Trabalho apresentado no 7º Congresso Nacional de Iniciação Científica CONIC - SEMESP Trabalho premiado com o 2º lugar na área de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde no 1º Seminário da Produção Docente e Discente das Faculdades da Anhanguera. Resumo publicado nos Anais do Primeiro Seminário de Produção Científica Docente e Discente das Faculdades da Anhanguera. Formigas carregadoras de bactérias no abrigo São Vicente de Paulo Autora: Sandra Fátima Guerra - Enfermagem Professor Orientador: Ms. Douglas Monte Conceição Centro Universitário Anhanguera - Unidade Leme Resumo As bactérias constituem as principais responsáveis pelas infecções hospitalares, seguidas por fungos e vírus. Atualmente, um dos grandes problemas nos hospitais é a emergência de bactérias e fungos resistentes a antimicrobianos usualmente utilizados para tratamento de infecções nosocomiais. Considerando a importância das formigas como vetores mecânicos de microrganismos patogênicos e potenciais fontes de infecções hospitalares foi realizado um levantamento das espécies e, posteriormente a análise microbiológica das formigas encontradas no abrigo para idosos São Vicente de Paulo no município de Leme - SP, utilizando-se uma nova metodologia de coleta dos espécimes. Constatou-se a presença de diferentes espécies de formigas nas áreas interna e externa do ambiente estudado. Na área interna observou-se o predomínio da espécie Tapinoma melanocephalum. Nos testes microbiológicos das amostras coletadas foram encontradas bactérias Gram-negativas e Gram-positivas resistentes a ampicilina, sulfazotrim, cloranfenicol, tetraciclina, amoxacilina, antibióticos utilizados comumente na prática médica para controle de infecções, indicando a importância da monitorização e controle destes insetos. Palavras-chave: Formigas Urbanas; Infecção Hospitalar; Antibiograma; Tapinoma melanocephalum. Introdução A boa saúde depende, em parte, de um ambiente seguro. As práticas ou técnicas que previnem a transmissão de infecções contribuem para proteção dos pacientes e dos profissionais de saúde contra os microrganismos patogênicos presentes. Todos os ambientes de cuidado à saúde apresentam risco de infecções devido a maior exposição à quantidade e diferentes tipos de microrganismos causadores de enfermidades. As bactérias são os principais responsáveis pelas infecções hospitalares, seguidas pelos fungos e vírus, e embora existam programas desinfecção, as bactérias sempre estão presentes (FOWLER et al., 1995). Assim nas instituições de cuidado agudo em saúde ou ambulatorial, os clientes expostos aos patógenos podem ser infectados por agentes que se apresentam resistentes à maioria dos antibióticos utilizados nos tratamentos (POTTER e PERRY, 2004). Considerando ainda que a partir da introdução dos antibióticos na década de 40, desencadeou-se uma preocupação com bactérias resistentes. Quando a penicilina começou a ser utilizada, quase todas as bactérias isoladas apresentavam-se sensíveis, entretanto, nas últimas décadas o número de microrganismos resistentes à penicilina e outros antimicrobianos aumentou (SMELTZER e BARE, 2005). As infecções hospitalares ou nosocomiais representam importante causa de morbidade, mortalidade e aumento dos custos assistenciais em saúde. Estas enfermidades podem se manifestar durante o 45 período de hospitalização ou após a alta, quando é possível associá-las a algum procedimento realizado durante internação, por exemplo, os procedimentos cirúrgicos. No Brasil existem grandes dificuldades na obtenção de dados reais sobre infecções de origem hospitalar decorrentes da sub-notificação e dificuldades no diagnóstico (MARTINS, 2001). Dentre os principais vetores de importância hospitalar estão os artrópodes e roedores, por demonstrarem estar adaptados a condições ambientais adversas. Os artrópodes são representados pelas baratas, moscas e formigas, que podem transportar agentes patogênicos para os alimentos por meio de suas patas e corpo, após o contato com materiais contaminados no lixo, fezes e indivíduos doentes. Podem ser encontrados em tubulações, condutores elétricos, locais de armazenamento de alimentos, em resíduos alimentares, dentre outros (MARTINS, 2001). Além de carrear microrganismos por meio de suas patas, os insetos, podem contaminar infusões venosas ao se alimentarem no ponto de inserção do equipo com o frasco de soro. Os insetos também oferecem risco para pacientes imunocomprometidos, principalmente neonatos e idosos, que permanecem em decúbito por longo período, podendo penetrar no canal auditivo e provocar lesões e infecções, fato relatado por Figueiredo e colaboradores (2002) em um estudo clínico retrospectivo em otorrinolaringologia. Em hospitais o uso de açúcares em determinados tratamentos pode ser atrativo para os vetores, contribuindo assim para o aumento no risco de infecção (BELEI et al., 2006). As formigas são vetores mecânicos de microrganismos patogênicos e fontes potenciais das infecções hospitalares. Na América do Sul, a participação destes insetos em infecções foi documentada no Brasil, Chile e outros países (FOWLER et al., 1995). As comumente observadas são aquelas que freqüentam as áreas de alimentação, condutores elétricos e ambientes revestidos por azulejos, principalmente havendo armazenamento e administração de açúcares como glicose ou preparação de mamadeiras. Além de vetores mecânicos, as formigas podem provocar lesões por meio de picadas, que podem ocasionar o aparecimento de infecções secundárias (FERNANDES et al.., 2000). No Brasil, as pesquisas com formigas urbanas se iniciaram na década de 1980. Levantamentos desses insetos em hospitais do Estado de São Paulo registraram 14 espécies, com predominância das exóticas. No mesmo estudo, na análise bacteriológica das formigas coletadas em hospitais indicaram que, potencialmente, 46 elas são vetores mecânicos de bactérias, incluindo gêneros como Staphylococcus, Serratia, Klebsiella, Acinetobacter, Enterobacter, Candida e Enterococcus (FOWLER et al., 1995). Estudos realizados no estado de São Paulo demonstraram que as espécies trazidas de outros continentes são as mais encontradas em áreas urbanas, principalmente aquelas de origem africana, como a formiga-louca (Paratrechina longicornis) e a formigafantasma (Tapinoma melanocephalum). Outras espécies como formiga-do-faraó (Monomorium pharaonis) e formiga-cabeçuda (Pheidole megacephala), também ocorrem, porém com menor freqüência (FOWLER e BUENO, 1998). Dentre as formigas nativas que também podem freqüentar prédios e residências, citam-se a pixixica (Wasmannia auropunctata), a formiga-argentina (Linepithema humile) e outras espécies dos gêneros Pheidole, Camponotus e Crematogaster. Coletas e entrevistas com moradores de áreas infestadas, no entanto, não deixam dúvida: as formigas que mais incomodam não são nativas (FOWLER e BUENO, 1998). As formigas domésticas, de forma geral, são onívoras e percorrem grandes distâncias em busca de alimento, visitando latas de lixo, caixas de gorduras, dejetos, saídas de esgoto e o ambiente domiciliar (CAMPOS-FARINHA et al., 2002). Também constituem um perigo potencial à saúde pública, quando a infestação ocorre em hospitais (MOREIRA et al., 2005). Zarzuela et al. (2002), em um levantamento conduzido em um hospital no Município de Sorocaba SP, revelaram dez espécies de formigas, dentre as quais Paratrechina longicornis, estava vinculada a infecções hospitalares por bactérias. Chadee e Maitre isolaram sete agentes bacterianos veiculados por formigas em hospitais infantis, dos quais quatro com importância médica: Klebisiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Pseudomonas sp. e Streptococcus (THYSSEN et al., 2004). Três instituições hospitalares em Campos dos Goytazazes-RJ visitadas nos períodos de 2001 a 2002 apresentaram formigas dentre elas: Tapinoma melanocephalum, Paratrechina longicornis, Monomorium pharaonis e Solenopsis saevissima. Este trabalho enfatizou a importância de considerar a espécie Tapinoma melanocephalum como vetor potencial de doenças causadas por bactérias resistentes a antibióticos, sendo necessárias para prevenção medidas de saneamento e monitoramento do número de formigas no ambiente hospitalar (MOREIRA et al, 2005). Em pesquisa realizada no Hospital Escola da Universidade Federal do Triângulo Mineiro identificaramse as espécies de formigas Tapinoma melanocephalum, Pheidole sp. e Paratrechina longicornis. Na análise microbiológica, foram isolados Staphylococcus sp., Pseudomonas sp., Enterobacter sp., Bacilos Grampositivos, Micrococcus sp. e fungos filamentosos (COSTA, et al, 2006). O risco de contaminação que as formigas apresentam é semelhante a qualquer outro veículo potencial de transporte de bactérias, como os médicos e enfermeiros. Considerando a importância das pequenas espécies exóticas nos hospitais, o controle tradicional por meio das empresas de dedetização não constitui a única solução, e pode, quando erroneamente planejada, fragmentar as colônias provocando aumento na população. Mesmo que somente 1% a 2% dessas infecções possam ser atribuídas às formigas, elas representam um problema de saúde pública e uma perda econômica significativa (FOWLER et al.,1995). Os métodos de controle mais utilizados pela população envolvem a aplicação de géis ou iscas atrativas impregnadas com inseticidas a base de ácido bórico, permetrinas e outros compostos tóxicos ou a utilização de inseticidas aerossóis (permetrinas), adquiridos em supermercados, sobre as operárias que circulam no meio externo. Entretanto estes procedimentos podem induzir um processo de fragmentação das colônias, considerando que apenas 10 a 15% dos indivíduos costumam sair para forragear (OLIVEIRA e CAMPOSFARINHA, 2005). Reguladores de crescimento para insetos e seus análogos, como o piriproxifen, também são investigados e podem ser utilizados causando diminuição das larvas e toxidade lenta, como demonstrado por Reiss et al. (2004) que testaram o composto em diferentes concentrações no controle de Monomorium floricola e M. pharaonis, em condições de laboratório demonstrando que as iscas contendo piriproxifen apresentaram atratividade regular e causando morte de operárias adultas de M. pharaonis. Em relação às técnicas de monitoramento existem vários tipos de iscas utilizadas para o estudo e para a captura das formigas. No estudo de Gonçalves e Canella (2000) as iscas utilizadas para a coleta eram constituídas por mel, óleo de sardinha e toucinho, já Rosa et al.. (2004) utilizou chá de camomila e bolo de abacaxi. Numerosos esforços de controle têm sido empregados contra as formigas, infelizmente a maioria das soluções possui efeitos temporários. Deste modo considera-se fundamental o estudo de metodologias que permitam a identificação, dimensionamento e monitoramento das infestações, para assim escolher a estratégia de controle e prevenção mais efetiva (ZARZUELA et al., 2002). Objetivo Os objetivos deste trabalho foram investigar a ocorrência de formigas no abrigo para idosos São Vicente de Paulo - Leme - SP, testar uma metodologia eficaz de coleta desses insetos por meio de isca/ armadilha e posteriormente analisar as bactérias presentes nas formigas coletadas determinando a resistência destas aos antibióticos comumente utilizados no tratamento de infecções. Metodologia O presente trabalho foi realizado no período de abril a agosto de 2007, no Abrigo São Vicente de Paulo no município de Leme - SP, a partir do estudo da planta baixa desse local para determinação das áreas a serem estudas. Atualmente neste local estão abrigados 71 idosos, assistidos por 28 funcionários, 02 médicos e 04 voluntários. O abrigo apresenta 42 quartos, 09 banheiros coletivos, 02 refeitórios, enfermaria, recepção, sala fisioterapia, administração, cozinha, copa, sala de psicologia, 02 rouparias. As formigas foram coletadas em frascos Eppendorf (FIGURA 1) contendo iscas atrativas, monitorados e distribuídos abertos em pontos estratégicos, determinados a partir da localização dos ninhos e das operárias forrageiras nas áreas internas e externas do ambiente de estudo. Após a coleta os tubos foram identificados e conduzidos ao laboratório para identificação e análises microbiológicas. Os espécimes coletados foram imersos em meio de cultura líquido infusão de cérebro e coração (BHI), e após 24 horas de incubação à 35ºC, as bactérias foram 47 semeadas pela técnica de estrias com alça de platina em meio seletivo e diferencial MacConkey e agar BHI, sendo incubadas por 24 horas à 35ºC (LISE et al., 2006). Também foram imersas em caldo verde bile brilhante (VBB) e caldo EC (Escherichia coli) para confirmação da presença de microrganismos do grupo coliforme e coliformes termotolerantes respectivamente. Após este procedimento foram realizadas a coloração de Gram e medição da atividade antimicrobiana. A atividade antimicrobiana das bactérias isoladas foi avaliada a partir da seleção de colônias e aplicação da técnica de difusão em ágar Müller-Hinton de Bauer et al. (1966), utilizando como controle discos de antibióticos (tetraciclina, ampilicilina, sulfazotrin, cloranfenicol, amoxacilina, clindamicina, eritromicina). Nas análises foram utilizadas como controle as cepas Escherichia coli ATCC 25922 e Staphylococcus aureus ATCC 6538. Desenvolvimento Utilizou-se um novo modelo de isca/ armadilha, a partir de frascos Eppendorf estéreis contendo 0,1 mL de óleo de sardinha (GONÇALVES e CANELLA, 2000) ou 0,1 mL de xarope de glicose. Para a confecção das iscas utilizou-se técnica asséptica para manter a esterilidade do conjunto. Em relação o óleo de sardinha (marca comercial), este foi transferido para um frasco Erlenmeyer tamponado e esterilizado em estufa durante 180ºC por 2 horas. Distribuíram-se 135 iscas atrativas, sendo 105 iscas contendo xarope de glicose e 30 iscas com óleo sardinha nos dias de coleta. Realizou-se a monitoração nos horários 9:10 h, 9:40 h, 10:50 h, 11:15 h, 11:35 h, 12:00 h, 12:30 h e 13:15 h. Para identificação das formigas foram coletados alguns espécimes e acondicionadas em frascos de vidro. Para o estudo laboratorial transferiu-se 5 indivíduos presentes nos frascos Eppendorf, para tubos de ensaio contendo caldo infusão de cérebro e coração (BHI). Após agitação estes foram incubados a 35 ºC durante 24 horas. Decorrido este período os tubos que apresentaram turvação foram repicados pela técnica de esgotamento por estrias com alça de inoculação em placa de Petri contendo o ágar MacConkey e ágar BHI sólido, sendo estas incubadas a 35 ºC por 24-48 horas. O ágar MacConkey é o meio ideal para seleção de bactérias Gram-negativas fermentadoras ou não de lactose. Após crescimento foram coletadas colônias representativas para realização da coloração Gram na confirmação dos resultados. Para verificar a presença de bactérias do grupo 48 coliforme as amostras foram transferidas para tubos de ensaio contendo caldo verde bile brilhante (VBB) e após 24 horas de crescimento à 35 ºC, foram repicados para e o caldo E.C. (Escherichia coli), incubados em banhomaria a 44,5 ºC durante 24 horas, para identificar a presença de coliformes fecais. O teste de antibiograma foi realizado adicionandose discos de antibiograma em ágar Muller-Hinton, inoculado com as bactérias isoladas, padronizadas em solução salina na escala nefelométrica 0,5 de MacFarland (1,5 x 108 bactérias), técnica de difusão proposta por Bauer et al. (1966). As bactérias isoladas foram testadas na presença de tetraciclina, ampilicilina, sulfazotrin, cloranfenicol, amoxacilina, clindamicina, eritromicina. Resultados No período de realização do levantamento de espécies foram identificadas as formigas Tapinoma melanocephalum, Paratrechina longicornis, Monomorium pharaonis, Pheidole megacephala, Odontomachus sp.. A formiga fantasma (Tapinoma melanocephalum) foi a mais abundante, demonstrando preferência alimentar pela isca contendo xarope de glicose, como demonstrado na TABELA 1. Os testes microbiológicos nas placas contendo ágar MacConkey demonstraram o crescimento de bactérias Gram-negativas fermentadoras e não fermentadoras de lactose. As bactérias Gram-negativas fermentadoras de lactose isoladas da espécie Tapinoma melanocephalum foram encontradas banheiro, recepção e as não fermentadoras de lactose foram encontradas no quarto, enfermaria, sala de fisioterapia e no refeitório II. Observaram-se bactérias Gram-negativas fermentadoras de lactose em amostras obtidas de Monomorium pharaonis no corredor interno e refeitório I. Na área interna, refeitório I, a espécie Pheidole megacephala possuía bactérias Gram-negativas não fermentadoras de lactose. Em relação à área externa observou-se a presença das espécies Odontomachus sp., Paratrechina longicornis carreando bactérias Gram-negativas fermentadoras de lactose. Em relação às bactérias Gram-positivas carreadas pela espécie Tapinoma melanocephalum encontradas nos quartos e cozinha estas apresentaram sensibilidade intermediária a clindamicina e resistentes a amoxacilina e sulfazotrim. Na enfermaria encontrou-se bactérias resistentes a clindamicina e com sensibilidade intermediária a amoxacilina. Na cozinha também foram encontradas bactérias com sensibilidade intermediárias ao sulfazotrim associadas à formiga fantasma. As amostras isoladas das espécies Tapinoma melanocephalum, Monomorium pharaonis e Pheidole megacephala apresentaram crescimento de coliformes totais e fecais, resultado observado na TABELA 2. O antibiograma envolvendo as bactérias Gramnegativas carreadas pela espécie Tapinoma melanocephalum coletadas na enfermaria revelaram resistência aos antibióticos sulfazotrim, cloranfenicol, ampicilina e tetraciclina. No refeitório observou-se bactérias resistentes a ampicilina e na sala de fisioterapia à tetraciclina. Nas espécies Monomorium pharaonis coletadas no corredor interno e Odontomachus sp. na área externa foram isoladas bactérias resistentes a ampicilina. A espécie Paratrechina longicornis na área externa, além de conter bactérias Gram-negativas resistentes a ampicilina observouse resistência ao sulfazotrim e a tetraciclina. Algumas amostras de Monomorium pharaonis do refeitório I demonstraram sensibilidade intermediária a ampicilina, entretanto as bactérias isoladas das formigas no corredor apresentaram-se resistentes ao mesmo antibiótico. Os resultados obtidos em relação à resistência das bactérias aos antibióticos testados, conforme a espécie de formigas associada encontram-se resumidos na TABELA 3. Considerações finais O presente estudo confirmou que as formigas são importantes carreadoras de microrganismo patogênicos em ambiente de cuidado em saúde, principalmente 49 naqueles onde os clientes apresentam diminuição das defesas orgânicas, como conseqüência do processo de envelhecimento ou decorrente de uma ou mais doenças associadas, tornando as pessoas da terceira idade suscetíveis a infecções, conforme relatado por Papaléo Netto (2005). As espécies de formigas Tapinoma melanocephalum, Paratrechina longicornis, Monomorium pharaonis, Pheidole megacephala, Odontomachus sp. coletadas são comuns no ambiente hospitalar e urbano e normalmente estão associadas a problemas estruturais e/ ou de higiene (FOWLER e BUENO, 1998). O novo modelo de isca/ armadilha foi eficaz, uma vez que permitiu a atração e coleta das formigas evitando contato com o ambiente ou outros instrumentos como pinças ou pincéis comumente utilizados na coleta de insetos, acarretando uma provável diminuição na contaminação da amostras. A avaliação microbiológica demonstrou que as formigas carregam bactérias associadas à contaminação de origem fecal. Estes insetos transitam em ambientes onde a higiene é fundamental para manutenção da saúde, como cozinha, quartos e refeitórios. Ao mesmo tempo alguns microrganismos isolados apresentaram-se resistentes à tetraciclina, ampilicilina, sulfazotrin, cloranfenicol, amoxacilina, clindamicina, antibióticos utilizados comumente na prática médica para controle de infecções, o que indica a relevância de monitorar e controlar estes insetos. Finalmente cabe destacar que apesar dos esforços empregados no controle das formigas a maioria das soluções encontradas possuem efeitos temporários. Deste modo, considera-se fundamental o estudo de metodologias que permitam a identificação, dimensionamento e monitoramento das infestações, para assim escolher estratégias de controle e prevenção mais efetivas (ZARZUELA et al., 2002). Referências Bibliográficas BAUER, A.W.; KIRBY, W.M.M.; SHERRIS, J.C. Antibiotic susceptibility testing by a standardized single disk method. American Journal of Clinical Pathology, v.45, p.493-496, 1966. BELEI, R. A.; GUARIENTE, M.H. D. M.; CAVASSIN, E. D.; RIBEIRO, P. H. V. Formigas: análise dos microorganismos carreados no ambiente hospitalar. Revista Nursing, v.95, n.9, 2006. CAMPOS-FARINHA, A. E.; BUENO, O C; CAMPOS, M.C.G.; KATO, L.M. As formigas urbanas no Brasil: Retrospecto. O Biológico, São Paulo, v. 64, n.2, p.12950 133, jul./ dez., 2002. COSTA, S. B.; PELLI, A. ; Carvalho, G.P ; OLIVEIRA, A. G. ; SILVA, P. R.; TEIXEIRA, MM ; MARTINS, E. ; TERRA, A. P. S. ; RESENDE, E.M ; BARATA, C. C. H. ; MORAIS, C. A. 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