frutos, flores, galhos e tronco. Por isso, se quiser relaxar, deixe o
suco de lado e faça um chá. Atualmente, um grupo de cientistas indianos estuda
substituir drogas normalmente prescritas para o tratamento de depressão pela
benzoflavona. (MENEZES, 2004).
Uso: Interno.
Contra-Indicações: Não pode ser usado por hipotensos (GONÇALVES,
1996; ZATTA, 1996; BIAZZI, 1994; PANIZZA, 1997; SARTÓRIO, 2000).
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5 MEDICINA CIENTÍFICA
5.1 Indicações e Ações Terapêuticas
O maracujá é indicado para tratamento de neuralgia, convulsões
generalizadas, histeria, insônia. O maracujá é intensamente utilizado na homeopatia
(NEWALL, 2002).
As indicações da Passiflora incarnata são para nervosismo, insônia,
histeria, agitação, nervosismo gastrointestinal. Na homeopatia é utilizada para
insônia, convulsões e agitação (PDR, 1998).
A monografia da Comissão E de 30 de novembro de 1985 descreveu os
estados de agitação nervosa como indicações para maracujá e recomendou uma
dose diária de 4-8 g de droga seca ou seu equivalente em preparações de passiflora
(SCHULZ, 2002).
Segundo ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Resolução
RDC n° 48, de 16 de março de 2004, a indicação terapêutica do maracujá
(Passiflora incarnata) é como sedativo.
5.2 Posologia
Planta desidratada: 0,25 a 1,0 g ou por infusão, 3 vezes ao dia.
Extrato líquido: (1:1 em álcool 25%) 0,5 a 1,0 ml, 3 vezes ao dia.
Tintura: (1:8 em álcool 45%) 0,5 a 2,0 ml, 3 vezes ao dia (NEWALL,
2002).
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5.3 Via de Administração
Uso adulto, via oral.
5.4 Contra-Indicações e Precauções
Ainda não são conhecidas a intensidade e freqüência das reações
adversas e contra-indicações. (CAÑIGUERAL, 2003).
No entanto, uma overdose pode causar sedação e potencializar a terapia
IMAO (inibidora de monoamina oxidase). (NEWALL, 2002).
Gravidez e Amamentação: tanto a harmana como a harmalina estimularam o
útero em estudos realizados em animais. Não foram localizados outros dados
relacionados ao uso de maracujá durante a gestação e o período de amamentação.
Por esse motivo, convém evitar o uso excessivo nesses períodos. (NEWALL, 2002;
PDR, 2000; CAÑIGUERAL. 2003).
5.5 Toxicidade
A toxicidade aguda de um extrato líquido em camundongos (intraperitoneal)
foi superior a 900mg/kg. (NEWALL, 2002; PDR, 2000; CAÑIGUERAL. 2003).
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5.6 Efeitos Colaterais
Não foram localizados efeitos colaterais associados ao maracujá. (NEWALL,
2002; PDR, 2000; CAÑIGUERAL. 2003).
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6 CONCLUSÃO
A utilização de produtos de origem vegetal para o tratamento de
problemas de saúde é muito popular e bastante ampla mundialmente, devido ao
aumento no interesse da população humana em terapias naturais. Assim, as
indústrias farmacêuticas também estão se interessando pelos medicamentos
fitoterápicos, possibilitando dessa forma o surgimento de pesquisas científicas que,
comprovam a eficácia de qualidade do medicamento.
A manutenção da saúde é uma grande preocupação humana tanto em
âmbito saúde pública quanto individual. Várias são as atitudes que podem ser
tomadas para a conservação da saúde caracterizando um “estilo de vida saudável”,
onde há também uma grande preocupação nos riscos inerentes à utilização de
produtos que não se conhece, é desaconselhável o uso de plantas medicinais de
forma
empírica
“automedicação”,
sem
acompanhamento
de
profissionais
conhecedores da área.
Neste contexto destacou-se a Passiflora incarnata L., as indicações
populares
são
amplas,
porém
a
maioria
delas
não
estão
confirmadas
cientificamente. A indicação popular confirmada cientificamente é como sedativo.
O uso da Passiflora, decorrente de suas propriedades sedantes, iniciou-se
no século XVIII na Europa, mas os estudos farmacológicos começaram a partir do
século XIX sobre Passiflora incarnata, as propriedades sedantes é devido a
presença de flavonóides, C-glicosídeos e de alcalóides do tipo harmana, a Passiflora
incarnata L., consta em monografias das Farmacopéias Francesa, Européia, DAB
10, Austríaca, Suíça e Britânica. Com os resultados positivos no tratamento de
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insônia, incentivaram a pesquisa, onde a Passiflora incarnata L., é a espécie mais
estudada no gênero Passiflora.
Neste contexto a Passiflora incarnata, por possuir estudos definidos
quanto a taxonomia, cultivo e utilização
torna-se uma opção viável a todos no
combate a ansiedade, pois seu uso popular é validado pelas pesquisas científicas,
contribuindo com seu uso racional.
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REFERÊNCIAS
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ANEXO
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ASPECTO GERAL
Passiflora incarnata L.
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DETALHE FOLHAS
Passiflora incarnata L.
DETALHE FLOR
Passiflora incarnata L.
DETALHE FRUTO
Passiflora incarnata L.
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