Introdução Sistema ABO Pesquisas realizadas por Landsteiner e colaboradores fizeram com que se chegasse, em 1900, à descoberta de que há nas pessoas quatro diferentes grupos sangüíneos, que se distinguem entre si quanto à composição química. Sabia-se há muito tempo que algum tipo de incompatibilidade entre o sangue do doador e do receptor tornava certas transfusões sangüíneas perigosas ou até mortais. Os motivos dessas incompatibilidades ocasionais foram então esclarecidos por Landsteiner. Chamamos de antígeno a uma substância de origem biológica estranha um determinado organismo. Falamos em anticorpo quando nos referimos à proteína neutralizadora do antígeno, normalmente fabricada pelo organismo como resposta à penetração do antígeno. O anticorpo á específico, isto é, somente reage com o antígeno particular que induziu sua formação.(Suzuki, 1992) Indivíduos de grupos sanguíneos distintos têm na membrana de suas hemácias diferentes tipos de substâncias. Essas substâncias podem funcionar como antígenos, caso sejam introduzidas na circulação de um indivíduo de grupo diverso. A reação entre o antígeno existente na hemácia e o anticorpo do soro do receptor é de aglutinação, formam grumos, que podem obstruir os capilares. (Suzuki, 1992) Portanto se o soro apresenta anticorpo anti-b. Os indivíduos do grupo B têm antígeno b e anticorpo anti-a. Os indivíduos do grupo AB possuem os dois antígenos e naturalmente, nenhum anticorpo: por fim, as pessoas do grupo O não possuem nenhum dos dois antígenos nas hemácias, porém no seu soro os dois anticorpos. (Suzuki, 1992) De forma mais simplificada, o esquema abaixo mostra as possibilidades de transfusão: A B AB O A + + - B + + - AB - O + + + - Fator Rh O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landsteiner e Wiener, quando trabalhavam com sangue de macaco Rhesus. Os pesquisadores perceberam que o sangue desse animal, quando injetado em cobaias, provocava produção gradativa de anticorpos. Concluíram que existe um antígeno nas hemácias de Rhesus; esse antígeno foi chamado de fator Rh. O anticorpo produzido pela cobaia foi denominado antiRh. (Suzuki, 1992) Misturando-se o soro de cobaia contendo anticorpo anti-Rh com hemácias humanas, verificou-se que 85% dos sangues testados foram aglutinados, o que é explicado pela presença do mesmo antígeno Rh. Esses indivíduos foram denominados Rh+ . Os 15% restantes, que não possuem o fator Rh nas hemácias, foram chamados Rh-. Fica evidente que, se introduzirmos sangue Rh+ num receptor Rh-, não ocorre aglutinação, pois não existe anticorpo anti-Rh em seu plasma. Esse anticorpo no entanto é produzido aos poucos. Transfusões subsequentes, reforçando a produção de anticorpo, podem vir a ser fatais. (Suzuki, 1992) Material Microlancetador Microlanceta Algodão Álcool Soros Anti-A Soros Anti-B Soros Anti-Rh Microscópio Lâminas Procedimentos 1. 2. 3. Fazer assepsia do dedo médio ou anular com algodão embebido em álcool e depois com algodão seco. Colocar 1 gota de sangue em cada extremo de uma lâmina colocar 1 gota de sangue no centro da lâmina. Juntar os soros anti-a e anti-b ao sangue da 1º lâmina e soro anti-Rh (Du) ao sangue da 2º lâmina. Misturar o soro com o sangue e observar até 2 min. se houve aglutinação e dar o resultado para ABO e para Rh. ABO Soro anti-a Rh Soro anti-Rh (Du) Soro anti-b A Aglutinou Não Aglutinou Aglutinou B Não Aglutinou Rh+ Aglutinou RhNão Aglutinou (confirmar com teste de Coombs) AB Aglutinou Aglutinou O Não Aglutinou Conclusão Não houve aglutinação, portanto ficou constatado que o tipo sanguíneo é do tipo O e quando foi pingado o soro anti-Rh, houve aglutinação, evidenciando a presença do fator Rh + em meu sangue. Bibliografia SUZUKI, Grifith e Miller. 1992. Introdução a Genética. Guanabara Koogan, 4º edição – São Paulo BURNS, George W. 1991. Genética. Guanabara Koogan, 6º edição – São Paulo