UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO FELIPE GUARITA TAVARES LEITE ANÁLISE DO PERFIL E DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DA LOJA LUMAÊ PRATAS EM JOÃO PESSOA - PB TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ÁREA: ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING João Pessoa – PB Junho de 2010 FELIPE GUARITA TAVARES LEITE ANÁLISE DO PERFIL E DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DA LOJA LUMAÊ PRATAS EM JOÃO PESSOA – PB Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Coordenação do Serviço de Estágio Supervisionado em Administração, do Curso de Graduação em Administração, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências para a Obtenção do Grau de Bacharela em Administração. Orientadora: Profª. Drª. Sônia Trigueiro de Almeida João Pessoa – PB Junho de 2010 À Professora Orientadora Sônia Trigueiro de Almeida Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso do aluno Felipe Guarita Tavares Leite. João Pessoa, ____ de ________ de 2010. __________________________ Fábio Walter Prof.º Coordenador do SESA/CCSA/UFPB Parecer da professora orientadora: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ FELIPE GUARITA TAVARES LEITE ANÁLISE DO PERFIL E DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DA LOJA LUMAÊ PRATAS EM JOÃO PESSOA – PB Trabalho de Conclusão de Curso Aprovado em 28 de junho de 2010 Banca Examinadora ________________________________ Profª. Drª. Sônia Trigueiro de Almeida Orientadora – DA/CCSA/UFPB ________________________________ Profª. Drª. Lucilene Klenia Bandeira Examinadora – DA/CCSA/UFPB ________________________________ Profª. MsCª. Fernanda Soares Londres Examinadora – DA/CCSA/UFPB “Eu andarei vestido com as roupas e as armas de Jorge. Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem. Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem. Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam. E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal”. Salve São Jorge. AGRADECIMENTOS Inicialmente quero agradecer a Deus e a São Jorge por guiar os meus passos, me proteger e me dar forças para superar as fases mais difíceis da minha vida, proporcionando-me força e perseverança para seguir sempre em frente A minha mãe, Irma Laura, pelo amor, dedicação e paciência; pelos ensinamentos, pela sabedoria, pelo carinho, pela atenção e por ser responsável pelo meu caráter e por tudo que sou hoje. Sem ela nada na minha vida seria possível. Mulher da qual tenho maior orgulho de chamar de MÃE, meu eterno agradecimento pelos momentos em que esteve ao meu lado, me apoiando e me fazendo acreditar que eu sou capaz. Exemplo de ser humano, de mãe dedicada, amiga e batalhadora. Muito Obrigado! A meu pai, Pedro Guarita, que sempre acreditou e confiou em meu potencial, apoiando-me, seja qual fosse a decisão por mim tomada, contribuindo de forma direta para minha formação. Agradecer pelos anos de trabalho que teve para me proporcionar fartura, conforto, lazer e todas as condições para que pudesse estudar buscando meus objetivos. Obrigado por me dar tudo que não puderam lhe oferecer. Muito Obrigado! A Minha Orientadora, Sônia Trigueiro, por toda atenção dispensada, por todo apoio e incentivo contínuo, por despertar em mim a vontade de ser um homem de mercado e me aprofundar nesta área tão intrigante que é o Marketing. Agradeço por ter acreditado no meu potencial, pelo suporte e pela dedicação. Obrigada por guiar-me e principalmente por permitir que esse título não fosse apenas um sonho. A minha namorada Luciane Ferreira, por todo carinho, apoio, paciência, atenção e por todo tipo de ajuda que me deu, influenciando direta e indiretamente nesta trajetória. Desculpar-me pelas horas de lazer que foram trocadas por horas de estudos, necessários para que este objetivo fosse alcançado. Muito obrigado minha vida, por tudo que você fez e faz por mim, pelo que deixou de fazer, e por todo o resto. Te Amo! Aos meus irmãos, não de sangue, e sim os irmãos que escolhi para mim, afinal “Família é quem você escolhe pra viver, família é quem você escolhe pra você, não precisa ter conta sanguínea, é preciso ter sempre um pouco mais de sintonia”. Em especial a Cyro Visalli, Rennedy Pessoa, Adriano Baiano, Marcelo Teco, Daniel Lavogade e Marcos Junior Lorota. Os meus sinceros agradecimentos também às minhas amigas/irmãs: Ana Helena, Malu Lacet, Rayana Lucena, Elouise Medeiros e Maira Tranzola. Muito Obrigado por todas as alegrias e tristezas vividas ao longo desses anos e por permitirem que eu faça parte da vida de vocês assim como vocês fazem da minha. Meus agradecimentos em especial a Malu Lacet, pela paciência e apoio na conclusão deste trabalho. Muito obrigado Malu, balu, bablhu, galega! Agradeço a Rodrigo Barbosa e Bárbara Pickler pela oportunidade, auxílio e apoio, abrindo as portas da sua empresa para que fosse possível a realização deste trabalho. Obrigado pela oportunidade de estágio e por me apresentar o mercado de jóias em prata no Brasil. Agradeço a todas as funcionárias da loja Lumaê Pratas pela atenção e paciência, assim como pela colaboração e interesse neste trabalho, tornando possível a realização desta pesquisa em loco. Obrigado meninas! Por fim, agradeço a todos que de uma forma ou de outra influenciaram na criação, planejamento, realização ou finalização deste trabalho, sem vocês tudo seria mais difícil. Muito obrigado a todos! RESUMO O aumento da concorrência e da disputa diária no mercado obriga as empresas a buscar no marketing soluções para seus problemas, e as respostas muitas vezes estão ligadas diretamente ao consumidor, forçando assim as empresas cada vez mais obterem informações sobre seus consumidores, buscando saber quem é, qual o seu perfil, e quais as características deste consumidor. Este trabalho objetivou caracterizar e analisar o perfil do consumidor de lojas especializadas em jóias em prata na cidade de João Pessoa – PB. Trata-se aqui de uma pesquisa de campo, exploratória, descritiva, explicativa e quantitativa. A amostra foi de natureza não probabilística por tipicidade e contou com a participação de 200 (duzentos) consumidores da loja Lumaê Pratas. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um modelo de questionário estruturado fechado. Para análise dos dados, tabulação e apresentação dos resultados foi utilizado o software Excel, na versão 2007 para criação de gráficos e tabelas. Dentre os resultados obtidos foram revelados os índices de vendas dos produtos da loja, mostrando quais têm maior e menor saída/demanda. A posição do produto com porcentagem de venda em relação aos 200 (duzentos) questionários analisados é a seguinte: cordão/corrente 47,5%; brinco 41%; anel 36%; pingente 27,5%; pulseira 19%; tornozeleira 4%; e piercing 4%. Somadas estas porcentagens obtemos um total maior que 100%, isso porque vários clientes compraram mais de um produto, como um cordão e um pingente, por exemplo. PALAVRAS-CHAVE: Marketing, Consumidor, Mercado, Pesquisa de Marketing. Jóias em prata. ABSTRACT Increased competition and dispute in daily market forces companies to turn to marketing solutions for their problems, and the answers are often directly related to the customer, pushing companies to work hard to obtain information about their clients, trying to figure out who are these customers, and their profiles and characteristics. The goal for this work is to trace and analyze the profile of buyers of silver made jewelry in João Pessoa – PB. This is an exploratory, descriptive, explanatory, quantitative field search. The sample data is typically of non probabilistic nature and counted with 200 (two hundred) Lumaê Pratas store customers. As an instrument of research, a closed and structured model Questionnaire was used. For the data analysis, tabulation and presentation of the results, Excel software 2007 version was used, also for creating graphics and charts. It was revealed within the results the selling rates of the store's products, showing which has more or less outgo/demand. The position of the product along with its selling percentage regarding the 200 (two hundred) analyzed surveys is as follows: necklaces 47.5%, ear rings 41%, rings 36%, pendants 27,5%, bracelets 19%, anklets 4%, and piercings 4%. Added together these rates we obtained a total larger than 100%, the reason for that is because several costumers bought more than one product, such as a necklace and a pendant, for example. KEY WORDS: Marketing, Costumer, Market, Marketing Research, Silver Made Jewelry. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Comportamento do Consumidor ................................................................20 Figura 2: Modelo de Processo de Decisão do Consumidor (PDC)............................22 Figura 3: Primeiro Estágio do Modelo PDC – Reconhecimento da Necessidade .....24 Figura 4: Segundo Estágio do Modelo PDC – Busca de Informações ......................25 Figura 5: Terceiro Estágio do Modelo PDC – Avaliação de Alternativas Pré Compra ..................................................................................................................................27 Figura 6: Quarto Estágio do Modelo PDC – Compra ................................................28 Figura 7: Quinto e sexto Estágio do Modelo PDC – Consumo e Avaliação Pós Consumo ...................................................................................................................31 Figura 8: Sétimo Estágio do Modelo PDC – Descarte...............................................32 Figura 9: Processo de pesquisa de marketing ..........................................................34 Figura 10: Processo de pesquisa de marketing ........................................................36 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição por Cidade.............................................................................42 Gráfico 2: Distribuição por Bairro. .............................................................................43 Gráfico 3: Distribuição por sexo. ...............................................................................44 Gráfico 4: Distribuição por faixa etária. .....................................................................45 Gráfico 5: Distribuição por estado civil ......................................................................46 Gráfico 6: Renda mensal...........................................................................................47 Gráfico 7: Como avalia de maneira geral o atendimento na loja? .............................48 Gráfico 8: Como considera o ambiente e a estrutura da loja?...................................49 Gráfico 9: Como costuma pagar suas compras? ......................................................50 Gráfico 10: Que produto está comprando? ...............................................................51 Gráfico 11: Qual o tipo do produto que está comprando?.........................................52 SUMÁRIO 1. DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA. ..................................................................................................................................13 2. OBJETIVOS..........................................................................................................15 2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................15 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..............................................................................15 3. JUSTIFICATIVA....................................................................................................15 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................16 4.1. MARKETING ......................................................................................................16 4.1.1. Evolução do Marketing ....................................................................................17 4.2. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR..........................................................19 4.2.1. Como estudar os consumidores......................................................................20 4.3. PROCESSO DE DECISÃO DO CONSUMIDOR................................................21 4.3.1. Reconhecimento da necessidade ...................................................................22 4.3.2. Busca de Informações.....................................................................................24 4.3.3. Avaliação de alternativas pré-compra .............................................................26 4.3.4. Compra............................................................................................................27 4.3.5. Consumo .........................................................................................................29 4.3.6. Avaliação pós-consumo ..................................................................................29 4.3.7. Descarte ..........................................................................................................31 4.4. PESQUISA DE MARKETING.............................................................................33 4.4.1. Definições da pesquisa de marketing..............................................................33 4.4.2. Processo de pesquisa de marketing ...............................................................33 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................38 5.1. TIPO DE PESQUISA..........................................................................................38 5.2. UNIVERSO.........................................................................................................39 5.3. AMOSTRA..........................................................................................................40 5.4. MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA ...............................................40 5.5. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS..................................................41 6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.....................................................41 6.1. PERFIL DA AMOSTRA E ANÁLISE DOS DADOS ............................................42 6.2. AMBIENTE DA LOJA .........................................................................................48 6.3. PERFIL DO CONSUMIDOR E DE CONSUMO..................................................52 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................55 REFERÊNCIAS.........................................................................................................57 ANEXOS ...................................................................................................................60 1. DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA O crescimento do mercado de jóias no Brasil é algo inegável, atualmente este mercado movimenta algo em torno de US$ 1,5 bilhão ao ano, este dado comprova que o país entra para os dez maiores mercados de jóias de mundo, perdendo na America apenas para os Estados Unidos. O país apresentou um crescimento de 35% nos últimos cinco anos dentro deste mercado. Um exemplo claro deste avanço são as lojas da Montblanc em São Paulo, esta é a única cidade no mundo a possuir quatro lojas desta grife (http://www.portaldasjoias.com.br). A prata, assim como o ouro, é um metal precioso usado tanto por homens quanto por mulheres desde a antigüidade. Vemos nos dias de hoje a prata se tornando cada vez mais popular, seja na moda para jovens com suas correntes, pulseiras e tornozeleiras brilhantes, seja para adultos com jóias e acessórios, como, gargantilhas, brincos, braceletes e até mesmo alianças de compromisso. Com garantia e qualidade, a prata atinge um público bastante amplo e diversificado. A prata abrange todos os estilos, do clássico ao casual, do extravagante ao contemporâneo, sendo este um dos motivos do grande sucesso que as jóias em prata vêm fazendo (http://www.lumae.com.br/). Sobre o mercado de jóias em prata, podemos dizer que o mesmo é ascendente, seja pelo baixo custo ou pela beleza e brilho deste metal. A questão é que cada vez mais as pessoas buscam estes produtos, ao mesmo tempo em que o mercado exige qualidade, garantia e diversidade das jóias (http://www.ramojoalheiro.com.br). As jóias em pratas geralmente podem ser confeccionadas com o que chamamos de Prata de Lei, que significa dizer que o percentual do metal a ser utilizada para a fabricação varia de 92,5% a 95% de prata pura, no restante serão utilizados metais que auxiliem e viabilizem o manuseio da jóia, visto que a prata 100% pura é frágil, com o grau de dureza reduzido. Geralmente o cobre é o metal utilizado nesses 5% a 7,5% restantes. Pratas com 95% de pureza são chamadas Prata 950 e finalmente com 92,5% são chamadas simplesmente de Prata 925 (http://www.pratafina.com.br). O maior produtor de prata do mundo é o México, com 2.748 t1, seguido pelo Peru, pela China e pela Austrália, todos com uma produção de mais de 2.000 t. O Brasil produziu apenas 10 t de prata em Minas Gerais e no Paraná (http://www.cprm.gov.br). O mercado de jóias em prata está cada vez maior no Brasil, e estados como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro possuem diversas lojas especializadas na venda e manutenção (limpeza e consertos) dessas peças. Porém grande parte dessas jóias são importadas da Tailândia, Nepal, México, Indonésia, Itália, China, entre outros (http://www.portaldasjoias.com.br). Quando olhamos para o Nordeste encontramos um cenário diferente, onde o comércio de jóias em prata é oferecido em lojas multimarcas e não em lojas especializadas. Essas lojas têm as jóias em prata como um produto secundário, em geral. Em joalherias, por exemplo, vendem, principalmente, jóias em ouro, em pedras, ouro branco, diamantes, possuindo uma pequena quantidade de produtos em prata. Também podemos citar as lojas de estilo SurfWare, que estão em grande ascendência em todo o país, onde podemos encontrar além de roupas e acessórios que acompanham esse estilo, alguns tipos de produtos em prata. As lojas de bijuterias muitas vezes também trabalham com algumas peças de prata, ou semijóias banhadas a prata. Do mesmo modo, podemos identificar diversas lojas virtuais de prata que atendem o Nordeste, contudo, no sentido de loja física não encontramos nenhuma localizada na região. Pensando nisso, a Lumaê Pratas, buscando ampliar seus horizontes, resolveu tornar-se a primeira loja especializada na venda e manutenção de jóias em prata de lei, não só de João Pessoa, mas de todo Nordeste. Este trabalho teve como objeto de estudo a loja franqueada Lumaê Pratas inaugurada no início do mês de outubro de 2009, no Shopping Manaira, consagrando-se como a primeira loja especializada em jóias em prata da cidade de João Pessoa. Desta forma, o presente projeto de pesquisa encontrou a necessidade de se estudar a seguinte questão: Como se comporta o mercado de Jóias em prata na cidade de João Pessoa – PB? 1 Dados de 2002 2. OBJETIVOS Para compreender o mercado de jóias, em especial, as de prata na cidade de João Pessoa – PB serão necessários os seguintes objetivos. 2.1. Objetivo Geral • Caracterizar o perfil do consumidor de lojas especializadas em jóias em prata na cidade de João Pessoa – PB. 2.2. Objetivos Específicos • Levantar e analisar o comportamento do consumidor desse tipo de produto; • Estudar o público alvo da loja; • Identificar quais produtos mais consumidos da loja; • Caracterizar o perfil do consumidor de uma loja de jóias em prata; • Propor planos de crescimento e expansão para a franquia de João Pessoa. 3. JUSTIFICATIVA Analisar e definir o comportamento e o perfil de consumidores é uma ação necessária atualmente, principalmente para uma empresa que será pioneira em um determinado local. A necessidade de identificar, definir e analisar o comportamento e o perfil do consumidor desta loja foi de extrema importância. Diante da questão pessoal, este projeto teve grande importância, por tratar de uma pesquisa elaborada em um segmento de mercado onde não existiam informações ou trabalhos feitos, tornou-se assim um projeto de pesquisa pioneiro sobre este segmento, elaborado na Universidade Federal da Paraíba. Para a empresa o projeto foi de grande valia, visto que os custos dele foram totalmente arcados pelo pesquisador, que por sua vez teve total acesso a todos os dados necessários para a pesquisa. A empresa teve por fim, uma pesquisa de grande valor institucional com o custo monetário zero. Deste modo, o referido projeto se tornou interessante e oportuno, tanto na questão pessoal do pesquisador, quanto para a empresa, e até mesmo para a ciência, de modo que o trabalho desenvolvido foi inovador e trouxe dados e informações sobre o comportamento e perfil do consumidor de um segmento que nunca foram coletados nesta região. 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O referencial teórico deste trabalho se divide em três partes. A primeira trata da definição e evolução do Marketing. A segunda discorre de forma geral sobre o comportamento do consumidor. Por ultimo o trabalho aborda a questão da pesquisa de marketing. 4.1. Marketing Segundo Kotler e Keller (2000, p. 30), “o marketing é um processo social por meio do qual, pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Entretanto, outros autores como Drucker (1973) o definem de outra forma tomando marketing como uma função das empresas modernas, que tem como objetivo conquistar novos clientes ao mesmo tempo em que se conservam os antigos. Já Richers (1986) define marketing como ações ordenadas de uma organização humana direcionada à realizar trocas para com o seu meio ambiente, buscando benefícios. Kotler e Armstrong (1999, p.16) dizem que o marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício. A partir dessas definições, pode-se ver que elas são diferentes, porém com um fim comum, a satisfação do cliente. A busca pela qualidade tanto do produto quanto do atendimento mostra a importância e o diferencial das empresas que perseguem a satisfação do consumidor. O marketing é a ciência que estuda o consumidor, o seu comportamento e o seu perfil, com o intuito de entender e analisar os processos de compra e venda. Sendo assim, pode-se dizer que o marketing estuda o comportamento dos consumidores, como também analisa os possíveis clientes e os indivíduos que não são clientes, buscando encontrar meios para mudar esta situação (KOTLER, 1972). 4.1.1. Evolução do Marketing No livro Marketing Para o Século XXI, Kotler (1999) mostra a evolução que ocorreu e que ocorre com o marketing, chamando-o de “Marketing de Neandertal”. Segundo Kotler (1999) algumas das características deste tipo de marketing são: nivelar marketing a vendas; destacar a conquista de clientes não levando em conta a manutenção dos mesmos; planejar as ferramentas de comunicação separadamente ao invés de planejá-las juntamente; vender o produto sem se preocupar com a real necessidade dos clientes entre outras. Através deste livro, Kotler (1999) mostra como o marketing está evoluindo, como as organizações de diferentes portes estão mudando, buscando conhecer melhor os seus clientes e os fatores que os levam a consumir determinados produtos. A evolução na tecnologia só vem a agregar com esta mudança no marketing atual, a Internet, por exemplo, trouxe a facilidade de se criar não somente uma loja virtual como também pode oferecer suporte ou até mesmo apenas anunciar seus produtos e serviços. Podemos citar como um exemplo da evolução do marketing as mudanças que ocorreram no tradicional conceito dos 4ps de marketing, desde sua criação, passando por etapas de aprimoramento e evolução, até a atualidade, onde ainda é utilizado. Na década de 60, Jerome McCarthy inovou o conceito de marketing e aprimorou a Teoria de Borden, conhecida como mix de marketing, o qual nada mais é do que um conjunto de ferramentas utilizado pelas empresas com o intuito de alcançar seus objetivos relacionados ao marketing. Kotler e Keller (2006) afirmam que foi McCarthy quem aprimorou este composto de marketing, contudo, o referido conceito foi popularizado pelo próprio Philip Kotler, já que desde a década de 70 o expõe em seus livros. A partir deste composto de marketing McCarthy criou o que ainda hoje é conhecido como 4Ps: produto, praça, preço e promoção. Schewe e Hiam (2000) trazem uma nova abordagem para os 4Ps, ampliando o mix de marketing da seguinte forma: sensibilidade ao consumidor – Postura do empregado, atendimento ao cliente e resposta aos clientes. produto – Qualidade, confiabilidade e características do produto. conveniência do consumidor – Disponibilidade para o consumidor, conveniência do consumidor e vendas. serviço – Serviços pós-venda e conveniência do consumidor na obtenção de serviços. preço – Preços cobrados, condições da composição de preços e ofertas de preço. praça – Facilidade de acesso ao produtor, unidades de produção, termos de composição de preços e disponibilidade para o consumidor. promoção – Propaganda, publicidade, vendas, serviços de pré-venda e ofertas de preço. (SCHEWE; HIAM, 2000, p.35-38) Deste modo, percebe-se que a evolução dos 4Ps é natural, assim como a do marketing de uma forma geral. Entendemos que na origem dos 4Ps o foco era no produto, pois na maioria das vezes havia grande demanda e pouca oferta, e encontrávamos um mercado pouco exigente. Atualmente há mudanças e tornando o foco cada vez mais direcionado ao consumidor, que por sua vez, busca produtos que não só atendam suas necessidades, como tenham qualidade, preços acessíveis, facilidade na compra, credibilidade, dentre outras características que agregam valor para o mesmo. (VIEIRA, 2004) 4.2. Comportamento Do Consumidor De acordo com os conceitos sobre marketing dados por vários autores acima citados, percebe-se que a necessidade de se estudar o comportamento do consumidor cresce a cada momento. Cobra (2007) define o estudo do comportamento do consumidor como: O estudo do comportamento do consumidor envolve a antropologia, a sociologia, a psicologia, entre outras esferas das ciências comportamentais. Afinal, o ser humano é consumista por sua própria necessidade natural de sobrevivência e de aceitação social nas “tribos” em que vive. (COBRA, 2007, p.79) O comportamento do consumidor transforma-se, modifica-se. É um comportamento às vezes aprendido, em que essas novas experiências provocam mudanças no conhecimento, nas atitudes e possivelmente no comportamento de compra. Cobra (2007, p.89) afirma que “experiências positivas levam o consumidor a repetir a compra, já experiências negativas desestimulam compras futuras”. Segundo Kotler e Keller (2006), o marketing tem o propósito de atender as necessidades e desejos dos clientes, fator que torna o conhecimento do comportamento e perfil do consumidor, tanto uma peça chave no sucesso da empresa, quanto um ponto fundamental e indispensável para a maioria das empresas no mercado competitivo atual. Samara e Morsch (2005, p.2) definem o consumidor como sendo “toda entidade compradora potencial que tem uma necessidade ou um desejo a satisfazer”. O comportamento do consumidor é caracterizado por atividades emocionais demonstradas no momento de decisão de compra de produtos e/ou serviços, buscando satisfazer alguma necessidade ou desejo específico (RICHERS, 1984). O propósito do marketing é satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores por meio da produção de produtos e serviços. Assim, conhecer as pessoas, suas necessidades, seus desejos e seus hábitos de compra tornam-se fundamentais para a eficácia da administração mercadológica (SAMARA; MORSCH, 2005). O comportamento do consumidor também pode ser definido como um campo de estudo que foca nas atividades do consumidor. Sendo assim, da mesma forma que o estudo do consumidor evoluiu, o mesmo ocorreu com o seu escopo. Inicialmente, o estudo do comportamento do consumidor focou no comportamento de compra, ou seja, na questão “por que as pessoas compram?”. Atualmente, os pesquisadores têm focado mais na análise de consumo, investigando “por quê e como as pessoas consomem?” além de “por quê e como as pessoas compram?”. Vários fatores influenciam nas decisões de compra dos consumidores. Alguns deles estão exemplificados na figura 1 logo abaixo, adaptada de Blackwell, Miniard e Engel (2008). INFLUÊNCIA NO CONSUMIDOR Cultura Personalidade Fase de vida Renda Atitudes Motivações Sentimentos Conhecimento Etnicidade Família Valores Recursos disponíveis Opiniões Experiências anteriores Grupos de pares CONSUMIDOR INFLUÊNCIAS ORGANIZACIONAIS Marca Propaganda Promoções Preço Serviço Conveniência Embalagem Atributos do produto Boca a boca Displays Qualidade Ambiente da loja Programas de fidelidade Disponibilidade do produto Figura 1: Comportamento do Consumidor. Fonte: Adaptada de BLACKWELL MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p. 7. 4.2.1. Como estudar os Consumidores Com o constante crescimento da concorrência, as organizações buscam no marketing soluções para os problemas que encontram no dia à dia dos mercados. As soluções para estes novos desafios estão diretamente ligadas ao comportamento do consumidor: informações sobre o consumidor, como características sóciodemográficas ou qual motivação este consumidor tem para adquirir determinado produto ou serviço, são de grande valia. O grande problema está em como adquirir estas informações. Os profissionais de marketing, procurando uma forma de auxiliar no planejamento e na estratégia da empresa, se voltaram para a questão do comportamento do consumidor, em busca de informações válidas, acessíveis e práticas a respeito dos consumidores. Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 22) comentam inclusive que: "Hoje, a tecnologia ajuda e acelera uma coleta abrangente de informações dos consumidores." Segundo Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 22), o comportamento do consumidor é “uma ciência aplicada que se utiliza de conhecimentos da economia, psicologia, sociologia, antropologia, estatística e outras disciplinas”. Independente do método, entender como devemos estudar o perfil e o comportamento dos consumidores é o objetivo principal aqui, buscando traçar a melhor estratégia para determinada situação. 4.3. Processo De Decisão Do Consumidor Atualmente, com o mercado altamente competitivo, as empresas, independentemente do seu porte, devem se concentrar em uma questão chave: Como os consumidores realizam suas decisões de escolha de produto e de compra? Em 1968 Engel, Blackwell e Kollat (1978), criaram o que chamamos de Processo de Decisão do Consumidor (modelo PDC) que acabou sendo conhecido como modelo EBK. Futuramente, graças aos trabalhos do professor Paul Miniard, este modelo sofreu algumas mudanças e foi renomeado para modelo EBM, em que detém as ações que ocorrem quando as decisões são tomadas de forma esquemática e mostra como diferentes fatores externos e internos mudam os pensamentos, as avaliações e as ações dos consumidores. O PDC demonstra como os consumidores resolvem seus problemas rotineiros que os forçam a comprar determinado produto ou serviço. Desta forma, a criação deste modelo objetivou averiguar como os indivíduos ordenam os fatos que influenciam na decisão de compra, fatos estes baseados em algumas situações lógicas e consistentes para eles. A figura 2 mostra o modelo de Blackwell, Miniard e Engel (2008) em que afirmam que os consumidores normalmente passam por sete etapas de tomadas de decisão, conforme o quadro a seguir: Figura 2: Modelo de Processo de Decisão do Consumidor (PDC). Fonte: BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p. 73. A partir desta figura, os profissionais de marketing descobrem porque o indivíduo se torna ou não consumidor de determinado produto ou serviço. 4.3.1. Reconhecimento da necessidade Nesta primeira etapa, o consumidor decidirá se é necessária ou não a compra de determinado produto. Blackwell, Miniard e Engel (2008, p.74) dizem que “o reconhecimento da necessidade ocorre quando o indivíduo sente a diferença entre o que ele percebe ser o ideal versus o estado atual das coisas”. O consumidor irá efetivar determinada compra quando entender que o produto suprirá suas necessidades e quando a capacidade do produto de resolver problemas for maior do que o seu custo. Sabe-se que os consumidores também têm desejos e os profissionais de marketing devem estar sempre atentos à estes, assim como às necessidades. Os referidos profissionais devem buscar satisfazer os desejos dos consumidores, porém, ao mesmo tempo, controlar os custos de forma que o público do seu mercado-alvo possa pagar, visto que, muitas vezes, os consumidores deixam um desejo de lado por produtos mais acessíveis que supram suas necessidades (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008). Definitivamente, os profissionais da área de marketing devem descobrir cada vez mais quais são as necessidades dos consumidores, sabendo disso, estes profissionais poderão criar novos produtos ou melhorá-los, e aprimorar suas vias de distribuição. Muitas vezes, empresas erram ao criar novos produtos baseados nas vendas ou na capacidade e habilidade de produção, no entanto, esquecem de desvendar os desejos e necessidades dos consumidores. Quando isso ocorre, os produtos que não suprirem as necessidades nem resolverem os problemas dos consumidores irão fracassar independente do quanto tenha sido investido na sua produção, ou quanto mais se gastará na sua publicidade e propaganda. Diante disso, a compra deste produto se torna inviável, pois não será possível convencer os consumidores a comprar este produto (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008). Blackwell, Miniard e Engel (2008) finalizam esta etapa afirmando que família, valores, saúde, idade, renda e grupos de referência influenciam diretamente a forma como os consumidores detectam os problemas e encontram suas soluções. Figura 3: Primeiro Estágio do Modelo PDC – Reconhecimento da Necessidade. Fonte: BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p. 75. 4.3.2. Busca de Informações O segundo estágio inicia-se logo após que o reconhecimento da necessidade é feito. Os consumidores agora iniciarão uma busca por informações sobre produtos que solucionem suas necessidades e problemas. Esta procura por informações pode ser interna, quando a buscamos da própria memória, ou externa, quando adquirimos informações através de parentes, amigos ou do próprio mercado (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008). Determinadas vezes os consumidores procuram informações de uma forma passiva, apenas se tornando mais receptivo e ficando mais atento com as informações ao seu redor. Já por outro lado, em alguns momentos, os consumidores tendem a ter um comportamento mais ativo buscando informações em várias fontes diferentes, como anúncios, propagandas, pesquisas na internet e até mesmo indo diretamente ao local de venda, como em shopping centers, feiras e lojas. Figura 4: Segundo Estágio do Modelo PDC – Busca de Informações. Fonte: BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p. 76. Blackwell, Miniard e Engel (2008) comentam que variáveis como personalidade, classe social, renda, tamanho da compra, experiências passadas, percepção da marca e satisfação dos consumidores, indicarão o tamanho, a duração e a profundidade da busca. O nível de satisfação do cliente com uma determinada marca irá auxiliar na decisão do mesmo, de modo que, se o cliente está satisfeito com esta marca ele provavelmente irá adquiri-la novamente sem efetuar uma grande busca. Por outro lado, se ele está insatisfeito com determinada marca a procura é intensificada, no intuito de incluir novas opções de compra. Este fato mostra o principal motivo de grandes empresas terem como prioridade manter seus clientes satisfeitos. Os consumidores, quando sentem a necessidade de obter informações que os auxiliem na tomada de decisão referente à compra de um determinado produto, têm a possibilidade de recorrer a diversos métodos de busca, como Blackwell, Miniard e Engel (2008) afirmam, dizendo que parentes, amigos, formadores de opinião, e a própria mídia de uma forma geral, podem trazer várias informações relevantes para os consumidores. Pesquisas na internet estão cada vez mais freqüentes, devido à grande facilidade e praticidade de obter informações. Por outro lado existem aqueles consumidores que preferem e gostam de “ir às compras”, por achar agradável passear em shoppings centers ou qualquer outro local de compra. Outro tipo de busca utilizado é a busca por catálogos, que tende a ser uma versão mais simples da experiência de “ir às compras”. Segundo Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 78) “À medida que o consumidor é exposto à informação resultante da busca externa, ele começa a processar o estímulo”. O processamento da informação passa por cinco etapas, quais sejam: exposição, atenção, compreensão, aceitação e retenção. 4.3.3. Avaliação de alternativas pré-compra Na terceira etapa do processo de decisão, o consumidor irá analisar as opções encontradas durante o último processo de busca de informações. Blackwell, Miniard e Engel (2008) comentam que nesta etapa os consumidores irão procurar respostas para perguntas como “Qual são as minhas opções?”, “Qual é a melhor entre elas?”, e neste momento, através das análises feitas a partir das informações coletadas, as opções de compra começam a reduzir, as marcas preferidas tendem a ter vantagens sobre as outras, e o número de opções de compra reduzirá, até que o consumidor efetue a compra. A avaliação feita pelos consumidores pode ser nova ou alguma já existente que esteja arquivada na memória, buscando selecionar marcas, produtos e lojas que os agradem. Os locais de compra deverão ser analisados, segundo Blackwell, Miniard e Engel (2008) “baseados no tráfego de consumo dentro dela, limpeza da loja, quão freqüente está desabastecida do item procurado e quantas baterias de caixa estão disponíveis”. Figura 5: Terceiro Estágio do Modelo PDC – Avaliação de Alternativas Pré Compra. Fonte: BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p. 80. 4.3.4. Compra Depois de realizada a avaliação de alternativas pré-compra, o processo dará continuidade com o quarto estágio, a compra. Neste estagio o indivíduo utiliza as informações retiradas do estágio anterior para realizar a compra. Blackwell, Miniard e Engel (2008) alegam que o consumidor, nesta etapa do processo, passa por duas fases: a primeira consiste na escolha do vendedor; na segunda, o consumidor sofrerá influências tanto do vendedor quanto das vitrines e propagandas que se encontrem dentro da loja. Conforme entendimento de Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 83) “o melhor vendedor gerencia os atributos gerais e a imagem da loja para alcançar uma carteira de clientes preferências dentro do mercado-alvo e gerir todos os aspectos da experiência da compra dentro da loja” Determinado consumidor pode ter preferência por um revendedor, porém isto pode mudar a partir de diversos fatores, como algum evento promocional em uma loja concorrente ou até mesmo uma má localização ou dificuldade no acesso a loja. Da mesma forma, a primeira opção de marca deste consumidor pode mudar no momento da compra através das influências sofridas dentro do local de compra, que podem ser ocasionadas pelo vendedor, por uma promoção da marca concorrente ou ainda por falta do produto da marca preferida (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008). Figura 6: Quarto Estágio do Modelo PDC – Compra. Fonte: BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p. 82. 4.3.5. Consumo Assim que o consumidor realiza a compra, inicia-se o quinto estágio, o consumo. O consumo deste produto pode ser feito de imediato ou posteriormente, levando em conta a finalidade, a necessidade e o tipo do produto. Blackwell, Miniard e Engel (2008) usam como exemplo um consumidor de refeições congeladas que se depara com uma liquidação e decide comprar mais do que o uso habitual na intenção de estocar para um uso posterior. De outro plano, a maneira como os consumidores utilizam os produtos, pode afetar na duração e desempenho dos mesmos. O mau uso e o descuido com determinados produtos podem implicar na necessidade de uma nova compra antecipada. 4.3.6. Avaliação pós-consumo O sexto estágio deste processo é a avaliação pós-consumo. Existem dois resultados possíveis para esta avaliação: os consumidores poderão obter tanto a sensação de satisfação quanto a de insatisfação. A primeira ocorre quando o desempenho obtido confirma ou supera a expectativa do consumidor; a segunda, ao contrário, ocorre quando o desempenho de determinado produto não supera a expectativa (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008). Já Kotler (2009, p. 184) afirma que “se o desempenho de um produto não atende às expectativas do consumidor, ele fica desapontado; se atende às expectativas o consumidor fica satisfeito; se excede, ele fica encantado”. Kotler (2009) comenta que os consumidores criam suas expectativas sobre determinado produto, baseados em informações recebidas de vendedores, propagandas, familiares entre outras fontes. Estas informações se não corresponderem com a verdade, poderão acarretar a criação de uma falsa expectativa, levando assim a insatisfação, uma vez que, quanto maior a disparidade entre a expectativa criada e o real desempenho do produto maior o grau de insatisfação do consumidor. Os resultados obtidos através desta avaliação são de grande valia, visto que os consumidores guardam estas avaliações na memória, e acabam recorrendo a esta para decisões futuras. No momento em que o grau de satisfação atinge um alto nível, decisões poderão ser tomadas de forma mais simples e objetiva (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008). Segundo Blackwell, Miniard e Engel (2008), consumidores satisfeitos dificilmente mudarão de loja ou de marca. Aqueles que tendem a buscar novas lojas e marcas procurando melhorias são os consumidores insatisfeitos. Kotler (2009) confirma esta visão de Blackwell, Miniard e Engel (2008), afirmando que um consumidor satisfeito, tem maior probabilidade de comprar o produto, ou a mesma marca novamente. Além do mais, muitas vezes este consumidor acaba se tornando um ótimo anunciante da marca, tenderá a elogiar e exaltar determinada marca ou produto. Já o cliente insatisfeito ira fazer o caminho contrário ao consumidor satisfeito, ele buscará outras marca ou produtos, e em muitos casos alertará amigos e familiares sobre sua insatisfação com determinado produto ou marca. Outro ponto levantado pelos autores Blackwell, Miniard e Engel (2008), é a maneira como os consumidores utilizam os produtos, de modo que o mau uso ou o uso incorreto de um bom produto pode trazer a insatisfação. Este é um dos motivos observados atualmente que instiga as empresas a desenvolver instruções de uso, manuais e tutoriais, buscando informar quais cuidados o consumidor deve ter para que se obtenha o desempenho máximo do produto, visando à satisfação. Figura 7: Quinto e sexto Estágio do Modelo PDC – Consumo e Avaliação Pós-Consumo. Fonte: BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p. 84. 4.3.7. Descarte Por fim, chegamos ao sétimo e último estágio do modelo do processo de decisão do consumidor, o descarte. O consumidor encontra diversas maneiras para se desfazer do produto, assim como o descarte completo, reciclagem ou revenda. Muitos produtos trazem acessórios, manuais e embalagens que também deveram ser descartados. Alguns consumidores que se preocupam com o meio ambiente, buscam a reciclagem como meio de descarte. (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008). Segundo Kotler (2009, p. 185), “Se os consumidores descartarem o produto, a empresa precisa saber onde ele será jogado, principalmente se prejudicar o meioambiente (como no caso de garrafas plásticas e fraldas descartáveis)”. Atualmente ocorre um grande aumento na consciência pública em prol da preservação e proteção do meio ambiente, e a reciclagem é uma das formas de descarte mais utilizadas por aqueles que possuem esta consciência. Figura 8: Sétimo Estágio do Modelo PDC – Descarte. Fonte: BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, Comportamento do Consumidor, 2008, p.86. 4.4. Pesquisa De Marketing 4.4.1. Definições da pesquisa de marketing No que concerne a pesquisa de marketing propriamente dita, Fauze Najib Mattar (2001, p. 15) nos traz um conceito bastante claro e abrangente, do tema, vejamos: “A pesquisa de marketing éinvestigação sistemática, controlada, empírica e crítica de dados com o objetivo de descobrir, descrever ou verificar a existência de relações presumidas entre fatos referentes ao marketing de bens, serviços e idéias, e ao marketing como área de conhecimento de administração”. Já o ilustre autor Naresh K. Malhotra (2006) enfatiza em sua obra a importância da pesquisa no auxílio da tomada de decisões de marketing das empresas e define: Pesquisa de marketing é a identificação, a coleta, a análise e a disseminação sistemática e objetiva das informações; e esse conjunto de ações é empreendido para melhorar as tomadas de decisão relacionadas a identificação e à solução de problemas (estas também conhecidas como oportunidades) em marketing (MALHOTRA, 2006, p.4). Neste sentido, o referido autor afirma que o primeiro passo da pesquisa de marketing esta na identificação de um problema, ou de uma oportunidade, visto que o mesmo defende que “problemas geralmente levam às oportunidades”. 4.4.2. Processo de pesquisa de marketing O processo de pesquisa de marketing é composto, segundo Mattar (2001), por quatro etapas distintas, cada uma com diversas fases. Este autor divide as etapas da seguinte maneira: • Etapa 1: Reconhecimento e formulação de um problema de pesquisa • Etapa 2: Planejamento da pesquisa • Etapa 3: Execução da pesquisa • Etapa 4: Comunicação dos resultados O quadro a seguir mostra de uma forma seqüencial como Mattar (2001) divide as etapas, fases e passos do processo de pesquisa de marketing. ETAPAS 1. Reconhecimento e formulação do problema de pesquisa 2. Planejamento da pesquisa FASES PASSOS Formulação, determinação ou constatação de um problema de pesquisa Exploração inicial do tema Definição dos objetivos Estabelecimento das questões de pesquisa e (ou) formulação de hipóteses Estabelecimento das necessidades de dados e definição das variáveis e de seus indicadores Determinação das fontes de dados Determinação do tipo de pesquisa Determinação de métodos e técnicas de coleta de dados Determinação da metodologia Determinação da população de pesquisa do tamanho da amostra e do processo de amostragem Planejamento da coleta de dados Previsão do processamento e análise dos dados Planejamento da organização, cronograma e orçamento Redação do projeto de pesquisa e (ou) de proposta de pesquisa 3. Construção, pré-teste e reformulação dos instrumentos de pesquisa Execução da pesquisa Impressão dos instrumentos Preparação de campo Formulação da equipe de campo Distribuição do trabalho de campo Coleta de dados Campo Processamento e análise 4. Comunicação dos resultados Conferência, verificação e correção dos dados Digitação Processamento Análise e interpretação Conclusões e recomendações Elaboração e entrega dos relatórios de pesquisa Preparação a apresentação oral dos resultados Figura 9: Processo de pesquisa de marketing. Fonte: MATTAR, Pesquisa de Marketing, 2001, p.16. Malhotra (2006) afirma que o processo de pesquisa de marketing contém seis etapas, conforme mostra a figura abaixo: Figura 10: Processo de pesquisa de marketing. Fonte: MALHOTRA, Introdução à Pesquisa de Marketing, 2006, p.7. Percebe-se que a diferença no processo de pesquisa de marketing entre Mattar (2001) e Malhotra (2006) está apenas na divisão e no numero de etapas que cada um utiliza, porém, o conteúdo a ser levantado e analisado será o mesmo. Enquanto Mattar (2001) considera como primeira etapa o reconhecimento de um problema, o qual consiste basicamente em identificar o problema que se busca resolver e identificar o quão importante a pesquisa de marketing será para se obter uma solução, Malhotra (2006), por sua vez, divide o que Mattar (2001) chama de “reconhecimento de um problema” em duas etapas: a primeira ele chama de “definir o problema”; a segunda, “desenvolver uma abordagem para o problema”. Na primeira etapa, Malhotra (2006) afirma que não basta entender o propósito da pesquisa, devemos entender também questões como “O que levou a pesquisa?” e “Que tipo de decisão será tomada com esta pesquisa?”. Quando o problema é definido, a pesquisa pode ser elaborada e conduzida adequadamente. Na segunda etapa do processo, Malhotra (2006) assegura que esta é direcionada pelas próprias tarefas exercidas na primeira etapa. Segundo Mattar (2001,) a segunda etapa do processo de pesquisa de marketing é chamado de “planejamento da pesquisa” que consiste na definição dos objetivos e da operacionalidade da pesquisa de marketing. Nesta etapa iremos definir qual método de pesquisa iremos utilizar, qual a fonte de dados, qual método de coleta de dados, qual será o plano de amostragem e o tamanho da amostra, como deverá ser feito o processamento dos dados, como será feita a análise e quais serão os recursos necessário para esta pesquisa. Em contrapartida, Malhotra (2006), dá seqüência ao processo de pesquisa de marketing tendo a terceira etapa como equivalente a segunda do processo que Mattar (2001) descreve como objetivo principal, planejar e formular um projeto de pesquisa. O referido autor define que um projeto de pesquisa “é uma estrutura ou um esquema elaborado para conduzir a pesquisa de marketing”. Este projeto irá detalhar as medidas que serão necessárias para se obter as informações exigidas. A próxima etapa do processo Mattar (2001) define como a “execução da pesquisa”. Esta etapa abrange duas atividades: a primeira é a coleta dos dados e a segunda é referente à análise, processamento e interpretação destes dados. Na fase da coleta de dados será feito a apuração dos dados juntamente às fontes necessárias, sendo geralmente considerada a fase mais crítica da pesquisa, visto que pode se tornar onerosa e mais propicia a erros, exigindo assim uma supervisão mais rígida para minimizar estes possíveis erros. Malhotra (2006, p. 8) afirma que “a seleção, o treinamento, a supervisão e a avaliação apropriada da equipe de campo são essenciais para garantir uma coleta de dados de alta qualidade”. Este trabalho de campo pode ser feito através de entrevistas pessoais, por telefone, pelo correio ou até mesmo por e-mails. Após a coleta de dados efetuada entramos em outra fase, a do “processamento, análise e interpretação dos dados”, Mattar (2001, p. 17) cita que esta fase “compreende a transformação dos dados brutos coletados em informações de marketing relevantes para solucionar ou ajudar na solução do problema que deu origem à pesquisa”. Segundo Malhotra (2006) estas informações obtidas através de questionários deverão ser codificadas visando uma padronização que possibilite que estas informações sejam digitalizadas e processadas eletronicamente, para que a partir daí seja possível a utilização de testes e cálculos estatísticos, levando em consideração a análise e as interpretações. Por fim, a última etapa do processo de pesquisa de marketing é chamada por Mattar (2001) de “comunicação dos resultados”, e definida por Malhotra (2006) como a etapa que irá “preparar e apresentar o relatório”. Para Mattar (2001) esta etapa consiste na apresentação tanto das descobertas obtidas através da pesquisa com relação ao problema de origem, quanto das sugestões, conclusões, recomendações e possíveis soluções para este problema. Malhotra (2006), por sua vez, comenta que todo o estudo executado deverá ser documentado em um relatório que deverá apresentar os resultados da pesquisa e suas conclusões. Este relatório geralmente é acompanhado de tabelas, gráficos e figuras que são utilizados juntamente com uma apresentação oral para facilitar o entendimento e compreensão da pesquisa. 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho de pesquisa teve o intuito de definir, estudar e caracterizar o perfil e o comportamento do consumidor de uma loja de jóias em prata em João Pessoa – PB. . Buscou-se através de um questionário, que abordou características sócio-demográficas, analisar o perfil do consumidor, o público alvo e quais eram os produtos mais consumidos na respectiva loja. 5.1. Tipo De Pesquisa Em relação aos métodos utilizados, quanto aos fins à pesquisa será de natureza descritiva, pois a partir do questionário pudemos expor as características dos clientes da loja e definimos a sua natureza. Também teve a natureza exploratória, pois se tratou de uma pesquisa inovadora, sobre um segmento que existe pouco conhecimento nesta região. E por fim foi uma pesquisa explicativa, pois buscou tornar compreensível alguns fatores que contribuíram para a analise tanto do perfil e comportamento do consumidor da loja, quanto do mercado e segmento que a mesma atua. A investigação exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa. A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal exploração. Pesquisa de opinião insere nessa classificação. A investigação explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribuem de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno (VERGARA, 2000, p. 47). Quanto aos meios, pudemos classificar esta pesquisa como sendo de campo. Um questionário foi aplicado nas dependências da loja, e a pesquisa buscou aprofundar a análise dos consumidores de uma loja específica a franquia Lumaê Pratas localizada em João Pessoa – PB. Segundo Vergara (2000, p.47-48), pesquisa de campo é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Podemos incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante ou não. 5.2. Universo Vergara (2000) diz que ao definirmos o universo estamos definindo toda a população inclusive a população amostral que iremos utilizar. O universo que foi utilizado na pesquisa deste trabalho foi o mercado de jóias em João Pessoa. A respeito de população, Vergara (2000) diz que pode-se entender por população não o numero de habitantes de um local, como é largamente conhecido o termo, mas um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características que serão objeto de estudo, onde vimos que a população desta pesquisa foram os consumidores de jóias, jóias em prata e finalmente os consumidores de jóias em prata da Lumaê Pratas. 5.3. Amostra Este trabalho teve como unidade de investigação a loja Lumaê Pratas, que se firmou como a primeira loja especializada tanto na venda como manutenção de jóias em prata de lei na cidade de João Pessoa, mais especificamente no Manaíra Shopping. A amostra desta pesquisa foi de natureza não probabilística intencional ou por tipicidade, pois segundo Vergara (2000) a amostra constituída pela seleção de elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo é uma amostra por tipicidade. Este tipo de amostra foi escolhida pelo fato do pesquisador ter acesso tanto a loja quanto aos dados necessários para a pesquisa, e também por ter conhecimento deste mercado. A seleção dos participantes da pesquisa foi feita em campo, de modo que só responderam a pesquisa, consumidores da loja Lumaê Pratas de João Pessoa. 5.4. Métodos E Instrumentos De Pesquisa Dentre os métodos e instrumentos de pesquisas, Vergara (2000) destaca a observação, o questionário, o formulário e a entrevista como meios de pesquisas de campo. Nesta pesquisa foi decido utilizar como instrumento de coleta de dados o questionário. Vergara (2000) afirma que questionário caracteriza-se por uma serie de questões apresentadas ao respondente, por escrito, e a respeito da classificação Vergara (2000) comenta que o questionário pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou fechado estruturado. No questionário aberto, as respostas livres são dadas pelos respondentes, no fechado o respondente faz escolhas, ou pondera, diante de alternativas apresentadas. Este trabalho utilizou métodos não probabilísticos, como também teve uma pesquisa descritiva, exploratória e explicativa. Os dados coletados foram os dados primários, através de um questionário estruturado fechado, que foi aplicado nas dependências da loja, diretamente com os consumidores. Este questionário trouxe questões que possibilitaram o pesquisador estudar as variáveis sóciodemográficas destes consumidores, alcançando assim os objetivos da pesquisa. 5.5. Análise Dos Dados Os dados primários após serem coletados através dos questionários, foram analisados de forma quantitativa, uma vez que foram utilizados parâmetros estatísticos, a partir dos resultados obtidos através dos questionários. Utilizamos para análise e registro das respostas e resultados da pesquisa softwares como Excel versão 2007 e MS Project versão Professional 2007, onde os resultados foram tabulados e demonstrados em forma de tabelas e gráficos para melhor entendimento demonstração dos resultados. A necessidade de dados e informações sobre as características sóciodemográficas dos consumidores da loja Lumaê Prata de João Pessoa – PB impulsionou está pesquisa, que trouxe benefícios para a loja, para a empresa, para os consumidores, para o pesquisador e até mesmo para o mercado. 6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Nesta etapa da pesquisa iremos dar início a análise e interpretação dos dados que foram obtidos através de questionários estruturados fechados, baseados nas características afirmadas por Vergara (2000). Tais questionários foram elaborados com o intuito de obter informações sobre as variáveis sóciodemográficas dos consumidores de jóias em prata de João Pessoa – PB, variáveis como sexo, faixa etária, estado civil e renda mensal. 6.1. Perfil Da Amostra E Análise Dos Dados Neste ponto serão demonstrados os dados em forma de gráficos, tendo sido dedicado para cada questão um gráfico específico com a porcentagem das respostas obtidas. Foi analisada uma amostra total de 200 (duzentos) questionários respondidos pelos consumidores da loja Lumaê Pratas, localizada no Manaíra Shopping, em João Pessoa – PB. Gr áfico 1: Distribuição por Cidade. Fonte: Dados da pesquisa, 2010. Para dar início a análise, será utilizada a variável que diz respeito à cidade onde o consumidor da loja habita. No gráfico 1 pode-se observar que a grande maioria dos consumidores se concentra na cidade de João Pessoa – PB, seguida por Cabedelo – PB e Recife – PE. Esta grande disparidade entre as cidades ocorre pelo fato de que os questionários foram aplicados na cidade de João pessoa, e por Cabedelo ser um município próximo o favorece a se tornar a segunda cidade que mais consome na loja. Gráfico 2: Distribuição por Bairro. Fonte: Dados da pesquisa, 2010. A segunda questão abordada pelo questionário tratava do bairro onde os consumidores habitam em suas respectivas cidades, através da qual foram encontrados 38 (trinta e oito) bairros distintos. O gráfico 2, por sua vez, traz os 6 (seis) bairros que mais se repetem nas respostas obtidas. Podemos observar que o bairro do Bessa tem a maior incidência com 22% da freqüência, seguido por Manaíra e Tambaú ambos os três localizados em João Pessoa – PB. Estes seis bairros totalizam 60% dos questionários. No caso desta loja, vários fatores são decisivos para que os indivíduos se tornem consumidores, um deles é a sua localização, que se encontra no Shopping de maior expressão na cidade de João Pessoa. A comodidade de encontrar a loja em um local de fácil acesso torna-se um fato que contribui para o processo de decisão do consumidor, assim como Blackwell, Miniard e Engel (2008) apóiam em seu modelo. Gráfico 3: Distribuição por sexo. Fonte: Dados da pesquisa, 2010. O gráfico 3 exposto acima demonstra uma predominância de consumidores do sexo feminino, os 74% de consumidoras representa 148 questionários, enquanto os 26% do sexo masculino representam 52 questionários. Como se vê, há uma maioria no consumo por este gênero. Ao aplicar os questionários no ambiente da loja foi possível observar que por diversas vezes consumidores do sexo masculino compraram produtos para presentear suas mães, esposas, namoradas ou filhas, o que confirma a preferência pelos produtos por consumidores do sexo feminino. Outro ponto que favorece essa disparidade entre os sexos é o fato de a loja oferecer uma variedade maior de produtos voltados para este gênero predominante, como exemplo podemos citar os diversos tipos de brincos, tornozeleiras, piercings, anéis, diferentes tipos de correntes e cordões femininos, entre outros produtos voltados para o público feminino. G ráfico 4: Distribuição por faixa etária. Fonte: Dados da pesquisa, 2010. O gráfico 4 demonstra a distribuição da faixa etária em que cada consumidor que respondeu a pesquisa se enquadra. Percebe-se uma grande disparidade entre a faixa etária de 19 a 26 anos, com 42% dos questionários, das demais cinco faixas que foram divididas nesta pesquisa. A segunda faixa etária encontrada mais freqüente é a de 27 a 34 anos, com 19%, seguida pela faixa que vai dos 35 aos 42 anos. No ambiente da loja foi possível verificar, diariamente, que esta oferece produtos voltados para todas as faixas etárias acima citadas. Entretanto, existe uma preferência por jóias em prata por parte do público que se encaixa na faixa etária de 19 a 26 anos. Isto ocorre por se tratar de jóias de qualidade, com garantia, que possuem brilho e beleza juntamente com um preço acessível e durabilidade garantida. Já consumidores acima de 50 anos se por diversas vezes se mostram receosos ao tratar de jóias em prata, seja por não conhecerem o produto ou a própria prata em si, ou até mesmo por preferir jóias em ouro como acessório de luxo. Gráfi co 5: Distribuição por estado civil. Fonte: Dados da pesquisa, 2010. Nesta etapa foi abordada a variável referente ao estado civil dos consumidores demonstrado pelo gráfico 5. Nota-se que dentre todos os questionários analisados, a grande maioria dos consumidores são solteiros, equivalente a 59%. O segundo maior índice equivale a 36,50% correspondente aos consumidores casados. Por fim, as menores porcentagens encontradas foram de consumidores divorciados e viúvos, equivalentes a 3,50% e 1% dos questionários, respectivamente. Através da pesquisa em loco foi observado que vários casais, sejam casados ou de namorados, se tornam consumidores da loja diariamente, visto que esta possui produtos que atraem este tipo de público, como alianças de diversos tipos e modelos, pingentes e outros produtos voltados para casais. Gráfi co 6: Renda mensal. Fonte: Dados da pesquisa, 2010. Neste ponto, passamos a análise do gráfico 6, o qual demonstra a variável concernente a renda mensal dos consumidores. Diante dos questionários avaliados, percebe-se que o maior índice de consumidores encontra-se na média de renda mensal de R$500,00 até R$1.299,00 e acima de R$3.000,00, o que equivale a 32,50% e 28%, respectivamente. Em terceiro lugar, encontram-se os consumidores com renda mensal de R$1.300,00 até R$2.099,00 comportando 15% dos questionários realizados. Por fim, a menor disparidade encontrada foi entre os consumidores com renda mensal até R$499,00 e de R$2.100,00 até R$2.099,00, possuindo uma diferença de apenas 0,5%, tendo o primeiro apresentado 12% e o segundo 12,5% dos questionários realizados. Analisando os questionários pôde-se observar que apesar do número de consumidores da faixa de renda entre R$500,00 até R$1.299,00 ser superior às demais, vimos que pessoas com faixas de renda superiores adquirem mais produtos de uma só vez. Como exemplo pode-se citar que consumidores com renda mensal acima de R$2.100,00, geralmente, compram mais de um produto em apenas uma visita a loja, Impulsionados muitas vezes pelo baixo custo da jóia, ou até mesmo influenciados pelo próprio ambiente da loja como vitrines, informações das atendentes, disponibilidade do produto ou simplesmente pelos atributos que os próprios produtos possuem como brilho e beleza. Este fato é explicado claramente por Blackwell, Miniard e Engel (2008) quando falam em relação à quarta etapa do processo de decisão do consumidor, que é a compra. Gráfi co 7: Como avalia de maneira geral o atendimento na loja? Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 6.2. Ambiente da loja Outro ponto abordado no questionário aplicado foi a avaliação dada pelo consumidor ao atendimento da loja, demonstrado pelo gráfico 7. A partir desta questão foi encontrada uma grande disparidade de dados, uma vez que as opções péssimo e ruim não foram marcadas por nenhum consumidor dentre os 200 participantes do questionário, e apenas 1% dos consumidores escolheram a opção regular, como se vê no gráfico acima. Por outro lado, os itens bom e ótimo foram os mais freqüentes, tendo uma variável de 18,5% e 80%, respectivamente, demonstrando um alto nível de satisfação do cliente quanto ao atendimento realizado. Este alto nível de satisfação do cliente em relação às atendentes/vendedoras da loja influencia diretamente no processo de compra do indivíduo, visto que este poderá sofrer influências dos vendedores, assim como afirmam Blackwell, Miniard e Engel (2008). Gráfi co 8: Como considera o ambiente e a estrutura da loja? Fonte: Dados da pesquisa, 2010. No gráfico 8 foi abordada a questão do ambiente e da estrutura da loja e os resultados obtidos foram muito similares ao obtidos no gráfico anterior. Percebese que, mais uma vez, os itens péssimo e ruim não foram marcados por nenhum cliente, e o item regular teve apenas 1% dos consumidores. Em contrapartida, com relação ao gráfico 7, tivemos uma disparidade menor entre os itens bom e ótimo equivalentes a 30% e 69%, respectivamente. Mesmo assim, os dados demonstram bom índice de satisfação dos consumidores com relação ao ambiente e estrutura da loja, oscilando entre bom e ótimo. No momento da aplicação dos questionários foi possível observar o quanto o ambiente influencia diretamente no processo de compra dos consumidores. Fatores como a exposição dos produtos na vitrine, propagandas, vantagens e promoções são mecanismos determinantes neste tipo de loja. Muitas vezes encontramos indivíduos que ao passar pela loja são atraídos pelas vitrines, adentram no ambiente da loja e efetuam uma compra. Em outros casos, consumidores acabam levando outro produto diferente daquele que vieram em busca por conta da própria vitrine ou até mesmo de uma promoção. Estas situações se adéquam perfeitamente ao que Blackwell, Miniard e Engel (2008) explicam quando falam a respeito do estágio da compra no modelo do processo de decisão do consumidor. Gráfi co 9: Como costuma pagar suas compras? Fonte: Dados da pesquisa, 2010. O gráfico 9 demonstra a preferência da forma de pagamento dos consumidores analisados. Nota-se que as porcentagens variam para um total maior do que os 100%, isto ocorre porque esta questão possibilitava o consumidor assinalar mais de uma alternativa de resposta, visando que muitos utilizavam mais de uma forma de pagamento habitualmente. Podemos observar que por uma pequena vantagem os consumidores preferem efetuar seus pagamentos utilizando cartões de crédito, com 56% de freqüência. Logo em seguida temos o pagamento utilizando dinheiro, com 43%. Outro fato que este gráfico nos mostra é o desuso do pagamento em cheque, visto que em 200 questionários analisados, nenhum dos consumidores utiliza esta forma de pagamento. A outra modalidade de pagamento utilizado pelos consumidores analisados foi a de cartão de debito, com 26,50%. Gráfico 10 : Que produto está comprando? Fonte: Dados da pesquisa, 2010. O gráfico 10 traz dados importantíssimos para a loja, uma vez que indica os itens que saem com maior freqüência, mostrando a porcentagem de cada um deles. Nota-se que os itens cordão/corrente, com 47,50%, e brinco, com 41%, são os produtos que mais foram vendidos durante esta pesquisa, seguidos com uma pequena diferença pelo anel, com 36%. Pulseira, piercing e tornozeleira somam juntos 25,5%. Deve-se salientar que não ouve nenhum tipo de promoção de nenhum dos produtos listados acima, buscando não haver mudanças na intenção de compra. O que foi levado em consideração foi a necessidade ou desejo do cliente por determinado produto, assim como Blackwell, Miniard e Engel (2008) apóiam. Pode-se notar que, assim como ocorreu no gráfico 9, se somarmos os itens do gráfico 10, obteremos um total maior do que 100%, isto ocorre porque muitos consumidores não compram apenas um único produto, como exemplo podemos citar uma consumidora que efetua a compra de uma corrente e resolve também levar um pingente, ou um brinco com um anel, e assim por diante. Gráfico 11: Qual o tipo do produto que está comprando? Fonte: Dados da pesquisa, 2010. Para finalizar o questionário, temos a análise do tipo de produto mais comprado na loja, demonstrada pelo gráfico 11 exposto acima. Por meio desta avaliação pôde-se concluir que o tipo do produto mais procurado pelos consumidores é a prata 925/950, correspondendo a 73% dos questionários. Logo em seguida, temos a prata leve, com 25%, e por último o aço, com 10,5%. Com os valores obtidos percebe-se que, assim como ocorreu nos gráficos 9 e 10, mais uma vez, se somarmos os itens do gráfico 11, obteremos um total maior do que 100%, isto porque há uma grande possibilidade dos consumidores comprarem mais de um tipo de produto, como por exemplo, um cliente pode comprar uma corrente de prata 925/950, um brinco de prata leve e um anel de aço, o que traz uma variação na porcentagem obtida nos resultados. 6.3. Perfil do Consumidor e de Consumo A partir das informações obtidas pelo questionário realizado, ficam demonstradas na Tabela 1 as características predominantes dos consumidores de lojas em prata na cidade de João Pessoa – PB. A referida tabela traz as questões abordadas nos questionários, as respostas obtidas com maior freqüência, a quantidade de questionários nos quais foram encontradas essas respostas e a porcentagem em relação às demais alternativas encontradas no questionário. Diante de todo o exposto, conclui-se que o consumidor analisado reside na cidade de João Pessoa, no bairro do Bessa, é do sexo feminino, se encontra na faixa etária entre 19 a 26 anos, é solteiro, possui uma renda mensal pessoal de R$500,00 a R$1299,00, considera ótimo tanto atendimento por parte das funcionárias como também o ambiente da loja, e tem o hábito e a preferência de pagar suas contas com cartões de crédito. Além destas características foi possível analisar através dos questionários qual produto que tem o maior índice de vendas e qual o tipo deste produto, visto que a loja, apesar de ser especializada em jóias em prata, também vende produtos feitos de aço cirúrgico antialérgico e pratas leves. Logo, com a análise dos questionários realizados verifica-se que os produtos mais vendidos foram os cordões e as correntes do tipo prata 925/950. Tabela 1: Perfil do Consumidor e seu consumo Perfil do Consumidor Questões Respostas Quantidade Porcentagem Cidade João Pessoa 179 89,50% Bairro Bessa 44 22,00% Sexo Feminino 148 74,00% Faixa Etária 19 a 26 anos 84 42,00% Estado Civil Solteiro 118 59,00% Renda Mensal Como avalia de maneira geral o atendimento na loja? Como considera o ambiente e a estrutura da loja? Como costuma pagar suas compras? Que produto está comprando? Qual o tipo do produto que está comprando? R$500,00 a R$1299,00 65 32,50% Ótimo 161 80,50% Ótimo 138 69,00% Cartão de Crédito 112 56,00% Cordão / Corrente 95 47,50% Prata 925/950 147 73,50% Fonte: Dados da pesquisa, 2010. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelo quanto se disse, o presente trabalho realizou uma pesquisa de marketing apoiada pelos pensamentos e fundamentações tanto de Mattar (2001) como de Malhotra (2006), buscando estudar o público alvo da loja Lumaê Pratas de João Pessoa – PB, assim como caracterizar o perfil do consumidor de uma loja especializada na venda e manutenção de jóias em prata desta cidade. Através da amostra analisada, pudemos observar as variáveis sóciodemográficas dos consumidores da loja, o que nos levou a caracterizar o perfil deste consumidor como também definir quais os produtos mais vendidos. No final da análise dos questionários observa-se que o perfil com maior índice de consumo na loja Lumaê Pratas de João Pessoa é por parte dos consumidores do sexo feminino, solteiros, que se encontram na faixa etária de 19 a 26 anos, são considerados de classe média (entre classe D e C)2, consideram ótimo o atendimento e o ambiente da loja e tem o hábito de pagar suas contas utilizando cartões de crédito. Em relação aos produtos vendidos na loja temos em primeiro lugar a categoria de cordões e correntes, uma vez que em 200 (duzentos) questionários analisados foi constatada a compra de 95 (noventa e cinco) produtos desta categoria. Em segundo lugar com uma diferença de apenas 6,5% de freqüência nos questionários, está a categoria dos brincos, com um índice de 82 (oitenta e dois) produtos vendidos dentre os 200 (duzentos) consumidores avaliados. Na terceira posição está a categoria dos anéis, com 36% de freqüência, correspondente a venda de 72 (setenta e dois) itens. Atualmente, com o aumento da concorrência, as empresas procuram no marketing uma resposta para seus problemas e dificuldades encontradas todos os dias no mercado. As respostas e soluções para estes problemas estão ligadas diretamente ao consumidor, motivo este que impulsiona cada vez mais a necessidade de se obter informações pertinentes sobre este sujeito, o qual é a peça chave para a movimentação do mercado. Vale referir que com um mercado altamente competitivo, as empresas estão se concentrando em observar como os consumidores definem a escolha do produto ou serviço que irão adquirir. Contudo, para que seja possível estudar o comportamento deste consumidor devemos saber quem é este consumidor, qual o seu perfil e quais as suas características. O comportamento dos consumidores da Loja Lumaê Pratas, foi analisado através da aplicação do questionário diretamente com o consumidor e dentro do ambiente da loja, utilizando as etapas do modelo de processo de decisão do consumidor de Blackwell, Miniard e Engel (2008) como parâmetro. Por meio deste estudo foi possível identificar diversas etapas deste processo como a busca de informações sobre produtos, avaliações pré-compra, avaliações pós-consumo e principalmente a etapa da compra nos consumidores da loja. Diante do que foi observado foi proposto aos franqueados que estudassem a possibilidade da criação de uma loja virtual representando a marca Lumaê Pratas, considerando a grande força atual do mercado de vendas online, sua facilidade de acesso, a chance de divulgar cada vez mais a marca por todo o 2 Dados do “Observador” estudo encomendado pela Cetelen (2008) país, criando assim a possibilidade de conquistar mais e mais clientes, permitindo, deste modo, aumentar o número de opções para abrir novas franquias em outras cidades do país expandindo a marca e ganhando cada vez mais espaço no mercado joalheiro brasileiro. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Stefânia Ordovás de. Avaliação Pós-Consumo: proposição de um escala para mensuração do encantamento do cliente. 2003. 204p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração. Escola de Administração. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. BARBOSA, Lourdes; DIAS, Cecilia de Melo; KOVACS, Michelle H.; LEÃO, André Luiz M. de S.; VIEIRA, Ricardo S. G. Podemos confiar nos resultados de nossas pesquisas? Uma Avaliação dos Procedimentos Metodológicos nos Artigos de Marketing do EnANPAD. In: I EMA – Encontro de Marketing da ANPAD, 2004, Porto Alegre. CHRISTINO, Juliana M. M. PEREIRA, Cláudia Aparecida; SOUKI, Gustavo Quiroga. Comportamento do Consumidor de Refrigerantes: fontes de informação, grupos de referência e atributos importantes na decisão de compra. In: XXIX Encontro de Marketing da ANPAD, 2005, Brasília. COBRA, Marcos. Marketing e Moda. 1ª ed. São Paulo: SENAC, 2007 CPRM – SERVIÇOS GEOLÓGICOS DO BRASIL. Os Metais Preciosos: a prata. Disponível em: http://www.cprm.gov.br/. Acesso em: 30/11/2009. _______;Pergunte a um Geólogo. Disponível http://www.cprm.gov.br/publique/media/pug.pdf. Acesso em: 17/01/2010. em: DRUCKER, P., The Shame of Marketing, in Kelley, W.T., New Consumerism: Selected Readings. 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