do arquivo - Associação Brasileira de Horticultura

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Volume
Dezembro
17
suplemento
ISSN 0102-0536
1999
SOCIEDADE DE
OLERICULTURA
DO BRASIL
Presidente
Rumy Goto
UNESP-Botucatu
Vice-Presidente
Nilton Rocha Leal
UENF-CCTA
1º Secretário
Arlete Marchi T. de Melo
IAC
2º Secretário
Ingrid B. I. Barros
UFRGS-Porto Alegre
1º Tesoureiro
Marcelo Pavan
UNESP-Botucatu
2º Tesoureiro
Osmar Alves Carrijo
Embrapa Hortaliças
COMISSÃO EDITORIAL
DA HORTICULTURA
BRASILEIRA
Presidente
Leonardo de Brito Giordano
Embrapa Hortaliças
Editor
Antônio T. Amaral Jr.
UENF-CCTA
Editora
Arminda Moreira Carvalho
Embrapa Cerrado
Editor
Danilo F. Silva Fo
INPA
Editor
José Magno Q. Luz
UFU
Editor
Marcelo Mancuso da Cunha
IICA-MI
Editora
Maria Aparecida N. Sediyame
EPAMIG
Editora
Maria do Carmo Vieira
UFMS - CEUD - DCA
Editora
Mirtes Freitas Lima
Embrapa Semi-Árido
Editor
Renato Fernando Amabile
Embrapa Cerrados
Editora
Sieglinde Brune
Embrapa Hortaliças
CORRESPONDÊNCIA:
Horticultura Brasileira
Caixa Postal 190
70.359-970 - Brasília-DF
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Fax: (061) 556-5744
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Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
ÍNDICE
PALESTRAS
Divergência genética entre acessos de moranga do banco de germoplasma de hortaliças da
Universidade Federal de Viçosa.
A.T. do A. Júnior.
Intercâmbio de germoplasma de cucurbitaceas.
V. Gonzaga; J. N. L. Fonseca; P. G. Bustamante; R.C.V. Tenente.
Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da Embrapa
Semi-Árido, com acessos de abóbora e moranga.
S. R. R. Ramos; M. A. de Queiróz.
Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.
R. de C. S. Dias; M. A. de Queiroz;M. Menezes; R. M. E. Borges.
Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do vale São Francisco.
M. F. Lima; M. A. de Queiróz; R. de C. S. Dias.
Caracterização morfológica de acessos de melancia do Banco de Ativo de
Germoplasma (BAG) de cucurbitáceas para o Nordeste do Brasil.
R. L. Romão; M. A. de Queiróz; P. S. Martins; C. M. T. Cordeiro.
Situação atual e prioridades do Banco Ativo de germoplasma (BAG) de cucurbitáceas
do Nordeste brasileiro.
M. A. de Queiróz; S. R.R. Ramos; M. da C.C.L. Moura; M.S.V. Costa; M.A.S. da Silva.
Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras e morangas a
Phytophthora capsici.
J. F. Lopes; S. Brune; G. P. Henz
Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longo prazo.
M. G. R. Faiad; P. G. Bustamante
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25
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ISSN 0102-0536
Volume 17 supplement
December 1999
INDEX
Journal of the Brazilian
Society of Vegetable Science
LECTURE
Genetic divergency among pumpkin germplasm accesses from Universidade Federal de Viçosa.
A. T. do A. Júnior.
Cucurbits germplasm exchange.
V. Gonzaga; J. N. L. Fonseca; P. G. Bustamante; R.C.V. Tenente.
Morfological characterization: an experience from squash and pumpkin germplasm bank at
Embrapa Semi-Árido.
S. R. R. Ramos; M. A. de Queiróz.
Evaluation of watermelon to Sphaerotheca fuliginea and Didymella bryoniae resistance.
R. de C. S. Dias; M. A. de Queiroz; M. Menezes; R. M. E. Borges.
Watermelon germplasm evaluation for viruses at São Francisco valley.
M. F. Lima; M. A. de Queiróz; R. de C. S. Dias.
Watermelon morfological characterization from the cucurbits germplasm bank for the
northeast of Brazil.
R. L. Romão; M. A. de Queiróz; P. S. Martins; C. M. T. Cordeiro.
Currently situation and priorities of germplasm bank of cucurbits in Northeast of Brazil.
M. A. de Queiróz; S. R.R. Ramos; M. da C. C. L. Moura; M.S.V. Costa; M. A. S. da Silva.
Methodology of resistance evaluation to Phytophthora capsici Leonian in pumpkin
and squash germplasm.
J. F. Lopes; S. Brune; G. P. Henz.
Cole-collection: long term cucurbits germplasm conservation.
M. G. R. Faiad; P. G. Bustamante
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Hortic. bras., v. 17, Sup., dez. 1999.
suplemento
AMARAL JÚNIOR, A.T. do. Divergência genética entre acessos de moranga do banco de germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 17, p. 03-06, 1999. Palestra. Suplemento.
Divergência genética entre acessos de moranga do banco de
germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa.
Genetic divergency among pumpkin germplasm accesses from Universidade Federal de Viçosa.
Antônio Teixeira do Amaral Júnior
UENF – CCTA – LMGV, Av. Alberto Lamego, 2.000 – Horto, 28.015-620 Campos dos Goytacazes - RJ.
Palavras-chave: Cucurbita sp., biometria, genética molecular, análise de agrupamento, variáveis canônicas.
Keywords: Cucurbita sp., biometry, molecular genetics.
COMENTÁRIOS
INTRODUTÓRIOS
A
presente dissertação tem o propósi
to principal de descrever, sucintamente, nosso trabalho de avaliação da
diversidade genética entre oito acessos
de moranga do Banco de Germoplasma
de Hortaliças do Departamento de
Fitotecnia da Universidade Federal de
Viçosa, em Viçosa, MG.
Sob a orientação do Prof. Dr. Vicente
Wagner Dias Casali e do aconselhamento
do Prof. Dr. Cosme Damião Cruz, propusemos estabelecer uma associação entre a
Biometria e a Genética Molecular, para
obter estimativas da divergência genética
entre acessos de moranga. Com base nessa premissa, foram avaliados cinco sistemas isoenzimáticos de folhas – via
eletroforese em géis de amido de milho –
e sete caracteres morfoagronômicos, pelo
emprego de técnicas estatísticas
multivariadas, como Análise de Agrupamento e de Variáveis Canônicas.
À época do estudo, em 1991, poucas eram as instituições no País que dispunham de equipamentos ideais para a
revelação de sistemas isoenzimáticos. O
Laboratório de Melhoramento de Hortaliças do Departamento de Fitotecnia
da Universidade Federal de Viçosa, naquele momento em fase de expansão,
dispunha de alguns equipamentos básicos, além de reagentes para a revelação
de alguns sistemas isoenzimáticos.
Especificamente em relação à divergência genética, tema central da pesquiHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
sa, é oportuno destacar a grande importância que suas estimativas representam
para o Melhoramento de Plantas. Por
fornecerem parâmetros para a identificação de progenitores que, quando cruzados, possibilitarão maior efeito
heterótico
na
progênie
e,
consequentemente, maior probabilidade de obtenção de genótipos superiores
em gerações segregantes. Tais estimativas são fundamentais para o sucesso na
condução de um programa de melhoramento envolvendo hibridações.
Atualmente, grande aplicabilidade
dos estudos de divergência genética está
no conhecimento do grau de variabilidade genética das populações, devido à
preocupação que ora ocorre com a erosão genética, ou seja, com a redução da
variabilidade genética das populações
vegetais, decorrente da substituição das
antigas variedades por formas
genotípicas uniformes e também pela
falta de consciência do homem que, no
geral, é pouco cuidadoso com a preservação da natureza.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
SOBRE ANÁLISE
MULTIVARIADA
O termo Análise Multivariada refere-se à análise conjunta de diversas características simultaneamente. Em outras palavras, a Análise Multivariada
constitui-se em um conjunto de técnicas analíticas que permitem o trato das
características em conjunto, possibilitando integrar as múltiplas informações
extraídas das avaliações experimentais.
Portanto, pode ser considerada uma
ANÁLISE UNIFICADORA.
São exemplos de Técnicas
Multivariadas: Análises de Agrupamentos, uso de Componentes Principais e
de Variáveis Canônicas etc. Embora as
Análises de Agrupamento e de Variáveis Canônicas tenham sido propostas
no início dos anos 50, somente a partir
do final da década de 80 é que a utilização destes procedimentos alcançou
maior intensidade, em decorrência da
evolução dos recursos computacionais.
As Análises de Agrupamentos têm
por finalidade reunir as amostras em
vários grupos, de tal forma que exista
homogeneidade dentro dos grupos e
heterogeneidade entre grupos (Cruz &
Regazzi, 1994). Dentre os procedimentos de Agrupamento, o Método Hierárquico do “Vizinho Mais Próximo” e o
Método de Tocher, têm sido bastante
utilizados pela comunidade científica,
por serem eficientes na discriminação
genotípica.
As Variáveis Canônicas, à exemplo
dos Componentes Principais, nada mais
são do que combinações lineares das
variáveis originais que têm alto poder
de discriminação, cuja grande
aplicabilidade é possibilitar a avaliação
da divergência genética por meio de dispersão gráfica em que se consideram,
em geral, dois eixos cartesianos, o que
3
A.T. Amaral Júnior.
torna o procedimento de discriminação
genotípica mais facilmente perceptível. As
Variáveis Canônicas diferenciam-se, fundamentalmente, dos Componentes Principais, por requererem a condução de experimentos com repetições, o que é impraticável em avaliações in situ de recursos genéticos mantidos em reservas naturais (Amaral Júnior & Thiébaut, 1998).
Avaliações em Bancos de
Germoplasma: Identificação de Tipos
de Variáveis e Forma de Analisá-las
Em avaliações em Bancos de
Germoplasma, particularmente no estudo da diversidade genética e de caracterizações, podem ser utilizadas características expressas por variáveis quantitativas, qualitativas ou, mesmo, ordinais.
A esse respeito, não é incomum a
indefinição quanto ao(s) tipo(s) de
variável(is) que se está trabalhando e
como analisá-la(s), se separadamente ou
em conjunto com demais tipos.
Para evitar classificações equivocadas das categorias de variáveis, é oportuno detalhar suas conceituações. Isto
posto, as variáveis quantitativas são
aquelas que medem relações quantitativas; por conseguinte, podem ser
mensuradas, isto é, representadas pelo
seu valor numérico. Há dois tipos de
variáveis quantitativas: contínuas e
descontínuas (discretas). As quantitativas contínuas são aquelas que assumem
quaisquer valores entre certos limites,
tais como altura, diâmetro, produtividade etc. As discretas, por outro lado, assumem apenas valores específicos que
não são observados em uma escala contínua por causa da existência de
descontinuidades (lacunas) entre os valores. Geralmente expressa por números inteiros. Exemplo de variável discreta é a observação do número de plantas mortas por um doença em uma unidade experimental. Outro exemplo seria a contagem de plântulas emergidas
em um ensaio de avaliação do vigor de
sementes.
As variáveis qualitativas são aquelas que expressam relações mutuamente
exclusivas,
portanto,
nãomensuráveis, requerendo, assim, uma
codificação. Podem ser binárias ou
multicategóricas. As variáveis qualitativas binárias são aquelas que exibem
apenas dois estados, como a presença
4
ou ausência de uma dada característica.
Como exemplo, tem-se o comportamento de padrões genotípicos em análises
eletroforéticas de DNA, que se expressam pela presença ou ausência de determinada banda no gel, cuja codificação
pode ser efetuada por meio de 1 (presença) e 0 (ausência). As variáveis qualitativas são multicategóricas quando
existem mais de duas características
mutuamente exclusivas, mas que não se
apresentam numa seqüência lógica de
graus de atributo, como é o caso do padrão de cor. Neste caso, a codificação
pode ser feita por meio da utilização de
uma variável fictícia (“dummy
variable”), pela transformação de cada
categoria em um caráter presença/ausência (Sneath & Sokal, 1973; Steel &
Torrie, 1980; Bussab et al., 1990).
Uma variável é denominada ordinal
quando pode ser distribuída em determinado número de categorias mutuamente
exclusivas, porém, possuindo ordenação
natural. Este é o caso de variáveis que
podem ser ordenadas numa seqüência
lógica de magnitudes, como o grau de
instrução de uma população, estádio de
desenvolvimento de uma doença etc. De
acordo com Sneath & Sokal (1973), estas variáveis podem ser processadas
como características qualitativas.
Por envolver diversas técnicas analíticas, como Métodos de Agrupamento, Componentes Principais e Variáveis
Canônicas, dentre outras, os Procedimentos Multivariados não devem ser
aplicados indiscriminadamente quando
diversas categorias de variáveis são o
objeto de estudo. Assim, é necessário
conhecer a peculiaridade dos procedimentos para a adequada avaliação de um
grupo de variáveis. Neste aspecto,
quando existe repetição de dados, independente do tipo de variável, o uso
das Variáveis Canônicas permite, com
elevada robustez, extrair informações
sobre a diversidade genética presente.
Quando, por outro lado, inexistem repetições dos dados, os Componentes
Principais apresentam-se como a alternativa analítica mais conveniente. É
oportuno ressaltar que tanto para Variáveis Canônicas quanto para Componentes Principais, quando diferentes tipos
de variáveis estão presentes, cada categoria deve ser analisada separadamente
das demais, atentando-se para o fato de
que
as
variáveis
qualitativas
multicategóricas podem ser transformadas simplesmente em variáveis binárias, embora esta não seja uma condição
essencial para a análise (Amaral Júnior
& Thiébaut, 1998).
Os Métodos de Aglomeração também apresentam peculiaridade no trato
dos diferentes tipos de variáveis, o que
é implementado via medidas de distância genética, as quais apresentam
especificidade para determinada categoria de variável, bem como pela forma
como os dados foram obtidos, se com
repetição ou não (Amaral Júnior &
Thiébaut, 1998).
DIVERSIDADE
MORFOAGRONÔMICA NO
GERMOPLASMA DE
MORANGA E SUAS
IMPLICAÇÕES
Na avaliação morfoagronômica dos
acessos de moranga, as seguintes características foram utilizadas:
a) número de dias da semeadura à
antese da primeira flor feminina: obtido pela data de abertura da primeira flor
feminina;
b) comprimento da rama principal
até a primeira flor feminina: expresso
em centímetros, obtido a partir da primeira folha definitiva até a posição da
primeira flor feminina, no dia da antese;
c) comprimento da rama principal
no dia da antese da primeira flor feminina: expresso em centímetros, obtido a
partir da primeira folha definitiva, até o
ápice da rama principal;
d) número de nós da rama principal até a primeira flor feminina: obtido
pela contagem do número de nós da
rama principal, a partir da primeira folha definitiva, até a posição da primeira
flor feminina, no dia da antese;
e) número de nós da rama principal no dia da antese da primeira flor feminina: obtido pela contagem do número de nós da rama principal, a partir da
primeira folha definitiva, até o ápice da
rama principal;
f) comprimento
médio
do
internódio da rama principal até a primeira flor feminina: expresso em centíHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Divergência genética entre acessos de moranga do banco de germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa.
metros, obtido pela razão entre as características de ordem b e d;
g) comprimento
médio
do
internódio da rama principal no dia da
antese da primeira flor feminina: expresso em centímetros, obtido pela razão
entre as características expressas nos
ítens c e e.
As populações avaliadas, num total
de oito acessos, são descritas a seguir
(Quadro 1), com as seguintes
codificações e origens.
Em decorrência da Análise de Agrupamento pelo Método de Tocher, foram
formados quatros grupos, em que o grupo I incluiu os acessos BGH 1.908, BGH
5.618 e BGH 5.642; o grupo II, os acessos BGH 5.628 e 6.158; o grupo III, os
acessos BGH 4.520 e BGH 5.615, enquanto o grupo IV conteve apenas o
acesso BGH 5.458. Resultados concordantes foram obtidos pelo Método Hierárquico do “Vizinho Mais Próximo”,
em que foram formados os mesmos grupos e, em cada grupo, os mesmos acessos (Amaral Júnior et al., 1996).
Por estes resultados, percebe-se que
não houve associação entre a diversidade de origem geográfica e a divergência genética, haja vista que os acessos
BGH 1.908 e BGH 5.618, provenientes
de localidades diferentes (Quadro 1)
estiveram presentes num mesmo grupo,
ao passo que os acessos BGH 5.618 e
BGH 5.628, originários do Ceará, pertenceram a grupos diferentes.
Em decorrência, algumas indagações foram enunciadas, como por exemplo: Será que o ambiente pouco influenciou o componente genético dos acessos durante o processo evolutivo? Será
que a variabilidade detectada estaria
mais associada ao estádio de
domesticação das plantas? Será que houve uma conservação da expressão de
conteúdo gênico fixado, em decorrência da manipulação pelo homem? Todavia, quaisquer respostas a estes
questionamentos seriam evasivas, dada
a falta de comprovações científicas palpáveis. Neste aspecto, de forma sensata, pôde-se simplesmente concluir que
a avaliação dos acessos em um só ambiente limitou a possibilidade de
inferências mais precisas sobre a expressão do potencial genético dos acessos.
Por conseguinte, sugeriu-se a inclusão
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
QUADRO 1. Acessos de moranga com as respectivas codificações e procedências.
Procedências
BGH
BGH
BGH
BGH
1.908
4.520
5.458
5.615
Aimorés - MG.
Embrapa - Brasília - DF.
ESALQ - Piraciaba - SP.
Embrapa - Brasília - DF.
BGH
BGH
BGH
BGH
5.618
5.628
5.642
6.158
Ceará - CE.
Ceará - CE.
Embrapa - Brasília - DF.
EPAGRI - SC.
de novos ambientes em outros estudos,
utilizando-se também um número maior
de características, principalmente, as
relacionadas à produção.
Quanto ao estudo das Variáveis
Canônicas,
as
características
morfoagronômicas
que
menos
contribuíram para a divergência genética, entre os acessos, foram, hierarquicamente: comprimento médio do
internódio da rama principal no dia da
antese da primeira flor feminina, número de nós da rama principal até a primeira flor feminina, e número de dias
da semeadura à antese da primeira flor
feminina (Amaral Júnior et al., 1996).
A EXPERIÊNCIA COM O
ESTUDO DA VARIABILIDADE
ISOENZIMÁTICA NO
GERMOPLASMA DE
MORANGA E RESULTADOS
ALCANÇADOS
Os sistemas isoenzimáticos avaliados, foram: esterase, fosfatase ácida,
glutamato oxaloacetato transaminase,
malato desidrogenase e peroxidase.
Invariavelmente ao que ocorre com
diversos trabalhos laboratoriais e especificamente no presente caso, foram-nos
imprescindíveis pelo menos três atributos para que a pesquisa pudesse ter sido
desenvolvida da melhor forma possível:
paciência, persistência e versatilidade.
Os dois primeiros foram indispensáveis
a quem se encorajou a obter uma desejável revelação de isoenzimas em géis
de amido de milho nacional (maisena),
enquanto os protocolos para revelações
isoenzimáticas em Cucurbita propunham o uso de géis de poliacrilamida
ou de amido hidrolisado, muito embora
a proposta de utilização de amido de
milho (maisena), preconizada em 1976
por Carvalho et al., tivesse alcançado
sucesso na separação de hemoglobinas.
Quanto ao terceiro atributo, versatilidade, este é necessário em diversos
momentos a variadas pesquisas, como
no presente trabalho em que o refrigerador apropriado para a realização das
corridas eletroforéticas danificou-se.
Como havia certa premência em efetivar a pesquisa, um balcão frigorífico foi
adaptado para este fim, com alteração
do seu sistema relé e acoplamento de
um ventilador em seu interior, de tal
forma que a temperatura interna oscilou entre 2 e 3oC, permitindo, então, a
continuidade do trabalho.
Além disso, diversas modificações
nos protocolos de coloração foram
implementadas, para a melhor resolução das bandas isoenzimáticas, conforme relatado em “Ajuste de metodologia
da eletroforese de proteínas para a obtenção de fenótipos isoenzimáticos de
moranga
(Cucurbita
maxima
Duchesne)”, publicado na Revista
Bragantia, em 1994, mais especificamente no volume 53, número 1.
De forma geral, os ajustes no tempo
de cozimento e de preparo dos géis de
amido de milho permitiram boa elasticidade, transparência e translucidez dos
géis, com propriedades físicas propícias
às corridas eletroforéticas.
Dentre os sistemas isoenzimáticos
avaliados, apenas a peroxidase apresentou
polimorfismo
inter
e
intrapopulacional. Porém, a variabilidade isoenzimática presente nos acessos
não correspondeu à discriminada por
meio
das
características
morfoagronômicas utilizadas, o que
5
A.T. Amaral Júnior.
pode ser atribuído ao fato das
isoenzimas não serem eficientes para
uma completa “cobertura” do genoma.
Atualmente, com o advento de
marcadores moleculares ao nível do
DNA (RAPD, AFLP, SCARs etc), os
quais são mais potentes na discriminação genotípica, novos estudos devem ser
implementados, utilizando classes de
marcadores que permitam uma fidedigna descrição dos genomas avaliados e,
por conseguinte, da diversidade genética presente.
LITERATURA CITADA
AMARAL JÚNIOR, A.T.; CASALI, V.W.D.;
MORAES, C.F.; SEDIYAMA, M.A.N. Ajuste de metodologia da eletroforese de proteínas
para obtenção de fenótipos isoenzimáticos de
moranga (C ucurbita maxima Duchesne).
Bragantia , Campinas, v. 53, n. 1, p. 19-24,
1994.
AMARAL JÚNIOR, A.T.; CASALI, V.W.D.;
CRUZ, C.D.; FINGER, F.L. Utilização de variáveis canônicas e de análise de agrupamentos na avaliação da divergência genética entre
acessos de moranga C
( ucurbita maxima
Duchesne). Horticultura Brasileira, Brasília,
v. 14, n. 2, p. 182-184, 1996.
AMARAL JÚNIOR, A.T.; THIÉBAUT, J.T.L.
Análise multivariada na avaliação da diversidade em recursos genéticos vegetais. Campos
dos Goytacazes: UENF/FENORTE, 1998. 53
p. (no prelo)
BUSSAB, W.O.; MIAZAKI, E.S.; ANDRADE,
D.F. Introdução à análise de agrupamento. São
Paulo: Associação Brasileira de Estatística
(ABE), 1990. 105 p.
CARVALHO, R.E.S.; BYRNE, M.C.G.; AZEVEDO, E.S. Melhoria na separação eletroforética
das hemoglobinas humanas com utilização de
amido brasileiro comercial em mistura com o
amido da Sigma, EUA. Ciência e Cultura, v.
28, p. 271-272, 1976. (Suplemento).
CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos
aplicados ao melhoramento genético. Viçosa,
MG: Editora UFV, 1994. 394 p.
SNEATH, P.H.A.; SOKAL, R.R. Numerical
taxonomy: the principles and practice of
numerical classification. San Francisco: W. H.
Freeman, 1973. 573 p.
STEEL, R.G.D.; TORRIE, J.H. Principles and
procedures of statistics: a biometrical approach.
New York: McGraw-Hill, 1980. 634 p.
GONZAGA, V.; FONSECA, J.N.L.; BUSTAMANTE, P.G.; TENENTE, R.C.V. Intercâmbio de germoplasma de cucurbitáceas. Horticultura Brasileira ,
Brasília, v. 17, p. 06-09, 1999. Palestra. Suplemento.
Intercâmbio de germoplasma de cucurbitaceas.
Cucurbits germplasm exchange.
Vilmar Gonzaga; José Nelson L. Fonseca; Patricia G. Bustamante; Renata C.V. Tenente
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, SAIN Parque Rural W5/Norte, C. Postal 02372, 70.849-970 Brasília – DF. e.mail:
[email protected]
Palavras chaves: Cucurbitaceae, germoplasma, intercâmbio, quarentena, legislação.
Keywords: Cucurbitaceae, germplasm, exchange, quarantine, acts.
A
família Cucurbitaceae é conhecida pela versatilidade e valor alimentício dos frutos de algumas espécies dos gêneros Cucurbita (abóboras,
abobrinhas e morangas), Cucumis (pepinos, melões, e maxixe), Sechium
(chuchu),
Citrulus
(melancia),
Lageraria (abobrinha dágua ou
marimba), Luffa (bucha) e Mormodica
(Melão de São Caetano).
Assim como a maior parte dos produtos que fazem parte da alimentação
dos brasileiros, as cucurbitáceas não são
originárias do Brasil. A abobrinha
(Cucurbita pepo) tem sua origem no
norte do México e na região oeste dos
EUA; a abóbora (Cucurbita moschata)
que é a espécie mais importante na
América Tropical, pela área em que se
expandiu e pela variabilidade, tem como
centro de diversidade a América Central e o México. A moranga (Cucurbita
maxima) é de origem Sul-Americana,
6
onde foi cultivada na época Pré Colombiana. Trata-se de uma das mais antigas
espécies cultivadas.
O melão (Cucumis melo) é de origem africana e o pepino (Cucumis
sativus) tem como origem mais provável a Índia. A origem da melancia
(Citrulus lanatus) é africana, embora
seja encontrada na Índia grande variabilidade da espécie. O chuchu
(Langenaria siceraria) tem sua origem
provável na América Central e México.
As cucurbitáceas, como outras espécies que não são originárias do Brasil,
têm se beneficiado da introdução de
germoplasma de diversos países, o que
permitiu ao país obter variedades mais
adaptadas às nossas condições
edafoclimáticas, mais produtivas e mais
resistentes às pragas. Entretanto, a introdução de germoplasma deve estar
baseada
numa
regulamentação
fitossanitária segura e eficaz, pois o
movimento
desordenado
de
germoplasma vegetal, inevitavelmente,
envolve riscos de introdução de pragas
em novas áreas. Importações inadvertidas de material vegetal têm causado sérios prejuízos à agricultura brasileira. Os
exemplos mais conhecidos são: o cancro-cítrico, causado pela bactéria
Xanthomonas campestris pv. citri
(Hasse) Dye, quando foram gastos acima de 5 milhões de dólares para sua
erradicação, entretanto, ela continua presente em São Paulo e em outras partes
do país; o vírus da tristeza do Citrus, que
na época da sua introdução dizimou parte dos nossos pomares; a ferrugem do
cafeeiro, causada pelo fungo Hemileia
vastatrix Berk & Br., introduzida no
Brasil em 1970, que pode causar perdas
em torno de 30% na produção quando
não controlado, o que equivale a aproximadamente 500 milhões de dólares
(Mônaco, 1978).
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Intercâmbio de germoplasma de cucurbitáceas.
O
bicudo
do
algodoeiro,
Anthonomus grandis Boh., detectado
pela primeira vez nas proximidades de
Campinas, SP, em fevereiro de 1983,
instalou-se definitivamente no mesmo
ano na região Nordeste devido ao transporte de caroço de algodão infestado
com o inseto proveniente de São Paulo,
(Burke, 1986; De Grande, 1991), ocasionando perdas irreparáveis na produção
de algodão, principalmente em relação
ao algodoeiro arbóreo.
Recentemente, foram detectados
dois novos patógenos da cultura de soja,
o nematóide do cisto, Heterodera
glycines I chinohe em 1992 (Mendes &
Dickson, 1993) e o fungo Diaporthe
phaseolorum (Cke. & Ell) Sace. f. sp.
meridionalis agente do cancro da haste,
em 1988, que tornaram-se uma ameaça
a essa cultura, com níveis de perdas de
até 100% (Yorinori, 1990).
O Ministério da Agricultura e do
Abastecimento (MA), signatário da
“Convenção Internacional de Proteção
de Vegetais”, é o órgão fiscalizador da
introdução de vegetais junto às alfândegas de portos, aeroportos e correios.
Cada estado possui um representante
oficial do MA nas “Delegacias Federais
de Agricultura” – DFA, juntamente com
o Ministério da Fazenda (Alfândegas da
Receita Federal), que fiscalizam os vegetais importados, tanto para pesquisa
como para o comércio, nos principais
postos de ingresso do país.
Através do Decreto no 24.114 de 12
de abril de 1934 e Portarias complementares, entre elas a de no 224 de 03 de
maio de 1977, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento – MA
credencia a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), através
do Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia, a executar o intercâmbio e a quarentena de
germoplasma vegetal destinado à pesquisa. As “Normas para Importação de
Material Destinado à Pesquisa Científica” estão detalhadamente descritas na
Instrução Normativa No 1, de 15 de dezembro de 1998 do Diário Oficial.
A Embrapa coordena o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária
(SNPA), que inclui as Universidades e
os órgãos oficiais de pesquisa. Os pedidos de importação de germoplasma das
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
unidades da Embrapa devem ser encaminhados diretamente à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia/Laboratório de Quarentena Vegetal (LQV), que
elaborará um processo para obtenção da
“Permissão de Importação” junto ao Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal (DDIV/MA). Neste processo deve
constar a solicitação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia ao DDIV
para importação do material; o formulário de requerimento, com os dados do
solicitante e do produto; e o parecer técnico, que é providenciado pela Gerência
de Curadoria da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. De posse da
Permissão de Importação o LQV enviará a mesma ao fornecedor do
germoplasma, juntamente com a etiqueta de importação, o que possibilitará a
entrada do material no Brasil. Os requerimentos de importação de germoplasma
solicitados pelos demais órgãos oficiais
de pesquisa deverão ser enviados a Delegacia Federal de Agricultura (DFA) do
Estado correspondente, que o encaminhará ao DDIV e este solicitará um parecer técnico da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, antes de emitir
a “Permissão de Importação”. Os procedimentos posteriores à chegada do
germoplasma ao País, cabem à DFA, sendo a quarentena realizada pela Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Nos últimos 10 anos foram
intercambiados 1114 acessos de
germoplasma de cucurbitáceas (Tabela
1), entre materiais importados, exportados e de trânsito interno no País.
Toda importação de material vegetal deve estar munida da documentação
própria, como estabelece a legislação
fitossanitária vigente, a ser providenciada única e exclusivamente pela
Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia junto ao MA.
Para a importação de produtos vegetais a única exigência requerida é o
Certificado Fitossanitário expedido pelo
país exportador, desde que concedida a
Permissão de Importação pelo DDIV. A
Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia envia à entidade doadora o pedido de solicitação do material
juntamente com a etiqueta de importação.
A Portaria n.º 437 de 25 de novem-
bro de 1985, regulariza as importações
de sementes e/ou mudas para o comércio. Neste caso o pedido é formulado à
DFA do Estado correspondente que se
for necessário solicita parecer técnico a
alguma instituição para assegurar a importação. Os demais procedimentos são
estabelecidos pelo DDIV que prescreve as medidas de quarentena, ficando
estas acompanhadas e fiscalizadas pela
DFA do Estado até a liberação (Batista
et al., 1998).
No que se refere à exportação de vegetais para o comércio, as normas estão
estabelecidas na Portaria n.º 93 de 14 de
abril de 1982, Diário Oficial (Brasil,1982).
O intercâmbio com os países do
Cone Sul segue as normas específicas
aprovadas pelo COSAVE. As
curcubitáceas devem vir acompanhadas
de Certificado Fitossanitário específico
do COSAVE.
Procedimentos adotados para importação de germoplasma:
O material ao chegar ao aeroporto,
porto ou correio, é inspecionado pelo
inspetor da Delegacia Federal de Agricultura (DFA), que examina as suas condições sanitárias e a documentação.
Caso seja constatada a presença de pragas quarentenárias, a DFA procede a sua
destruição ou prescreve a quarentena
pós-entrada.
O material ao ser liberado pela DFA
é levado à Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia, onde é registrado e em
seguida é rigorosamente examinado em
sala à prova de insetos para inspeção e
qualquer inseto ou ácaro presente é capturado e identificado. Posteriormente, o
germoplasma, em sua embalagem original, é fumigado com fosfeto de alumínio
(fosfina) transferindo-se cada acesso para
nova embalagem. Amostras de cada acesso do germoplasma são providenciadas
e examinadas nos respectivos laboratórios para detecção de fungos, vírus,
viróides, bactérias e nematóides. O número de sementes que compõe a amostra para as análises depende da disponibilidade de material, entretanto, em geral varia de 2 a 10% do mesmo.
Todo material vegetal importado é submetido à quarentena de pós-entrada, que
consiste em estabelecer as plantas em casa
de vegetação apropriada (quarentenário)
7
V. Gonzaga, et al.
Tabela 1. Número de acessos de germoplasma de cucurbitáceas intercambiados pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia no período de 1989 a 1998.
Gênero
Procedência
Cucumis
Cucumis
Cucumis
Cucumis
Cucumis
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Cucumis
Cucumis
Cucumis
Cucumis
Cucumis
Embrapa Hortaliças
Embrapa Hortaliças
USA
USA
Japão
Cucumis
Cucumis
Cucumis
Cucurbita
Destino
Hortaliças
Hortaliças
Hortaliças
Hortaliças
Hortaliças
Número de Acessos
El Salvador
França
Peru
Paquistão
El Salvador
1
2
1
3
1
Bolívia
China
Embrapa Hortaliças
Embrapa Agroind. Tropical
Embrapa Hortaliças
2
1
9
18
4
EPAGRI
EMPASC
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Hortaliças
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
UNESP/Jaboticabal
Paquistão
1
2
2
1
Cucurbita
Cucurbita
Cucurbita
Cucurbita
Cucurbita
Embrapa Hortaliças
Chile
Rússia
Embrapa Hortaliças
Brasília (coleta)
Nari - Guyana
Embrapa Hortaliças
Universidade F. Viçosa
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
1
13
7
497
1
Cucurbita
Cucurbita
Cucurbita
Cucurbita
Cucurbita
Paraná (coleta)
EPAGRI
Universidade F. Viçosa
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
UNESP/Jaboticabal
Indios Kraho-Tocantins
1
8
370
37
72
Citrullus
Citrullus
Citrullus
Citrullus
Citrullus
USA
Embrapa Semi Árido
Brasília (coleta)
Universidade F. Viçosa
Embrapa Semi Árido
Embrapa Semi Árido
UNESP/Jaboticabal
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
EMGOPA
12
1
1
38
4
Mormodica
Mormodica
Sechium
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Hortaliças
Itália
Universidade F. Uberlândia
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
Embrapa Recur. Gen. Biotec.
TOTAL: 1114
1
1
1
onde ficam em observação por um período de pelo menos uma estação de crescimento (mínimo de 6 semanas após a chegada do material na Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia). Durante este
período são realizados os testes para
detecção de fungos, nematóides, bactérias,
vírus e viróides.
As informações sobre o germoplasma
são conferidas pelo curador de hortaliças, no caso, e registradas no Sistema
Brasileiro de Informação de Recursos
8
Tabela 2. Pragas e ervas daninhas quarentenárias de cucurbitáceas para o Brasil.
Praga
Chromatomyia horticola
Dacus spp.
Erva Daninha
Cirsium arvense
Striga spp.
Agrotis segetum
Taenatherum caput-medusae
Genéticos (SIBRARGEN).
Procedimentos adotados para exportação de vegetais:
Ressalvadas as exigências ou requi-
sitos do país importador, poderão os próprios técnicos dos serviços de Defesa
Sanitária Vegetal, nos Estados, emitir o
Certificado Fitossanitário, afixar as eti-
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Intercâmbio de germoplasma de cucurbitáceas.
quetas de identificação, e adotar os demais procedimentos normativos para remessa, ao exterior, de vegetais, atendendo inclusive aos pré-requisitos da Lei
no 5.197, de 03.01.67, de proteção à
fauna. Todo interessado, representante
ou responsável pela expedição, embalagem, identificação e demais requisitos normativos, deverá anexar, devidamente instruídos, os originais de Permissão ou Autorização de Importação, do
Serviço de Proteção Vegetal, do país importador.
LITERATURA CITADA
BATISTA, M.F.; FONSECA, J.N.L.; TENENTE ,
R.C.V.; MENDES, M.A.S.; URBEN, A.F.;
OLIVEIRA M.R.V.; FERREIRA D.N. Intercâmbio e quarentena de germoplasma vegetal. Biotecnologia, Piracicaba, v. 6, 1998.
BURKE, H.R.; Situação taxonômica do bicudo
do algodoeiro no Brasil e em outras áreas da
América do Norte e do Sul. In: BARBOSA,
S.: LUKEFAHR, M.J.; BRAGA SOBRINHO,
R., ed. O bicudo do algodoeiro. Brasília,
EMBRAPA-DDT,
1986.
p.
89-134.
(EMBRAPA-DDT. Documentos, 4).
DEGRANDE, P.E. Aspectos biológicos do bicudo.
In: DEGRANDE, P.E., ed. Bicudo do Algodoeiro: manejo integrado. Dourados, UFMS/
EMBRAPA-UEPAE Dourados, p. 11-27, 1991.
BRASIL. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária Diário Oficial,
n. 71. 1982.
BRASIL. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária Diário Oficial,
n. 241, dez. 1998.
MENDES, M.L.; DICKSON, D.W. Detection of
Heterodera glycines on soybean in Brazil.
Plant Disease, v. 77 n. 5, p. 499-500, 1993.
MONACO, L.C. Consequences of the
introduction of coffee leaf rust into Brazil. Ann.
New York. Ac. Soc. v. 287, p. 57-71, 1978.
YORINORI, J.T. Cancro da haste (Diaporthe
phaseolorum f. sp. Meridionalis): uma séria
ameaça a cultura da soja no Brasil.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 15, p. 124.
1990. (Resumo).
RAMOS, S.R.R.; QUEIRÓZ, M.A. de Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da Embrapa Semi-Árido, com acessos de abóbora
e moranga. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 17, p. 09-12, 1999. Palestra. Suplemento.
Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da
Embrapa Semi-Árido, com acessos de abóbora e moranga.
Morfological characterization: an experience from squash and pumpkin
germplasm bank at Embrapa Semi-Árido.
Semíramis R. R. Ramos; Manoel Abílio de Queiróz
Embrapa Semi-Árido, C. Postal 23, 56.300.000 Petrolina – PE. E.mail: [email protected]
Palavras-chave: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, descritores, germoplasma, recursos genéticos.
Keywords: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, germplasm, genetic resources.
O
Banco Ativo de Germoplasma
(BAG) da Embrapa Semi - Árido
conta atualmente com 1.527 acessos de
Cucurbita moschata,
Cucurbita
maxima, Citrullus lanatus, Cucumis
melo, Cucumis anguria e Lagenaria
siceraria. Deste total, 735 acessos são
de Cucurbita sp. Visando valorizar e
maximizar a utilização dos acessos de
abóbora e moranga preservados no banco, desde 1991, foram desenvolvidas
atividades
de
caracterização
morfológica. Para tanto, foram
implementados estudos nos campos experimentais da Embrapa Semi-Árido,
objetivando diferenciar os acessos, selecionar variáveis mais importantes na
descrição da variabilidade presente no
banco, obter estimativa da divergência
genética entre as entradas, promovendo
o seu agrupamento. Neste informe apresentam-se algumas indicações e resulHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
tados obtidos pela Embrapa Semi-Árido, com a caracterização morfológica de
abóbora e moranga.
CARACTERIZAÇÃO
MORFOLÓGICA: PONTOS
PRELIMINARES A
CONSIDERAR
O Banco Ativo de Germoplasma de
Cucurbitáceas (BAG) da Embrapa
Semi-Árido teve inicio em 1985 com
uma pequena coleta de acessos de
Citrullus lanatus em seis municípios do
semi-árido brasileiro (Queiróz, 1993).
Posteriormente, as coletas ampliaramse para outras espécies da família das
cucurbitáceas e para diversas áreas dos
estados da Bahia, Pernambuco,
Maranhão, Ceará, Paraíba, Piauí, Rio
Grande do Norte e Sergipe (Queiróz,
1992; Ramos & Queiróz, 1992b;
Queiróz et al., 1993; Queiróz, 1994;
Queiróz et al, 1994; Moura & Queiróz,
1997; Ramos et al., 1997). Atualmente,
o banco conta com 1.527 acessos de
Cucurbita moschata,
Cucurbita
maxima, Citrullus lanatus, Cucumis
melo, Cucumis anguria e Lagenaria
siceraria. Deste total, 735 acessos são
de Cucurbita sp.(Queiróz, 1998).
A utilidade dessa coleção está basicamente em função da informação que
a mesma possa dispor, para os programas de melhoramento, principalmente
no que se refere ao fornecimento de informações sobre a variabilidade intra e
interpopulacional, estrutura genética da
população, duplicações e estabelecimento das coleções nucleares.
Na medida em que os acessos estavam sendo resgatados, uma série de anotações sobre a amostra e sobre o ambiente geográfico estavam sendo feitas em
9
S.R.R. Ramos & M.A. de Queiroz
caderneta de coleta, constituindo os chamados dados de passaporte. No entanto, para melhor conhecimento dos dados relativos a cada um dos acessos conservados, além dos dados de passaporte, é necessário que se obtenham informações que possam facilitar o mais
amplo conhecimento dos acessos. Para
tanto, é necessário que os acessos sejam submetidos às etapas de caracterização e, posteriormente, avaliação preliminar e avaliação aprofundada.
A caracterização consiste em estabelecer uma identidade para cada entrada, tratando-se de conhecer uma série de dados que permitam estudar a variabilidade genética da amostra, que
seja de interesse para o usuário da coleção. Os caracteres estudados na caracterização, podem ser morfológicos,
fisiológicos, citológicos, bioquímicos
ou moleculares. A maioria desses dados podem ser obtidos através de
descritores, os quais constituem um
atributo ou caráter observado nos acessos de um banco de germoplasma e que
pode ser identificável e mensurável
(Howes, 1981). Estes descritores podem ter alguns estados, os quais se referem aos valores que um descritor
pode ter especificamente (Querol,
1993). Um bom descritor deverá permitir a distinção entre os acessos diferentes de uma mesma cultura, deve ser
praticável, útil e deve evitar redundância, ser ambientalmente estável, mono
ou oligogênico e de fácil manipulação
pelo melhorista (Howes, 1981; Esquinas-Alcazar & Gullick, 1983;
Chapman, 1989).
Normalmente, os descritores estão
distribuídos em listas, as quais, a princípio, deveriam reunir, de uma forma
ordenada e detalhada, todos os
descritores individuais utilizados para
uma espécie ou grupo de espécies
correlacionadas. No entanto, o que se
constata normalmente, é que grande
parte das listas descritivas convencionais geram alguns obstáculos como a
presença mesclada de descritores de
caracterização morfológica e de avaliação; não enquadramento dos acessos nos
estados previstos para alguns
descritores; podendo ainda alguns estados dos descritores listados variarem
entre acessos além do previsto nas lis10
tas, como também a constatação da existência de descritores que não são úteis
para a quantificação da divergência
genética entre os acessos, sendo também
de difícil obtenção (Valls, 1995). Tais
dificuldades são também sentidas quando da aplicação prática da lista descritiva para Cucurbita sp., publicadas pelo
International Plant Genetic Resources
Newsletter Institute (IPGRI), de autoria
de Esquinas-Alcazar & Gullick (1983).
Considerando a necessidade de conhecer, valorizar e utilizar os acessos da coleção de Cucurbita sp. conservados no banco de germoplasma da Embrapa SemiÁrido, a equipe da área de recursos genéticos tem por objetivo informar sobre o
processo de caracterização morfológica
desenvolvido nesta Instituição.
TRABALHOS
DESENVOLVIDOS NA
EMBRAPA SEMI-ÁRIDO
Primeiro
experimento:
especificações e resultados
Os trabalhos desenvolvidos com caracterização morfológica de Cucurbita
sp. na Embrapa Semi-Árido, tiveram
inicio em 1991, com um experimento
de campo de moranga. Foram plantados 16 acessos, provenientes de coletas
realizadas nos estados da Bahia e
Maranhão.
Os acessos foram plantados em linhas
contínuas, num espaçamento de 4m x 3m,
com doze plantas por fileira, sem repetição. Para descrever os acessos, foi utilizada a lista descritiva de EsquinasAlcazar & Gullick (1983), sendo avaliados os dados vegetativos e de
inflorescência, a saber: altura de plântula;
cor e pilosidade do cotilédone; dia da
antese da primeira flor masculina e feminina e localização do respectivo nó;
tipo de sexo; tamanho e pilosidade da
folha; margem e faceamento foliar; cor e
formato da folha; comprimento do
internó; formato do caule; hábito de crescimento e vigor da planta.
Após a tomada e comparação dos
dados obtidos, constatou-se diferença
entre os acessos analisados (Ramos &
Queiróz, 1992a).
Entretanto, nessa primeira etapa,
questionou-se sobre a aplicação prática
de alguns descritores (como, por exemplo, “tamanho e coloração de
cotilédone”) e sentiu-se dificuldades
com relação à obtenção de alguns dados. De forma geral, essa dificuldade foi
relacionada à subjetividade de alguns
descritores (entre outros, pode-se
exemplificar o descritor “separação do
pedúnculo”, “separação da semente da
placenta”, os quais deveriam ser classificados subjetivamente nas escalas de
fácil, intermediário e difícil); descritores
com número limitado de estados (formato de fruto, por exemplo); não definição precisa sobre a metodologia para
obtenção de alguns dados (pilosidade de
folha, matéria seca, sólidos solúveis,
textura, entre outros).
Devido aos pontos acima citados, o
trabalho de caracterização teve poucos
fins práticos. No entanto, com base nas
dificuldades identificadas, elaborou-se
um novo trabalho que teve por principais objetivos a avaliação da praticidade
e aplicabilidade dos descritores propostos por Esquinas-Alcazar & Gullick
(1983), na diferenciação de acessos, selecionando variáveis mais importantes
na descrição da variabilidade presente
no banco de germoplasma e, ao mesmo
tempo, obtendo uma estimativa da divergência genética entre os acessos, promovendo o seu agrupamento.
Segundo
experimento:
especificações e resultados
Foram utilizados 40 acessos de C.
moschata provenientes de coletas realizadas nos estados da Bahia, Maranhão
e Piauí. Utilizou-se o delineamento de
blocos ao acaso com três repetições.
Para fins de análise estatística, utilizouse, inicialmente, somente os descritores
quantitativos referentes a dados
vegetativos e de inflorescência (comprimento médio do internódio; diâmetro
médio do caule; comprimento médio do
pecíolo; comprimento médio do limbo;
largura média do limbo; número médio
de dias para florescimento da primeira
flor masculina; nó da primeira flor masculina; número médio de dias para
florescimento da primeira flor feminina e nó da primeira flor feminina); de
fruto (peso médio; comprimento médio;
diâmetro maior e menor do fruto; espessura do epicarpo; espessura da polpa;
diâmetro da cavidade interna; sólidos
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Caracterização morfológica: experiência do BAG de cucurbitáceas da Embrapa Semi-Árido
solúveis e matéria seca) e de semente
(número médio de sementes por fruto;
comprimento médio de semente; peso
médio de cem sementes e número médio de sementes/grama), totalizando 22
descritores.
Foi realizada análise de variância
para cada caráter pesquisado. A divergência genética entre os acessos foi avaliada com base na análise multivariada,
utilizando a Distância Generalizada de
Mahalanobis (D 2 ) (Rao, 1952) como
medida de dissimilaridade para determinar o grau de divergência entre os pares
de acessos. Os grupos foram formados
de acordo com o método de Tocher, o
qual utiliza o critério de que a distância
média intragrupo é inferior às distâncias intergrupo (Cruz & Regazzi, 1994).
A dispersão relativa dos acesos foi determinada utilizando-se a técnica da dispersão de escores em gráficos
bidimensionais, tendo como eixos as
primeiras variáveis canônicas. A escolha da metodologia de variáveis
canônicas deveu-se, basicamente, à necessidade de selecionar os descritores
mais importantes, na quantificação da
variabilidade presente no banco, bem
como avaliar o grau de similaridade genética entre os acessos, para fins de identificação de grupos similares em gráficos de dispersão. A seleção dos
descritores foi realizada de acordo com
o critério proposto por Singh (1981), no
qual os mesmos foram identificados
com base na contribuição relativa para
a divergência, cujo valor foi obtido pelos componentes de D2 , identificandose os descritores correspondentes aos
mais altos valores do componentes.
ALGUNS RESULTADOS
Como resultado desse segundo
trabalho de caracterização, verificouse que:
- houve a formação de dez grupos
pelo método de agrupamento de Tocher,
onde 65% dos acessos analisados formaram um único grupo;
- os resultados provenientes da análise por dispersão gráfica mostraram-se
concordantes com os obtidos pela técnica de agrupamento baseado na distância generalizada de Mahalanobis (D2);
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
- o critério de descarte utilizado permitiu reduzir os 22 descritores quantitativos originalmente propostos para
sete descritores o que, a principio, facilitaria o trabalho de caracterização
morfológica;
- os descritores selecionados para
caracterização foram: comprimento de
semente, comprimento de fruto, diâmetro do caule, número de dias para
florescimento da primeira flor feminina, peso de fruto, número de dias para
florescimento da primeira flor masculina, número de sementes/grama;
- o descritor diâmetro do caule foi
proposto neste trabalho, sendo selecionado como sensível na detecção da variabilidade de abóbora;
- os descritores selecionados apresentaram coeficientes de correlação de
baixa magnitude (r < 0,4279), indicando que o método de seleção empregado
foi relativamente eficiente na identificação de descritores discriminantes. Os
redundantes estariam indiretamente representados.
No entanto, considerando a influência ambiental na expressão desses
descritores quantitativos analisados na
segunda etapa, optou-se por avaliar, em
mais um ano, a consistência dos
descritores propostos para a caracterização.
Terceiro
experimento:
especificações e possíveis indicações
Nesse trabalho avaliou-se 20 acessos dos 40 originalmente avaliados no
segundo experimento e os mesmos 22
descritores quantitativos. A opção por
se avaliar em outro ambiente deve-se ao
fato de que alguns estudos têm relatado
não só números variáveis de “clusters”
em diferentes ambientes, mas diferentes “clusters” de genótipos de um
ambiente para outro quando os
genótipos foram avaliados em condições
distintas (Bainiwal & Jatarsa, 1980; Jain
et al.,1981; Singh & Gill, 1984).
No entanto, apesar das recomendações de se avaliarem genótipos em múltiplos ambientes, não existem indicações
do número mínimo de ambientes aos
quais os genótipos devam ser submetidos, nem se as condições devam ser favoráveis ou não à manifestação do potencial produtivo dos mesmos.
As mudanças nos constituintes dos
grupos de um ambiente para outro podem ser explicadas com base na expressão do gene que, dependendo das condições ambientais, pode ser diferente.
Quando se considera o desempenho em
diferentes ambientes, com diferentes
caracteres, com correlação genética entre eles, podem ocorrer duas situações:
1- se a correlação genética for alta, o
desempenho de um caráter em dois ambientes será representado, aproximadamente, pelo mesmo grupo de genes; 2 se a correlação for baixa, então os
caracteres serão muito diferentes e exigirão um grupo diferente de genes
(Falconer, 1987).
SITUAÇÃO ATUAL DOS
TRABALHOS DE
CARACTERIZAÇÃO E
RECOMENDAÇÕES GERAIS
Até o momento, não foi concluída a
análise estatística dos dados obtidos
nesse último experimento descrito anteriormente. Mas, acredita-se que, com
o resultado da análise morfológica dos
dois anos, haja possibilidade de comparar o padrão de redução do número de
descritores e melhor indicar aqueles a
serem utilizados em futuros trabalhos de
caracterização de acessos de abóbora e
moranga em bancos de germoplasma.
A princípio, pensou-se em adotar a
seguinte estratégia para seleção dos
descritores:
- selecionar como descritores que
mais discriminaram os acessos, aqueles
que não forem descartados em nenhuma das duas avaliações;
- os descritores que foram descartados nas duas avaliações, podem ser considerados de menor importância e
desconsiderados na caracterização;
- aqueles descritores que forem selecionados em apenas uma avaliação
podem ser considerados de importância
intermediária;
- finalmente, recomenda-se utilizar uma
variedade comercial ou híbrido para servir
de parâmetro referencial aos descritores a
serem obtidos, bem como, realizar análise
isoenzimática ou molecular para comparar os grupos de divergência que foram formados por meio da análise multivariada.
11
S.R.R. Ramos & M.A. de Queiroz
A análise estatística dos dados qualitativos
deverá ser realizada o mais breve para que
a caracterização dos acessos torne-se mais
completa.
AGRADECIMENTOS
Os autores expressam os seus agradecimentos ao Prof. Vicente Wagner Dias
Casali e ao Prof. Cosme Damião Cruz,
pela participação nas etapas de desenvolvimento desse trabalho; à FACEPE,
CAPES e CNPq, pelo financiamento de
parte deste projeto de pesquisa; à equipe
dos campos experimentais da Embrapa
Semi-Árido e aos estagiários que contribuíram na coleta dos dados.
LITERATURA CITADA
BAINIWAL, C.R.; JATARSA, D.S. Genetic
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Genetics & Plant Breeding, v. 40, n. 1, p. 153156, 1980.
CHAPMAN, C. Principles of germplasm
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Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.
SOUZA DIA, R. de C.; QUEIROZ, M.A. de; MENEZES, M.; BORGES, R.M.E. Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae
em melancia. Horticultura Brasileira, Brasília, v.17, p. 13 – 19, 1999. Palestra. Suplemento.
Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae
em melancia.
Evaluation of watermelon to Sphaerotheca fuliginea and Didymella
bryoniae resistance.
Rita de Cássia Souza Dias 1; Manoel Abilio de Queiroz1 ;Maria Menezes2 ; Rita Mércia Estigarribia Borges1
1
Embrapa Semi–Árido, Caixa Postal 23, 56.300-000 Petrolina - PE; 2 UFRPE/Agronomia, Depto. Fitossanidade, 52l.171-900 Recife - PE.
Palavras-chave: Citrullus lanatus, oídio, cancro das hastes, melhoramento.
Keywords: Citrullus lanatus, powdery mildew, gummy stem blight, breeding.
A
tualmente, o cultivo da melancia
(Citrullus lanatus) vem se expandindo, com áreas de produção em vários
estados brasileiros. O Nordeste se destaca como a maior região produtora,
onde a espécie é cultivada tanto na agricultura de sequeiro, por pequenos agricultores, quanto na agricultura irrigada.
Segundo o IBGE (1997), a área colhida
de melancia, em 1994, foi de 72.213
hectares e a região nordestina contribuiu
com 46,69%, sendo os principais produtores os Estados do Maranhão, Bahia,
Piauí e Pernambuco. Dados de
Makishima (1991) demonstram que a
melancia contribuiu com 30% do volume total das hortaliças comercializadas
na Central de Abastecimento Geral do
estado de São Paulo (CEAGESP) em
1989, tendo índices superiores a outras
cucurbitáceas como melão, chuchu, pepino e abobrinha.
Em agricultura irrigada, a proximidade das áreas e o cultivo do solo durante todo o ano, frequentemente, sem
a rotação de culturas, contribuem para
a sobrevivência de patógenos e o aumento de muitas pragas e doenças. Dentre
as doenças que atacam a cultura da melancia e outras espécies do gênero, destacam-se o oídio e o cancro das hastes,
que ocorrem em diversas regiões do
mundo e afetam grande número de
cucurbitáceas.
Nas condições do Vale do São Francisco, o oídio ocorre durante todo o ano
e é causado por Sphaerotheca fuliginea
(Schlect.) Salmon. Entretanto, a forma
imperfeita do fungo, correspondente a
Oidium sp., é predominante na maior
parte do mundo (Yarwood, 1978), inHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
cluindo o Brasil (Bedendo,1995). Este
fungo é um parasita obrigado que sobrevive somente em hospedeiro. Os
esporos são disseminados pelo vento e
sobrevivem nos restos de cultura. Os
sintomas da doença se caracterizam pela
presença de uma eflorescência
pulverulenta, formada por micélio,
conidióforos e conídios do patógeno,
infectando todos os tecidos clorofilados
das folhas, hastes e frutos (Bedendo,
1995). Em infecção severa, pode
recobrir toda a folhagem, tornando-a
seca, determinando o amadurecimento
prematuro dos frutos que apresentam
modificações no sabor e diminuição no
teor de açúcar. Os frutos tardios não completam a maturação, ficando pequenos e
de qualidade muito ruim.
A podridão gomosa, crestamento
gomoso do caule ou cancro das hastes é
causada por Didymella bryoniae (Auersw)
Rehm [sinonímia Mycosphaerella
citrulina (C.O.Sm. Gross.), cujo anamorfo
é Phoma cucurbitacearum (Fr.:Fr.) Sacc.
(sinonímia Ascochyta Phoma cucumis
Fautrey & Roum)]. A severidade desta
doença se evidencia pela destruição dos
frutos e pela morte das plantas. Os sintomas ocorrem em plântulas, causando
damping-off característico, bem como lesões nos cotilédones, em forma de manchas necróticas circulares, que produzem
necrose desses órgãos. Nos ramos, o fungo causa a formação de manchas
necróticas, a princípio circulares, depois
abrangendo grandes extensões do órgão
afetado, e que tendem a se transformar
em cancros, com fendilhamento de córtex
e exposição do lenho, resultando na morte
da planta (Kimati et al., 1980).
Muitos autores enfatizam que um
grande objetivo do uso de plantas resistentes é a diminuição dos custos referentes à utilização de agrotóxicos. Também a preocupação crescente com o meio
ambiente, com a saúde pública e a expansão competitiva do mercado agrícola, vêm motivando os produtores rurais
a otimizar as práticas culturais utilizando menos defensivos químicos e optando pela utilização de cultivares resistentes a doenças (Cohen et al., 1993).
O ambiente afeta a adaptação do
patógeno, a resistência do hospedeiro ou
a interação hospedeiro-patógeno
(Prabhu & Morais, 1993). O objetivo do
presente trabalho foi relacionar alguns
aspectos fundamentais dos fungos
Sphaerotheca fuliginea (Schlect.)
Salmon e Didymella bryoniae (Auersw)
Rehm, especialmente os relacionados à
variabilidade e interação com suas hospedeiras e descrever a metodologia de
avaliação de genótipos de melancia
quanto à resistência aos referidos
patógenos.
Epidemiologia do oídio e influência de fatores ambientais no desenvolvimento da doença
A doença se inicia com a germinação dos conídios sobre o hospedeiro,
pela formação de um tubo germinativo,
geralmente curto, em cuja extremidade
forma-se um apressório. A partir deste,
uma hifa fina rompe a cutícula e a parede da célula epidérmica, penetrando no
hospedeiro e o ápice da hifa se dilata,
formando o haustório que retira os nutrientes do citoplasma de células hospedeiras para o patógeno. A penetração
pode ocorrer também através dos
13
R. de C. S. Dias et al.
estômatos (Bedendo, 1995; Sitterly,
1978).
Hashioka (1938) relata que em S.
fuliginea, a temperatura de 280C é considerada ideal para a germinação dos
conídios e formação de haustórios, sendo, portanto, uma temperatura ótima
para a infecção. Yarwood (1957) observou que o desenvolvimento luxuriante
do fungo é favorecido por grande quantidade de luminosidade, aumentando o
grau de severidade do fungo com o aumento da duração da luz (dias longos).
Segundo Sitterly (1978), durante
muito tempo, confundiu-se Erysiphe
cichoracearum com S. fuliginea, devido ao fato de estas duas espécies terem,
aparentemente, conidióforos idênticos.
Porém, segundo Kooistra (1968), os
conídios de S. fuliginea são caracterizados pela presença de corpúsculos de
fibrosina (estrutura encontrada entre os
vacuolos, nos conídios) bem desenvolvidos, enquanto que, em E.
cichoracearum, essa estrutura encontrase em forma granular. Segundo Kable
& Ballantyne (1963), os corpúsculos de
fibrosina tornam-se claramente visíveis
quando montados em hidróxido de potássio (3%) aquoso, sendo uma técnica
importante para a identificação precisa
do patógeno.
McCreight et al. (1987), realizando
estudos com isolados de S. fuliginea
coletados em Monfavet, na França, e
Riverside, na Califórnia (Estados Unidos), com hospedeiros diferenciais de
melão, identificaram três diferentes raças na espécie citada.
No Brasil, Reifschneider (1985), fazendo estudos sobre identificação do
agente causal do oídio em melão, pepino e abóbora, baseado em características conidiais, caracterizou o patógeno
como a raça 1 de S. fuliginea. Na região
do Submédio São Francisco, Borges
(1997) também definiu o patógeno como
S. fuliginea, raça 1.
Resistência ao oídio em melancia
Ao contrário do que ocorre em melão, existem poucos trabalhos na literatura relacionados à resistência a oídio
em melancia.
Robinson & Provvidenti (1975) avaliaram a reação ao oídio em 583 introduções de Citrullus lanatus, juntamente com as cultivares Charleston Gray e
14
Sugar Baby, em casa-de-vegetação. Os
autores constataram resistência ao fungo em quase todas as introduções de
melancia, contrariando os resultados
obtidos em outros países, onde a maioria das populações de melancia se comportam como suscetíveis. Os autores
argumentaram que, provavelmente, isso
aconteceu devido à ocorrência de E.
cichoracearum ou de uma raça de S.
fuliginea como agente causal no estado
de New York.
Duarte (1996) avaliou cinco introduções de melancia, tidas como resistentes ao oídio nas condições norte americanas, juntamente com uma introdução, previamente observada como imune ao patógeno, denominada 91-24.
Concluiu que as introduções procedentes dos Estados Unidos são suscetíveis
a S. fuliginea raça 1 de melão, mas a
introdução 91-24 OP é imune ao
patógeno. No estudo de herança da imunidade desta introdução, o autor também
verificou que ela é controlada por um
simples par de genes recessivos, e propôs o símbolo de pmw-l para designá-lo.
No Brasil, Araújo et al. (1987) avaliaram populações locais de melancia,
juntamente com quatro variedades comerciais (Crimsom Sweet, Pérola,
Sunshade e Charleston Gray), em condições de campo, sob inoculação natural e ausência de fungicidas. Constataram alta resistência ao oídio no acesso
CPATSA-2 (registrado como 85-030) e
um nível de infecção reduzido nos
genótipos U-16, CPATSA 3, CPATSA 4,
CPATSA 7, CPATSA 8 e CPATSA 10.
Todas as cultivares comerciais foram
completamente infectadas pelo oídio.
A partir dos resultados obtidos, estes acessos foram submetidos a observações mais precisas em casa de vegetação e inoculação artificial por Souza
et al. (1988). Oito acessos de melancia,
inclusive o 85-030, e as variedades comerciais Charleston Gray e Crimson
Sweet, foram avaliados, utilizando-se
como principais parâmetros a presença
de oídio nos cotilédones e na haste da
planta, porcentagem de área infectada e
desenvolvimento da epidemia. Os resultados obtidos confirmaram a resistência de 85-030 ao patógeno.
Dias et al. (1989), avaliando nove
tratamentos, sendo duas variedades co-
merciais (Crimson Sweet e Charleston
Gray) e os genótipos 88-027, 88-037 88071, 88-072 (gerações descendentes do
acesso 85-030), 88-073, 88-074 e a geração F2 do cruzamento de 88-072 com
Charleston Gray, observaram que alguns
acessos foram tão suscetíveis ao oídio
quanto as variedades comerciais, porém,
os acessos 88-071, 88-072 e 88-027
apresentaram baixo percentual (abaixo
de 5%) de ataque de oídio ao final do
ciclo, tendo o acesso 87-027 apresentado o menor percentual (apenas 1,7%).
Contudo, por este acesso apresentar várias características indesejáveis, como
plantas muito tardias, cor branca da polpa e baixo obrix, optou-se pelo acesso
85-030 como fonte de resistência ao
oídio a ser trabalhada. Posteriormente,
o acesso 87-027 foi identificado como
Citrullus lanatus, variedade citroides
(Assis, 1994).
Trabalhos de melhoramento genético visando a incorporação da resistência ao oídio (S. fuliginea raça1) de 85030 foram estabelecidos (Dias &
Queiroz,1992)
através
de
retrocruzamentos, visando a transferência dessa resistência para a cultivar comercial Crimson Sweet. Hoje, existem
linhas homozigotas com características
de frutos comerciais e resistentes ao
oídio. Duas destas linhagens estão sendo trabalhadas através de indução de
poliploidia, para obtenção de híbridos
sem sementes (Souza et al., 1997).
Borges (1997), utilizando a linha
experimental 90-251, resultante do cruzamento de 85-030 com o parental suscetível, cv. Crimson Sweet, estudou a
herança da resistência em condições de
campo e de casa-de-vegetação, com
inoculação artificial de oídio em todos
os tratamentos. Concluiu-se que a herança da resistência ao oídio é conferida
por um gene dominante, onde na geração F2 se observou uma segregação de
três resistentes para um suscetível.
Epidemiologia da Didymella
bryoniae (Auersw) Rehm e influência
de fatores ambientais no desenvolvimento da doença
Wiant (1945), Chiu (1948) e Chiu
& Walker (1949) observaram que D.
bryoniae cresce lentamente a 12o C, tendo como temperatura máxima de crescimento 36o C e ótima, entre 20 e 24oC.
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.
No entanto, o maior desenvolvimento
da doença, causado por este fungo em
plântulas de melancia, ocorreu a 24oC,
enquanto que em melão foi em torno de
16 a 20o C (Chiu & Walker, 1949).
Arny & Rowe (1991), estudando o
efeito da temperatura e duração do período da umidade na produção de
esporos e infecção de pepino por D.
bryoniae, verificaram que a infecção em
folhas e pecíolos foi mais influenciada
pela duração da umidade na superfície
das plantas que pela temperatura.
Svedelius & Unestan (1978) observaram
que a umidade nas folhas era necessária
para iniciar a infecção e que a persistência de 100% de umidade relativa era
necessária para subsequente expansão
das lesões. Van Steekelenburg (1985)
mencionou que folhas de pepino raramente eram infectadas em 65% de umidade relativa, sendo a doença mais freqüente a 95%, e muito severa quando a
superfície foliar estava sempre úmida.
Uma hora de água livre nas folhas foi
suficiente para a infecção. No entanto,
a expansão das lesões exige maior persistência da umidade nas mesmas. Outros autores também destacaram a necessidade de condições de umidade relativa elevada, por 48 horas, após
inoculação, para se obter infecção em
melão, melancia e pepino (Sowell &
Pointer, 1962; Sowell et al. 1966; Brown
& Preece, 1968).
O modo de penetração de D.
bryoniae nos tecidos hospedeiros foi
estudado por diversos autores, havendo, no entanto, discordância entre eles.
Chiu & Walker (1949) mencionaram
que a penetração nas folhas se dá diretamente ou através dos espaços
intercelulares, ao redor da célula basal
de um tricoma desgastado. No entanto,
no caule e hipocótilo, a penetração ocorre, aparentemente, através de ferimento
de lesões nos cotilédones e folhas. Craw
& Decker (1956) relataram a ocorrência de infecção em fruto de melancia
somente após ferimentos na casca.
Schenck (1962) não observou penetração direta quando inoculou frutos de
melancia, verificando que nestes, a penetração se dá através de ferimentos e
estômatos. O autor concluiu que, provavelmente, a infecção natural por meio
de ferimento tem maior importância do
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
que pelos estômatos. De acordo com
Svedelius & Unestam (1978), a injúria
mecânica facilita a invasão do fungo em
folhas de pepino, devido à liberação de
nutrientes das células afetadas, promovendo o crescimento do mesmo. Esses
autores ainda afirmam que D. bryoniae
é um parasita fraco, requerendo tecido
senescente e condições especiais para
invasão e infecção.
Resistência ao Cancro das hastes
em melancia
Prasad & Norton (1967) afirmaram
que um alto nível de resistência ao cancro das hastes era devido a um gene
dominante, denominado Mc, sugerindo,
também, que uma fonte com moderado
grau de resistência tem um outro gene
dominante independente, denominado
Mc1. No entanto, Robinson et al. (1976)
sugeriram a mudança para Mc2, porque
a representação Mc1 indica um alelo do
locus Mc.
O controle do cancro das hastes com
fungicidas tem se mostrado ineficiente,
devido à necessidade de freqüentes aplicações, não tendo quase efeito sobre as
infecções nos frutos, como, também, há
relatos de resistência do patógeno a
fungicidas
(Malathrakis
&
Vabalounakis, 1983). Assim, o controle
de doenças através de variedades resistentes se reveste de grande importância.
Contudo, poucos trabalhos de resistência a D. bryoniae em melancia são relatados. Sowell & Pointer (1962) estudaram 439 acessos ou introduções da referida espécie e identificaram resistência ao patógeno (isolado CS-1, obtido
de melão) no acesso PI 189225, justificando o seu uso como fonte de resistência. Norton & Cosper (1985) relataram
que a descoberta das introduções PI
189225 e PI 271778, que foram resistentes ao cancro das hastes e à
antracnose raça 2, determinou o início
de um projeto de melhoramento de melancia em 1971. As fontes de resistência foram utilizadas em programas de
retrocruzamentos com as cultivares
Jubilee e Crimson Sweet, resultando no
lançamento de AU-Jubilant e AUProducer, respectivamente, em 1983.
Estas duas cultivares mostraram resistência a D. bryoniae, Fusarium
oxysporum
f.sp.
niveum
e
Colletotrichum lagenarium raça 2.
Lhotsky et al. (l991) avaliaram espécies selvagens de Cucumis quanto à
resistência a D. byoniae, utilizando uma
escala de notas que considerava sintomas visíveis, leve e intenso
amarelecimento ou lesões úmidas. Meer
et al. (1978) consideraram que os sintomas nos cotilédones e pontos de crescimento não são bases consistentes de
avaliação. Dusi et al. (1994) avaliaram
genótipos de melão quanto à resistência a D. byoniae, 60 dias após a
inoculação, vertendo a suspensão de
esporos diretamente no solo, com base
em uma escala de notas que considerava o surgimento de lesão encharcada no
colo da planta. Dias et al. (1996) adotaram uma escala que possibilitou uma
maior abrangência de reação das plantas
inoculadas, permitindo uma melhor avaliação dos acessos de melancia a D.
bryoniae em um curto espaço de tempo.
METODOLOGIA DE
AVALIAÇÃO QUANTO À
RESISTÊNCIA A
SPHAEROTHECA FULIGINEA
Os trabalhos desenvolvidos no Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido desde 1987, para avaliação de genótipos de melancia quanto à
resistência ao oídio, são feitos em condições de casa-de-vegetação e a nível
de campo. No primeiro caso, os isolados de oídio são obtidos, coletando-se
o inóculo em plantios de cucurbitáceas
muito infectados. Procede-se à identificação, que poderá ser feita de acordo
com a metodologia descrita por
Reifschneider et al. (1985), com a utilização de Eosina a 5 ppm para coloração
dos conídios e observação da presença
de corpos de fibrosina, característico da
espécie S. fuliginea. O inóculo é multiplicado em plantas de melancia, cv.
Charleston Gray, ou em Curcubita pepo
cv. Caserta. A inoculação é feita aos 20
dias após a germinação, através de uma
suspensão de conídios, em água destilada, à qual se adiciona o espalhante
adesivo Tween 80 a 0,005%. A concentração dos esporos utilizada é em torno
de 10 4 conídios/ml. Outra forma de
inoculação nas plantas hospedeiras é
espargir os esporos com pincel, diretamente sobre as folhas das plantas. Como
15
R. de C. S. Dias et al.
o vento dissemina rapidamente os
esporos, este método de inoculação,
apesar de não muito uniforme, é de
muita praticidade e eficácia. Em ambos
os métodos, logo após a inoculação, as
plantas são mantidas em câmara úmida,
por 24 horas, formada por sacos plásticos transparentes e umedecidos internamente, tendo-se o cuidado de evitar a
formação de lâmina de água sobre as
folhas das plantas.
S. fuliginea se desenvolve melhor
sob condições secas do que sob condições úmidas. A baixa umidade favorece os processos de colonização,
esporulação e dispersão dos conídios,
enquanto as condições úmidas favorecem a infecção e sobrevivência dos
esporos (Reuveni & Rotem, 1974). Portanto, as plantas, onde será multiplicado o inóculo, ou aquelas que serão avaliadas quanto à resistência, deverão ter
o suprimento hídrico através de um sistema de irrigação localizado ou irrigadas
por mangueiras no seu colo.
A semeadura dos acessos de melancia a serem avaliados quanto à resistência ao oídio, é feita em bandejas de
isopor, contendo substrato composto de
cinzas vegetais e vermiculita, tratado
com brometo de metila. As mudas são
transplantadas aos doze dias após a semeadura, para sacos de polietileno, preenchidos com 10 litros de solo esterilizado com brometo de metila, ficando
uma planta por saco.
A inoculação dos genótipos é realizada de duas a três vezes consecutivas,
a intervalos de cinco dias, conforme a
metodologia descrita anteriormente,
sendo a primeira no estádio de três a cinco folhas definitivas.
São realizadas duas avaliações. A
primeira leitura é feita sete dias após a
última inoculação e a avaliação final, nas
condições ambientais do Vale do São
Francisco, em torno de 70 dias do plantio, isto é, na fase correspondente à primeira colheita, quando as plantas começam a entrar na fase de senescência.
Duarte (1996), citando diversos autores,
relata que o processo de infecção tem
início nas folhas mais velhas, isto é, nas
folhas mais baixas, enquanto as folhas
jovens são mais resistentes. O
microclima criado pela cobertura de folhas superiores pode, também, influen16
ciar no desenvolvimento das folhas mais
velhas. Portanto, coleta-se duas folhas
por planta, sendo uma das folhas mais
velhas e a outra na altura mediana da
planta, que são examinadas à lupa, sendo classificadas através de um método
adaptado de Mc Kinney (BUREOU OF
PLANT INDUSTRY, SOILS, AND
AGRICULTURAL ENGINEERING.
Division of Mycology and Disease
Survey, 1950) em que as plantas são classificadas em uma das cinco notas, de ausência de oídio a severamente atacada
(0,00; 0,75; 1,00; 2,00 e 3,00). Calculase, então, o Índice da Doença (ID) que
varia de 0 a 100 [onde: 0 = altamente resistente e 100 = altamente suscetível; ID
= (Nota x Frequência da Nota)100/ 3x
total de folhas avaliadas]; a escala de
notas utilizada varia de 0 a 3, onde 0 = 0
colônias (altamente resistente - AR); 0,75
= 1-30 colônias (resistente - R); 1 = 3160 colônias (moderadamente resistente MR); 2 = 61-90 colônias (suscetível - S);
3 = > 90 colônias (altamente suscetível AS) (Dias et al., no prelo).
Na avaliação, as folhas da região
basal (folhas mais velhas) são atentamente observadas nas duas faces, pois
nelas existe a possibilidade de encontrar alguma colônia de oídio em plantas
moderadamente resistentes. Segundo
Sitterly (1978), em folhas de cutícula
mais espessa, o patógeno requer maior
energia para penetração, que ocorre
mecânica e enzimaticamente. Além disso, as folhas superiores, que recebem
maior incidência de luz e mais calor,
causam aumento na respiração dos
conídios, levando a uma exaustão dos
nutrientes do patógeno.
Como as condições ambientais do
Vale do São Francisco são muito favoráveis ao oídio, a maioria das avaliações
dos acessos e das progênies, visando
selecionar plantas de melancia com resistência ao oídio (Sphaerotheca
fuliginea) e com características agronômicas desejáveis, foram feitas em condições de campo, sob infecção natural e
ausência de oidicida. A cv. Crimson
Sweet é utilizada como controle suscetível, colocando-se duas bordas laterais
e uma linha no centro do experimento.
Citando-se como exemplo, no período
de maio a setembro de 1996, na Estação
Experimental de Bebedouro, município de
Petrolina -PE, com o objetivo de selecionar plantas resistentes ao oídio e com características agronômicas desejáveis, avaliou-se 27 linhas de melancia, oriundas de
dois e de três retrocruzamentos, a nível de
campo, em condições de infecção natural
e ausência de oidicida. Utilizou-se a cv.
Crimson Sweet como controle suscetível e
testemunha. O delineamento experimental
foi de blocos ao acaso, com quatro repetições, e parcela útil de 36 m2 . Antes da primeira colheita, fez-se a última avaliação das
linhas de melancia quanto à resistência ao
oídio, calculando-se o ID, através da escala de notas, método adaptado de Mc Kinney
(BUREOU OF PLANT INDUSTRY,
SOILS,
AND
AGRICULTURAL
ENGINEERING. Division of Mycology
and Disease Survey, 1950) em que as plantas são classificadas em uma das cinco notas, descritas anteriormente, variando de 0
a 3, onde zero representa a ausência de sintomas e três a superfície foliar totalmente
infectada.
Verificou-se que os tratamentos diferiram estatisticamente da testemunha,
pelo Teste de Tukey, quanto ao ID, à
produtividade, ao brix, ao peso médio
do fruto e à largura da casca.
Observou-se que cv. Crimson Sweet
e a linhagem 97.0214.001 (tratamento
22) foram altamente suscetíveis ao oídio
(ID =100), enquanto, 22,2% das linhagens estavam segregando para o caráter
e 74,07% tiveram reação de alta resistência (ID = 0), isto é, todas as plantas
isentas de colônias de oídio (Tabela 1).
Quanto ao rendimento, os tratamentos 25, 20, 16 e 26 foram, em média, 75%
mais produtivos que a testemunha. Com
exceção do tratamento 22, todas as linhagens superaram, no mínimo em 45,4%,
a produtividade da cv. Crimson Sweet .
O peso médio de fruto das linhagens
variou de 9,4 a 5,7 kg , mas 96,3% apresentaram frutos com peso médio superior a 6 kg .
Quanto ao teor de sólidos solúveis
(oBrix), apenas três linhagens foram diferentes de Crimson Sweet (tratamentos 12, 13 e 23). O maior oBrix foi observado no tratamento 6 (12,650 ), sendo superior à testemunha em 1,30 .
Destacaram-se entre as demais, as linhagens 97.0194.001, 97.0199.001,
97.0203.001, 97.0206.001e 97.0207.001,
por reunirem as características de resistência ao oídio e boas características de
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Avaliação de resistência a Sphaerotheca fuliginea e a Didymella bryoniae em melancia.
Tabela 01. Índice do oídio (ID), produtividade, peso médio de frutos e o Brix de linhagens de melancia. Petrolina-PE, 1996.
Tratamento1
1-Crimson Sweet
Índice do Oídio
(ID)
100,00 a
11.70b
Peso Médiode
Frutos (kg)
4.8b
11.35 e f g h
11.80 a b c d e f g
12.00 a b c d e f
12.27 a b c d e
12.57 a b
Produtividade(t/ha)
o
Brix
2-97.0194.001
3-97.0195.001
4-97.0196.001
5-97.0197.001
0,00 e
35,83bcd
17,36 de
38,70 bc
38.20 ab
27.80 a b
32.40 a b
21.43 a b
7.7 ab
9.2 a
8.0 a b
7.1 a b
6-97.0198.001
7-97.0199.001
8-97.0200.001
9-97.0201.001
10-97.0202.001
44,05 b
0,00 e
19,25cde
0,00 e
0,00 e
24.30
27.70
28.40
35.30
36.90
7.7
8.1
7.7
6.5
7.7
11-97.0203.001
12-97.0204.001
13-97.0205.001
0,00 e
6,25 e
0,00 e
31.20 a b
32.70 a b
34.00 a b
7.6 a b
6.1 a b
5.7 a b
11.72 a b c d e f g
10.50 h i j
9.82 i j
14-97.0206.001
15-97.0207.001
16-97.0208.001
17-97.0209.001
18-97.0210.001
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
e
e
e
e
e
38.80 a b
36.80 a b
45.60 a
33.1 a b
41.10 a b
9.3 a
9.4 a
8.8 a
7.1 a b
7.5 a b
11.55 b c d e f g h
11.57 a b c d e f gh
11.15 f g h
11.17 f g h
10.92 f g h
19-97.0211.001
20-97.0212.001
0,00 e
0,00 e
42.10 a b
47.73 a
7.6 a b
7.6 a b
11.25 e f g h
10.97 f g h
21-97.0213.001
0,00 e
40.90 a b
7.8 a b
11.10 f g h
22-97.0214.001
23-97.0215.001
24-97.0216.001
25-97.0217.001
26-97.0218.001
100,00 a
0,00 e
0,00 e
0,00 e
0,00 e
17.50 a b
34.30 a b
44.00 a b
48.90 a
45.30 a
7.1
8.2
8.4
7.7
7.9
27-97.0219.001
28-97.0220.001
C.V. (%)
0,00 e
0,00 e
56,26
39.60 a b
34.4 a b
35,08
8.5 a b
9.4 a
18,52
1/
a
a
a
a
a
b
b
b
b
b
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
12.65 a
12.35 a b c d
12.47 a b c
11.17 f g h
11.32 d e f g h
11.15 f g h
9.60 j
11.22 e f g h
11.40 c d e f g h
11.42 c d e f g h
10.90 g h i
11.50 b c d e f g h
3,54
Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey.
fruto. Estas linhagens serão utilizadas nos
trabalhos de obtenção de híbridos experimentais de melancia destinados ao mercado interno do Brasil.
METODOLOGIA DE
AVALIAÇÃO QUANTO À
RESISTÊNCIA A D.
BRYONIAE
Nos trabalhos realizados na
Embrapa Semi-Árido, com o objetivo
de selecionar acessos de melancia resistentes à podridão gomosa, tem-se utiliHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
zado a metodologia descrita em Dias et
al. (1996).
As sementes dos acessos são
semeadas em bandejas de isopor, contendo substrato composto de cinzas vegetais e vermiculita, tratado com brometo
de metila. As mudas serão transplantadas aos doze dias, após a semeadura, para
sacos de polietileno, preenchidos com 10
litros de solo esterilizado com brometo
de metila, podendo ser colocadas até quatro plantas por saco.
O isolado de D. bryoniae utilizado
deve ser devidamente identificado e feito o teste de patogenicidade.
Em câmara asséptica, efetua-se a
transferência de estruturas do patógeno
(picnídio e micélio), para placas de Petri,
contendo batata-dextrose-ágar (BDA).
Estas devem ser incubadas à temperatura de aproximadamente 25o C, em regime de luminosidade constante, sob luz
negra, por dez dias.
O inóculo deve consistir de uma suspensão de conidiósporos na concentração entre 105 e 106 conidiósporos/ml, à
qual adiciona-se espalhante adesivo
Tween 80 a 0,005%.
A inoculação das plantas deve ser
efetuada em torno de doze dias após o
17
R. de C. S. Dias et al.
Tabela 2. Classificação dos acessos de melancia, de acordo com a reação à D. bryoniae.
Acesso
PE11
PE12
PI 189225
BA5
Controle não inoculado)
Severidade
(nota)1
2,62
2,81
2,41
2,75
1,00
Nível de
Resistência2
MR**
MR**
R**
MR**
Acesso
BA6
BA19
MA7
C.SWEET
Severida de
(nota)1
2,87
3,03
2,69
4,41
Nível de
Resistência2
MR**
MR**
MR**
S
Fonte: Dias et al. (1996); (1) Médias de 32 plantas ;(2) Resistente (R); Medianamente Resistente (MR); Suscetível (S).
*Diferente significativamente a nível de 5% pelo contraste ortogonal entre a testemunha suscetível (cv. Crimson Sweet) e o acesso.
**Diferente significativamente a nível de 1% pelo contraste ortogonal entre a testemunha suscetível (cv. Crimson Sweet) e o acesso.
semeio, através de pulverização da parte aérea das plantas, no estádio da emissão da primeira folha verdadeira, após
a realização dos ferimentos na região do
colo, cotilédones e folhas definitivas.
Após a inoculação, as plantas devem
ser mantidas por 48 horas em câmara
úmida, formada por sacos plásticos
transparentes e umedecidos internamente. As plantas utilizadas como controle,
para cada acesso, têm o mesmo tratamento das plantas inoculadas, sendo o
inóculo substituído por água destilada e
esterilizada mais Tween 80 na mesma
concentração.
A avaliação da resistência dos acessos de melancia é realizada aos sete dias
após a inoculação, através de uma escala de notas, adaptada de Sowell &
Pointer (1962) e Van Steekelenburg
(1985), variando de 1 a 5, onde: 1 - ausência de sintomas visíveis (altamente
resistente - AR); 2 - manchas pequenas,
raras, de contorno bem delimitado e que
não evoluem para necrose nas folhas jovens; nenhum escurecimento na região
do colo (resistente - R); 3 - leve queima
dos bordos dos cotilédones, suave
malformação foliar e leve escurecimento
na região do colo (medianamente resistente - MR); 4 - necrose dos cotilédones,
malformação foliar, colo com acentuado
escurecimento ou hiperplasia e início de
fendilhamento; plantas com poucas
chances de sobrevivência (suscetível - S);
5 - necrose severa dos cotilédones e das
folhas jovens, acentuado fendilhamento
no colo, incluindo morte da planta (altamente suscetivel - AS). Para a média das
notas, é utilizada a seguinte faixa de variação: AR = 1; R = > 1 até 2,5; MR =
2,6 até 3,5; S = 3,6 até 4,5; AS = > 4,5
(Dias, 1993).
18
Na Tabela 2, estão expressos os resultados de um experimento relatado em
Dias et al. (1996), que mostra o desempenho das principais fontes de resistência a D. bryoniae do Banco de
Germoplasma de Cucurbitáceas para o
Nordeste brasileiro da Embrapa SemiÁrido. Finalmente, os resultados obtidos nos experimentos de avaliação de
acessos de melancia mostram a possibilidade de se avaliar um grande número
de
acessos
com
boa
representatividade e, assim, selecionar
genótipos mais promissores quanto à
resistência a D. bryoniae no estádio juvenil, levando para o campo as plantas
selecionadas. Tal metodologia tem sido
de grande utilidade em trabalhos de
transferência da referida resistência para
cultivares comerciais, bem como na avaliação das gerações segregantes visando selecionar plantas resistentes.
A avaliação de plantas para resistência a doenças requer o conhecimento profundo do hospedeiro e do patógeno. A
resistência ou suscetibilidade de uma
planta é sua maior ou menor resposta ao
patógeno, avaliada sob condições
epifitóticas, além de um suficiente período de tempo para descobrir os limites
verdadeiros de sua reação. Escapes de
doenças podem ser desastrosos em programas que desejam detectar e avaliar
comparativamente níveis de resistência
entre plantas de uma população.
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Brasileira, Brasília, v. 17, p. 20-22, 1999. Palestra. Suplemento.
Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do vale
São Francisco.
Watermelon germplasm evaluation for viruses at São Francisco valley.
Mirtes F. Lima; Manoel Abílio de Queiróz; Rita de Cássia Souza Dias
Embrapa Semi-Árido C.Postal 23 CEP 56.300-000 Petrolina-PE.
Palavras-chave: Citrullus lanatus, melhoramento, caracterização, PSRV-w, WMV-2.
Keywords: Citrullus lanatus, breeding, characterisation, PSRV-w, WMV-2.
VIROSES EM
CUCURBITÁCEAS
E
ntre as doenças que infectam plantas da família Cucurbitaceae, aquelas causadas por vírus são complexas e
podem ser bastante destrutivas. A incidência e a severidade destas doenças podem variar segundo a relação patógeno
x hospedeiro x vetor e sua interação com
as condições ambientais (Provvidenti,
1996). Cerca de 50 vírus já foram relatados em Cucurbitáceas, entretanto, apenas 25 infectam naturalmente plantas
desta família. No Brasil, até 1991, sete
viroses haviam sido registradas
infectando Cucurbitáceas: mancha anelar do mamoeiro - estirpe melancia
(Papaya ringspot virus – type
watermelon, PRSV-w), mosaico da
melancia 2 (Watermelon mosaic virus
2 - WMV-2), mosaico do pepino
(Cucumber mosaic virus - CMV), mosaico da abóbora (Squash mosaic virus
- SqMV), mosaico amarelo da abobrinha-de-moita (Zucchini yellow mosaic
virus – ZYMV), vírus da clorose letal
da abobrinha (Zucchini lethal chlorotic
virus - ZLCV) (Kurosawa & Pavan,
1997) e uma estirpe do vírus do viracabeça do tomateiro (Tomato spotted
wilt virus - TSWV). Entre estes, PRSVw, CMV, ZYMV, SqMV e WMV-2
constituem o grupo de vírus mais importante para espécies desta família (Lin
et al., 1974; 1980; Lima & Vieira, 1992;
Cupertino et al.,1988; Pavan et al., 1989;
Zambolin et al., 1989; Dusi et al., 1990).
O PRSV-w é o vírus relatado com
maior freqüência, encontrando-se amplamente distribuído em todo o mundo,
sendo mais comum em áreas tropicais e
20
subtropicais, entretanto, pode causar
epidemias ocasionais em regiões temperadas. No Brasil, este é o vírus de
maior ocorrência e importância econômica em Cucurbitáceas (Zambolim &
Dusi, 1995). O vírus pertence ao grupo
Potyvirus, sendo constituído por partículas flexuosas, em bastão, medindo
cerca de 780 x 12 nm, contendo uma
fita simples de RNA (Provvidenti,
1996). O PRSV-w pode ser encontrado
em associação com outros vírus como
WMV-2, ZYMV e CMV (Provvidenti,
1996). O seu círculo de hospedeiras é
restrito às Cucurbitáceas, infectando 40
espécies em 11 gêneros, além de duas
espécies da família Chenopodiaceae,
com abóbora, melancia, pepino e melão entre as hospedeiras economicamente mais importantes. O PRSV-w é transmitido de maneira não persistente por
afídeos, 24 espécies em 15 gêneros
(Purcifull et al., 1982) e mecanicamente, entretanto, não há evidências de
transmissão via sementes.
As espécies mais suscetíveis de
Cucurbitáceas respondem à infecção por
PRSV-w com sintomas foliares característicos e severo enfezamento. Os sintomas nas folhas de plantas infectadas
são de severo mosaico, malformação,
rugosidade, embolhamento, distorção e
estreitamento da lâmina foliar, ficando
reduzidas às nervuras principais. Plantas severamente atacadas não frutificam
ou produzem frutos deformados. Em
plantas de melancia infectadas, o PRSVw pode também causar encurtamento da
rama principal e das ramas laterais, redução do tamanho de folhas e do número e peso de frutos.
Perdas na produção devido às viroses ocorrem em plantas infectadas em
quaisquer estádios de desenvolvimento, entretanto, os prejuízos são maiores
quanto mais cedo as plantas forem
infectadas. Demski & Chalkey (1974)
observaram perdas de 19% (infecção
tardia) a 73% (infecção precoce).
Com relação aos outros vírus, SqMV
é menos importante que PRSV-w, CMV
e WMV-2, já tendo sido relatado no
Distrito Federal, São Paulo e em Estados das regiões Norte e Nordeste, sendo disseminado através de sementes
infectadas. Esta virose é mais importante
em abóbora e melão, embora, seja encontrado infectando plantas de melancia. O ZYMV é uma virose de grande
importância econômica, registrada em
1992, nas culturas da melancia e do pepino, em São Paulo e no Estado de Santa
Catarina, respectivamente. O WMV-2 foi
primeiro relatado em abobrinha, em
1985, em Campinas, São Paulo, entretanto, este vírus pode infectar a maioria
das espécies de Cucurbitáceas e muitas
espécies de Leguminosas. Embora seja
bastante comum em regiões temperadas,
pode ocorrer também em regiões tropicais (Kurosawa & Pavan, 1997).
Viroses em melancia no Submédio
São Francisco
O Submédio do Vale São Francisco,
abrangendo parte dos Estados da Bahia
e Pernambuco, devido às suas condições
climáticas favoráveis, aliadas à irrigação, possui grande potencial para a produção de melancia, terceira hortaliça
mais comercializada no Brasil. Embora
os Estados do Centro-Sul, como Goiás,
São Paulo e Rio Grande do Sul sejam
grandes produtores, o cultivo de melancia expandiu-se nos Estados da Bahia,
Minas Gerais e Pernambuco, com índiHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Avaliação de germoplasma de melancia a viroses no Submédio do vale São Francisco.
ces de cerca de 20% no final da década
de 80, início da década de 90
(Makishima, 1991). No Brasil, a área
plantada com melancia em 1994 foi de
72.726 ha, dos quais 14.619 ha nos Estados da Bahia e Pernambuco. Neste
mesmo ano, a produção nacional foi de
149.321 t e para aqueles dois estados,
33.777 t (IBGE, 1996).
As condições climáticas do
Submédio São Francisco são também
propícias ao surgimento de problemas
fitossanitários, principalmente aqueles
relacionados a pragas. Neste contexto,
apesar da mosca branca (Bemisia sp.)
detectada na região no final de 1995
(Haji et al.,1997), as viroses transmitidas por afídeos-vetores e relatadas em
Cucurbitáceas no Submédio São Francisco desde 1984 (Ávila et al., 1984;
Dusi et al., 1991; Lima et al., 1997),
constituem-se em um dos principais problemas fitossanitários de plantas desta
família, sendo responsável por perdas
significativas na produção. Dentre as
viroses, o PRSV-w tem ocorrido com
maior freqüência, constituindo-se em
fator limitante ao cultivo de
Cucurbitáceas, destacando-se a melancia como uma das hospedeiras economicamente mais importantes. Em áreas
de Projetos de Irrigação do Submédio
São Francisco, o PRSV-w tem causado
perdas drásticas na produção, onde temse observado perdas de até 100% em
algumas áreas, principalmente quando
a infecção ocorre na fase inicial de desenvolvimento das plantas.
Em levantamento de viroses realizado na cultura da melancia no Submédio
São Francisco, amostras, exibindo sintomas típicos de vírus, foram coletadas
em plantios dos Projetos de Irrigação
Senador Nilo Coelho, Maniçoba, Tourão
e do Projeto Bebedouro e analisadas em
ELISA-indireto, contra os antissoros de
PRSV-w, WMV-2, SqMV e CMV (Lima
et al., 1997). Os resultados indicaram a
predominância de PRSV-w em melancia, tendo sido identificado em 132
(49,1%) das 269 amostras analisadas. O
WMV-2 foi detectado em 35 amostras
(13%); CMV em apenas 5 (1,9%) e
SqMV não foi detectado em nenhuma
das amostras analisadas.
A alta incidência de viroses em melancia em regiões como o Submédio São
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Francisco, onde perdas na produção tem
sido freqüentes e significativas deve-se
a diversos fatores tais como: a alta eficiência de afídeos-vetores na disseminação destas viroses e ao modo de transmissão, de maneira não-persistente; à
sobrevivência de afídeos, que são
polífagos, em outras plantas hospedeiras; à falta de cultivares resistentes e ao
amplo cultivo de ‘Crimson Sweet’, suscetível a viroses; às condições climáticas da região, favoráveis à manutenção
de populações do vetor em campo, sem
interrupção do seu ciclo de vida; às condições de cultivo de melancia no
Submédio São Francisco, em áreas adjacentes e às vezes em plantios sucessivos; à não eliminação de restos culturais ao final da colheita ou a presença
de plantas daninhas dentro e nas proximidades da área cultivada, o que favorece a sobrevivência de afídeos-vetores
e também à baixa eficiência do controle
químico dos insetos-vetores, mesmo
com a utilização de inseticidas
sistêmicos, considerando que os afídeos,
na grande maioria dos casos, já têm inoculado o vírus nas plantas, antes que
possam sofrer a ação dos inseticidas.
Entretanto, a melhor e a mais eficiente forma de controle destas viroses é evitar a infecção através da incorporação de
resistência genética em cultivares comerciais, considerando que aquelas disponíveis no mercado são suscetíveis. Estudos de avaliação de germoplasma de
melancia a viroses têm exibido resultados promissores com a identificação de
alguns materiais resistentes (Sowll &
Demski, 1969; Hojo et al., 1990;
Gillaspie et al., 1993; Azevedo et al.,
1998). Gillaspie et al. (1993) avaliaram
670 acessos de Citrullus ao WMV-2, em
campo e em casa de vegetação, identificando nove acessos de C. lanatus resistentes e cinco acessos de C. colocynthis
com algum nível de resistência a esta virose. Azevedo et al. (1998) identificaram
a introdução PI 595201 como o material
mais promissor, tendo apresentado um
bom nível de tolerância ao PRSV-w.
Hojo et al. (1990) avaliaram vinte cultivares e híbridos de melancia ao PRSVw. Entretanto apenas uma introdução selvagem da África, BT 8501, mostrou algum nível de tolerância ao vírus, sendo
considerada uma fonte promissora, no
caso da incorporação de tolerância em
cultivares comerciais (Kurosawa &
Pavan, 1997).
Avaliação de germoplasma de melancia na Embrapa Semi-Árido
Como parte do Programa de Melhoramento de Cucurbitáceas da Embrapa
Semi-Árido, Petrolina-PE, acessos de
melancia, provenientes dos Estados da
Bahia, Maranhão e Pernambuco e pertencentes ao Banco Ativo de
Germoplasma de Cucurbitáceas, têm
sido avaliados ao PRSV-w (Araújo &
Souza, 1988; Araújo et al., 1989) e
WMV-2 (Lima et al., 1998). Estas pesquisas visam identificar fontes de resistência a estes vírus para que possam ser
utilizadas em Programas de Melhoramento de Cucurbitáceas no desenvolvimento de cultivares resistentes com a
incorporação de genes de resistência/
tolerância em cultivares comerciais.
Araújo & Souza (1988) avaliaram a resistência de 28 introduções de melancia
ao PRSV-w e selecionaram um acesso
coletado em Ouricuri-PE, como tolerante ao vírus. A partir de cruzamentos entre o acesso ‘Ouricuri’ e ‘Charleston
Gray’ (Araújo et al., 1989) estes pesquisadores obtiveram diversas linhagens, das quais ’88-127' foi considerada tolerante ao vírus, porém o trabalho
foi descontinuado.
O WMV-2 tem sido detectado em
Cucurbitáceas em diferentes estados (Sá
et al., 1988; Dusi et al., 1991), o que
indica a sua expansão no Brasil. Lima
et al. (1998) avaliaram a resistência de
setenta e sete acessos de melancia
(Citrullus lanatus) ao WMV-2, em casade-vegetação telada (anti-afídeos). A
inoculação mecânica foi realizada em
duas etapas, sendo a primeira no estádio cotiledonar, dez dias após o plantio
das sementes e a segunda na primeira
folha verdadeira, quatro dias após a primeira inoculação. A cv. Crimson Sweet
foi o padrão suscetível ao vírus. A avaliação, trinta dias após a primeira
inoculação, foi feita segundo escala de
notas (Hojo & Pavan, 1990) onde: 1=ausência de sintomas; 2=clareamento de
nervuras e/ou mosqueado; 3=mosaico
sem embolhamento e/ou deformação
foliar e 4=mosaico severo com
embolhamento. Sete dias após a primeira inoculação, sintomas como
21
M.F. Lima et al.
mosqueado, clareamento de nervuras e
pontos cloróticos já eram facilmente
visíveis. Aos trinta dias observaram-se
sintomas típicos do WMV-2, com mosaico
severo,
malformação,
retorcimento, embolhamento e redução
da lâmina foliar. Todos os acessos testados foram suscetíveis ao WMV-2, sem
diferença significativa da testemunha
‘Crimson Sweet’, apresentando notas
que variaram de 2,9 a 4,0. Entretanto,
observou-se variação com relação aos
sintomas entre plantas dentro de um
mesmo acesso. As plantas dos acessos
avaliados, distribuíram-se da seguinte
forma, com relação à escala de notas
utilizada na avaliação: 1=2 plantas
(0,15%); 2=17 (1,15%); 3=187
(12,47%); 4=1.293 (86,25%). Os mesmos acesso serão avaliados para PRSVw e WMV-2. A avaliação de acessos de
melancia continua, considerando que
fontes de resistência ao WMV-2 ainda
não foram identificadas, além de haver
disponibilidade de um grande número
de acessos e gerações segregantes que
compõem o BAG da Embrapa SemiÁrido que ainda não foram avaliados.
LITERATURA CITADA
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Caracterização morfológica de acessos de melancia do Banco Ativo de
Germoplasma (BAG) de cucurbitáceas para o Nordeste do Brasil.
Watermelon morfological characterization from the cucurbits
germplasm bank for the Northeast of Brazil.
Roberto L. Romão1/; Manoel Abílio de Queiróz 2/; Paulo S. Martins3/; Célia Maria T. Cordeiro4/
1/
UEFS - Laboratório de Ecologia Evolutiva, Departamento de Ciências Biológicas, Feira de Santana-BA; [email protected]; 2/Embrapa
Semi-Árido; Caixa Postal 23, 56.300-000 Petrolina-PE, Fone 081-862 1711, Fax 081-862 1744, [email protected]; 3/ ESALQ Departamento de Genética, Piracicaba-SP; 4/Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, C. Postal 02372, 70.770-900 Brasília – DF,
[email protected].
Palavras-chave: Citrullus lanatus, recursos genéticos, descritores morfológicos.
Keywords: Citrullus lanatus, genetic resources, morphological descriptors.
N
as últimas décadas o esforço dedicado aos recursos genéticos, inicialmente, quase que exclusivamente à
coleta de acessos em muitas espécies
vegetais, começa a se deslocar para as
fases de conhecimento do material coletado como a caracterização. Isto porque, para um número expressivo de
espécies já se dispõe no mundo, de cerca de dois milhões de amostras nas coleções sendo conservadas. No entanto,
a sua utilização está muito aquém do
esperado (Peeters & Williams, 1984;
Nass et al., 1993). A modesta utilização do germoplasma conservado está
associada a vários fatores, sendo que a
falta de informações sobre os acessos
conservados é uma delas (Peeters &
Williams, 1984).
A coleta de acessos de melancia no
Nordeste do Brasil teve início em 1985,
quando foram realizadas visitas a áreas
de produtores em Petrolina-PE e a alguns municípios vizinhos, ou colhidos
frutos das plantas que vegetavam espontaneamente nas Estações Experimentais
da Embrapa, no município de Petrolina
- PE (Queiróz et al., s.d.).
A partir de 1991 foram intensificadas as coletas de acessos de melancia
em diversos municípios do Nordeste
brasileiro (Queiróz, 1992; Ramos &
Queiróz, 1992; Queiróz, 1994; Costa,
1992; Moura & Queiróz, 1997).
Tendo em vista que, muitas vezes, o
número de sementes coletadas era reduzido, houve a necessidade inicial de
multiplicação das amostras conseguidas.
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Primeiro experimento
Considerando-se que não havia
descritores para serem usados na caracterização das amostras de melancia, o
primeiro passo foi o estabelecimento de
uma lista preliminar contendo 20
descritores qualitativos e quantitativos
com base no conhecimento de caracteres
morfológicos variáveis observados em
campo nos experimentos de multiplicação, registros na literatura e adaptação
das listas de descritores dos gêneros
Cucurbita e Cucumis (Romão et al., s.d.;
Esquinas-Alcazar & Gulick, 1983;
Henderson, 1992).
A lista preliminar continha 20
descritores qualitativos e quantitativos
e seis dados de manutenção (Romão et
al., s.d.). Utilizando esta lista, 25 acessos, sendo quatorze da região de IrecêBA e onze da região de Pastos Bons-MA,
foram colocados em campo utilizandose quinze plantas por parcela, em fileira
única no espaçamento de 3,0 m entre fila
e 0,8 m entre planta. O experimento instalado na Estação Experimental de Bebedouro, Petrolina-PE, foi irrigado por
sulcos de infiltração. Os demais tratos
culturais foram aqueles adotados para a
cultura da melancia irrigada.
O resultado obtido no experimento
mostrou uma grande variabilidade para
os caracteres quantitativos entre as
amostras estudadas, pois o número de
frutos por planta variou de 1,2 a 7,7; o
peso médio de fruto, de 1,4 a 8,4 kg; o
número de sementes por fruto, de 203 a
870; o comprimento do fruto, de 15,7 a
41,5 cm e o diâmetro do fruto, de 13,8 a
20,2 cm. Para os caracteres qualitativos,
observou-se variação na cor externa do
fruto e na cor da polpa.
Com o aumento do número de
acessos conservados no BAG e com
base nos resultados do primeiro experimento de melancia surgiram várias
questões, como: magnitude da variabilidade existente entre os acessos de melancia coletados; se os acessos coletados
faziam parte de um mesmo conjunto de
variabilidade ou a variabilidade encontrada seguia um padrão regional; como
realizar a caracterização de todos os
acessos do BAG, e, quais seriam os principais descritores responsáveis pela
maior discriminação entre os acessos de
melancia existentes.
Para responder a estas questões, se
delineou um outro experimento, com
adequação do número de tratamentos e
repetições bem como da origem dos tratamentos, tendo-se escolhido acessos
provenientes de três regiões distintas.
Segundo experimento
Foram estudadas 39 populações de
melancia (Citrullus lanatus) provenientes da região de Irecê-BA, Pastos BonsMA e Petrolina-PE. Foram utilizadas
treze populações por região. Estas
regiões são bastante isoladas pela distância e apresentam condições climáticas bem diferenciadas (Romão, 1996).
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro
repetições. A parcela experimental total
foi constituída de uma linha com oito
23
R.L. Romão et al.
plantas, num espaçamento de 3,0 m x 1,0
m, sendo a parcela útil de quatro plantas.
A caracterização foi realizada com
base nas seguintes categorias de
descritores: a) descritores de plântula
(avaliados ao nível de indivíduo); b)
descritores vegetativos (avaliados ao
nível de indivíduo); c) descritores de
inflorescência (avaliados ao nível de
indivíduo); d) descritores de fruto (dados tomados de um fruto maduro por
planta), e) descritores de semente (avaliados de um fruto maduro por planta).
Foram avaliados 26 descritores, sendo 18 quantitativos (1 - tamanho do
cotilédone; 2 - comprimento do
cotilédone; 3 - tamanho do limbo; 4 tamanho do pecíolo; 5 - comprimento
do internó; 6 – número de ramos; 7 –
diâmetro do caule; 8 - início do
florescimento; 9 - distância da primeira
flor feminina; 10 – comprimento do fruto; 11 – diâmetro do fruto; 12 - espessura da casca; 13- espessura da polpa; 14
- peso; 15 – ºBrix; 16 - número de sementes por fruto; 17 - peso de 50 sementes; 18 - tamanho da semente) e oito
qualitativos (1 - formato do fruto; 2 cor externa predominante; 3 - padrão de
casca; 4 -cor das listras; 5 - espessura
das listras; 6 - textura de polpa; 7 - dureza da casca; 8 - cor de semente).
Foram
realizadas
análises
univariadas e multivariadas dos
descritores quantitativos e estudada a
freqüência dos descritores qualitativos.
Observou-se que: a) existe grande variabilidade entre os acessos coletados; b) a
variabilidade encontrada apresenta uma
forte correlação com as regiões
coletadas; c) existem diferenças de variabilidade tanto entre populações dentro de região quanto entre regiões.
A partir da análise multivariada, utilizando dezessete descritores quantitativos, foi realizada a análise canônica
discriminante e o resultado mostrou que
os acesso são agrupados de acordo com
as regiões, cada região compondo um
grupo particular em variabilidade.
Também
utilizando
análise
multivariada se estudou a eliminação de
descritores, para os acessos das regiões
estudadas,
utilizando-se
como
parâmetro a magnitude dos coeficientes canônicos pela variação dentro de
grupos para indicar a retirada de variá24
veis selecionando aquelas com valores
acima de |0,70| em pelo menos um dos
coeficientes canônicos - CAN 1 e CAN
2. Utilizando esse procedimento foi possível reduzir de dezessete para nove o
número de descritores para se estudar a
divergência entre os grupos estudados
(Romão, 1996).
Os resultados obtidos até agora com
a caracterização de germoplasma de
melancia indicam alguns possíveis caminhos a seguir:
1 - O trabalho se inicia durante a
multiplicação em campo que deverá ser
feita sem repetições com fileiras de
quinze plantas por parcela. Devido ao
número grande de acessos a serem trabalhados e à limitação de área, não é
possível a caracterização de acessos do
BAG com um grande número de repetições. Entretanto, é fundamental que seja
utilizado um procedimento em que se
possa comparar as caracterizações realizadas umas com as outras. Para tanto
é indicado que as caracterizações sejam
realizadas utilizando, além dos acessos
a serem caracterizados, dois materiais
comerciais por experimento. Os mesmos materiais comerciais devem ser repetidos a cada experimento. Estes fornecem parâmetros de comparação entre as diferentes caracterizações e, desse modo, possibilitam a análise desses
experimentos
utilizando-se
a
metodologia desenvolvida por Federer
(1956) e Federer (1957) que possibilita
a obtenção de informações básicas sobre os acessos de forma rápida;
2 - Uma vez identificadas as características gerais de um acesso, os
melhoristas poderão realizar avaliações
aprofundadas para identificação de características específicas que exigem
metodologia apropriada para cada objetivo. Por exemplo, resistência a doenças, resistência a estresses abióticos e
divergência genética entre outros;
3 – É possível o descarte de
descritores utilizando a Análise de Componentes Principais;
4 – Depois de realizada a caracterização dos acessos do BAG e com base
nos dados obtidos, também é possível a
identificação de agrupamentos entre os
acessos, o que poderá ser utilizado tanto pelos melhoristas, para identificação
de grupos divergentes que poderão ser
utilizados na obtenção de híbridos,
quanto pelos curadores de BAGs, na
identificação de acessos duplicados e,
ainda, na organização de uma coleção
nuclear que reúna o máximo de variabilidade com o menor número de acessos.
LITERATURA CITADA
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Situação atual e prioridades do Banco Ativo de germoplasma (BAG) de
cucurbitáceas do Nordeste brasileiro.
Currently situation and priorities of germplasm bank of cucurbits in
Northeast of Brazil.
Manoel A. de Queiróz 1; Semíramis R.R. Ramos 1; Maria da Cruz C.L. Moura 2; Márcio S.V. Costa 1;
Magnólia A.S. da Silva1.
1/
Embrapa Semi-Árido, C. Postal, 23, 56300-000, Petrolina – PE; 2/ Universidade Estadual do Maranhão, C. Postal , São Luís-MA.
Palavras-chave: Cucumis melo, Citrullus lanatus, Cucurbita spp.
Keywords: Cucumis melo, Citrullus lanatus, Cucurbita spp.
Cucurbitáceas no Nordeste brasileiro
família das cucurbitáceas contem
espécies de importância para o
Nordeste brasileiro, seja pela expressão
de cultivos comerciais, seja pela diversidade de tipos encontrados. Os cultivos comerciais normalmente são irrigados e conduzidos com uso intenso de
agroquímicos e práticas culturais precisas, visando produzir frutos para os
mercados externo e interno. O cultivo
de maior expressão é o de melão
(Cucumis melo), seguido pela melancia
(Citrullus lanatus) e jerimum
(Cucurbita moschata), cujas cadeias
produtivas consideradas no conjunto
poderão somar um bilhão de reais por
ano, uma vez que a do melão está estimada em cerca de R$ 650 milhões (Dias
et al., 1998). Os genótipos utilizados nos
cultivos são poucos, foram introduzidos
nas últimas décadas e melhorados para
condições diferentes daquelas prevalecentes no Nordeste do Brasil, especialmente no semi-árido irrigado. Devido à
reduzida variabilidade genética, apresentam, ainda, suscetibilidade a algumas
doenças das cucurbitáceas como o oídio
(Sphaeroteca fuliginea), micosferela
(Didymella bryoniae), murcha de fusário
A
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
(Fusarium oxysporum f.sp. niveum) e aos
vírus PRSV-w e WMV-2.
Por outro lado, na agricultura tradicional da região, destacam-se os cultivos de melancia comum (Citrullus
lanatus) e forrageira (C. colocynthis var.
citroides), os jerimuns (C. moschata e
C. maxima), o maxixe (Cucumis
anguria) e o melão (Cucumis melo). Em
pequena escala, há cultivo de algumas
plantas de cabaça (Lagenaria siceraria)
ao redor das residências dos agricultores. Os genótipos disponíveis são muitos e apresentam uma grande variabilidade entre si (Queiróz, 1993; Romão,
1996; Dias, 1993; Ferreira, 1996; Ramos; 1996). As espécies do gênero
Citrullus e Cucumis foram aqui
introduzidas da África há muitos anos
(Whitaker & Davis, 1962) tendo sido a
costa nordestina local de várias introduções africanas (Romão, 1996).
O sistema de produção destas espécies é geralmente consorciado com diferentes culturas alimentares, com áreas variando, por família, de poucas plantas até cultivos comerciais (Queiroz et
al., 1993; Queiroz et al., 1994; Silva,
1994; Moura & Queiroz, 1997). As sementes utilizadas para o plantio são provenientes dos próprios campos ou do
intercâmbio entre agricultores, em um
sistema de manejo próprio de cada família (Queiróz, 1993; Queiróz et al.,
1993; Romão, 1996). Em contraposição
com os cultivos irrigados, o cultivo das
espécies, na agricultura tradicional, é
praticado na quase ausência absoluta de
agroquímicos.
Entretanto, apesar da existência de
grande variabilidade genética nos cultivos de espécies de cucurbitáceas na agricultura tradicional, observa-se que existem riscos reais de perda desta variabilidade devido à introdução de cultivares melhoradas, especialmente melancias, e ao abandono do cultivo pelos
pequenos produtores, seja pelas perdas
dos cultivos nas secas prolongadas seja
pelo êxodo rural motivado por várias
causas (Queiróz, 1992; Queiróz, 1993).
Por esta razão, decidiu-se formar um
banco de germoplasma de cucurbitáceas
para o Nordeste brasileiro, com os seguintes objetivos: ampliação da variabilidade genética de cucurbitáceas através da coleta de amostras de frutos ou
sementes das populações locais e da introdução de acessos de melancia com
variabilidade genética específica como
cor vermelho intenso da polpa, resistência à murcha de fusariose, ao cancro das
25
M.A.de Queiróz et al.
hastes (Didymella bryoniae), ao vírus
WMV-2 além de acessos precoces e de
frutos pequenos; multiplicação dos acessos
coletados;
caracterização
morfológica dos acessos de Cucurbita
moschata e Cucumis sp. coletados na
região Nordeste; estabelecimento da lista de descritores para Citrullus lanatus;
identificação de caracteres de interesse
para o melhoramento através da avaliação preliminar e aprofundada dos acessos; avaliação dos acessos de melancia e
jerimuns quanto à resistência aos principais estresses bióticos (oídio, micosferela,
viroses, antracnose e murcha de fusariose);
estabelecimento de amostras representativas dos acessos coletados visando preservação a longo prazo.
Fases de estudos no BAG de
cucurbitáceas do Nordeste brasileiro
As atividades do banco de
germoplasma começaram, de modo muito incipiente, nos anos de 1985 com a coleta de algumas amostras de melancia em
Petrolina e municípios vizinhos (Queiróz,
1993). A partir de 1991 os trabalhos se
intensificaram, não somente com coletas
sistematizadas, bem como com o estudo
das demais fases que caracterizam um
banco de germoplasma vegetal, a saber:
além da coleta na agricultura tradicional,
multiplicação e avaliação preliminar, caracterização morfológica, preservação e
avaliação aprofundada.
Foram adotadas estratégias distintas
para o desenvolvimento das diversas
fases. Por exemplo, para as coletas de
amostras de sementes e frutos na agricultura tradicional, contou-se com a experiência dos técnicos da assistência técnica, professores e pesquisadores com
vivência nos locais escolhidos, para
orientarem os itinerários de coleta (áreas de expressão de cultivo, feiras livres
locais, entre outros), bem como fazer os
primeiros contatos com os agricultores.
Para os estudos de caracterização
morfológica e avaliação aprofundada
foram feitas parcerias com centros de
pós-graduação do país, de modo que fossem desenvolvidas teses de mestrado
sobre os diversos temas de interesse do
banco de germoplasma. Assim, foram
desenvolvidos estudos de caracterização
morfológica e citológica em parceria com
o Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, o Departamento de Fitotecnia da
UNESP - Jaboticabal e o Departamento
de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ambas em São
Paulo. Os estudos de avaliação
aprofundada foram realizados em parceria com o Departamento de Fitossanidade
da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, o Departamento de
Fitotecnia da UNESP - Jaboticabal, São
Paulo e o Departamento de Biologia da
Universidade Federal de Pernambuco.
Principais atividades realizadas
no NO BAG
Coleta de acessos
Os locais de coleta de acessos de
cucurbitáceas foram selecionados a par-
tir de informações sobre a importância
sócio-econômica da produção de uma
determinada espécie na agricultura tradicional.
Entre 1985 e 1987 foram feitas várias
expedições no município de Petrolina e
municípios vizinhos, tendo-se coletado
42 amostras de melancia. A partir desse
período, várias expedições foram realizadas, a saber: 1991 - expedições a vários municípios das regiões de Irecê - BA
e de Pastos Bons - MA; 1992 - expedições às região de Jacobina - BA, Juazeiro
- BA, Teresina - PI e Tacaimbó - PE; 1994
- expedição ao município de
Maxaranguape - RN; 1995 a 1997 - várias expedições a municípios do estado do
Maranhão; 1996 a 1997 - expedições às
regiões de Paripiranga e Brumado, no
Estado da Bahia. Até o momento foram
feitas coletas em 33 municípios da Bahia,
30 municípios do Maranhão, doze municípios do Piauí e quatro municípios de
Pernambuco e do Rio Grande do Norte.
Ao longo dos doze anos foram resgatados 1527 acessos das diversas espécies
de cucurbitáceas (Tabela 1).
O número de plantas amostrado, em
cada local, variou de acordo com as condições do local de coleta. Por exemplo,
no caso do resgate de plantas espontâneas, a coleta foi feita a partir do fruto
disponível de uma planta. Em áreas de
cultivo, o número de plantas amostradas
dependeu do número e da variabilidade
apresentada pelas plantas e frutos, bem
como da disponibilidade do agricultor
Tabela 1. Número de acessos/1 no BAG de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro. Petrolina, Embrapa Semi-Árido, 1998.
Anos
1985/87
1991
Número de acessos das diferentes espécies de cucurbitáceas
C. moschata
220
C. maxima
69
C. lanatus
42
125
C. melo
23
C. anguria
38
L. siceraria
4
Total
42
479
1992
1993
1994
1995
109
01
02
90
40
51
17
245
03
38
07
03
18
17
-
-
418
58
2
163
1996
1997
Total
85
36
543
7
8
192
28
91
572
16
36
103
43
39
107
6
10
185
180
1527
1/
Não estão incluídos os acessos que foram introduzidos dos EUA (fontes de resistência à micosferela, virus WMV-2) bem como os acessos
constituídos por variedades comerciais e outros que constituem o “pool” gênico disponível no BAG.
26
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Situação atual e prioridades do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro.
para doação ou venda dessas amostras. Em
alguns casos, a coleta foi realizada em
pontos de venda às margens das rodovias,
em feiras livres ou por uma pequena amostra de sementes mantidas pelos agricultores para plantios posteriores.
Multiplicação dos acessos coletados
O número de frutos ou sementes
obtidos por meio das coletas é limitado.
Sendo assim, para compor a amostra a
ser utilizada e/ou preservada no banco
é necessário que esse número seja ampliado através de multiplicação do número de sementes. Dependendo da espécie, as multiplicações foram realizadas em campo ou em casa-de-vegetação telada. Normalmente, foram utilizados cerca de 25 a 30 acessos por experimento, com 20 plantas por acesso,
tendo sido este número freqüentemente
alterado em função da germinação das
sementes disponíveis no acesso originalmente coletado. As polinizações foram
controladas e dependendo da sincronia
na antese das flores femininas e masculinas, realizou-se três tipos de cruzamentos, a saber: cruzamento em cadeia; cruzamento em cadeia alternada e
autofecundação.
Até o momento já foram multiplicados 290 acessos de Citrullus lanatus,
108 de Cucurbita moschata, dez de C.
maxima, onze de Cucumis anguria e oito
de Cucumis melo, perfazendo, no total,
427 acessos.
Quando da condução dos experimentos com Citrullus lanatus, Cucumis
anguria e Cucumis melo, verificou-se
que quando conduzidos a campo, o
pegamento de frutos foi ao redor de
20%, ao passo que em casa-de-vegetação telada, o pegamento foi ao redor de
95%. Tal dado demonstra que o número
de polinizações controladas a serem feitas nos experimentos de campo, é cerca
de cinco vezes maior, além da necessidade de mão-de-obra para se fazer o isolamento individual de flores masculinas
e femininas. Por outro lado, na casa-devegetação telada, não foi necessário fazer a proteção individual das flores.
Contudo, enfatiza-se a necessidade de
verificar cuidadosamente a presença de
insetos não tradicionais polinizadores de
cucurbitáceas como moscas e formigas,
os quais poderão polinizar as flores.
Acrescenta-se, ainda, o fato de o amHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
biente de cultivo estar bastante alterado, não permitindo a expressão de
caracteres que sofrem influência do
ambiente, como tamanho de frutos e
prolificidade, entre outros. No caso específico da melancia, observou-se, também, que quando o acesso não é prolífico, após o pegamento do primeiro fruto, dificilmente se obtém um segundo.
Nos experimentos de multiplicação,
o número adequado de plantas, por acesso, para cada espécie, ainda não foi determinado, tendo implicações com a
representatividade e composição da
amostra final a ser preservada ou utilizada em programas de melhoramento.
Estimava-se obter, no mínimo, um fruto polinizado por planta, na metodologia
de cruzamento em cadeia. No entanto,
devido a problemas diversos como ausência de sincronização em cadeia da
antese de flores masculinas e femininas
e índice elevado de aborto de frutos nos
experimentos feitos a campo, durante os
períodos de temperaturas elevadas, nem
sempre foi possível obter o número mínimo de frutos provenientes da
polinização em cadeia.
Caracterização morfológica e avaliação aprofundada
Até o momento já foram realizados
quatro experimentos de campo para caracterizar morfologicamente acessos de
Cucurbita moschata e Citrullus lanatus.
No primeiro caso foram utilizados parte dos descritores recomendados por
Esquinas-Alcazar & Gulick (1983) enquanto que para Citrullus lanatus, devido à inexistência de descritores específicos, foram utilizados descritores concebidos a partir de vários trabalhos existentes na literatura (Romão et al., 1994),
bem como de experimentos preliminares conduzidos na Embrapa Semi-Árido. Também foram feitos estudos
citológicos em um acesso de melancia
coletado no município de Ouricuri-PE
e que é utilizado para alimentação animal, constatando-se que do ponto de
vista taxonômico o mesmo poderá ser
designado de Citrullus lanatus var.
citroides (Assis, 1994) o qual contem
introgressão de caracteres de C.
colocynthis . No tocante à avaliação
aprofundada, foram avaliados acessos
quanto à resistência ao oídio
(Sphaeroteca fuliginea) (Araújo et al.,
1987) e à micosferela (Didymella
bryoniae) (Dias, 1993). Os resultados dos
diversos experimentos serão relatados individualmente em trabalhos específicos.
Preservação
As atividades desenvolvidas na etapa
de preservação objetivam o armazenamento, a médio prazo, dos acessos
coletados ou introduzidos no banco, com
as respectivas multiplicações, que estão
armazenados em câmara fria a 10ºC e
40% da umidade relativa.
Os acessos foram armazenados em
caixas plásticas, tipo “Tupperware”, tendo sido contabilizado devidamente o
número de suas sementes. Já foram desenvolvidas atividades com o objetivo
de estudar a preservação da qualidade
das sementes em diferentes tipos de
embalagens e ambientes de armazenamento. Para tanto, foram realizados
testes de teor de umidade, germinação,
primeira contagem de germinação,
condutividade elétrica, envelhecimento
acelerado e emergência de plântulas em
campo.
No entanto, visando melhor conservação e monitoramento das sementes,
será adotado um novo tipo de embalagem para armazenamento, que consiste
em potes de vidros hipotérmicos. Será
também utilizada uma fina camada de
sílica gel, a qual será um indicador do
controle da umidade das sementes.
Para a preservação a longo prazo,
pretende-se formar uma coleção de base
com as diversas espécies multiplicadas
e enviá-las ao Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia
(CENARGEN) da Embrapa.
Variabilidade genética encontrada
Durante as fases de multiplicação e
caracterização morfológica dos acessos,
vários caracteres quantitativos e qualitativos de importância para o melhoramento de plantas foram observados. Os
caracteres identificados em Citrullus
lanatus foram: fontes de resistência ao
oídio (Sphaeroteca fuliginea) e à
micosferela (Didymella bryoniae); formato e coloração da folha; plantas prolíficas, precoces e com variação em vigor;
formato e tamanho de frutos; teor de sólidos solúveis; tamanho, cor, peso e
dormência de sementes; cor da polpa e
cor externa do fruto. Os caracteres identificados em Cucurbita moschata foram:
27
M.A.de Queiróz et al.
Tabela 2. Escala de notas 1/ para as principais atividades das espécies de cucurbitáceas existentes no Nordeste brasileiro. Petrolina, Embrapa
Semi-Árido, 1998
Espécie
Avaliação
Caracterização Caracterização DocumenColeta Introdução agronômorfológica
molecular
tação
mica
Importância
Social Multiplicação Conservação
Regional de Acessos
Nacional
Citrullus lanatus
1
3
1
1
1
2
1 1
1
1
Cucurbita maxima
1
3
1
1
2
2
1 2
1
1
Cucurbita moschata
1
3
1
1
1
2
1 2
1
1
Cucurbita pepo
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Cucumis melo
1
1
1
1
1
2
1 1
1
1
Cucumis anguria
1
3
1
1
3
2
1 3
1
3
Cucumis sativus
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Lagenaria siceraria
3
3
-
-
-
3
3 3
1
1
Luffa cylindrica
2
3
-
-
-
3
3 3
1
1
Sechium edule
-
-
-
-
-
-
2 3
-
-
1
/: 1 - alta prioridade; 2 - média prioridade; 3 - baixa prioridade
formato e coloração da folha; formato e
tamanho dos frutos; cor e espessura da
polpa; cor externa do fruto; teor de sólidos solúveis e matéria seca nos frutos.
Os caracteres identificados em Cucumis
anguria e C. melo foram os seguintes:
tamanho e formato dos frutos, resistência ao oídio e teor de sólidos solúveis em
C. melo e variações na distribuição e
quantidade de espículos, tamanho e formato do fruto em C. anguria.
As plantas que apresentaram
caracteres
importantes
foram
autofecundadas e as gerações
segregantes foram trabalhadas em experimentos específicos, visando estudos
pertinentes, em cada caso. Estudos adicionais são necessários para que tais
caracteres sejam considerados em programas de melhoramento. Por exemplo,
foi determinado o modo de herança do
oídio em melancia (Borges, 1996), bem
como foram realizados estudos de capacidades geral e específica de combinação em melancia (Ferreira, 1996).
Paralelamente aos experimentos de
multiplicação
e
caracterização
morfológica do BAG, identifica-se
caracteres de importância para o melhoramento. Essa etapa tem sido designada
de avaliação preliminar e tem contribuído de forma significativa para o aumento
do uso dos recursos genéticos das espécies do referido BAG. Esse procedimento, juntamente com os experimentos de
avaliação aprofundada, permitiu o uso,
28
no caso da melancia, de 349 acessos.
Considerando-se que o BAG tem 572
acessos de melancia (Tabela 1), o uso
dos mesmos para fins de melhoramento
poderá ser considerado como 61%. No
caso de acessos do gênero Cucumis, o
BAG tem 210 acessos e 74 foram utilizadas nos diversos experimentos (Silva,1997), o que representa 35% de uso
dos acessos. Em ambas as situações, o
uso é bem superior aos valores correntes da literatura para outras culturas
(Peeters & Williams, 1984; Nass et al.,
1993).
Prioridades para o desenvolvimento de ações de pesquisa com recursos genéticos de cucurbitáceas no
Nordeste do Brasil
Os estudos desenvolvidos com melancia (Romão, 1996) e jerimum (Ramos, 1996) mostraram que a variabilidade genética encontrada nas populações de regiões distintas era relativamente diferente e, portanto, as coletas
deveriam continuar a fim de se obter
novos variantes, embora já se conte com
um número razoável de acessos
coletados e estudados. Apenas os estados do Maranhão e Bahia tiveram maior
número de municípios cobertos pelas
coletas.
À medida que os estudos sobre os
acessos coletados estão sendo realizados, observa-se que acessos importantes têm aparecido em locais distintos.
Assim, para melancia, prolificidade foi
encontrada num acesso proveniente de
uma planta de vegetação espontânea na
Fazenda de Produção de Sementes Básicas, Petrolina - PE, bem como em um
acesso coletado no município de
Itaguaçu - BA. Frutos redondos e pequenos foram encontrados em acessos
de Petrolina - PE e de Itaguaçu - BA,
sendo que nos mesmos acessos foram
encontradas fontes de resistência a oídio
(Sphaeroteca fuliginea). As características alto teor de açúcar e cor de polpa
vermelha intensa foram encontradas em
acessos coletados em São Luís - MA e
Camamu - BA. Resistência a Didymella
bryoniae foi encontrada em plantas de
acessos coletados em Petrolina-PE e
Pastos Bons - MA. Para este caráter, no
entanto, observou-se uma maior freqüência de plantas resistentes
provenientes das coletas realizadas no
município de Pastos Bons - MA e municípios vizinhos do que nos acessos
coletados nas regiões de Irecê e Catinga do Moura, na Bahia, ou Petrolina, em
Pernambuco (Queiróz et al., 1994). Os
autores sugerem que o ambiente úmido
da área de Pastos Bons tenha favorecido a seleção natural de genótipos tolerantes a Didymella bryoniae.
No entanto, a multiplicação dos
acessos coletados tem sido bem abaixo
do esperado, pois apenas um terço dos
mesmos foram multiplicados. A caracterização morfológica também está bem
abaixo do desejado, pois se dispõe apeHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Situação atual e prioridades do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro.
nas de uma lista preliminar de descritores
para melancia, necessitando-se confirmar
a consistência dos descritores, especialmente daqueles que forem mais suscetíveis aos efeitos ambientais. Para
jerimum, a análise da consistência dos
descritores ainda não foi concluída. A
avaliação aprofundada, embora já realizada para alguns caracteres como resistência a oídio e micosferela, ainda necessita ser exercitada para as viroses e
fusariose, nas principais espécies cultivadas (Citrullus lanatus, Cucurbita
moschata e Cucumis melo).
À medida que novos estudos forem
sendo efetuados, mais informações sobre o germoplasma de cucurbitáceas
estarão disponíveis de modo a orientar
as ações a serem executadas no futuro.
Partindo-se do conhecimento geral
sobre as diversas espécies de cucurbitáceas
existentes no Nordeste do Brasil, pode-se
visualizar quais as ações que deverão ser
realizadas no futuro, atribuindo-se uma
escala de prioridades (Tabela 2).
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Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras e
morangas a Phytophthora capsici.
Methodology of resistance evaluation to Phytophthora capsici Leonian in
pumpkin and squash germplasm.
José Flávio Lopes; Sieglinde Brune; Gilmar Paulo Henz
Embrapa Hortaliças, C. Postal 218, 70.359-970 Brasília – DF.
Palavras-chave: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, doença, tombamento de plântulas.
Keywords: Cucurbita moschata, Cucurbita maxima, disease, damping-off.
RESUMO
P
hytophthora capsici é o agente causador do tombamento de plântulas
e da podridão de frutos em abóboras e
morangas. A importância da doença
vem sendo acentuada pela gravidade de
seus danos e incidência crescente. A
necessidade de se identificar materiais
resistentes a essa doença é de suma importância para programas de melhoramento visando obter variedades resistentes. Esse trabalho teve como objetivo descrever técnicas de avaliação rápida de germoplasma de abóboras e
morangas através da inoculação do fungo Phytophthora capsici em plântulas e
polpa de frutos de abóboras e morangas.
Em campo as plântulas são inoculadas
aos 14 dias após a semeadura, através
da aplicação de um jato com o inóculo
na forma de suspensão de zoósporos.
Outra alternativa é a inoculação de
plântulas em casa de vegetação, no estádio cotiledonar (10 dias) aplicando
3ml da suspensão de zoósporos no colo
de cada plântula. Para a avaliação da resistência de frutos, o fungo (micélio e
zoósporos) é inoculado na polpa juntamente com o meio de cultura. Pela rapidez e facilidade de execução, estes métodos permitem a avaliação de grande quantidade de genótipos, sendo ideal para uso
em bancos de germoplasma. Os materiais
identificados como resistentes podem ser
multiplicados, reavaliados ou incluídos em
programas de melhoramento.
As variedades cultivadas de abóbora e moranga têm-se mostrado suscetíveis a Phytophothora capsici. Essa doença é de origem fúngica, de distribuição cosmopolita, afetando diversas culturas em regiões de clima tropical,
subtropical e temperado (Chellemi &
Sonoda, 1983). Em abóboras e morangas,
30
o patógeno causa podridão de frutos,
além do tombamento em plântulas, podridão das raízes e do colo e lesões no
caule. A doença pode surgir em qualquer
estádio de desenvolvimento da planta
(Cruz Filho & Pinto, 1982), sendo considerado fator limitante à produção de
várias espécies cultivadas (Café Filho et
al., 1995; Chupp & Sherf, 1960).
É crescente a importância dessa
doença pela gravidade dos danos que
causa, sendo considerada uma das mais
relevantes no cultivo de cucurbitáceas
no Brasil, com registros de perdas em
São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa
Catarina e Distrito Federal (Cruz Filho
& Pinto, 1982; Kuroda et al., 1984;
Azevedo & Silva, 1986; Brune & Lopes,
1994). Esta doença ocorre principalmente durante o verão no Brasil Central, ou
em regiões quentes e úmidas. Na
Embrapa Hortaliças, a presença desta
doença tem sido constatada em plantios
para multiplicação de materiais genéticos suscetíveis (cultivares Alice, Coroa
e exposição) e naqueles para produção
de sementes do híbrido experimental de
abóbora Jabras, especialmente nos períodos quentes e chuvosos, causando
grandes perdas. Em trabalhos desenvolvidos na Embrapa Hortaliças, já foram
identificadas algumas linhagens resistentes (Peixoto et al., 1991). Em uma
avaliação de resistência de 32 genótipos
de C. moschata e C. maxima do Banco
Ativo de Germoplasma de cucurbitáceas
da Embrapa Hortaliças, Lima & Henz
(1994) identificaram seis genótipos resistentes (número 407, 408, 197, 398,
399 e 405) e 16 medianamente resistentes (152, 318, 349, 350 entre outros). Em
uma avaliação da resistência de 63 cultivares de cucurbitáceas disponíveis no
mercado brasileiro, incluindo pepino,
melão, melancia, abobrinha, moranga,
abóbora e mogango (Henz & Lima,
1998), as mais resistentes foram as cultivares de pepino, enquanto que a maioria das cultivares de abóbora, abobrinha
e moranga foram suscetíveis. Em relação à resistência de frutos, Kuroda et al.
(1984) testaram 40 introduções de C.
moschata (“baianinha”) e 22 introduções de C. maxima, detectando dentro
do grupo “baianinha” linhagens resistentes e susceptíveis bem definidas. Em
outra avaliação, Henz et al. (1994) avaliaram a resistência de frutos de 80
genótipos de Cucurbita moschata, identificando 6 como resistentes e 16 como
intermediário-resistentes.
Sendo o controle desta doença difícil e onerosa, é importante a identificação de fontes de resistência em abóboras e morangas a Phytophothora capsici,
e usar a diversidade genética de bancos
de germoplasma. O objetivo deste trabalho é descrever detalhadamente o preparo de inóculo, métodos de inoculação
e avaliação e análise estatística.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
DA RESISTÊNCIA
Preparo do inóculo
Para o preparo do inóculo de
Phytophothora capsici, deve-se utilizar
um isolado de alta virulência e boa
esporulação em meio de cultura
(Reifschneider et al., 1986). O fungo é
repicado para placas de Petri em meio
BDA, permanecendo incubado a 25ºC
durante 7 dias. Para produção de
zoósporos, faz-se uma nova repicagem
do fungo para meio composto de 200ml
de suco de tomate temperado
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Metodologia de avaliação da resistência de germoplasma de abóboras e morangas a Phytophthora capsici.
“Superbom”, 3g de CaCO3, 18g de ágar
e 800 ml de água destilada (Urben,
1980). Em seguida, as placas são
mantidas a 23 ± 1ºC na presença de luz
por 7 dias. Para a liberação de
zoósporos, adiciona-se às placas 10ml
de água destilada, mantendo-as a 4ºC
por duas horas em geladeira e durante
40 minutos à temperatura ambiente
(25ºC). A superfície das placas é então
raspada e os zoósporos coletados e diluídos em água destilada, ajustando-se
a concentração de acordo com as necessidades, em geral em torno de 104
zoósporos/ml.
Avaliação da resistência em
plântulas a campo
Essa metodologia permite avaliar
um grande número de plântulas. Consiste em semear cento e cinquenta sementes de cada genótipo em canteiros,
dividas em três repetições de 50 sementes cada. As parcelas podem ser dispostas em um delineamento experimental
de blocos ao acaso. Cada parcela deve
ser constituída de 50 sementes dispostas em duas fileiras distanciadas de 10
cm. Um grande número de genótipos
pode ser avaliado. Os dados desse exemplo são baseados numa avaliação feita
para 150 genótipos.
A suspensão de zoósporos deve ser
inoculada na região do colo das
plântulas, 14 dias após a semeadura. A
inoculação é feita com a ajuda de um
pulverizador costal manual, aplicandose um jato de 1 ml de suspensão por
plântula, preferentemente à tardinha
quando a temperatura é mais amena. Os
canteiros devem ser previamente irrigados para facilitar a disseminação do
patógeno, conforme sugerido por Cruz
Filho & Pinto (1982). A avaliação é feita com base na leitura do número de
plântulas sobreviventes aos 7 dias após
a inoculação, de acordo com Brune et
al. (1990). As plântulas sobreviventes
podem ser transplantadas para o campo
para multiplicação e assim obter-se
maior número de sementes dos
genótipos resistentes.
Avaliação da resistência em
plântulas em casa-de-vegetação
Utiliza-se caixas plásticas (40 x 28
x 11cm) contendo 8 litros de solo
autoclavado, com 1/3 de esterco curtido, 1/3 de latossolo vermelho ou outro
tipo de terra e 1/3 de areia. Pode-se
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
conduzir o experimento em blocos ao
acaso, com quatro repetições e oito plantas por parcela. A inoculação é feita em
torno de 10 dias após a semeadura, no
estádio cotiledonar, sendo o solo umedecido 30 minutos antes. A inoculação
é feita à tardinha depositando-se 3 ml
do inóculo com um pipetador automático no colo de cada planta.
A avaliação é feita três dias após a
inoculação, arrancando-se as plantas e
lavando-se o sistema radicular em água
corrente. Observa-se os sintomas no sistema radicular e no colo da planta e atribui-se uma nota de acordo com a escala
modificada de Bosland & Lindsey
(1991), onde 0= planta aparentemente
sem sintomas; 1= leve escurecimento da
raiz; 3= lesões na raiz e/ou colo da planta; 5= anelamento na raiz e/ou colo; 7=
planta morta. Em alguns casos, pode-se
atribuir notas intermediárias (números
pares). É conveniente usar-se materiais
com resistência já determinada como
padrões de resistência e susceptibilidade. Dependendo do número de
genótipos avaliados, pode-se usar teste
de comparação de médias ou análise de
agrupamento para separar os materiais
em termos de resistência (Henz & Lima,
1994; Henz & Lima, 1998).
Avaliação da resistência em polpa
de frutos
Para a avaliação da resistência em
polpa, depois de colhidos os frutos são
levados ao laboratório, descartando-se
aqueles que apresentam defeitos ou
desuniformidade em relação ao tamanho
e cor padrão do genótipo. Os frutos selecionados são então lavados em água corrente e depois desinfestados com uma solução de hipoclorito de sódio (NaClO, 1%)
durante 2 minutos, sendo posteriormente
deixados para secar em temperatura ambiente. Utiliza-se 10 frutos por genótipo
ou mais, dependendo da disponibilidade.
Cada fruto representa uma repetição e os
tratamentos podem ser expostos em um
delineamento experimental de blocos ao
acaso (Henz et al., 1994).
A inoculação é feita retirando-se um
disco da polpa com um perfurador de
rolha, de 0,5cm de diâmetro e aproximadamente 0,4cm de profundidade, na
parte mediana do fruto, substituindo-o
por um disco contendo meio de cultura
e micélio de Phytophthora capsici crescido em BDA por 8 dias, com a parte
superior (com micélio) voltada para o
interior do fruto (Kuroda et al., 1984;
Henz et al., 1994). Após a inoculação,
os frutos devem ser mantidos em câmara úmida (25oC e 95-100% UR), sendo
avaliados três dias após a inoculação
através da medida do diâmetro médio
das lesões, que ficam amolecidas e
apodrecidas.
Os métodos descritos anteriormente
permitem avaliar convenientemente a resistência de cucurbitáceas à Phytophthora
capsici, tanto de plântulas como de frutos. Portanto, é possível avaliar-se um
grande número de genótipos de maneira
relativamente fácil e rápida, inclusive de
bancos de germoplasma. O número de
artigos publicados sobre o tema no Brasil
cobre diferentes aspectos relativos à
interação patógeno x hospedeira, tais
como virulência de isolados, fatores que
afetam a expressão de sintomas, além da
avaliação da resistência de diferentes materiais, inclusive cultivares comerciais.
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Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longo
prazo.
Cole-collection: long term cucurbits germplasm conservation.
Marta Gomes Rodrigues Faiad; Patricia Goulart Bustamante
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, SAIN Parque Rural W5;Norte, C. Postal 02372, 70,849-970 Brasília-DF.
Palavras-chave: Cucurbitaceae, abóbora, coleção de base, bancos ativos, conservação de longo prazo, germoplasma.
Keywords: Cucurbitaceae, pumpkin, base collection, active bank, long term conservation, germplasm.
E
ntende-se por Coleção de Base, um
conjunto
de
acessos
de
germoplasma conservados a longo prazo. A Coleção de Base é vista como uma
estratégia de segurança, abrigando em
seu acervo a duplicação dos Bancos
Ativos de Germoplasma e Coleções de
Trabalho de pesquisadores. Desta forma, os materiais conservados não têm
como objetivo serem utilizados para intercâmbio.
Para conservar sementes ortodoxas,
como as de Cucurbitáceas a longo prazo, a Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia tem utilizado técnicas e
procedimentos de conservação específicos, como a manutenção em temperatura baixa (-20°C) e o controle dos teores de umidade das sementes entre 5%
e 7%, que visam garantir a conservação
por até cem anos.
Outra importante característica da
Coleção de Base é a sua dimensão. De
fato, enquanto as coleções de trabalho
dos melhoristas são utilizadas como fonte
de material, aumentando e diminuindo o
número de acessos, a Coleção de Base,
que não abrange apenas as necessidades
atuais, tende unicamente a aumentar este
número. Esta situação é uma conseqüência da finalidade da Coleção de Base,
que visa principalmente preservar o máximo possível de alelos para o futuro.
32
O Banco Ativo de Germoplasma
(BAG), ao contrário da Coleção de Base,
é constituído pelo germoplasma imediatamente disponível para multiplicação
e distribuição aos usuários. Por esta razão, freqüentemente os Bancos Ativos
mantêm condições de armazenamento
de médio prazo.
Quanto à distribuição de material, as
Coleções de Base são consideradas
repositórios de germoplasma para suprimento exclusivo de material a ser utilizado nos BAG’s e coleções de trabalho,
através da introdução de novo
germoplasma ou pela ativação de material que os BAGs previamente tinham
“desativado”. Apenas excepcionalmente
a Coleção de Base é utilizada como fonte
de distribuição de material para programas de pesquisa ou para uso direto pelos usuários.
O enriquecimento da variabilidade
genética dos Bancos Ativos é, geralmente, obtido pela introdução de material de
outros países, realizada pelos melhoristas,
através das coleta de materiais silvestres
nas diversas regiões do Brasil ou através
de melhoramento e procedimentos
biotecnológicos. Para dinamizar as atividades de intercâmbio, coleta, conservação
e demais atividades relativas ao manejo
dos recursos genéticos, existem os
curadores de produtos, que são pesquisa-
dores da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia que, entre outras atividades,
atuam como principal elo de união entre
os Bancos Ativos de Germoplasma e a
Coleção de Base.
No Sistema Brasileiro de Pesquisa
Agropecuária (SNPA), a conservação de
longo prazo é feita exclusivamente pela
Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia. Três dos Bancos Ativos
de Germoplasma de Cucurbitáceas existentes no Brasil, estão localizados em
Unidades da Embrapa (Hortaliças, SemiÁrido e Clima Temperado). Outros dois
BAGs estão localizados no Instituto
Agronômico de São Paulo (IAC) e na
Universidade Federal de Viçosa (UFV).
A conservação da variabilidade genética é fundamental aos melhoristas.
Eles não podem prescindir da reserva
de possibilidades evolutivas existentes
na gama de variabilidade das espécies
silvestres. A conservação deste
germoplasma é a principal garantia de
que vão dispor de matéria prima para
seus trabalhos de melhoramento.
Para o armazenamento a longo prazo, é necessário seguir determinadas
normas e padrões estabelecidos pelo
International Plant Genetic Resources
Institute (IPGRI) (1992), com adequações para as condições brasileiras, que
estabelece a quantidade e a viabilidade
preferíveis para cada acesso. Para maHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Coleção de base: Conservação de germoplasma de cucurbitáceas a longo prazo.
nutenção na Coleção de Base, é recomendado que sejam mantidas 1.500 a
2.000 sementes viáveis.
Antes de serem armazenados para
conservação na Coleção de Base, os
acessos passam por um processo de registro dos dados referentes à origem,
procedência, código e nome da espécie
e do gênero, denominação da amostra e
código do acesso (BRA) para identificação no Brasil e no exterior.
As atividades desenvolvidas no processo de armazenamento inicial das coleções se referem à inspeção visual, limpeza, determinação do teor de umidade, secagem, quantificação do número
de sementes, teste de germinação, teste
de sanidade e documentação.
Após o armazenamento, monitorações periódicas dos acessos são realizadas para o acompanhamento da viabilidade das sementes e definição dos
processos de multiplicação (para obtenção de sementes de alta qualidade e
quantidade suficiente para atender às
normas da conservação de longo prazo)
e regeneração (para manutenção de sua
integridade genética e obtenção de se-
mentes de alta qualidade fisiológica).
Segundo o IPGRI (1994), a regeneração dos acessos de germoplasma deve
ser feita quando a viabilidade das sementes armazenadas reduzir-se para
menos de 85% da porcentagem de germinação inicial.
Os dados da Coleção de Base estão
disponíveis para a comunidade científica através do Sistema Brasileiro de Informação de Recursos Genéticos,
SIBRARGEN. Pelos dados apresentados nos relatórios verifica-se que das
750 espécies da família das Cucurbitáceas, 10 são mantidas na Coleção de
Base, por serem consideradas as mais
importantes como recursos genéticos
para o trabalho de melhoramento vegetal: Citrulus lanatus (01), Cucurbita
maxima (499), Cucurbita moschata
(48), Cucurbita pepo (06), Cucumis
melo (01), Cucumis anguria (01),
Cucumis sativus(03), Langenaria
siceraria (22), Luffa cylindrica (06) e
Cucumis sp. (01).
A Coleção de Base de Cucurbitáceas está atualmente constituída de
588 acessos, sendo que cerca de 50%
das amostras é proveniente do BAG da
Embrapa Hortaliças, localizado em
Brasília/DF. Grande contribuição também foi dada pelo BAG da Universidade Federal de Viçosa (45%).
Os recursos genéticos constituem
fatores da maior importância para o desenvolvimento da agricultura e para assegurar a alimentação de mais de 6 bilhões de pessoas que habitam o nosso
planeta. A redução da diversidade genética nos centros de origem das plantas cultivadas, exige uma ação efetiva
para que o germoplasma seja guardado
com segurança.
A conservação de longo prazo dos recursos genéticos, mais que preservar
germoplasma e contribuir com matéria
prima indispensável ao trabalho de
melhoristas, também possibilita às populações tradicionais recuperarem germoplasma que julgavam perdido. A conservação de longo prazo em coleções de base
representa um seguro e um investimento,
ambos necessários para a manutenção da
produção e para fornecer opções futuras
ao agronegócio brasileiro.
normas
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
Instruções para apresentação de trabalhos à revista
Horticultura Brasileira:
I. O periódico, em português, é composto das seguintes
seções:
1. Artigo Convidado; 2. Carta ao Editor; 3. Pesquisa; 4. Economia e Extensão Rural; 5. Página do Horticultor; 6. Insumos e
Cultivares em Teste; 7. Nova Cultivar; 8. Expediente.
II. Definição das seções:
1. ARTIGO CONVIDADO: sobre tópico de interesse
atual, a convite da Comissão Editorial, tendo forma livre, porém devendo atender obrigatoriamente às alíneas (b) e (d) de
PESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave,
abstract, título em inglês e keywords (observe instruções na
alínea (e) de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigatória a sua anuência à publicação. Caso haja citação de literatura, obedecer às alíneas (f) e (g) de PESQUISA. Caso haja
tabelas, figuras, fórmulas químicas, referências a agrotóxicos
ou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m)
e (n) de PESQUISA;
2. CARTA ao EDITOR: publicada a critério da Comissão Editorial, tendo forma livre, porém devendo atender à alínea (b) de PESQUISA;
3. PESQUISA
a) Artigo relatando um trabalho original, referente a resultados de pesquisa, ainda não relatados ou submetidos siHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
multaneamente à publicação em outro periódico ou veículo
de divulgação, com ou sem corpo editorial, e que, após submetidos a Horticultura Brasileira, não poderão ser publicados, parcial ou totalmente, em outro local sem a devida autorização por escrito da Comissão Editorial de Horticultura
Brasileira;
b) Os originais deverão ser submetidos em três vias, processados em microcomputador, em programa Word 6.0 ou
superior, em espaço dois, fonte arial, tamanho doze. O disquete
contendo o arquivo deverá ser incluído;
c) Cada artigo submetido deverá ser acompanhado da
anuência à publicação de todos os autores, assim como de
cópia do recibo ou comprovante que o valha de quitação da
anuidade corrente da Sociedade de Olericultura do Brasil de
pelo menos um dos autores;
d) Os artigos serão iniciados com o título do trabalho,
que não deve incluir nomes científicos para quaisquer espécies, sejam plantas ou outros organismos, a menos que não
haja nome comum em português. Ao título deve seguir o nome
e endereço postal completo dos autores (veja padrão de apresentação nos artigos publicados em Horticultura Brasileira,
a partir do v. 14). Anotações como novo endereço de algum
autor, referência a trabalho de tese, etc (veja padrão de apresentação nos artigos publicados em Horticultura Brasileira,
a partir do v. 14) devem ser colocadas em notas de rodapé,
com numeração consecutiva. Anotações como entidades
financiadoras e concessão de bolsas devem ser colocadas em
AGRADECIMENTOS;
33
e) A estrutura dos artigos obedecerá ao seguinte roteiro:
1. Resumo em português, com palavras-chave ao final. As
palavras-chave devem ser sempre iniciadas com o(s) nome(s)
científico(s) da(s) espécie(s) em questão e nunca devem repetir termos para indexação que já estejam no título; 2.
Abstract, em inglês, acompanhado de título e keywords. O
abstract, o título em inglês e keywords devem ser versões
perfeitas de seus similares em português; 3. Introdução; 4.
Material e Métodos; 5. Resultados e Discussão; 6. Agradecimentos; 7. Literatura Citada; 8. Figuras e tabelas.
f) Referências à literatura no texto deverão ser feitas conforme os exemplos: Esaú & Hoeffert (1970) ou (Esaú & Hoeffert,
1970). Quando houver mais de dois autores, utilize a expressão
latina et alli, de forma abreviada (et al.), sempre em itálico, como
segue: De Duve et al. (1951) ou (De Duve et al., 1951);
g) As referências bibliográficas citadas no texto deverão
ser incluídas em LITERATURA CITADA, em ordem alfabética, pelo primeiro autor. Quando houver mais de um artigo
do(s) mesmo(s) autor(es), no mesmo ano, indicar por uma
letra minúscula, logo após a data de publicação do trabalho,
como segue: 1997a, 1997b. A ordem dos itens em cada referência deverá obedecer as normas vigentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, como segue:
Periódico: NOME DOS AUTORES (em caixa alta,
separados por ponto-e-vírgula. Independente do número de
autores, todos devem ser relacionados, vedando-se, em
Horticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERATURA
CITADA). Título do artigo. Título do Periódico (em
Horticultura Brasileira sempre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações), cidade de publicação (apenas para
periódicos brasileiros), volume, número do fascículo (quando a informação estiver disponível), paginação inicial e final, mês (indicando com inicial maiúscula os meses para
periódicos em inglês e, com inicial minúscula, para periódicos em português, e abreviando-se na terceira letra quando
o nome do mês possuir mais de quatro letras), ano de publicação. Recue o início de uma eventual segunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letra da linha inicial.
Veja o exemplo:
VAN DER BERG, L.; LENTZ, C.P. Respiratory heat
production of vegetables during refrigerated storage.
Journal of the American Society for Horticultural
Science, v. 97, n. 3, p. 431 - 432, Mar. 1972.
Livro: NOME DOS AUTORES (em caixa alta, separados por ponto-e-vírgula. Independente do número de autores do artigo, todos devem ser relacionados, vedando-se, em
Horticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERATURA
CITADA). Título do livro (em Horticultura Brasileira sempre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações). Cidade de publicação: editora, ano de publicação. Número total
de páginas. Recue o início de uma eventual segunda linha de
referência até alinhar-se com a terceira letra da linha inicial.
Veja o exemplo:
ALEXOPOULOS, C.J. Introductory mycology. 3 ed. New
York: John Willey, 1979. 632 p.
Capítulo de livro: NOME DOS AUTORES DO CAPÍTULO (em caixa alta, separados por ponto-e-vírgula. Independente do número de autores, todos devem ser relacionados, vedando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et
alli na LITERATURA CITADA). Título do capítulo. In:
34
NOME DOS EDITORES OU COORDENADORES DO LIVRO (em caixa alta, separados por ponto-e-vírgula. Independente do número de autores, todos devem ser relacionados,
vedando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et alli na
LITERATURA CITADA). Título do livro (em Horticultura
Brasileira sempre em itálico, vedando-se a utilização de abreviações). Cidade de publicação: editora, ano de publicação.
Páginas inicial e final. Recue o início de uma eventual segunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letra da
linha inicial. Veja o exemplo:
ULLSTRUP, A.J. Diseases of corn. In: SPRAGUE, G.F. ed.
Corn and corn improvement. New York: Academic Press,
1955. p. 465 - 536.
Tese: NOME DO AUTOR (em caixa alta). Título da
tese (em Horticultura Brasileira sempre em itálico, vedandose a utilização de abreviações). Cidade de publicação: instituição, ano de publicação. Número total de páginas. (Tese
mestrado ou doutorado). Recue o início de uma eventual segunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letra
da linha inicial. Veja o exemplo:
SILVA, C. Herança da resistência à murcha de Phytophthora
em pimentão na fase juvenil. Piracicaba: ESALQ, 71 p.
(Tese mestrado).
Trabalhos apresentados em congressos (quando não
incluídos em periódicos): NOME DOS AUTORES (em caixa alta, separados por ponto-e-vírgula. Independente do número de autores do artigo, todos devem ser relacionados, vedando-se, em Horticultura Brasileira, o uso de et alli na LITERATURA CITADA). Título do trabalho. In: NOME DO
CONGRESSO (em caixa alta, vedando-se, em Horticultura
Brasileira, o uso de abreviações na LITERATURA CITADA),
número do congresso. (seguido de ponto), ano de realização
do congresso, cidade de realização do congresso. Título da
publicação... (Anais...; Proceedings..., etc..., seguido de reticências): Local de edição da publicação: editora ou instituição responsável pela publicação, ano de publicação. Páginas
inicial e final do trabalho. Recue o início de uma eventual
segunda linha de referência até alinhar-se com a terceira letra
da linha inicial. Veja o exemplo:
HIROCE, R; CARVALHO, A.M., BATAGLIA, O.C.; FURLANI, P.R.; FURLANI,
A.M.C.; SANTOS, R.R.; GALLO, J.R. Composição mineral de frutos tropicais na colheita. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA,
4., 1977, Salvador. Anais... Salvador: SBF, 1977. p. 357 - 364.
www site
- Autor(es):
MASSRUHÁ, S.M.F.S.; MANCINI, A.L.; MEIRA, C.A.A.; MÁXiMO, F.A.;
FILETO, R.; PASSOS, S.L.Z.
Quando o site não indicar autoria, entrar pelo título
(ver exemplo 2).
- Título: indica-se o título do documento consultado
Ambiente de desenvolvimento de software para o domínio de administração rural.
- Fonte (location, site ou host): indica-se, em itálico e
na língua do texto, o nome do site onde o documento
está armazenado, seguido da data, entre parênteses,
em que o mesmo tomou-se disponível na lntemet.
Disponível: site Agrosoft (07 fev. 1996)
Disponível: Middlebuty College site (Feb. 7, 1996)
URL: indica-se o endereço completo do site, preceHortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
dido da sigla URL.
URL:http:/Awww.agrosoft.com/agroport/docs95/
doc10.htm
- Notas: data de consulta - indica-se, na língua portuguesa, a data em que a consulta foi efetuada.
Consultado em 12 fev. 1996.
Exemplo 1
MASSRUHÁ, S.M.F.S.; MANCINI, A.L.; MEIRA, C.A.A.; MÁXIMO, F.A.;
FILETO, R.; PASSOS, S.L.Z. Ambiente de desenvolvimento de
software para o domínio de administração rural. Disponível:
site
Agrosoft (07 fev. 1996). URL: http://www.agrosoft.com/agroport/docs95/
doc10.htm Consultado em 12 fev.1996.
Exemplo 2
MARY Cassatt biographical sketch and paintings. Disponível: WebMuseum
Paris site (1994). URL: http://www.oir.ucf.edu/louvre/paintauth/cassat
Consultado em 10 abr. 1995.
www page
- Autor(es): indica-se o(s) nome(s) do(s) autor(es) e
em sua ausência, entra-se pelo título
- Título: indica-se o título do documento consultado
- Fonte (location, site ou host): indica-se, em itálico e
na língua do texto, o nome do site onde o documento
está armazenado, seguido da data, entre parênteses,
em que o mesmo tomou-se disponível na intemet
- Disponível: site EMBRAPA (25 set. 1995)
- Endereço URL:http:/www.hortbras.com.br/resumos_ dos_artigos.htm
- Notas: indica-se na língua portuquesa, a data em que
a consulta foi efetuada
Horticultura Brasileira. Resumos dos artigos (10 nov. 1998). URL: http://
www.hortibras.com.br/resumos_dos_artigos.htm. consultado em 19 nov. 1999.
FTP (file transfer protocol)
Citação de arquivo disponível para transferência, atra
vés do serviço ftp.
- Autor(es), quando conhecidos indica-se o(s) autor(es)
BRUCKMAN, A.
- Título: indica-se o nome completo do documento,
em itálico
Approaches to managing deviant behavior in virtual
communities.
- Fonte: URL ou endereço do site ftp - indica-se o en
dereço completo do site
URL: ftp.media.mit.edu pub/asb/papers/deviancechi94
ou
ftp: ftp.media.mit edu pub/asb/papers/deviance-chi94
- Notas: data de acesso - indica-se, na língua portu
guesa, a data em que a consulta foi efetuada. Consul
tado em 4 dez. 1994.
BRUCKMAN, A. Approaches to managing deviant behavior in virtual
communities. ftp.media.mit edu pub/asb/papers/deviance-chi94 Consultado em 4 dez. 1994.
Mensagem pessoal
Documentos originados do correio eletrônico
- Autoria: indica-se o nome do autor
FERREIRA, S.M.S.
- Assunto: indica-se o assunto, em itálico, no campo
correspondente ao título, utilizando as informações con
tidas na linha de assunto do e-mail.
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
Notícias
- Fonte: endereço - indica-se o endereço eletrônico do
autor (o endereço pessoal poderá ser omitido, indicando em seu lugar o endereço da lista da qual o autor é
assinante).
smferrei@spider. usp.br
indicação do tipo da mensagem - Mensagem pessoal
- Notas: data da mensagem enviada
14 maio 1996
FERREIRA, S.M.S. Notícias. [email protected]. Mensagem pessoal.
14 mai 1996
Artigos de periódico (em CD-ROM e na lnternet)
- Autoria.
- Título do artigo.
- Título do periódico, por extenso, com iniciais maiúsculas.
- Local de publicação, se houver.
- Número do volume e fascículo e, se houver, o nome
da seção.
- Páginas (inicial e final) do artigo, ou número parágrafos (quando não apresentar paginação).
- Data.
- Endereço/protocolo (quando se tratar de documento
disponível na intemet).
- Indicação do tipo de mídia.
- Data de acesso: indica-se, na língua portuguesa, a
data em que a consulta foi efetuada, apenas quando se
tratar de documentos disponível na lntemet.
Exemplos:
BARTSCH, S. Actors in the audience. Bryn Mawr Classícal Revíew, v.3, n.2,
10 par., 1995. Disponível: gopher:gopher. lib.virginia.edu:7OlOOIalpha/
bmrciv95195-3-2 Consultado em 07 ago 1996.
WENTWORTH, E.P. Pitfalls of conservative garbage collection. Software - Practice
& Experience, v.20, n.7, p.719-727, July 1990. CD-ROM. SP & E archive.
Eventos Científicos Considerados em parte (em
CD-ROM)
- Autoria
- Título e subtítulo da parte
- Nome do evento
- Número do evento
- Data e local de realização
- Título e subtítulo do evento
- Local de edição
- Editor
- Ano de publicação
- Páginas (inicial ou final) ou número de parágrafos
(quando não apresentar paginação)
- Indicação do tipo de mídia
CARRILHO, J. Z.; SOARES, J. V.; VALÉRIO FILHO, M. Detecção automática de mudanças como recurso auxiliar no monitoramento da cobertura do terreno. ln: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO
REMOTO, 8., 1996, Salvador. Anais. São Paulo: INPE / Sociedade Latino-Americana de Sensoriamento Remoto e Sistemas de lnforrnações Espaciais, 1996.26 par. CD-ROM. Seção artigos.
h) A citação de resumos apresentados em congressos deve
ser limitada a no máximo 20% do total de referências, exceto no
caso de assuntos onde não há literatura em quantidade razoável;
i) A citação de trabalhos com mais de dez anos de idade
35
deve ser limitada a no máximo 50% do total de referências,
exceto no caso de assuntos onde não há literatura em quantidade razoável;
j) Somente deverão ser incluídas tabelas e figuras que
apresentem dados relevantes à interpretação do assunto e que
não possam ser apresentados em poucas linhas de texto. Dados apresentados em figuras não devem ser apresentados novamente em tabelas e vice-versa. As tabelas e figuras devem
ser apresentadas ao final do artigo, uma por página, com numeração consecutiva;
k) Utilize o padrão da revista para títulos de tabelas,
rodapés e legendas, indicando no título ou legenda, nesta ordem: local, instituição e ano de realização do trabalho. Tabelas e figuras devem ser sempre autoexplicativas, ou seja, o
leitor deve entender o que está sendo demonstrado, sem ser
necessário que consulte o texto. As tabelas devem ser configuradas no padrão SIMPLES do processador de textos Word,
ou similar. Linhas verticais não são utilizadas e linhas horizontais devem aparecer somente entre o título e o corpo da
tabela; entre o cabeçalho e o conteúdo da tabela e, quando for
o caso, entre o conteúdo da tabela e a última linha;
l) Ao longo do texto, as fórmulas químicas devem ser
indicadas de acordo com a nomenclatura adotada pela
Chemical Society (Journal of the Chemical Society, p. 1067,
publicado em 1939). Em tabelas, as fórmulas químicas devem ser apresentadas no rodapé;
m) No caso de agrotóxicos é vedada a utilização de nomes comerciais. Deve ser utilizado o nome técnico ou a referência ao princípio ativo;
n) No caso do trabalho conter fotografias, a Comissão
Editorial deve ser consultada. No caso de fotografias coloridas, os autores devem cobrir os custos adicionais.
4. ECONOMIA E EXTENSÃO RURAL: trabalho na
área de economia aplicada ou extensão rural, tendo forma
livre porém devendo atender obrigatoriamente às alíneas (a),
(b), (c), (d), (f), (g), (h) e (i) de PESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave, abstract, título em inglês e key
words (observe instruções na alínea (e) de PESQUISA). Caso
haja co-autores, é obrigatória a sua anuência à publicação.
Caso haja tabelas, figuras, fórmulas químicas, referências a
agrotóxicos ou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas
(j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.
5. PÁGINA DO HORTICULTOR: Comunicação ou
nota científica, passível de utilização imediata pelo horticultor.
Observar o mesmo padrão de PESQUISA.
6. INSUMOS E CULTIVARES EM TESTE: comunicação ou nota científica relatando ensaio com agrotóxicos,
fertilizantes ou cultivares, tendo forma livre, mas devendo
obedecer, obrigatoriamente as alíneas (a), (b), (c) e (d) de
PESQUISA e, quando aplicável, as alíneas (f), (g), (h) e (i)
de PESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave,
abstract, título em inglês e keywords (observe instruções na
alínea (e) de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigatória
a sua anuência à publicação. Caso haja tabelas, figuras, fórmulas químicas, referências a agrotóxicos ou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.
7. NOVA CULTIVAR: Comunicação relatando o registro de nova cultivar, tendo forma livre, mas devendo obedecer, obrigatoriamente as alíneas (a), (b), (c) e (d) de PESQUISA e, quando aplicável, as alíneas (f), (g), (h) e (i) de PESQUISA, além de apresentar resumo, palavras-chave, abstract,
36
título em inglês e keywords (observe instruções na alínea (e)
de PESQUISA). Caso haja co-autores, é obrigatória a sua
anuência à publicação. Caso haja tabelas, figuras, fórmulas
químicas, referências a agrotóxicos ou inclusão de fotografias, obedecer as alíneas (j), (k), (l), (m) e (n) de PESQUISA.
8. EXPEDIENTE: seção destinada à comunicação entre os leitores e a Comissão Editorial e vice-versa, na forma
de breves avisos, sugestões e críticas. O texto não deve exceder 300 palavras (1.200 caracteres) e deve ser enviado em
duas cópias devidamente assinadas, acompanhadas de
disquete e indicação de que o texto se destina à seção
Expediente. Por questões de espaço, nem todas as notas recebidas poderão ser publicadas e algumas poderão ser publicadas
apenas parcialmente.
9. Trabalhos que não atendam às alíneas (a), (h) e (i) de
PESQUISA não serão aceitos.
10.Trabalhos que não atendam às alíneas (b), (d), (e), (f),
(g), (j), (k), (l), (m) de PESQUISA serão devolvidos aos autores para que sejam adequados sem serem registrados na
secretaria da revista.
11.Trabalhos que não atendam à alínea (c) de PESQUISA permanecerão na secretaria da revista, com processo de
tramitação suspenso, por 90 dias a contar da data constante
no aviso de recebimento do trabalho enviada aos autores pela
Comissão Editorial. Findo esse prazo, caso as indicações contidas na referida alínea não tenham sido atendidas pelos autores, os originais dos trabalhos serão destruídos e o trabalho
será excluído dos registros da secretaria da revista.
III. Os manuscritos submetidos à publicação nas seções
PESQUISA e ECONOMIA e EXTENSÃO RURAL serão
apreciados por no mínimo dois assessores ad hoc, especialistas no tema do artigo apresentado, que darão parecer sobre a
conveniência de sua publicação do trabalho, com base na qualidade técnica do trabalho e do texto. Os artigos submetidos à
publicação nas demais seções, a critério da Comissão Editorial, podem também ser apreciados por assessores ad hoc. Ao
seu critério, os assessores ad hoc poderão sempre que consultados indicar alterações que adequem o artigo ao padrão
de publicação da revista.
IV. Em caso de dúvidas, consulte a Comissão Editorial
ou verifique os padrões de publicação em Horticultura Brasileira, v. 14 em diante.
V. Os casos omissos serão decididos pela Comissão Editorial. Se necessário, modificações nas normas de publicação
serão feitas posteriormente.
VI. Os originais devem ser enviados para:
Horticultura Brasileira
C. Postal 190
70.359-970 Brasília - DF
Tel.: (061) 385.9051 / 385.9000
Fax: (061) 556.5744
E.mail: [email protected]
VII. Assuntos relacionados a mudança de endereço,
filiação à Sociedade de Olericultura do Brasil - SOB, pagamento de anuidade, devem ser encaminhados à diretoria da
SOB, no seguinte endereço:
UNESP - FCA-C. Postal 237-18.603-970 Botucatu - SP
Tel: (014) 820 7172; Fax: (014) 821 3438
Hortic. bras., v. 17, sup., dez. 1999.
A revista Horticultura Brasileira é indexada
pelo
CAB,
AGROBASE,
AGRIS/FAO,
TROPAG e sumários eletrônicos/IBICT.
Programa de apoio a publicações científicas
Horticultura Brasileira, v. 1 nº1, 1983 - Brasília, Sociedade de
Olericultura do Brasil, 1983.
Quadrimestral (1983 - 1998)
Títulos anteriores: v. 1-3, 1961-1963, Olericultura.
v. 4-18, 1964-1981, Revista de Olericultura.
Não foram publicados os v. 5, 1965; 7-9, 1967-1969.
Periodicidade até 1981: Anual
de 1982 a 1989: Semestral
a partir de 1999: Quadrimestral
1. Horticultura - Periódicos. 2. Hortaliças - Periódicos. I.
Sociedade de Olericultura do Brasil.
CDD 635.05
Tiragem: 1.000 exemplares
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