Tema 04_Idade Antiga Clássica_Roma

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IDADE ANTIGA CLÁSSICA: ROMA
CONTEÚDOS

Características Gerais

Sociedade

Evolução Política (Monarquia, República e Império)

Mitologia e Religião

Cultura, artes e ciências
AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS
Características Gerais
Roma foi uma cidade do mundo antigo que, até hoje gera fascínio por sua história
de vitórias e conquistas. Todos os territórios que o exército romano conquistou e manteve
sob o seu poder, eram lugares que pertenciam a uma única cidade-estado, ou seja, o
grande império era composto pelos domínios da cidade de Roma.
Figura 1 – Domínios do Império Romano no ano de 116 (século 2)
Fonte: Fundação Bradesco
A história da cidade de Roma na Antiguidade, inicia-se por volta do século 8 a.C.,
na península Itálica do continente europeu (seu povo foi composto da mistura de etruscos
e latinos que chegaram a essa região), e sua longa trajetória, basicamente, encerra-se no
século 5 d.C., com a queda do Império Romano do Ocidente, agravada pelas invasões
bárbaras. Esse grande império estendeu-se por todas as terras em torno do Mar
Mediterrâneo e, por isso, era comum os romanos chamá-lo de Mare Nostro (nosso mar).
Curiosidade: Os romanos acreditavam que eram os descendentes dos gêmeos Rômulo
e Remo, que eram filhos do deus Marte com Reia, uma princesa mortal. As crianças,
devido serem fruto de um abuso, segundo a mitologia, foram abandonadas para
morrerem na floresta, mas acabaram sendo criadas por uma loba selvagem que os
alimentou com seu próprio leite. Assim, ao se tornarem adultos, Rômulo e Remo decidem
fundar uma cidade, porém, houve um desentendimento entre os irmãos e, no auge da
discussão, Rômulo mata Remo e se torna o primeiro monarca de Roma.
Figura 2 – Estátua da Loba Capitolina Romana
Fonte: Wikimedia Commons
A estátua de bronze da loba tornou-se um símbolo da cidade de Roma. As estátuas das
duas crianças não faziam parte da obra original e foram colocadas depois para reforçar
o mito. Mas existem muitas dúvidas sobre a relação dessa estátua, com a lenda, uma
vez que a loba também era um símbolo de fertilidade para os romanos e as técnicas de
fundição do metal utilizado são tipicamente medievais.
Sociedade
A sociedade romana era organizada de forma patriarcal e tradicional. A ascensão
social era reduzida e uma das poucas formas de crescer socialmente era por meio do
exército. Observe a seguir, um esquema de organização social em Roma.
Figura 3 – Classes sociais de Roma
Fonte: Fundação Bradesco
Os patrícios eram a classe mais elevada e importante dentro do império. Eles eram
os ricos proprietários de terras. Um dado importante era que em Roma, as terras não eram
passíveis de compra e venda, sendo assim, a única forma de se tornar patrício era por meio
da herança, ou seja, ser filho de um pai patrício, ou ainda, por meio do exército, já que
alguns dos melhores soldados poderiam ser recompensados pelo seu general que lhe
doaria parte das novas terras conquistadas.
Os clientes eram os agregados de uma família patrícia, ou seja, eles acabavam
gozando da influência da família que os protegia. Em geral, eles eram talentosos artistas,
ou habilidosos artesões e até mesmo comerciantes de gêneros raros, que acabavam dando
status à família a qual estavam associados. Quanto mais clientes um patrício tinha, mais
importante socialmente ele se tornava.
Os plebeus eram os pobres trabalhadores, rurais ou urbanos, que trabalhavam em
troca de uma remuneração. Os plebeus eram uma classe muito numerosa e constituía a
base da produção romana, desde a sua origem até a introdução maciça da mão de obra
escrava, em decorrência da expansão territorial romana.
Os escravos não eram muito comuns no início da história de Roma (entre os séculos
8 a.C. e 3 a.C.), apesar de existirem tanto os escravos por dívidas, quanto os escravos de
conquista, aprisionados em guerras. Vale destacar que foi apenas durante o século 4 a.C.
que a escravidão por dívida passou a ser proibida em Roma, sendo assim, na República e
no Império Romano (fase em que houve o apogeu da escravidão em Roma) os escravos
seriam apenas aqueles obtidos por meio das conquistas.
Curiosidade: A única forma de um plebeu tornar-se patrício era entrando no exército e se
destacando como soldado para receber o reconhecimento do general que poderia lhe
conceder terras. Porém, se todos os plebeus fossem para o exército, faltaria mão de obra
para trabalhar nas lavouras. Desse modo, para dificultar a entrada de plebeus no exército
romano, ficou determinado que os soldados deveriam lutar sem remuneração alguma e
que as armas que eles utilizassem deveriam ser compradas por seus familiares. Assim,
os filhos das famílias ricas conseguiriam ser bancados por seus pais para lutarem no
exército, enquanto que os filhos das famílias mais pobres, ficavam automaticamente
excluídos.
Foi apenas durante o governo de Mário I (século 1 a.C.), que os soldados passaram a
ser pagos (com sal, um produto de grande valor na época) e as armas passaram a ser
fornecidas pelo Estado. Assim, qualquer cidadão romano poderia se alistar, o que
aumentou bastante o contingente de soldados no exército.
Evolução Política
Politicamente, a cidade de Roma teve três formas políticas, a saber, a Monarquia
(entre os séculos 8 a.C. e 4 a.C.), a República (entre os séculos 4 a.C. e 1 a.C.) e o Império
(entre os séculos 1 a.C. e 5 d.C.), sendo que a grande expansão militar territorial, ocorreu
a partir da República Romana.
Durante a fase monárquica, a cidade de Roma era governada por reis eleitos pelos
patrícios e que governavam por leis orais. O mandato desses monarcas era vitalício, mas
não era hereditário, assim, quando o rei falecia, os patrícios reuniam-se para eleger um
novo rei. Como as demais classes sociais não participavam dessas eleições e, também,
não eram beneficiadas por esses governos, houve uma série de revoltas que acabaram por
culminar com o fim do regime e a proclamação da república.
Na república romana, pouca coisa mudou para os plebeus, pois, no novo regime, o
poder estava na mão dos senadores e de dois cônsules que inicialmente, eram
exclusivamente patrícios. Por isso, novas revoltas surgiram e, dessa vez, uma grande
paralização da classe plebeia, que se recusava a voltar aos seus trabalhos caso não
conquistassem alguns direitos e participação política. Desse modo, para acalmá-los e
reestabelecer a ordem, esse governo estabeleceu a Lei das 12 Tábuas, criou o cargo de
Tribunos da Plebe (representante dos interesses plebeus no senado), proibiu a escravidão
por dívidas de romanos e autorizou o casamento entre patrícios e plebeus.
Essas reformas fizeram os plebeus retomarem o seu trabalho e a economia da
cidade voltou a ser produtiva. Assim, houve uma relativa estabilização política que motivou
os romanos a expandirem seus domínios conquistando novos territórios.
Um importante conflito que surgiu nesse período (entre os séculos 3 a.C. e 2 a.C.)
foi as Guerras Púnicas, uma série de três grandes batalhas entre Romanos e Cartagineses,
que garantiram a vitória e o domínio romano sobre o mediterrâneo. Após vitória e destruição
de Cartago, os romanos salgaram o território cartaginês, tornando-o infértil.
Figura 4 – Estátua de Marte, o deus da guerra em Roma
Fonte: Wikimedia Commons
Com o avanço das conquistas, a cidade de Roma cresce, graças às riquezas
(provenientes da pilhagem das áreas dominadas) e ao número de escravos (capturados em
batalha). Esse gigantesco aumento de mão de obra escrava disponível, fez com que o preço
de compra de um escravo caísse, e que gradativamente, os latifúndios substituíssem a mão
de obra livre plebeia, pelos escravos.
O desemprego de uma grande massa plebeia, virou um dos maiores problemas que
Roma enfrentou. Isso, associado ao fato do exército romano contar nessa época, com
poucos homens para dar conta das novas fronteiras do império, agravava a crise romana.
Nesse contexto, para tentar aliviar os principais problemas de Roma, os irmãos
Graco (que eram tribunos da Plebe), propuseram um projeto de reforma agrária nas terras
do estado. Assim, o plebeu que estava desempregado receberia um lote de terras e
passaria a produzir, podendo com os lucros, manter alguns de seus filhos como soldados
no exército romano. Porém, a ganância das elites patrícias, fez com que eles se
posicionassem contra a doação de terras aos plebeus e, por isso, mataram Tibério e Caio
Graco. A morte dos irmãos Graco só veio a agravar ainda mais a crise levando Roma a
uma grande guerra civil.
Figura 5 – Ruinas do Grande Palácio no Monte Palatino em Roma
Fonte: Wikimedia Commons
Aproveitando-se dessa guerra interna, o general Mário I estabelece tréguas nas
guerras externas e usa o exército que estava sobre seu comando para invadir Roma e
estabelecer uma tirania. Durante os anos em que ele se manteve no poder, as estruturas
democráticas foram ignoradas. Porém, ao estabelecer um salário para os soldados, ele
conseguiu resolver os maiores problemas de Roma, pacificando a cidade. Com o
pagamento dos soldados, os plebeus que estavam desempregados, ingressariam no
exército e com mais soldados, Roma poderia realizar novas conquistas que reverteriam em
novos ganhos, que cobririam as despesas com o salário dos soldados e ainda, garantiria
muitas riquezas ao império.
Para derrubar a tirania de Mário I, os patrícios passaram a apoiar o general Sila, que
usa as legiões externas para tomar o poder. Como Sila não tinha a mesma popularidade
de Mário, foi fácil para os senadores depô-lo e reestabelecerem a República. Frente a esse
cenário de golpes políticos, o senado romano estabeleceu os triunviratos (governo de três
generais) para evitar que outros militares tomassem o poder e criassem novas tiranias.
O primeiro triunvirato foi composto por Crasso, Pompeu e Júlio Cesar. Com a morte
desses três generais, fez se necessário criar um segundo triunvirato, agora composto por
Lépido, Otávio e Marco Antônio. Por meio de uma série de manobras políticas, Otávio se
livra dos outros dois generais e torna-se o primeiro imperador de Roma, transformando
esse cargo em um posto vitalício e hereditário.
O período chamado de Império, pode ser subdividido em Alto Império Romano (que
representa o seu apogeu) e Baixo Império Romano (que representa o seu declínio).
No Alto Império Romano, estradas com calçamento de pedra foram construídas
ligando várias províncias romanas à capital. Houve um forte incentivo à produção artística
e muitos palácios, termas, templos, arcos e estádios foram construídos. Nas novas áreas
dominadas pelo exército romano, passou-se a usar a autoridade local como representante
legal do governo romano, como a finalidade de se evitar rebeliões.
Outro ponto de destaque nesse período é que todos os imperadores de Roma
incentivavam as políticas públicas de controle da massa de excluídos, como foi o caso da
famosa política do “Pão e Circo”. Vale destacar que essa prática já existia desde os tempos
da República e que sua finalidade era organizar grandes espetáculos para entreter a
população. Durante as exibições, distribuía-se alimentos gratuitamente, ou vendiam-se
estes a um baixo valor. Assim, o povo saciava a fome e desviava a atenção da política,
mantendo-se alheio as ações do governo.
Figura 6 – Ruínas do Coliseu Romano
Fonte: Wikimedia Commons
Os espetáculos aconteciam em grandes estádios como, por exemplo, o Coliseu,
onde se tinha as representações teatrais, ou as lutas de gladiadores. No caso das lutas, os
gladiadores eram guerreiros estrangeiros que foram capturados em batalha e que lutavam
nas arenas, uns com os outros, buscando a sua sobrevivência e um possível sonho de
liberdade. Além dos gladiadores, nas arenas também se enfrentavam homens e animais
(leões, tigres, crocodilos e elefantes). No geral, essa mobilidade de luta com feras era
destinada aos dissidentes políticos e religiosos, como era o exemplo dos cristãos.
Os imperadores do Alto Império Romano, frente a toda a grandeza e glamour que
atingiram, deixaram de se dedicar às conquistas, estabelecendo a grande Pax Romana
(período de relativa paz interna e externa). Dessa forma, como praticamente esses
imperadores deixaram de se dedicar às guerras, seus mandatos passaram a ser
excêntricos. Eles estavam mais preocupados com seus caprichos e luxo do que com a
manutenção do império, iniciando, com isso, a decadência do Baixo Império Romano.
Sem o dinheiro proveniente das conquistas e com um governo extremamente
corrupto, os tributos arrecadados acabavam não sendo suficientes para manter os muitos
gastos desse Estado, durante o Baixo Império Romano. Assim, funcionários públicos e
soldados deixaram de ser pagos e, com isso, a administração e defesa do império
começaram a ruir. Sem guerras externas, também cessou o fluxo de escravos, gerando
uma grave crise de mão de obra no campo, o que só agravava mais o problema.
Figura 7 - Soldado Romano
Fonte: Fun Way Illustration/Shutterstock.com
Para tentar salvar Roma da decadência e garantir alguma sobrevida ao império,
Diocleciano (o antepenúltimo imperador de Roma unificada) decide descentralizar o poder,
dividindo o império em quatro partes, que seriam mais facilmente governadas e fiscalizadas
por governos locais que prestariam contas diretamente ao imperador. Esse esquema
recebeu o nome de Tetrarquia.
Outro ponto proposto por Diocleciano, foi usar o regime de Colonato para conseguir
mão de obra barata para suprir a falta de escravos no trabalho do campo. Na prática, o
colonato propunha aos desempregados de Roma a chance de trabalhar no campo em troca
de uma parte da produção. Essa estrutura de trabalho, mais tarde será a base do trabalho
servil da Idade Média.
O governo de Constantino (penúltimo imperador de Roma unificada) reunifica o
governo, transferindo a capital do império para a cidade de Bizâncio que passou a se
chamar Constantinopla. Devido essa cidade ser geograficamente melhor localizada,
Constantino pretendia exercer um maior controle sobre o Império Romano. Essa região,
além de ser mais central, também era mais próspera economicamente devido ao intenso
comércio entre o oriente e o ocidente que ali existia. Além disso, a cidade estava longe das
áreas de mais forte pressão popular do império, como Roma, por exemplo. Outro ponto
importante do governo de Constantino é que ele ao perceber que o número de cristãos
crescia exponencialmente no império, persegui-los, como tradicionalmente era feito, deixou
de ser estratégico. Assim, para buscar apoio desse grupo para o seu governo, ele assina o
Édito de Milão, que concede a liberdade de culto aos cristãos.
Por fim, Teodósio (último imperador de Roma unificada) decide eleger o cristianismo
como religião oficial do Império, estabelecendo uma hierarquia religiosa muito parecida com
a hierarquia política de Roma. Além disso, ele também determinou que após a sua morte o
grande Império Romano seria dividido em dois impérios distintos, o Império Romano do
Ocidente, com a capital na cidade de Roma e o Império Romano do Oriente com a capital
em Constantinopla.
Figura 8 – Divisão do Império Romano entre Ocidente e Oriente
Fonte: Fundação Bradesco
Curiosidade: Os povos bárbaros era a denominação que se dava na época, a todos
aqueles que não fossem romanos. Assim, vale destacar que existiram povos bárbaros
nas fronteiras de Roma durante todos os anos de sua história. Mesmo assim, os bárbaros
não foram os causadores da decadência romana. Por exemplo, os povos bárbaros do
norte da Europa, só iniciaram as invasões aos territórios romanos quando o império já
estava em crise e suas fronteiras estavam desprotegidas pela falta de soldados. Outro
dado importante é que as invasões bárbaras, a fragmentação e ocupação do território
ocorreram praticamente nos territórios do Império Romano do Ocidente, apenas.
Mitologia e Religião
Como já foi dito no Tema de Estudo de História - Idade Antiga Clássica: Grécia, a
palavra “mito” vem do grego “mythos” que significa conto, ou seja, trata-se de um relato de
feitos maravilhosos cujos protagonistas são personagens sobrenaturais (deuses, monstros,
espíritos) ou extraordinários (heróis, sábios, guerreiros). Por definição, um “mito” é uma
narrativa acerca dos tempos heroicos de uma civilização. Geralmente, o mito guarda um
fundo de verdade ou traz uma instrução moral que deve ser valorizada pelo receptor da
mensagem.
Os mitos romanos são, em sua maioria, muito parecidos com os mitos gregos. Isso
pode ser entendido dado os anos de ocupação e a influência da cultura grega no sul da
Península Itálica.
Dica: Para entender melhor e se aprofundar nesse assunto, faça a oficina sobre Mitologia
disponível no Portal EJ@, na seção Área do Educador do Ensino Médio, na Socialização
de Práticas Pedagógicas de Ciências Humanas.
Oficina - Mitologia
O politeísmo era a religião oficial de Roma, que considerava o imperador como um
semideus, atrelando a religiosidade à política. Dessa forma, uma parte de seus deuses
estavam atrelados à personalidade dos ancestrais comuns como por exemplo, Rômulo. Por
outro lado, os romanos também cultuavam uma série de outros deuses, que apresentavam
uma estreita relação com os deuses gregos, como se praticamente, fossem os mesmos
apenas com outros nomes.
Figura 9 – Ruínas do Panteão Romano
Fonte: Wikimedia Commons
Assim como os gregos, os romanos acreditavam que os três irmãos que
representavam as suas maiores divindades, haviam dividido os domínios do mundo em
partes equivalentes. Devido a esses deuses terem a mesma importância e força, Netuno
passou a controlar o reino das águas, Plutão o reino dos mortos e Júpiter o reino dos vivos.
Desse modo é um equívoco colocar Júpiter como superior aos demais deuses, ou
demonizar Plutão. A deusa Juno (protetora da família) casa-se com seu irmão Júpiter e
gera novos deuses romanos.
Observem a seguir, um quadro com algumas das principais divindades romanas.
- Deus da Beleza, da Música e das Artes.
Apolo
Filhos de uma relação extraconjugal de Zeus, nascem os gêmeos Apolo e Diana. O Sol
representa a carruagem de ouro com que Apolo desfila pelo céu. Ele é considerado o
deus mais belo do Olimpo.
- Deusa da Lua, da Caça e dos Animais Selvagens.
Diana
A deusa, irmã gêmea de Apolo, está ligada ao universo da magia e, por se manter
eternamente virgem, ela também é conhecida por proteger as meninas.
- Deus da Matança, do Sangue e da Guerra Irracional.
Marte
Filho legítimo de Júpiter e Juno, ficou famoso pelo seu espírito de guerreiro selvagem.
Sua sede por sangue e matanças o faz vulnerável à corrupção.
- Deusa da Inteligência, da Justiça e da Guerra.
Minerva
Foi gerada exclusivamente por Júpiter, nascendo de sua cabeça. Ela representa a
divindade que nunca se corrompe e sempre está ao lado dos justos e merecedores da
sua razão. Ela geralmente está acompanhada pela coruja do conhecimento.
- Deus dos Rebanhos, dos Ladrões e o Mensageiro dos Deuses.
Mercúrio
Filho de uma relação extraconjugal de Júpiter, essa divindade se destacou logo cedo,
criando as sandálias aladas e a lira. Ainda conseguiu roubar 50 vacas do rebanho de
Apolo, sem que ele percebesse.
- Deus do Fogo, da Forja e dos Metais.
Vulcano
Foi gerado exclusivamente por Juno, porém nasceu feio e coxo, representando a
solidão e amargura de sua mãe. Pela sua aparência monstruosa, ele vive em um
vulcão, bem longe dos demais deuses.
- Deus do Vinho e das Festas.
Baco
É uma exceção entre os deuses, uma vez que tem pai divino, Júpiter, e mãe mortal.
Conseguiu sua divindade embriagando e enlouquecendo os outros deuses.
Figura 10 – Estátua de Júpiter
Figura 11 – Pintura de Jesus Cristo
Fonte: Wikimedia Commons
Fonte: Wikimedia Commons
O cristianismo, assim como todas as demais religiões que não reconheciam a
divindade dos imperadores, eram perseguidas em Roma. À medida em que os cristãos
pregavam uma religião baseada na igualdade de direitos e na crença de um deus único
desvinculado da política, eles despertavam a ira do império contra eles. Dessa forma, os
seus seguidores, muitas vezes eram lançados nas arenas para lutar com feras. Porém, com
o avançar da crise do Baixo Império Romano, essa religião passou a ganhar força e seu
número de fiéis, cresceu como nunca antes visto.
Na decadência do império, quando Roma já estava fadada a cair, o imperador
Constantino assinou o Édito de Milão, que garantiu a liberdade de culto aos cristãos. Essa
medida mantinha o politeísmo como religião oficial de Roma, mas ela acabava oficialmente
com as perseguições e condenações desse grupo religioso à morte. A oficialização do
cristianismo como religião do Império Romano, deu-se apenas no governo do último
imperador da Roma unificada, Teodósio.
Um dado curioso, é que as invasões bárbaras terminaram de destruir as estruturas
do Império Romano do Ocidente, esses povos não preservavam as cidades ou estrutura
política de Roma, porém o legado da religião cristã foi preservado e adotado por eles em
seus novos domínios, tornando-se a religião oficial da Europa na Idade Média.
Cultura
No campo da cultura, os romanos da antiguidade clássica destacaram-se pelo
domínio de um vasto e rico conhecimento. Eles absorveram a maior parte dos
conhecimentos das áreas que dominavam e, com isso, acabaram desenvolvendo a filosofia,
a astronomia, a matemática, a alquimia, a literatura, a escultura, a música e o teatro.
Na filosofia, os romanos não lançaram nenhuma grande corrente, basicamente eles
se apoiaram nos principais filósofos da Grécia Antiga como Sócrates, Platão e Aristóteles,
para discutirem aspectos de moral e política. Porém, eles foram responsáveis por criar
registros regulares da história do seu império, nos quais se destacam historiadores como
Apiano, Tácito e Tito Lívio.
Curiosidade: A língua oficial de Roma era o latim. Atualmente, ela é considerada uma
língua morta, e é utilizada apenas em algumas celebrações da Igreja Católica ou como
designação de termos técnicos da biologia. Algumas expressões do latim também
aparecem nos processos judiciais. Além disso, as línguas modernas como o português,
espanhol, francês, italiano e polonês têm a raiz de suas palavras derivadas do latim.
Nas artes plásticas, os romanos valorizavam mais as esculturas do que a pintura
(que era considerada uma arte menor), daí observarmos uma grande riqueza de acervo em
estátuas que ornamentavam praças, palácios e templos. A arquitetura desses espaços
favorecia esse tipo de decoração por se tratarem de construções simétricas, amplas e com
estilo simples de aspecto leve.
Figura 12 - Busto do Poeta Virgílio em Nápoles
Fonte: Wikimedia commons
Na literatura, destacaram-se poetas como Horácio e Virgílio, sendo que esse último
escreveu “Eneida”, obra que conta a epopeia de Enéias que remete a origem do romano.
Já no teatro, os romanos destacavam-se, além dos gêneros da tragédia e comédia, nas
representações de suas grandes guerras e batalhas. Assim, como muitas dessas peças
eram encenadas em grandes estádios como o Coliseu, surge a necessidade dos atores
usarem máscaras para marcarem seus personagens.
ATIVIDADES
1. (VUNESP-2002) Tito Lívio, em História de Roma, referindo-se às lutas entre patrícios e
plebeus que se estenderam do século 5 a.C. ao 4 a.C., escreveu:
“(…) apesar da oposição da nobreza, houve eleições consulares em que Lúcio Séxtio foi
nomeado o primeiro cônsul plebeu. A luta, entretanto, não terminara. Os patrícios
declararam que não ratificariam essa eleição e esperava-se uma nova secessão da plebe
e outras terríveis ameaças de guerra civil quando, finalmente, um acordo apaziguou a
discórdia. A nobreza concedia à plebe seu cônsul plebeu, e a plebe concedeu à nobreza o
direito de eleger um pretor único, patrício, que seria encarregado de exercer a justiça em
Roma.”
a) Em 450 a.C., sob a pressão de uma revolta plebeia, os patrícios foram obrigados a
escrever as leis que até aquela data eram orais. Que nome receberam estas leis escritas?
b) Como se explica o poder de pressão dos plebeus sobre os patrícios, a ponto de estes
últimos serem obrigados a aceitar algumas de suas reivindicações?
2. O Mar Mediterrâneo foi o centro comercial do mundo antigo, sendo assim, dominá-lo
significava exercer plena hegemonia política e militar nessa região. Nesse contexto, os
romanos só passaram a ter o controle absoluto desse mar, a partir das
a) Guerras Púnicas, que assegurou-lhes o domínio do norte da África.
b) Guerras Médicas, que assegurou-lhes novas rotas para o Oriente.
c) Guerras da Reconquista, que assegurou-lhes o controle dos cristãos.
d) Guerras Napoleônicas, que assegurou-lhes comando de terras francesas.
e) Guerras do Peloponeso, que assegurou-lhes o controle dos Balcãs.
3. (ENEM-2000)
“Somos servos da lei para podermos ser livres.” (Cícero)
“O que apraz ao príncipe tem força de lei.” (Ulpiano)
As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que viveram praticamente no
mesmo século, quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império (Ulpiano).
Tendo como base as sentenças acima, considere as afirmações:
I. A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não
levavam em consideração as normas jurídicas.
II. Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os
representantes escolhidos pelo povo romano.
III. A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando começavam
os direitos de outro cidadão.
IV. Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.
Estão corretas, apenas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
4. Explique o que foi a política do “Pão e Circo” na Roma Antiga e dê um exemplo de como
ela pode ser aplicada com eficiência nos dias atuais.
LEITURA COMPLEMENTAR
Guerras Púnicas
Na Antiguidade, podemos observar que o mar Mediterrâneo foi um dos maiores
centros comerciais da História. Interligando as diferentes civilizações que se desenvolviam
em suas proximidades, a navegação de fim comercial pelo Mediterrâneo era de extrema
importância para a economia desses diferentes povos. Por volta do século III a. C., Cartago
abrigou uma das mais prósperas civilizações comerciais do Mundo Antigo. Localizados no
Norte da África, os cartagineses produziam riquezas que circulavam pelas regiões da
Europa e da Ásia Menor.
Até então, Roma era uma das principais aliadas comerciais de Cartago. Em geral,
comercializavam perfumes, trigo, pedrarias, tecidos e metais. No entanto, com o início do
projeto expansionista romano, as relações entre cartagineses e romanos começaram a se
estremecer. De aliadas, as duas civilizações começaram a rivalizar a hegemonia comercial
sobre o Mar Mediterrâneo. Na guerra pelo domínio da Messina, em 264 a.C., região de
acesso à Península Itálica, os romanos entraram em conflito com as frentes de batalha de
Cartago.
Logo após incessantes batalhas navais, a Primeira Guerra Púnica acabou em 241
a.C. com a vitória dos romanos que receberam grandes indenizações e o controle sobre as
ilhas da Sicília, da Sardenha e de Córsega. Inconformados com as derrotas sofridas,
Cartago combateu os romanos vinte e três anos mais tarde. A Segunda Guerra Púnica
deflagrou-se em torno do controle das regiões mineradoras do norte da Península Ibérica.
Aníbal Barca, general cartaginês, empreendeu uma forte investida militar que ameaçou
seriamente os romanos.
Incitando os gregos a se rebelarem contra os macedônios, aliados dos cartagineses,
Roma conseguiu fazer frente às forças militares de Cartago. Na batalha de Metauro, em
207 a.C., os romanos conseguiram uma significativa vitória que acuou as tropas
cartaginesas. Sob o comando do general romano Cipão, os romanos conseguiram impor
mais uma derrota aos cartagineses. Dessa vez, Cartago foi obrigada a ceder suas posses
na Península Ibérica, repassar todas as embarcações militares aos romanos e prometer
não invadir a região da Numídia.
Acuada pelas derrotas sofridas, a economia cartaginesa foi obrigada a focar-se nas
atividades agrárias. Com passar do tempo, os produtos agrícolas de Cartago conseguiram
fazer frente aos romanos. Os comerciantes da Península Itálica sentiram a concorrência
dos gêneros agrícolas cartagineses. Os patrícios, que cobiçavam as terras cartaginesas,
apoiaram a guerra contra Cartago. Em 146 a.C., os romanos destruíram a cidade de
Cartago, que se tornou província de Roma.
Com a vitória definitiva nessa guerra, Roma empreendeu o processo expansionista
que a transformou em um império. O Mar Mediterrâneo, a partir de então, passou a ser
chamado pelos romanos de “mare nostrum” (mar nosso). Roma transformou-se na maior
potência política, militar e econômica da Antiguidade.
SOUSA, Rainer Gonçalves. Guerras Púnicas. Mundo Educação.
Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/guerras-punicas.htm>.
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em: <http://www.eja.educacao.org.br>. Acesso em: 22 jan. 2016. 11h.
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WIKIMEDIA
COMMONS.
Ruinas
do
Panteão
Romano.
Disponível
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2016. 9h.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Escultura
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Júpiter.
Disponível
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<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jupiter_Smyrna_Louvre_Ma13.jpg>. Acesso em:
27 jan. 2016. 10h.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Pintura
de
Jesus
Cristo.
Disponível
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<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cristo_crucificado.jpg>. Acesso em: 27 jan. 2016.
10h.
WIKIMEDIA
COMMONS.
Busto
de
Virgílio
em
Nápoles.
Disponível
em:
<
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Publius_Vergilius_Maro1.jpg>. Acesso em: 27 jan.
2016. 10h30min.
GABARITO
1. Comentário:
a) O nome dado ao primeiro conjunto de leis escritas da cidade de Roma, na Idade Antiga,
foi “Lei das 12 Tábuas”.
b) Como os plebeus representavam a principal força de trabalho na produção agrária da
Roma Antiga, a sua paralização representava grandes prejuízos aos latifundiários e um
sério risco de crise econômica pela baixa produção de alimentos. Dessa forma, fazê-los
voltar ao trabalho era fundamental para a economia de Roma e, por isso, valeria a pena
fazer algumas concessões que os beneficiassem.
2. Alternativa A.
Comentário: Cartago era um império do norte da África que controlava importantes rotas
comerciais e pontos estratégicos do Mar Mediterrâneo, como por exemplo a ilha da Sicília.
Foram preciso 3 grandes batalhas para que os romanos vencessem definitivamente os
cartagineses nas Guerras Púnicas. Assim, com a vitória romana e a destruição de Cartago,
iniciou-se uma nova fase de domínio e expansão pelos territórios que circundavam esse
mar, uma vez que Roma, gradativamente, passaria a controlar todo o Mediterrâneo.
3. Alternativa E.
Comentário: Nessa questão, para se chegar à resposta, é necessário articular muitas
habilidades. Primeiro é preciso interpretar as frases de cada pensador citado, depois
relacioná-las ao tempo histórico e forma de governo que Roma apresentava no momento
em que elas foram escritas, para depois julgar as afirmativas. Assim, é possível perceber
um contraste de opiniões, já que Cícero afirma que a liberdade da república está no
cumprimento das leis, enquanto que Ulpiano defende que, durante o império, o governante
está acima das leis. Levando esse dado em consideração, é possível descartar a afirmativa
I que não contempla a ideia de que as leis eram seguidas durante a república e a afirmativa
II que não contempla que no império, o governante ditava as ordens independentemente
das leis. Por outro lado, as afirmativas III e IV estão corretas e em sintonia com o que foi
dito na citação. Isso confirma a resposta que apresenta apenas essas duas afirmativas
como corretas.
4. Comentário: A política do “Pão e Circo” baseava-se na distribuição de alimentos durante
os espetáculos gratuitos, que ocorria em Roma com uma certa frequência. Esses eventos
aconteciam em grandes estádios como, por exemplo, o Coliseu, onde ocorriam as
representações teatrais, ou as lutas de gladiadores. A estratégia de controle social servia
para manter as massas alienadas quanto à política, evitando revoltas e insurreições.
Atualmente, no Brasil, pode-se observar que essa política de controle das massas ainda é
utilizada, um exemplo de aplicação dela pode ser notado durante os anos eleitorais que,
curiosamente coincidem ora com a Copa do Mundo de Futebol (Presidente e Governador),
ora com as Olimpíadas (Prefeitos). A televisão e os demais meios de comunicação em
massa, também exercem tal papel, convencendo a população das ideologias que
representam os interesses da classe dominante. É muito comum, por exemplo, noticiar
exaustivamente os crimes cometidos por excluídos sociais e, convenientemente, omitir os
delitos das elites, como uma forma de gerar nas massas uma indignação seletiva.
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