20.04 Quinze doencas estao mais resistentes e desafiam

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VITÓRIA-ES | DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 | ANO LXXVI | Nº 25.599 | FUNDADO EM 22/09/1938 | EDIÇÃO DE 100 PÁGINAS
Quinze doenças estão mais
resistentes e desafiam médicos
Sinusite, rinite alérgica, tuberculose, infecção urinária e Aids são algumas dessas doenças.
O problema ocorre porque medicamentos já não fazem tanto efeito contra vírus e bactérias. >2 a 4
FÁBIO NUNES/AT
AT EM
FAMÍLIA
Telão na Praça do Papa
para impeachment
Suede, o tecido que
imita a camurça
e tem um toque
macio, é a aposta
do inverno.
>40 a 53
HENRIQUE
MEIRELLES
Qualquer que seja
o resultado hoje, o
País precisa adotar
medidas para ativar
a economia. >28
ELIANE
CANTANHÊDE
Vença ou não o
impeachment, Dilma,
Lula e o PT são os
grandes derrotados
desse processo. >53
TANIA
ZAGURY
Como fazer minha
filha comer legumes
e verduras?”, me
pergunta uma mãe
preocupada. >10
GILMAR
FERREIRA
O Flu de Levir é a
prova de que tão
importante quanto
jogo ofensivo é a
ação defensiva. >63
JOVENS que vão à Praça do Papa acompanhar hoje a votação do processo de impeachment. Defensores do governo vão se reunir na Praça Costa Pereira
KADIDJA FERNANDES/AT
Secretária de
Marataízes é
sequestrada
e agredida >20
Jovens investem
30 mil e faturam
R$ 7 milhões
por ano >27 e 28
Dois mil empregados são investigados por dar golpe do recibo nas empresas >30 e 31
2
ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016
Reportagem Especial
SAÚDE
TRATAMENTO
Doenças mais resistentes
desafiam médicos
Levantamento feito por
A Tribuna com ajuda de
especialistas mostrou
que 15 doenças estão
mais difíceis de
serem tratadas
Bárbara Becalli
s médicos têm encontrado
desafios, diariamente, ao lidar com doenças que se
mostram cada vez mais resistentes
aos tratamentos. Na maior parte
dos casos, isso acontece por resistência do agente causador – como
vírus, bactérias e fungos – aos medicamentos.
Com a ajuda de especialistas, A
Tribuna listou 15 doenças que estão mais difíceis de serem tratadas.
Entre os exemplos estão sinusite,
tuberculose, infecção urinária e,
até mesmo, doenças de pele.
O
Se entre todas as
bactérias houver
duas resistentes, elas
se multiplicam e a
doença permanece
“
Carlos Urbano, infectologista
”
Para o infectologista da clínica
Kantinho, Fábio Coutinho, mesmo
após a determinação de venda de
antibióticos com receita médica, o
uso indevido ainda ocorre, e esse é
o principal motivo para a resistência de doenças bacterianas, além
do uso desses medicamentos para
tratar doenças causadas por vírus.
“Nos casos de infecção urinária,
há um favorecimento de resistência ao ciprofloxacino pelo uso indiscriminado no passado. Mesmo
a pessoa nunca tendo usado, favoreceu a ter uma infecção resistente
a essa bactéria. É preciso, em muitos casos, a aplicação de medicamento no hospital”, explicou.
O uso de antibióticos sem indicação médica, em doses erradas,
em situações que não convêm,
contribui para a resistência das
doenças causadas por bactérias, de
acordo com a infectologista do
Hospital Maternidade São José,
Fernanda Foreque Sarmento.
O tratamento da tuberculose, por
exemplo, que na maioria das vezes
atinge o pulmão, é feito com quatro
classes de antibióticos e deve ser
realizado por, no mínimo, seis meses, frisou a pneumologista do Hospital Metropolitano Cilea Martins.
“Logo nos primeiros meses,
quando a pessoa sente a melhora,
ela interrompe o tratamento e esse
abandono complica. É uma doen-
KADIDJA FERNANDES/AT
ça de fácil transmissão”, alertou.
Doenças de pele também entram
na lista de resistentes, como o melanoma (tipo de câncer), infecções
bacterianas e fúngicas, segundo a
dermatologista Karina Mazzini.
Bactérias mais fortes
ORIGEM
A bactéria pode “nascer ” mais resistente ou
ficar assim por uma mutação e conviver no meio de
outras sensíveis aos medicamentos. Isoladamente,
em geral, não oferece riscos.
1
BACTÉRIA
RESISTENTE
REMÉDIO
2
COM O USO DO
ANTIBIÓTICO...
Com o uso indiscriminado
de antibióticos, as
bactérias mais sensíveis
vão morrer, mas as
resistentes ficarão
vivas, num processo
de seleção.
3
SELEÇÃO DAS
MAIS FORTES
As bactérias mais
resistentes podem
se multiplicar
rapidamente no
organismo da
pessoa, e é
quando
a situação fica
perigosa: elas passam
a predominar.
BACTÉRIA NÃO
RESISTENTE
Além de ter tido
suspeita da gripe
H1N1, a cantora Mary
Bachour, 40, ainda
precisou encarar uma
pneumonia insistente, que a deixou de cama por dias.
Os problemas começaram ainda na
Páscoa, no fim de
março, e até hoje ela
afirma não ter se recuperado 100%.
“Tive muita tosse
seca, dor no corpo e
febre alta. Tenho médicos na família e eles
me alertaram para a
possibilidade de ser
H1N1. Além disso, tive
pneumonia e para tratá-la foi preciso dois
tipos de antibióticos,
pois o primeiro não fez
efeito”, contou.
O infectologista Carlos Urbano explicou que antibióticos têm sido usados até na alimentação de animais,
como frangos, o que contribui para a
resistência das bactérias e, com isso,
das doenças por elas causadas.
AS DOENÇAS
As bactérias, causadoras de infecções,
têm se mostrado resistentes aos remédios
1
“O melanoma, quando atinge
uma camada mais profunda da pele, não responde a nenhum tratamento de forma eficaz. Doenças
bacterianas e fúngicas também já
se mostram resistentes.”
Pneumonia
1 Sinusite
2 Pneumonia
> A SINUSITE, inflamação da mucosa
> INFECÇÃO QUE se instala nos pul-
dos seios da face, pode ser causada
por bactérias, fungos e vírus, ou ainda fatores alérgicos.
> O TRATAMENTO da sinusite bacteriana, que tem levado cada vez mais
pessoas aos hospitais e evoluído para pneumonia ou meningite, é feito
com antibióticos. Ele deve ser realizado até o fim para tratar totalmente.
mões, provocada pela penetração de
bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas, e pode levar à morte.
> O TRATAMENTO da pneumonia requer o uso de antibióticos e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro
dias. Porém, esse tempo tem sido
maior, segundo médicos. Nos Estados Unidos, a doença já é resistente à
amoxicilina. No Brasil, isso já acontece com 20% dos casos.
BACTÉRIA NÃO
RESISTENTE
3 Infecção urinária
> INFECÇÃO QUE pode ocorrer em
qualquer parte do sistema urinário,
como rins, bexiga, uretra e ureteres.
> GERALMENTE, o tratamento é feito à
base de antibióticos. Quando o antibacteriano oral não funciona, há a
necessidade de internação para tratamento e medicação na veia.
BACTÉRIA
RESISTENTE
2
4
3
Fonte: Especialistas entrevistados e arquivo A Tribuna.
BACTÉRIA
RESISTENTE
CONTÁGIO
Outra situação
possível é essa bactéria
mais resistente não fazer
mal a quem tomou o
medicamento, mas ser
transmitida para outra
pessoa que está mais
debilitada, que poderá
ficar seriamente doente.
Há o uso, de
forma errada,
de antibióticos até
mesmo em casos
de doenças virais
“
”
Fábio Coutinho, infectologista da
clínica Kantinho
4 Tuberculose
> DOENÇA INFECCIOSA, causada por
uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis), que pode acometer diferentes órgãos, sendo a tuberculose pulmonar a principal, única contagiosa.
> O TRATAMENTO é feito com a associação de quatro tipos de antibióticos, por no mínimo seis meses. Nem
todos os contaminados cumprem o
prazo e isso dificulta o tratamento.
VITÓRIA, ES, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 ATRIBUNA
3
Reportagem Especial
KADIDJA FERNANDES/AT
SAÚDE
Depressão e insônia
difíceis de tratar
D
epressão, transtornos de ansiedade, insônia, angústia e
outras doenças emocionais
também desafiam médicos por sua
resistência aos tratamentos.
Segundo o clínico geral João
Evangelista, as doenças emocionais já se mostram resistentes em
muitos casos. “Elas estão completamente resistentes aos tratamentos. As pessoas depressivas, por
exemplo, não vivem mais sem medicamentos e com o passar do tempo só aumentam a dose. O organismo acaba não reagindo ao remédio
e nem a si próprio”, afirmou.
Ele explicou que a responsabilidade de tratamento é do sistema
imunológico, que busca um equilíbrio natural. “Com a ingestão de
tantos remédios, tiramos a responsabilidade do nosso corpo de reagir frente a essas doenças.”
A psiquiatra e coordenadora da
comissão de estudos e prevenção
ao suicídio da Sociedade Brasileira
de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, frisou que quando não há cumprimento de todas as etapas dos
tratamentos, fica mais difícil tratar.
“Quando há a demora na busca
por ajuda médica, não admitem ter
a doença e quando tomam o remédio de forma errada, o problema
vai resistir. O próprio meio externo
interfere para que a doença não
reaja como esperado aos medicamentos”, explicou Alexandrina.
Ela citou, ainda, que cerca de
10% dos afetados por problemas
emocionais têm resistência maior
aos remédios, de forma natural.
Afirmou que é comum as pessoas
criarem tolerância aos medica-
mentos de tarja preta, e que por isso é preciso sempre o aumento de
dose para fazer o efeito esperado.
O consultor da Sociedade Brasileira de Imunologia Luiz Vicente
Rizzo alertou que um indivíduo
estressado e deprimido tem dificuldade imunológica. “Ele não
dorme e come direito, e isso altera
a resposta imune para doenças.”
Após uma série de complicações
de saúde, em 2014, a vida do técnico em edificações Jefferson Kuster Loureiro, 25, mudou. Tudo começou com sintomas de sinusite.
“Eu trabalhava com a venda de
sorvetes e vivia gripado. Tomava os
remédios e, quando os sintomas
passavam, parava. Até que tive uma
série de convulsões. Meu médico
explicou que o estresse e a sinusite
desencadearam a meningite.”
Hoje, ele precisa tomar três tipos
de remédios por dia, e ficou com
sequelas, como memória curta e
insônia, uma das doenças emocionais que requer o uso de remédio.
OS NÚMEROS
11 milhões
de brasileiros têm ou tiveram
depressão, segundo o IBGE
52% deles
5 milhões
usam medicamentos
buscaram ajuda médica em 2014
JEFFERSON KUSTER sofre de insônia e precisa tomar 3 medicamentos por dia para tratar esse e outros problemas
Exigência de receita é defendida
A venda de anti-inflamatórios e
antialérgicos é feita em farmácias
sem a apresentação de receita médica pelo paciente, e isso preocupa
médicos.
Eles defendem que a venda desses medicamentos seja feita apenas com prescrição médica, para
evitar a automedicação e resistência do organismo.
Uma das preocupações se deve
pelo fato dos remédios apresentarem efeitos colaterais que, em alguns casos, podem ser graves.
De acordo com o alergista Gilmar Domingues Cardoso, a con-
sulta com um profissional é fundamental para o diagnóstico correto
e, assim, o tratamento adequado.
Para ele, esses remédios deveriam
ser vendidos apenas com receita.
“As pessoas tomam remédios
superdosados, subdosados ou sem
indicação. A quantidade de pacientes que chega ao consultório
porque tomou o remédio errado é
muito grande”, revelou.
O alergista explicou, ainda, que
entre os efeitos colaterais do uso de
medicação indevida estão retenção de líquido e gordura, catarata,
úlcera, dores, cólicas abdominais e
hemorragia gastrointestinal.
O otorrinolaringologista Antônio Fernando Maciel afirma que
deveria ter um estudo, por parte
dos órgãos competentes, para reavaliar a venda de anti-inflamatórios, pois há relatos de pacientes
que são hospitalizados por uso
abusivo, sem orientação médica.
“O uso abusivo desses medicamentos pode trazer efeitos colaterais no fígado, rins e estômago.
Qualquer dor de garganta leva o
paciente a tomar o remédio, que
pode mascarar inflamações mais
graves”, alertou.
AS DOENÇAS
5 Gonorreia
fecções nas articulações e outras.
> É UMA doença sexualmente trans-
missível, causada pela bactéria
Neisseria gonorrhoeae. Se não for
tratada adequadamente, a gonorreia
pode até causar infertilidade em ambos os sexos.
> A BACTÉRIA tem se mostrado resistente a antibióticos, causando outras complicações como a disseminação para outros órgãos, cistite, in-
ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo
de doenças. Uma das vias de contágio é por relação sexual
> HÁ MEDICAÇÕES de controle da ação
do vírus, os antirretrovirais. A principal causa de resistência aos antirretrovirais, muito comum nos dias de
hoje, é o uso incorreto das medicações orientadas pelo médico.
> A IDENTIFICAÇÃO de resistência
acontece em até 90% dos casos. O
problema maior é a perda de futuras
opções terapêuticas para o controle
da ação do vírus.
> DOENÇA INFECCIOSA, contagiosa,
“
”
Cilea Martins, pneumologista
do Hospital Metropolitano
“
> O VÍRUS HIV é o causador da Aids e
7 Sífilis
A pneumonia
e a tuberculose
são tratadas com
antibióticos e já
estão resistentes
Há DSTs com
resistência a
alguns remédios que
já não dão resposta
ao tratamento
6 HIV
causada pela bactéria Treponema
pallidum, que pode ser transmitida
por relação sexual, transfusão de
sangue de mãe para filho e contato
com o sangue infectado em feridas.
> O TRATAMENTO principal é feito à base de penicilina, que por muito tempo
se mostrou eficaz contra a bactéria
causadora da doença. Porém, segundo médicos, nos Estados Unidos
a bactéria já se mostra resistente a
essa medicação, sendo preciso outras alternativas. No Brasil, a resis-
”
Fernanda Foreque, infectologista do
Hospital Maternidade São José
tência já é vista em alguns casos.
8 Malária
> É UMA DOENÇA infecciosa febril agu-
da, causada por protozoários transmitidos pelo mosquito Anopheles,
quando infectado.
> É TRATADA com quimioterápicos,
que incluem antibióticos. O agente
causador, o P. falciparum, já apresenta resistência a diversos antimaláricos, tornando o seu tratamento
um dilema para os médicos.
9 Rinite alérgica
> É UMA REAÇÃO do sistema imunoló-
gico do corpo a partículas inaladas
que são consideradas estranhas pelo organismo, como poeira, pólen e
alguns alimentos.
> NO TRATAMENTO, com medicamentos, a primeira opção de classe de an-
tialérgico escolhida não faz efeito em
muitos casos, sendo preciso uma segunda opção. A alergia está mais frequente.
10 Melanoma
> TIPO DE câncer de pele, muito agres-
sivo, que pode se desenvolver na pele de qualquer parte do corpo. As
chances de cura, por meio de cirurgia, são maiores em casos diagnosticados precocemente, quando ainda está superficial, sem infiltrar além
da epiderme (camada superficial da
pele).
> AO PENETRAR a pele, pode chegar a camadas onde há vasos sanguíneos, invadindo células e atingindo órgãos vitais. Neste momento, a doença já não
responde a nenhum tratamento de
forma eficaz, segundo especialistas.
11 Infecção na pele (furúnculo,
abscesso e foliculite)
> DOENÇAS CAUSADAS pela bactéria
Staphylococcus aureus, responsável por ocasionar infecções na pele.
> ASSIM COMO outras doenças bacterianas, essas também têm se mostrado mais agressivas e resistentes a
medicamentos com antibióticos.
Doenças de
pele causadas
pela bactéria
Staphylococcus aureus
estão mais agressivas
e resistentes
“
”
Karina Mazzini, dermatologista
4
ATRIBUNA VITÓRIA, ES, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016
Reportagem Especial
THIAGO COUTINHO - 18/02/2016
SAÚDE
Remédios
mais potentes
nas farmácias
Laboratórios
estão lançando
medicamentos mais
eficazes para ajudar no
tratamento de dores e
doenças como diabetes
ovos medicamentos, mais
potentes, aprovados neste
ano, chegam ao mercado
com a promessa de ajudar no tratamento de doenças como melanoma, diabetes, dor crônica e depressão.
Além disso, um novo genérico
de antibiótico, o cloridrato de ciprofloxacino – indicado para tratar infecções, como a urinária –,
também chega às farmácias.
A Aché Laboratórios lançou neste mês o Dual (Duloxetina), medicamento polivalente, usado para o
tratamento de depressão, ansiedade, fibromialgia e dor crônica.
“A duloxetina possibilita o tratamento integrado e é a opção mais
eficaz quando os pacientes têm
sintomas depressivos e dolorosos
associados”, afirmou o psiquiatra e
gerente da Aché, Stevin Zung.
N
Já a Novartis lançou o Dabrafenib (Tafinlar), que chega neste ano.
O comprimido é indicado para o
tratamento de pacientes com melanoma com metástase ou que não
pode ser completamente removido, com uma mutação específica.
Para tratar artrite psoriásica –
relacionada com a psoríase –, o ustequinumabe, medicamento biológico da Janssen, foi aprovado este mês contra a doença autoimune
crônica, que leva à inflamação das
articulações.
“Por conta de seu mecanismo de
ação diferenciado para combater a
doença, o ustequinumabe representa uma nova opção de tratamento, que demonstra segurança
e eficácia para os pacientes que sofrem com a artrite psoriásica”,
afirmou o médico reumatologista
do Hospital das Clínicas da USP
Percival Degrava Sampaio Barros.
Para o controle do diabetes, a Sanofi comercializa, desde o último
mês, a insulina glargina (Lantus),
que é concentrada e considerada
uma evolução no tratamento padrão ouro para diabetes tipos 1 e 2.
Já a Medley, do grupo Sanofi, lançou o cloridrato de ciprofloxacino,
nova opção de antibiótico genérico.
A MÉDICA INTENSIVISTA Eliana Caser diz que é preciso seguir normas para evitar propagação de vírus e bactérias
Reforço contra infecção hospitalar
O combate às infecções hospitalares é ainda mais desafiador, segundo especialistas, e por isso hospitais no Estado têm reforçado as
medidas contra elas.
Uma vigilância das infecções, o
uso racional de antimicrobiano, o
controle de bactérias multirresistentes e comissões de controle a
infecções hospitalares são algumas das medidas adotadas.
Segundo o infectologista Gilberto Turcato, do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz (SP), há poucas opções de tratamento. “A infecção
hospitalar é um desafio, pois a bac-
téria já aprendeu a lidar com vários
antibióticos usados no meio hospitalar. O protocolo adotado pelos
hospitais ajuda no controle.”
O Hospital Unimed Vitória conta
com protocolo de combate à sepse
grave, problema que ocorre em pacientes com infecções graves, principal causa de mortalidade em
UTIs. O trabalho é coordenado pela médica intensivista Eliana Caser.
“É importante ressaltar que
quando estamos com pacientes internados com infecções, precisamos seguir normas de precauções
para que possamos evitar a propa-
gação, seja de vírus ou bactérias,
no ambiente hospitalar”, explicou.
No Hospital Evangélico e no Vila
Velha Hospital é feito o controle de
bactérias multirresistentes, através
de vigilância, além do uso racional
de antimicrobiano, para evitar a
resistência dos micro-organismos.
Os hospitais destacam que a higienização das mãos é a melhor
forma de controle e reforçam a prática com campanhas educativas. “É
uma medida eficaz e de baixo custo
para a prevenção de infecções relacionadas aos cuidados de saúde”,
disse Eliana Caser.
DIVULGAÇÃO
Ajuda da alimentação saudável
Uma alimentação saudável resulta na redução de infecções bacterianas, como a sinusite, infecção
urinária e outras.
No organismo, há também as
bactérias do bem, os lactobacilos,
que ajudam a evitar doenças. Com
o equilíbrio da flora intestinal, a
quantidade dessas bactérias fica
elevada, inibindo a ação das bactérias que causam doenças.
As informações são do infectolo-
gista da clínica Kantinho Fábio
Coutinho. “A maioria das bactérias
é de origem intestinal. Quando
nascemos, já adquirimos lactobacilos, que evitam as doenças.
Quando tomamos antibióticos,
matamos também as bactérias do
bem e acaba sobrando espaço para
que as do mal se multipliquem.”
A nutricionista e coordenadora
do curso de Nutrição da faculdade
Unesc, Larissa Denicoli, destacou
que tudo o que a pessoa come interfere no fortalecimento do sistema imunológico. “Além disso, mel,
limão, banana mais verde e alho,
por exemplo, têm propriedade de
antibiótico natural, anti-inflamatório, antisséptico e antioxidante,
que ajudam a evitar infecções.”
Vale ressaltar que os probióticos,
bactérias benéficas, estão presentes em produtos como leite fermentado e alguns iogurtes.
LARISSA
DENICOLI
destacou que
tudo o que a
pessoa come
interfere no
fortalecimento
do sistema
imunológico
AS DOENÇAS
12 Micoses
14 Ansiedade
que atingem a pele, as unhas e os cabelos, sendo na pele a mais comum.
> PELO USO errado e desordenado dos
medicamentos, sem orientação médica, os fungos têm criado resistência aos antifúngicos utilizados.
> OS TRANSTORNOS de ansiedade são
13 Depressão
> É UM distúrbio do humor que leva à
persistente sensação de tristeza e
perda de interesse. O tratamento é
feito com psicoterapia e medicamentos que agem sobre o desequilíbrio químico do cérebro.
> A DOENÇA se mostra resistente ao
tratamento, quando não é feito por
completo. A orientação é buscar ajuda médica e realizar integralmente
os métodos indicados, como o uso
MULHER
COM
ANSIEDADE:
cerca de
10% dos
casos ficam
resistentes aos
medicamentos
adequado dos remédios.
> INFECÇÕES CAUSADAS por fungos
A depressão
já fica mais
resistente quando
há demora na busca
por ajuda médica
“
”
Alexandrina Meleiro, psiquiatra
da Sociedade Bras. de Psiquiatria
doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de
vida, e podem se apresentar como
preocupações, tensões ou medos
exagerados, por exemplo.
> PARA O tratamento, também são indicados, pelos médicos, remédios,
entre eles os de tarja preta. Cerca de
10% dos casos ficam resistentes aos
medicamentos, de forma natural.
15 Angústia
vos são sinais de angústia.
> DOR NO peito e na garganta, bati-
> ELA, ASSIM como a ansiedade, pode
mentos do coração rápidos e descontrolados, sensação de sufocamento, inquietação, dor de cabeça
permanente e pensamentos negati-
ser tratada com o uso de medicamentos e, da mesma forma, tem se mostrado resistente em alguns casos.
> PARA TRATAR doenças emocionais é
necessário acompanhamento multidisciplinar, e por isso medicações isoladas às vezes não são suficientes.
Fonte: Especialistas consultados e pesquisa
A Tribuna.
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