Edição nº 31 setembro a dezembro de 2016 Shakespeare ······································································ 2 Miguel de Cervantes ···························································· 4 Temas na Net ······································································ 5 Atividades 16/17 ·································································· 6 Livros com… ······································································· 9 Os passos em volta ···························································· 10 Recursos Web ···································································· 14 Novidades Livros ······························································· 15 Novidades DVDs ································································ 17 Editorial Praticamente a acabar o ano, não queríamos deixar de recordar dois grandes escritores que marcaram a literatura do seu e do nosso tempo e que, ao longo de 2016, foram lembrados a propósito do centenário da morte. Referimonos a Shakespeare e a Cervantes. Por razões de espaço, tivemos de deixar para um próximo número o texto dedicado a Vergílio Ferreira de quem se comemorou, no presente ano, o 1º centenário do nascimento. Para além do tema em destaque, as rubricas habituais – sugestões de leitura em papel e na rede, as novidades que vão chegando à biblioteca, as atividades, etc. No próximo número, falaremos de Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils. Desejamos um Feliz Natal a todos. Todos já ouviram certamente o nome Shakespeare, mas nem todos saberão concretamente quem foi, nem por que é tantas vezes mencionado. Este ano, em que se comemora o quarto centenário da sua morte, uma forma de lhe prestarmos homenagem é relembrarmos o homem e a sua obra. William Shakespeare nasceu em Stratford-upon-Avon, Inglaterra, e é considerado um dos grandes poetas do seu tempo, “o Bardo do Avon” (Avon é o nome do rio que banha Stratford), tendo escrito cerca de 154 sonetos. A sua fama, porém, foi conquistada não pelos seus poemas mas pelas suas peças, sendo tido como o maior escritor de língua inglesa e o dramaturgo dominante do mundo ocidental. Acredita-se que tenha influenciado a sua língua mais de que qualquer outro escritor, popularizando termos e frases que eram utilizados nas conversas do dia a dia. Segundo o Oxford English Dictionary mais de 3 000 palavras usadas atualmente devem-lhe a sua introdução. As suas peças estão traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas do que as de qualquer outro dramaturgo. Shakespeare compôs as suas peças durante os reinados da rainha Isabel I e do rei Jaime I, uma época favorável ao desenvolvimento cultural e artístico, sendo o teatro deste período conhecido como teatro Isabelino, a manifestação de excelência para os ingleses. Foi em Londres que Shakespeare alcançou sucesso não só como dramaturgo, mas também como ator em muitas das suas peças e responsável pela companhia de teatro Lord Chamberlain’s Men, a qual em 1599 construiu, na periferia de Londres, próximo da margem sul do rio Tamisa, o célebre teatro The Globe, apreciado por um vasto público, que incluía a própria rainha, eruditos e nobres e o auditório anónimo, que Shakespeare sempre soube também satisfazer. Mais tarde, com a ascensão de Jaime I ao trono de Inglaterra, a companhia passou a designar-se The King’s Men. A inauguração do The Globe foi feita com a peça Henrique V de Shakespeare e outras obras primas do grande dramaturgo foram aí igualmente estreadas, entre as quais Romeu e Julieta, Othelo, Hamlet e Rei Lear. Ainda hoje, numa visita a Londres entre maio e setembro, é possível assistir no Shakespeare’s Globe, uma reconstrução fiel do teatro original, que em 1644 foi demolido, a representações de peças de Shakespeare e de outros grandes autores do seu tempo, usufruindo da atmosfera de há 400 anos. Shakespeare escreveu 38 peças que se dividem em tragédias (exs: Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth), comédias (exs: Comédia dos Erros, Sonho de uma Noite de Verão, Medida por Medida) e peças históricas (exs: Henrique V, Ricardo III). Os seus textos permanecem vivos até aos nossos dias, sendo revisitados não só pelo teatro e pela literatura, mas também pela televisão e cinema. Segundo o Guiness Book é o autor com maior número de adaptações ao cinema e até final do século XX foram produzidos mais de 400 filmes baseados nas suas obras. Mas, a que se deve o valor universal e eterno dos seus textos, que transcendem o tempo e o espaço? A resposta radica no conhecimento profundo que Shakespeare tinha da natureza humana, abordando temas como o amor, os problemas sociais, as questões políticas, entre outros. Através da profundidade filosófica e da complexa caracterização das suas personagens, Shakespeare ilustrou e desenvolveu as motivações, os defeitos e o comportamento humano, de modo que ao lermos as suas peças vemos elementos da nossa personalidade a serem retratados. Não admira, pois, que diversos filósofos e o “pai” da psicologia, Sigmund Freud, tenham estudado a sua obra e nela encontrado uma enorme riqueza psicológica e existencial. O seu conhecimento está de tal modo divulgado que raramente haverá alguém que nunca tenha ouvido falar do amor proibido entre Romeu e Julieta ou não tenha já ouvido a frase de Hamlet “ser ou não ser, eis a questão”, reflexo da hesitação e dos dilemas desta personagem. Shakespeare morreu na sua cidade natal a 23 de abril de 1616, coincidindo com o dia de falecimento do autor castelhano Miguel de Cervantes. Se, aquando da comemoração dos 400 anos do seu nascimento, em 1964, Shakespeare foi a primeira pessoa fora da família real britânica a ter o seu rosto estampado num selo do Reino Unido, também este ano, em que são volvidos 400 anos da sua morte, a Royal Mail lhe presta novamente tributo através de uma coleção de 10 selos, com frases conhecidas de diversas obras, pretendendo, assim, mostrar a influência que Shakespeare teve e continua a ter na língua inglesa. É inquestionável que William Shakespeare figura entre os grandes génios literários e dramáticos da literatura mundial de todos os tempos e, por conseguinte, nunca é demais recordá-lo. Fernanda Amaral El ingenioso hidalgo don Quijote de la Mancha “En un lugar de la Mancha, de cuyo nombre no quiero acordarme, no ha mucho tiempo que vivía un hidalgo de los de lanza en astillero, adarga antigua, rocín flaco y galgo corredor. (…)Tenía en su casa una ama que pasaba de los cuarenta, y una sobrina que no llegaba a los veinte, y un mozo de campo (…). Es, pues, de saber, que este sobredicho hidalgo, los ratos que estaba ocioso (que eran los más del año) se daba a leer libros de caballerías con tanta afición y gusto, que olvidó casi de todo punto el ejercicio de la caza, y aun la administración de su hacienda; y llegó a tanto su curiosidad y desatino en esto, que vendió muchas hanegas de tierra de sembradura, para comprar libros de caballerías (…) Con estas y semejantes razones perdía el pobre caballero el juicio, y desvelábase por entenderlas, y desentrañarles el sentido, que no se lo sacara, ni las entendiera el mismo Aristóteles, si resucitara para sólo ello.” Miguel de Cervantes Saavedra é considerado a figura mais importante da literatura espanhola por ter escrito a primeira novela moderna e uma das melhores obras de literatura universal, El ingenioso Hidalgo don Quijote de la Mancha, obra editada e traduzida para inúmeras línguas, proeza apenas superada pela Bíblia. Nesta obra, Cervantes faz uma sátira aos romances de cavalaria, sendo o autor considerado o precursor do realismo em Espanha, pré anunciado desde El Cantar de Mío Cid. Foi soldado e um importante poeta, dramaturgo, e novelista espanhol, nascido em 1547 na cidade espanhola de Alcalá de Henares. Passou por Madrid, onde foi morar com a família, e Roma, depois de ter sido mandado prender por Filipe II, acusado de ferir num duelo um tal Antonio Sigura, em Madrid. A viagem serviu para fortalecer o seu talento, diante das grandes obras do Renascimento. Pouco depois participou na Batalha de Lepanto e anos mais tarde ficou em cativeiro na Argélia, após ter sido capturado por piratas e passado cinco anos em Argel. Em 1580, é resgatado pela sua família e por padres trinitários. Ficou para a história Los Tratos de Argel (O trato de Argel), que ficou inédito até ao final do século XVIII. Quatro anos mais tarde edita a sua primeira novela La Galatea. Mantém contato com Luís de Gongora e com Lope de Vega, importantes literatos da época. Escreve, além dos poemas dramáticos Los Tratos de Argel, La Mumancia. Passou ainda por Lisboa onde escreveu peças de teatro; casou-se com Catalina de Salazar y Palaciose, casamento que não resultou, uma vez que se separaram após dois anos de união e sem terem filhos. Apesar de Cervantes nunca falar desta união, foi o primeiro a trazer para a literatura espanhola o tema do divórcio, algo até então impossível num país católico, com a comédia ou entremés, El juez de los divorcios. Foi nomeado comissário da Real Armada espanhola. Teve uma filha bastarda antes do seu casamento, com a qual nunca se deu bem. No final do século XVI, foi preso em Sevilha e só no início do século XVII, mais precisamente em 1605, publicou a primeira parte de Dom Quixote e, em 1615, a segunda. Cervantes morreu na cidade de Madrid, em abril de 1616. Consta que se foi inspirando nas suas vivências e nas suas experiências e leituras para escrever as suas obras magistrais, de diferentes géneros. Estas conferem-lhe um lugar na história da literatura universal e convertem-no num autor ao nível de Dante Alighieri, William Shakespeare, Michel de Montaigne e Goethe. É de realçar a coincidência das datas de morte de dois dos maiores escritores da humanidade, Miguel de Cervantes Saavedra e William Shakespeare, ambos com data de falecimento em abril de 1616. Zulmira Martins http://cvc.cervantes.es/ Sítio oficial do Instituto Cervantes: recursos e materiais (literatura, língua, artes, ciência) para professores, alunos e curiosos. http://400cervantes.es/cervantes-digital/ Lista de sítios e recursos disponíveis. https://www.google.com/culturalinstitute/beta/project/ the-routes-of-cervantes?hl=es Exposições virtuais sobre a vida, a obra e as personagens de Miguel de Cervantes. http://www.cervantesvirtual.com/portales/ miguel_de_cervantes/ Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes. Além da obra completa, estão também disponíveis estudos, documentos sonoros, imagens, etc. Apps para telemóvel (iPhone e Android): D. Quixote (áudio) e as ilustrações de Gustave Doré. http://cvc.cervantes.es/artes/menc/comic_a.htm Adaptação em banda desenhada do livro El retablo de las maravillas escrito por Miguel de Cervantes. Para desfrutar completamente os dois percursos (Miguel e Cervantes), segue as instruções dadas no início. No primeiro percurso, ficarás a saber mais sobre a vida e a obra do escritor; no segundo, lês a adaptação. http://shakespeare.mit.edu/ As obras completas de Wiliam Shakespeare divididas por género: comédia, tragédia, peças históricas e poesia. http://www.shakespearelives.org/ Página do British Council dedicada a Shakespeare. http://www.bardweb.net/man.html Biografia, bibliografia, estudos sobre a obra e a época. http://www.bbc.co.uk/timelines/z8k2p39 Tábua cronológica. http://www.folger.edu/shakespeare Vida, obra, podcasts, recursos para crianças e adolescentes. https://schoolsonline.britishcouncil.org/classroomresources/list/shakespeare-lives Recursos por áreas temáticas que podem ser utilizados em sala de aula com os alunos do ensino básico. E Apresentação da BE aos alunos do 9º e do 10º anos Ao longo das duas primeiras semanas de outubro, endereçámos o convite a todas as turmas do 9º e do 10º anos para que viessem à BE (Biblioteca Escolar). A professora bibliotecária, Idalina Costa, deu as boas-vindas aos alunos, apresentou a equipa da BE, explicou as regras de utilização e de empréstimo e deu a conhecer alguns aspetos menos conhecidos ou ignorados por alunos e professores como, por exemplo, o blogue das bibliotecas do Agrupamento, o catálogo “online”, a presença da BE nas redes sociais e outras plataformas. Foi uma forma singela de comemorar o MIBE (Mês internacional das bibliotecas escolares) e também uma oportunidade de pôr em prática o lema “Aprende a descodificar o teu mundo”, pois a PB (professora bibliotecária) referiu-se também ao modo como se deve pesquisar a informação e estar atento às armadilhas da web dando algumas dicas sobre a utilização da Internet. A professora bibliotecária agradece a todos os alunos e professores que participaram e colaboraram nesta atividade. Mais em: http://look.aesampaio.pt/?p=9930 E MIBE (Mês Internacional das Bibliotecas Escolares) Para além da apresentação da BE, no âmbito do MIBE, ao longo do mês de outubro, houve também a habitual animação das estantes e de uma das vitrinas da BE. Nos quiosques, foram também colocadas imagens de bibliotecas antigas (entra as quais as de Mafra e a Joanina da Universidade de Coimbra) e modernas com formas arquitetónicas e conceitos arrojados. E Isabel Ricardo na BE (bis) Depois de ter estado connosco na Semana da Leitura 2016, Isabel Ricardo voltou ao nosso agrupamento para falar dos seus livros. A escritora apresentou um vídeo sobre o próximo livro (a publicar em breve), cantou uma lengalenga e respondeu às (poucas) perguntas dos alunos que participaram neste encontro. E assim encerrámos o programa do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares. E Dia mundial da alimentação Promovida pelo PES (Projeto de Educação para a Saúde), no dia 18 de outubro, os alunos das turmas A e B do 12º ano assistiram a uma palestra com o título sugestivo “Que o teu alimento seja o teu melhor remédio”. A Dra. Vera Gamas (naturologista e homeopata) foi quem nos desvendou os mistérios de uma alimentação saudável. E São Martinho na BE São Martinho, castanhas e vinho? Errado! No dia de São Martinho, castanhas e … livros! Uma forma simbólica de assinalar esta efeméride. A par dos livros embrulhados como se fossem castanhas, esteve exposta, na BE e nos quiosques, a lenda de São Martinho. E As escolhas de… Começámos com a equipa da BE. Mas, ao longo do ano letivo, lançamos o desafio a todos os alunos, professores e funcionários. Propõe-se que os utilizadores da BE escolham os seus documentos preferidos (o “top ten”) e os exponham no carrinho que está junto da estante dos dicionários, identificando-se. Participa! E 11ª edição do Concurso Nacional de Leitura Como é habitual, respondemos presente. Até ao dia 7 de dezembro, os alunos do 7º ao 12º puderam inscrever-se na 11ª edição do Concurso Nacional de Leitura (CNL). A 12 de janeiro, farão a prova a nível de escola e os três melhores, em cada escalão, representarão o Agrupamento na fase distrital. Seguir-se-á a prova nacional no mês de junho ou julho. E Dia Nacional do Mar (16 de novembro) No âmbito do projeto “Ler+ Mar”, as bibliotecas da EBC (Escola Básica do Castelo) e da ESS (Escola Secundária de Sampaio), propuseram algumas (pequenas) atividades para assinalar a efeméride. No dia 16 de manhã, três turmas (3º e 4º anos) da EBJI de Sampaio vieram à BE da ESS assistir à projecção do filme À procura de Dory. Na BE da EBC, os alunos de duas turmas do 7º ano viram A vida de Pi. Para além dos filmes, nas vitrinas e nas estantes da BE, estiveram expostos documentos e livros relacionados com a temática do mar, foram oferecidas réguas alusivas ao tema (na ESS) e houve peixes para colorir e expor na EBC. Numa das paredes de vidro da BE da ESS, pôde também ver-se uma enorme onda. E, na EBC, uma aiola em tamanho real. E Palestra da Amnistia Internacional (“Discriminação, refugiados e imigrantes”) No dia 18 de novembro, por iniciativa do professor Pedro Francisco (Geografia), realizou-se, na BE, em duas sessões, uma palestra, dinamizada por um elemento da Amnistia Internacional, subordinada ao tema “Discriminação, refugiados e imigrantes”. Para acabar de vez com os preconceitos e promover a tolerância e respeito pela diferença e pelo outro, o dinamizador apresentou exemplos concretos de figuras conhecidas que, sendo diferentes, se destacaram na luta pelos direitos humanos, nas artes, na política e até no futebol. E “Scary movie” na Biblioteca (Dia das Bruxas) No dia 31 de outubro, por iniciativa do grupo de Inglês, as travessuras chegaram, em dose dupla, sob a forma de filme. De manhã, foi a vez de Hansel e Gretel e, à tarde, The Crow. Não faltaram as abóboras e, quanto aos doces, também os houve… E Apresentação da peça “Noite da liberdade” No dia 22 de novembro, a pedido do professor Nuno Nabais (História), o diretor do Teatro Municipal de Almada, Rodrigo Francisco, esteve na BE a fazer a apresentação da peça “Noite da liberdade” de Ödön Von Horváth, um dramaturgo nascido na Hungria. A peça, que é encenada pelo próprio Rodrigo Francisco, baseia-se nos confrontos ocorridos em 1930 na cidade de Murnau, na Baviera, que opuseram os defensores da República alemã aos nacional-socialistas. O encenador, sempre em diálogo com os alunos presentes, contextualizou historicamente a ação e explicou as razões que levaram à escrita do texto, estabelecendo algumas comparações com o ambiente vivido atualmente na Europa, onde grassam exemplos de intolerância e de xenofobismo. No final da apresentação, foram lidos alguns excertos da peça por alunos que participaram nesta apresentação. ARTE Vincent e Van Gogh (Gradimir Smudja) Nascido a 1 de julho de 1956, na exJugoslávia, Gradimir Smudja emigrou para a Suíça e, mais tarde, foi viver para a cidade de Lucca, em Itália. No álbum Vincent e Van Gogh, o desenhador presta homenagem ao pintor holandês contando aquilo que ele considera ser a parte menos conhecida do público – “toda a gente sabe quem foi Van Gogh, mas ninguém conhece Vincent”. Vincent, neste caso, é um gato, ou melhor, um génio a quem Van Gogh deve, segundo Smudja, o talento. Neste livro (o primeiro volume de uma série de dois), o desenhador imita na perfeição alguns dos quadros do pintor holandês. A descobrir na biblioteca da tua escola. Ver também: https://www.youtube.com/watch?v=RiXiCcFVffs Título emprestado a Herberto Helder Neste número, destaque para os museus, uns mais perto, outros mais longe de nós, uma exposição, um espectáculo de circo e um concerto. Museu Marítimo de Sesimbra Inaugurado em 31 de maio, dia do Pescador, o Museu Marítimo de Sesimbra mostra “a ligação de Sesimbra ao mar e à pesca, cujas evidências histórias nos transportam até há 5 mil anos, é apresentada ao público de uma forma organizada e sistematizada, onde as novas tecnologias convivem, lado a lado, com o saber dos homens do mar. O Museu está dividido por temáticas que ocupam vários espaços existentes na Fortaleza de Santiago. A receção situa-se junto ao Posto de Turismo, à entrada do monumento. Depois de adquirir o ingresso e ser devidamente enquadrado, o visitante poderá circular pelos vários espaços e optar por organizar a sua própria visita. Como forma de promover a ligação à comunidade local e de aproximar os munícipes à história da sua terra, as entradas são gratuitas para moradores no concelho, que podem pedir um cartão de utente para o efeito.” Horário: De terça a domingo, das 10 às 13 e das 14.30 às 17.30 horas. De 1 de junho a 15 de setembro, o museu funciona das 15.30 às 19 e das 20.30 às 23 horas. As entradas são encerradas uma hora antes do fecho do equipamento. in http://www.cm-sesimbra.pt/pages/1544 MAAT (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) Recentemente inaugurado (a 5 de outubro), o MAAT, junto à Central Tejo, atraiu milhares de pessoas e até março de 2017 a entrada custa 5 € e inclui o acesso a todas as exposições, sendo gratuita para todos no primeiro domingo de cada mês. Para crianças e jovens até 18 anos e professores, a entrada é sempre gratuita. Trata-se de “um museu que cruza três áreas num espaço de debate, de descoberta, de pensamento crítico e de diálogo internacional. Um projeto inovador que coloca em comunicação um novo edifício, desenhado pelo atelier de arquitetura Amanda Levete Architects, e a Central Tejo, um dos exemplos nacionais de arquitetura industrial da primeira metade do século XX, e um dos polos museológicos mais visitados do país. O MAAT traduz a ambição de apresentar exposições nacionais e internacionais com o contributo de artistas, arquitetos e pensadores contemporâneos. Refletindo sobre grandes temas e tendências atuais, a programação apresentará ainda diversos olhares curatoriais sobre a Coleção de Arte da Fundação EDP.” Aberto das 12 às 20h; encerra às terças-feiras e nos dias 25 de dezembro, 1 de janeiro e 1 de maio. in https://www.maat.pt/pt/sobre Título emprestado a Herberto Helder Varekai (Cirque du Soleil) De 5 a 15 de janeiro de 2017, MEO Arena O Cirque du Soleil está de volta com um dos espectáculos mais emocionantes da companhia e qualidade garantida. Para miúdos e graúdos. Uma excelente maneira de começar o ano. Não há bela sem senão: é que os preços não são muito convidativos (de 37€ a 80€), mas, por uma vez na vida, vale (mesmo) a pena. “Esta história, que viaja por uma cativante floresta no interior de um vulcão habitado por excêntricas e encantadoras criaturas, estará em exibição entre 05 e 15 de janeiro de 2017, no MEO Arena. Nas profundidades de uma floresta estabelecida no interior dentro de um vulcão, existe um extraordinário mundo, um mundo onde tudo é possível. Um mundo chamado Varekai. Um jovem solitário cai dos céus e assim começa a história de "Varekai". Caindo de paraquedas no meio de uma floresta misteriosa e mágica, um lugar fabuloso habitado por criaturas de mil metamorfoses, este jovem homem lança-se numa aventura absurda e intrigante. Neste lugar longínquo, onde tudo é possível, inicia-se uma celebração à redescoberta da vida. A palavra Varekai significa “em qualquer lugar” na língua dos ciganos, os eternos nómadas. Este espetáculo é uma homenagem ao espírito nómada, à alma e à arte da tradição do circo, bem como à paixão infinita de todos os que continuam a sua busca no caminho que leva até o Varekai.” in http://ticketline.sapo.pt/evento/CIRQUE-DU-SOLEIL-VAREKAI-13037 Concerto: Moonspell Campo Pequeno - 4 de fevereiro 2017 | 22h00 “Os Moonspell têm a honra de anunciar uma data para Lisboa, a propósito da comemoração dos vinte anos do disco Irreligious. A procura foi tanta, os fãs da capital tanto exigiram, que a banda cumpriu e irá apresentar-se ao vivo dia 4 de Fevereiro 2017, no seu primeiro concerto do ano. Tocará na íntegra, e por ordem, três dos seus discos: Wolfheart (editado em 1995); Irreligious (disco de Prata em Portugal à sua saída em 1996) e o aclamado Extinct, último disco editado pela banda. No ano em que comemoram 25 anos como banda (19922017) os Lobos Portugueses regressam a Lisboa para continuar a escrever a sua história em conjunto com as personagens principais desta verdadeira saga: a sua alcateia, a sua cidade, um ritual de todos quantos vivem debaixo deste muito particular feitiço. Depois de Guimarães e por demanda dos fãs, os Moonspell levam até à sala lisboeta um espectáculo único, intenso e visualmente irresistível com um alinhamento que nunca mais se repetirá. Uma produção para ficar na história da banda e dos seus fãs em Portugal.” http://ticketline.sapo.pt/evento/MOONSPELL-20-ANOS-IRRELIGIOUS-15485 Título emprestado a Herberto Helder Exposição: José de Almada Negreiros “No dia 2 de fevereiro de 2017, a Fundação Calouste Gulbenkian inaugura a exposição «José de Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno», antológica da obra de um artista que catalisa a vanguarda nos anos de 1910 e atravessa todo o século XX. Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir mas sim uma maneira de ser. Ser moderno não é fazer a caligrafia moderna, é ser o legítimo descobridor da novidade. José de Almada Negreiros na conferência Modernismo, 1926 Autor profuso e diversificado, Almada (1893-1970) pôs em prática uma conceção heteróclita do artista moderno, desdobrado por múltiplos ofícios. Toda a arte, nas suas várias formas, seria, para Almada, uma parte do «espetáculo» que o artista teria por missão apresentar perante o público, fazendo de cada obra, gesto ou atitude um meio de dar a ver uma ideia total de modernidade. A exposição apresenta um conjunto de obras que reflete a condição complexa, experimental, contraditória e híbrida da modernidade. A pintura e o desenho mostram-se em estreita ligação com os trabalhos que fez em colaboração com arquitetos, escritores, editores, músicos, cenógrafos ou encenadores. Esta escolha dá também visibilidade à presença marcante do cinema e à persistência da narrativa gráfica ao longo da sua obra. Juntam-se ainda obras e estudos inéditos que darão a conhecer diferentes facetas do processo de trabalho artístico de José de Almada Negreiros.” in https://gulbenkian.pt/museu/evento/jose-almada-negreirosmaneira-moderno/ (ver também atividades complementares) Ilustração de David Rubín Excerto de Entremes del retablo de las marauillas GOB.- ¿Y que quiere dezir retablo de las marauillas? CHAN.- Por las marauillosas cosas que en el se enseñan y muestran, viene a ser llamado retablo de las marauillas; el qual fabricó y compuso el sabio Tontonelo, debaxo de tales paralelos, rumbos, astros y estrellas, con tales puntos, caracteres y obseruaciones, que ninguno puede ver las cosas que en el se muestran, que tenga alguna raza de confesso, o no sea auido y procreado de sus padres de legitimo matrimonio; y el que fuere contagiado destas dos tan vsadas enfermedades, despidase de ver las cosas jamas vistas ni oydas de mi retablo. Miguel de Cervantes Excerto de Dom Quixote Preguntóle si traía dineros; respondió don Quijote que no traía blanca, porque él nunca había leído en las historias de los caballeros andantes que ninguno los hubiese traído. A esto dijo el ventero que se engañaba; que, puesto caso que en las historias no se escribía, por haberles parecido a los autores dellas que no era menester escrebir una cosa tan clara y tan necesaria de traerse como eran dineros y camisas limpias, no por eso se había de creer que no los trujeron; y así, tuviese por cierto y averiguado que todos los caballeros andantes, de que tantos libros están llenos y atestados, llevaban bien herradas las bolsas, por lo que pudiese sucederles; y que asimismo llevaban camisas y una arqueta pequeña llena de ungüentos para curar las heridas que recebían, porque no todas veces en los campos y desiertos donde se combatían y salían heridos había quien los curase, si ya no era que tenían algún sabio encantador por amigo, que luego los socorría, trayendo por el aire, en alguna nube, alguna doncella o enano con alguna redoma de agua de tal virtud que, en gustando alguna gota della, luego al punto quedaban sanos de sus llagas y heridas, como si mal alguno hubiesen tenido. Mas que, en tanto que esto no hubiese, tuvieron los pasados caballeros por cosa acertada que sus escuderos fuesen proveídos de dineros y de otras cosas necesarias, como eran hilas y ungüentos para curarse; y, cuando sucedía que los tales caballeros no tenían escuderos, que eran pocas y raras veces, ellos mesmos lo llevaban todo en unas alforjas muy sutiles, que casi no se parecían, a las ancas del caballo, como que era otra cosa de más importancia; porque, no siendo por ocasión semejante, esto de llevar alforjas no fue muy admitido entre los caballeros andantes; y por esto le daba por consejo, pues aún se lo podía mandar como a su ahijado, que tan presto lo había de ser, que no caminase de allí adelante sin dineros y sin las prevenciones referidas, y que vería cuán bien se hallaba con ellas cuando menos se pensase. Miguel de Cervantes Recursos WEB http://portaldoastronomo.org/ O NUCLIO é uma instituição sem fins lucrativos criada em 2001 por astrónomos profissionais e amadores. Os seus objetivos são a divulgação e o ensino da Ciência, em particular da Astronomia e Astrofísica. Aliando investigadores ativos em vários domínios de ponta da Astrofísica Moderna, bem como experientes astrónomos amadores e professores dedicados, o NUCLIO pretende ser uma referência no meio que se dedica, em Portugal, a atividades de divulgação científica e formação de professores. O Portal do Astrónomo nasceu no início de 2002 e desde essa data têm-se mantido online, com uma atividade mais ou menos intensa. Durante estes 13 anos, o Portal passou por várias alterações visuais e tecnológicas e acumulou também uma enorme quantidade de conteúdos. Esta última encarnação do Portal do Astrónomo foi ativada no início de 2016 e representa uma mudança radical no visual e na organização do site. Para não perder o acesso a todos os conteúdos antigos, o site antigo continua ativo tendo mudado de nome para “Portal do Astrónomo Vintage“, sendo acessível através do Menu no fundo do novo site. in http://portaldoastronomo.org/quem-somos/ http://www.cnc.fr/web/fr/dossiers-pedagogiques Dossiers pedagógicos com a sinopse de cerca de 425 filmes e ainda análise por sequências, informação sobre realizadores e atores e pistas de trabalho para a sala de aula. Enciclopédia do Museu do Prado https://www.museodelprado.es/aprende/enciclopedia Trata-se de um projeto editorial e de investigação levado a cabo pela Fundación Amigos del Museo del Prado que reúne informação completa sobre a história e as coleções do Museu do Prado (1808 biografias de artistas – de A a Z -, 168 obras -primas, 228 exposições). As entradas desta enciclopédia são escritas por especialistas espanhóis e estrangeiros Homens bons (Arturo Pérez-Reverte) Eis, até agora, o último romance traduzido em português deste escritor espanhol (em outubro, saiu em Espanha Falcó, um livro cuja acção decorre na Europa dos anos 30 e 40). Em Homens bons, conta-se a “épica aventura de dois homens que quiseram mudar o mundo através dos livros”. A ação, baseada em factos reais, decorre no séc. XVIII. Dois homens viajam, em segredo, até Paris com a missão de levarem para Espanha os 28 volumes da Encyclopédie de Denis Diderot e Jean D’Alembert. E porquê em segredo? Pelo simples facto de que se tratava de uma obra que, apesar de ser (ou porque era) a mais representativa do Iluminismo, estava proibida pela Inquisição espanhola. Alguém os quer impedir de alcançar esse objetivo e, por isso, as peripécias sucedem-se. A par dessa história, podemos ler uma outra: a do escritor que pesquisa e trabalha na feitura do seu romance. Segundo o autor, a introdução de “alguns segmentos em que o narrador explica o seu ofício, [possibilita] elipses e saltos na história, muito úteis para resumir em duas linhas o que teria necessitado de páginas e páginas de explicações.” Já disponível para consulta local e domiciliária na BE. Mais sobre o escritor e as obras já publicadas: http://www.perezreverte.com/ (em castelhano) http://expresso.sapo.pt/cultura/2016-10-05-Arturo-PerezReverte-Escrevo-romances-para-ser-feliz (entrevista à revista do jornal Expresso) Uma estranheza em mim (Orhan Pamuk) É o romance mais recente de Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura (2006) e já está disponível na BE para consulta local e domiciliária. SINOPSE “O novo romance de Orhan Pamuk combina uma história de amor marcante com um retrato muito pessoal de Istambul e das profundas mudanças aí ocorridas entre 1969 e 2012. Mevlut viu [aquela mulher (na verdade, ainda uma menina)] apenas uma vez e foi o suficiente para se apaixonar. Após três anos de cartas enviadas em segredo, decidem fugir. A escuridão da noite auxilia a fuga mas a luz de um relâmpago revela um engano terrível que os marcará para sempre. Chegados a Istambul, Mevlut decide aceitar o seu destino seguindo os passos do pai. Todas as noites vende boza, uma bebida tradicional turca, esperando um dia enriquecer. Durante quatro décadas, acompanhamos Mevlut pelas ruas de Istambul, o seu olhar face às alterações que ocorrem e as diferentes pessoas com quem se cruza.” in https://www.wook.pt/livro/uma-estranheza-em-mim-orhan-pamuk/18680906 Os Indomáveis F. C. - O mundo é uma bola (Álvaro Magalhães) SINOPSE “Ricardo e o irmão mudam de casa e procuram, na nova cidade, um sítio onde jogar futebol. Há um clube com camadas jovens e uma boa escola de futebol, mas eles acabam a jogar num descampado com outros rapazes. Em liberdade. "E se fizéssemos um clube?", perguntou, um dia, o Ricardo. E tudo começou nesse momento. Eis, pois, a história contada por ele: uma equipa, um treinador, um nome, um equipamento, um clube: Os Indomáveis F. C.” In https://www.wook.pt/livro/os-indomaveis-f-c-o-mundo-e-uma-bola-alvaromagalhaes/17817358 A amiga genial (Elena Ferrante) Primeiro de quatro volumes, A amiga genial é o primeiro romance de Elena Ferrante a chegar à nossa biblioteca. Segundo o The New York Times, «Elena Ferrante é uma das grandes escritoras contemporâneas.» Nós, que já lemos a tetralogia, confirmamos. Os quatro livros são não só a história de uma amizade entre duas mulheres, marcada por conflitos e acontecimentos trágicos, mas também a história de uma cidade, Nápoles, e das mudanças políticas e sociais desde os anos 60 do séc. XX até ao início do séc. XXI. Tudo contado de uma forma, por vezes, demasiado crua, mas viciante. A verdade é que não queremos parar de ler e, chegados ao fim do quarto volume (na nossa opinião, o melhor de todos se é legítimo estabelecer uma hierarquia entre eles), despedimonos daquelas personagens como se elas fizessem parte do nosso mundo e quiséssemos que elas regressem de novo às nossas vidas porque, visível ou invisivelmente, nos marcaram, nos fizeram sair de nós tal como acontece sempre que nos apaixonamos. As personagens de Elena Ferrante, sobretudo as femininas, são humanas, “demasiado humanas”. Em vez dos estereótipos normalmente associados à figura feminina na literatura e no cinema, as mulheres dos romances de Elena Ferrante espelham a mesquinhez e a grandeza, a inveja e a solidariedade, o amor e o ódio sempre inseridas num quotidiano muitas vezes marcado pela ferocidade e pelo abjecto. Mas, afinal, quem é Elena Ferrante, uma escritora italiana, de Nápoles, que desafia classificações e se afirma como uma das mais geniais autoras da actualidade? A pergunta, até há bem pouco tempo, fazia capas de revistas e jornais literários, pois, a par do fenómeno literário, havia ainda esse mistério. Com efeito, a escritora sempre prezou o anonimato – segundo a autora, “Já fiz o suficiente por esta história. Escrevia.” O resto é privado: não dá entrevistas a não ser por escrito, não existe uma única fotografia sua publicada, não participa em nenhum acontecimento público. Agora, e na sequência de uma investigação levada a cabo por jornalistas de várias revistas, parece ter-se descoberto a verdadeira identidade da autora. Será Anita Raja, tradutora de literatura alemã. SINOPSE “A Amiga Genial é a história de um encontro entre duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade adolescente. Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal, o de Lila Cerullo é sapateiro. Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas acções. Tem resposta pronta para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja. Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração. O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue. A Amiga Genial tem o andamento de uma grande narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores desejariam que nunca acabasse.” in https://www.wook.pt/livro/a-amiga-genial-elena-ferrante/16191003 Arrábida por fora e por dentro : guia do património natural do concelho de Sesimbra (NECA Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) Trata-se de uma oferta da Câmara Municipal de Sesimbra através do SABE (Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares). “Arrábida por Fora e por Dentro é um documento bastante interessante e completo que dá a conhecer não só o que está à vista, especialmente a vasta flora e fauna que aqui encontraram condições ideais para a sua proliferação, mas também a beleza e riqueza das grutas descobertas pelo NECA. O livro exibe em 110 páginas perto de 600 imagens recolhidas ao longo de 12 anos, o que dá uma ideia da importância deste documento para um melhor conhecimento desta região. A obra é complementada com a apresentação de percursos pedestres, mapas e um glossário em português e inglês sobre as caraterísticas da região da Arrábida.” (in http://www.cm-sesimbra.pt/frontoffice/pages/1077?news_id=4814) As novidades são estas: Os Maias - Cenas da Vida Romântica (2014 – 139 min.), de João Botelho Entre Afonso da Maia e o seu neto Carlos, constrói -se o último laço forte da velha família Maia. Formado em Medicina na Universidade de Coimbra e posteriormente educado numa longa viagem pela Europa, Carlos da Maia regressa a Lisboa no outono de 1875, para grande alegria do avô. Nos catorze meses seguintes, nasce, cresce e morre a comédia e a tragédia de Carlos como a tragédia e a comédia de Portugal. A vida ociosa do médico aristocrata, invariavelmente acompanhado pelo seu par amigo, o génio da escrita e de obras “inacabadas”, o manipulador João da Ega, leva-o a ter amigos, a ter amantes e ao dolce fare niente, cheio de convicções. Até que se apaixona de verdade por uma mulher tão bela como uma madona e tão cheia de mistérios, como as heroínas da estética naturalista. Uma personagem nova num romance esteticamente revolucionário. A vertigem: paixão louca para lá dos negrumes do passado, um novo e mais negro precipício, o incesto. Mesmo sabendo que Maria Eduarda é a irmã, a paixão de Carlos não morre e vai ao limite. E depois termina abruptamente porque o velho Afonso da Maia morre para expiar o pecado terrível do seu neto, neto que era a razão da sua existência. E então em vez da morte do herói, nova invenção de Eça. Carlos e Ega partem para uma longa viagem de ócio e de pequenos prazeres. Dez anos depois, voltam a encontrar-se em Lisboa tão diferente e tão igual, a capital de um país a caminho da bancarrota. Os Maias, escrito pelo genial Eça de Queiroz, grande, melodramático, divertido e melancólico, aponta um destino sem remédio, tanto para a família Maia como para Portugal. O sal da terra (2014 – 105 min.), de Wim Wenders e Juliano Robeiro Salgado Nos últimos 40 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado viajou por todos os continentes, na peugada de uma humanidade sempre em mutação. Testemunhou alguns dos maiores eventos da nossa História recente; conflitos internacionais, a fome e o êxodo. Embarcou recentemente numa viagem à descoberta dos territórios virgens, fauna e flora, das paisagens grandiosas num enorme projeto fotográfico que presta tributo à beleza do planeta. A vida e o trabalho de Sebastião Salgado são-nos revelados pelo filho, Juliano, que o acompanhou nas suas últimas viagens, e por Wim Wenders, também ele fotógrafo. João Bénard da Costa: outros amarão as coisas que eu amei (2015 – 75 min.), de Manuel Mozos Uma homenagem ao cinema a pretexto da extraordinária vida de João Bénard da Costa, diretor da Cinemateca Portuguesa durante 18 anos mas também ator, cinéfilo, escritor inspirado e leitor criativo. Esta é uma inusual biografia que conta a vida do homem através dos seus amores, medos e contemplações, impressas na arte da pintura, do cinema e literatura. Da pintura barroca à literatura de Borges, João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas que Eu Amei, é o amado diário de um homem universal. O que comemos, SA (“Food, Inc.”) (2014 –90 min.), de Robert Kenner Em O que comemos S.A., o cineasta Robert Kenner levanta o véu sobre a indústria alimentar americana, expondo o sistema altamente mecanizado que tem sido ocultado ao consumidor americano, com o consentimento das agências reguladoras, USDA e FDA. O fornecimento de alimentos é agora controlado por um punhado de corporações que muitas vezes colocam o lucro à frente da saúde dos consumidores, da subsistência do agricultor norte-americano, da segurança dos trabalhadores e do nosso próprio ambiente. Os peitos de frango cada vez maiores, a costeleta de porco perfeita, sementes de soja resistentes a herbicidas e até tomates que não se estragam, mas também temos novas estirpes de E. coli - uma bactéria nociva que afeta anualmente cerca de 73.000 americanos. A obesidade generalizada tem aumentado assustadoramente, especialmente entre as crianças, bem como o nível epidémico de diabetes entre os adultos. Contendo entrevistas com especialistas como Eric Schlosser (Fast Food Nation), Pollan Michael (The Omnivore's Dilemma, In Defense of Food: An Eater's Manifesto), juntamente com alguns testemunhos visionários de empreendedores sociais como Gary Hirshberg (Stonyfield) e Joel Salatin (Polyface Farms)', O que comemos S.A., revela surpreendentes - e muitas vezes verdadeiramente chocantes – realidades sobre o que comemos, como os alimentos são produzidos, em quem nos tornamos e para onde nos dirigimos. A ponte dos espiões (Bridge of spie ”) (2015 – 141 min.), de Steven Spielberg Início da década de 1960. Os EUA e a União Soviética encontram-se em plena Guerra Fria. A 1 de Maio de 1960, um U-2 (avião de reconhecimento norte-americano) sobrevoava o território soviético quando é atingido pelo inimigo. Francis Gary Powers, o piloto, consegue sobreviver ao saltar de páraquedas, mas é posteriormente capturado e feito prisioneiro. A sua captura transforma-se num problema de Estado pois, se Powers ceder, pode revelar informações fundamentais que porão em causa muitas das estratégias militares dos EUA. É então que James B. Donovan, o advogado encarregado de defender Rudolf Abel, um espião do KGB capturado anos antes pelo FBI, é contactado para negociar a libertação do piloto em troca da libertação do seu ex-cliente, a cumprir 30 anos de pena de prisão. Mesmo sem experiência em negociações deste nível, Donovan viaja até Berlim (Alemanha), onde se torna numa peça essencial dos negócios entre os Estados Unidos e a União Soviética. Num esforço para fazer o que é correto e cumprir a sua missão, Donovan vê-se enredado num ambiente de tensão política entre dois pólos inimigos. E ele sabe que qualquer passo em falso pode significar o início de uma guerra entre duas superpotências e a consequente morte de milhares de inocentes. Com realização do veterano Steven Spielberg, o elenco conta com Tom Hanks, Mark Rylance, Amy Ryan e Alan Alda, entre outros. PÚBLICO À procura de Dory (“Finding Dory”) (2016 – 95 min.), Angus MacLane e Andrew Stanton Dos criadores da Disney Pixar, vencedores do Óscar com o filme À procura de Nemo (Melhor Filme de Animação, 2003), eis uma épica aventura subaquática repleta de imaginação, humor e emoção. Quando Dory, a peixe que se esquece de tudo, de repente se lembra que tem uma família que pode estar à procura dela, inicia, juntamente com Marlin e Nemo, uma desafiante jornada para encontrá-los com a ajuda de Hank, um polvo, Bailey, uma beluga que tem a certeza de que as suas aptidões estão no ponto, e Destiny, uma baleia com miopia. O velho e o mar (“The Old Man and The Sea”) (1954 – 84 min.), de John Sturges Adaptação da famosa novela de Ernest Hemingway que conta a história de Santiago (Spencer Tracy), um velho lobo-do-mar viúvo e sem filhos que está a passar por um mau bocado: há 84 dias que não consegue pescar um único peixe. Todos os habitantes da povoação gozam com ele, exceto uma criança (Felipe Pazos) que o espera todos os dias no cais e o ajuda a recolher todos os seus aparelhos de pesca. Ambos decidem que o dia seguinte será bom para a pesca do peixe-espada e Santiago sai a pescar no dia 85 decidido a capturar o maior peixe jamais pescado alguma vez. Ainda é de noite quando se levanta, prepara todo o material e lança-se ao mar com o seu pequeno barco. Em alto-mar, o velho coloca diferentes iscas. De repente, a sua sorte vai mudar. Não há terra à vista. Agora, em alto-mar, o velho segura na sua linha o maior peixe jamais pescado. E ainda: Almeida Garrett (4 documentos vídeo: inclui o documentário Grandes Livros – Viagens na minha terra e uma minibiografia do autor) Sonnet 8 Music to hear, why hear'st music sadly? Sweets with sweets war not, joy delights in joy: Why lov'st thou that which thou recei'st not gladly, Or else receiv'st with pleasure thine annoy? If the true concord of well tuned sounds, By unions married do offend thine ear, They do but sweetly chide thee, who confounds In singleness the parts that thou should'st bear: Mark how one string sweet husband to another Strikes each in each by mutual ordering; Resembling sire, and child, and happy mother, Who all in one, one pleasing note do sing: Whose speechless song being many, seeming one, Sings this to thee thou single wilt prove none. Hamlet (Act III, scene 1) HAMLET To be, or not to be? That is the question— Whether ’tis nobler in the mind to suffer The slings and arrows of outrageous fortune, Or to take arms against a sea of troubles, And, by opposing, end them? To die, to sleep— No more—and by a sleep to say we end The heartache and the thousand natural shocks That flesh is heir to—’tis a consummation Devoutly to be wished! To die, to sleep. To sleep, perchance to dream—ay, there’s the rub, For in that sleep of death what dreams may come When we have shuffled off this mortal coil, Must give us pause. There’s the respect That makes calamity of so long life. William Shakespeare Ficha Técnica Edição Escola Secundária de Sampaio Biblioteca Escolar Redação e colaboração Idalina Costa Maria João Cordeiro Fernanda Amaral Zulmira Martins Grafismo e Paginação Luís Varela Contactos Tel: 212688160 (Ext. 308) Fax: 21 268 81 79 http://www.bibliotecas.aesampaio.pt https://www.facebook.com/BIBAges