GLOBO/PAULO BELOTE LEONE IGLESIAS/AT LEONE IGLESIAS/AT Como encarar o silêncio dos homens >AT2 Histórias de Roberto Carlos em Cachoeiro Consultores elegem universitárias com estilo >12 e 13 >16 e 17 R$ 2,50 ASSINE 3323-6333 VITÓRIA-ES | DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 | ANO LXXVI | Nº 25.599 | FUNDADO EM 22/09/1938 | EDIÇÃO DE 100 PÁGINAS Quinze doenças estão mais resistentes e desafiam médicos Sinusite, rinite alérgica, tuberculose, infecção urinária e Aids são algumas dessas doenças. O problema ocorre porque medicamentos já não fazem tanto efeito contra vírus e bactérias. >2 a 4 FÁBIO NUNES/AT AT EM FAMÍLIA Telão na Praça do Papa para impeachment Suede, o tecido que imita a camurça e tem um toque macio, é a aposta do inverno. >40 a 53 HENRIQUE MEIRELLES Qualquer que seja o resultado hoje, o País precisa adotar medidas para ativar a economia. >28 ELIANE CANTANHÊDE Vença ou não o impeachment, Dilma, Lula e o PT são os grandes derrotados desse processo. >53 TANIA ZAGURY Como fazer minha filha comer legumes e verduras?”, me pergunta uma mãe preocupada. >10 GILMAR FERREIRA O Flu de Levir é a prova de que tão importante quanto jogo ofensivo é a ação defensiva. >63 JOVENS que vão à Praça do Papa acompanhar hoje a votação do processo de impeachment. Defensores do governo vão se reunir na Praça Costa Pereira KADIDJA FERNANDES/AT Secretária de Marataízes é sequestrada e agredida >20 Jovens investem 30 mil e faturam R$ 7 milhões por ano >27 e 28 Dois mil empregados são investigados por dar golpe do recibo nas empresas >30 e 31 2 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 Reportagem Especial SAÚDE TRATAMENTO Doenças mais resistentes desafiam médicos Levantamento feito por A Tribuna com ajuda de especialistas mostrou que 15 doenças estão mais difíceis de serem tratadas Bárbara Becalli s médicos têm encontrado desafios, diariamente, ao lidar com doenças que se mostram cada vez mais resistentes aos tratamentos. Na maior parte dos casos, isso acontece por resistência do agente causador – como vírus, bactérias e fungos – aos medicamentos. Com a ajuda de especialistas, A Tribuna listou 15 doenças que estão mais difíceis de serem tratadas. Entre os exemplos estão sinusite, tuberculose, infecção urinária e, até mesmo, doenças de pele. O Se entre todas as bactérias houver duas resistentes, elas se multiplicam e a doença permanece “ Carlos Urbano, infectologista ” Para o infectologista da clínica Kantinho, Fábio Coutinho, mesmo após a determinação de venda de antibióticos com receita médica, o uso indevido ainda ocorre, e esse é o principal motivo para a resistência de doenças bacterianas, além do uso desses medicamentos para tratar doenças causadas por vírus. “Nos casos de infecção urinária, há um favorecimento de resistência ao ciprofloxacino pelo uso indiscriminado no passado. Mesmo a pessoa nunca tendo usado, favoreceu a ter uma infecção resistente a essa bactéria. É preciso, em muitos casos, a aplicação de medicamento no hospital”, explicou. O uso de antibióticos sem indicação médica, em doses erradas, em situações que não convêm, contribui para a resistência das doenças causadas por bactérias, de acordo com a infectologista do Hospital Maternidade São José, Fernanda Foreque Sarmento. O tratamento da tuberculose, por exemplo, que na maioria das vezes atinge o pulmão, é feito com quatro classes de antibióticos e deve ser realizado por, no mínimo, seis meses, frisou a pneumologista do Hospital Metropolitano Cilea Martins. “Logo nos primeiros meses, quando a pessoa sente a melhora, ela interrompe o tratamento e esse abandono complica. É uma doen- KADIDJA FERNANDES/AT ça de fácil transmissão”, alertou. Doenças de pele também entram na lista de resistentes, como o melanoma (tipo de câncer), infecções bacterianas e fúngicas, segundo a dermatologista Karina Mazzini. Bactérias mais fortes ORIGEM A bactéria pode “nascer ” mais resistente ou ficar assim por uma mutação e conviver no meio de outras sensíveis aos medicamentos. Isoladamente, em geral, não oferece riscos. 1 BACTÉRIA RESISTENTE REMÉDIO 2 COM O USO DO ANTIBIÓTICO... Com o uso indiscriminado de antibióticos, as bactérias mais sensíveis vão morrer, mas as resistentes ficarão vivas, num processo de seleção. 3 SELEÇÃO DAS MAIS FORTES As bactérias mais resistentes podem se multiplicar rapidamente no organismo da pessoa, e é quando a situação fica perigosa: elas passam a predominar. BACTÉRIA NÃO RESISTENTE Além de ter tido suspeita da gripe H1N1, a cantora Mary Bachour, 40, ainda precisou encarar uma pneumonia insistente, que a deixou de cama por dias. Os problemas começaram ainda na Páscoa, no fim de março, e até hoje ela afirma não ter se recuperado 100%. “Tive muita tosse seca, dor no corpo e febre alta. Tenho médicos na família e eles me alertaram para a possibilidade de ser H1N1. Além disso, tive pneumonia e para tratá-la foi preciso dois tipos de antibióticos, pois o primeiro não fez efeito”, contou. O infectologista Carlos Urbano explicou que antibióticos têm sido usados até na alimentação de animais, como frangos, o que contribui para a resistência das bactérias e, com isso, das doenças por elas causadas. AS DOENÇAS As bactérias, causadoras de infecções, têm se mostrado resistentes aos remédios 1 “O melanoma, quando atinge uma camada mais profunda da pele, não responde a nenhum tratamento de forma eficaz. Doenças bacterianas e fúngicas também já se mostram resistentes.” Pneumonia 1 Sinusite 2 Pneumonia > A SINUSITE, inflamação da mucosa > INFECÇÃO QUE se instala nos pul- dos seios da face, pode ser causada por bactérias, fungos e vírus, ou ainda fatores alérgicos. > O TRATAMENTO da sinusite bacteriana, que tem levado cada vez mais pessoas aos hospitais e evoluído para pneumonia ou meningite, é feito com antibióticos. Ele deve ser realizado até o fim para tratar totalmente. mões, provocada pela penetração de bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas, e pode levar à morte. > O TRATAMENTO da pneumonia requer o uso de antibióticos e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias. Porém, esse tempo tem sido maior, segundo médicos. Nos Estados Unidos, a doença já é resistente à amoxicilina. No Brasil, isso já acontece com 20% dos casos. BACTÉRIA NÃO RESISTENTE 3 Infecção urinária > INFECÇÃO QUE pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, como rins, bexiga, uretra e ureteres. > GERALMENTE, o tratamento é feito à base de antibióticos. Quando o antibacteriano oral não funciona, há a necessidade de internação para tratamento e medicação na veia. BACTÉRIA RESISTENTE 2 4 3 Fonte: Especialistas entrevistados e arquivo A Tribuna. BACTÉRIA RESISTENTE CONTÁGIO Outra situação possível é essa bactéria mais resistente não fazer mal a quem tomou o medicamento, mas ser transmitida para outra pessoa que está mais debilitada, que poderá ficar seriamente doente. Há o uso, de forma errada, de antibióticos até mesmo em casos de doenças virais “ ” Fábio Coutinho, infectologista da clínica Kantinho 4 Tuberculose > DOENÇA INFECCIOSA, causada por uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis), que pode acometer diferentes órgãos, sendo a tuberculose pulmonar a principal, única contagiosa. > O TRATAMENTO é feito com a associação de quatro tipos de antibióticos, por no mínimo seis meses. Nem todos os contaminados cumprem o prazo e isso dificulta o tratamento. VITÓRIA, ES, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 ATRIBUNA 3 Reportagem Especial KADIDJA FERNANDES/AT SAÚDE Depressão e insônia difíceis de tratar D epressão, transtornos de ansiedade, insônia, angústia e outras doenças emocionais também desafiam médicos por sua resistência aos tratamentos. Segundo o clínico geral João Evangelista, as doenças emocionais já se mostram resistentes em muitos casos. “Elas estão completamente resistentes aos tratamentos. As pessoas depressivas, por exemplo, não vivem mais sem medicamentos e com o passar do tempo só aumentam a dose. O organismo acaba não reagindo ao remédio e nem a si próprio”, afirmou. Ele explicou que a responsabilidade de tratamento é do sistema imunológico, que busca um equilíbrio natural. “Com a ingestão de tantos remédios, tiramos a responsabilidade do nosso corpo de reagir frente a essas doenças.” A psiquiatra e coordenadora da comissão de estudos e prevenção ao suicídio da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, frisou que quando não há cumprimento de todas as etapas dos tratamentos, fica mais difícil tratar. “Quando há a demora na busca por ajuda médica, não admitem ter a doença e quando tomam o remédio de forma errada, o problema vai resistir. O próprio meio externo interfere para que a doença não reaja como esperado aos medicamentos”, explicou Alexandrina. Ela citou, ainda, que cerca de 10% dos afetados por problemas emocionais têm resistência maior aos remédios, de forma natural. Afirmou que é comum as pessoas criarem tolerância aos medica- mentos de tarja preta, e que por isso é preciso sempre o aumento de dose para fazer o efeito esperado. O consultor da Sociedade Brasileira de Imunologia Luiz Vicente Rizzo alertou que um indivíduo estressado e deprimido tem dificuldade imunológica. “Ele não dorme e come direito, e isso altera a resposta imune para doenças.” Após uma série de complicações de saúde, em 2014, a vida do técnico em edificações Jefferson Kuster Loureiro, 25, mudou. Tudo começou com sintomas de sinusite. “Eu trabalhava com a venda de sorvetes e vivia gripado. Tomava os remédios e, quando os sintomas passavam, parava. Até que tive uma série de convulsões. Meu médico explicou que o estresse e a sinusite desencadearam a meningite.” Hoje, ele precisa tomar três tipos de remédios por dia, e ficou com sequelas, como memória curta e insônia, uma das doenças emocionais que requer o uso de remédio. OS NÚMEROS 11 milhões de brasileiros têm ou tiveram depressão, segundo o IBGE 52% deles 5 milhões usam medicamentos buscaram ajuda médica em 2014 JEFFERSON KUSTER sofre de insônia e precisa tomar 3 medicamentos por dia para tratar esse e outros problemas Exigência de receita é defendida A venda de anti-inflamatórios e antialérgicos é feita em farmácias sem a apresentação de receita médica pelo paciente, e isso preocupa médicos. Eles defendem que a venda desses medicamentos seja feita apenas com prescrição médica, para evitar a automedicação e resistência do organismo. Uma das preocupações se deve pelo fato dos remédios apresentarem efeitos colaterais que, em alguns casos, podem ser graves. De acordo com o alergista Gilmar Domingues Cardoso, a con- sulta com um profissional é fundamental para o diagnóstico correto e, assim, o tratamento adequado. Para ele, esses remédios deveriam ser vendidos apenas com receita. “As pessoas tomam remédios superdosados, subdosados ou sem indicação. A quantidade de pacientes que chega ao consultório porque tomou o remédio errado é muito grande”, revelou. O alergista explicou, ainda, que entre os efeitos colaterais do uso de medicação indevida estão retenção de líquido e gordura, catarata, úlcera, dores, cólicas abdominais e hemorragia gastrointestinal. O otorrinolaringologista Antônio Fernando Maciel afirma que deveria ter um estudo, por parte dos órgãos competentes, para reavaliar a venda de anti-inflamatórios, pois há relatos de pacientes que são hospitalizados por uso abusivo, sem orientação médica. “O uso abusivo desses medicamentos pode trazer efeitos colaterais no fígado, rins e estômago. Qualquer dor de garganta leva o paciente a tomar o remédio, que pode mascarar inflamações mais graves”, alertou. AS DOENÇAS 5 Gonorreia fecções nas articulações e outras. > É UMA doença sexualmente trans- missível, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Se não for tratada adequadamente, a gonorreia pode até causar infertilidade em ambos os sexos. > A BACTÉRIA tem se mostrado resistente a antibióticos, causando outras complicações como a disseminação para outros órgãos, cistite, in- ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Uma das vias de contágio é por relação sexual > HÁ MEDICAÇÕES de controle da ação do vírus, os antirretrovirais. A principal causa de resistência aos antirretrovirais, muito comum nos dias de hoje, é o uso incorreto das medicações orientadas pelo médico. > A IDENTIFICAÇÃO de resistência acontece em até 90% dos casos. O problema maior é a perda de futuras opções terapêuticas para o controle da ação do vírus. > DOENÇA INFECCIOSA, contagiosa, “ ” Cilea Martins, pneumologista do Hospital Metropolitano “ > O VÍRUS HIV é o causador da Aids e 7 Sífilis A pneumonia e a tuberculose são tratadas com antibióticos e já estão resistentes Há DSTs com resistência a alguns remédios que já não dão resposta ao tratamento 6 HIV causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida por relação sexual, transfusão de sangue de mãe para filho e contato com o sangue infectado em feridas. > O TRATAMENTO principal é feito à base de penicilina, que por muito tempo se mostrou eficaz contra a bactéria causadora da doença. Porém, segundo médicos, nos Estados Unidos a bactéria já se mostra resistente a essa medicação, sendo preciso outras alternativas. No Brasil, a resis- ” Fernanda Foreque, infectologista do Hospital Maternidade São José tência já é vista em alguns casos. 8 Malária > É UMA DOENÇA infecciosa febril agu- da, causada por protozoários transmitidos pelo mosquito Anopheles, quando infectado. > É TRATADA com quimioterápicos, que incluem antibióticos. O agente causador, o P. falciparum, já apresenta resistência a diversos antimaláricos, tornando o seu tratamento um dilema para os médicos. 9 Rinite alérgica > É UMA REAÇÃO do sistema imunoló- gico do corpo a partículas inaladas que são consideradas estranhas pelo organismo, como poeira, pólen e alguns alimentos. > NO TRATAMENTO, com medicamentos, a primeira opção de classe de an- tialérgico escolhida não faz efeito em muitos casos, sendo preciso uma segunda opção. A alergia está mais frequente. 10 Melanoma > TIPO DE câncer de pele, muito agres- sivo, que pode se desenvolver na pele de qualquer parte do corpo. As chances de cura, por meio de cirurgia, são maiores em casos diagnosticados precocemente, quando ainda está superficial, sem infiltrar além da epiderme (camada superficial da pele). > AO PENETRAR a pele, pode chegar a camadas onde há vasos sanguíneos, invadindo células e atingindo órgãos vitais. Neste momento, a doença já não responde a nenhum tratamento de forma eficaz, segundo especialistas. 11 Infecção na pele (furúnculo, abscesso e foliculite) > DOENÇAS CAUSADAS pela bactéria Staphylococcus aureus, responsável por ocasionar infecções na pele. > ASSIM COMO outras doenças bacterianas, essas também têm se mostrado mais agressivas e resistentes a medicamentos com antibióticos. Doenças de pele causadas pela bactéria Staphylococcus aureus estão mais agressivas e resistentes “ ” Karina Mazzini, dermatologista 4 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 Reportagem Especial THIAGO COUTINHO - 18/02/2016 SAÚDE Remédios mais potentes nas farmácias Laboratórios estão lançando medicamentos mais eficazes para ajudar no tratamento de dores e doenças como diabetes ovos medicamentos, mais potentes, aprovados neste ano, chegam ao mercado com a promessa de ajudar no tratamento de doenças como melanoma, diabetes, dor crônica e depressão. Além disso, um novo genérico de antibiótico, o cloridrato de ciprofloxacino – indicado para tratar infecções, como a urinária –, também chega às farmácias. A Aché Laboratórios lançou neste mês o Dual (Duloxetina), medicamento polivalente, usado para o tratamento de depressão, ansiedade, fibromialgia e dor crônica. “A duloxetina possibilita o tratamento integrado e é a opção mais eficaz quando os pacientes têm sintomas depressivos e dolorosos associados”, afirmou o psiquiatra e gerente da Aché, Stevin Zung. N Já a Novartis lançou o Dabrafenib (Tafinlar), que chega neste ano. O comprimido é indicado para o tratamento de pacientes com melanoma com metástase ou que não pode ser completamente removido, com uma mutação específica. Para tratar artrite psoriásica – relacionada com a psoríase –, o ustequinumabe, medicamento biológico da Janssen, foi aprovado este mês contra a doença autoimune crônica, que leva à inflamação das articulações. “Por conta de seu mecanismo de ação diferenciado para combater a doença, o ustequinumabe representa uma nova opção de tratamento, que demonstra segurança e eficácia para os pacientes que sofrem com a artrite psoriásica”, afirmou o médico reumatologista do Hospital das Clínicas da USP Percival Degrava Sampaio Barros. Para o controle do diabetes, a Sanofi comercializa, desde o último mês, a insulina glargina (Lantus), que é concentrada e considerada uma evolução no tratamento padrão ouro para diabetes tipos 1 e 2. Já a Medley, do grupo Sanofi, lançou o cloridrato de ciprofloxacino, nova opção de antibiótico genérico. A MÉDICA INTENSIVISTA Eliana Caser diz que é preciso seguir normas para evitar propagação de vírus e bactérias Reforço contra infecção hospitalar O combate às infecções hospitalares é ainda mais desafiador, segundo especialistas, e por isso hospitais no Estado têm reforçado as medidas contra elas. Uma vigilância das infecções, o uso racional de antimicrobiano, o controle de bactérias multirresistentes e comissões de controle a infecções hospitalares são algumas das medidas adotadas. Segundo o infectologista Gilberto Turcato, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), há poucas opções de tratamento. “A infecção hospitalar é um desafio, pois a bac- téria já aprendeu a lidar com vários antibióticos usados no meio hospitalar. O protocolo adotado pelos hospitais ajuda no controle.” O Hospital Unimed Vitória conta com protocolo de combate à sepse grave, problema que ocorre em pacientes com infecções graves, principal causa de mortalidade em UTIs. O trabalho é coordenado pela médica intensivista Eliana Caser. “É importante ressaltar que quando estamos com pacientes internados com infecções, precisamos seguir normas de precauções para que possamos evitar a propa- gação, seja de vírus ou bactérias, no ambiente hospitalar”, explicou. No Hospital Evangélico e no Vila Velha Hospital é feito o controle de bactérias multirresistentes, através de vigilância, além do uso racional de antimicrobiano, para evitar a resistência dos micro-organismos. Os hospitais destacam que a higienização das mãos é a melhor forma de controle e reforçam a prática com campanhas educativas. “É uma medida eficaz e de baixo custo para a prevenção de infecções relacionadas aos cuidados de saúde”, disse Eliana Caser. DIVULGAÇÃO Ajuda da alimentação saudável Uma alimentação saudável resulta na redução de infecções bacterianas, como a sinusite, infecção urinária e outras. No organismo, há também as bactérias do bem, os lactobacilos, que ajudam a evitar doenças. Com o equilíbrio da flora intestinal, a quantidade dessas bactérias fica elevada, inibindo a ação das bactérias que causam doenças. As informações são do infectolo- gista da clínica Kantinho Fábio Coutinho. “A maioria das bactérias é de origem intestinal. Quando nascemos, já adquirimos lactobacilos, que evitam as doenças. Quando tomamos antibióticos, matamos também as bactérias do bem e acaba sobrando espaço para que as do mal se multipliquem.” A nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da faculdade Unesc, Larissa Denicoli, destacou que tudo o que a pessoa come interfere no fortalecimento do sistema imunológico. “Além disso, mel, limão, banana mais verde e alho, por exemplo, têm propriedade de antibiótico natural, anti-inflamatório, antisséptico e antioxidante, que ajudam a evitar infecções.” Vale ressaltar que os probióticos, bactérias benéficas, estão presentes em produtos como leite fermentado e alguns iogurtes. LARISSA DENICOLI destacou que tudo o que a pessoa come interfere no fortalecimento do sistema imunológico AS DOENÇAS 12 Micoses 14 Ansiedade que atingem a pele, as unhas e os cabelos, sendo na pele a mais comum. > PELO USO errado e desordenado dos medicamentos, sem orientação médica, os fungos têm criado resistência aos antifúngicos utilizados. > OS TRANSTORNOS de ansiedade são 13 Depressão > É UM distúrbio do humor que leva à persistente sensação de tristeza e perda de interesse. O tratamento é feito com psicoterapia e medicamentos que agem sobre o desequilíbrio químico do cérebro. > A DOENÇA se mostra resistente ao tratamento, quando não é feito por completo. A orientação é buscar ajuda médica e realizar integralmente os métodos indicados, como o uso MULHER COM ANSIEDADE: cerca de 10% dos casos ficam resistentes aos medicamentos adequado dos remédios. > INFECÇÕES CAUSADAS por fungos A depressão já fica mais resistente quando há demora na busca por ajuda médica “ ” Alexandrina Meleiro, psiquiatra da Sociedade Bras. de Psiquiatria doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida, e podem se apresentar como preocupações, tensões ou medos exagerados, por exemplo. > PARA O tratamento, também são indicados, pelos médicos, remédios, entre eles os de tarja preta. Cerca de 10% dos casos ficam resistentes aos medicamentos, de forma natural. 15 Angústia vos são sinais de angústia. > DOR NO peito e na garganta, bati- > ELA, ASSIM como a ansiedade, pode mentos do coração rápidos e descontrolados, sensação de sufocamento, inquietação, dor de cabeça permanente e pensamentos negati- ser tratada com o uso de medicamentos e, da mesma forma, tem se mostrado resistente em alguns casos. > PARA TRATAR doenças emocionais é necessário acompanhamento multidisciplinar, e por isso medicações isoladas às vezes não são suficientes. Fonte: Especialistas consultados e pesquisa A Tribuna.