Cynara scolymus L.

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FITOTERAPIA
ALCACHOFRA – Cynara scolymus L.
Aspectos agronômicos:
Planta da família das compostas (Asteraceae), nativa da região Mediterrânea do Sul
da Europa e Norte da África. Disseminada por toda a Europa e Américas. Erva semiperene,
de clima temperado a subtropical árido. Tolera geadas moderadas, mas não tolera umidade
elevada. É planta de dias longos. Nebulosidade prolongada ou temperaturas elevadas
impedem a floração. Irrigações periódicas são necessárias no período de desenvolvimento
vegetativo.
Requer solos bem drenados, com boa fertilidade e bom teor de matéria orgânica,
com pH mediano (neutro). Em solos ácidos é essencial a aplicação de calcário. Quando o
objetivo for a produção de alimento (flor de alcachofra), devem-se evitar altas aplicações de
matéria orgânica, que viçam demais a planta, atrasando a floração. Para a produção de
frutos, Haag et al. (1978) recomendam aplicar 1,5 Kg da fórmula 4-12-18 por pé/ano.
Pode ser propagada por sementes ou mudas da raiz. As sementes devem ser
plantadas em germinadouros, e seu transplante é feito quando estas estiverem com o 2º par
de folhas definitivas. Plantam-se as mudas em saquinhos de agosto a setembro, e leva-se
para o campo em outubro e novembro. Na produção de flores, planta-se em fevereiro e
inicia-se a colheita em setembro-outubro.
O espaçamento deve ser: Fileira simples: 50 cm a 01 metro entre plantas e 01 metro
entre linhas.
Fileira dupla: 50 cm entre plantas X 50 cm entre linhas X
1,2 metros entre fileiras duplas. Pode atingir até 01 metro de altura.
Início da colheita: Folhas: 04 a 06 meses após o plantio no campo, começando pelas
folhas da base.
Flores: 10 a 12 meses após o plantio no campo.
Rendimento de 06 a 08 t/ha/ano de folhas verdes e de 1,5 a 2,5 t/ha/ano de folhas
secas.
A temperatura máxima de secagem das folhas não deve exceder os 45oC;
Obs.: Os fungos Verticilium dahliae e o Botrytis cinerea podem afetar seriamente a
alcachofra. Medidas de controle recomendadas são: uso de material sadio, destruição de
restos de culturas, uso de cultivares resistentes e manejo adequado da irrigação (Pinto et al.,
1995). Nematóides do gênero Meloidogyne causam danos às raízes da alcachofra. Devemse evitar áreas contaminadas e fazer rotações com espécies resistentes (Campos, 1995);
Nomes populares: Alcachofa (Argentina), alcaucil, alcachofera, cynara, artichoke
(Inglaterra), carciofo (Itália), alcachofra (Brasil e Portugal), artichaut (França);
Usos terapêuticos: Colerético e colagogo (auxilia na formação e eliminação da
bile), carminativo (auxilia na eliminação de gases), hepatoprotetor, digestivo, laxativo,
diurético, hipoglicemiante (auxiliar no tratamento do diabetes), redutor do colesterol. Pode
ainda ser utilizada no combate a lesões de pele, como eczemas por exemplo, devido à
melhora que proporciona no funcionamento hepático (“depurativo”);
Outros usos: Utilizado também para coalhar o leite na fabricação de queijos e na
fabricação de bebidas, como aperitivo. Por ser um alimento de baixo valor calórico, rico em
fibras e ferro, pequeno teor de gorduras e rico em inulina (tipo de carbohidrato), é
especialmente indicado para pacientes diabéticos, obesos, obstipados e anêmicos;
Princípios ativos: Cinarina e cinaropicrina (princípios amargos); Componentes
polifenólicos; Sais minerais (12 a 15%); Flavonóides; Ácidos clorogênicos e cafeico;
Ácidos orgânicos; Mucilagem; Pectina; Taninos; Glicosídeos A e B; Enzimas (oxidase) e
vitaminas (pró-vitamina A, entre outras);
Partes utilizadas: Principalmente as folhas, mas toda a planta pode ser utilizada
(folhas, pecíolos, flores e raízes);
Formas de uso e dosagem: Usada internamente, sob a forma de:
Chás (infusão ou decocção): 10 a 50 g de folhas em um litro de água, uma
xícara após as refeições principais. Pode ser adicionado menta, ou outro corretor
organoléptico (“saborizante”).Após o preparo, deve ser consumido de imediato, pois com o
tempo podem surgir substâncias tóxicas;
Folhas secas e trituradas: 5 a 10 g/dia em água morna;
Extrato seco (5:1): 1 a 2 g/dia, dividido em 3 tomadas, preferencialmente após
as refeições;
Extrato fluido (1 g= 50 gotas) 6 a 15 g/dia, dividido em 3 tomadas, após as
refeições;
Tintura alcoólica a 30%: 35 gotas após as principais refeições;
Tempo de uso: Pelo tempo que se fizer necessário;
Efeitos colaterais: Não relatados na dosagem recomendada, podendo porém
aparecer diarréia, hiperacidez gástrica e perda de peso. Pode também aparecer dermatites de
contato (comum na família das compostas);
Interações medicamentosas: Sem interações relatadas na literatura consultada;
Contra indicações: Gravidez e lactação (possível efeito emenagogo e diminuição
da secreção láctea, além de causar gosto amargo no leite), obstrução do ducto biliar e
pacientes sabidamente alérgicos à alcachofra ou a outra planta da família das compostas.
Lembramos que as informações aqui contidas terão apenas finalidade
informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer
doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.
Fontes principais de consulta:
“Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas”. Dr. Jorge R. Alonso –
editora Isis. 1.998 – Buenos Aires – Argentina.
“Plantas aromáticas e medicinais – cultivo e utilização” – Paulo Guilherme Ferreira
Ribeiro e Rui Cépil Diniz . Londrina: IAPAR, 2008
“ESCOP Monographs”. The European Scientific Cooperative on Phytotherapy –
editora Thieme . 2003 – Inglaterra.
Imagem:
“Fitoterapia – conceitos clínicos” 2008 (livro com cd-rom) – Degmar ferro –
Editora Atheneu, São Paulo.
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