Díodo Ideal Notas: Fig.6 – Característica típica de um díodo de silício traçada pelo programa Multisim da EWB. A Figura 6 apresenta uma característica, obtida no programa de simulação de circuitos EWB, referente a um díodo na zona directa. Esta curva representa a corrente do díodo ID em função da tensão do díodo UD. Note-se que a corrente é aproximadamente igual a zero até a tensão do díodo se aproximar do potencial de barreira. Na vizinhança de 0,6 V a 0,7 V, a corrente do díodo aumenta. Para valores da tensão do díodo superiores a 0,8 V, a corrente do díodo é apreciável e a curva quase linear. Conforme a dopagem e dimensões físicas de um díodo, os valores da corrente directa máxima, da potência estipulada e de outros dados característicos são diferentes relativamente a outros díodos. Se se quiser uma solução exacta, torna-se necessário usar uma característica do díodo em causa. Embora os pontos de valores exactos da corrente e da tensão sejam diferentes de um díodo para outro, a curva característica de qualquer díodo é semelhante à da Figura 6. Na maioria das vezes não se exige uma solução exacta. Por isso, usam-se aproximações mais simples, referentes a um díodo ideal. Em termos básicos, o que faz um díodo? Conduz bem no sentido directo e fracamente no sentido inverso. Idealmente, um díodo comporta-se como um condutor perfeito (de resistência nula) quando está polarizado directamente e como um isolante perfeito (de resistência infinita) se tiver polaridade inversa. A Figura 7 mostra a característica corrente-tensão de um díodo ideal. Esta representação exprime o que se disse: resistência nula com polaridade directa e resistência infinita com polaridade inversa. É impossível construir tal dispositivo, mas isto seria o que um fabricante produziria se o conseguisse. a) b) Fig.7 – a) característica do díodo ideal; b) O díodo comporta-se como um comutador. Haverá algum dispositivo que se comporte como um díodo ideal? Sim. Um comutador vulgar possui resistência nula quando se encontra fechado e resistência infinita se estiver aberto. Portanto, um díodo ideal actua como um comutador, que fecha na polaridade directa e abre na polaridade inversa. A Figura 7b) resume esquematicamente o conceito de comutador. Fig.8 – Conceito de interruptor na polarização de um díodo ideal. Notas: Segunda Aproximação A aproximação ideal é aplicável na maioria das reparações de avarias. Em certas ocasiões, torna-se necessário que haja maior exactidão dos valores da corrente de carga e da tensão de carga. Nestas situações, usa-se a segunda aproximação. A Figura 9a) representa a característica corrente-tensão no caso da segunda aproximação. A característica diz que não há corrente abaixo de 0,7 V da tensão do díodo. O díodo liga o circuito aos 0,7 V, mantendo-se nesse valor para qualquer que seja o valor da corrente. 2ª A p ro xim ação Ide al 0 ,7V P olariza ção In versa 0 ,7 V P olariza çã o D ire cta a) b) Fig.9 – a) Característica do díodo na segunda aproximação; b) Esquema equivalente da segunda aproximação. A Figura 9b) mostra o esquema equivalente da segunda aproximação de um díodo de silício. Agora concebe-se o díodo como um comutador em série com potencial de barreira igual a 0.7 V. Se a tensão de Thévenin vista pelo díodo for maior que 0,7 V, o comutador encontra-se fechado. Ao conduzir, a tensão do díodo é de 0,7 V para qualquer corrente directa. Por outro lado, com a tensão de Thévenin inferior a 0,7 V, o comutador abre e não haverá corrente do díodo. Notas: Terceira Aproximação Na terceira aproximação de um díodo inclui-se a resistência de volume Rv. A Figura 10a) exibe o efeito de Rv na característica do díodo. Depois de um díodo de silício entrar em condução, a tensão cresce proporcionalmente ao aumento da corrente. Quanto maior for a corrente mais elevada será a tensão do díodo, devido à queda de tensão na resistência de volume do díodo. O esquema equivalente da terceira aproximação é um comutador em série com a barreira de potencial de 0,7 V e a resistência Rv (Figura 10b). Se a tensão do díodo for maior que 0,7 V, o díodo conduz. Durante a condução, a tensão total do díodo será: UD = 0.7V + RVID Muitas vezes, a resistência de volume é menor que 1Ω, podendo desprezar-se nos cálculos com segurança. Uma orientação para desprezar a resistência de volume resulta da definição seguinte: ≤ 0,01RTh Desprezo da resistência de volume: Rv Quer dizer que se despreza a resistência de volume de um díodo quando o seu valor for inferior a um centésimo da resistência de Thévenin vista do díodo. Se esta condição se verificar, o erro é menos de 1%. Os técnicos usam raramente a terceira aproximação porque os projectistas em geral satisfazem a equação anterior. a) b) Fig.10 – a) Característica do díodo na terceira aproximação; b) Esquema equivalente da terceira aproximação. Notas: