Capítulo 6 – ROCHAS METAMÓRFICAS 1- DEFINIÇÕES Rochas Metamórficas: Rocha proveniente de transformações sofridas por qualquer tipo de rochas preexistentes que foram submetidas a processos termodinâmicos, (efeitos de variação de temperatura e pressão) os quais produziram novas texturas e novos minerais que geralmente se expressam orientados segundo diferentes traçados (fenômeno de metamorfismo). Metamorfismo: Meta = Mudança; Morpho = Forma Mudanças Mineralógicas e Estruturais que sofrem as rochas (sem que sofram fusão) quando submetidas a condições físicas e químicas diferentes daquelas que originalmente as formaram. 2 - AGENTES DO METAFORMISMO: a) TEMPERATURA: Ao aprofundarem-se progressivamente sob um crescente n° de camadas de sedimentos as rochas vão sofrendo temperaturas cada vez mais elevadas. - CALOR RESIDUAL DA TERRA – Grau geotérmico (1ºC a cada 33 m); - INTRUSÕES ÍGNEAS – Grandes massas de rochas - DESINTEGRAÇÃO DE SUBST. RADIOATIVAS – Energia liberada; - ATRITO ENTRE CAMADAS – Energia de fricção Ação maior da temperatura ? Recristalização dos Minerais Desenvolvimento de novos minerais (leva os grãos a uma nova formação, com surgimento de grandes grãos) Mudanças nas condições (P e T) de sua estabilidade. O mineral passa a uma nova forma estável. b) PRESSÃO: A simples elevação de temperatura não é um fator determinante do metamorfismo, mas é principalmente a pressão em combinação com a temperatura que mais contribui para as profundas modificações das rochas. - Pressões orientadas: sobrecarga de rochas sobrejacentes - Pressões hidrostáticas: zonas profundas da crosta, onde as rochas trabalham hidrostaticamente - Outras pressões: pressão da água, gases, vapores (CO 2, O 2). - Efeitos da pressão: Eliminação da porosidade Expulsão de voláteis Desaparecimento de fósseis Aparecimento de minerais mais densos - Ação da pressão ? Deformação dos Minerais : Mudança de estrutura e textura (leva ao alinhamento e orientação dos grãos) c) FLUIDOS: Os fluidos, tais como água, gás carbônico, oxigênio, fluor, etc desempenham a função de facilitar as reações e transformações mineralógicas → Atividade química. Resumo - Agentes do Metamorfismo: - Aumento de temperatura ? - Aumento de pressão ? Met. Termal Met. Cataclástico (dinâmico) - Aumento de pressão e temperatura Met. Dinamotermal (Regional) ? Áreas restritas e localizadas Áreas extensas 3 - TIPOS DE TRANSFORMAÇÕES: a) Metamorfismo Normal: Sem qualquer perda ou adição de novo material à rocha que sofreu metamorfismo, ou seja, a composição química continua a mesma, embora a rocha seja outra. EXEMPLOS: ARENITOS → QUARTZITO CALCÁRIOS → MÁRMORES FOLHELHOS → MICAXISTOS b) Metamorfismo metassomático ou metassomatismo: ocorre mudança de composição química da rocha evidenciado pela formação de minerais novos não existentes anteriormente. Ex.: Gnaisse (Ortognaisse: proveniente do granito e paragnaisse: de argilito) Elevado grau de metamorfismo, com composição mineralógica variável. Argilito → Ardósia → Filtro → Micaxisto → Xisto → “Paragnaisse” Elementeos que caracterizam e identificam uma rocha metamórfica • MINERAIS ORIENTADOS • DOBRAS E FRATURAS • DUREZA MÉDIA A ELEVADA 4 - TIPOS DE METAMOSFISMO a) Metamorfismo Termal Denomina-se Metamorfismo Termal a todos os tipos de mudanças que passam as rochas, sendo o fator dominante o calor. * Metamorfismo de Contacto Desenvolve-se ao redor de corpos ígneos intrusivos (como batólitos) que cedem parte de sua energia térmica a rochas vizinhas. Rochas Metamorfoseadas apresentam-se em auréolas. * Pirometamorfismo: ( não é considerado como Metamorfismo Termal) Mudanças que ocorrem pelo contato imediato com o magma. Ex.: lava esparramada pelas vizinhanças de um vulcão (modificando a natureza física e química da superfície das rochas por onde passa). b) Metamorfismo Dinâmico ou cataclástico: Pressão não uniforme associada ao aumento de temperatura provoca fraturas originando estruturas e texturas próprias. Este tipo de metamorfismo ocasiona o deslocamento de massas de rochas em zonas de falhas – Pressão orientada e se restringe a partes pouco profundas da crosta terrestre, consistindo no fraturamento, trituração e moagem das rochas originais, com a conseqüente modificação da textura e estrutura. Não há processos de recristalização. Exemplos: Cataclasitos Milomitos - Rochas formadas por esmigalhamento sem reconstituição química. Formada por moagem e cisalhamento dos grãos Regiões de elevada permeabilidade. c) Metamorfismo Regional (Dinamotermal) Ação conjunta da temperatura e pressão provocando a recristalização na rocha e favorecendo o aparecimento de novas estruturas. Está intimamente relacionado com a formação de cadeias de montanhas (áreas conhecidas como geosinclinais). É também chamado de “geral”, pois afeta grandes regiões e é considerado o mais importante. Este tipo de metamorfismo ocorre a grandes profundidades, mas, pela ação do intemperismo e erosão, as rochas metamorfisadas podem atingir a superfície, completamente transformada em grandes massas de xistos e gnaisses. - Ocorre em regiões de dobramentos da crosta terrestre (processo de tectonismo - movimentação contínua ou descontínua da crosta) com a consequente formação de grandes cadeias montanhosas. - Os fenômenos dinamotermais são responsáveis pelo aparecimento de rochas muito comuns como xistos e gnaisses d) Metamorfismo Plutônico: Num aprofundamento ainda maior, as rochas entram na fase plástica, pastosa e já não transmitem pressões dirigidas, perdendo pouco a pouco a orientação dos seus minerais, enquanto novos se formam, praticamente sem xistosidade. Influência de temperatura elevada em grande pressão uniforme (não existindo pressão dirigida), ocorridas em grande profundidade. 5 - CAUSAS DO METAMORFISMO: - Contato de rochas pré-existentes - Movimentos tangenciais dos continentes (placas tectônicas) 6 - SEQÜÊNCIA DO METAMORFISMO: - Deformação dos minerais com redução dos poros; T+P - Achatamento dos minerais; PRESSÃO DOMINANTE - Orientação dos minerais; PRESSÃO - Dobramento das rochas ESFORÇOS TANGENCIAIS À CROSTA 7 - PLANO DE XISTOSIDADE: Xistosidade é uma expressão da medida em que minerais micáceos, lamelares ou prismáticos paralelos ou sub-paralelos caracterizam a aparência de uma rocha metamórfica. A xistosidade é evidenciada pelo achatamento e orientação dos grãos da rocha durante o processo de metamorfismo. 8 - TIPOS DE ROCHAS METAMÓRFICAS: ROCHA ÍGNEA OU SEDIMENTAR ORIGINAL CONGLOMERADO ARENITO ARENITO ARGILOSO ARGILITO & SILTITO (LAMITOS) CALCÁREO PURO CALCÁREO ARGILOSO CALCÁREO DOLOMÍTICO CARVÃO GRANITO BASALTO ULTRABÁSICAS ROCHA METAMÓRFICA RESULTANTE METACONGLOMERADO QUARTZITO QUARTZITO MICÁCEO ARDÓSIA FILITO MICAXISTO GNAISSE MÁRMORE BRANCO MÁRMORE MICÁCEO MÁRMORE VERDE ANTRACITO GRAFITE GNAISS XISTOS VERDES ANFIBOLITOS SERPENTINOS TALCO-XISTOS PEDRA SABÃO 9 - PROPRIEDADES MECÂNICAS DAS ROCHAS METAMÓRFICAS: Dependem fundamentalmente da xistosidade (ausente, fraca ou bem pronunciada), da composição mineralógica e da textura Características tecnológicas entre as sedimentares e as ígneas: Tem maior densidade e são mais resistentes que as sedimentares originais e são menos resistentes e mais deformáveis que as ígneas, especialmente devido à xistosidade. O arranjo orientado dos grãos e a xistosidade facilitam altamente o ataque dos agentes do intemperismo, facilitando bastante a profunda alteração das rochas metamórficas, gerando solos espessos. Extrema rapidez de variação lateral e vertical de suas camadas em termos de natureza e características. 10 - SEQÜÊNCIA DE CAMPO: GNAISSE MICAXIST O FILITOS ARDÓSIA GRANIT ROCHA 11 - MINERAIS METAMÓRFICOS a – INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO ORIGINAL As transformações minerais dependem: a) Composição da rocha mineral; b) Natureza ou tipo de metamorfismo submetido Tipos de rochas segundo composição inicial: a) ARGILOSAS – mudanças são bem caracterizadas de acordo com a elevação de temperatura e pressão. Servem para o estabelecimento dos sucessivos graus de metamorfismo. b) ARENOSAS, ÍGNEAS ÁCIDAS E TUFOS; XISTOS ÁCIDOS E GNAISSES – menos sensíveis às mudanças, portanto difíceis de serem acompanhadas. c) CALCÁRIOS E OUTRAS ROCHAS CARBONATADAS – são rochas constituídas de carbonato de cálcio puro: as mudanças são pequenas exceto recristalização. d) ÍGNEAS INTERMEDIÁRIAS, BÁSICAS E SEUS TUFOS – são do tipo magmático básico. b – PROCESSOS As relações se processam no estado sólido (não sofrem fusão). Prova: conservação de vestígios de estratificação e pela presença de restos fósseis em rochas complementares recristalizadas. Os cristais crescerão na direção perpendicular à direção da maior pressão (alongadas paralelamente à direção de menor pressão).