CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA CLÍNICA OTORRINOLARINGOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA NO PROCESSO DE INDICAÇÃO, SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE PRÓTESE AUDITIVA DEYVIS KOPSTEIN Porto Alegre 1999 CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA CLÍNICA OTORRINOLARINGOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA NO PROCESSO DE INDICAÇÃO, SELEÇÃO E ADAPTAÇÃO DE PRÓTESE AUDITIVA MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AUDIOLOGIA CLÍNICA. ORIENTADORA MIRIAM GOLDENBERG DEYVIS KOPSTEIN Porto Alegre 1999 2 RESUMO Nesta monografia de pós-graduação, abordarei a interrelação entre a Otorrinolaringologia e a Fonoaudiologia no processo de indicação, seleção e adaptação de prótese auditiva. Uma prótese auditiva, segundo Lybarger tem a função de amplificar os sons de modo que permita ao indivíduo utilizar seus “restos” auditivos de modo efetivo. Para que o processo aconteça, primeiramente, se for necessária a presença do médico Otorrinolaringologista, que irá realizar a indicação servindo de base para o trabalho de seleção e adaptação da prótese auditiva. No decorrer do trabalho, será relatado os exames necessários no processo de seleção e adaptação, os tipos de amplificação, e tipos de próteses auditivas e suas características eletroacústicas. Após ter-se selecionado e adaptado o melhor aparelho para o paciente, devese, seguir um programa de aconselhamento e orientação, como retornos freqüentes, procurando para com que o usuário torne-se mais seguro e motivado. O trabalho vem demonstrar o conhecimento que os médicos otorrinolaringologistas apresentam frente a indicação, seleção e adaptação de próteses auditivas, realizado através de uma entrevista. 3 AGRADECIMENTOS À Berenice, minha esposa, Marcelo e Mariana, meus filhos, por toda a compreensão e carinho com que acompanharam este trabalho. 4 A fonoaudióloga e amiga Alessandra Martins, pelo empenho e determinação demonstrados na fase final deste trabalho. Ao amigo Jarbas Fortes, pelo apoio e incentivo oferecidos de forma tão espontânea. 5 O ser humano é alguém que anda sempre a procura. Os endereços que buscamos variam de nome, de localização, de idade. E os caminhos pelos quais nos atiramos, como também o ritmo de nossa marcha são múltiplos, mas a essência da nossa jornada é sempre a mesma: Somos criaturas que buscam. Roque Schneider 6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 01 2. JUSTIFICATIVA............................................................................................ 03 3. DISCUSSÃO TEÓRICA................................................................................ 04 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 12 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 15 6. ANEXOS...................................................................................................... 17 7 INTRODUÇÃO A audição é um sistema complexo que permite ao ser humano comunicar-se e socializar-se. Quando este sistema sofre alguma alteração, pode comprometer o indivíduo socialmente. Sendo assim um dos primeiros procedimentos, geralmente, é a procura de um médico Otorrinolaringologista. Já se tem conhecimento de que uma Perda Auditiva Neurossensorial não permite uma intervenção terapêutica com isso a solução seria a indicação de uma prótese auditiva. Atualmente venho percebendo que os pacientes, muitas vezes, chegam ao consultório sem indicação ou quando indicados, recebem informações errôneas dos próprios médicos. Diante disso realizarei uma pesquisa cujo objetivo é conscientizar, e conhecer o grau de informação que os médicos Otorrinolaringologistas possuem frente ao processo de indicação, seleção e adaptação de aparelhos de amplificação sonora de próteses auditivas. Para uma posterior conscientização serão entrevistados unicamente médicos Otorrinolaringologistas de uma cidade localizado no sul do país. 8 O resultado servirá de base para um trabalho de divulgação e esclarecimento, dos médicos Otorrinolaringologistas, sobre o assunto e até mesmo para aprimorar o serviço de audiologia protética fazendo valorizar o papel do fonoaudiólogo enquanto profissional habilitado e qualificado para desenvolver o processo de seleção e adaptação de próteses auditivas. 9 JUSTIFICATIVA O Propósito de desenvolver uma pesquisa junto aos médicos Otorrinolaringologistas é apresentar a eles os estudos e avanços que a fonoaudiologia pode oferecer ao seu paciente em relação a prótese auditiva. Para que o fonoaudiólogo, inicie o processo de seleção e adaptação, é necessário o encaminhamento do médico Otorrinolaringologista. Tenho observado casos de surdez neurossensorial onde o médico não indicaria uma prótese auditiva, pois esta não teria função e não beneficiaria o paciente. A falsa idéia de que uma prótese auditiva não pode beneficiar os indivíduos com alterações auditivas pode ser justificada, muitas vezes por uma indicação, seleção ou adaptação inadequada. Acredito que os médicos Otorrinolaringologistas, desta região nunca acompanharam o processo de seleção e adaptação de uma prótese auditiva, nem mesmo tiveram oportunidade de trocar informações com o fonoaudiólogo. Cabe a este profissional dialogar e apresentar suas necessidades ao médico Otorrinolaringologista. Com esta integração estaremos beneficiando os nossos pacientes, que por sua vez terão a oportunidade de acompanhar um serviço de qualidade e beneficiarse da prótese auditiva, cada caso, com suas limitações. 10 DISCUSSÃO TEÓRICA Para o homem possuir linguagem e comunicar-se com seus semelhantes, é necessário que vários sistemas estejam em plena função de normalidade. Azevedo, Vieira e Vilanova (1995), comentam que a aquisição e desenvolvimento da linguagem ocorram normalmente, se faz necessário uma integridade anatomofisiológica do sistema auditivo. Qualquer alteração neste sentido, ou seja, perda ou diminuição da capacidade auditiva, poderá comprometer o indivíduo socialmente, devendo-se lembrar que a audição é o principal meio através do qual a linguagem verbal é adquirida. Almeida cita Bentler (1993), comentando que desde perdas auditivas mínimas, podem representar riscos ao desenvolvimento da linguagem. Deste modo qualquer perda de audição significante deve ser considerada candidata ao uso de amplificação. Russo e Almeida (1995), ressaltaram que independentemente do grau de perda auditiva, qualquer indivíduo que relate dificuldades auditivas e de comunicação, deveria ser considerado como candidato em potencial ao uso de aparelhos de amplificação. Segundo Samuel F. Lybarger (1986) a função da prótese auditiva é amplificar 11 os sons a um determinado grau e modo que permitirá a um indivíduo com perda auditiva utilizar sua audição remanescente de modo efetivo. Para que possamos realizar os processos de testagem e adaptação de uma prótese auditiva ao indivíduo portador de deficiência auditiva, é de suma importância uma avaliação Otorrinolaringologista. Segundo Alford & Jerger (1977), qualquer alteração auditiva é um problema de saúde em potencial e, por isso, o Otorrinolaringologista é o indivíduo base para iniciar os cuidados primários do portador de deficiência auditiva, verificando se o tratamento médico-cirúrgico deva ser realizado com procedência a reabilitação não médica. Segundo Campos Russo Almeida (1996), as doenças otológicas progressivas, assim como doenças sistêmicas com repercussões sobre o aparelho auditivo, necessitam ser descartadas ou tratadas para que não ocorram danos adicionais a saúde otológica e/ou mesmo a saúde do paciente, devendo-se sempre ser consultado o médico Otorrinolaringologista antes de qualquer indivíduo submeter-se a seleção e adaptação de um aparelho de amplificação. Segundo Martinez (1992), quando as tentativas terapêuticas (medicamentosamente e/ou cirúrgica) não apresentem solução do caso, surgirá a possibilidade de encaminhamento ao especialista em prótese auditiva no caso o fonoaudiólogo. Muller (1974) descreveu a posição do ASHA (American Speech – Language – 12 Heearing Association) a respeito da atuação do Otorrinolaringologista e do fonoaudiólogo “o Otorrinolaringologista é responsável pela função biológica da audição e é o único profissional qualificado para diagnosticar e tratar doenças do ouvido. O fonoaudiólogo é responsável pela função social da audição e aborda a utilidade prática da capacidade auditiva, visando aumentar a habilidade do deficiente auditivo em lidar com as situações da vida diária.” Fica claro a atividade que compete a cada profissional, contribuindo para o diagnóstico e o processo de habilitação do indivíduo portadores de deficiência auditiva. Segundo Russo e Almeida (1996) para a realização dos processos de testagem e adaptação de aparelho de amplificação devemos seguir alguns prérequisitos fundamentais, seguindo-se como primordial a avaliação Otorrinolaringológica, avaliação audiológica completa com os testes de audiometria tonal liminar por via aérea e via óssea logoaudiometria, imitanciometria e pesquisa do nível de desconforto (tons puros e fala). Após realizadas as avaliações auditivas e constatado a necessidade do uso aparelho de amplificação sonoro, o fonoaudiólogo em suas atribuições de seu conhecimento científico e ético profissional poderá dar início ao processo de seleção e adaptação da prótese auditiva. O processo de seleção de um aparelho de amplificação sonora não é uma tarefa simples e implica na utilização de algum procedimento clínico que permita a escolha do melhor aparelho para cada indivíduo portador de deficiência auditiva. 13 Os procedimentos fundamentais, até métodos podem variar desde técnicas matematicamente mais informais, baseados tanto na experiência do fonoaudiólogo, quando na impressão subjetiva do próprio usuário do aparelho de amplificação. Atualmente tem ocorrido grandes mudanças na tecnologia, fazendo com que a seleção da prótese auditiva, atinja o objetivo em satisfazer e propiciar a melhora da habilidade em compreender a fala. Para uma melhor habilidade em compreensão da fala, busca-se saber o que beneficia o paciente em relação à amplificações. Segundo Roos (1980), as pessoas ouvem melhor com dois ouvidos do que com um só, e indivíduos com perdas auditivas bilaterais ouvem melhor com duas próteses auditivas do que com uma só. Para Hirsch, (1950); Harris, (1965), citados por Pascoe, a audição é melhor quando ela fornece pistas suficientes para permitir a seleção de um estímulo dentre outros, que seria uma das qualidades básicas da audição binaural. Para Wrigth, (1959) o uso binauralidade é criar um meio acústico original, aproximando o deficiente auditivo das experiências auditivas normais. Segundo vários autores são muitas as vantagens da amplificação binaural, por ocorrer uma melhor localização sonora, somação binaural, eliminação do efeito sombra da cabeço e melhor reconhecimento de fala no ruído. 14 Sadlin (1994), mostra que existem algumas situações em que o portador de deficiência auditiva poderá não se beneficiar da amplificação binaural, quando as medidas do ganho funcional mostrarem não existir audição a ser medida com prótese auditiva na orelha pior, existindo uma contra-indicação médica para o uso da prótese auditiva na pior orelha e após experimentar duas próteses auditivas relatar nenhum benefício no seu uso. Hodgson (1986) mostra que quando a opção de amplificação for monaural a adaptação da prótese auditiva na pior orelha, deve ser realizada se esta for suficientemente boa para se beneficiar do uso da amplificação e a orelha melhor possuir limiares auditivos para funcionarem parcialmente sem amplificação. Para Denpsey, (1994) quando a assimetria entre os lados for significativa, a melhor orelha deve ser escolhida. Segundo Mueller (1993) mesmo que existam contra-indicações e que candidatos problemáticos ao uso de dois aparelhos com dificuldades de destreza manual, perdas auditivas assimétricas e problemas de processamento auditivo central, a amplificação binaural deve ser experimentada e avaliada a fim de se determinar sua eficácia. Para selecionar-mos o tipo de aparelho de amplificação, devemos sempre basear-nos em fatores físicos e audiológicos, verificando as características anatômicas do pavilhão auricular e meato acústico externo, observando a destreza manual do usuário, contra-indicações médicas para a oclusão do meato acústico é 15 de suma importância a configuração audiológica com grau de perda auditiva nas necessidades especiais do paciente. Iório e Almeida (1990) falam que nos dias atuais a escolha do tipo de aparelho de amplificação mais adequado para cada caso tem recaído entre as categorias dos retroauriculares e intraurais (intrauriculares, intracanais, e peritimpânicos). Convém citar a prótese auditiva do tipo bolso ou convencional, devido algumas razões. Segundo Mahon, (1983) a prótese auditiva de bolso pode fornecer uma amplificação maior, sem realimentação acústica, apresentando seus controles em tamanhos maiores facilitando o ajuste seus controles e menos chances de perda ou dano já que é fixado no corpo. Duffy (1980) nota que crianças muito pequenas, apresentam pavilhão tão flexível que não suportam aparelhos retroauriculares. Atualmente, a recomendação no uso de prótese auditiva de bolso, é feita para indivíduos adultos ou idosos com problemas de destreza manual e para crianças com comportamentos motores associados. Nos últimos anos houve um avanço considerável em todos os sentidos voltados para a miniaturização e controle de qualidade das próteses auditivas, fazendo com que as próteses retroauriculares e especialmente as intrauriculares estejam entre as mais indicadas. Gudmensen, (1994) coloca que embora as próteses auditivas intraurais não sejam tão versáteis como as retroauriculares devido ao seu espaço, acomodar vários controles, tanto externos como internos, as vantagens acústicas nas intraurais são inegáveis, em função da localização do seu 16 microfone. De modo geral, a indicação do tipo de prótese auditiva deve ser avaliado de caso para caso, sempre levando em consideração as necessidades audiológicas, e sempre que possíveis, as necessidades estéticas e um bom aproveitamento da prótese auditiva ao futuro usuário. A partir do momento, que a escolha do tipo de prótese auditiva foi realizada e houve a opção por uma delas devemos determinar as características eletroacústicas através da seleção da saída máxima, do ganho/resposta de freqüência e das características dos circuitos especiais devendo sempre ser realizadas com base nas necessidades específicas observadas na avaliação audiológica. Como o processo de seleção e adaptação de prótese auditiva não é uma tarefa simples e requer vários procedimentos, devemos na medida do possível verificar se o desempenho e o benefício oferecido está sendo real. E esta realidade no seu desempenho só pode ser oferecida através de algumas avaliações como no ganho funcional, ganho de inserção que na qual permite avaliação direta da resposta de situação na orelha e alguns testes que verifiquem a habilidade do indivíduo em compreender a fala na presença ou não de ruído. Para que o processo de seleção de prótese auditiva possa alcançar êxito, devemos nós fonoaudiólogos, seguir um programa de orientação e aconselhamento do uso de prótese auditiva, repassando com segurança e confiabilidade ao usuário de aparelho de amplificação. 17 Segundo Iervolino, Souza e Almeida (1996) o usuário de prótese auditiva deve permanecer ativo em todo este processo, que aos poucos, com ajuda profissional e familiar o indivíduo torna-se-á mais seguro e motivado, procurando superar suas dificuldades, podendo então usufruir dos benefícios oferecidos pela prótese auditiva. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS A prótese auditiva, é ainda um dos recursos mais utilizados em pessoas deficientes auditivas; cujo objetivo é amplificar o som, possibilitando ao usuário uma melhoria na qualidade de vida; pois acarretará em uma melhora da comunicação, seja ela qual for. Mas, a tarefa de protetizar, não é tão simples; exige profissionais especializados. O médico responsável pela indicação de uma prótese auditiva é o especialista em Otorrinolaringologia. Neste projeto realizei uma pesquisa com médicos desta especialidade, com a finalidade de conhecer um pouco sobre seus procedimentos e seu grau de informação sobre o processo de indicação, seleção e adaptação de AASI. Isto serviu para que pudesse conscientizar e trocar informações sobre tal assunto. Um aspecto que chamou minha atenção, foi que inicialmente houve uma certa negação por parte dos médicos em responder oralmente as questões, o que com insistência foi conseguido. Apenas um preferiu responder por escrito. Minha intenção, era evitar que houvesse leitura ou troca de idéias com as fonoaudiólogas. Os entrevistados apresentaram-se seguros, não demonstrando dúvidas, porém, foram breves e um deles parecia impaciente. Talvez pelo fato da entrevista 19 ter sido realizada em horário comercial. Ao analisar as respostas, deparei-me com uma situação que deixou-me mais tranqüilo: todos tinham a presença de uma fonoaudióloga, trabalhando em conjunto. A fonoaudiologia vem conquistando seu espaço, o que demonstra a importância do profissional fonoaudiólogo em equipes multi, inter e/ou transdisciplinar. Quanto ao conteúdo das respostas, percebi que seus conhecimentos em relação a prótese auditiva, limita-se a indicação e pouco sabem sobre o processo de seleção e adaptação. Também acredito que não estejam engajados e curiosos para participar do processo. Talvez falte uma interrelação entre o Otorrinolaringologia e a Fonoaudiologia, no que diz respeito a troca de conhecimentos e discussão de casos. O que pude notar é que ocorre apenas uma troca de serviços; ou melhor, a fonoaudióloga é apenas uma prestadora de serviços, onde o conhecimento fica restrito a cada consultório. É de suma importância que os fonoaudiólogos se imponham e demonstrem que possuem conhecimento suficiente para trocar idéias com outro profissional de áreas afins. Quem estará ganhando com esse intercâmbio é o paciente. 20 A partir daí, se faz necessário o esclarecimento da nossa função enquanto fonoaudiólogo protético. Não acredito que um folder fosse a solução, talvez, esta seria uma forma muito grosseira de abordar o assunto, pois evidenciaria diretamente o desconhecido; podendo ofender a classe otorrinolaringológica, que pouco estuda sobre próteses auditivas. Uma palestra ou encontros científicos seria menos invasivo e mais produtivo. Esta pesquisa é apenas o primeiro passo para galgarmos novos degraus da conscientização e do reconhecimento da necessidade de uma interação maior entre otorrinolaringologista e fonoaudiólogo, para que juntos possam fazer o melhor ao paciente que necessita de uma prótese auditiva. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 01. AZEVEDO, M. F.; VIEIRA, R. M.; & VILANOVA, L. C. P. --- Desenvolvimento Auditivo de Crianças Normais e de Alto Risco . Plexus Editora Ltda, São Paulo, 1995. 02. ALMEIDA, K. --- O Processo de Seleção e Adaptação de Aparelhos de Amplificação Sonora. In: FILHO, L. & COSTA, O. --- Tratado de Fonoaudiologia . Editora Roca, São Paulo, p. 463-95, 1997. 03. RUSSO, I. C. P. & ALMEIDA, K. --- O processo de Reabilitação Audiológica do Deficiente Auditivo Idoso. In: MARCHESAN, I.Q.; BOLAFFI, C; GOMES, I.C.D.; ZORZI, J.L. --- Tópicos em Fonoaudiologia . Vol II. Editora Lovise, São Paulo, p. 429-46, 1995. 04. LYBARGER, S.F. --- Características Físicas e Eletroacústicos das Próteses Auditivas. In: KATZ, J. --- Tratado de Audiologia Clínica . 3ª ed. Editora Manole, São Paulo, p. 459-96, 1989. 05. CAMPOS, C.A.H.; RUSSO, I.C.P.; ALMEIDA, K. --- Indicação, Selecão e Adaptação de Próteses Auditivas: princípios gerais. In: ALMEIDA, K. & IÓRIO, M.C.M. --- Próteses Auditivas: Fundamentos Teóricos e Aplicações Clínicas. Editora Lovise, São Paulo, p. 35-46, 1996. 06. ALFORD, B. R. & JERGER, J. ---Audiology and Otolaringology --- A Continuing Partnership. Arch. Otolaringol., 103: 249-50, 1977. 07. MARTÍNEZ, J. --- Próteses Auditivas. In: CASANOVA, J.P.; & COL. --- Manual de fonoaudiologia. 2ª ed. Artes Médicas. Porto Alegre, p. 212-31, 1992. 08. PASCOE, D.P. --- Avaliação da Prótese Auditiva. In: KATZ, J. --- Tratado de Audiologia Clínica. 3a. ed. Editora Manole, São Paulo, p. 950-62, 1989. 09. WERNICK, J.S. --- Uso de Próteses Auditivas. In: KATZ, J. --- Tratado de Audiologia Clínica. 3 ª ed. Editora Manole, São Paulo, p. 925-49, 1989. 22 10. SANDLIN, R.E. --- Fitting Binaural Amplification to Assymetrical Hearing Loos. In: VALENTE, M. (ed). Strategies for Selecting and Verifying Hering Aid Fittings. Thieme Medical Publischers, New York, p. 207-27, 1994. 11.IÓRO, M.C.M. & MENEGOTTO, I.H. --- Aparelhos Auditivos. In: FILHO, L. & COSTA, O. --- Tratado de Fonoaudiologia . Editora Roca, São Paulo, p. 237-61, 1997. 12. IERVOLINO, S.M.S.; SOUZA, M.C.; & ALMEIDA, K. --- O Processo de Orientação ao Usuário de Próteses Auditivas. In: ALMEIDA, K. & IÓRIO, M.C.M. Próteses Auditivas: Fundamentos Teóricos e Aplicações Clínicas. Editora Lovise, São Paulo, p. 191-203, 1996. 13. ALMEIDA, K. & IÓRIO, M.C.M. --- Próteses Auditivas: Fundamentos e Aplicações Clínicas. Editora Lovise, São Paulo, 1996. 23 ANEXOS 24 QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS OTORRINOLARINGOLOGISTAS 01) Qual é o objetivo do uso de próteses auditivas? 02) Qual é o papel do Otorrinolaringologista no processo de indicação, seleção e adaptação de prótese auditiva? 03) Qual a sua orientação ao paciente portador neurossensorial que necessite usar prótese auditiva? de deficiência auditiva 04) A quem o senhor indica o paciente para realizar o processo de seleção e adaptação de prótese auditiva? 05) Quem seria o candidato ao uso de prótese auditiva? 06) Quais seriam os testes audiológicos necessários para auxiliar na escolha de uma prótese auditiva? Manoaural ou Binaural? Porque? 07) Qual seria a amplificação mais adequada ao uso de prótese auditiva? 08) Quais os tipos de próteses auditivas existentes atualmente no mercado? 09) Quais seriam as vantagens de uma prótese do tipo intra-aural? 10) O molde pode modificar a acústica de uma prótese auditiva? Em que? 11) Como se determina as características eletroacústicas de uma prótese auditiva? 12) Após a indicação da prótese auditiva ao portador de deficiência auditiva qual seria o tempo de retorno ao seu consultório? 13) Qual seria a relação profissional entre Otorrinolaringologista e Fonoaudiólogo? 25 QUESTIONÁRIO RESPONDIDO PELOS OTORRINOLARINGOLOGISTAS 01) Qual é o objetivo do uso de próteses auditivas? RESPOSTAS ORL - 1 A audição é um sentido vital ao ser humano, pois é através dela que o homem se integra ao meio social. Por tanto o objetivo da prótese auditiva é integrar ou reintegrar o homem ao meio social. Somente aqueles que deixaram de ouvir ou que nunca ouviram ou tiveram contato com o mundo sonoro, sabem o significado de poder ouvir. ORL – 2 Fazer com que o sujeito através de um aparelho que amplifica o som, possa se comunicar e ajudar a viver em sociedade. ORL – 3 Ajudar a ouvir melhor e em casos de criança com perda profunda, permitir um trabalho terapêutico mais eficaz permitindo mais pistas auditivas. 02) Qual é o papel do Otorrinolaringologista no processo de indicação, seleção e adaptação de prótese auditiva? RESPOSTAS ORL – 1 Cabe ao Otorrinolaringologista fazer um diagnóstico e prescrição do tratamento de patologia auditiva, para tanto necessita dos procedimentos técnicos para diagnóstico como a audiometria por exemplo que é realizada por pessoas idôneas como Otorrinolaringologista e principalmente Fonoaudiólogos. Um aparelho auditivo é uma prótese e o fato de usar um corpo estranho traumatiza já o paciente, por isso deve ser bem orientado e em primeiro lugar aceitar e em segundo lugar vem a função do Fonoaudiólogo que se dedica a audiologia em 26 fazer uma boa relação e adaptação. Ver se receita, não receita, em resumo o nosso paciente deve ficar satisfeito. ORL – 2 Avaliar, tentar algum tratamento se necessário, verificar alguma contraindicação e encaminhar para protetização. ORL – 3 Observar a história e a audiometria, conversar com o paciente sobre um possível aparelho e se ele aceitar, encaminhar para o Fonoaudiólogo. 03) Qual a sua orientação ao paciente portador neurossensorial que necessite usar prótese auditiva? de deficiência auditiva RESPOSTAS ORL – 1 A orientação para uso de prótese a um paciente neurossensorial é que deva usar para não sentir-se excluído do meio social, para que volte a sentir o prazer de ouvir os sons da natureza, da vida, pois o ser na perda neurossensorial simétrica o ideal é protetizar os dois ouvidos, mas se não for possível; escolher o ouvido que discriminará melhor, quando o nível de discriminação estiver baixo. Se o nível estiver alto escolher o pior ouvido. Na perda assimétria, depende como esteja a discriminação deve-se protetizar o melhor ouvido. ORL – 2 Oriento sobre sua dificuldade auditiva e coloco as vantagens de usar aparelho. Falo também sobre a tecnologia atual, inclusive dos intracanais e digitais. ORL – 3 Primeiro espero a reação do paciente, após comentar sobre a audiometria as vezes nem preciso indicar, o paciente mesmo pede. Senão sugiro testagem de aparelho com a Fonoaudióloga. 27 04) A quem o senhor indica o paciente para realizar o processo de seleção e adaptação de prótese auditiva? RESPOSTAS ORL - 1 Penso que a pessoa indicada unicamente é o fonoudiólogo. Que a fonoaudióloga é a peça importante e integrante de um Otorrinolaringologista. ORL – 2 Inicialmente quando não tinha Fonoaudiólogo eu encaminhava para o Centro Auditivo e o paciente muitas vezes não retornava mais. Agora encaminho para a Fonoaudiólogo que trabalha comigo. Os pacientes gostam mais e tem oportunidade de testar vários aparelhos e várias marcas. ORL – 3 Para o Fonoaudiólogo. 05) Quem seria o candidato ao uso de prótese auditiva? RESPOSTAS ORL – 1 O candidato ao uso do aparelho auditivo é todo aquele que não consegue resolver uma perda auditiva através de tratamentos convencionais ou cirúrgicos ou os que não estão aptos para a cirurgia otológica. ORL – 2 Toda e qualquer pessoa que apresenta dificuldades de comunicação decorrente de uma perda auditiva, que não é possível de ser tratada. ORL – 3 Pacientes com perda auditiva neurossensorial, condutiva ou mista (esgotadas as 28 possibilidades de tratamento) e que apresentam socialmente prejudicadas. 06) Quais seriam os testes audiológicos necessários para auxiliar na escolha de uma prótese auditiva? Manoaural ou Binaural? Porque? RESPOSTAS ORL - 1 - Audiometria tonal - Imitânciometria - Discriminação vocal - BERA ou Eletrococleografia ORL – 2 Audiometria, imitânciometria, BERA se necessário. ORL – 3 Audiometria Imitância Acústica Audio de Tronco Cerebral em Crianças Audio Instrumental Emissões Otoacústicas. 07) Qual seria a amplificação mais adequada ao uso de prótese auditiva? RESPOSTAS ORL - 1 Binaural, segundo teste, seleção e adaptação. A finalidade é proporcionar ou devolver ao paciente “o mundo da audição” ou nos aproximar ao máximo de uma boa qualidade auditiva. 29 ORL – 2 Binaural na maioria das vezes porque o paciente vai executar melhor com duas do que com uma. ORL – 3 Depende do caso. Se a perda for unilateral é monoaural. Se for bilateral é Binaural. 08) Quais os tipos de próteses auditivas existentes atualmente no mercado? RESPOSTAS ORL – 1 Várias marcas, modelos, cores e escalas de ganhos variáveis, deve-se adaptar o que o paciente melhor responder ao que ele e nós procurarmos. Qualidade auditiva e segundo exames realizados a fins. ORL – 2 Retro-auricular, intracanal e microcanal. ORL – 3 Caixa, retro-auricular e a totalmente dentro do canal auditivo. 09) Quais seriam as vantagens de uma prótese do tipo intra-aural? RESPOSTAS ORL – 1 Em primeiro lugar esteticamente é mais aceita pelo paciente e até pela sociedade, sendo que proporcione a ele o que ele deseja e seu médico também e havendo possibilidades econômicas, porque não indicar? Afinal estamos evoluindo a cada dia, se recordar-mos as primeiras próteses auditivas, vemos 30 que a tecnologia evoluiu muito. Ainda falta! ... Em crianças não as indica ( devido a idade). ORL – 2 Acho que é a estética, principalmente para os homens que não conseguem escondê-la com o cabelo. ORL – 3 Porque ela é menor, mais fácil de por, porque não precisa de molde e é mais discreta. 10) O molde pode modificar a acústica de uma prótese auditiva? Em que? RESPOSTAS ORL – 1 Pode. Em vários aspectos inclusive se o paciente é recrutante. Por tanto o molde é de suma importância. Perder tempo na elaboração de um molde que perder o paciente. Por ser uma prótese deve o audiologista ter cuidado e carinho para com seu paciente. “limiar de desconforto”, a finalidade é canalizar o som amplificado pela prótese, até a membrana timpânica e modificar as características acústicas da prótese auditiva. Deve ser confortável e esteticamente aceita pelo paciente. ORL – 2 Se você está perguntando é porque deve modificar, mas sinceramente não sei como. ORL – 3 Sim, se estiver pequeno, o aparelho apita. 31 11) Como se determina as características eletroacústicas de uma prótese auditiva? RESPOSTAS ORL – 1 Características eletroacústicas: Deve ser o ganho da prótese. ORL – 2 Isso é com a Fonoaudiólogo, das regulagens, é ela quem entende. OR L – 3 Fazendo exames, mas não sei quais. Vou perguntar para a Fonoaudióloga. 12) Após a indicação da prótese auditiva ao portador de deficiência auditiva qual seria o tempo de retorno ao seu consultório? RESPOSTAS ORL-1 Após o período de adaptação indicado pelo audiologista. ORL – 2 Primeiro, o retorno é com a Fonoaudiólogo, três meses consecutivos após estar bem adaptado, volta para a consulta. ORL – 3 Assim que a testagem for realizada ela volta para conversar comigo. Noto que sente mais segurança com minha opinião. 32 13) Qual seria a relação profissional entre Otorrinolaringologista e Fonoaudiólogo? RESPOSTAS ORL – 1 Nos últimos três ou quatro anos estamos insistindo muito, inclusive em congressos que realizam com participação de Fonoaudiólogos. É a mão direita do Otorrinolaringologista. ORL – 2 Um necessita do outro. ORL – 3 Uma relação de troca, um aprende com o outro. 33 34 35