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Scientia Agropecuaria
ISSN: 2077-9917
[email protected]
Universidad Nacional de Trujillo
Perú
Pereira da Silva, Rouverson; Cardoso Ferreira, Ivan; Tufaile Cassia, Marcelo
Perdas na colheita mecanizada de algodão
Scientia Agropecuaria, vol. 2, núm. 1, 2011, pp. 7-12
Universidad Nacional de Trujillo
Trujillo, Perú
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=357633697001
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Scientia Agropecuaria 2(2011) 07 - 12
Scientia Agropecuaria
Facultad de Ciencias
Agropecuarias
Universidad Nacional de Trujillo
Perdas na colheita mecanizada de algodão
Losses in cotton mechanized hasvest
Rouverson Pereira da Silva¹,*, Ivan Cardoso Ferreira¹, Marcelo Tufaile Cassia¹
1
Departamento de Engenharia Rural, Univ. Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP. Via de Acesso Prof. Paulo
Donato Castellane s/n. Jaboticabal, São Paulo, Brasil.
Recibido 22 enero 2011; aceptado 14 marzo 2011
Resumo
A colheita mecanizada de algodão é extremamente vantajosa em relação à colheita manual, principalmente pelo fato
dos custos operacionais serem reduzidos e de a operacionalização proporcionar o cultivo em grande escala. Porém,
quando a operação não é realizada seguindo critérios de qualidade, pode acarretar perdas e, conseqüentemente, a
redução de lucros do produtor. O presente trabalho teve como objetivo a quantificação das perdas na colheita de
algodão em caroço no município de Ipameri-GO, em experimento conduzido em três propriedades produtoras de
algodão, sendo utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado com 10 repetições. Nas três
propriedades estudadas as perdas no solo sobressaíram-se sobre as perdas na planta, representando em média 59%
das perdas totais. As perdas totais médias encontradas foram de 5.1%, 3.5% e 7.5% respectivamente para as três
propriedades, permanecendo dentro do limite considerado como aceitável.
Palavras chave: Gossypium arboreum L., colhedoras de algodão, perdas quantitativas, qualidade de sementes,
qualidade na colheita
Abstract
The cotton mechanized harvest is very advantageous for the collection manual, primarily because operating costs are
reduced and the operation of providing the large-scale cultivation. But when the operation is not performed following
criteria, can lead to losses and thus reducing gains to the farmer. This study aimed to quantify losses in the harvest of
cotton in the city of Stone Ipameri-GO, in experiment conducted on three cotton properties, used the completely
randomized design with 10 replications. In the three properties studied the losses in the soil out on the losses in the
plant, with all properties, these losses were around 59% of total losses. Overall losses found stood at round 5.1%,
3.5% and 7.5% respectively for the three properties, remaining within the limits considered acceptable.
Keywords: Gossypium arboreum L., cotton harvesters, quantitative losses, quality of seeds, harvest quality.
espaçamento de fileiras, ponto de maturação,
tipo de solo, variedade e altura de plantas,
dentre outros, podem interferir na qualidade
do produto. Além disso, devem-se observar
alguns cuidados no momento da colheita do
algodão, seguindo-se alguns critérios técnicos
como a escolha da velocidade adequada de
operação das máquinas e do horário de
1. Introdução
A colheita, última etapa do processo de
produção no campo, é o momento em que o
produtor aguarda o retorno de seus
investimentos e trabalho, porém em muitos
casos não se obtém maiores rendimentos por
falta de condições adequadas. Fatores de
manejo cultural tais como população,
________________
* Autor para correspondencia.
E-mail: [email protected] (R. Pereira)
-7-
R. Pereira et al. / Scientia Agropecuaria 2(2011) 07 - 12
colheita (umidade da fibra), pois no momento
da colheita é desejável que haja insolação
total e escassez hídrica, uma vez que a
energia solar é um dos componentes
principais para a abertura dos frutos (Beltrão
et al., 1999). O treinamento dos operadores e
demais funcionários envolvidos, condições de
colheita, regulagens da maquina, tipo de
colhedora utilizada e fatores climáticos
também podem interferir na redução das
perdas de produtividade durante o processo
de colheita mecanizada (Santos et al., 2005).
De acordo com Embrapa (2006), existem dois
tipos de colhedoras de algodão: as de fusos
(spindles), que retiram apenas o algodão em
caroço; e as colhedoras stripper, dotadas de
um sistema de roldanas, que retiram capulhos
inteiros e os invólucros. A colhedora stripper
possui maior rendimento de colheita, porém
ao mesmo tempo, apresenta maior quantidade
de impurezas nas fibras em relação às
colhedoras do tipo spindles, que são as
colhedoras atualmente mais usadas no Brasil.
Assim como ocorre em todos os processos de
colheita mecanizada, também durante a
colheita do algodão podem ocorrer perdas
quantitativas. No Brasil, dados de pesquisas
apontam níveis variados de perdas para
situações e regiões diferentes. Vieira et al.
(2001) cita como aceitável um índice máximo
de 10% de perdas, e que a faixa ideal
encontra-se entre 6 e 8%.
Carvalho et al. (1984) obtiveram 7% e 16%
de perdas em colheita mecanizada de algodão
em anos com condições normais e adversas
de clima no município de Leme-SP em
colheitas realizadas nos anos de 1979 e 1980
respectivamente. De acordo com Nogueira e
Silva (1993) e Freire et al. (1995) na década
de 1990 as perdas na colheita mecanizada de
algodão situavam-se na faixa de 9.4 a 12.5%.
Rangel et al. (2003), afirmam que as perdas
com o processo de colheita mecanizada de
algodão podem variar de 5 a 15%, podendo
chegar a menos de 5% nos casos de boa
regulagem de máquinas e utilização de
operadores capacitados.
Segundo Embrapa (2006) durante a colheita
mecanizada ocorrem perdas quantitativas da
ordem de 15 a 17%, enquanto que na colheita
manual estas perdas não passam, em media,
de 5%. Em se tratando de perdas qualitativas
a colheita mecanizada chega a 35%, e a
manual a 5%. Dados mais recentes
apresentados por Silva et al. (2007) para a
colheita de algodão em uma propriedade na
região Sul de Goiás, indicam valores de
perdas correspondentes a 11.4%, 5.3% e
16.7%, para as perdas no solo, na planta e
totais, respectivamente.
Santos et al. (2005) considera que toda
tecnologia usada para redução de perdas na
colheita e para o melhor aproveitamento das
áreas, possibilita a obtenção de maiores
rendimentos. Um exemplo de aplicação de
novas tecnologias pode ser ilustrado pelo
trabalho de Khalilian et al. (1999), que
utilizaram um equipamento denominado
“Boll Saver” em colhedoras tipo spindles em
estudo com o objetivo de obter redução em
perdas na colheita de algodão nos Estados
Unidos, chegando à conclusão de que com o
uso do equipamento foi possível reduzir as
perdas em todas as variáveis de algodão
testadas, com aumento de quantidade de
algodão recuperada passando de 27 para 59.6
kg ha-1, em média.
Sabendo que o estudo da fenologia das
plantas pode contribuir para o esclarecimento
de fatores que acarretam perdas na colheita,
este trabalho teve por objetivo diagnosticar as
perdas na colheita de algodão no município
de Ipameri-GO, procurando relacioná-las com
fatores fenológicos diretamente ligados à
operação e que podem contribuir para a
melhoria da qualidade da colheita.
2. Material e métodos
Realizou-se o experimento no município de
Ipameri-GO onde foram escolhidos talhões
com declividade média de 1.5% e
aproximadamente 30 ha de área, em três
propriedades com proximidade de padrões
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R. Pereira et al. / Scientia Agropecuaria 2(2011) 07 - 12
tecnológicos em ambientais. O algodão
colhido foi do cultivar Delta Opal.
A colheita foi realizada em cada propriedade,
com colhedoras John Deere®, modelos 9970
(ano 2004), 9965 (ano 1997) e 9970 (ano
2004) nas propriedades 1, 2 e 3,
respectivamente. As colhedoras utilizadas
foram do tipo spindles (colhedora com fusos
rotativos), com potência média de 186 kW,
equipadas com plataforma de recolhimento de
quatro fileiras, de 4.5 m de largura e
velocidade média de colheita de 6.0; 3.8 e 5.1
km h-1 nas propriedades 1, 2 e 3,
respectivamente. Estas velocidades foram
utilizadas devido aos padrões de campo de
cada propriedade. A propriedade 1 apresentou
maior uniformidade na distribuição dos
capulhos na planta, permitindo um fluxo mais
constante de material para o interior da
colhedora,
possibilitando
assim
o
desenvolvimento de maior velocidade. Por
outro lado, a propriedade 2 apresentou a
maior quantidade de material a ser colhido,
exigindo menor velocidade de colheita.
Foram coletadas amostras para a estimativa
de perdas de sementes e de plumas no solo
(PS), na planta (PP) e perdas totais (PT), por
meio de amostragens realizadas em 5 pontos
escolhidos de forma aleatória, após a
passagem da colhedora. Para cada avaliação
posicionou-se sobre o solo uma armação com
dimensões de 4.5 x 0.9 m (4.05 m2), dentro da
qual foi coletado manualmente todo o
algodão caído na superfície (perdas no solo),
bem como o algodão que permaneceu na
planta após a passagem da colhedora,
coletando por meio de arranquio manual. As
amostras foram devidamente armazenadas,
identificadas, e posteriormente levadas ao
Laboratório de Máquinas e Mecanização
Agrícola da UNESP/Jaboticabal para serem
analisadas e mensuradas. As sementes foram
separadas da fibra manualmente para
posterior pesagem em balança de precisão. As
perdas totais de sementes e de plumas foram
determinadas a partir da soma dos resultados
obtidos para as perdas no solo e na planta.
Os dados foram tabulados e submetidos á
analise estatística descritiva, permitindo
assim a visualização geral do comportamento
dos dados (Vieira et al., 2002). O programa
computacional Minitab® 14 foi utilizado para
o cálculo das medidas de tendência central
(média aritmética e mediana), das medidas de
dispersão (valores de máximo e mínimo,
desvio-padrão e coeficiente de variação) e das
medidas de assimetria e curtose. Foi efetuado
também o teste de Anderson-Darling para
caracterizar a normalidade dos dados.
3. Resultados e discussão
Em razão da existência de poucos trabalhos
sobre perdas na colheita de algodão, Silva et
al. (2007) sugerem que para explicar as
perdas encontradas na colheita desta cultura,
seja traçado um paralelo com as perdas de
outras culturas, pois apesar das características
fenológicas distintas, no que se refere ao
processo de colheita várias são as
semelhanças, tais como tempo reduzido para
a realização, ocorrência de fatores climáticos
adversos e (falta de) gerenciamento do parque
de máquinas, entre outros. O mesmo autor
ainda cita Mesquita et al. (2001) e Campos et
al. (2005) que explicam que para evitar
parcialmente as perdas na colheita de soja,
uma série de cuidados devem ser tomados,
tais como: monitoramento da velocidade de
trabalho da colhedora e das regulagens dos
sistemas de limpeza e separação, além de
considerar o tempo de uso da máquina e o
treinamento dos operadores, pois esses fatores
diminuem o rendimento da colhedora.
Na Tabela 1 são apresentados os parâmetros
da estatística descritiva nas três propriedades
avaliadas, para as perdas na colheita na
planta, no solo e perdas totais em arrobas de
algodão em caroço por hectare. Observa-se
que nas três propriedades estudadas, as perdas
no solo sobressaíram-se sobre as perdas na
planta. Em todas as propriedades estas perdas
ficaram em torno de 59% das perdas totais.
Este resultado condiz com o experimento
realizado por Khalilian et al. (1999), que
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também encontrou maiores perdas no solo em
colheita de algodão nos Estados Unidos,
sendo essas perdas na ordem de 51 e 59% das
perdas totais para as safras de 1995 e 1996
respectivamente, sem o auxilio do
equipamento em teste na ocasião. Já com o
auxílio do equipamento denominado “Boll
Saver”, essas perdas foram reduzidas para 42
e 53%, nas safras de 1995 e 1996,
respectivamente comparando-se com as
perdas totais.
Em estudo realizado no município de
Ipameri-GO na safra 2006, Silva et al. (2007)
encontraram resultados superiores aos
descritos na bibliografia para as perdas no
solo, da ordem de 68%. Os autores
observaram que, em se tratando de
variabilidade espacial, estes tipos de pardas
não possuíam dependência espacial, o que foi
explicado pela adoção do espaçamento de
amostragem grande e indicando ainda que a
ação de recolhimento da colhedora não foi
eficiente o bastante para proporcionar a
completa colheita do algodão. Ainda no
mesmo trabalho, os autores encontraram
perdas totais na colheita de 16.7%, média
muito superior à encontrada neste trabalho ou
mesmo na bibliografia como a média de
perdas em uma colheita de algodão sob
condições normais, explicado pelo fato de
que no momento da colheita, havia grande
número de maçãs que não se encontravam
abertas devido à ação de pragas,
principalmente o bicudo do algodoeiro
(Anthonomus grandis), levando-se em
consideração os sintomas observados. Esse
alto número de maçãs não abertas fez com
que o fluxo de entrada de algodão na máquina
fosse reduzido, diminuindo a eficiência da
colhedora, o que refletiu no aumento das
perdas no momento da colheita.
Observa-se que para as três propriedades
avaliadas as médias de perdas encontram-se
distantes da mediana e que os valores dos
desvios padrão e do coeficiente de variação e
das amplitudes foram elevados, indicando alta
variabilidade dessas variáveis. Entretanto, de
um modo geral os coeficientes de curtose
foram próximos de zero e o teste de
Anderson-darling indicou distribuição normal
para todas as variáveis analisadas.
Nota-se que as maiores perdas ocorreram na
propriedade 3, na qual a colheita se deu em
velocidade intermediária (5.1 km h-1). Apenas
a propriedade 3 apresentou população de
plantas abaixo da recomendada e relatada na
bibliografia, o que certamente proporcionou a
elevação do valor de suas perdas em relação
as demais propriedades. Provavelmente isto
ocorreu devido ao tamanho excessivo dos
ramos produtivos, pois com diminuição na
população de plantas por hectare, ocorre um
efeito compensatório por parte da planta, que
teve maior crescimento e ramificação. Os
capulhos nesta propriedade apresentaram
distribuição mais desuniforme na planta
ocorrendo inclusive grande desuniformidade
na altura de inserção do primeiro capulho.
Desta forma os capulhos superiores deixaram
de ser colhidos ou então, ao sofrer impacto
pelo avanço da colhedora, desprendiam-se
das plantas e caiam, sendo deste modo
perdidos no solo.
Vieira et al. (2001) citam como aceitável um
índice máximo e 10% de perdas, e que a faixa
ideal encontra-se entre 6 e 8%. As perdas
totais encontradas neste trabalho situaram-se
em torno de 5.1%, 3.5% e 7.5% (Figura 1)
respectivamente para as três propriedades,
permanecendo dentro do limite considerado
como aceitável para a colheita de algodão,
preconizado pela bibliografia. Pode-se
observar que para todas as variáveis, as
menores perdas foram encontradas na
propriedade 2, na qual a colheita foi realizada
em menor velocidade de deslocamento.
Provavelmente este fator foi o que contribuiu
para que essa propriedade apresentasse
menores perdas, já que com relação a
aspectos fenológicos ligados diretamente à
operação de colheita, as plantas dessa
propriedade não apresentaram grandes
diferenças quando comparadas as plantas da
propriedade 1.
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R. Pereira et al. / Scientia Agropecuaria 2(2011) 07 - 12
Tabela 1
Perdas na colheita de algodão (kg ha -1) três propriedades na região de Ipameri-GO (Losses in cotton crop
(kg ha -1) in three properties in the region of Ipameri-GO).
Fatores
Média
Mediana
Amplitude
PP
PS
PT
65.7
95.7
161.5
63.4
92.8
181.8
89.2
73.2
114.6
PP
PS
PT
50.5
74.4
124.9
53.5
77.7
118.5
41.5
47.4
57.3
PP
PS
PT
109.5
161.1
270.7
85.9
143.8
229.8
128.8
99.7
156.1
Desviopadrão
Propriedade 1
33.1
31.6
51.1
Propriedade 2
16.6
20.5
23.4
Propriedade 3
52.6
39.6
71.4
Teste*
Valor
P
CV%
Ck
Cs
50.3
33.1
32.0
1.29
0.32
-0.47
2.55
-2.08
-2.77
N
N
N
0.21
0.54
0.26
32.8
27.6
18.7
-0.85
-0.08
-0.01
-0.01
-2.41
-1.63
N
N
N
0.64
0.64
0.57
48.0
24.6
26.3
1.14
1.82
0.63
0.30
3.49
-2.72
N
N
N
0.30
0.06
0.13
*N: Distribuição normal pelo teste de Anderson-Darling. CV: Coeficiente de Variação. Cs: Coeficiente de
assimetria. Ck: Coeficiente de Curtose.
PP: Perdas na Planta. PS: Perdas no Solo. PT: Perdas Totais.
Correlacionando este estudo ao de Mesquita
distância entre essas variáveis ocorre o
et al. (2001) que estudando a influência da
aumento das perdas, uma vez que os capulhos
velocidade nas perdas quantitativas em
da parte inferior da planta são priorizados na
colheita de soja, pode observar que com o
hora da colheita por possuírem maior massa.
aumento da velocidade de deslocamento da
Assim, a plataforma de colheita com tamanho
colhedora, ocorre o aumento das perdas,
fixo, os capulhos da parte superior da planta
sendo estas mais expressivas com velocidades
deixam de ser colhidos. Nota-se que a
-1
acima de 7 km h .
propriedade 3 foi a que apresentou maior
As perdas encontradas neste trabalho, em
diferença entre os fatores descritos acima, o
geral, apresentaram-se baixas em relação à
que também pode justificar as maiores perdas
bibliografia consultada, o que pode ser
ocorridas nesta propriedade.
justificado pela homogeneidade das lavouras
para as variáveis consideradas como
diretamente relacionadas a qualidade da
colheita como: relação altura x número de
nós, número de entrenós e altura de inserção
do primeiro capulho. A altura média das
plantas é um dos fatores que mais afetam a
colheita do algodão, pois a plataforma de
colheita possui tamanho fixo e as plantas
muito altas podem vir a serem tombadas e
amassadas pela máquina. Outro ponto
importante, que afeta diretamente as perdas
na colheita é a diferença existente entre a
altura das plantas e a altura de inserção do
Figura 1. Perdas percentuais na colheita de
algodão (Percentage losses in harvest of cotton).
primeiro capulho, pois com o aumento da
- 11 -
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4. Conclusões
As perdas totais encontradas neste trabalho
situaram-se dentro do limite considerado
como aceitável para a colheita de algodão.
Nas três propriedades estudadas, as perdas no
solo sobressaíram-se sobre as perdas na
planta. As maiores perdas ocorreram na
propriedade 3, provavelmente devido a
população inadequada de plantas ocasionando
plantas com ramos reprodutivos longos
desfavorecendo a qualidade da operação de
colheita. Com exceção da propriedade 3 as
variáveis diretamente ligadas a qualidade de
colheita, enquadram-se dentro de padrões
fenológicos que proporcionaram diminuição
de perdas e conseqüente aumento do
Rendimento Potencial Máximo.
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