Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”
Departamento de Fitotecnia
Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia de Sementes
Tese
Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e
qualidade de sementes de soja
Jadiyi Concepción Torales Salinas
Pelotas
Rio Grande do Sul – Brasil
Abril, 2013
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL”
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES
Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e
qualidade de sementes de soja
JADIYI CONCEPCIÓN TORALES SALINAS
Tese apresentada à Faculdade de Agronomia
“Eliseu Maciel”,
Universidade Federal de Pelotas,
sob a orientação do Prof. Dr. Antonio Carlos
Souza Albuquerque Barros, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção
do titulo de Doutora em Ciências.
Pelotas
Rio Grande do Sul – Brasil
Abril, 2013
Dados de catalogação na fonte:
( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744
)
S165e Salinas, Jadiyi Concepción Torales
Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e
qualidade de sementes de soja / Jadiyi Concepción Torales
salinas ; orientador Antonio Carlos Souza Albuquerque
Barros. Pelotas,2013.64f. :; il..- Tese (Doutorado ) –Programa
de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes.
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel . Universidade Federal
de Pelotas. Pelotas, 2013.
1.Silício 2.Glycine max 3.Qualidade fisiológica
4.Componentes do rendimento 5.Adubação foliar 6.Adubação
do solo I.Barros, Antonio Carlos Souza
Albuquerque(orientador) II. Título.
CDD 633.34
JADIYI CONCEPCIÓN TORALES SALINAS
Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e
qualidade de sementes de soja
Tese apresentada à Faculdade de Agronomia
“Eliseu Maciel”, Universidade Federal de Pelotas,
sob a orientação do Prof. Dr. Antonio Carlos
Souza Albuquerque Barros, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia de Sementes, para
obtenção do titulo de Doutora em Ciências.
Aprovada em: 03/04/2013
Banca Examinadora:
_________________________________
Dr. Paulo Trajano Burck Santos Melo
______________________________
Prof. Dr. Ledemar Carlos Vahl ________________________________
Prof. Dr. Luis Osmar Braga Schuch
______________________________________
Profa. Dra. Lilian Vanussa Madruga de Tunes
_____________________________________________
Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros
(Orientador)
ii Dejemos de pedir a Dios que conteste "nuestra" oración
y atrevámonos a pedirle que se haga su voluntad.
Mt.26.42
A mis padres Juan Ignacio e Beatriz Iluminada
A mi hermana Judith María de los Angeles
iii Dedico
Agradecimentos
A Deus e a Virgem de Caacupé acima de tudo.
Aos meus pais e a minha irmã por todo o amor, apoio, incentivo e por serem
sempre meu porto seguro.
A toda minha família e as minhas amigas que desde o Paraguai me apoiaram,
incentivaram e por terem me acompanhado ao longo de toda essa caminhada.
Ao Professor Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros pelos valiosos
ensinamentos durante o curso, pela amizade e por estar sempre presente quando
eu precisei dele.
A meus queridos colegas e amigos Gizele, Letícia e Fabio por terem facilitado
o trabalho em equipe durante todo o doutorado e acima de tudo terem me brindado
com sua amizade e carinho.
A Gabriela, pela amizade, pelo apoio nas horas em que sempre precisei e
por estar presente nos momentos simples e especiais da minha vida durante estes
cinco anos longe de nosso querido Paraguai.
A Geri Eduardo Meneghello, pela amizade, paciência, e pelo auxilio brindado
sempre que foi precisado.
Aos professores e funcionários da Pós – graduação em Ciências e Tecnologia
de Sementes.
Ao Germano Hadler, pela amizade e cortesia, e por ter me dado à
oportunidade de desenvolver o trabalho de pesquisa em Passo das Pedras, RS.
A Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Nacional de Assunção do
Paraguai, na pessoa do Decano Prof. Lorenzo Meza López e ao Prof .Líder Ayala,
pelo apoio brindado e por terem facilitado a utilização do campo experimental e das
instalações do laboratório de qualidade de sementes para a realização do trabalho
de pesquisa em São Lorenzo, Paraguai.
A Indústria de Calcários Caçapava Ltda. – Inducal, por ter concedido o caulim
para desenvolver o trabalho de pesquisa.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
pela concessão da bolsa de estudos.
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
deste trabalho.
iv Resumo
SALINAS, Jadiyi Concepción Torales. Efeito da aplicação de silicato de alumínio
no rendimento e qualidade de sementes de soja. Orientador: Prof. Dr. Antonio
Carlos Souza Albuquerque Barros. 2013. Tese (Doutorado) – Programa de Pós Graduação em Ciências e Tecnologia de Sementes. Universidade Federal de
Pelotas, Pelotas.
Foram conduzidos três trabalhos de pesquisa que visam melhor entender o efeito da
aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja
como fonte de silício na nutrição mineral e proteção de plantas. No primeiro trabalho
avaliou-se o efeito de cinco doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar, como
fonte de silício na nutrição mineral atuando no rendimento e na qualidade das
sementes de soja produzidas em Arroio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. No
segundo trabalho avaliou-se o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio,
como fonte de silício, aplicada no solo e via foliar, nos componentes de rendimento
de sementes de soja produzidas em São Lorenzo, Paraguai. E no terceiro
experimento avaliou-se e efeito de doses diferentes de silicato de alumínio,
aplicadas via foliar e no solo, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção
vegetal, atuando na qualidade de sementes de soja produzidas em São Lorenzo,
Paraguai. Os resultados obtidos nos três trabalhos permitiram concluir que o silicato
de alumínio aplicado via foliar ou no solo não apresenta efeitos sobre os
componentes do rendimento. Sementes provenientes de plantas que receberam
aplicação foliar ou no solo de silicato de alumino, não sofrem alterações na sua
qualidade fisiológica.
Palavras-chave: Silício, Glycine max, qualidade fisiológica, componentes do
rendimento, adubação foliar e no solo.
v Abstract
SALINAS, Jadiyi Concepción Torales. Efeito da aplicação de silicato de alumínio
no rendimento e qualidade de sementes de soja. Orientador: Prof. Dr. Antonio
Carlos Souza Albuquerque Barros. 2013. Tese (Doutorado) – Programa de Pós Graduação em Ciências e Tecnologia de Sementes. Universidade Federal de
Pelotas, Pelotas.
It was conducted three research projects aimed at better understanding of the effect
of aluminum silicate on yield and quality of soybean seeds as a source of silicon in
the mineral nutrition and plant protection. In the first study was evaluated the effect of
five doses of aluminum silicate applied via foliar as a source of silicon in the mineral
nutrition acting on the yield and quality of soybean seeds produced in Arroio Grande,
Rio Grande do Sul, Brazil. In the second study was evaluated the effect of different
doses of aluminum silicate, silicon source, applied to the soil and leaves in yield
components of soybean seeds produced in San Lorenzo, Paraguay. And the third
experiment was evaluated the effect of different doses and aluminum silicate, applied
via foliar and soil as a source of silicon in the mineral nutrition and plant protection,
acting as seeds produced in San Lorenzo, Paraguay. The results obtained in the
three studies showed that aluminum silicate applied foliar or soil had no effect on
yield components. Seeds from plants that received foliar or soil application of
aluminum silicate. There are changes in their physiological quality.
Keyword: Silicon, Glycine max, physiological quality, yield components, fertilizing
the soil and foliar
vi Lista de Tabelas
Capitulo 1
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
Tabela 5
Tabela 6
Doses de Silicato de Alumínio aplicadas via foliar em
plantas de soja (Glycine max)........................................
19
Dados de número de vagens por planta (NºVP),
número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por
vagem (NºSV), provenientes de plantas de soja que
receberam diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação foliar...............................................................
22
Dados de Peso de mil sementes (PMS) e rendimento
(REND) de sementes de soja provenientes de plantas
que receberam diferentes doses de silicato de
alumínio via aplicação foliar...........................................
23
Porcentagem de germinação (G) e viabilidade (VIAB)
avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de
soja provenientes de plantas que rebeceram diferentes
doses de silicato de alumínio via aplicação foliar...........
23
Porcentagem de vigor avaliado pelos testes de
tetrazólio (Tz), envelhecimento acelerado (EA),
comprimento da parte aérea (CPA) e comprimento da
raiz (CR) de sementes de soja provenientes de plantas
que receberam diferentes doses de silicato de
alumínio via aplicação foliar...........................................
24
Porcentagem de danos por percevejo (DP), por
umidade (DU) e mecânicos (DM) avaliados pelo teste
de tetrazolio (Tz 6-8) de sementes de soja
provenientes de plantas que receberam diferentes
doses de silicato de alumínio via aplicação foliar...........
25
Capitulo 2
Tabela 1
Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes
por vagem (NºSV), número de vagens por planta
(NºVP), e número de sementes por plantas (N°SP);
provenientes de plantas de soja que receberam
diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação
vii Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
foliar...............................................................................
Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de
sementes por planta (PSP) e produtividade de plantas
que receberam diferentes doses de silicato de
alumínio via aplicação foliar...........................................
36
37
Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes
por vagem (NºSV), número de vagens por planta
(NºVP), e número de sementes por plantas (N°SP);
provenientes de plantas de soja que receberam
diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação
no solo............................................................................
38
Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de
sementes por planta (PSP) e produção; de sementes
provenientes de plantas de soja que receberam
diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação
no solo............................................................................
38
Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor
(VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de
sementes de soja provenientes de plantas que
rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação foliar................................................................
52
Porcentagem de danos por umidade (DU) e por
percevejo (DP), avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 68) de sementes de soja provenientes de plantas que
receberam diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação foliar................................................................
53
Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor
(VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de
sementes de soja provenientes de plantas que
rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação no solo............................................................
54
Porcentagem de danos por umidade (DU) e por
percevejo (DP), avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 68) de sementes de soja provenientes de plantas que
receberam diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação no solo.............................................................
56
Capitulo 3
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
viii Lista de Abreviaturas e Siglas
Abreviaturas
CPA - comprimento parte aérea
CR - comprimento de raiz
DM - dano mecânico
DP - dano por percevejo
DU - dano por umidade
EA - envelhecimento acelerado
G - germinação
N°SV- número de semente por vagens
N°VP - número de vagem por planta
N°SP - número de semente por planta
PMS - peso de mil sementes
PSP - peso de sementes por planta
REND - rendimento
Tz - tetrazolio
VIAB - viabilidade
Siglas
CAPECO – Camará paraguaia de exportadores e comerciante de cereais e
oleaginosas
CONAB - .Companhia Nacional de Abastecimento do Brasil.
FAEM – Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
ix FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
FCA – Faculdade de Ciências Agrárias
ISTA – International Seed Testing Association - Organização internacional de
análises de sementes
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil.
SENAVE – Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes do
Paraguai.
RAS – Regras de Analises de Semente do Brasil
UFPel – Universidade Federal de Pelotas
UNA – Universidade Nacional de Assunção
USDA – United States Department of Agriculture – Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos
x Sumario
Resumo...........................................................................................................
v
Abstract .........................................................................................................
vi
Lista de figuras...............................................................................................
vii
Lista de abreviaturas e siglas..........................................................................
ix
1
Introdução...............................................................................................
1
2
Revisão de literatura...............................................................................
4
2.1 Cultura da soja .......................................................................................
4
2.2 Produção e qualidade de sementes de soja............................................
5
2.3 Utilização de silício na agricultura............................................................
7
2.4 Referencias..............................................................................................
10
3.
Efeito da aplicação foliar de silicato de alumino no rendimento e
qualidade de sementes de soja.....................................................................
14
3.1 Resumo.....................................................................................................
15
3.2 Abstract......................................................................................................
16
3.3 Introdução..................................................................................................
17
3.4 Material e métodos...................................................................................
19
3.5 Resultados e discussão..............................................................................
22
3.6 Conclusão................................................................................................
26
3.7 Referencias.................................................................................................
27
4.
Efeito da aplicação foliar e no solo de silicato de alumino no
rendimento de sementes de soja...................................................................
29
4.1 Resumo.....................................................................................................
30
4.2 Abstract......................................................................................................
31
4.3 Introdução..................................................................................................
32
4.4 Material e métodos...................................................................................
34
4.5 Resultados e discussão..............................................................................
36
4.5.1 Aplicação foliar de silicato de alumínio.....................................................
36
xi 4.5.2 Aplicação no solo de silicato de alumínio.................................................
37
4.6 Conclusão...................................................................................................
41
4.7 Referencias.................................................................................................
42
5.
Efeito da aplicação foliar e no solo de silicato de alumino na
qualidade de sementes de soja.....................................................................
44
5.1 Resumo.....................................................................................................
45
5.2 Abstract......................................................................................................
46
5.3 Introdução..................................................................................................
47
5.4 Material e métodos...................................................................................
50
5.5 Resultados e discussão..............................................................................
52
5.5.1 Aplicação de silicato de alumínio..............................................................
52
5.5.2 Aplicação no solo de silicato de alumínio................................................
53
5.6 Conclusão..................................................................................................
55
5.7 Referencias.................................................................................................
56
6.
Considerações finais...............................................................................
57
7.
Anexos.......................................................................................................
58
xii 1.
INTRODUÇÃO GERAL
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma planta herbácea pertencente a família
das Fabaceas. É uma planta com grande variabilidade genética, tanto no ciclo
vegetativo (período compreendido da emergência da plântula até a abertura das
primeiras flores), como no reprodutivo (período do início da floração até o fim do
ciclo da cultura), sendo também influenciada pelo meio ambiente.
Atualmente, é a leguminosa de maior importância comercial em nível mundial.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima que a produção mundial
de soja de 2012/13 será de 267,59 milhões de toneladas, 28 milhões de toneladas
superior ao produzido, globalmente, na safra 2011/2012.
É a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e
corresponde a 49% da área cultivada de grãos do país. O aumento da produtividade
está associado aos avanços tecnológicos, ao manejo e eficiência dos produtores. O
grão é componente essencial na fabricação de rações animais e com uso
crescente na alimentação humana encontra-se em franco crescimento.
Cultivada especialmente nas regiões Centro Oeste e Sul do Brasil, a soja
firmou-se como um dos produtos mais destacados da agricultura brasileira e na
balança comercial.
Atualmente, no Paraguai, a soja constitui o principal produto agrícola de
exportação com uma comercialização de 70% da produção nacional, em forma de
grãos. A área de produção atinge cerca de dois milhões de hectares. As regiões de
maior produção são a Região Leste (Alto Paraná) que representa o 30% de
produção total, e as Regiões Sul (Itapúa) e Nordeste (Canindeyú) que juntas
representam 40% da produção total de soja.
A cultura da soja incorporou mais tecnologia no transcurso dos últimos 30
anos no Paraguai, por meio de inovações para aumentar a produtividade na busca
de competitividade. Entre as inovações é possível destacar a utilização da
semeadura direta, variedades melhoradas e recentemente a introdução das
variedades transgênicas tolerantes a herbicidas.
Essa produção expressiva é conseqüência do manejo adequado e ao uso
cada vez maior de sementes de alta qualidade, associado à aplicação de
micronutrientes nas sementes, tratamento químico, adequado controle de pragas,
doenças e nematóides. A utilização de sementes de soja de alta qualidade
apresenta importância fundamental para garantir a obtenção de altos rendimentos.
Apesar de o silício não ser considerado como elemento essencial às plantas,
vários estudos têm mostrado o seu papel em conferir resistência aos estresses
bióticos e abióticos (EPSTEIN, 1994; LIANG et al., 2003).
Resultados de estudos de Ma e Yamaji (2008); Rodrigues et al.( 2004)
indicam que os mecanismos de atuação do silício em plantas de arroz sugerem que
este elemento atua tanto na indução dos mecanismos de defesa de plantas, como
na função de barreira física por meio da silicificação das células das folhas.
Os benefícios físicos estão relacionados ao acúmulo do Silício na parede
celular das plantas, reduzindo a perda d’água, melhorando a arquitetura das plantas
e barreira física à penetração de fitopatógenos e de insetos. Os benefícios
fisiológicos são pouco estudados, porém alguns autores relatam que plantas
adubadas com Si apresentam maior atividade fotossintética e resistência ao ataque
de fitopatógenos e pragas, devido o Si induzir uma série de reações metabólicas nas
plantas, resultando na formação de compostos como fitoalexinas e ligninas
(FIGUEIREDO e RODRIGUES, 2007).
O aumento da produção como efeito da utilização de Si há sido demonstrado
em culturas como arroz (MAUAD et al., 2003a; PEREIRA et al., 2004; CAMARGO et
al., 2007) e cana-de-açúcar (SAVANT et al., 1999; MADEIROS et al., 2009).
Em virtude disso, tanto a aplicação foliar quanto a aplicação no solo de silício,
podem tornar-se alternativas eficientes para suprir a exigência nutricional e também
aumentar a proteção das plantas, elevando com isso a produtividade da soja. Essa
pesquisa teve como objetivo avaliar os efeitos da aplicação no solo e via foliar do
silicato de alumínio como fonte de silício na nutrição mineral e controle de pragas, e
posteriormente, na formação das sementes de soja, atuando no rendimento e
qualidade fisiológica das mesmas. Devido à importância atual da produção de soja
2 tanto no Brasil como no Paraguai foram realizadas pesquisas semelhantes em
ambos os países, tentando introduzir uma alternativa de produção limpa e
sustentável, podendo reduzir assim a utilização de produtos fitossanitários na
agricultura e com fertilização equilibrada com o qual poderá gerar plantas mais
produtivas, sadia e vigorosas e consequentemente sementes de qualidade.
3 2.
2.1
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Cultura da soja
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é o cultivo de grão oleaginosa mais importante
para o consumo humano e a alimentação animal. No âmbito global é o quarto
produto entre os cereais e oleaginosas de consumo humano mais importante em
produção e comercialização a nível mundial (FAO, 2013).
A produção e as exportações de soja são dominadas pelos Estados Unidos,
Brasil e Argentina, também, cada vez mais importante Paraguay, Bolivia e Uruguay
que compõem o bloco econômico do Mercosul (MELGAR et al, 2011)
O departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima que a produção
mundial de soja 2012/2013 será de 267,59 milhões de toneladas, 28 milhões
superior ao produzido globalmente na safra 2011/12. Estimando que o Brasil
produzira aproximadamente 81,00 milhões de toneladas e o Paraguai 8,1 milhões de
toneladas (USDA, 2013).
No Brasil a soja é a cultura com maior área cultivada com uma área de plantio
na safra 2011/2012 de 25,04 milhões de hectares e uma produção de 71.751.30
toneladas (CONAB,2012).
Atualmente, a soja constitui-se no principal produto agrícola no Paraguai com
uma área cultivada de 2,9 milhões de hectares (safra 2011/2012), rendimento médio
de 2,4t ha-1, e produção total de 7,1 milhões de toneladas (CAPECO, 2013).
O sucesso do negocio da soja derivado do enorme crescimento na produção,
comercio e utilização mundial, gerou mudanças em nível de unidade produtiva na
região do MERCOSUL. As mudanças, inclusive, provocaram novos modelos de
produção, de integração comercial, de escala, superando a chamada economia de
mercado e ingressando numa agricultura de contratos, conformando unidades de
negócios e concatenação de serviços que trocaram totalmente a imagem tradicional
do produtor e criaram um novo paradigma de autor do negocio primário.
A produção de soja é altamente mecanizada, cultivando-se em grandes e
medianas extensões de terras por produtores, frequentemente organizados em
4 cooperativas. A capacidade tecnológica dos produtores de soja é refletida no
aumento da produção e da produtividade.
Dada à importância da cultura de soja no Brasil e a que vem apresentado no
Paraguai, e devido à similaridade climáticas de solo especialmente das regiões
produtoras de soja do Estado de Paraná e as regiões de Alto Paraná e Itapua do
Paraguai, é relevante o estudo de tecnologias que possam ser implantadas em
ambos os países.
2.2
Produção e qualidade de sementes de soja
A semente é o veículo que leva ao agricultor o potencial genético de uma
cultivar com características superiores. No percurso, do melhorista à utilização pelo
agricultor, pequenas quantidades de sementes são multiplicadas até que sejam
alcançados volumes em escala comercial, no decorrer do qual a qualidade dessas
sementes está sujeita a uma série de fatores capazes de causar redução do
potencial genético. A minimização dessas perdas, com a produção de quantidades
adequadas, é o objetivo principal de um programa de sementes (PESKE e BARROS,
2006)
A qualidade de sementes pode ser definida como sendo o somatório de todos
os atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários, que afetam a sua capacidade
de originar plantas de alta produtividade; qualidade fisiológica da semente significa
sua capacidade para desenvolver funções vitais, abrangendo germinação, vigor e
longevidade (VIERA, 1980; POPINIGIS,1985)
Os atributos genéticos em geral referem-se às características que se podem
modificar pelas diversas interações do ambiente. Compreender os mecanismos de
como o genótipo e as variações estacionais modificam a composição dos grãos e,
portanto a qualidade final para um determinado produto demandado é de suma
importância para definir estratégias de manejo e melhoramento (SATORRE et al.,
2003)
A qualidade de um lote de sementes resulta da interação de características que
determinam o seu valor para a semeadura. Constitui o principal foco de atenção da
tecnologia de sementes, durante todas as fases de um programa de produção de
5 sementes, estabelecido em consonância com a estrutura e os recursos disponíveis
ao produtor, sempre visando o retorno econômico (MARCOS FILHO, 2005)
A qualidade da semente pode ser influenciada pelas condições ambientais
que se verificam antes e após a maturidade fisiológica, estádio em que, geralmente
a semente apresenta máximo peso seco, germinação e vigor. Se ocorrerem
condições ambientais extremas na etapa da formação das sementes, ocorrem
provavelmente limitações no acumulo de matéria seca, afetando viabilidade e vigor
(NEDEL, 2001).
A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção no
campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o
beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e
BARROS, 2006).
A superação de fatores abióticos e ambientais desfavoráveis somente tem
sido possível graças à incorporação de genes que possibilitam às plantas a
convivência em tais ambientes. O exemplo mais marcante desta afirmativa foi à
introdução da cultura da soja nas regiões tropicais, sobretudo nos solos de cerrado,
originalmente considerados inaptos para a agricultura (KASTER e BONATO, 1981).
O uso de sementes de baixa qualidade, aliado à ocorrência de baixa
temperatura e períodos de estiagem por ocasião da semeadura, pode resultar em
baixa porcentagem de germinação e menor velocidade de emergência das plântulas
(LOPES et al., 2002).
Na produção de sementes de soja o estado nutricional das plantas
progenitora é muito importante, motivo pelo qual visando oferecer níveis adequados
de nutrientes, realizam-se adubações tanto na semeadura quanto em cobertura. A
alteração no nível e/ou equilíbrio dos minerais afetam o metabolismo da planta
levando a modificação da morfologia, anatomia e composição química da semente
(SEDIYAMA, 2013).
Marcos Filho (1986) afirma que altas temperaturas associadas à ausência de
chuvas causam anormalidades ao processo de acumulo de matéria e acelera a
maturação, o que resulta em produção de sementes pequenas e de baixa vigor.
6 Sá (1994) comenta que plantas adubadas de modo adequado e equilibradas
apresentam condições de produzir maior quantidade de sementes e de melhor
qualidade podendo resistir mais facilmente às adversidades que venham a surgir no
período de produção
2.3
Utilização de Silício na agricultura
Os elementos benéficos são aqueles cuja ausência não leva a morte dos
vegetais superiores, mas que, em dadas condições, podem ajudar no crescimento e
a produção. O silício (Si) se enquadra neste conceito. Ele contribui para o
crescimento e a produção de diversas maneiras: melhorando condições físicas,
físico-químicas e químicas desfavoráveis, contribuindo diretamente para a nutrição,
aumentado a resistência a pragas e doenças (MALAVOLTA, 2006)
O Si é o segundo elemento mais abundante, em peso, na crosta terrestre e
componente majoritário de minerais do grupo dos silicatos. Ocorre em altos teores
nos solos, principalmente, na forma de silicatos, e no quartzo (SiO2 - mineral inerte
das areias) (RAIJ, 1991).
O Silício, por meio de uma série de ações no metabolismo da planta, tanto
do ponto de vista químico como físico, pode contribuir para que haja aumento no
crescimento e na produtividade. A palavra-chave para este elemento é
antiestressante, pois ele tem um papel importante nas relações planta-ambiente,
fornecendo à cultura melhores condições para suportar adversidades climáticas,
biológicas e do solo, tendo como resultado final um aumento e maior qualidade de
produção. Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior tolerância a doenças e
pragas, maior resistência ao acamamento, encharcamento, veranicos e geadas, bem
como neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de metais pesados, como
manganês e alumínio, são alguns dos importantes benefícios que a adubação
silicatada pode proporcionar para as plantas cultivadas (LIMA FILHO, 2009).
Os silicatos são nutrientes que são importantes na armazenagem de energia
e na integridade estrutural, depositado como sílica amorfa em paredes celulares.
Contribui paras as propriedades mecânicas das paredes celulares, incluindo rigidez
e elasticidade (TAIZ e ZEIGER, 2004).
7 O Si na planta é pouco móvel. Devido à ausência de carga elétrica, acreditase que a absorção do H4SiO4 (acído monosilícico) é de natureza não seletiva e
energeticamente passiva. O transporte do Si da raiz até a parte aérea se dá através
do xilema e depende da taxa evapo-transpirativa. Acredita-se que o transporte do Si
se dê principalmente através do movimento ascendente da água no interior da
planta O ác. monosilícico, depois de absorvido, é depositado principalmente nas
paredes das células da epiderme, contribuindo substancialmente para fortalecer a
estrutura da planta e aumentar a resistência ao acamamento e ao ataque de pragas
e doenças. (JONES e HANDRECK, 1965).
Quando os silicatos são descompostos, ocorre a liberação do Si na solução
do solo na forma de acido monosilico, H4SiO4, desde que o pH esteja abaixo de 9.
Com a troca do fosfato fixado em sesquióxidos pelo íon silicato, ocorre aumento da
disponibilidade do fósforo, explicando, em parte, o efeito benéfico do silício no
crescimento e na produção de algumas espécies. A sílica também pode acarretar
diminuição da absorção de fósforo, induzida do pH nas mais variadas classes de
solo (MALAVOLTA, 1980).
A tecnologia baseada no uso do silício é limpa e sustentável, com enorme
potencial para diminuir o uso de agro químico e aumentar a produtividade através de
uma nutrição mais equilibrada e fisiologicamente mais eficiente, o que significa
plantas mais produtivas, com menos doenças, pragas e mais vigorosas. Trigo
suplementado com silício pode apresentar maior altura, área foliar, matéria seca,
massa de grãos e número de espiguetas em relação a uma planta de trigo com
deficiência do elemento. Em condições de estresse hídrico, plantas suplementadas
com silício mantêm maior teor e potencial hídrico e área foliar, além disso,
apresentam folhas grossas e densas (LIMA FILHO, 2005).
Agarie et al (1998) citam que o silício esta associado a prevenção do
progresso da senescencia foliar, devido a manutenção da fotossíntese e a proteção
da distribuição de clorofila, principalmente em condições de altas temperaturas e
baixa umidade. Os mesmos autores relatam que o silício esta envolvido na
estabilidade térmica dos lipídeos nas membranas celulares e que, em condições de
estresse ambiental, ele previne a deterioração estrutural e funcional das membranas
8 celulares do arroz. Essa estabilidade é que contribui para a prevenção do processo
de envelhecimento da folha.
Mengel e Kirkby (1978) citam que tanto o acido silícico como o acido bórico
reage com fenóis, como o acido cafeico, um precursor da síntese de lignina, para
formar mono, di ou complexos poliméricos de silício. Por tanto, possivelmente, o
silício afeta a síntese de lignina. Esta possível ligação entre silício e a síntese de
lignina é importante foco da função bioquímica do silício.
Muitos estudos mostram que o Si tem efeito direto e indireto no crescimento
do arroz. Lee et al. (1985) verificaram que aplicações de silicato aumentaram o
numero de folhas e o peso de matéria seca das plantas de arroz. O Si também
aumentou o número de espiguetas na panícula de arroz e favoreceu uma melhor
formação da casca dos grãos, influenciando na qualidade destes (KORNDOFER e
LEPSCH, 1999).
A adubação foliar pode reduzir o tempo de retardamento entre a aplicação e a
absorção pela planta, o que poderia ser importante durante uma fase de rápido
crescimento. Produtos mais sustentáveis e menos poluentes estão sendo buscados.
A adubação com Si tem demonstrado eficiência no controle ou redução da
incidência de varias doenças importante do arroz. A absorção pelas folhas é mais
efetiva quando a solução de nutrientes permanece sobre a folha na forma e uma fina
película (MENGEL e KIRKBY, 1987)
A ação do Si sobre os insetos pode ser considera de duas formas: ação direta
que pode incluir a redução no crescimento e na reprodução dos danos para a
cultura. Os efeitos indiretos estão normalmente relacionados a diminuição ou atraso
na penetração do inseto na planta (KVENDARAS e KEEPING, 2007; REYNOLDS et
al, 2009).
O caulim está formado basicamente por caulinita, um argilomineral produzido
pela decomposição do feldspato. Apresenta coloração branca ou esbranquiçada,
devido ao baixo teor de ferro. A caulinita é o principal constituinte do caulim,
quimicamente é um silicato de alumínio hidratado, que normalmente se encontra
associada a outros minerais sob a forma de impurezas, de modo geral, quartzo,
mica, feldspato, óxidos de ferro e titânio. É formada pelo empilhamento regular de
camadas 1:1, isto é, cada camada é constituída de uma folha de tetraedros SiO4 e
9 uma folha de octaedros de Al2(OH)6 ligadas entre si por oxigênios comuns, dando
uma estrutura fortemente polar. A fórmula estrutural da cela unitária da caulinita é
Al2Si4O10(OH)8 (PAZ et al, 2010).
Estudos realizados por Lima et al (2009) mostraram que o aporte de silício
via foliar com silicato de alumínio (caulim) aumentou a germinação de sementes de
cevada (Hordeum vulgare L.) sendo significativo a partir da dose de 600 kg.ha-1 em
relação à testemunha
A tecnologia de filme de partícula hidrofóbica que representa a síntese
combinada de conhecimentos no uso de filmes hidrofóbicos, barreiras de partículas
físicas e superfícies reflexivas brancas, auxilia na supressão de pragas e doenças,
de cultivos agrícolas. O filme de partícula hidrofóbica esta baseado no caulim, que
misturado com água e aplicado sobre a superfície das plantas funciona como
repelente. Foi demonstrado que em arvores frutíferas ocorre importante supressão
de pragas através da aplicação desse produto. Uma planta coberta com uma
barreira do filme de partícula hidrofóbica faz com que a mesma fique visualmente e
tactualmente irreconhecível como um anfitrião, além disso, o movimento do inseto se
alimenta outras atividades ao corpo dos artrópodes, por eles rastejarem sobre o
filme (TAIZ e ZEIGER, 2004).
2.4
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13 3. CAPITULO 1
EFEITO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE SILICATO DE
ALUMINIO NO RENDIMENTO E QUALIDADE DE SEMENTES
DE SOJA
14 3.1
Resumo
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio,
aplicadas via foliar, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção de plantas,
atuando no rendimento e qualidade das sementes de soja. Os tratamentos
consistiram em cinco doses de silicato de alumínio: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.ha-1.
Foram avaliados os parâmetros: número de vagens por planta, número de sementes
por
vagem,
rendimento
de
grãos,
peso
de
mil
sementes,
germinação,
envelhecimento acelerado, tetrazolio (viabilidade, vigor, danos por percevejo,
umidade e mecânicos), comprimento da parte aérea e comprimento de raiz. Os
dados obtidos permitiram as seguintes conclusões; plantas de soja tratadas com
silicato de alumínio como fonte de silício não reduziram seu rendimento e não
sofrem alterações na sua qualidade fisiológica.
Palavras-chave: Silício, Glycine max (L.) Merrill, adubação foliar.
15 3.2
Abstract
The objective of this study was to evaluate the effect of different doses of aluminum
silicate, applied foliar, as a source of silicon on mineral nutrition and plant protection,
acting on yield and quality of soybean seeds. The treatments consisted of five doses
of aluminum silicate: 0, 75, 150, 225 and 300 kg.ha-1. Parameters were evaluated:
number of pods per plant, number of seeds per pod, grain yield, thousand seed
weight, germination, accelerated aging, tetrazolium (viability, vigor,moisture, bug and
mechanical damage ), shoot length and root length. The data obtained led to the
following conclusions; soybean plants treated with aluminum silicate as silicon source
did not reduce their income and remain unchanged in its vigor.
Keywords: silicon, Glycine max (L.) Merrill, foliar application.
16 3.3
Introdução
A soja (Glycine max L. Merril) é atualmente a leguminosa de maior
importância econômica. É um componente essencial na fabricação de rações
animais e adquire importância crescente na alimentação humana. Estima-se um
consumo de soja em grão no Brasil de 52,9 mil toneladas devido a que o
processamento local será maior em função do acréscimo da produção doméstica de
carnes e biodiesel (MAPA, 2012)
O departamento de agricultura dos Estados Unidos elevou a estimativa de
safra de soja do Brasil na temporada 2012/13 para 81 milhões de toneladas, o que
colocaria ao Brasil como o maior produtor mundial de soja, superando aos Estados
Unidos (USDA, 2013).
Atualmente a produção de soja, no Brasil, é liderada pelos estados de Mato
Grosso, com 29,2% da produção nacional; Paraná com, 18,4%; Rio Grande do Sul
com 14,0%, e Goiás, 10,8%
Para se obter o sucesso do cultivo um dos fatores mais importantes é a
utilização de sementes de alta qualidade, cujos atributos de qualidade podem ser
divididos em genéticos, fisiológicos, físicos e sanitários.
No campo, as sementes estão sujeitas a diversos fatores que poderão
prejudicar seriamente a qualidade. Tais fatores abarcam extremos de temperatura
durante a maturação, flutuação da umidade relativa, incluindo secas, deficiências na
nutrição das plantas, ataque de insetos, além de adoção de técnicas inadequadas
de colheita. A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção
no campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o
beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e
BARROS, 2006)
O crescimento da produção e o aumento da capacidade produtiva da soja
brasileira estão aliados aos avanços científicos e à disponibilização de tecnologias
no setor produtivo, estando nessa situação o uso de fertilizantes minerais de
aplicação foliar, entre outras tecnologias (SOUZA et al., 2008)
A adubação foliar tem sido recomendada para aumentar ou manter a
concentração de nutrientes nas folhas, no período de enchimento de grãos, porque
17 nessa fase, a absorção de nutrientes pelas raízes é praticamente nula (GARCIA e
HANWAY, 1976)
A reposição dos nutrientes nas folhas, através de adubação foliar, pode
manter a taxa de fotossíntese por um tempo maior, o que possivelmente pode
refletir-se em maior produção de grãos de soja (REZENDE et al.,2005).
Os silicatos são nutrientes que são importantes na armazenagem de energia
e na integridade estrutural, depositado como sílica amorfa em paredes celulares.
Contribui paras as propriedades mecânicas das paredes celulares, incluindo rigidez
e elasticidade (TAIZ e ZEIGER, 2004).
O Silício, por meio de uma série de ações no metabolismo da planta, tanto
do ponto de vista químico como físico, pode contribuir para que haja aumento no
crescimento e na produtividade. A tecnologia baseada no uso do silício é limpa e
sustentável, com enorme potencial para diminuir o uso de agro químico e aumentar
a produtividade através de uma nutrição mais equilibrada e fisiologicamente mais
eficiente, o que significa plantas mais produtivas, com menos doenças e pragas, e
mais vigorosas (LIMA FILHO, 2009).
Vários trabalhos têm demonstrado o efeito benéfico da adubação com silício
sobre o acréscimo da produção de diversas culturas. No entanto, são escassas as
informações sobre os benefícios nutricionais do silício para a cultura da soja. Desta
maneira, objetivou-se, neste trabalho, avaliar o efeito de diferentes doses de silicato
de alumínio, via foliar, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção vegetal
atuando no rendimento e na qualidade das sementes de soja.
18 3.4
Material e métodos
O experimento foi conduzido num campo de produção de sementes de soja,
da Empresa Hadler & Hasse, localizado em Passo das Pedras, RS/Brasil e no
Laboratório Didático de Analise de Sementes da Faculdade de Agronomia Eliseu
Maciel (FAEM) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O mesmo foi
desenvolvido na safra agrícola 2010/2011.
Foram utilizadas sementes de soja da cultivar M-SOY 8000 RR - Grupo de
Maturação 8.0, de ciclo precoce, habito de crescimento determinado. Semeada o 07
de dezembro e recebeu uma adubação de base de 300 kg.há-1 da formula 05-25-17.
O tipo de silicato aplicado foi o silicato de alumínio conhecido como caulim,
que é uma argila classificada e refinada, que contem 77,9% de SiO2 e pH 5,5.
O
delineamento
experimental
utilizado
foi
de
blocos
inteiramente
casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições cada (Tabela 1). Os
resultados obtidos foram submetidos a analise de variância pelo teste F e analisados
por regressão polinomial. Para execução da análise estatística utilizou-se o
programa para micro-computadores WinStat (MACHADO e CONCEIÇÃO, 2002).
TABELA 1 – Doses de Silicato de Alumínio aplicadas via foliar em plantas de soja
(Glycine max).
Doses de silicato de alumínio (kg.ha-1)
Tratamento
T1
T2
T3
T4
T5
Aplicados em cada período (30
dias pós-emergência, floração e
enchimento de grãos)
0
25
50
75
100
Total aplicado nos três
períodos
0
75
150
225
300
A aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizadores manuais,
costais, o volume de calda foi de 200 L. ha-1, foi adicionado espalhante adesivo
composto por óleo siliconado na dosagem de 0,2 ml. Nos seguintes períodos: 30
dias após a emergência, na floração e no enchimento de grão. Em cada período foi
aplicado 0, 25, 50, 75 e 100 (kg.ha-1).
19 Para a instalação do experimento utilizou-se uma área total de 240 m2,
divididos em parcelas, sendo cada parcela com dimensionamento de 5 m de
comprimento e 2,40 m de largura (seis linhas). Para a avaliação descartou-se as
linhas de bordadura, utilizando-se apenas as quatro linhas centrais.
As plantas foram colhidas quando se observou que a maioria das vagens
atingiram coloração marrom e os grãos cor amarela e o hilo cor preto, característica
da cultivar, e logo foram separados os componentes do rendimento e realizada a
caracterização da qualidade fisiológica das sementes colhidas.
Na separação dos componentes do rendimento foram analisadas as
seguintes variáveis: Número de vagens por planta - foi obtido pela coleta de trinta
plantas colhidas ao acaso, nas quatro linhas centrais da parcela, sendo descartadas
as linhas de bordadura; Número de sementes por vagem - foi obtido pela
separação das vagens com uma, duas, três e quatro sementes por vagem;
Rendimento de grãos – foi determinado pela colheita das plantas presentes em
uma área útil de 12 m2 transformado em kg.ha-1 constituídas pelas quatro linhas
centrais das parcelas, em uma extensão de cinco metros; e o Peso de mil
sementes - contam-se ao acaso oito repetições de 100 sementes cada. Em seguida
as sementes de cada repetição são pesadas com o número de casas decimais
indicado para a amostra de trabalho para a análise de pureza e, è determinado o
peso de mil sementes, segundo metodologia descrita nas Regras para Análise de
Sementes (BRASIL, 2009).
Posteriormente foi realizada a caracterização da qualidade fisiológica das
sementes produzidas, pelos seguintes testes: Germinação (G) - foram utilizadas
200 sementes semeadas, em rolos de papel Germitest (quatro subamostras com 50
sementes por rolo), umedecidas com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes o
peso do papel e mantidas a temperatura constante de 25ºC. As avaliações foram
realizadas no quinto e no oitavo dia após a semeadura, de acordo com os critérios
das Regras para Análise de Sementes (ISTA, 1999). Tetrazólio (Tz) - foi executado
pela metodologia indicada por França Neto et al. (1998), empregando duas
subamostras de 50 sementes, pré-condicionadas por 16horas a 25ºC, seguida de
imersão em solução de sal de tetrazólio a 0,075%, a 40ºC por 3horas. Avaliou-se a
20 viabilidade, o vigor e a causa da deterioração (umidade, danos mecânicos e lesão
por percevejo).
Para a determinação do Envelhecimento acelerado (EA) foram utilizadas
caixas de plástico tipo Gerbox (11cm x 11cm x 3cm) com compartimentos
individuais. A umidade relativa no interior dessas caixas foi obtida pela adição de
40ml de água no fundo de cada caixa, conforme descrição efetuada por Marcos
Filho et al. (2000). As amostras de cada lote foram distribuídas de modo a constituir
uma camada única (200 sementes) ocupando toda a superfície da tela suspensa no
interior de cada caixa. Foi conduzido a 41ºC, durante 48 horas. A seguir foi
conduzido o teste de germinação conforme descrito anteriormente e a contagem aos
cinco dias, computando a porcentagem de plântulas normais. Comprimento de raiz
e plântula (CR e CP) - quatro amostras de 20 sementes de cada tratamento
foram distribuídas em rolos de papel-toalha umedecidos com água destilada
utilizando-se 2,5 vezes a massa do papel seco, e mantido em germinador a 25 °C,
por cinco dias (NAKAGAWA, 1999). Sobre o papel toalha umedecido foi traçada uma
linha no terço superior, na direção longitudinal, onde as sementes foram colocadas
direcionando-se a micrópila para baixo. O comprimento da raiz primária e das
plântulas consideradas normais (Brasil, 2009) foi determinado ao final do quinto dia,
com o auxílio de régua milimetrada.
21 3.5
Resultados e discussão
Não se obteve diferença significativa estatisticamente na variável número de
vagens por planta. Para o número de sementes por vagem, independentemente do
número de sementes, não houve diferenças significativas entre os tratamentos, mas
pode-se observar que para todos os tratamentos predominantemente apresentou-se
com duas ou três sementes por vagem (Tabela 2). Resultados semelhantes foram
encontrados por Freitas et al. (2011) em experimento realizado com milho onde o
número de grãos por espiga não foi alterado, significativamente, em função da
aplicação de doses de Si, via foliar, em diferentes épocas.
TABELA 2 – Dados de número de vagens por planta (NºVP), número de vagens
com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem (NºSV), provenientes de plantas de
soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação foliar.
Tratamentos
(kg.ha-1)
T1- 0
T2 - 75
T3 - 150
T4 - 225
T5 - 300
Coeficiente de variação (%)
n.s= não significativo
NºVP
ns
43
40
47
40
48
7,74
NºSV
1
2
ns
7
8
7
6
8
11,38
3
ns
20
20
22
21
23
10,28
4
ns
17
20
18
18
19
8,83
1 ns
1
0
1
0
50,59
Um dos mais importantes componentes do rendimento o peso de mil
sementes, não apresentou diferenças significativa entre os tratamentos. Na variável
rendimento de grãos houve comportamento semelhante (Tabela 3).
Com esses resultados pode se afirmar que não se detectou efeito dos
tratamentos nos componentes do rendimento e no rendimento. Sendo estes
resultados diferentes dos obtidos pela pesquisa de Harter e Barros (2011), na qual
os pesquisadores concluíram que os tratamentos com aplicação de cálcio e silício
reduzem o rendimento de sementes por unidade de área.
22 TABELA 3 – Dados de Peso de mil sementes (PMS) e rendimento (REND) de
sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes
doses de silicato de alumínio via aplicação foliar.
Tratamento
(kg.ha-1)
T1 - 0
T2 - 75
T3 - 150
T4 - 225
T5 - 300
Coeficiente de variação (%)
n.s = não significativo
PMS
(gramas)
187 ns
196
195
185
189
3,38
REND
(kg.ha-1)
1995 ns
1995
2018
1970
1960
3,03
A analise dos resultados referentes à caracterização da qualidade fisiológica
das sementes produzidas é apresentado a seguir. Na Tabela 4 apresentam-se os
resultados de germinação e viabilidade pelo teste de tetrazolio de sementes de soja
provenientes de plantas pulverizadas com diferentes doses de silicato de alumínio.
TABELA 4 – Porcentagem de germinação (G) e viabilidade (VIAB) avaliada pelo
teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de plantas
que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação
foliar.
Tratamento
(kg.ha-1)
T1- 0
T2 - 75
T3 - 150
T4 - 225
T5 - 300
Coeficiente de variação (%)
n.s.= não significativo
G
(%)
80 ns
91
97
83
80
7,41
Tz VIAB.
(%)
89 ns
93
90
82
78
7,21
Quanto a os resultados da germinação e os da viabilidade das sementes
avaliadas pelo teste de tetrazolio não apresentaram diferencias significativa entre os
tratamentos (Tabela 4).
A avaliação do vigor, das sementes provenientes de plantas com e sem
aplicação de silicato de alumínio, avaliado pelo teste de tetrazolio, não apresentaram
diferenças significativas (Tabela 5).
Os resultados do teste de EA (Tabela 5) mostram que não houve diferença de
vigor entre sementes oriundas de plantas não tratadas com Si e aquelas que
23 receberam diferentes doses de Si. Esses resultados são diferentes dos achados por
Fonseca et al. (2012) em cujo experimento o teste de envelhecimento acelerado
(EA) apresentou comportamento com tendência quadrática em relação as doses de
silicato de alumínio, tendo como ponto de máxima 27,7 (kg.ha-1) com germinação de
95,7% onde as doses maiores apresentaram decréscimo na germinação. O mesmo
aconteceu com o experimento de Harter e Barros (2010) que também verificaram
aumento para o teste de frio e de envelhecimento acelerado.
TABELA 5 – Porcentagem de vigor avaliado pelos testes de tetrazólio (Tz),
envelhecimento acelerado (EA), comprimento da parte aérea (CPA) e
comprimento da raiz (CR) de sementes de soja provenientes de
plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação foliar.
Tratamento
(kg.ha-1)
T1 - 0
T2 – 75
T3 – 150
T4 – 225
T5 – 300
Coeficiente de variação (%)
Tz Vigor
(%)
70 ns
77
76
68
69
12,19
EA
(%)
63 ns
58
56
60
57
10,1
CPA
(cm)
11,27 ns
11,40
11, 86
10,84
11,46
8,16
CR
(cm)
20,18ns
18,60
17,42
15,47
15,42
16,40
n.s. não significativo
No que diz respeito às variáveis CPA e CR não foi encontrada diferença
estatística entre os tratamentos (Tabela 5). Resultados semelhantes foram
encontrados por Fonseca et al (2012) em trabalhos realizados em trigo onde para a
variável comprimento de parte aérea e comprimento de raiz, constatou-se que não
houve efeito significativo para as doses de silicato de alumínio
Com relação aos dados provenientes da avaliação dos danos por percevejos
feitos pelo teste de Tz (Tabela 6) pode se observar que não se constatou diferenças
estatísticas entre os diferentes tratamentos. França-Neto et al. (1998) mencionam
que amostras de sementes de soja com índices de lesões de percevejos entre 7% e
10% (TZ 6-8) poderão apresentar restrições do desempenho da qualidade
fisiológica.
Os resultados achados diferem de aqueles citados na literatura tais como
Dayanandam et. al. (1983), que afirmam que a deposição de sílica na parede das
24 células torna a planta mais resistente à ação de fungos e insetos. Isso ocorre pela
associação da sílica com constituintes da parede celular, tornando-as menos
acessíveis às enzimas de degradação (resistência mecânica). Em estudos feitos
pelo Carvalho (1999) se demonstrou que as plantas tratadas com silício foram
menos preferidas pelos pulgões e apresentaram cerca de 50% a mais, do teor de
silício na parte aérea. Assim também Bussolaro et al (2011) experimentando com
diferentes doses de silício aplicadas via foliar a plantas de soja concluíram que a
aplicação de silício provoca uma diminuição na incidência de insetos.
TABELA 6 – Porcentagem de danos por percevejo (DP), por umidade (DU) e
mecânicos (DM) avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 6-8) de
sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes
doses de silicato de alumínio via aplicação foliar.
Tratamento
(kg.ha-1)
T1- 0
T2 - 75
T3 - 150
T4 - 225
T5 - 300
Coeficiente de variação (%)
n.s. = não significativo
DP
7 ns
5
4
6
5
12,57
Tz (6-8) (%)
DU
6 ns
6
6
7
8
11,05
DM
2 ns
3
2
3
1
21,29
Os resultados da avaliação dos danos por umidade não mostram diferença
estatística entre os tratamentos, observa-se uma grande incidências de danos por
umidade, com níveis que vão de 6 a 8 %, que segundo França Neto et al(1998) pode
ocasionar problemas sérios relacionados com a qualidade das sementes.
Com relação aos dados de danos mecânicos (Tabela 6) os mesmos não
apresentaram diferenças significativas entre os diferentes tratamentos, todos
apresentam valores inferiores a 6%, não sendo consideradas restrições com relação
à qualidade de sementes de soja.
25 3.6
Conclusão
Sob as condições em que esta pesquisa foi desenvolvida, os dados obtidos
permitiram as seguintes conclusões:
Plantas de soja tratadas com silicato de alumínio como fonte de silício não
sofrem redução no rendimento e não apresentam alterações na qualidade fisiológica
das sementes.
26 3.7
Referencias
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<http://www.fas. usda.gov/psdonline/psdQuery.aspx>. Acesso em: 4 fev. 2013..
28 4. CAPITULO 2
EFEITO DA APLICAÇÃO FOLIAR E NO SOLO DE SILICATO
DE ALUMINIO NO RENDIMENTO DE SEMENTES DE SOJA
29 4.1
Resumo
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio,
aplicadas via foliar e no solo, como fonte de silício na nutrição mineral, atuando no
rendimento de sementes de soja. Os tratamentos consistiram em cinco doses de
silicato de alumínio aplicadas via foliar: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.ha-1 e cinco doses
de silicato de alumínio aplicado no solo: 0, 750, 1500, 2250 e 3000 kg.ha-1. Foram
avaliados os componentes do rendimento: número de vagens por planta, número de
sementes por vagem, rendimento de grãos, peso de mil sementes, numero de
sementes por planta, peso de sementes por planta e produtividade. De acordo com
os dados obtidos, pode se concluir que tanto a aplicação foliar como no solo de
silicato de alumínio não provoca alterações nos componentes do rendimento de
sementes de soja.
Palavras-chave: Silício, componentes do rendimento, adubação foliar e no solo.
30 4.2
Abstract
The objective of this study was to evaluate the effect of different doses of aluminum
silicate, applied by foliar and soil, as a source of silicon in the mineral nutrition, acting
on the seed yield of soybean. The treatments consisted of five doses of aluminum
silicate by foliar application: 0, 75, 150, 225 and 300 kg/ha-1 and five doses
aluminum silicate applied by soil: 0, 750, 1500, 2250 and 3000 kg.ha¹. We evaluated
yield components: number of pods per plant, number of seeds per pod, grain yield,
thousand seed weight, number of seeds per plant, seed weight per plant and
productivity. According to the data obtained, it could be concluded that both foliar and
soil application of aluminum silicate does not cause changes in yield components of
soybean seeds.
Keywords: silicon, soybean, yield components, nutrition plant by foliar and soil
application.
31 4.3
Introdução
A soja (Glycine max L. Merril) atualmente é o principal produto agrícola no
Paraguai, com uma área de produção de 2.957.408 há (safra 2011) com um
rendimento médio de 2.483 kg.há-1 e uma produção total de 7.128.364 de toneladas
(CAPECO, 2013). As regiões de maior produção são os departamentos de Alto
Paraná que representa os 30% da produção total, Itapua e Canindeyu que juntos
constituem os 40% da produção total de soja no Paraguai.
A produção de soja é altamente mecanizada, cultivando-se em grandes e
medianas extensões de terras por produtores, geralmente de origem brasileira,
japonesa e alemã, frequentemente organizados em cooperativas, como também por
pequenos produtores paraguaios. A capacidade tecnológica dos produtores de soja
é refletida no aumento da produção e da produtividade, devendo-se mencionar que
na maior parte da área utiliza-se a técnica de “semeadura direta” que foi introduzida
em fazendas de médio porte mecanizadas do Paraguai, em 1990. Atualmente, o
Paraguai é o país no mundo com a maior proporção de plantio direto sobre o total da
superfície cultivada (CENSO, 2008).
A semente de soja apresenta características morfológicas e fisiológicas
particulares que determinam que no seu manejo deve-se ter em conta uma serie de
medidas especificas para se obter um produto de qualidade.
Para se obter o sucesso do cultivo um dos fatores mais importantes é a
utilização de semente de alta qualidade, cujos atributos de qualidade podem ser
divididos em genéticos, fisiológicos, físicos e sanitários.
A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção no
campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o
beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e
BARROS, 2006)
Os solos férteis devem ser preferidos para multiplicação de sementes, pois
neles se obtém não só as maiores produções, bem como sementes de maior
qualidade.
As práticas agrícolas e insumos empregados na lavoura possibilitam
condicionar o ambiente, dando condições para as manifestações dos potenciais
32 fenotípicos e genotípicos das sementes assim adubações tendem a influenciar seu
desempenho.
A adubação foliar vem sendo utilizada desde o século XIX, além disso, na
antiguidade já houve referências a respeito, através de Chorume o uso de N, P, K,
Ca e de Zn e B nas folhas foi descrito há mais de 100 anos (MALAVOLTA, 1980).
O silício (Si) ainda não foi considerado como elemento essencial para os
vegetais, porque a sua função ainda não foi bem esclarecida (EPSTEIN, 1999);
porém, a absorção de Si traz benefícios, tais como: aumento da tolerância ao ataque
de doenças e pragas, diminuição da transpiração, melhora da arquitetura da planta
ao tornar as folhas mais eretas e conseqüente melhora da taxa fotossintética
(DEREN et al., 1994).
Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior tolerância a doenças e
pragas, maior resistência ao acamamento, encharcamento,veranicos e geadas, bem
como neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de metais pesados, como
manganês e alumínio, são alguns dos importantes benefícios que a adubação
silicatada pode proporcionar para as plantas cultivadas (LIMA FILHO, 2009). São escassas as informações sobre os benefícios nutricionais do silício para
a cultura da soja. Desta maneira, objetivou-se, neste trabalho, avaliar o efeito de
diferentes doses de silicato de alumínio, aplicadas via foliar e no solo, como fonte de
silício na nutrição mineral atuando no rendimento das sementes de soja.
33 4.4 Material e métodos
O experimento foi conduzido no campo experimental e no Laboratório de
Qualidade de Sementes da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade
Nacional de Assunção, São Lorenzo, Paraguai. O mesmo foi desenvolvido na safra
agrícola 2011/2012.
Foram utilizadas sementes de soja da cultivar BMX Turbo RR de porte médio,
ciclo superprecoce, grupo de maturação 5,8, habito de crescimento indeterminado.
O tipo de silicato aplicado foi o silicato de alumínio conhecido como caulim,
que é uma argila classificada e refinada, que contem 77,9% de SiO2 e pH 5,5.
Foram conduzidos dos experimentos um destinado para aplicação no solo e
outra para aplicação via foliar do silicato de alumínio.
Para a aplicação no solo do silicato de alumínio foram preparadas parcelas
2m x 5m para cada dose. As doses de silicato de alumínio foram escolhidas de
forma proporcional aos seguintes intervalos de 250 kg.há-1: 0, 250, 500, 750 e 1000
kg.há-1 aplicados no sulco de semeadura, misturadas com a semente e adubação de
base de 400 kg/há-1 da formula 4 – 30 – 10. Os tratamentos com quatro repetições
cada.
Para à aplicação do silicato de alumínio via foliar, foram preparadas parcelas
de 2m x 5m para cada dose. Foi realizada uma adubação de base de 400 kg/há-1 da
formula 4 – 30 – 10. As doses de silicato de alumínio foram aplicadas de forma
proporcional nos seguintes intervalos: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.há-1 via foliar,
distribuída em três aplicações; nos seguintes períodos: 30 dias após a emergência,
na floração e no enchimento de grão. Os tratamentos com quatro repetições cada. A
aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizadores manuais, costais, o
volume de calda foi de 200 L. ha-1, foi adicionado espalhante adesivo composto por
óleo siliconado na dosagem de 0,2 ml
Para a avaliação descartou-se as linhas de bordadura, utilizando-se apenas
as quatro linhas centrais. As plantas foram colhidas quando se observou que a
maioria das vagens atingiram coloração marrom e os grãos cor amarela e o hilo cor
marrom característico da cultivar, e logo foram separados os componentes do
rendimento.
34 Na separação dos componentes do rendimento foram analisadas as
seguintes variáveis: Número de vagens por planta - foi obtido pela coleta de trinta
plantas colhidas ao acaso, nas quatro linhas centrais da parcela, sendo descartadas
as linhas de bordadura; Número de sementes por vagem - foi obtido pela
separação das vagens com uma, duas, três e quatro sementes por vagem; Número
de sementes por planta – foram separadas e contadas as sementes por planta;
Peso de sementes por planta – sementes provenientes de cada planta foram
pesadas; Produtividade foi determinada pela colheita das plantas presentes em
uma área útil de 12 m2 transformados em Kg.ha-1; e Peso de mil sementes contam-se ao acaso oito repetições de 100 sementes cada. Em seguida as
sementes de cada repetição são pesadas com o número de casas decimais indicado
para a amostra de trabalho para a análise de pureza e, è determinado o peso de mil
sementes, segundo metodologia descrita nas Regras para Análise de Sementes
(BRASIL, 2009).
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado. As
avaliações foram realizadas por separado para cada tipo de aplicação (foliar e no
solo). Os resultados obtidos foram submetidos a analise de variância pelo teste F e
analisados por regressão polinomial. Para execução da análise estatística utilizou-se
o programa para micro-computadores WinStat (MACHADO e CONCEIÇÃO, 2002).
35 4.5
Resultados e discussão
4.5.1. Aplicação foliar de Silicato de alumínio
São apresentados a seguir os resultados das analises feitas aos
componentes do rendimento de sementes de soja provenientes de plantas nas quais
foram aplicadas diferentes doses de silicato de alumínio via foliar.
O número de sementes por vagem (NºSV) não foi alterada significativamente
em função da aplicação de doses de silicato de alumínio via foliar. Pode se observar
a maior presencia de dois a três sementes por vagem.
As análises dos dados de número de vagens por planta (NºVP), e número de
sementes por planta (N°SP) não apresentam diferenças significativas entre as
diferentes doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar nas plantas de soja
(Tabela 1).
O peso de mil sementes (PMS) e o peso de sementes por planta (PSP) não
mostraram diferencia significativa entre as diferentes doses de silicato de alumínio
aplicadas via foliar a plantas de soja (Tabela 2). A probabilidade seria um maior
enchimento de grãos com doses crescentes de Si, o que não foi observado. Esses
resultados deferem com Datnof et al., (2001) que afirmam que o Si proporciona
vários benefícios para as plantas, destacando-se: melhor eficiência fotossintética e
maior aproveitamento da água, dentre outros, com os quais se espera um aumento
no rendimento.
TABELA 1 – Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem
(NºSV), número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes
por plantas (N°SP); provenientes de plantas de soja que receberam
diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar.
Dose
N°SV
(kg.ha-1)
1
2
3
ns
ns
3
10
9 ns
0
3
10
10
75
3
11
10
150
4
12
10
225
3
10
9
300
28,36
8,54
19,80
CV %
n.s = não significativo
4
1 ns
1
1
1
1
42,96
N°VP
N°SP
19 ns
23
25
26
22
13,25
45 ns
51
55
53
55
14,14
36 A produtividade de sementes de soja não foi alterada significativamente em
função da aplicação de doses de silicato de alumínio via foliar (Tabela 2). Esses
resultados são semelhantes aos obtidos pelo Zago et al (2010) que em
experimentos avaliando a variável produtividade em kg.ha-1 não se diferenciou
significativamente nas aplicações via foliar de silicato de potássio, aparentando uma
homogeneidade entre os tratamentos testados.
Com esses resultados, pode se afirmar que, não se detectou efeito dos
tratamentos nos componentes do rendimento das sementes de soja, provenientes
de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via foliar.
TABELA 2 – Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de sementes por planta
(PSP) e produtividade de plantas que receberam diferentes doses de
silicato de alumínio via aplicação foliar.
Dose
(kg.ha-1)
0
75
150
225
300
CV %
n.s= não significativo
PMS
(gramas)
128 ns
130
129
132
135
11,47
PSP
(gramas)
6,1560 ns
6,9524
7,0432
8,0493
7,0305
20,38
Produtividade
(kg.ha-1)
1846 ns
2085
2113
2014
2109
29,18
4.5.2 Aplicação no solo de Silicato de alumínio
São apresentados a seguir os resultados das analises feitas aos
componentes do rendimento de sementes de soja provenientes de plantas nas quais
foram aplicadas diferentes doses de silicato de alumínio no solo.
Em função da aplicação de doses de silicato de alumínio no solo o número de
sementes por vagem (NºSV) não foi alterada significativamente. Observa– se a
maior presença de duas a três sementes por vagem (Tabela 3).
Com relação ao número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes
por planta (N°SP) não foram achadas diferenças significativas entre as diferentes
doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar nas plantas de soja (Tabela 3).
37 O peso de mil sementes (PMS) peso de sementes por planta (PSP) e a
produtividade não mostraram diferencias significativas entre as diferentes doses de
silicato de alumínio aplicadas via solo a plantas de soja.
Realizando uma analise critica das características do solo onde foi realizado o
experimento; classe textural arenosa, com baixo conteúdo de matéria orgânica e pH
acido (Anexo A); e as características climáticas do ano agrícola 2011/2012 (Tabela
5) em que foi realizado o experimento, observa-se que o mesmo apresentou-se
pouco favorável para a produção de soja, seja como semente ou grão. Isso pode
justificar o baixo peso de das sementes e a produtividade da soja.
TABELA 3 – Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem
(NºSV), número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes
por plantas (N°SP); provenientes de plantas de soja que receberam
diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo.
Dose
N°SV
(kg.ha-1)
1
2
3
2 ns
7 ns
7 ns
0
3
10
8
250
2
6
6
500
3
9
9
750
3
6
6
1000
28,90
19,17
23,97
CV %
n.s= não significativo.
4
1 ns
0
0
1
1
92,39
N°VP
NºSP
20 ns
21
18
25
21
16,94
41 ns
48
32
50
43
42,56
TABELA 4 – Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de sementes por planta
(PSP) e produção; de sementes provenientes de plantas de soja que
receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no
solo.
Dose
PMS
(kg.ha-1)
(gramas)
130 ns
0
133
250
133
500
131
750
127
1000
13,06
CV %
n.s.= não significativo
PSP
(gramas)
6,5545 ns
6,3499
6,1773
5,6467
4,5801
27,49
Produtividade
(kg.ha-1)
1694 ns
1904
1709
1853
1853
18,90
38 O PMS apresenta- se muito abaixo do potencial genético da cultivar (BMX
Turbo RR) que tem um elevado potencial produtivo e elevado peso de mil sementes
aproximadamente 232,2 gramas, variáveis segundo o ambiente explorado pelo
cultivar. Isso se deve ao estresse sofrido pela planta mãe, devido a que o ano
agrícola caracterizou-se por precipitações medias mensais de 400 mm durante o
período do enchimento de grãos (meses de março-abril) e temperaturas médias de
26 °C (Anexo D e E).
Egli e Wardlaw (1980), afirmam que a temperatura ótima de crescimento da
soja é de 21.0°C e 23.5°C e a taxa de crescimento declinam quando a temperatura
excede os 23°C. Com relação à formação de vagem é semelhante, com limites mais
extremos já que a soja forma vagem com temperaturas noturnas menores a 14°C e
medias diárias menores que 18°C (THOMAS e RAPER, 1978).
Nas vagens, os grãos só começam a crescer logo que a vagem tenha se
desenvolvido completamente em comprimento, o período de enchimento dos grãos é
muito critico para a determinação do rendimento final. Os estresses hídricos podem
afetar a maturação das sementes, seu tamanho, o número de sementes por vagem
e o número de vagens (MELGAR,2011).
Com relação à necessidade de água para uma máxima produção de soja,
varia entre 450 e 700 mm durante o ciclo, segundo o clima e o estádio do período de
crescimento (SMITH, 1990). O efeito do déficit hídrico na produção depende da fase
de desenvolvimento em que se encontra a soja quando ocorre, e da sua severidade;
quando acontece durante o enchimento de grãos, afeta o peso dos grãos e,
consequentemente, a produção (FAGERIA,1989).
Assim também é bom considerar a afirmação de Vidal (2005) de que solos
arenosos, por apresentarem predominância de quartzo na composição mineralógica,
tendem a absorver menores quantidades de Si.
Com esses resultados, pode se afirmar que não se detectou efeito dos
tratamentos nos componentes do rendimento e no rendimento das sementes de soja
provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via
solo; e sim um efeito nos componentes do rendimento e no rendimento do estresse
hídrico e altas temperaturas que a planta mãe sofreu durante o período de
enchimento dos grãos. Provavelmente o Silicato de alumínio como fonte de Si não
39 tenha Si suficiente disponível como para ter um efeito positivo no rendimento da
soja.
40 4.6 Conclusão
Sob as condições em que esta pesquisa foi desenvolvida, os dados obtidos
permitiram as seguintes conclusões:
Não foi detectado efeito dos tratamentos, nos componentes do rendimento de
sementes de soja provenientes de plantas que receberam doses de silicato de
alumínio como fonte de silício aplicado via foliar e via solo.
41 4.7 Referencias
BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 395p. 2009
CAMARA PARAGUAYA DE EXPORTADORES DE CEREALES
OELAGINOSAS. Disponível em<http:// www.capeco.org.py>. 6 fev. 13.
Y
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tecnológicos. 2.ed. Pelotas: Universitária. 2006. p.15-96
LIMA FILHO, O.F de. Buscando maior sustentabilidade na agricultura com
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2009.
Artigo
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42 MELGAR,Ricardo et al. Fertilizando para altos rendimientos: Soja en
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SMITH, M. CROPWAT- a computer program for irrigation planning and
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THOMAS, J.F.; RAPER ,C.D.Effect of day and night temperatures during floral
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– Universidade Federal de Uberlândia.
ZAGO,A.S.;SILVA,C.A.T.da;SILVA,T.R.B.da;VIECELLI,C.A.;VERONA,E.;NOLLA,
A. Efeito de doses de silício no desenvolvimento de soja. Cultivando o Saber,
v.3,n.2,p.16-22,2010.
43 5. CAPITULO 3
EFEITO DA APLICAÇÃO FOLIAR E NO SOLO DE SILICATO
NA QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA
44 5.1 Resumo
O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio,
aplicadas via foliar e no solo, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção
vegetal, atuando na qualidade de sementes de soja. Os tratamentos consistiram em
cinco doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar: 0, 25, 50, 75 e 100 kg.ha-1 y
cinco doses de silicato de alumínio aplicado no solo: 0, 250, 500, 750 e 1000 kg.ha-1.
Foram avaliados os parâmetros: germinação e tetrazolio (viabilidade, vigor, danos
por percevejo, umidade e mecânicos). Os dados obtidos permitiram as seguintes
conclusões; plantas de soja tratadas com silicato de alumínio via foliar ou no solo,
como fonte de silício não sofrem alterações na sua qualidade fisiológica.
Palavras-chave: silício, adubação foliar e no solo.
45 5.2 Abstract
The objective of this study was to evaluate the effect of different doses of aluminum
silicate, applied by foliar and soil, as a source of silicon in the mineral nutrition and
plant protection, in soybeans. The treatments consisted of five doses of aluminum
silicate foliar applied: 0, 25, 50, 75 and 100 kg.ha-1 and five doses of aluminum
silicate applied by soil: 0, 250, 500, 750 and 1000 kg.ha-1 Parameters were
evaluated: germination and tetrazolium (viability, vigor, moisture, bug and
mechanical damage). The data obtained led to the following conclusions; soybean
plants treated with aluminum silicate by foliar or soil application, as a source of
silicon, remain unchanged in its vigor.
Keywords: silicon, plant nutrition by foliar and soil application.
46 5.3
Introdução
O Paraguai é o coração da America do Sul, localizado entre os paralelos 19°
18´ e 27° 36´ de latitude Sul e os meridianos 59°19´ e 62°38´ de longitude Nordeste,
limita ao Norte com o Brasil e a Bolívia, ao Leste com o Brasil e a Argentina, ao Sul
com a Argentina e ao Nordeste com Argentina e Bolívia.
A República do Paraguai possui uma superfície de 406.752km2 o
equivalente a 40.675.200 hectares e uma população aproximada de 6.054.976
habitantes (população urbana 58,3% e população rural 41,6%). O Rio Paraguai
divide o pais de Norte a Sul em duas regiões ecológicas, bem diferenciadas. A
Região Ocidental ou Chaco com uma superfície de 246.925km2 representa 61% do
território paraguaio e tem apenas 3% da população total. Por outro lado, a Região
Oriental possui uma superfície de 159.827km2, correspondente a 39% do território
nacional e concentra 97% da população (CENSO, 2008).
A agricultura é a atividade mais importante da economia paraguaia,
representando aproximadamente 16% do PIB nacional. Os cultivos mais importantes
são soja, algodão, milho, trigo, mandioca, cana de açúcar, gergelim e sorgo.
Atualmente a soja (Glycine max L. Merril) é o principal produto agrícola no
Paraguai, com uma área de produção de 2.957.408 há (safra 2011) e um rendimento
médio de 2.483 kg.há-1 e uma produção total de 7.128.364 de toneladas (CAPECO,
2013).
A capacidade tecnológica dos produtores de soja é refletida no aumento da
produção e da produtividade, devendo-se mencionar que na maior parte da área
utiliza-se a técnica de “semeadura direta” que foi introduzida em fazendas de médio
porte mecanizadas do Paraguai, em 1990. Atualmente, o Paraguai é o país no
mundo com a maior proporção de plantio direto sobre o total da superfície cultivada
(CENSO, 2008).
A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção no
campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o
beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e
BARROS, 2006)
47 Os procedimentos fundamentais para a produção de sementes de alta
qualidade incluem a escolha da região produtora, considerando aspectos
agronômicos, estruturais e comerciais; a seleção das áreas destinadas à produção
(isolamento, sanidade, presença de plantas invasoras, localização e acesso,
topografia, características de clima e solo); o estabelecimento de plano de sucessão
de culturas; a origem e a qualidade das sementes básicas; o manejo da área
(sistema de preparo do solo, época e cuidados durante a semeadura, adequação
dos tratos culturais); as inspeções e erradicação de plantas indesejáveis; o controle
de insetos e doenças; a colheita, a secagem e o beneficiamento; o estabelecimento
de programa integrado de controle de qualidade durante todas as etapas de
produção (MARCOS FILHO, 2005)
Já se determinou efeitos positivos de fósforo para sementes de soja. Salientase que solos ricos em cálcio propiciam a formação de um melhor tegumento em
sementes de soja, as quais tornam-se mais resistentes aos danos mecânicos.
Entretanto, sabe-se que uma planta bem nutrida produzirá uma semente normal, que
apresentará um bom desempenho mesmo sob condições adversas. (PESKE e
BARROS, 2006)
A adequação da fertilidade do solo, pela correção da acidez e pelo
fornecimento de níveis adequados de potássio, fósforo e alguns micronutrientes é
também essencial para a produção de semente de soja de boa qualidade (FRANÇA
NETO et al., 2007)
O crescimento e busca por novas tecnologias para uma melhoria na
qualidade das sementes e consequentemente um aumento de produção de soja,
vem buscando suprir as necessidades de nutrientes nas etapas mais importantes da
cultura, sendo uma opção a adubação foliar com macronutrientes e micronutrientes
(SUZANA et al., 2012). A fertilização foliar é uma via alternativa para completar a
nutrição em soja.
O Si não é considerado essencial para vegetais superiores, porque não
atende aos critérios diretos e indiretos de essencialidade. Porém, sua absorção pode
ocasionar efeitos benéficos para algumas culturas, como: resistência a doenças e
pragas, tolerância à toxicidade por metais pesados a estresses hídricos e salinos,
menor evapotranspiração, promoção de crescimento e nodulação em leguminosas,
48 efeito na atividade de enzimas e na composição mineral, melhoria da arquitetura da
planta, redução no acamamento e consequente aumento da taxa fotossintética
(EPSTEIN, 1999).
Dada à importância que a cultura de soja vem apresentado no Paraguai,
principalmente como produto de exportação, é relevante o conhecimento da
qualidade da semente produzida, de novas tecnologias que poderem ser
incorporadas.
As informações sobre os benefícios do silício na nutrição da cultura da soja
são escassas motivo e por isso objetivou-se, neste trabalho, avaliar o efeito de
diferentes doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar e no solo como fonte de
silício na nutrição e proteção de plantas, atuando na qualidade de sementes de soja.
49 5.4
Material e métodos
O experimento foi conduzido no campo experimental e no Laboratório de
Qualidade de Sementes da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade
Nacional de Assunção, São Lorenzo, Departamento Central do Paraguai. O mesmo
foi desenvolvido na safra agrícola 2011/2012.
Foram utilizadas sementes de soja da cultivar BMX Turbo RR de porte médio,
ciclo superprecoce, grupo de maturação 5,8 e habito de crescimento indeterminado.
O tipo de silicato aplicado foi o silicato de alumínio conhecido como caulim,
que é uma argila classificada e refinada, que contem 77,9% de SiO2 e pH 5,5.
Foram conduzidos dos experimentos um destinado para aplicação no solo e
outra para aplicação via foliar do silicato de alumínio.
Para a aplicação no solo do silicato de alumínio foram preparadas parcelas
2m x 5m para cada dose. As doses de silicato de alumínio foram escolhidas de
forma proporcional aos seguintes intervalos de 250 kg.há-1: 0, 250, 500, 750 e 1000
kg.há-1 aplicados no sulco de semeadura, misturadas com a semente e adubação de
base de 400 kg/há-1 da formula 4 – 30 – 10. Os tratamentos com quatro repetições
cada.
Para à aplicação do silicato de alumínio via foliar, foram preparadas parcelas
de 2m x 5m para cada dose. Foi realizada uma adubação de base de 400 kg/há-1 da
formula 4 – 30 – 10. As doses de silicato de alumínio foram aplicadas de forma
proporcional nos seguintes intervalos: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.há-1 via foliar,
distribuída em três aplicações; nos seguintes períodos: 30 dias após a emergência,
na floração e no enchimento de grão. Os tratamentos com quatro repetições cada. A
aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizadores manuais, costais, o
volume de calda foi de 200 L. ha-1, foi adicionado espalhante adesivo composto por
óleo siliconado na dosagem de 0,2 ml
Para a avaliação foram descartadas as linhas de bordadura, utilizando-se
apenas as quatro linhas centrais. As plantas foram colhidas quando observou-se que
a maioria das vagens atingiram coloração marrom e os grãos cor amarela e o hilo
cor marrom característico da cultivar, e, logo foi realizada a caracterização da
qualidade fisiológica das sementes colhidas, pelos seguintes testes: Germinação
50 em areia (G) - quatro repetições de 50 sementes foram semeadas em caixas
plásticas, tendo como substrato areia de textura média, umedecida com água e
mantidas a temperatura constante de 25ºC. As avaliações foram realizadas no
quinto e no oitavo dia após a semeadura, de acordo com os critérios das Regras
para Análise de Sementes (ISTA, 2011). Tetrazólio (Tz) - foi executado pela
metodologia indicada por França - Neto et al. (1998), empregando duas subamostras
de 50 sementes, pré-condicionadas por 16horas a 25ºC, seguida de imersão em
solução de sal de tetrazólio a 0,075%, a 40ºC por 3horas. Avaliou-se a viabilidade, o
vigor e a causa da deterioração (umidade e lesão por percevejo).
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com
uma testemunha e quatro tratamentos com quatro repetições. As avaliações foram
realizadas separado para cada tipo de aplicação (foliar e no solo). Os resultados
obtidos foram submetidos a analise de variância pelo teste F e analisados por
regressão polinomial. Para execução da análise estatística utilizou-se o programa
para micro-computadores WinStat (MACHADO & CONCEIÇÃO, 2002).
51 5.5
Resultados e discussão
5.5.1. Aplicação foliar de Silicato de alumínio
Os resultados de poder germinativo das sementes de soja provenientes de
plantas que receberam aplicação foliar de silicato de alumínio não apresentaram
diferenças significativas (Tabela 1). No entanto vale ressaltar que todas alcançaram
a germinação mínima (80%) para sementes certificadas de soja, estabelecida nos
padrões de laboratório das normas especificas para produção e comercialização de
sementes certificadas e fiscalizadas da Lei de Sementes e Cultivares do Paraguai
(SENAVE,2000).
TABELA 1 – Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor (VIAB) avaliada
pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de
plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação foliar.
Doses
kg.ha-1
0
75
150
225
300
CV %
n.s.= não significativo
Germinação
%
80 ns
88
82
86
87
4,76
Tz – Viabilidade
%
84 ns
90
87
88
92
6,4
Tz - Vigor
%
75 ns
70
72
74
75
7,32
Os dados de porcentagem de viabilidade e vigor das sementes de soja,
provenientes de plantas que receberam silicato de alumínio via foliar, avaliadas pelo
teste de tetrazolio não apresentaram diferenças significativas. De modo geral, no
teste de tetrazólio, as sementes apresentaram vigor médio alto, com valores entre
70% e 75% conforme classificação proposta por França-Neto et al (1998).
Não foi detectada diferença significativa entre as porcentagens de dano por
umidade das sementes oriundas de plantas que receberam Si via foliar. Os
resultados indicam problemas sérios de umidade, conforme classificação proposta
por França-Neto et al (1998), na qual níveis entre 7% a 10% indicam problemas
sérios na produção de sementes de qualidade (Tabela 2).
52 As porcentagens de dano por percevejo não apresentam diferenças
significativa entre as sementes avaliadas pelo teste de tetrazolio. Esses resultados
diferem de aqueles achados pelo Bussolaro et al (2011) avaliando a aplicação de Si
via foliar com controle de insetos e na produtividade da soja acharam que quando
aplicado silico via foliar houve melhoria no desenvolvimento da soja, demonstrando,
então aumento no número de grãos e uma diminuição na incidência de insetos
resultando assim, num aumento de produtividade.
TABELA 2 – Porcentagem de danos por umidade (DU) e por percevejo (DP),
avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 6-8) de sementes de soja
provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato
de alumínio via aplicação foliar.
Doses
kg.ha-1
0
75
150
225
300
CV %
n.s.= não significativo
Tetrazolio
DU
%
7ns
5
5
6
6
22,72
DP
%
8 ns
4
5
5
5
20,05
5.5.2. Aplicação no solo de Silicato de alumínio
As porcentagens de germinação, viabilidade e vigor (avaliadas pelo teste de
tetrazolio) de sementes, provenientes de plantas que receberam silicato de alumínio
via solo, não apresentaram diferenças significativas (Tabela 3).
Os valores do teste de germinação atingiram o valor mínimo exigido (80%)
para sementes certificadas de soja, estabelecida nos padrões de laboratório das
normas especificas para produção e comercialização de sementes certificadas e
fiscalizadas da Lei de Sementes e Cultivares do Paraguai (SENAVE, 2000).
A viabilidade das sementes avaliadas pelo teste de tetrazolio varia de 84% a
88%. A porcentagem de vigor obtido pelo mesmo teste, que vario entre 67% a 73%,
classifica as sementes com um vigor médio (60% a 70%) segundo a classificação
proposta pelo França-Neto et al. (1998).
53 As porcentagens de danos por umidade e percevejos avaliados pelo teste de
tetrazolio nas sementes oriundas de plantas que receberam Si via solo, não
apresentam diferencias significativas. Os resultados de dano por umidade mostram
que a semente sofreu muito estresse por causa de falta de água, indicando que os
níveis obtidos que vão entre 6 a 7% poderiam causar sérios problemas na produção
de sementes de soja de qualidade. (Tabela 4).
TABELA 3 – Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor (VIAB) avaliada
pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de
plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via
aplicação no solo.
Doses
kg.ha-1
0
250
500
750
1000
CV %
n.s.= não significativo
Germinação
%
81 ns
84
81
82
82
5,19
Tz - Viabilidade
%
84 ns
88
87
88
87
3,88
Tz – Vigor
%
72 ns
73
67
71
70
5,24
TABELA 4 – Porcentagem de danos por umidade (DU) e por percevejo (DP),
avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 6-8) de sementes de soja
provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato
de alumínio via aplicação no solo.
Doses
kg.ha-1
0
250
500
750
1000
CV %
n.s.= não significativo
Tetrazolio
DU
%
7ns
7
6
7
6
24,35
DP
%
7 ns
4
5
6
4
21,08
De modo geral as sementes provenientes de plantas que receberam silicato
de alumínio via solo não sofreram alterações não sua qualidade fisiológica,
provavelmente devido que as doses eram insuficientes para suprir as necessidades
das plantas e aportar algum beneficio as mesmas.
54 5.6
Conclusão
Sob as condições aos qual esta pesquisa foi desenvolvida, os dados obtidos
permitiram as seguintes conclusões:
Sementes de soja provenientes de plantas nas quais foram aplicadas doses
de silicato de alumínio não sofreram alterações na sua qualidade fisiológica.
55 5.7 Referencias
BUSSOLARO,I.; ZELIN,Z e SIMONETTI, P.M.M. Aplicação de silício no controle de
percevejos e produtividade da soja. Cultivando o Saber, Cascavel, v.4, n.3, p.9-19,
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56 6 Considerações finais
•
Utilização de silicato de alumínio como fonte de Si não apresentou efeitos
sobre os componentes do rendimento de sementes de soja provenientes de plantas
que receberam aplicação via foliar ou no solo de silicato de alumínio.
•
A qualidade fisiológica de sementes de soja não é alterada com a utilização
de silicato de alumínio como fonte de Si aplicada via foliar ou no solo, quando
produzida sob condições favoráveis e desfavoráveis.
57 Anexos
58 797
11
Código
0-15
cm.
Prof.
Central
FCA/UNA
4,77
pH
1.2 - 2.8
> 2.8
Medio
Alto
> 30
12 - 30
< 12
P
<
2.51
2.51 6.0
> 6.0
Ca+2
0.4 0.8
> 0.8
< 0.4
Mg+2
<
0.12
0.12 0.3
> 0.3
K+
3,00
ppm
P
Mg+2
1.5 3.0
> 3.0
< 1.5
Na+
1,17
0.4 0.9
> 0.9
< 0.4
Al+H+
0,70
------------------------
Ca+2
Observación: Los resultados analíticos corresponden a las muestras recibidas en
nuestro laboratorio
< 1.2
Mat. Org.
Bajo
Nivel
0,69
%
Mat.
Org.
Distrito:
0,11
cmolc
/kg
K+
+
Al+3+H
pH
> 7.4
6.5 - 7.4
5.6 - 6.4
< 5.6
0,00
Alcalino
Neutro
Lig.
Acido
Acido
1,56
----------------------------
Na+
San Lorenzo
|
Planilla de resultados de análisis de suelos
ARENOSA
Textural
Clase
Departamento de Suelos y Ordenamiento Territorial
Laboratorio de Servicio al Público
10 YR 4/6
Munsell
MARRON
Descripción
07/04/11
Color
Responsable de los analisis
Q.A. DORALICIA
ZACARIAS SERVIN
Fecha:
Anexo A – Análise de solo campus experimental FCA/UNA. São Lorenzo, Paraguai. La siguiente tabla le ayudará a interpretar los
resultados
Lab.
Nº
Departamento:
Propietario:
Labor.
Nº de
CODIGO
cm.
PROF.
KCl
1M
0,02 M
pH
CaCl2
pH
1:1
H 2O
pH
Central
ΔpH
Al+3
Al+3+H+
Ca+2
Mg+2
DISTRITO:
K+ Na+ CIC
%
Sat.Bas.
Fecha:
%
M.O.
cmolc/kg
Arcilla
CIC
22-02-13
DEPARTAMENTO DE SUELO Y ORDENAMIENTO TERRITORIAL
LABORATORIO DE SERVICIO AL PUBLICO
Facultad de Ciencias Agrarias
Universidad Nacional de Asunción
%
C.O.
mg/kg
P
Zn
Fe
5.5 3.9 57.0
Cu
Anexo B – Análise de solo (micronutrientes) campus experimental FCA/UNA. São Lorenzo, Paraguai.
PROPIETARIO:
REMITENTE:
DEPARTAMENTO:
61.0
Mn
Anexo C – Temperatura média diária em ºC do campus experimental
FCA/UNA/2011. São Lorenzo, Paraguai.
Temperatura media diaria en ºC
Estación:
Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San Lorenzo
Año:
2011
Latitud:
25°20'10" S
Longitud:
57°31'3" O
Elevación:
Día/Mes
Ene
Feb
Mar
Jun
Jul
Ago
Set
128 m
Oct
Nov
Dic
27.9
24.3
24.8
26.5
15.6
19.4
13.7
8.9
18.7
24.4
23.8
19.5
2
26.1
27.0
26.8
26.5
13.4
19.4
-
9.4
23.8
27.4
24.1
20.9
3
27.7
30.1
26.7
25.3
15.7
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-
11.6
24.7
23.7
25.5
-
4
29.6
28.8
27.7
26.0
18.8
19.0
9.1
11.3
25.9
24.8
27.7
28.5
5
28.5
25.6
26.8
26.0
23.6
19.2
10.3
9.8
17.9
26.6
30.7
23.9
6
31.9
28.3
27.1
23.3
22.8
18.0
13.0
14.6
19.3
29.2
27.7
25.4
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27.5
27.5
23.5
21.9
13.5
8.5
23.8
19.2
29.7
26.6
25.2
8
30.9
25.3
27.7
23.5
24.0
14.6
8.5
11.5
16.1
25.7
28.0
24.2
9
28.4
23.2
28.7
22.6
24.8
14.5
-
18.6
17.9
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30.5
24.7
10
30.3
25.6
28.0
22.8
26.6
13.9
-
20.3
20.1
22.5
24.0
23.8
11
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26.2
27.9
24.4
24.7
14.0
21.1
26.0
19.6
26.4
27.4
24.0
12
28.3
24.4
27.2
23.7
24.8
18.2
23.5
27.0
21.4
23.2
28.5
27.9
13
29.6
27.2
24.3
26.6
26.1
19.1
24.9
28.5
25.3
20.9
22.5
24.7
14
31.2
27.9
22.5
28.9
-
21.3
26.1
23.8
26.5
20.7
22.0
24.0
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29.2
28.2
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-
20.1
26.5
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23.0
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29.6
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-
16.3
24.2
-
28.5
26.8
24.6
24.0
24.8
17
28.5
30.7
28.3
-
20.5
22.2
-
22.6
20.0
22.4
23.3
-
18
28.5
30.0
24.3
26.0
21.1
22.0
18.1
22.0
20.9
25.6
25.0
-
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28.8
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20.9
25.0
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14.6
16.8
26.1
24.1
25.5
20
24.2
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28.6
21.2
26.5
16.2
-
17.7
25.9
27.1
28.1
21
27.9
27.9
27.5
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20.9
23.5
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-
20.6
26.4
20.4
26.8
22
27.2
27.6
29.5
26.6
26.6
19.1
8.9
7.7
25.0
26.1
19.8
33.1
23
25.7
22.9
25.6
19.8
21.9
15.4
14.1
11.8
21.6
28.9
24.9
34.5
24
27.9
23.4
27.8
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13.7
20.1
27.6
26.5
24.6
25
30.7
24.5
27.9
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24.3
20.3
22.1
23.4
28.2
21.6
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31.2
22.0
28.4
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21.8
22.4
23.9
23.4
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28.0
27
33.4
25.0
28.2
24.8
16.0
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21.3
22.0
26.4
23.5
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31.4
28
31.4
25.8
25.8
23.3
16.1
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25.2
24.6
24.3
28.1
28.5
30.5
29
27.7
24.2
22.2
17.3
13.7
22.1
23.9
27.2
24.5
28.2
30.2
30
29.3
24.3
20.6
18.7
14.5
15.2
19.4
31.7
20.7
27.7
29.1
31.0
25.9
- Sin datos
May
1
31
Media
Abr
18.5
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26.7
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12.6
20.7
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17.3
21.7
18.4
22.1
31.2
24.9
29.2
25.8
26.5
Anexo D – Temperatura média diária em ºC do campus experimental
FCA/UNA/2012. São Lorenzo, Paraguai.
Temperatura media diaria en ºC
Estación:
Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San Lorenzo
Año:
2012
Latitud:
25°20'10" S
Longitud:
57°31'3" O
Elevación:
Día/Mes
Ene
Feb
Mar
Jun
Jul
Ago
Set
128 m
Oct
Nov
Dic
27.8
24.7
23.8
25.9
16.2
19.4
26.1
25.9
23.7
31.9
24.3
28.3
2
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22.2
24.6
16.8
24.1
27.5
24.6
24.5
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29.7
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26.1
18.5
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27.8
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32.7
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20.4
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32.9
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20.3
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19.5
24.7
19.6
21.1
27.7
33.1
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25.8
19.4
13.2
24.1
19.5
16.9
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12
24.9
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20.0
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20.4
22.8
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21.2
21.5
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24.2
14
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32.4
25.4
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17.4
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31.3
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20.4
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25.0
14.3
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25.0
28.4
16
28.4
30.9
20.9
22.6
21.4
25.2
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22.4
28.0
30.8
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21.9
21.0
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28.0
30.4
18
31.8
32.2
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19
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16.0
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28.1
20.4
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22
29.05
24.8
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20.7
24.3
14.5
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20.1
29.0
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23
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22.3
20.0
18.6
15.3
20.3
24.7
20.3
25.1
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24
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20.8
22.4
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28.6
28.0
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26.0
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26
28.2
28.1
20.5
17.4
21.2
20.3
16.6
11.3
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27
32.5
25.2
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18.9
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21.3
16.3
9.8
18.6
26.1
28.7
23.6
28
29.7
27.5
17.0
17.7
26.8
21.1
15.9
13.3
21.1
25.2
29.9
22.6
29.4
18.8
13.4
24.9
26.7
13.8
19.2
22.7
29.4
22.8
29.3
21.8
12.7
22.4
23.0
11.7
22.7
30.7
28.8
28.1
26.3
30
32.7
31
30.6
23.2
May
1
29
Media
Abr
29.9
29.145
17.8
25.6
22.4
16.4
20.7
18.2
16.0
26.3
22.4
25.4
24.0
26.0
27.0
26.8
29.3
Anexo E – Precipitação média diária em milímetro do campus
experimental FCA/UNA/2011. São Lorenzo, Paraguai.
Precipitación diaria en milímetro
Estación:
Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San Lorenzo
Año:
2011
Día/Mes
Ene
Mar
Abr
May
Jun
Jul
Ago
25°20'10" S
Longitud:
57°31'3" O
Elevación:
128 m
Set
Oct
Nov
Dic
1
83.3
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2.3
0.0
0.2
0.0
0.0
2.3
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0.0
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20.6
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0.0
1.2
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
29
0.0
2.4
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
4.1
0.0
0.0
8.5
39.0
0.0
0.0
1.3
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
4.5
0.0
164.3
54.4
50.9
140.3
10.3
70.7
208.5
203.7
16.5
30
31
Total Mensual
* trazas no medibles
Feb
Latitud:
0.0
0.0
186.8
1.1
249.2
156.0
0.0
0.0
Anexo E – Precipitação média diária em milímetro do campus
experimental FCA/UNA/2012. São Lorenzo, Paraguai.
Precipitación diaria en milímetro
Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San
Lorenzo
Estación:
Año:
2012
Día/Mes
Ene
1
0.0
2
3
Mar
Abr
May
Jun
Jul
Ago
25°20'10" S
Longitud:
57°31'3" O
Elevación:
128 m
Set
Oct
Nov
Dic
22.9
0.0
0.0
0.0
0.6
0.0
0.0
0.0
0.0
0.1
0.0
4.0
19.2
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.2
0.0
0.0
32.0
0.0
0.0
0.0
2.0
0.0
0.0
0.0
9.3
0.0
58.3
4
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
1.4
0.0
0.0
0.0
19.1
0.0
0.0
5
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
1.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
6
0.0
0.0
0.0
3.4
0.0
0.0
30.7
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
7
0.0
0.0
0.0
0.2
0.0
0.0
0.6
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
8
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
3.3
0.0
9
0.0
0.0
0.0
0.2
0.0
0.0
0.0
0.0
12.7
0.0
0.8
0.0
10
0.0
15.8
0.0
23.8
0.0
1.4
0.0
0.0
0.0
8.3
0.0
0.0
11
0.0
0.0
0.0
14.7
0.0
0.0
0.1
0.0
0.1
0.1
0.0
0.0
12
17.7
0.0
0.0
0.7
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
13
23.6
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
14
0.0
0.0
42.5
35.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
49.4
15
0.0
0.0
2.5
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
26.0
0.0
0.0
16
0.0
0.0
0.0
0.1
0.0
0.0
0.1
7.6
0.0
26.3
0.0
0.0
17
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
18
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
25.0
0.0
2.6
0.0
0.0
0.0
0.0
19
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
17.0
0.0
0.0
0.0
20
0.0
0.0
0.0
28.3
0.0
0.2
0.0
0.0
0.0
0.0
1.9
0.0
21
6.2
0.0
0.0
33.0
0.0
0.0
0.0
0.1
0.0
63.2
0.0
0.0
22
0.0
10.8
3.1
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
20.4
0.0
5.2
23
0.2
0.3
2.5
0.0
17.0
0.0
0.0
0.0
0.0
14.9
43.5
0.0
24
0.0
6.0
0.0
0.0
27.3
0.0
3.6
0.0
0.0
0.4
1.0
0.0
25
0.0
0.0
0.0
0.9
0.0
0.0
2.3
0.1
0.0
0.0
0.0
0.0
26
0.0
0.0
0.0
56.3
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
15.5
0.0
1.3
27
0.0
0.5
70.5
0.5
1.2
0.0
7.3
0.0
0.0
0.0
0.7
0.0
28
0.0
0.0
0.0
3.5
0.2
0.0
0.0
3.9
0.0
0.0
0.0
0.0
29
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
31.0
0.0
0.0
1.0
63.5
0.0
30
0.0
0.0
0.3
0.0
0.0
0.0
0.0
0.0
1.0
50.8
0.0
31
0.0
0.0
0.0
0.0
76.7
14.3
Total Mensual
* trazas no medibles
Feb
Latitud:
47.7
92.3
140.3
7.8
200.9
53.5
30.6
0.0
29.8
205.5
0.0
6.4
165.8
120.6
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