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CINEMA
E EDUCAÇÃO
CONVERGÊNCIAS PARA A FORMAÇÃO
CULTURAL, SOCIAL E ARTÍSTICA
FICHA TÉCNICA
TÍTULO
Cinema e Educação. Convergências para a Formação Cultural,
Social e Artística
ORGANIZADORES
DESIGN GRÁFICO
J. António Moreira
Vitor Ferreira
Ana Machado
REVISÃO
AUTORES
António Costa Valente
Carlos Capucho
Catarina Pinheiro
Conceição Lopes
Constança Silva Coelho
Déborah Kramer
Francisco Colombo Lobo
J. António Moreira
Joaquim Escola
Luís M. Alves
Maria do Céu Marques
Mirian Tavares
Pedro Alves
Pedro Branco
Vitor Ferreira
Daniel Santos
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Printhaus
DEPÓSITO LEGAL
417512/16
ISBN
978-989-8765-38-3
DATA
1ª Edição, Santo Tirso,
novembro de 2016
CAPA
Atelier d’Alves
Mariana Marques
Rute Febra
© WHITEBOOKS
Rua de S. Bento, 93 - 6º andar, sala 3
4780-546 Santo Tirso - Portugal
[email protected]
www.whitebooks.pt
RESERVADOS TODOS OS DIREITOS
Esta edição não pode ser reproduzida
nem transmitida, no todo ou em parte,
sem prévia autorização escrita da editora.
CINEMA
E EDUCAÇÃO
CONVERGÊNCIAS PARA A FORMAÇÃO
CULTURAL, SOCIAL E ARTÍSTICA
J. António Moreira
Vitor Ferreira
(ORG.)
Índice
7Apresentação
J. António Moreira & Vitor Ferreira
13
Capítulo I
Aprender com o cinema: da narrativa à DIDÁTICA
Luís M. Alves & Pedro Alves
33
Capítulo II
O lugar do cinema na sala de aula: uma visão didátiCa para aprender e investigar com o cinema
Joaquim Escola
53
61
Capítulo III
O filme como recurso didático
Constança Silva Coelho
Capítulo IV
O audiovisual na Educação. A experiência da Tv Paulo Freire
Déborah Kramer
J. António Moreira
71
Capítulo V
UM Modelo pedagógico para O desenho de
E-atividades de aprendizagem centradas
na “desconstrução” de imagens em movimento
83
Capítulo VI
Cinema e educação
Carlos Capucho
Pedro Branco & J. António Moreira
91
Capítulo VII
O cinema cientÍfico e sua expressão
documental enquanto “tratamento criativo
da realidade”
5
Capítulo VIII
Cinema e direitos Humanos. Experiências
concretas no Brasil
109
121 Francisco Colombo Lobo, Conceição Lopes & António Costa Valente
Capítulo IX
Pintura e cinema. Questões de representação
Mirian Tavares
Maria do Céu Marques
Vitor Ferreira & Catarina Pinheiro
131 Capítulo X
Do literário ao fÍlmico: Os Maias- cenas da vida romântica
141 Capítulo XI
O cinema COMO PROCESSO FORMATIVO- análise
e resultados DO CURSO DE FORMAÇÃO cinemalogia
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Apresentação
A presente publicação reúne um conjunto de textos, na sua
maioria, selecionados e apresentados no 2.º Simpósio Internacional Fusões no Cinema 2015 organizado pelos Caminhos do Cinema
Português e pela Unidade Móvel de Investigação em Estudos do Local (ELO) da Universidade Aberta. Trata-se de uma obra que pretende promover uma reflexão aprofundada nesta área, combinando
sinergias de investigadores e profissionais que vêm desenvolvendo
atividades neste domínio.
Embora possa interessar a outros públicos, este livro tem como
principais destinatários os educadores e os professores que, reconhecendo o potencial transformador que a linguagem do cinema
e do audiovisual podem trazer para os processos de formação do
indivíduo, ousam equacionar o seu uso em diferentes ambientes e
cenários de formação “onlife” cada vez mais ubíquos, quer sejam
formais, informais e não formais.
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação em massa,
sobretudo do cinema, do TV e do vídeo, a imagem assumiu-se como
um elemento central na vida dos homens e um importante veículo
de difusão de conhecimento na sociedade digital. Num tempo em
que vivemos numa profunda dependência da imagem e em que se
torna cada vez mais necessário desenvolver uma literacia à volta
da leitura do que se “vê”, devido à inflexão civilizacional que constituiu a substituição do primado da leitura do texto pelo da imagem, importa compreender o olhar, importa estudar as imagens e
os seus significados e significantes, e importa, sobretudo, ensinar
a olhar e ler as imagens (estáticas e em movimento). Olhar sem ler
a mensagem iconológica ou semiológica da imagem, recorrendo
apenas a conceitos associados à pura-visualidade, como é próprio
da indeferenciação que os media estimulam, é manifestação de um
pensamento domesticado e manipulado. É incorreto pensar que o
hábito da análise da imagem “mata” o prazer estético ou bloqueia a
espontaneidade da receção da imagem. Pelo contrário, a sua análise
pode aumentar a fruição estética e comunicativa das imagens, uma
vez que agudiza o sentido da observação e do olhar e aumenta o
conhecimento. Na realidade compreender é um prazer, e é por isso
que uma das funções principais da imagem é a função pedagógica.
E, embora essa função possa ser exercida num quadro institucional,
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como a escola, a análise com intenções pedagógicas não lhe está
reservada.
Se bem que a escola tenha cada vez mais perceção de que o curriculum paralelo passa hoje pela imagem, e se bem que existam
alguns esforços ao nível da pedagogia dos media, de uma maneira
geral, não existem espaços curriculares onde se interroguem estas
imagens, que informações elas veiculam, e como veiculam essas informações, particularmente, no que diz respeito aos filmes enquanto imagens portadoras de sentido gramatical e artístico.
Desde a sua invenção, a linguagem cinematográfica, mais do
que um objeto estético com especificidades próprias, tem-se constituído como uma linguagem formativa e educativa. No entanto,
frequentemente, tem sido lida de forma superficial e subjetiva,
descaracterizando o seu potencial como uma linguagem de conhecimento. Tal como ler um livro, apreciar e ler um filme requer um
mínimo de informações acerca de aspetos diferenciados sobre a
sua linguagem e sobre os meios utilizados para a sua análise. Realizar uma leitura fílmica da linguagem do cinema implica, não só, a
desconstrução do vídeo e a sua reorganização posterior, atribuindo-lhe significados antes não percebidos, mas também, a aproximação a um conjunto de conhecimento complexos e abrangentes
sobre diferentes abordagens analíticas e conhecimentos prévios
sobre a sua linguagem. Com efeito, o cinema tem sido, cada vez
mais, utilizado como recurso didático em contexto educativo, porque, efetivamente, possui uma linguagem inventiva e uma narrativa composta por temas e conteúdos quase ilimitados. Educar para
a leitura fílmica, neste contexto, significa sensibilizar-se, saber
sensibilizar, formar o estudante por meio de experimentação e envolvê-lo em todo o processo de ensino-aprendizagem. Tal formação será o primeiro passo para combater um certo alheamento da
escola em relação ao cinema. Fornecer meios aos professores para
que acedam conscientemente aos filmes é um passo fundamental
para que se passe da instrumentalização do cinema à compreensão da sua especificidade e importância. Só assim será possível
ensaiar a formação dos próprios estudantes, promovendo o visionamento de filmes de diversas proveniências e estilos, levando ao
conhecimento e análise da imagem, provocando o debate no sentido crítico, fomentando a sensibilidade e a criatividade, alargando horizontes e investindo progressivamente num individuo com
qualificações para uma cidadania democrática.
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APRESENTAÇÃO
O presente trabalho que intitulámos de Cinema e Educação.
Convergências para uma Formação Cultural, Social e Artística, centra-se, pois, nas possíveis relações entre o cinema e a educação e a
sua importância para a formação cultural, social e artística de um
cidadão em permanente “construção”.
O capítulo I, intitulado Aprender com o cinema: da narrativa à
didática, da autoria de Luís Alberto Alves e Pedro Alves, abre este
livro, abordando a questão da “fusão”, do diálogo entre o cinema e a
educação recorrendo para o efeito ao filme “O Caso Farewell” como
principal recurso de aprendizagem.
Joaquim Escola assina o segundo capítulo, O lugar do cinema na
sala de aula: uma visão didática para aprender e investigar com o
cinema, discutindo a presença do cinema nas salas de aula a partir
de duas abordagens principais: uma primeira abordagem que privilegia a utilização do cinema como dispositivo de apoio ao ensino
e uma segunda mais centrada na investigação feita em torno do cinema na investigação.
Sublinhando a relevância da utilização do filme em contexto escolar, Constança Coelho, no terceiro capítulo -O filme como recurso
didático- destaca o facto do cinema permitir aprofundar e enriquecer os conhecimentos e o debate sobre temas de índole variada,
despertarndo o sentido crítico e ético dos alunos, quer para a compreensão do passado, quer sobre o impacto que os mesmos têm no
presente.
No quarto capítulo O Audiovisual na Educação. A Experiência da
TV Paulo Freire, Déborah Kramer, procura refletir sobre os processos dinâmicos da aprendizagem na atual sociedade tecnológica,
analisando a experiência da TV Paulo Freire como ferramenta de
construção de conhecimento colaborativo através da produção audiovisual.
Por sua vez, no quinto capítulo, Um Modelo Pedagógico para o
Desenho de e-Atividades de Aprendizagem centradas na “Desconstrução“ de Imagens em Movimento, José António Moreira, apresenta
um modelo pedagógico para o desenho de e-Atividades de aprendizagem centradas na “desconstrução” da imagem em movimento, no
sentido de promover o seu uso eficiente em ambientes online.
O capítulo VI, intitulado Cinema e Educação, de Carlos Capucho,
aborda, por um lado, a utilização do cinema como uma mais valia
para a educação e, por outro, o cinema como um valor a explorar,
no sentido de evitar a hegemonização e formatação infligida por
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certos esquemas perversos que os media vão injetando no público.
No sétimo capítulo, O cinema científico e sua expressão documental enquanto “tratamento criativo da realidade”, e procurando estabelecer uma relação entre cinema e ciência, Pedro Branco,
médico, realizador e formador, e José António Moreira, professor
e investigador na área das tecnologias audiovisuais e multimédia
aplicadas ao ensino, apresentam-nos o o cinema científico, entendido não apenas como a captação de imagens ao serviço da ciência,
mas como um meio poderoso de divulgação dessa mesma ciência
em diferentes contextos.
Francisco Colombo Lobo, Conceição Lopes e António Costa Valente, no oitavo capítulo Cinema e Direitos Humanos. Experiências
Concretas no Brasil, abordam a questão relativa à forma como o cinema pode defender, promover e desenvolver uma cultura dos Direitos Humanos.
No nono capítulo, Pintura e Cinema. Questões de Representação,
Miriam Tavares, Professora da Universidade do Algarve, analisa as
alterações sofridas ao longo do tempo no cinema, alterações essas
provocadas, diretamente, ou indiretamente, pelas artes visuais e
pelos modelos de representação do mundo que foram sendo alterados entre o final do séc. XIX aos primórdios do século XXI.
Maria do Céu Marques, no capítulo X, Do Literário ao Fílmico:
Os Maias - Cenas da Vida Romântica, reflete sobre algumas questões levantadas pela adaptação do romance de Eça de Queirós, Os
Maias, realizada por João Botelho que esteve na origem do filme
Os Maias - Cenas da Vida Romântica. Obra cinematográfica esta que
surgiu quatro anos após a adaptação do Livro do Desassossego, de
Fernando Pessoa, e cujo sucesso inesperado encorajou o realizador
a partir para mais um desafio arriscado, tendo em conta a riqueza
imagética da obra e o olhar crítico do seu autor face à sociedade decadente e provinciana, que se vivia em Portugal na segunda metade
do século XIX.
Finalmente, Vitor Ferreira e Catarina Pinheiro, no texto intitulado O
Cinema como Processo Formativo- Análise e Resultados do Curso de Formação Cinemalogia apresentam o curso de cinema Cinemalogia que
tem como principal objetivo promover a cultura e a produção cinematográfica na região de Coimbra. Os autores, através dos dados recolhidos junto dos formandos das três primeiras edições do curso, procuraram compreender as perceções destes formandos relativamente à
qualidade global do curso, nomeadamente, por exemplo, a nível da
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APRESENTAÇÃO
organização da formação, dos conteúdos ou dos recursos formativos.
Do conjunto destes contributos resulta, pois, um menu de
possibilidades que se pretende sejam ilustrativas das possíveis relações que se podem e devem estabelecer entre o Cinema e a Educação.
Os organizadores
J. António Moreira & Vitor Ferreira
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