Sedimentos soerguidos ao longo do Rio San Juan, Utah (EUA). Esses arenitos e folhelhos representam um ciclo anterior de soerguimento, erosão e sedimentação. A erosão das cristas por rios tributários do rio principal é parte do ciclo atual. [Breck P.Kent] "A inpcente pergunta é a primeira aproximação '"um d(3s(mvolvimento totalmente novo." ALFRED NORTH WHITEHEAD Rochas ígneas 105 Rochas sedimentares 106 Rochas metamórficas 108 O de naturalmente. Algumas rochas, como o Umaocorre rocha branco, é um agregado sólido de mármore são compostas porITÚneraisque apenas um ITÚneral,nesse caso, a calcita. Certas rochas são compostas por matéria não-ITÚneral, onde se incluem materiais Onde as rochas são encontradas 108 não-cristalinos, rochas vulcânicas vítreas, obsidiana e pedra-pomes I e carvão, que são restos de plantas compactaciclo das rochas: interação dos sistemas dos. Em um agregado, os minerais são unidos de maneira da tectônica de placas a manter suas características individuais (Figura 4.1). O e do clima 111 que determina a aparência física de uma rocha? Elas vaO ciclo das rochas e os sistemas riam na cor, no tamanho dos seus cristais ou grãos e nos tipos de ITÚneraisque as compõem. Ao longo de um corte terrestres: únicos no sistema solar 113 de estrada, por exemplo, podemos encontrar uma rocha escura composta de vidro vulcânico e cristais de piroxênio e feldspato, partículas que são muito pequenas para serem vistas a olho nu (Figura 4.2). Perto dali, podemos ver uma rocha acastanhada, com muitos cristais grandes e brilhantes de mica e com alguns grãos de quartzo e feldspato. Sobrejacentes a ambas as rochas, podemos ver remanescentes de uma antiga praia: camadas horizontais de rocha marrom-clara que parecem ser compostas por grão de areia cimentados juntos. A mineralogia e a textura, bem como outras propriedades, ajudam a determinar o aspecto de uma rocha. A mineralogia é a proporção relativa dos minerai con tituintes de uma rocha, como você pode recordar do Capítulo 3. A textura é o termo que indica os tamanhos e as formas dos cristais e o modo como estão unido . E e: ristai (ou grãos), que, na maioria das rochas, têm apenas alguns ITÚlímetrosde diâmetro, são chamados de grossos, se forem grandes o bastante para serem vi to a olho nu. e definas, caso contrário. A ITÚneralogia e a textura que determinam a aparen ia de uma rocha são, por sua vez, estabeleci das pela origem geológica da rocha - onde e orno foi formada (ver Figura 4.2). A rocha escura do corte de estrada há pouco referido, chamada de basalto, foi formada por uma erupção vulcânica. Sua ITÚneralogia e textura dependem da composição química das rochas que foram fundidas nas profundezas da Terra. Todas a rochas que se formam pela solidificação de rochas fundidas são hamadas de rochas ígneas. Rocha (granito) Feldspato Biotita Plagioclásio \. y Quartzo J Minerais constituintes Figura 4.1 Uma rocha é uma ocorrência natural de minerais agregados. [Em sentido horário, a partir do alto: J. Ramezani;J. Ramezani;José Manuel Sanchis Calvete/Corbis; Martin MillerlVisuals Unlimited; Arthur Hill/Visuals Unlimited; Chip Clark) A camada de rocha marrom-clara do corte de estrada, um arenito, foi formada pela acumulação de partículas de areia, talvez em uma praia, que foram cobertas, soterradas e cimentadas juntas. Todas as rochas formadas como produtos do soterramento de camadas de sedimentos (como areia, lama e conchas de carbonato de cálcio), sejam elas depositadas em terra ou no mar, são chamadas de rochas sedimentares. A rocha de cor marrom do exemplo do corte de estrada, um xisto, contém cristais de mica, quartzo e feldspato. Ela formou-se na profundeza da crosta terrestre, em altas temperaturas e pressões, que transformaram a mineralogia e a textura de uma rocha sedimentar soterrada. Todas as rochas formadas pela transformação de rochas sólidas preexistentes sob a influência de alta pressão e temperatura são chamadas de rochas metamórficas. A primeira tarefa de um geólogo é entender as propriedades da rocha e deduzir sua origem geológica a partir delas. Tais deduções promovem a compreensão do planeta em que vivemos e fornecem informações importantes sobre as reservas de combustível e as soluções de problemas ambientais. Por exemplo, saber que o óleo forma-se em certos tipos de rochas sedimentares ricas em matéria orgânica permite-nos explorar novos reservatórios de um modo mais inteligente. Similarmente, nosso conhecimento das propriedades das rochas yai nos ajudar a achar novas reservas de outros minerais e fontes de energia úteis e economicamente valiosas, como gás, carvão e minérios metálicos. Entender como as rochas se formam também nos guia na resolução de problemas ambientais. Estará certa rocha propensa aos movimentos do solo provocados por terremotos? Como ela poderia transmitir a água poluída no solo? O armazenamento subterrâneo de material radioativo e outros rejeitos depende da análise da rocha que vai ser usada como reservatório. Este capítulo apresentará uma rápida visão de como os geólogos, para entender a Terra, interpretam os indícios fornecidos pelas três grandes famílias de rochas: ígneas, sedi· mentares e metamórficas. Se as rochas são os indícios de muitas coisas que queremos saber sobre o nosso planeta, como devemos lidar com a interpretação delas? Precisamos de uma chave, assim como os historiadores precisaram da Pedra de Rosetta2 para desvendar o "código" dos hieróglifos egípcios de modo a serem capazes de ler os registros nos templos e túmulos. O primeiro passo na procura dessa chave é reconhecer os vários tipos de rochas. O segundo é entender o que suas características dizem sobre as condições de superfície e subsuperfície nas quais foram formadas. Veremos o que a aparência, a textura, a mineralogia e a composição química de uma rocha revelam sobre como e onde ela foi formada. Veremos, também, como as amostras de rochas encontradas em furos de subsuperfície e nos afloramentos podem nos ajudar a reconstruir a história geológica. Por fim, seguiremos o ciclo das rochas - o ajuste de proces- CAPíTULO 4. Rochas: Registros de Processos íCNEA erosão das fundezas da crosta expostas na crosta profunda manto quente superior e rochas no epressões nomaterial-fonte manto superior temperaturas superfície nas proee em estado formador sólido de minerais da rocha Exemplo Deposição, esoterramento (solidificação Iitificação de Tipo de rocha e Processo Cristalização Recristalização magma ounovos lava) Rochas sob altas Intemperismo Fusão de rochas e na Geológicos 11 OS Gnaisse METAMÓRFICA SEDIMENTAR 2lJra 4.2 Os minerais e as texturas dos três grandes grupos de rochas são formados em - - entes lugares da Terra e por diferentes processos. Como conseqüência, os geólogos .....2.11 as análises minera lógicas e químicas para determinar as origens das rochas e os ~essos que as formaram. Granito, composto de quartzo, feldspato e cristais de mica. (J. 7 = ezani] Rocha sedimentar acamada, composta de arenitos. [Breck P. Kent] Esta rocha -:=ülmórfica dobrada e deformada é um gnaisse. [Breck P.Kent] - geológicos que convertem cada tipo de rocha em um dos os dois tipos - e analisaremos como esses processos são :Jrlos controlados pela tectônica de placas e pelo clima. 'has ígneas _-- rochas ígneas (do latim ignis, "fogo") formam-se pela cris::::lização do magma, uma massa de rocha fundida que se origi- em profundidade na crosta e no manto superior. Aí as tempe-cllTasalcançam 700°C ou mais, que são necessários para fun:Ir a maioria das rochas. À medida que um magma esfria lenta-~nte no interior da Terra, os cristais microscópicos começam _ - formar. Como o magma esfria abaixo da temperatura de fu:-0, alguns desses cristais têm tempo para crescer até poucos :ailimetros ou mais antes que toda a massa seja cristalizada coa uma rocha ígnea de granulação grossa. Mas quando o maga é extrudido de um vulcão na superfície terrestre, ele esfria e 5<llidifica tão rapidamente que os cristais individuais não têm -~mpo para crescer gradualmente. Nesse caso, muitos cristais .:::illnúsculosformam-se simultaneamente, e o resultado é uma :ocha ígnea de granulação fina. Os geólogos distinguem dois ~des tipos de rochas ígneas com base no tamanho de seus _ . tais: intrusivas e extrusivas. Rochas ígneas intrusivas As rochas ígneas intrusivas cristalizam-se quando o magma intrude em uma massa de rocha não-fundida em profundidade na crosta terrestre. Cristais grandes crescem enquanto o magma esfria, produzindo rochas de granulação grossa. As rochas ígneas intrusivas podem ser reconhecidas por seus cristais grandes intercrescidos, os quais desenvolvem-se lentamente enquanto o magma é gradualmente resfriado (Figura 4.3). O granito é uma rocha ígnea intrusiva. Rochas ígneas extrusivas As rochas ígneas extrusivas formam-se pelo rápido resfriamento do magma que chega à superfície por meio de erupções vulcânicas. As rochas ígneas extrusiyas, como o basalto, são reconhecidas facilmente por suas texturas vítreas ou de granulação fina (ver Figura 4.3). Minerais comuns A maioria dos minerais das rochas ígneas são silicatos, em parte porque o silício é muito abundante e em parte porque vários minerais silicatados fundem-se nas altas temperaturas e pressões alcançadas nas partes mais profundas da crosta e do man- =:" ~mencer a Terra 6 As rochas ígneas extrusivas são formadas quando o magma extravasa na superfície, onde rapidamente se resfria como cinza vulcãnica ou lava e forma cristais minúsculos. A rocha resultante, como este basaito, é finamente granulada ou tem uma textura vítrea. Os cristais grandes crescem durante o lento processo de resfriamento, produzindo rochas de granulação grossa como o granito, mostrado aqui como exemplo. Figura 4.3 [Chip Clark) A formação e rochas de rochas ígneas ígneas intrusivas extrusivas (aqui exemplificadas (aqui exemplificadas com o granito) to. Entre os minerais comuns de silicato encontrados nas rochas ígneas estão o quartzo, o feldspato, a mica, o piroxênio, o anfibólio e a olivina (ver Quadro 4.1). Quadro 4.1 .; < ~ Rochas Alguns'~'~I~tàis:~~muns de r~c~~s"~ . ígneas, sedimertares e metamórficas Calcita Dolomita Estaurolita* Mica* Granada* Piroxênio* Cianita* Rochas sedimentares Rochas metamórficas Quartzo* Argilominerais* Feldspato* Gipsita Quartzo Feldspato* * Halita com o basalto) [J. Ramezani). has sedimentares Os sedimentos, precursores das rochas sedimentares, são encontrados na superfície terrestre como camadas de partícula soltas, como areia, silte e conchas de organismos. Essas partículas formam-se na superfície à medida que as rochas vão sendo alteradas e erodidas. O intemperismo são todos os processos químicos e físicos que desintegram e decompõem as rochas em fragmentos de vários tamanhos. As partículas das rocha fragmentadas são, então, transportadas pela erosão, que é o conjunto de processos que desprendem o solo e as rocha. transportando-os para os locais onde são depositados em camadas de sedimentos (Figura 4.4). O intemperismo e a erosão produzem dois tipos de sedimentos: • Sedimentos elásticos, que são partículas depositadas fisicamente, como os grãos de quartzo e feldspato derivados de um granito alterado. (elástico é derivado da palavra grega klastos, "quebrado".) Esses sedimentos são depositados pela água corrente, pelo vento e pelo gelo e formam camadas de areia, silte e cascalho. O asterisco indica que o mineral é um silicato. • Sedimentos químicos e bioquímicos, que são substâncias químicas novas que se formam por precipitação quando alguns dos componentes das rochas dissolvem-se durante o intemperi mo e são calTegados pelas águas dos rios para o mar. Entre esse_ sedimentos incluem-se as camadas de minerais como a halita (cloreto de sódio) e a calcita (carbonato de cálcio, freqüentemente encontrado na forma de recifes e conchas). CAPíTULO 4. Rochas: Registros de Processos o SISTEMA Geológicos 1107 TERRA SISTEMA DO CUMA ... e depositadas como camadas de sedimento no solo ou na água, ... ... onde elas formam camadas paralelas ou estratificação. Os sedimentos soterrados Iitificam-se pela compactação e cimentação. Figura 4.4 O intemperismo desintegra a rocha em partículas menores, que são carregadas morro e rio abaixo pela erosão, sendo depositadas como camadas de sedimentos ao longo das margens continentais. Outro tipo de sedimento é produzido por precipitação bioquímica, como a formação dos recifes de corais. Enquanto as camadas acumulam-se e vão sendo gradualmente soterradas, elas litificam, endurecendo até virar uma rocha sedimentar. (Esquerda) Arenito laminado [Breck P. Kent]; (direita) calcário fossilífero [Peter Kresan]. ;)0 sedimento à rocha sólida -.litificação é o processo que converte os sedimentos em rocha - 'lida, e isso ocorre de uma das seguintes maneiras: Por compactação, quando os grãos são compactados pelo pe: do sedimento sobreposto, formando uma massa mais densa -: e a original. Por cimentação, quando minerais precipitam-se ao redor das 'culas depositadas e agregam-nas umas às outras. Os sedimentos são compactados e cimentados depois de se:=m soterrados sob mais camadas de sedimentos. Dessa manei~ o arenito é formado por litificação de partículas de areia e o :alcário, pela litificação de conchas e de outras partículas de bonato de cálcio. Camadas de sedimentos 0- sedimentos e as rochas sedimentares são caracterizados pe- estratificação, a formação continuada de camadas paralelas -b edimentos à medida que as partículas depositam-se no fun.10do mar, de um rio ou da superfície do terreno. Pelo fato de as rochas sedimentares serem formadas por processos superficiais, elas cobrem grande parte dos continentes e do fundo dos oceanos. A maioria das rochas encontradas na superfície terrestre é sedimentar. Todavia, o volume dessas rochas é menor que o das rochas ígneas e metamórficas - que constituem o principal volume da crosta -, pois dificilmente são preservadas (Figura 4.5). Minerais comuns Os minerais comuns dos sedimentos elásticos ão o silicatos, porque eles predominam nas rochas que são alteradas para formar as partículas sedimentares (ver Quadro 4.1). O minerais mais abundantes nas rochas sedimentares elásticas ão o quartzo, o fe1dspato e os argilominerais. Os minerais mais abundantes no edimentos precipitados química ou bioquimicamente são o arbonatos, como a calcita, o principal constituinte do calcário. A do10mita, também encontrada no calcário, é um carbonato de magnésio e cálcio formado por precipitação durante a litificação. Dois outros sedimentos químicos - a gipsita e a halita - formam-se por precipitação quando a água do mar evapora. 8 ?aR ::mender a Terra Área da superfície terrestre D Os sedimentos e as rochas sedimentares cobrem a maior parte da superfície dos continentes e do fundo dos oceanos ... Minerais comuns Os silicatos são os minerais mais abundantes das rochas metamórficas, pois as rochas parentais também são ricas nesses minerais (ver Quadro 4.1). Os minerais típicos das rochas metamórficas são o quartzo, o feldspato, a mica, o piroxênio e os anfibólios (os mesmos silicatos também característicos das rochas ígneas). Muitos outros silicatos - como a cianita, a estaurolita e algumas variedades de granadas - são exclusivos das rochas metamórficas. Esses minerais formam-se sob condições de alta pressão e temperatura na crosta e não são característicos das rochas ígneas. Eles são também bons indicadores do metamorfismo. A caleita é o principal mineral dos mármores, os quais são caleários metamorfizados. fi...mas são de difícil preservação quando comparados com as rochas ígneas e metamórficas, que constituem a maior parte do volume da crosta. As trajetórias de pressão-temperatura-tempo Volume da crosta Figura 4.5 Os sedimentos e as rochas sedimentares cobrem a maior parte da superfície dos continentes e do fundo dos oceanos. has metamórficas As rochas metamórficas têm seu nome derivado das palavras gregas que significam "mudança" (meta) e "fornla" (morphe). Essas rochas são produzidas quando as altas temperaturas e pressões das profundezas da Terra atuam em qualquer tipo de rocha - ígnea, sedimentar ou outra rocha metamórfica - para mudar sua mineralogia, textura ou composição química - embora mantendo sua forma sólida. As temperaturas do metamorfismo estão abaixo do ponto de fusão das rochas (aproximadamente 700°C), mas são altas o bastante (acima de 250°C) para as rochas modificarem-se por recristalização e por reações químicas. Metamorfismo truturalmente por dobras. As texturas granulares são mais típicas da maioria das rochas de metamorfismo de contato e de certas rochas de metamorfismo regional formadas por temperatura e pressão muito altas. regional e de contato O metamorfismo pode ocorrer numa área extensa ou, pelo contrário, limitada (Figura 4.6). O metamorfismo regional ocorre onde as altas pressões e temperaturas estendem-se por regiões amplas, o que acontece onde as placas colidem. O metamorfismo regional acompanha as colisões das placas, resultando na formação de cadeias de montanhas e no dobramento e fraturamento das camadas sedimentares que até então eram horizontais. Onde as temperaturas altas restringem-se a áreas pequenas, como as rochas que estão perto ou em contato com uma intrusão, as rochas ão transformadas por metamorfismo de contato. Y1uitas rochas metamorfizadas regionalmente, como os xistos. Iêm uma foliação característica, isto é, superfícies onduladas ou planares produzidas quando a rocha foi deformada es- A tectônica de placas produz metamorfismo de contato regional, um processo dinâmico no qual os volumes de rocha são submetidos a mudanças de condições de pressão e temperatura ao longo do tempo. Conseqüentemente, as rochas metamorfizadas regionalmente contêm assembléias minerais distintivas, nas quais as mais antigas são substituídas por assembléias posteriores. Tais rochas registram, dessa forma, os regimes de pressão e temperatura que mudam com o tempo. As trajetórias de pressão-temperatura-tempo são gravadas não somente por mudanças nas assembléias minerais, mas também por mudanças nas composições químicas dos minerais presentes. As trajetórias metamórficas de pressão-temperatura-tempo serão discutidas em detalhe no Capítulo 9. I e as rochas são encontradas As rochas não são encontradas na natureza convenientemente divididas em corpos separados - ígneas aqui, sedimentares ali e metamórficas em um outro lugar. Em vez disso, nós as encontramos dispostas segundo os padrões deternlinados pela história geológica de uma região. Os geólogos mapeiam esses padrões tanto em superfície como suas projeções em profundidade e tentam deduzir o passado geológico da variedade e da distribuição das rochas presentes. Se fôssemos fazer uma perfuração em algum ponto da Terra, encontraríamos rochas que representam a história geológica daquela região. Nos primeiros poucos quilômetros superficiais de muitas regiões, provavelmente seriam encontradas apenas rochas sedimentares. Perfurando mais fundo, talvez 6 a 10 km para baixo, normalmente penetraríamos em uma área subjacente de rochas ígneas e metamórficas mais antigas. Na verdade, milhares de sondagens relativamente rasas foram perfuradas nos continentes na procura por óleo, água e recursos minerais. Essas sondagens são as maiores fontes de informação, principalmente sobre as rochas sedimentares e sua história. Na busca por mais dados na crosta continental profunda, os governos de vários países - incluindo os Estados CAPíTULO 4 • Rochas: Registros de Processos Geológicos 11 09 Crosta continental Litosfera continental Astenosfera o metamorfismo de contato ocorre em áreas limitadas onde a intrusão magmática metamorfiza a rocha vizinha pela ação do calor, formando os cornubianitos. o metamorfismo de ultra-alta pressão ocorre na litosfera continental profunda e na crosta oceânica. o metamorfismo regional ocorre onde altas pressões e temperaturas estendem-se por vastas regiões. o metamorfismo de alta pressão e baixa temperatura ocorre onde há subducção de crosta oceânica na borda principal de uma placa continental. gura 4.6 As rochas metamórficas formam-se sob quatro condições principais. Os exemplos de rochas -::>strados aqui são (da esquerda para a direita): cornubianitos [Biophoto Associates/Photo Researchers]. :: agito [Julie Baldwin), micaxisto [John Grotzinger] e xis tos azuis [Mark Cloos]. ~nidos, a Alemanha e a Rússia - realizaram perfurações mui~ profundas nos continentes. O furo mais profundo, na Rús_'a, tem mais de 12 km, excedendo a profundidade de qual.?Uerfuro comercial. Uma grande parte de nosso conhecimento sobre as rochas :'0 fundo oceânico vem de centenas de sondagens perfuradas :leIo Projeto de Perfuração em Mar Profundo,3 um programa ::m andamento para perfurar o fundo do mar em toda a parte em _usca de informações geológicas. Esse projeto iniciou nos Es- dos Unidos no final da década de 1960, ao mesmo tempo em que a teoria da tectônica de placas varreu a comunidade geoló_'ca. Atualmente, é um empreendimento internacional (o Programa de Perfuração Oceânica4) continuado com a cooperação os maiores países marítimos. Mesmo com todas essas fontes de informações sobre o que - a abaixo da superfície terrestre, os geólogos continuam a ;:-onfiarnas rochas expostas em afloramentos, lugares onde o substrato rochoso - a rocha subjacente aos materiai oito na superfície - está exposto (Figura 4.7). Os afloramento yariam de região para região, pois exemplificam a estrutura geológica da Terra em um ponto específico. Em uma viagem pela América do Norte, deveríamos percorrer muitos tipos de afloramentos (Figura 4.8). Começando pelo Pacífico. en ontraríamos falésias à beira-mar desde o México até o Canadá (Figura 4.8a). Entre a Costa Oeste e a encosta de barlayemo das .\lontanhas Rochosas, as quais se estendem desde o ~oyO .\léxico (EUA), no sul, até Alberta, no Canadá (Figura 4. b). ão abundantes os afloramentos de todos os tipos de rochas. eja em cânions e montanhas, seja nos penhascos das regiõe montanhosas relativamente secas dessa região, que repre entam uma terça parte da superfície do continente norte-americano. Desde as Montanhas Rocha as, no oe te, até os Montes Apalaches, no leste, a paisagem é dominada pelas planícies e pradarias do Meio-Oeste dos Estados Unidos5 e pelas ProvÍn- =>.='C =-"1.e der a Terra Figura 4.7 Os afloramentos são lugares onde a rocha fresca - a rocha subjacente aos materiais da superfície soltos, como solo e matacões - está exposta. 11 Montanhas Rochosas cias das Pradarias do Canadá.6 Nessa região, os afloramentos são escassos, pois a maioria das rochas sedimentares expostas está coberta por solo e sedimentos depositados pelos rios, como o Missouri e seus tributários. Aqui, os afloramentos ocorrem em morros baixos e vales suaves (Figura 4.8c). As planícies costeiras atlânticas cobrem a região sudeste de Nova Jersey até as Carolinas e a Georgia, a leste, e o Texas, a Louisiana, o Mississipi e o Alabama, ao sul. Aqui, as rochas sedimentares pouco litificadas e relativamente macias estão expostas em afloramentos similares àqueles das Grandes Planícies. Boas exposições podem ser encontradas em tabuleiros ocasionais ao longo da linha costeira. Mais ao sul, na Flórida, afloramentos de calcário podem ser encontrados em montes baixos e ao longo do arquipélago conhecido como Ilhas Flórida? (Figura 4.8d). Para o norte, os afloramentos tornam-se mais numerosos ao alcançarmos os Montes Apalaches. Na paisagem montanhosa e escarpada da Nova Inglaterra8 e das Províncias Atlânticas do Canadá,9 podemos encontrar bons afloramentos, com as melhores exposições dispostas ao longo da linha costeira. Nesse clima mais úmido, a maioria das rochas das partes baixas é coberta por vegetação abundante e solo; todavia, existem muitos afloramentos ao longo dos penhascos e das bordas, especialmente nas partes mais altas das cristas e das montanhas (Figura 4.8e). do Canadá CAPíTULO 4 • Rochas: Registros de Processos Geológicos ~ Como esse registro de viagem indica, a presença e os tipos ~ ;:floramentos dependem da natureza da paisagem, a qual, por yez, depende da estrutura geológica da região, da sua histó- c do seu clima atual. Nos próximos capítulos, exploraremos maior detalhe como os tipos de rochas estão relacionados _::ill as estruturas geológicas (Capítulo 10) e com as paisagens " ítulo 19). Agora, entretanto, voltaremos para o ciclo das ro-. o qual- em combinação com a tectônica de placas - reve::omo os três grupos de rochas estão inter-re1acionados e co- eles se refletem na estrutura e na história geológicas. cio das rochas: interação dos stemas da tectônica de placas e do clima I ciclo das rochas é o resultado das interações de dois dentre os ~- sistemas fundamentais da Terra: o sistema da tectônica de ::~ as e o sistema do clima. Controlados pelas interações des- dois sistemas, materiais e energia são trocados entre o inte- r da Terra, a superfície terrestre, os oceanos e a atmosfera. ":; exemplo, a fusão de placas litosféricas em subducção e a :~ação de magma resultam de processos operantes dentro do ema da tectônica de placas. Quando essas rochas fundidas =:uravasam, matéria e energia são transferidas para a superfície '=rrestre, onde o material (as rochas recém-formadas) é subme_do ao intemperismo pelo sistema do clima. O mesmo procesinjeta cinza vulcânica e o gás dióxido de carbono nas por~5e superiores da atmosfera, onde eles podem afetar todo o _illna mundial. À medida que muda o clima global, talvez fi_:mdo mais quente ou mais frio, também muda a taxa de intem~erismo da rocha, o que, por sua vez, influencia a taxa com que material (sedimento) retoma para o interior da Terra. A idéia da Terra como um sistema ainda não havia sido pror ta quando o escocês James Hutton descreveu o ciclo das ro_ as, em uma apresentação oral em 1785, na Sociedade Real de ~burgo. 10 Dez anos depois, ele apresentou o ciclo em maior "~talhe em seu livro Teoria da Terra, com provas e ilustrações. Como geralmente acontece na história da ciência, outros cientis- tanto da Inglaterra como do continente europeu - também onheceram os elementos da natureza cÍclica da mudança geo,gica. O papel de Hutton foi o de sintetizar isso: ele apresentou grande cenário que nos possibilitou entender o processo. Daremos atenção aqui a um ciclo em particular, reconhe:~ndo que esses ciclos variam com o tempo e com o lugar. Começaremos com um magma na profundeza da Terra, onde as temperaturas e as pressões são altas o ufi ieme para fundir qualquer tipo de rocha: ígnea, metamórfi a ou edimentar (Figura panorâmica 4.9). Hutton chamou a fu ão das rochas na profundeza da crosta de episódio plurôni o. em referência a Plutão, o deus romano do mundo subterrâneo .. -\gora. referimos todas as intrusões ígneas como rochas plutônicas. enquanto as extrusivas são conhecidas como rochas lUlcâni· caso Quando uma rocha preexistente se funde. todo o eu componentes minerais são destruídos e seu elemento químicos são homogeneizados, resultando em um líquido aquecido. À medida que o magma esfria, cristais de no"o minerais crescem e formam novas rochas ígneas. A fusão e a formação de rochas ígneas ocorrem preferencialmente ao longo das bordas colisionais ou divergentes das placas tectônica . bem como em plumas mantélicas, como será visto nos próximos capítulos. O ciclo começa com a subducção de uma placa oceânica em uma placa continental. As rochas ígneas que se formam nas bordas onde as placas colidem, juntamente com as rochas sedimentares e metamórficas associadas, são então soerguidas para formar uma cadeia de montanhas à medida que uma secção de crosta terrestre dobra-se e deforma-se. Os geólogos chamam esse processo, o qual inicia com a colisão de placas e finaliza com a formação de montanhas, de orogenia. LL Após o soerguimento, as rochas da crosta que recobrem as rochas ígneas soerguidas são vagarosamente meteorizadas. O intemperismo cria um material desagregado, que, então, a erosão espalha para longe, expondo a rocha ígnea à superfície. As rochas ígneas assim expostas sofrem intemperismo e mudanças químicas OCOITemem alguns minerais. Os minerais de feITO,por exemplo, podem "enfelTUjar" para formar óxidos. Os minerais de alta temperatura, como os feldspatos, podem tornar-se minerais argilosos de baixa temperatura. Os minerais, como o piroxênio, podem dissolver-se completamente à medida que as chuvas caem sobre eles. O intemperismo das rochas ígneas produz novamente vários tamanhos e tipos de detritos de rochas e material dissolvido, que são carregados pela erosão. Alguns desses materiais são transportados no terreno pela água e pelo vento. Muitos dos detritos são transportados pelos córregos para os rios e, por fim, para o oceano. No oceano, os detritos são depositados como camadas de areia, silte e outro edimentos formados a partir de material dissolvido, tal como o carbonato de cálcio das conchas. Os sedimentos depositados no mar, assim como aquele depositados no continente pela água e pelo vento, são soteITados por sucessivas camadas de sedimentos, onde litificam "agaro- Igura 4.8 Afloramentos encontrados na América do Norte. (a) Falésias rochosas na costa oeste no Cabo Kiwanda, Oregon. Falésias costeiras como estas proporcionam fácil acesso à rocha fresca para o seólogo. [Fred Hirschmann] (b) As montanhas espetaculares das Rochosas do Canadá fornecem tanto a seólogos quanto a alpinistas a oportunidade de estudar as rochas. [D. Robert Franz and Lorri :"ranz/Corbis] (c) Os vales suaves de Wisconsin são o local favorito dos geólogos do Meio-Oeste Setentrional. [David Dvorak, Jr.] (d) Montanhas de Shawangunk, em Nova York. Embora essas montanhas sejam antigas (parte da cadeia dos Montes Apalaches), excelentes afloramentos de rocha fresca ocorrem as vertentes íngremes. [Carr Clifton] (e) Na Flórida (EUA), alguns dos melhores afloramentos ocorrem as Ilhas F/órida, que têm recifes antigos expostos nas suas porções centrais. [Robert N. Ginsburg] 2 aR - o CICLO tender a Terra DAS ROCHAS É A INTERAÇÃO DOS SISTEMAS DA TECTÔNICA DE PLACAS E DO CLIMA O SISTEMA TERRA SISTEMA DO CLIMA A subducção de uma placa oceãnica em uma placa continental soergue uma cadeia de montanhas vulcãnicas. TECTÔNICA SISTEMADA~ DE PLACAS (a) ~ Crosta continental oceãnica A placa que subducta funde-se à medida que mergulha. O magma ascende da placa fundida e do manto e extravasa-se como lava ou intrude-se na crosta. / Litosfera continental I Crosta ~ O magma esfria para formar as rochas ígneas: as rochas vulcãnicas cristalizam do magma ou da lava extrudida; e as rochas plutõnicas cristalizam das intrusões subterrâneas. Fusões subseqüentes ou a subducção de outra placa oceãnica recomeçam o ciclo. À medida que uma rocha sedimentar é soterrada em maiores profundidades na crosta, ela torna-se mais quente e metamorfiza-se. As rochas ígneas também podem metamorfizar-se. As montanhas soerguidas forçam o ar carregado de umidade a ascender, esfriar, condensar e precipitar. Ao longo das margens tectonicamente ativas, por exemplo, onde os continentes colidem, as rochas sâo soterradas ou comprimidas por pressâo extrema, em um processo chamado orogenia. (c) Rocha sedimentar A precipitação, o congelamento e o degelo criam material solto - sedimento que é carregado pela erosão ... Do soterramento é acompanhado de subsidência, que é o afundamento da crosta da Terra. ... e é transportado para o oceano por rios, onde é depositado como camadas de areia e silte. As camadas de sedimentos são soterradas e sofrem Subsidência Iitificação, tornando-se rochas sedimentares. - CAPíTULO 4 • Rochas: Registros de Processos Geológicos ~ -~nte para formar as rochas sedimentares. O soterramento é JIDpanhado de subsidência - uma depressão ou afundamencrosta terrestre. Enquanto a subsidência continua, cama- dicionais de sedimentos vão sendo acumuladas. Em alguns casos - por exemplo, ao longo das margens ativas ~ placas tectônicas -, a subducção força as rochas sedimenta-descerem progressivamente a maiores profundidades (ver ~5Ufll4.6).À medida que a rocha sedimentar litificada é soterra~ a profundidades maiores da crosta, fica mais quente. Quando _ ~fundidade excede a IO km e as temperaturas ficam maiores 300°C, os minerais da rocha ainda sólida começam a se . -formar em novos minerais, os quais são mais estáveis nas al-:. -emperaturas e pressões das partes mais profundas da crosta. - rocesso que transforma as rochas sedimentares em rochas órficas é o metamorfismo. Com mais calor, as rochas pofundir-se e formar um novo magma, a partir do qual as ro- ígneas irão cristalizar, recomeçando o ciclo. Como visto anteriormente, essa série de processos é ape-.- uma variação entre muitas que podem ocorrer no ciclo das -has. Qualquer rocha - metamórfica, sedimentar ou ígnea e ser soerguida durante uma orogênese e meteorizada e ida para formar novos sedimentos. Certos estágios podem omitidos, por exemplo: quando uma rocha sedimentar é rguida e paulatinamente erodida, o metamorfismo e a fu;= não acontecem. Os estágios podem, também, estar fora de _ üência, como no caso de uma rocha ígnea formada no in-=tior que é metamorfizada depois de ser soerguida. Também, _ mo sabemos das sondagens profundas, certas rochas íg- _ , localizadas a muitos quilômetros de profundidade na :-=o ta, podem nunca ser soerguidas ou expostas ao intempe:=-mo e à erosão. O ciclo das rochas nunca tem fim. Está sempre operando em -erentes estágios em várias partes do mundo, formando e ero~do montanhas em um lugar e depositando e soterrando sedintos em outro. As rochas que compõem a Terra sólida são re_- ladas continuamente, mas só podemos ver as partes do ciclo -. e ocorrem na superfície e, portanto, devemos deduzir a reci:~agem da crosta profunda e do manto por evidências indiretas. Um processo que os geólogos não percebiam no tempo de 3.utton é O intemperismo do fundo oceânico ou o metas soma--mo, o qual foi reconhecido apenas após a descoberta da tec:ornca de placas. Os processos envolvem mudanças químicas ~tre a água do mar e o fundo submarino nas cadeias mesoceâ. as. Esse processo suplementa de forma significativa o retoro de elementos importantes para o interior da Terra, que é cau- do pelo intemperismo comum de superfície. Se o metassoma. mo do fundo submarino não ocorresse, as composições quí;:nicas do oceano e da atmosfera seriam bem diferentes. ,'\'cio das rochas e os sistemas restres: únicos no sistema solar O ciclo das rochas que acabamos de descrever é exclusivo da Terra porque o sistema da tectônica de placas e o do clima são diferentes daqueles que ocorrem em outros planeta terrestres. Não há rochas sedimentares na Lua e em Vênus, por exemplo, pois eles não têm hidrosfera nem atmosfera e seus climas são profundamente diferentes do nosso. Todas as rochas encontradas na superfície de Vênus foram afetadas e modificadas de vários modos pelas altas temperaturas e pela atmosfera rica em ácido sulfúrico, que caracteriza seu clima atual. A falta de água na superfície e a fina atmosfera deste planeta nos permitem dizer que o intemperismo e a erosão atual em Marte seguem uma rota diferente daquela que acontece na Terra. Esses exemplos mostram como os sistemas básicos e suas interações, que caracterizam um planeta, controlam o modo como esse planeta funciona. Com essa introdução ao mundo das rochas, estamos prontos para começar a estudá-Ias. Nos Capítulos 5 e 6, veremos a origem geológica dos magmas e os tipos de rochas ígneas que se formam a partir da cristalização deles, um quadro mais detalhado do funcionamento da tectônica de placas e a dinâmica dos vulcões e de suas erupções. Nos Capítulos 7 e 8, exploraremos o intemperismo, as características das partículas sedimentares e os modos por meio dos quais diversos sedimentos e rochas sedimentares são produzidos. Completaremos nossas considerações sobre as rochas no Capítulo 9, examinando como a alta temperatura e a pressão afetam as rochas preexistentes e como o metamorfismo se relaciona com a tectônica de placas e a oro gênese. I RESUMO o que determina as propriedades dos vários tipos de rochas que se formam nas profundezas e na superfície da Terra? A mineralogia (os tipos e proporções de minerais que constituem a rocha) e a textura (os tamanhos, as formas e o arranjo espacial de seus cristais ou grãos) defrnem uma rocha. A mineralogia e a textura de uma rocha são determinadas pelas condições geológicas sob as quais foi formada, incluindo a composição química, seja nas várias condições de alta temperatura e pressão do interior da Terra, seja na superfície. onde as temperaturas e as pressões são baixas. Figura panorâmica 4.9 O ciclo das rochas, como proposto por James Hutton há mais de 200 anos. As rochas submetidas ao intemperismo e à erosão formam sedimentos, os quais se depositam, são soterrados e litificam.Após o soterramento profundo, as rochas sofrem metamorfismo, fusão ou ambos. Por meio da orogênese e dos processos vulcânicos, elas são soerguidas, para serem, então, ovamente recicladas. [Jgnea (granito): J. Ramezani. Metamórfica (gnaisse): Breck P.Kent. Sedimentar (arenito): Breck P.Kent. Sedimento (areia e cascalho): RexElliot] ender a Terra . são os três tipos de rochas e como eles se formam? As :oc - formam- e por cristalização dos magmas ao resfiiarem-~ .. -\5 rochas ígneas intrusivas formam-se no interior da Terra e --m cri [ais grandes. As rochas ígneas extrusivas, as quais se formam na superfície, onde as lavas e cinzas extravasam de vulcões, :êm uma textura vítrea ou granular fina. As rochas sedimentares formam-se pela litificação de sedimentos após serem soterrados. Os sedimentos são derivados do intemperismo e da erosão das rochas expostas na superfície terrestre. As rochas metamórficas formam-se por alteração no estado sólido de rochas ígneas, sedimentares ou outras rochas metamórficas que são submetidas a altas temperaturas e pressões no interior da Terra. Como o ciclo das rochas descreve a formação destas como produtos dos processos geológicos? O ciclo das rochas relaciona os processos geológicos para a formação de cada um dos três tipos de rocha a partir dos outros. Podemos ver os processos iniciando em qualquer ponto do ciclo. Começamos com a formação das rochas ígneas pela cristalização do magma no interior da Terra. As rochas ígneas são, então, soerguidas para a superfície no processo de formação de montanhas. Aí, elas são expostas ao intemperismo e à erosão, que produzem sedimentos. Os sedimentos são levados de volta para as profundezas da Terra por soterramento e litificam para formar uma rocha sedimentar. O soterramento profundo leva ao metamorfismo ou fusão e, nesse ponto, o ciclo recomeça. A tectônica de placas é o mecanismo que faz o ciclo operar. I Conceitos e termos-chave • afloramento (p. 107) • rocha ígnea intrusiva (p. 105) • ciclo das rochas (p. 109) • rocha metamórfica (p. 104) • erosão (p. 104) • rocha plutônica (p. 111) • estratificação (p. 106) • rocha sedimentar (p. 106) • foliação (p. 108) • rocha vulcânica (p. 111) • intemperismo (p. 106) • sedimento (p. 106) • litificação (p. 107) • sedimento clástico (p. 106) • metamorfismo • sedimento químico e bioquímico (p. 106) de contato (p. 108) • metamorfismo regional (p. 108) • subsidência (p. 113) • mineralogia (p. 103) • substrato rochoso (p. 109) • orogenia ou orogênese (p. 111) • textura (p. 103) • rocha (p. 103) • trajetória de pressão-temperatura-tempo (p. 108) • rocha ígnea (p. 103) • rocha ígnea extrusiva (p. 105) I Exercícios 1. Quais são as diferenças entre rochas ígneas extrusivas e intrusivas? 2. Quais são as diferenças entre metamorfismo regional e de contato? 3. Quais são as diferenças entre rochas sedimentares clásticas e químicas ou bioquímicas? 4. Liste três silicatos comuns encontrados em cada grupo de rochas: ígneas, sedimentares e metamórficas. 5. Dos três grupos de rochas, quais se formam na superfície terrestre e quais se formam no interior da crosta? 6. Onde você pode ver uma rocha nos continentes? Questões para pensar CONECTARWEB Este ícone indica que há uma animação disponível no sítio eletrônico que pode ajudá-lo na resposta. W 1. Que processos geológicos transformam uma rocha sedimentar em uma ígnea? 2. Cite um mineral encontrado apenas em rochas sedimentares que possa ser utilizado para distinguir essas rochas de granulação fina formadas por lama litificada de uma rocha ígnea extrusiva. 3. À medida que o magma esfria, o que pode causar diferenças no tamanhos dos cristais de duas rochas intrusivas, uma com cristais de aproximadamente 1 cm de diâmetro e a outra com cristais de 2 mrn de diâmetro? 4. Em qual intrusão ígnea você esperaria encontrar uma zona de metamorfismo de contato mais larga: numa intrusão de um magma muito quente ou em outra, de um magma mais frio? W 5. Descreva os processos geológicos pelos quais uma rocha ígnea é transformada em metamórfica e então exposta à erosão. 6. Descreva os tipos de afloramentos que são encontrados em diversos lugares de sua cidade natal. Se não há nenhum, explique como você poderia determinar a natureza da rocha fresca soterrada. 111. ~ 7. Como a tectônica de placas explica o plutonismo? 8. Utilizando o ciclo das rochas, trace a rota percorrida desde um magma até uma intrusão granítica, passando a um gnaisse metamórfico e, por fim, transformando-se em um arenito. Certifique-se de incluir o papel da tectônica e os processos específicos que originam essas rochas. 9. No início da história da Terra, quando não havia oceanos e existia apenas uma tênue atmosfera, a tectônica de placas não era ativa ou era muito menos desenvolvida do que é atualmente. Como poderiam essas condições, comparadas com aquelas existentes hoje, afetar o ciclo das rochas e incidir nos principais tipos destas? CAPíTULO 4 • Rochas: Registros de Processos Geológicos ~ Embora as rochas ígneas, metamórficas e sedimentares tenham di~>as marcantes, todas são classificadas utilizando-se quase os - SInOS princípios gerais. Que características das rochas são comuns sificação das três categorias? __ o Onde as rochas ígneas são mais encontradas? Como você pode ter -~za de que uma rocha é ígnea e não sedimentar ou metamórfica? • Considere que, em um trabalho de campo no Arizona (EUA), vo~;:TI ontrou uma amostra de rocha perto de um extenso afloramento = _ :evou para identificação em laboratório. Uma lâmina da rocha mos:=!. que ela contém traços de quartzo, feldspatos, mica e hornblenda. '·~tifique a rocha e explique como você chegou a essa conclusão. nvestigue você mesmo Sugestões de leitura em português Allegre, C. 1987. Da pedra à estrela. L' boa: Dom Quixote. Madureira Filho, J. B., Atencio, D. e:\l rearh. L _000. :\1inerais e rochas: constituintes da Terra sólida. lu: Teixeira. W.. Toledo. :\1. C. M. de, Fairchild, T. R. e Taioli, F. (orgs.) 2000. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos. p. 27-42. Rose, S. V. 1994. Atlas da Terra: as forças que fonnmn e moldam nosso planeta. (Ilustrado por Richard Bonson.) São Paulo: :\Iartins Fontes. Symes, R. F. 1995. Rochas e minerais. (Enciclopédia yj ual) Li boa: Verbo. Time-Life/Abril Coleções. 1996. Planeta Terra. São Paulo: A.bril Livros. Weiner,1. 1986. Planeta Terra. São Paulo: Martins Fontes. ~ ntificando as pedras de construção - - pedras de construção freqüentemente são indícios da geologia 10Uma pedra local costuma ter tanto uma melhor relação custo-be- ~ io quanto ser um motivo de orgulho para a comunidade. Com parceria, examine as pedras das construções que você encontra na 'ersidade ou em sua comunidade. Escolha de quatro a seis tipos de ::cdras que pareçam diferentes e registre suas localizações em um ma- ~al. Desenhe cada pedra em uma folha de papel e registre suas ca~~rísticas, como cor, tamanho de grão, presença ou ausência de acaento e se ela parece conter apenas um ou mais minerais. Também .. creva qualquer evidência de intemperismo químico ou físico e jul=~ se a pedra é de boa qualidade para a construção. Então, decida se ~ ,5 mais parecida com uma rocha ígnea, metamórfica ou sedimentar = =xplique por quê. Por fim, compare um mapa geológico da área com descobertas no campo e explique por que as pedras que você des---=,;euretratam ou não a geologia local. Faça um põster organizado, endo seus desenhos, observações e inferências. ---=. Notas de tradução I 1 Também Essa pedra de cor preta, encontrada pelo exército Francês em 1799, contém gravado um decreto comemorativo ao coroamento de Ptolomeu V em três tipos de escrita: no topo, em hieróglifos; no centro, em demótico; e, em baixo, em grego. Com base nela, em 1822, o francês Jean-François Champollion decifrou os hieróglifos, afirmando que eram parcialmente ideográficos e parcialmente fonéticos. Com isso, fundou a egiptologia. Atualmente, a pedra encontrase no Museu Britânico, em Londres. 3 Deep Sea Drilling Project. 4 Ocean Drilling Programo 5 Nessa região densamente povoada, formada pelo triângulo da fronteira canadense dos Grandes Lagos e os cursos dos rios Missouri e Ohio, encontram-se os seguintes estados norte-americanos: Ohio, Michigan, Indiana, IlIinois, Wisconsin, Minnesota, Iowa, Missouri. Kansas, Nebraska, Dakota do Norte e Dakota do Sul. 6 As Províncias das Pradarias são três: Alberta, Saskatchewan e Manitoba. 7 Também chamadas de Florida Keys. 8 Região no extremo nordeste dos Estados Unidos, onde de embarcaram os colonos ingleses, formada pelos estados de :\Iaine. New Hampshire, Vermont, Massachusetts, Rhode Island e Connecticut. Sugestões de leitura Blatt, H., and Tracy, R. J. 1996. Petrology: 19neous, Sedimentary, J1etamorphic, 2ed. New York: W. H. Freeman. Dietrich, R. v., and Skinner, B. J. 1980. Rocks and Rock Minerais. -::'I\'York:Wiley. Ernst, W. G. 1969. Earth Materiais. Englewood Cliffs, N. 1.: Pren-~ Hall. Prinz, M., Harlow, G., and Peters, J. 1978. Simon & Schuster's :: 'de to Rocks and Minerais. New York: Sirnon & Schuster. Spear, Frank S. 1993. Metamorphic phase equilibria and prese-temperature-time paths. Minera10gica1 Society of America, ronograph 22. conhecida como púmice. 2 Região mais oriental do Canadá, formada pelas provínci d~ Terra Nova, Nova Escócia, Nova Brunswick e ilha Príncipe Eduardo. 10 Royal Society of Edinburgh. 9 11 Também chamada de orogênese.