A FEBRE CHIKUNGUNYA Boletim da Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Estado do Acre Informe Técnico 15 É uma doença viral, transmitida a partir da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Pode causar doença aguda, subaguda e crônica. (Semana epidemiológica 1 a 22 – 03/01/2016 a 04/06/2016) Situação epidemiológica da Dengue Em 2016, foram notificados como casos suspeitos de dengue no A fase aguda é caracterizada por febre de início repentino (acima de 39°C) e dor articular intensa. Pode ainda incluir: cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea, vômito, poliartrite, erupção cutânea e conjuntivite com duração de 3 -10 dias. Estado do Acre 7.589 casos, desses, 781(10%) foram confirmados, A fase subaguda é caracterizada pela recaída dos sinais e sintomas ocorridos na fase aguda (após os primeiros 10 dias), incluindo poliartrite distal, exacerbação da dor nas articulações e ossos e tenossinovite hipertrófica subaguda nos punhos e tornozelos. Em alguns casos desenvolvem distúrbios vasculares periféricos, sintomas depressivos, cansaço geral e fraqueza. Em geral esse quadro tem duração entre dois e três meses após o início da doença. No mesmo período, em 2015 foram notificados 10.821 casos Fase crônica: possui as mesmas características da fase subaguda, com persistência dos sinais e sintomas por mais de três meses e que pode se estender, com menor frequência, por anos. Em geral, mantém-se a artralgia inflamatória nas mesmas articulações afetadas anteriormente. 4.752 (63%) descartados, 940 (12%) estão em investigação, aguardando confirmação ou descarte e 1.116 (14%) foram encerrados como inconclusivos por terem excedido o tempo oportuno de encerramento (60 dias). Até o momento não há registro de óbitos por Dengue. suspeitos, destes, 4.525 (42%) foram confirmados, 5.746 (53%) descartado e 550 (5%) foram encerrados como inconclusivos. Observa- se então, uma redução de 30% nas notificações no Estado. (gráfico 01) Fonte:sinanonline 08.06.2016 . Analisando os casos notificados de dengue nos anos de 2015 e 2016 por semana epidemiológica, a semana 06/2016 apresentou maior número de casos (661), correspondendo a 9% das notificações de todo o período considerado. No mesmo período do ano anterior, o maior número de casos ocorreu na semana epidemiológica 03/2015, com 947 casos (9%), sendo que, nas semanas seguintes houve oscilações no número de casos. (Gráfico 2). 1000 Gráfico 02-Casos suspeitos de dengue por semana epidemiologica,Acre 2015/2016* 900 800 700 600 500 2015 400 2016 300 200 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 2015 821 870 947 737 648 612 463 502 457 449 526 530 471 409 420 378 317 330 241 299 245 149 2016 260 318 410 439 650 661 660 517 558 440 350 302 333 297 367 253 217 156 146 116 90 49 Fonte: sinanonline 08.06.2016 Analisando a distribuição mensal dos casos notificados de dengue no Estado no ano de 2016, observa-se um pico no mês de fevereiro (2.588 casos), seguido de uma redução no mês de março (1.788 casos), tendência que é observada nos meses subsequentes. No mesmo período, em 2015, o pico ocorreu no mês de janeiro (3.375 casos), com uma redução a partir do mês de fevereiro. (gráfico 3) 4000 Gráfico 03-casos suspeitos de dengue,segundo mês de ocorrência,Acre 2015/2016* 3500 3000 2500 2000 2015 1500 2016 1000 500 0 Janeiro Fevereiro Marco Abril Maio Junho 2015 3375 2225 2210 1683 1189 139 2016 1476 2588 1788 1180 533 24 Fonte:sinanonline 08.06.2016 Situação epidemiológica da Febre Chikungunya Em 2016, até a semana epidemiológica 22 (03/01/2016 a 04/06/2016), foram notificados 965 casos suspeitos de Febre Chikungunya no estado do Acre. Sendo, Rio Branco, o município a apresentar o maior número de casos (711), correspondendo a 74%. No mesmo período do ano anterior, foram registrados 04 casos de Febre Chikungunya, todos notificados no município de Rio Branco. Quando analisamos por semana epidemiológica 01 a 22 (03/01/2016 a 04/06/2016) gráfico 04, o maior índice de notificações ocorreu na semana epidemiológica 06/2016 com 78 (8%) casos, apresentando uma queda considerável nas semanas seguintes. No ano de 2015, só houve notificações nas semanas epidemiológicas 05 e 06/2015. Gráfico 04-Casos suspeitos de chikungunya por semana epidemiologica.Acre 2016* 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 2016 17 27 47 22 71 78 55 58 48 76 48 51 61 71 60 60 36 28 19 13 11 8 Fonte:sinanonline/sinannet 800 Gráfico 05-Casos suspeitos de chikungunya por município de residência,Acre 711 2016*. 700 600 500 400 300 200 100 1 41 52 2 4 0 Fonte:sinanonline/sinannet 08.06.2016 24 58 3 4 5 13 5 6 1 35 Foram encaminhando até o momento para o Laboratório de referencia da Região Norte Instituto Evandro Chagas, 328 amostras para realização de PCR para diagnóstico de Chukungunya, dos quais, 286(87%) estão aguardando triagem, 20 (6%) em análises, 05 (1%) aguardando a liberação do resultado e 18 (5%) liberado com resultados não reagente. O Laboratório Central de Saúde Pública – LACEN, a partir de março de 2016 deu inicio a realização de Sorologia para detecção do anticorpo IgM para o diagnóstico de Febre Chikungunya. Das 397 amostras enviadas, 30 (7%) foram reagentes, 354 (89%) negativas, 13 (3%) indeterminado. Ainda há 240 amostras realizando triagem e 725 amostras nos dois laboratórios aguardando liberação dos resultados. Situação epidemiológica do Zika vírus Analisando a situação da Zika, da semana epidemiológica 01 a 22 (03/01/2016 a 04/06/2016), foram notificados 1.374 casos suspeitos. Desses, 14(1%) foram confirmados pelo laboratório de referência – Instituto Evandro Chagas – IEC, e 01 confirmado pelo laboratório LABCO NOÛS, 17 (1%) descartados e 1.342 (98%) estão em investigação aguardando confirmação ou descarte. (gráfico 6) Dos 15 casos confirmados laboratorialmente de Zika, todos são autóctones (quando a doença é contraída dentro do município) do munícipio de Rio Branco. 1600 1400 Gráfico 06-Casos suspeitos de zika,segundo criterio de classificação,Acre,2016. 1200 1000 800 600 400 200 0 confirmados descartados Em investigação 15 17 1.342 Nº de casos Fonte:Sinannet 08.06.2016 Analisando os casos de 2016 por semana epidemiológica, observa-se um acréscimo nas notificações a partir da semana epidemiológica 05, atingindo um pico na semana epidemiológica 09 (28/02/2016 a 05/03/2016) com 151 casos, nas semanas seguintes houve oscilações no número de casos, com diminuição a partir da semana 16. (gráfico 7) Gráfico 07-Casos notificados de zika vírus,por semana epidemiologica,Acre 2016. 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Nº DE CASOS 18 38 36 29 45 66 115105151125 78 89 108 84 90 62 45 35 22 14 17 2 Fonte:sinannet SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MICROCEFALIA E/OU ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) NO ESTADO DO ACRE Considerando a situação epidemiológica da microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC) no Brasil que, em novembro de 2015 o Ministério da Saúde confirmou o aumento do número de casos com a infecção por ZikaV, o Estado do Acre vem monitorando e investigando todos os casos nos 22 municípios, de acordo com as orientações do Protocolo de Vigilância do Ministério da Saúde editado em março de 2016. As notificações de microcefalia no Estado do Acre iniciaram na semana epidemiológica nº48/2015 (Gráfico 08) abaixo. Da semana 48 a 52/2015 foram notificados 11 casos. Em 2016 foram, notificados 31 casos. O acumulado de casos de 2015 e 2016 somam-se 42 casos, desses 38 residem no Estado do Acre, 03 do Estado de Rondônia e 01 caso do Amazonas. As investigações dos casos importados são de responsabilidade do estado de origem. Gráfico 08 - Casos notificados de microcefalia, por semana epidemiológica no Estado do Acre, 2015 a 2016. 6 N° de casos 5 4 3 2 1 0 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 2015 2 0 2 3 4 2016 5 4 1 0 3 1 2 1 2 0 3 2 2 2 0 0 2 0 1 0 0 0 Fonte:Resp. Dos 38 casos residentes no Estado do Acre, 17 casos foram descartados por investigação clínica - epidemiológica e/ou laboratorial e 21 estão sob investigação (gráfico 09). Dos casos descartados 11 são do município de Rio Branco, 01 do Jordão, 01 de Feijó, 01 de Tarauacá, 01 de Porto Acre, 01 de Epitaciolândia e 01 de Cruzeiro do Sul. Não foram notificados no Estado casos de alterações do sistema nervoso central (SNC). Gráfico 09 - Classificação final dos casos de microcefalia notificados no Estado do Acre, 2015 e 2016. 17 21 Descartados Investigação Fonte:Resp. Analisando o gráfico 10, observa-se que 09 municípios notificaram casos de microcefalia, sendo que Rio Branco registrou o maior número, (27). A Vigilância Epidemiológica Estadual orienta os municípios que notifiquem todos os casos de microcefalia que atendam as definições de casos do Protocolo vigente. Gráfico 10 - Número de casos notificados de microcefalia por município de residência - Acre, 2015 e 2016. 27 30 25 20 15 10 5 1 1 2 2 2 1 1 1 0 Fonte: RESP * 4 casos importados dos Estados de Rondônia e Amazonas. DEFINIÇÕES de Caso de MICROCEFALIA segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): MICROCEFALIA: nascidos com recémum perímetro MICROCEFALIA GRAVE: recémnascidos com um a perímetro cefálico inferior a -2 desvios- cefálico inferior padrão, ou seja, mais de 2 padrão, ou desvios-padrão abaixo da média desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo. para idade gestacional e sexo. seja, -3 desvios- mais de 3 SITUAÇÃO ENTOMOLOGICA Considerando a situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) declarada pelo Ministério da Saúde – MS em 12 de novembro de 2015, foi recomendada a intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Visando à execução de todas as atividades estabelecidas pelo Ministério da Saúde, dentre elas, a realização de 03 ciclos mensais de visita domiciliar nos meses de fevereiro, março e abril. Alguns municípios do estado estão realizando as ações juntamente com o exército e a defesa civil. Na tabela 1, podemos observar o andamento das atividades nos ciclo de visita domiciliar nos municípios do Estado do Acre realizados nos meses de janeiro, fevereiro e março. Este acompanhamento é feito através de envio diário de planilhas para alimentação de um sistema aberto pelo Ministério da Saúde, alguns municípios até o momento não encaminharam informações para análise pela Sala Estadual de Comando e Controle para enfrentamento do Aedes aegypti, deixando o sistema sem as devidas informações. Tabela 1 – Distribuição dos imóveis trabalhados, por municípios de residência, 2016. Ações desenvolvidas pela vigilância em saúde/SESACRE A Secretaria Estadual de Saúde por meio da diretoria de vigilância em saúde tem intensificado as ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Fazem parte desta intensificação as parcerias com o Setor de Humanização da SGA, demais Secretarias Estaduais e Órgãos Federais. As ações estão sendo desenvolvidas em diversos setores. As atividades são realizadas, através de dramatização, músicas, palestras e distribuição de panfletos/cartazes chamando a atenção sobre as formas de transmissão, medidas preventivas e diferenças básicas entre Dengue, Chikungunya e Zika vírus, o objetivo é formar multiplicadores no combate ao Aedes aegypti. A vigilância epidemiológica lembra que o combate à Dengue, Zika vírus e Chikungunya é feito por meio do controle da proliferação do mosquito. TABELA DE SINAIS E SINTOMAS Rio Branco-AC, 13 de junho de 2016. Elaboração Vigilância epidemiológica da Dengue, Chikungunya e Zikavírus. Ana Paula da Silva Medeiros Responsável pelos dados da Microcefalia Renata Sonaira Cordeiro Meireles Responsável pelos dados de Controle de Endemias Erika Rodrigues de Abreu Gerente da divisão de vigilância epidemiológica Eliane Alves Costa