UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” Departamento de Fitotecnia Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes Tese Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja Jadiyi Concepción Torales Salinas Pelotas Rio Grande do Sul – Brasil Abril, 2013 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA “ELISEU MACIEL” DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja JADIYI CONCEPCIÓN TORALES SALINAS Tese apresentada à Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do titulo de Doutora em Ciências. Pelotas Rio Grande do Sul – Brasil Abril, 2013 Dados de catalogação na fonte: ( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744 ) S165e Salinas, Jadiyi Concepción Torales Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja / Jadiyi Concepción Torales salinas ; orientador Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros. Pelotas,2013.64f. :; il..- Tese (Doutorado ) –Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel . Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2013. 1.Silício 2.Glycine max 3.Qualidade fisiológica 4.Componentes do rendimento 5.Adubação foliar 6.Adubação do solo I.Barros, Antonio Carlos Souza Albuquerque(orientador) II. Título. CDD 633.34 JADIYI CONCEPCIÓN TORALES SALINAS Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja Tese apresentada à Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação do Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Sementes, para obtenção do titulo de Doutora em Ciências. Aprovada em: 03/04/2013 Banca Examinadora: _________________________________ Dr. Paulo Trajano Burck Santos Melo ______________________________ Prof. Dr. Ledemar Carlos Vahl ________________________________ Prof. Dr. Luis Osmar Braga Schuch ______________________________________ Profa. Dra. Lilian Vanussa Madruga de Tunes _____________________________________________ Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros (Orientador) ii Dejemos de pedir a Dios que conteste "nuestra" oración y atrevámonos a pedirle que se haga su voluntad. Mt.26.42 A mis padres Juan Ignacio e Beatriz Iluminada A mi hermana Judith María de los Angeles iii Dedico Agradecimentos A Deus e a Virgem de Caacupé acima de tudo. Aos meus pais e a minha irmã por todo o amor, apoio, incentivo e por serem sempre meu porto seguro. A toda minha família e as minhas amigas que desde o Paraguai me apoiaram, incentivaram e por terem me acompanhado ao longo de toda essa caminhada. Ao Professor Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros pelos valiosos ensinamentos durante o curso, pela amizade e por estar sempre presente quando eu precisei dele. A meus queridos colegas e amigos Gizele, Letícia e Fabio por terem facilitado o trabalho em equipe durante todo o doutorado e acima de tudo terem me brindado com sua amizade e carinho. A Gabriela, pela amizade, pelo apoio nas horas em que sempre precisei e por estar presente nos momentos simples e especiais da minha vida durante estes cinco anos longe de nosso querido Paraguai. A Geri Eduardo Meneghello, pela amizade, paciência, e pelo auxilio brindado sempre que foi precisado. Aos professores e funcionários da Pós – graduação em Ciências e Tecnologia de Sementes. Ao Germano Hadler, pela amizade e cortesia, e por ter me dado à oportunidade de desenvolver o trabalho de pesquisa em Passo das Pedras, RS. A Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Nacional de Assunção do Paraguai, na pessoa do Decano Prof. Lorenzo Meza López e ao Prof .Líder Ayala, pelo apoio brindado e por terem facilitado a utilização do campo experimental e das instalações do laboratório de qualidade de sementes para a realização do trabalho de pesquisa em São Lorenzo, Paraguai. A Indústria de Calcários Caçapava Ltda. – Inducal, por ter concedido o caulim para desenvolver o trabalho de pesquisa. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de estudos. A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. iv Resumo SALINAS, Jadiyi Concepción Torales. Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja. Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros. 2013. Tese (Doutorado) – Programa de Pós Graduação em Ciências e Tecnologia de Sementes. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Foram conduzidos três trabalhos de pesquisa que visam melhor entender o efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja como fonte de silício na nutrição mineral e proteção de plantas. No primeiro trabalho avaliou-se o efeito de cinco doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar, como fonte de silício na nutrição mineral atuando no rendimento e na qualidade das sementes de soja produzidas em Arroio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. No segundo trabalho avaliou-se o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio, como fonte de silício, aplicada no solo e via foliar, nos componentes de rendimento de sementes de soja produzidas em São Lorenzo, Paraguai. E no terceiro experimento avaliou-se e efeito de doses diferentes de silicato de alumínio, aplicadas via foliar e no solo, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção vegetal, atuando na qualidade de sementes de soja produzidas em São Lorenzo, Paraguai. Os resultados obtidos nos três trabalhos permitiram concluir que o silicato de alumínio aplicado via foliar ou no solo não apresenta efeitos sobre os componentes do rendimento. Sementes provenientes de plantas que receberam aplicação foliar ou no solo de silicato de alumino, não sofrem alterações na sua qualidade fisiológica. Palavras-chave: Silício, Glycine max, qualidade fisiológica, componentes do rendimento, adubação foliar e no solo. v Abstract SALINAS, Jadiyi Concepción Torales. Efeito da aplicação de silicato de alumínio no rendimento e qualidade de sementes de soja. Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Souza Albuquerque Barros. 2013. Tese (Doutorado) – Programa de Pós Graduação em Ciências e Tecnologia de Sementes. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. It was conducted three research projects aimed at better understanding of the effect of aluminum silicate on yield and quality of soybean seeds as a source of silicon in the mineral nutrition and plant protection. In the first study was evaluated the effect of five doses of aluminum silicate applied via foliar as a source of silicon in the mineral nutrition acting on the yield and quality of soybean seeds produced in Arroio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil. In the second study was evaluated the effect of different doses of aluminum silicate, silicon source, applied to the soil and leaves in yield components of soybean seeds produced in San Lorenzo, Paraguay. And the third experiment was evaluated the effect of different doses and aluminum silicate, applied via foliar and soil as a source of silicon in the mineral nutrition and plant protection, acting as seeds produced in San Lorenzo, Paraguay. The results obtained in the three studies showed that aluminum silicate applied foliar or soil had no effect on yield components. Seeds from plants that received foliar or soil application of aluminum silicate. There are changes in their physiological quality. Keyword: Silicon, Glycine max, physiological quality, yield components, fertilizing the soil and foliar vi Lista de Tabelas Capitulo 1 Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Doses de Silicato de Alumínio aplicadas via foliar em plantas de soja (Glycine max)........................................ 19 Dados de número de vagens por planta (NºVP), número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem (NºSV), provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar............................................................... 22 Dados de Peso de mil sementes (PMS) e rendimento (REND) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar........................................... 23 Porcentagem de germinação (G) e viabilidade (VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar........... 23 Porcentagem de vigor avaliado pelos testes de tetrazólio (Tz), envelhecimento acelerado (EA), comprimento da parte aérea (CPA) e comprimento da raiz (CR) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar........................................... 24 Porcentagem de danos por percevejo (DP), por umidade (DU) e mecânicos (DM) avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 6-8) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar........... 25 Capitulo 2 Tabela 1 Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem (NºSV), número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes por plantas (N°SP); provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação vii Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 foliar............................................................................... Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de sementes por planta (PSP) e produtividade de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar........................................... 36 37 Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem (NºSV), número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes por plantas (N°SP); provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo............................................................................ 38 Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de sementes por planta (PSP) e produção; de sementes provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo............................................................................ 38 Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor (VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar................................................................ 52 Porcentagem de danos por umidade (DU) e por percevejo (DP), avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 68) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar................................................................ 53 Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor (VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo............................................................ 54 Porcentagem de danos por umidade (DU) e por percevejo (DP), avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 68) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo............................................................. 56 Capitulo 3 Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 viii Lista de Abreviaturas e Siglas Abreviaturas CPA - comprimento parte aérea CR - comprimento de raiz DM - dano mecânico DP - dano por percevejo DU - dano por umidade EA - envelhecimento acelerado G - germinação N°SV- número de semente por vagens N°VP - número de vagem por planta N°SP - número de semente por planta PMS - peso de mil sementes PSP - peso de sementes por planta REND - rendimento Tz - tetrazolio VIAB - viabilidade Siglas CAPECO – Camará paraguaia de exportadores e comerciante de cereais e oleaginosas CONAB - .Companhia Nacional de Abastecimento do Brasil. FAEM – Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel ix FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FCA – Faculdade de Ciências Agrárias ISTA – International Seed Testing Association - Organização internacional de análises de sementes MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. SENAVE – Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes do Paraguai. RAS – Regras de Analises de Semente do Brasil UFPel – Universidade Federal de Pelotas UNA – Universidade Nacional de Assunção USDA – United States Department of Agriculture – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos x Sumario Resumo........................................................................................................... v Abstract ......................................................................................................... vi Lista de figuras............................................................................................... vii Lista de abreviaturas e siglas.......................................................................... ix 1 Introdução............................................................................................... 1 2 Revisão de literatura............................................................................... 4 2.1 Cultura da soja ....................................................................................... 4 2.2 Produção e qualidade de sementes de soja............................................ 5 2.3 Utilização de silício na agricultura............................................................ 7 2.4 Referencias.............................................................................................. 10 3. Efeito da aplicação foliar de silicato de alumino no rendimento e qualidade de sementes de soja..................................................................... 14 3.1 Resumo..................................................................................................... 15 3.2 Abstract...................................................................................................... 16 3.3 Introdução.................................................................................................. 17 3.4 Material e métodos................................................................................... 19 3.5 Resultados e discussão.............................................................................. 22 3.6 Conclusão................................................................................................ 26 3.7 Referencias................................................................................................. 27 4. Efeito da aplicação foliar e no solo de silicato de alumino no rendimento de sementes de soja................................................................... 29 4.1 Resumo..................................................................................................... 30 4.2 Abstract...................................................................................................... 31 4.3 Introdução.................................................................................................. 32 4.4 Material e métodos................................................................................... 34 4.5 Resultados e discussão.............................................................................. 36 4.5.1 Aplicação foliar de silicato de alumínio..................................................... 36 xi 4.5.2 Aplicação no solo de silicato de alumínio................................................. 37 4.6 Conclusão................................................................................................... 41 4.7 Referencias................................................................................................. 42 5. Efeito da aplicação foliar e no solo de silicato de alumino na qualidade de sementes de soja..................................................................... 44 5.1 Resumo..................................................................................................... 45 5.2 Abstract...................................................................................................... 46 5.3 Introdução.................................................................................................. 47 5.4 Material e métodos................................................................................... 50 5.5 Resultados e discussão.............................................................................. 52 5.5.1 Aplicação de silicato de alumínio.............................................................. 52 5.5.2 Aplicação no solo de silicato de alumínio................................................ 53 5.6 Conclusão.................................................................................................. 55 5.7 Referencias................................................................................................. 56 6. Considerações finais............................................................................... 57 7. Anexos....................................................................................................... 58 xii 1. INTRODUÇÃO GERAL A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma planta herbácea pertencente a família das Fabaceas. É uma planta com grande variabilidade genética, tanto no ciclo vegetativo (período compreendido da emergência da plântula até a abertura das primeiras flores), como no reprodutivo (período do início da floração até o fim do ciclo da cultura), sendo também influenciada pelo meio ambiente. Atualmente, é a leguminosa de maior importância comercial em nível mundial. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima que a produção mundial de soja de 2012/13 será de 267,59 milhões de toneladas, 28 milhões de toneladas superior ao produzido, globalmente, na safra 2011/2012. É a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a 49% da área cultivada de grãos do país. O aumento da produtividade está associado aos avanços tecnológicos, ao manejo e eficiência dos produtores. O grão é componente essencial na fabricação de rações animais e com uso crescente na alimentação humana encontra-se em franco crescimento. Cultivada especialmente nas regiões Centro Oeste e Sul do Brasil, a soja firmou-se como um dos produtos mais destacados da agricultura brasileira e na balança comercial. Atualmente, no Paraguai, a soja constitui o principal produto agrícola de exportação com uma comercialização de 70% da produção nacional, em forma de grãos. A área de produção atinge cerca de dois milhões de hectares. As regiões de maior produção são a Região Leste (Alto Paraná) que representa o 30% de produção total, e as Regiões Sul (Itapúa) e Nordeste (Canindeyú) que juntas representam 40% da produção total de soja. A cultura da soja incorporou mais tecnologia no transcurso dos últimos 30 anos no Paraguai, por meio de inovações para aumentar a produtividade na busca de competitividade. Entre as inovações é possível destacar a utilização da semeadura direta, variedades melhoradas e recentemente a introdução das variedades transgênicas tolerantes a herbicidas. Essa produção expressiva é conseqüência do manejo adequado e ao uso cada vez maior de sementes de alta qualidade, associado à aplicação de micronutrientes nas sementes, tratamento químico, adequado controle de pragas, doenças e nematóides. A utilização de sementes de soja de alta qualidade apresenta importância fundamental para garantir a obtenção de altos rendimentos. Apesar de o silício não ser considerado como elemento essencial às plantas, vários estudos têm mostrado o seu papel em conferir resistência aos estresses bióticos e abióticos (EPSTEIN, 1994; LIANG et al., 2003). Resultados de estudos de Ma e Yamaji (2008); Rodrigues et al.( 2004) indicam que os mecanismos de atuação do silício em plantas de arroz sugerem que este elemento atua tanto na indução dos mecanismos de defesa de plantas, como na função de barreira física por meio da silicificação das células das folhas. Os benefícios físicos estão relacionados ao acúmulo do Silício na parede celular das plantas, reduzindo a perda d’água, melhorando a arquitetura das plantas e barreira física à penetração de fitopatógenos e de insetos. Os benefícios fisiológicos são pouco estudados, porém alguns autores relatam que plantas adubadas com Si apresentam maior atividade fotossintética e resistência ao ataque de fitopatógenos e pragas, devido o Si induzir uma série de reações metabólicas nas plantas, resultando na formação de compostos como fitoalexinas e ligninas (FIGUEIREDO e RODRIGUES, 2007). O aumento da produção como efeito da utilização de Si há sido demonstrado em culturas como arroz (MAUAD et al., 2003a; PEREIRA et al., 2004; CAMARGO et al., 2007) e cana-de-açúcar (SAVANT et al., 1999; MADEIROS et al., 2009). Em virtude disso, tanto a aplicação foliar quanto a aplicação no solo de silício, podem tornar-se alternativas eficientes para suprir a exigência nutricional e também aumentar a proteção das plantas, elevando com isso a produtividade da soja. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar os efeitos da aplicação no solo e via foliar do silicato de alumínio como fonte de silício na nutrição mineral e controle de pragas, e posteriormente, na formação das sementes de soja, atuando no rendimento e qualidade fisiológica das mesmas. Devido à importância atual da produção de soja 2 tanto no Brasil como no Paraguai foram realizadas pesquisas semelhantes em ambos os países, tentando introduzir uma alternativa de produção limpa e sustentável, podendo reduzir assim a utilização de produtos fitossanitários na agricultura e com fertilização equilibrada com o qual poderá gerar plantas mais produtivas, sadia e vigorosas e consequentemente sementes de qualidade. 3 2. 2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Cultura da soja A soja (Glycine max (L.) Merrill) é o cultivo de grão oleaginosa mais importante para o consumo humano e a alimentação animal. No âmbito global é o quarto produto entre os cereais e oleaginosas de consumo humano mais importante em produção e comercialização a nível mundial (FAO, 2013). A produção e as exportações de soja são dominadas pelos Estados Unidos, Brasil e Argentina, também, cada vez mais importante Paraguay, Bolivia e Uruguay que compõem o bloco econômico do Mercosul (MELGAR et al, 2011) O departamento de Agricultura dos Estados Unidos estima que a produção mundial de soja 2012/2013 será de 267,59 milhões de toneladas, 28 milhões superior ao produzido globalmente na safra 2011/12. Estimando que o Brasil produzira aproximadamente 81,00 milhões de toneladas e o Paraguai 8,1 milhões de toneladas (USDA, 2013). No Brasil a soja é a cultura com maior área cultivada com uma área de plantio na safra 2011/2012 de 25,04 milhões de hectares e uma produção de 71.751.30 toneladas (CONAB,2012). Atualmente, a soja constitui-se no principal produto agrícola no Paraguai com uma área cultivada de 2,9 milhões de hectares (safra 2011/2012), rendimento médio de 2,4t ha-1, e produção total de 7,1 milhões de toneladas (CAPECO, 2013). O sucesso do negocio da soja derivado do enorme crescimento na produção, comercio e utilização mundial, gerou mudanças em nível de unidade produtiva na região do MERCOSUL. As mudanças, inclusive, provocaram novos modelos de produção, de integração comercial, de escala, superando a chamada economia de mercado e ingressando numa agricultura de contratos, conformando unidades de negócios e concatenação de serviços que trocaram totalmente a imagem tradicional do produtor e criaram um novo paradigma de autor do negocio primário. A produção de soja é altamente mecanizada, cultivando-se em grandes e medianas extensões de terras por produtores, frequentemente organizados em 4 cooperativas. A capacidade tecnológica dos produtores de soja é refletida no aumento da produção e da produtividade. Dada à importância da cultura de soja no Brasil e a que vem apresentado no Paraguai, e devido à similaridade climáticas de solo especialmente das regiões produtoras de soja do Estado de Paraná e as regiões de Alto Paraná e Itapua do Paraguai, é relevante o estudo de tecnologias que possam ser implantadas em ambos os países. 2.2 Produção e qualidade de sementes de soja A semente é o veículo que leva ao agricultor o potencial genético de uma cultivar com características superiores. No percurso, do melhorista à utilização pelo agricultor, pequenas quantidades de sementes são multiplicadas até que sejam alcançados volumes em escala comercial, no decorrer do qual a qualidade dessas sementes está sujeita a uma série de fatores capazes de causar redução do potencial genético. A minimização dessas perdas, com a produção de quantidades adequadas, é o objetivo principal de um programa de sementes (PESKE e BARROS, 2006) A qualidade de sementes pode ser definida como sendo o somatório de todos os atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários, que afetam a sua capacidade de originar plantas de alta produtividade; qualidade fisiológica da semente significa sua capacidade para desenvolver funções vitais, abrangendo germinação, vigor e longevidade (VIERA, 1980; POPINIGIS,1985) Os atributos genéticos em geral referem-se às características que se podem modificar pelas diversas interações do ambiente. Compreender os mecanismos de como o genótipo e as variações estacionais modificam a composição dos grãos e, portanto a qualidade final para um determinado produto demandado é de suma importância para definir estratégias de manejo e melhoramento (SATORRE et al., 2003) A qualidade de um lote de sementes resulta da interação de características que determinam o seu valor para a semeadura. Constitui o principal foco de atenção da tecnologia de sementes, durante todas as fases de um programa de produção de 5 sementes, estabelecido em consonância com a estrutura e os recursos disponíveis ao produtor, sempre visando o retorno econômico (MARCOS FILHO, 2005) A qualidade da semente pode ser influenciada pelas condições ambientais que se verificam antes e após a maturidade fisiológica, estádio em que, geralmente a semente apresenta máximo peso seco, germinação e vigor. Se ocorrerem condições ambientais extremas na etapa da formação das sementes, ocorrem provavelmente limitações no acumulo de matéria seca, afetando viabilidade e vigor (NEDEL, 2001). A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção no campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e BARROS, 2006). A superação de fatores abióticos e ambientais desfavoráveis somente tem sido possível graças à incorporação de genes que possibilitam às plantas a convivência em tais ambientes. O exemplo mais marcante desta afirmativa foi à introdução da cultura da soja nas regiões tropicais, sobretudo nos solos de cerrado, originalmente considerados inaptos para a agricultura (KASTER e BONATO, 1981). O uso de sementes de baixa qualidade, aliado à ocorrência de baixa temperatura e períodos de estiagem por ocasião da semeadura, pode resultar em baixa porcentagem de germinação e menor velocidade de emergência das plântulas (LOPES et al., 2002). Na produção de sementes de soja o estado nutricional das plantas progenitora é muito importante, motivo pelo qual visando oferecer níveis adequados de nutrientes, realizam-se adubações tanto na semeadura quanto em cobertura. A alteração no nível e/ou equilíbrio dos minerais afetam o metabolismo da planta levando a modificação da morfologia, anatomia e composição química da semente (SEDIYAMA, 2013). Marcos Filho (1986) afirma que altas temperaturas associadas à ausência de chuvas causam anormalidades ao processo de acumulo de matéria e acelera a maturação, o que resulta em produção de sementes pequenas e de baixa vigor. 6 Sá (1994) comenta que plantas adubadas de modo adequado e equilibradas apresentam condições de produzir maior quantidade de sementes e de melhor qualidade podendo resistir mais facilmente às adversidades que venham a surgir no período de produção 2.3 Utilização de Silício na agricultura Os elementos benéficos são aqueles cuja ausência não leva a morte dos vegetais superiores, mas que, em dadas condições, podem ajudar no crescimento e a produção. O silício (Si) se enquadra neste conceito. Ele contribui para o crescimento e a produção de diversas maneiras: melhorando condições físicas, físico-químicas e químicas desfavoráveis, contribuindo diretamente para a nutrição, aumentado a resistência a pragas e doenças (MALAVOLTA, 2006) O Si é o segundo elemento mais abundante, em peso, na crosta terrestre e componente majoritário de minerais do grupo dos silicatos. Ocorre em altos teores nos solos, principalmente, na forma de silicatos, e no quartzo (SiO2 - mineral inerte das areias) (RAIJ, 1991). O Silício, por meio de uma série de ações no metabolismo da planta, tanto do ponto de vista químico como físico, pode contribuir para que haja aumento no crescimento e na produtividade. A palavra-chave para este elemento é antiestressante, pois ele tem um papel importante nas relações planta-ambiente, fornecendo à cultura melhores condições para suportar adversidades climáticas, biológicas e do solo, tendo como resultado final um aumento e maior qualidade de produção. Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior tolerância a doenças e pragas, maior resistência ao acamamento, encharcamento, veranicos e geadas, bem como neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de metais pesados, como manganês e alumínio, são alguns dos importantes benefícios que a adubação silicatada pode proporcionar para as plantas cultivadas (LIMA FILHO, 2009). Os silicatos são nutrientes que são importantes na armazenagem de energia e na integridade estrutural, depositado como sílica amorfa em paredes celulares. Contribui paras as propriedades mecânicas das paredes celulares, incluindo rigidez e elasticidade (TAIZ e ZEIGER, 2004). 7 O Si na planta é pouco móvel. Devido à ausência de carga elétrica, acreditase que a absorção do H4SiO4 (acído monosilícico) é de natureza não seletiva e energeticamente passiva. O transporte do Si da raiz até a parte aérea se dá através do xilema e depende da taxa evapo-transpirativa. Acredita-se que o transporte do Si se dê principalmente através do movimento ascendente da água no interior da planta O ác. monosilícico, depois de absorvido, é depositado principalmente nas paredes das células da epiderme, contribuindo substancialmente para fortalecer a estrutura da planta e aumentar a resistência ao acamamento e ao ataque de pragas e doenças. (JONES e HANDRECK, 1965). Quando os silicatos são descompostos, ocorre a liberação do Si na solução do solo na forma de acido monosilico, H4SiO4, desde que o pH esteja abaixo de 9. Com a troca do fosfato fixado em sesquióxidos pelo íon silicato, ocorre aumento da disponibilidade do fósforo, explicando, em parte, o efeito benéfico do silício no crescimento e na produção de algumas espécies. A sílica também pode acarretar diminuição da absorção de fósforo, induzida do pH nas mais variadas classes de solo (MALAVOLTA, 1980). A tecnologia baseada no uso do silício é limpa e sustentável, com enorme potencial para diminuir o uso de agro químico e aumentar a produtividade através de uma nutrição mais equilibrada e fisiologicamente mais eficiente, o que significa plantas mais produtivas, com menos doenças, pragas e mais vigorosas. Trigo suplementado com silício pode apresentar maior altura, área foliar, matéria seca, massa de grãos e número de espiguetas em relação a uma planta de trigo com deficiência do elemento. Em condições de estresse hídrico, plantas suplementadas com silício mantêm maior teor e potencial hídrico e área foliar, além disso, apresentam folhas grossas e densas (LIMA FILHO, 2005). Agarie et al (1998) citam que o silício esta associado a prevenção do progresso da senescencia foliar, devido a manutenção da fotossíntese e a proteção da distribuição de clorofila, principalmente em condições de altas temperaturas e baixa umidade. Os mesmos autores relatam que o silício esta envolvido na estabilidade térmica dos lipídeos nas membranas celulares e que, em condições de estresse ambiental, ele previne a deterioração estrutural e funcional das membranas 8 celulares do arroz. Essa estabilidade é que contribui para a prevenção do processo de envelhecimento da folha. Mengel e Kirkby (1978) citam que tanto o acido silícico como o acido bórico reage com fenóis, como o acido cafeico, um precursor da síntese de lignina, para formar mono, di ou complexos poliméricos de silício. Por tanto, possivelmente, o silício afeta a síntese de lignina. Esta possível ligação entre silício e a síntese de lignina é importante foco da função bioquímica do silício. Muitos estudos mostram que o Si tem efeito direto e indireto no crescimento do arroz. Lee et al. (1985) verificaram que aplicações de silicato aumentaram o numero de folhas e o peso de matéria seca das plantas de arroz. O Si também aumentou o número de espiguetas na panícula de arroz e favoreceu uma melhor formação da casca dos grãos, influenciando na qualidade destes (KORNDOFER e LEPSCH, 1999). A adubação foliar pode reduzir o tempo de retardamento entre a aplicação e a absorção pela planta, o que poderia ser importante durante uma fase de rápido crescimento. Produtos mais sustentáveis e menos poluentes estão sendo buscados. A adubação com Si tem demonstrado eficiência no controle ou redução da incidência de varias doenças importante do arroz. A absorção pelas folhas é mais efetiva quando a solução de nutrientes permanece sobre a folha na forma e uma fina película (MENGEL e KIRKBY, 1987) A ação do Si sobre os insetos pode ser considera de duas formas: ação direta que pode incluir a redução no crescimento e na reprodução dos danos para a cultura. Os efeitos indiretos estão normalmente relacionados a diminuição ou atraso na penetração do inseto na planta (KVENDARAS e KEEPING, 2007; REYNOLDS et al, 2009). O caulim está formado basicamente por caulinita, um argilomineral produzido pela decomposição do feldspato. Apresenta coloração branca ou esbranquiçada, devido ao baixo teor de ferro. A caulinita é o principal constituinte do caulim, quimicamente é um silicato de alumínio hidratado, que normalmente se encontra associada a outros minerais sob a forma de impurezas, de modo geral, quartzo, mica, feldspato, óxidos de ferro e titânio. É formada pelo empilhamento regular de camadas 1:1, isto é, cada camada é constituída de uma folha de tetraedros SiO4 e 9 uma folha de octaedros de Al2(OH)6 ligadas entre si por oxigênios comuns, dando uma estrutura fortemente polar. A fórmula estrutural da cela unitária da caulinita é Al2Si4O10(OH)8 (PAZ et al, 2010). Estudos realizados por Lima et al (2009) mostraram que o aporte de silício via foliar com silicato de alumínio (caulim) aumentou a germinação de sementes de cevada (Hordeum vulgare L.) sendo significativo a partir da dose de 600 kg.ha-1 em relação à testemunha A tecnologia de filme de partícula hidrofóbica que representa a síntese combinada de conhecimentos no uso de filmes hidrofóbicos, barreiras de partículas físicas e superfícies reflexivas brancas, auxilia na supressão de pragas e doenças, de cultivos agrícolas. O filme de partícula hidrofóbica esta baseado no caulim, que misturado com água e aplicado sobre a superfície das plantas funciona como repelente. Foi demonstrado que em arvores frutíferas ocorre importante supressão de pragas através da aplicação desse produto. Uma planta coberta com uma barreira do filme de partícula hidrofóbica faz com que a mesma fique visualmente e tactualmente irreconhecível como um anfitrião, além disso, o movimento do inseto se alimenta outras atividades ao corpo dos artrópodes, por eles rastejarem sobre o filme (TAIZ e ZEIGER, 2004). 2.4 Referencias AGARIE, S.; HANAOKA, N.; UENO, O; MIYAZAKI, A.; KUBOTA, F.; AGATA, W; KAUFMAN, P. B. Effects of silicon on tolerance to water deficit and heat stress in rice plants (Oryza sativa L.), monitored by electrolyte leakage. Plant Production Science, Tokyo, v.1, n.1, p.96-103, 1998. CAMARGO, M. S.; KORNDÖRFER, G. H.; PEREIRA, H. S. Solubilidade do silício em solos: influência do calcário e ácido silícico aplicados. Bragantia,Campinas, v. 66, n. 4, p. 637-647, 2007 CAMARA PARAGUAYA DE EXPORTADORES DE CEREALES Y OELAGINOSAS – CAPECO. Disponível em: <http://www.capeco.org.py>. Acesso em: 6 fev. 2013. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento de safra brasileira: grãos, sexto levantamento, março 2012. Disponível em: 10 <http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253&t=> Acesso em: 20 dez. 2012. EPSTEIN, Emanuel. A anomalia de silício em biologia vegetal. Proceedings of National Academy of United States of America, Washington, v.91, n.1, p.11-17, 1994. FAO - FOOD EN AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Disponível em:<http://www.fao.org/countryprofiles/index/en/?lang=es&iso3=PRY> Acesso em: 04 fev. 2013. FIGUEIREDO, F. C; RODRIGUES, C. R. Silício Líquido Solúvel: A sinergia entre a nutrição e defesa de plantas. Campos & Negócios. Uberlândia v.5, n.65, 2007. JONES, L.H.P.; HANDRECK, K.A. 1965. Studies of silica in the oat plant. III. Uptake of silica from soils by plant. Plant Soil. N. 23, p.79-95. KASTER,M.; BONATO, E.R. Evolução da Soja no Brasil: época de semeadura e população de plantas. In: MYYASAKA,S.; MEDINA,J.C. A soja no Brasil. Campinas: ITAL. 1981. p 58-64. KORNDORFER,G.H.; ARANTES,V.A.; CORREA,G.F.; SNYDER,G.H. Efeito do silicato de cálcio no teor de silício no solo e na produção e grãos de arroz de sequeiro. Revista Brasileira de Ciencia do solo. v.23.n.3,p.623-629, 1999. KNEDARAS,D.L; KEEPING,M.G. Silicon impedes stalk penetration by the borer Eldana sacchari in sugacane. Entomologia Experimentalis et applicata. V.125, p.103-110, 2007. LIMA FILHO, O.F de. Buscando maior sustentabilidade na agricultura com silicatos. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/Silicatos/index.htm>. Acesso em: 13 jul. 2010 LIMA, D.B.A; BARROS, A.C.S.A; SILVA,J.I., STOHLIRCK, J; BIN,F.; CICHELERO,T. Silicato de alumínio (caulim) na germinação de sementes de cevada (Hordeum vulgare L.) Anais do XVIII CIC, XI ENPOS e I Mostra Cientifica. 2009. LIMA FILHO, Oscar. O silício é um fortificante e antiestressante natural das plantas. Campo e Negócios, p. 67 - 70, 01 out. 2005. LEE,K.S; AHN,S.B.;RHEE,G.S;YEON,B.Y.;PARK,J.K. Studies of sílica application to nursery beds on rice seedling gowth. Research Report Rural Development administration. Plant Environment, Mycology. Korea.v.27.p.23-27, 1985. LIANG, Y.C., CHEN, Q., LIU, Q., ZHANG, W.H., DING, R.X. Exogenous silicon (Si) increases antioxidant enzyme activity and reduces lipid peroxidation in roots of saltstressed barley (Hordeum vulgare L.).Plant Physiol, v.160, p.1157-1164, 2003. 11 LOPES J.C., MARTINS-FILHO S., TAGLIAFERRE C., RANGEL O.J.P. Avaliação da qualidade fisiológica de sementes de soja produzidas em Alegre-ES. Revista Brasileira de Sementes, n. 24, p. 51- 58, 2002. MA, J.F.; YAMAJI, N. Functions and transport of silicon in plants. Cel. Molec. Life Sci., v.65, p. 3049-3057, 2008. MAUAD, M.; GRASSI FILHO, H.; CRUSCIOL, C.A.C.; CORRÊA, J.C. Teores de silício no solo e na planta de arroz de terras altas com diferentes doses de adubação silicatada e nitrogenada. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.27, n.5, p.867-873, 2003. MADEIROS, L.B; VIEIRA, A.O.; AQUINO, B.F. Micronutrientes e silício nas folhas da cana-de-açúcar: escória siderúrgica aplicado no solo. Engenharia Ambiental, v.6, p. 27-37, 2009. MALAVOLTA, Eurípedes. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres. 2006. 638p MALAVOLTA, Eurípedes. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres. 1980. 251p. MARCOS FILHO, Julio. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq. 2005. 495 p. MARCOS FILHO, Julio. Produção de semente de soja. Campinas: Fundação Cargill, 1986, 86p. MELGAR,Ricardo et al. Fertilizando para altos rendimientos: latinoamérica. Buenos Aires: Agroeditorial, 2011. 179p. Soja en MENGEL,K.; KIRKBY,M.G. Principles of plants nutrition. 4ed. Bem: Internacional Potasch Institute, 1978. 687p. MENGEL, K.; KIRKBY, M.G. Principles of plants nutrition.Internacional Potasch Institute, 1987. NEDEL, J.L. Primer curso de Posgrado en Ciencia y Tecnología de semillas por tutoría a distancia. Modulo 2: Fisiología de semillas. Paraguay. 2001. 56 p PAZ, S.P, da; ANGELICA, S.R.; NEVES, R.F. Síntese hidrotermal de sodalita básica a partir de um rejeito de caulim térmicamente ativado.Quim.Nova.v.33, p.579583,2010. PESKE, S.T; BARROS, A.C.S.A. Produção de sementes. In: PESKE, S.T.; LUCCA FILHO, O.A.; BARROS, A.C.S.A. Sementes: fundamentos científicos e tecnológicos. 2. ed. Pelotas: Universitária. 2006. p.15-96 12 PEREIRA, H.S.; KORNDÖRFER, G.H; VIDAL, A.A; CAMARGO, M.S. Silicon sources for rice crop. Scientia Agricola, v.61, p.522-528, 2004. POPINIGIS, F. Fisiología da semente. 2.ed. Brasilia: Agiplan, 1985.289p. RAIJ, B. van; QUAGGIO, J.A.; CANTARELLA, H.; ABREU, C.A.de. Interpretação de resultados de análise de solo. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, A.J.; FURLANI, A.M.C. (Ed.). Recomendações de adubação e calagem para o estado de São Paulo. 2ed. Campinas: IAC, 1997. p.8 - 13. (Boletim Técnico, 100). REYNOLDS,O.L; KEEPING,M.G; MEYER,J.H. Silicon augmented resistance of plants to herbivorous insects a rewiew. Annals of Applied Biology. v155,p.177-186, 2009. RODRIGUES, F.A.; MCNALLY, D.J.; DATNOFF, L.E.; JONES, J.B.; LABBÉ, C.; BENHAMOU, N.; MENZIES, J.G. & BÉLANGER, R.R. Silicon enhances the accumulation of diterpenoid phytoalexins in rice: A potential mechanism for blast resistance. Phytopathology, n.94, p.177-183, 2004. SÁ,M.E. Importância da adubação na qualidade de sementes. In: Sá.M.E.e Buzzetas. Importância da adubação na qualidade Agricola. Sâo Paulo:Icone, 1994. p.65-98. SATORRE, et al. Producción de granos: Bases funcionales para su manejo. Buenos Aires: Editorial Facultad de Agronomía de la Universidad de Buenos Aires, 2003. 783 p. SAVANT, N.K.; KORNDÖRFER G.H.; SNYDER, G.H.; DATNOFF, L.E. Silicon Nutrition and Sugarcane Production: A review. J. Plant Nutri. New York, NY. v.12, n.22, p.1853-1903,1999. SEDIMAYA,T. Tecnologías de produção de sementes de soja. Londrina: Mecenas, 2013. 352p. TAIZ,L.; ZIEGLER,E. Fisiología Vegetal. 3ed. Porto Alegre: Artemed, 2004. 719 p. USDA - UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Disponível em:<http://www.fas. usda.gov/psdonline/psdQuery.aspx>. Acesso em: 04 fev. 2013. VIEIRA,D. Roberval. Avaliação da qualidade fisiológica de sementes de quatorze cultivares de soja (Glycine max (L) Merrill). 1980. 76 p. Dissertação (Magister Scientiae) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 13 3. CAPITULO 1 EFEITO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE SILICATO DE ALUMINIO NO RENDIMENTO E QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA 14 3.1 Resumo O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio, aplicadas via foliar, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção de plantas, atuando no rendimento e qualidade das sementes de soja. Os tratamentos consistiram em cinco doses de silicato de alumínio: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.ha-1. Foram avaliados os parâmetros: número de vagens por planta, número de sementes por vagem, rendimento de grãos, peso de mil sementes, germinação, envelhecimento acelerado, tetrazolio (viabilidade, vigor, danos por percevejo, umidade e mecânicos), comprimento da parte aérea e comprimento de raiz. Os dados obtidos permitiram as seguintes conclusões; plantas de soja tratadas com silicato de alumínio como fonte de silício não reduziram seu rendimento e não sofrem alterações na sua qualidade fisiológica. Palavras-chave: Silício, Glycine max (L.) Merrill, adubação foliar. 15 3.2 Abstract The objective of this study was to evaluate the effect of different doses of aluminum silicate, applied foliar, as a source of silicon on mineral nutrition and plant protection, acting on yield and quality of soybean seeds. The treatments consisted of five doses of aluminum silicate: 0, 75, 150, 225 and 300 kg.ha-1. Parameters were evaluated: number of pods per plant, number of seeds per pod, grain yield, thousand seed weight, germination, accelerated aging, tetrazolium (viability, vigor,moisture, bug and mechanical damage ), shoot length and root length. The data obtained led to the following conclusions; soybean plants treated with aluminum silicate as silicon source did not reduce their income and remain unchanged in its vigor. Keywords: silicon, Glycine max (L.) Merrill, foliar application. 16 3.3 Introdução A soja (Glycine max L. Merril) é atualmente a leguminosa de maior importância econômica. É um componente essencial na fabricação de rações animais e adquire importância crescente na alimentação humana. Estima-se um consumo de soja em grão no Brasil de 52,9 mil toneladas devido a que o processamento local será maior em função do acréscimo da produção doméstica de carnes e biodiesel (MAPA, 2012) O departamento de agricultura dos Estados Unidos elevou a estimativa de safra de soja do Brasil na temporada 2012/13 para 81 milhões de toneladas, o que colocaria ao Brasil como o maior produtor mundial de soja, superando aos Estados Unidos (USDA, 2013). Atualmente a produção de soja, no Brasil, é liderada pelos estados de Mato Grosso, com 29,2% da produção nacional; Paraná com, 18,4%; Rio Grande do Sul com 14,0%, e Goiás, 10,8% Para se obter o sucesso do cultivo um dos fatores mais importantes é a utilização de sementes de alta qualidade, cujos atributos de qualidade podem ser divididos em genéticos, fisiológicos, físicos e sanitários. No campo, as sementes estão sujeitas a diversos fatores que poderão prejudicar seriamente a qualidade. Tais fatores abarcam extremos de temperatura durante a maturação, flutuação da umidade relativa, incluindo secas, deficiências na nutrição das plantas, ataque de insetos, além de adoção de técnicas inadequadas de colheita. A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção no campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e BARROS, 2006) O crescimento da produção e o aumento da capacidade produtiva da soja brasileira estão aliados aos avanços científicos e à disponibilização de tecnologias no setor produtivo, estando nessa situação o uso de fertilizantes minerais de aplicação foliar, entre outras tecnologias (SOUZA et al., 2008) A adubação foliar tem sido recomendada para aumentar ou manter a concentração de nutrientes nas folhas, no período de enchimento de grãos, porque 17 nessa fase, a absorção de nutrientes pelas raízes é praticamente nula (GARCIA e HANWAY, 1976) A reposição dos nutrientes nas folhas, através de adubação foliar, pode manter a taxa de fotossíntese por um tempo maior, o que possivelmente pode refletir-se em maior produção de grãos de soja (REZENDE et al.,2005). Os silicatos são nutrientes que são importantes na armazenagem de energia e na integridade estrutural, depositado como sílica amorfa em paredes celulares. Contribui paras as propriedades mecânicas das paredes celulares, incluindo rigidez e elasticidade (TAIZ e ZEIGER, 2004). O Silício, por meio de uma série de ações no metabolismo da planta, tanto do ponto de vista químico como físico, pode contribuir para que haja aumento no crescimento e na produtividade. A tecnologia baseada no uso do silício é limpa e sustentável, com enorme potencial para diminuir o uso de agro químico e aumentar a produtividade através de uma nutrição mais equilibrada e fisiologicamente mais eficiente, o que significa plantas mais produtivas, com menos doenças e pragas, e mais vigorosas (LIMA FILHO, 2009). Vários trabalhos têm demonstrado o efeito benéfico da adubação com silício sobre o acréscimo da produção de diversas culturas. No entanto, são escassas as informações sobre os benefícios nutricionais do silício para a cultura da soja. Desta maneira, objetivou-se, neste trabalho, avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio, via foliar, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção vegetal atuando no rendimento e na qualidade das sementes de soja. 18 3.4 Material e métodos O experimento foi conduzido num campo de produção de sementes de soja, da Empresa Hadler & Hasse, localizado em Passo das Pedras, RS/Brasil e no Laboratório Didático de Analise de Sementes da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O mesmo foi desenvolvido na safra agrícola 2010/2011. Foram utilizadas sementes de soja da cultivar M-SOY 8000 RR - Grupo de Maturação 8.0, de ciclo precoce, habito de crescimento determinado. Semeada o 07 de dezembro e recebeu uma adubação de base de 300 kg.há-1 da formula 05-25-17. O tipo de silicato aplicado foi o silicato de alumínio conhecido como caulim, que é uma argila classificada e refinada, que contem 77,9% de SiO2 e pH 5,5. O delineamento experimental utilizado foi de blocos inteiramente casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições cada (Tabela 1). Os resultados obtidos foram submetidos a analise de variância pelo teste F e analisados por regressão polinomial. Para execução da análise estatística utilizou-se o programa para micro-computadores WinStat (MACHADO e CONCEIÇÃO, 2002). TABELA 1 – Doses de Silicato de Alumínio aplicadas via foliar em plantas de soja (Glycine max). Doses de silicato de alumínio (kg.ha-1) Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 Aplicados em cada período (30 dias pós-emergência, floração e enchimento de grãos) 0 25 50 75 100 Total aplicado nos três períodos 0 75 150 225 300 A aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizadores manuais, costais, o volume de calda foi de 200 L. ha-1, foi adicionado espalhante adesivo composto por óleo siliconado na dosagem de 0,2 ml. Nos seguintes períodos: 30 dias após a emergência, na floração e no enchimento de grão. Em cada período foi aplicado 0, 25, 50, 75 e 100 (kg.ha-1). 19 Para a instalação do experimento utilizou-se uma área total de 240 m2, divididos em parcelas, sendo cada parcela com dimensionamento de 5 m de comprimento e 2,40 m de largura (seis linhas). Para a avaliação descartou-se as linhas de bordadura, utilizando-se apenas as quatro linhas centrais. As plantas foram colhidas quando se observou que a maioria das vagens atingiram coloração marrom e os grãos cor amarela e o hilo cor preto, característica da cultivar, e logo foram separados os componentes do rendimento e realizada a caracterização da qualidade fisiológica das sementes colhidas. Na separação dos componentes do rendimento foram analisadas as seguintes variáveis: Número de vagens por planta - foi obtido pela coleta de trinta plantas colhidas ao acaso, nas quatro linhas centrais da parcela, sendo descartadas as linhas de bordadura; Número de sementes por vagem - foi obtido pela separação das vagens com uma, duas, três e quatro sementes por vagem; Rendimento de grãos – foi determinado pela colheita das plantas presentes em uma área útil de 12 m2 transformado em kg.ha-1 constituídas pelas quatro linhas centrais das parcelas, em uma extensão de cinco metros; e o Peso de mil sementes - contam-se ao acaso oito repetições de 100 sementes cada. Em seguida as sementes de cada repetição são pesadas com o número de casas decimais indicado para a amostra de trabalho para a análise de pureza e, è determinado o peso de mil sementes, segundo metodologia descrita nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). Posteriormente foi realizada a caracterização da qualidade fisiológica das sementes produzidas, pelos seguintes testes: Germinação (G) - foram utilizadas 200 sementes semeadas, em rolos de papel Germitest (quatro subamostras com 50 sementes por rolo), umedecidas com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes o peso do papel e mantidas a temperatura constante de 25ºC. As avaliações foram realizadas no quinto e no oitavo dia após a semeadura, de acordo com os critérios das Regras para Análise de Sementes (ISTA, 1999). Tetrazólio (Tz) - foi executado pela metodologia indicada por França Neto et al. (1998), empregando duas subamostras de 50 sementes, pré-condicionadas por 16horas a 25ºC, seguida de imersão em solução de sal de tetrazólio a 0,075%, a 40ºC por 3horas. Avaliou-se a 20 viabilidade, o vigor e a causa da deterioração (umidade, danos mecânicos e lesão por percevejo). Para a determinação do Envelhecimento acelerado (EA) foram utilizadas caixas de plástico tipo Gerbox (11cm x 11cm x 3cm) com compartimentos individuais. A umidade relativa no interior dessas caixas foi obtida pela adição de 40ml de água no fundo de cada caixa, conforme descrição efetuada por Marcos Filho et al. (2000). As amostras de cada lote foram distribuídas de modo a constituir uma camada única (200 sementes) ocupando toda a superfície da tela suspensa no interior de cada caixa. Foi conduzido a 41ºC, durante 48 horas. A seguir foi conduzido o teste de germinação conforme descrito anteriormente e a contagem aos cinco dias, computando a porcentagem de plântulas normais. Comprimento de raiz e plântula (CR e CP) - quatro amostras de 20 sementes de cada tratamento foram distribuídas em rolos de papel-toalha umedecidos com água destilada utilizando-se 2,5 vezes a massa do papel seco, e mantido em germinador a 25 °C, por cinco dias (NAKAGAWA, 1999). Sobre o papel toalha umedecido foi traçada uma linha no terço superior, na direção longitudinal, onde as sementes foram colocadas direcionando-se a micrópila para baixo. O comprimento da raiz primária e das plântulas consideradas normais (Brasil, 2009) foi determinado ao final do quinto dia, com o auxílio de régua milimetrada. 21 3.5 Resultados e discussão Não se obteve diferença significativa estatisticamente na variável número de vagens por planta. Para o número de sementes por vagem, independentemente do número de sementes, não houve diferenças significativas entre os tratamentos, mas pode-se observar que para todos os tratamentos predominantemente apresentou-se com duas ou três sementes por vagem (Tabela 2). Resultados semelhantes foram encontrados por Freitas et al. (2011) em experimento realizado com milho onde o número de grãos por espiga não foi alterado, significativamente, em função da aplicação de doses de Si, via foliar, em diferentes épocas. TABELA 2 – Dados de número de vagens por planta (NºVP), número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem (NºSV), provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Tratamentos (kg.ha-1) T1- 0 T2 - 75 T3 - 150 T4 - 225 T5 - 300 Coeficiente de variação (%) n.s= não significativo NºVP ns 43 40 47 40 48 7,74 NºSV 1 2 ns 7 8 7 6 8 11,38 3 ns 20 20 22 21 23 10,28 4 ns 17 20 18 18 19 8,83 1 ns 1 0 1 0 50,59 Um dos mais importantes componentes do rendimento o peso de mil sementes, não apresentou diferenças significativa entre os tratamentos. Na variável rendimento de grãos houve comportamento semelhante (Tabela 3). Com esses resultados pode se afirmar que não se detectou efeito dos tratamentos nos componentes do rendimento e no rendimento. Sendo estes resultados diferentes dos obtidos pela pesquisa de Harter e Barros (2011), na qual os pesquisadores concluíram que os tratamentos com aplicação de cálcio e silício reduzem o rendimento de sementes por unidade de área. 22 TABELA 3 – Dados de Peso de mil sementes (PMS) e rendimento (REND) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Tratamento (kg.ha-1) T1 - 0 T2 - 75 T3 - 150 T4 - 225 T5 - 300 Coeficiente de variação (%) n.s = não significativo PMS (gramas) 187 ns 196 195 185 189 3,38 REND (kg.ha-1) 1995 ns 1995 2018 1970 1960 3,03 A analise dos resultados referentes à caracterização da qualidade fisiológica das sementes produzidas é apresentado a seguir. Na Tabela 4 apresentam-se os resultados de germinação e viabilidade pelo teste de tetrazolio de sementes de soja provenientes de plantas pulverizadas com diferentes doses de silicato de alumínio. TABELA 4 – Porcentagem de germinação (G) e viabilidade (VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Tratamento (kg.ha-1) T1- 0 T2 - 75 T3 - 150 T4 - 225 T5 - 300 Coeficiente de variação (%) n.s.= não significativo G (%) 80 ns 91 97 83 80 7,41 Tz VIAB. (%) 89 ns 93 90 82 78 7,21 Quanto a os resultados da germinação e os da viabilidade das sementes avaliadas pelo teste de tetrazolio não apresentaram diferencias significativa entre os tratamentos (Tabela 4). A avaliação do vigor, das sementes provenientes de plantas com e sem aplicação de silicato de alumínio, avaliado pelo teste de tetrazolio, não apresentaram diferenças significativas (Tabela 5). Os resultados do teste de EA (Tabela 5) mostram que não houve diferença de vigor entre sementes oriundas de plantas não tratadas com Si e aquelas que 23 receberam diferentes doses de Si. Esses resultados são diferentes dos achados por Fonseca et al. (2012) em cujo experimento o teste de envelhecimento acelerado (EA) apresentou comportamento com tendência quadrática em relação as doses de silicato de alumínio, tendo como ponto de máxima 27,7 (kg.ha-1) com germinação de 95,7% onde as doses maiores apresentaram decréscimo na germinação. O mesmo aconteceu com o experimento de Harter e Barros (2010) que também verificaram aumento para o teste de frio e de envelhecimento acelerado. TABELA 5 – Porcentagem de vigor avaliado pelos testes de tetrazólio (Tz), envelhecimento acelerado (EA), comprimento da parte aérea (CPA) e comprimento da raiz (CR) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Tratamento (kg.ha-1) T1 - 0 T2 – 75 T3 – 150 T4 – 225 T5 – 300 Coeficiente de variação (%) Tz Vigor (%) 70 ns 77 76 68 69 12,19 EA (%) 63 ns 58 56 60 57 10,1 CPA (cm) 11,27 ns 11,40 11, 86 10,84 11,46 8,16 CR (cm) 20,18ns 18,60 17,42 15,47 15,42 16,40 n.s. não significativo No que diz respeito às variáveis CPA e CR não foi encontrada diferença estatística entre os tratamentos (Tabela 5). Resultados semelhantes foram encontrados por Fonseca et al (2012) em trabalhos realizados em trigo onde para a variável comprimento de parte aérea e comprimento de raiz, constatou-se que não houve efeito significativo para as doses de silicato de alumínio Com relação aos dados provenientes da avaliação dos danos por percevejos feitos pelo teste de Tz (Tabela 6) pode se observar que não se constatou diferenças estatísticas entre os diferentes tratamentos. França-Neto et al. (1998) mencionam que amostras de sementes de soja com índices de lesões de percevejos entre 7% e 10% (TZ 6-8) poderão apresentar restrições do desempenho da qualidade fisiológica. Os resultados achados diferem de aqueles citados na literatura tais como Dayanandam et. al. (1983), que afirmam que a deposição de sílica na parede das 24 células torna a planta mais resistente à ação de fungos e insetos. Isso ocorre pela associação da sílica com constituintes da parede celular, tornando-as menos acessíveis às enzimas de degradação (resistência mecânica). Em estudos feitos pelo Carvalho (1999) se demonstrou que as plantas tratadas com silício foram menos preferidas pelos pulgões e apresentaram cerca de 50% a mais, do teor de silício na parte aérea. Assim também Bussolaro et al (2011) experimentando com diferentes doses de silício aplicadas via foliar a plantas de soja concluíram que a aplicação de silício provoca uma diminuição na incidência de insetos. TABELA 6 – Porcentagem de danos por percevejo (DP), por umidade (DU) e mecânicos (DM) avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 6-8) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Tratamento (kg.ha-1) T1- 0 T2 - 75 T3 - 150 T4 - 225 T5 - 300 Coeficiente de variação (%) n.s. = não significativo DP 7 ns 5 4 6 5 12,57 Tz (6-8) (%) DU 6 ns 6 6 7 8 11,05 DM 2 ns 3 2 3 1 21,29 Os resultados da avaliação dos danos por umidade não mostram diferença estatística entre os tratamentos, observa-se uma grande incidências de danos por umidade, com níveis que vão de 6 a 8 %, que segundo França Neto et al(1998) pode ocasionar problemas sérios relacionados com a qualidade das sementes. Com relação aos dados de danos mecânicos (Tabela 6) os mesmos não apresentaram diferenças significativas entre os diferentes tratamentos, todos apresentam valores inferiores a 6%, não sendo consideradas restrições com relação à qualidade de sementes de soja. 25 3.6 Conclusão Sob as condições em que esta pesquisa foi desenvolvida, os dados obtidos permitiram as seguintes conclusões: Plantas de soja tratadas com silicato de alumínio como fonte de silício não sofrem redução no rendimento e não apresentam alterações na qualidade fisiológica das sementes. 26 3.7 Referencias BUSSOLARO,I.; ZELIN,Z e SIMONETTI, P.M.M. Aplicação de silício no controle de percevejos e produtividade da soja. Cultivando o Saber, Cascavel, v.4, n.3, p.9-19, 2011. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em fev. 2012. CARVALHO, S.P., J.C. MORAES; J.G. CARVALHO. Efeito do silício na resistência do sorgo (Sorghum bicolor) ao pulgão-verde Schizaphis graminum (Rond.) (Homoptera: Aphididae). An. Soc. Entomol. Brasil, n28, p. 505-510, 1999. DAYANANDAM, P.; KAUFMAN, P. B.;FRAKIN, C. I. Detection of silica in plants. Amer. J. Bot., v. 70, p.1079-1084. 1983 EPSTEIN, Emanuel. Silicon. Annual Rewie of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, Alto Palermo, v.50, p 641-664,1999. FRANÇA-NETO, J.B; KRZYZANOWSKI,F.C; PADUA, G.P; COSTA N.P.; HENNING, A.A. Tecnologia para produção de sementes de soja de alta qualidade. Série Sementes. Londrina: Embrapa Soja. 2007.12 p. (Embrapa Soja. Circular Técnica 40) FRANÇA-NETO,J.B;KRZYZANOWSKI,F.C;COSTA,N.P. O teste de tetrazolio em semente de soja. Londrina: Embrapa CNPSo, 72 p. (Embrapa CNPSo. Documento 116). 1998. FREITAS L. B. de; COELHO E. M.; MAIA S. C. M.; SILVA,T. R. B.,Adubação foliar com silício na cultura do milho. Ceres, Viçosa, v. 58, n.2, p. 262-267, mar/abr, 2011. FONSECA,D.R.;LEMES,E.S.; TUNES,L.M.; TAVARES,L.C; OLIVEIRA,S.; BARROS, A.C.S.A. Efeito da aplicação foliar de silicato de alumínio no Rendimento e qualidade fisiológica de sementes de trigo. XXI CIC, XIV ENPOS e IV Mostra Cientifica. 2012. GARCIA, L.R.; HANWAY, J.J. Foliar fertilization of soybeans during the seed-filling period. Agronomy Journal, v.4, n.68,p.763- 769, 1976. HARTER, F.S.; BARROS. A.C.S.A Cálcio e silício na produção e qualidade de sementes de soja. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 33, nº 1, p. 054. 2011. MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. Sistema de análise estatística para Windows. Winstat. Versão 1.0. UFPel, 2003. 27 MARCOS FILHO, Julio. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq. 495 p. 2005. NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados na avaliação das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F.C. et al. Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2.1-2.21. PESKE,S.T; BARROS, A.C.S.A. Produção de sementes. In: PESKE,S.T.; LUCCA FILHO,O.A.; BARROS, A.C.S.A. Sementes: fundamentos científicos e tecnológicos. 2.ed. Pelotas: Universitária. 2006. p.15-96 POSSENTI, J.C.; VILLELA, F. A. ; DELQUIQUI, E.M. Componentes de rendimento de soja (Glycine max) produzida com o uso de sementes enriquecidas por molibdênio. Synergismuss cyentifica. Pato Branco. v.4, p 1, 2009. REGRAS DE LA INTERNACIONAL SEED TESTING ASSOCIATION. Traducido al español, versión 2011. REZENDE, P.M.; GRIS, C.F.; CARVALHO, J.G.; GOMES, L.L.; BOTTINO, L. Adubação foliar. I. Épocas de aplicação de Fósforo na cultura da soja. Ciência Agrotécnica, v.29, n.6, p.1105-1111, nov./dez., 2005. BRASIL, Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília, DF: SNDA/DNDV/CLAV, 2009. 365p. LIMA FILHO, O.F de. Buscando maior sustentabilidade na agricultura com silicatos. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/Silicatos/index.htm>. Acesso em: 13 jul. 2010 SOUZA, L.C.D; SÁ, M.E ; CARVALHO, M.A.C ;Helena, M.S.Produtividade de quatro cultivares de soja em função da aplicação de fertilizante mineral foliar a base de cálcio e boro. Revista de biologia e ciências da terra v8 - n 2 - 2º Semestre 2008. TAIZ,L.; ZIEGLER,E. Fisiología Vegetal. 3ed. Porto Alegre: Artemed, 2004. 719 p. USDA - UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Disponível em: <http://www.fas. usda.gov/psdonline/psdQuery.aspx>. Acesso em: 4 fev. 2013.. 28 4. CAPITULO 2 EFEITO DA APLICAÇÃO FOLIAR E NO SOLO DE SILICATO DE ALUMINIO NO RENDIMENTO DE SEMENTES DE SOJA 29 4.1 Resumo O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio, aplicadas via foliar e no solo, como fonte de silício na nutrição mineral, atuando no rendimento de sementes de soja. Os tratamentos consistiram em cinco doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.ha-1 e cinco doses de silicato de alumínio aplicado no solo: 0, 750, 1500, 2250 e 3000 kg.ha-1. Foram avaliados os componentes do rendimento: número de vagens por planta, número de sementes por vagem, rendimento de grãos, peso de mil sementes, numero de sementes por planta, peso de sementes por planta e produtividade. De acordo com os dados obtidos, pode se concluir que tanto a aplicação foliar como no solo de silicato de alumínio não provoca alterações nos componentes do rendimento de sementes de soja. Palavras-chave: Silício, componentes do rendimento, adubação foliar e no solo. 30 4.2 Abstract The objective of this study was to evaluate the effect of different doses of aluminum silicate, applied by foliar and soil, as a source of silicon in the mineral nutrition, acting on the seed yield of soybean. The treatments consisted of five doses of aluminum silicate by foliar application: 0, 75, 150, 225 and 300 kg/ha-1 and five doses aluminum silicate applied by soil: 0, 750, 1500, 2250 and 3000 kg.ha¹. We evaluated yield components: number of pods per plant, number of seeds per pod, grain yield, thousand seed weight, number of seeds per plant, seed weight per plant and productivity. According to the data obtained, it could be concluded that both foliar and soil application of aluminum silicate does not cause changes in yield components of soybean seeds. Keywords: silicon, soybean, yield components, nutrition plant by foliar and soil application. 31 4.3 Introdução A soja (Glycine max L. Merril) atualmente é o principal produto agrícola no Paraguai, com uma área de produção de 2.957.408 há (safra 2011) com um rendimento médio de 2.483 kg.há-1 e uma produção total de 7.128.364 de toneladas (CAPECO, 2013). As regiões de maior produção são os departamentos de Alto Paraná que representa os 30% da produção total, Itapua e Canindeyu que juntos constituem os 40% da produção total de soja no Paraguai. A produção de soja é altamente mecanizada, cultivando-se em grandes e medianas extensões de terras por produtores, geralmente de origem brasileira, japonesa e alemã, frequentemente organizados em cooperativas, como também por pequenos produtores paraguaios. A capacidade tecnológica dos produtores de soja é refletida no aumento da produção e da produtividade, devendo-se mencionar que na maior parte da área utiliza-se a técnica de “semeadura direta” que foi introduzida em fazendas de médio porte mecanizadas do Paraguai, em 1990. Atualmente, o Paraguai é o país no mundo com a maior proporção de plantio direto sobre o total da superfície cultivada (CENSO, 2008). A semente de soja apresenta características morfológicas e fisiológicas particulares que determinam que no seu manejo deve-se ter em conta uma serie de medidas especificas para se obter um produto de qualidade. Para se obter o sucesso do cultivo um dos fatores mais importantes é a utilização de semente de alta qualidade, cujos atributos de qualidade podem ser divididos em genéticos, fisiológicos, físicos e sanitários. A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção no campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e BARROS, 2006) Os solos férteis devem ser preferidos para multiplicação de sementes, pois neles se obtém não só as maiores produções, bem como sementes de maior qualidade. As práticas agrícolas e insumos empregados na lavoura possibilitam condicionar o ambiente, dando condições para as manifestações dos potenciais 32 fenotípicos e genotípicos das sementes assim adubações tendem a influenciar seu desempenho. A adubação foliar vem sendo utilizada desde o século XIX, além disso, na antiguidade já houve referências a respeito, através de Chorume o uso de N, P, K, Ca e de Zn e B nas folhas foi descrito há mais de 100 anos (MALAVOLTA, 1980). O silício (Si) ainda não foi considerado como elemento essencial para os vegetais, porque a sua função ainda não foi bem esclarecida (EPSTEIN, 1999); porém, a absorção de Si traz benefícios, tais como: aumento da tolerância ao ataque de doenças e pragas, diminuição da transpiração, melhora da arquitetura da planta ao tornar as folhas mais eretas e conseqüente melhora da taxa fotossintética (DEREN et al., 1994). Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior tolerância a doenças e pragas, maior resistência ao acamamento, encharcamento,veranicos e geadas, bem como neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de metais pesados, como manganês e alumínio, são alguns dos importantes benefícios que a adubação silicatada pode proporcionar para as plantas cultivadas (LIMA FILHO, 2009). São escassas as informações sobre os benefícios nutricionais do silício para a cultura da soja. Desta maneira, objetivou-se, neste trabalho, avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio, aplicadas via foliar e no solo, como fonte de silício na nutrição mineral atuando no rendimento das sementes de soja. 33 4.4 Material e métodos O experimento foi conduzido no campo experimental e no Laboratório de Qualidade de Sementes da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Nacional de Assunção, São Lorenzo, Paraguai. O mesmo foi desenvolvido na safra agrícola 2011/2012. Foram utilizadas sementes de soja da cultivar BMX Turbo RR de porte médio, ciclo superprecoce, grupo de maturação 5,8, habito de crescimento indeterminado. O tipo de silicato aplicado foi o silicato de alumínio conhecido como caulim, que é uma argila classificada e refinada, que contem 77,9% de SiO2 e pH 5,5. Foram conduzidos dos experimentos um destinado para aplicação no solo e outra para aplicação via foliar do silicato de alumínio. Para a aplicação no solo do silicato de alumínio foram preparadas parcelas 2m x 5m para cada dose. As doses de silicato de alumínio foram escolhidas de forma proporcional aos seguintes intervalos de 250 kg.há-1: 0, 250, 500, 750 e 1000 kg.há-1 aplicados no sulco de semeadura, misturadas com a semente e adubação de base de 400 kg/há-1 da formula 4 – 30 – 10. Os tratamentos com quatro repetições cada. Para à aplicação do silicato de alumínio via foliar, foram preparadas parcelas de 2m x 5m para cada dose. Foi realizada uma adubação de base de 400 kg/há-1 da formula 4 – 30 – 10. As doses de silicato de alumínio foram aplicadas de forma proporcional nos seguintes intervalos: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.há-1 via foliar, distribuída em três aplicações; nos seguintes períodos: 30 dias após a emergência, na floração e no enchimento de grão. Os tratamentos com quatro repetições cada. A aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizadores manuais, costais, o volume de calda foi de 200 L. ha-1, foi adicionado espalhante adesivo composto por óleo siliconado na dosagem de 0,2 ml Para a avaliação descartou-se as linhas de bordadura, utilizando-se apenas as quatro linhas centrais. As plantas foram colhidas quando se observou que a maioria das vagens atingiram coloração marrom e os grãos cor amarela e o hilo cor marrom característico da cultivar, e logo foram separados os componentes do rendimento. 34 Na separação dos componentes do rendimento foram analisadas as seguintes variáveis: Número de vagens por planta - foi obtido pela coleta de trinta plantas colhidas ao acaso, nas quatro linhas centrais da parcela, sendo descartadas as linhas de bordadura; Número de sementes por vagem - foi obtido pela separação das vagens com uma, duas, três e quatro sementes por vagem; Número de sementes por planta – foram separadas e contadas as sementes por planta; Peso de sementes por planta – sementes provenientes de cada planta foram pesadas; Produtividade foi determinada pela colheita das plantas presentes em uma área útil de 12 m2 transformados em Kg.ha-1; e Peso de mil sementes contam-se ao acaso oito repetições de 100 sementes cada. Em seguida as sementes de cada repetição são pesadas com o número de casas decimais indicado para a amostra de trabalho para a análise de pureza e, è determinado o peso de mil sementes, segundo metodologia descrita nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado. As avaliações foram realizadas por separado para cada tipo de aplicação (foliar e no solo). Os resultados obtidos foram submetidos a analise de variância pelo teste F e analisados por regressão polinomial. Para execução da análise estatística utilizou-se o programa para micro-computadores WinStat (MACHADO e CONCEIÇÃO, 2002). 35 4.5 Resultados e discussão 4.5.1. Aplicação foliar de Silicato de alumínio São apresentados a seguir os resultados das analises feitas aos componentes do rendimento de sementes de soja provenientes de plantas nas quais foram aplicadas diferentes doses de silicato de alumínio via foliar. O número de sementes por vagem (NºSV) não foi alterada significativamente em função da aplicação de doses de silicato de alumínio via foliar. Pode se observar a maior presencia de dois a três sementes por vagem. As análises dos dados de número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes por planta (N°SP) não apresentam diferenças significativas entre as diferentes doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar nas plantas de soja (Tabela 1). O peso de mil sementes (PMS) e o peso de sementes por planta (PSP) não mostraram diferencia significativa entre as diferentes doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar a plantas de soja (Tabela 2). A probabilidade seria um maior enchimento de grãos com doses crescentes de Si, o que não foi observado. Esses resultados deferem com Datnof et al., (2001) que afirmam que o Si proporciona vários benefícios para as plantas, destacando-se: melhor eficiência fotossintética e maior aproveitamento da água, dentre outros, com os quais se espera um aumento no rendimento. TABELA 1 – Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem (NºSV), número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes por plantas (N°SP); provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Dose N°SV (kg.ha-1) 1 2 3 ns ns 3 10 9 ns 0 3 10 10 75 3 11 10 150 4 12 10 225 3 10 9 300 28,36 8,54 19,80 CV % n.s = não significativo 4 1 ns 1 1 1 1 42,96 N°VP N°SP 19 ns 23 25 26 22 13,25 45 ns 51 55 53 55 14,14 36 A produtividade de sementes de soja não foi alterada significativamente em função da aplicação de doses de silicato de alumínio via foliar (Tabela 2). Esses resultados são semelhantes aos obtidos pelo Zago et al (2010) que em experimentos avaliando a variável produtividade em kg.ha-1 não se diferenciou significativamente nas aplicações via foliar de silicato de potássio, aparentando uma homogeneidade entre os tratamentos testados. Com esses resultados, pode se afirmar que, não se detectou efeito dos tratamentos nos componentes do rendimento das sementes de soja, provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via foliar. TABELA 2 – Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de sementes por planta (PSP) e produtividade de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Dose (kg.ha-1) 0 75 150 225 300 CV % n.s= não significativo PMS (gramas) 128 ns 130 129 132 135 11,47 PSP (gramas) 6,1560 ns 6,9524 7,0432 8,0493 7,0305 20,38 Produtividade (kg.ha-1) 1846 ns 2085 2113 2014 2109 29,18 4.5.2 Aplicação no solo de Silicato de alumínio São apresentados a seguir os resultados das analises feitas aos componentes do rendimento de sementes de soja provenientes de plantas nas quais foram aplicadas diferentes doses de silicato de alumínio no solo. Em função da aplicação de doses de silicato de alumínio no solo o número de sementes por vagem (NºSV) não foi alterada significativamente. Observa– se a maior presença de duas a três sementes por vagem (Tabela 3). Com relação ao número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes por planta (N°SP) não foram achadas diferenças significativas entre as diferentes doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar nas plantas de soja (Tabela 3). 37 O peso de mil sementes (PMS) peso de sementes por planta (PSP) e a produtividade não mostraram diferencias significativas entre as diferentes doses de silicato de alumínio aplicadas via solo a plantas de soja. Realizando uma analise critica das características do solo onde foi realizado o experimento; classe textural arenosa, com baixo conteúdo de matéria orgânica e pH acido (Anexo A); e as características climáticas do ano agrícola 2011/2012 (Tabela 5) em que foi realizado o experimento, observa-se que o mesmo apresentou-se pouco favorável para a produção de soja, seja como semente ou grão. Isso pode justificar o baixo peso de das sementes e a produtividade da soja. TABELA 3 – Dados de número de vagens com 1,2, 3 e 4 sementes por vagem (NºSV), número de vagens por planta (NºVP), e número de sementes por plantas (N°SP); provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo. Dose N°SV (kg.ha-1) 1 2 3 2 ns 7 ns 7 ns 0 3 10 8 250 2 6 6 500 3 9 9 750 3 6 6 1000 28,90 19,17 23,97 CV % n.s= não significativo. 4 1 ns 0 0 1 1 92,39 N°VP NºSP 20 ns 21 18 25 21 16,94 41 ns 48 32 50 43 42,56 TABELA 4 – Dados de peso de mil sementes (PMS), peso de sementes por planta (PSP) e produção; de sementes provenientes de plantas de soja que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo. Dose PMS (kg.ha-1) (gramas) 130 ns 0 133 250 133 500 131 750 127 1000 13,06 CV % n.s.= não significativo PSP (gramas) 6,5545 ns 6,3499 6,1773 5,6467 4,5801 27,49 Produtividade (kg.ha-1) 1694 ns 1904 1709 1853 1853 18,90 38 O PMS apresenta- se muito abaixo do potencial genético da cultivar (BMX Turbo RR) que tem um elevado potencial produtivo e elevado peso de mil sementes aproximadamente 232,2 gramas, variáveis segundo o ambiente explorado pelo cultivar. Isso se deve ao estresse sofrido pela planta mãe, devido a que o ano agrícola caracterizou-se por precipitações medias mensais de 400 mm durante o período do enchimento de grãos (meses de março-abril) e temperaturas médias de 26 °C (Anexo D e E). Egli e Wardlaw (1980), afirmam que a temperatura ótima de crescimento da soja é de 21.0°C e 23.5°C e a taxa de crescimento declinam quando a temperatura excede os 23°C. Com relação à formação de vagem é semelhante, com limites mais extremos já que a soja forma vagem com temperaturas noturnas menores a 14°C e medias diárias menores que 18°C (THOMAS e RAPER, 1978). Nas vagens, os grãos só começam a crescer logo que a vagem tenha se desenvolvido completamente em comprimento, o período de enchimento dos grãos é muito critico para a determinação do rendimento final. Os estresses hídricos podem afetar a maturação das sementes, seu tamanho, o número de sementes por vagem e o número de vagens (MELGAR,2011). Com relação à necessidade de água para uma máxima produção de soja, varia entre 450 e 700 mm durante o ciclo, segundo o clima e o estádio do período de crescimento (SMITH, 1990). O efeito do déficit hídrico na produção depende da fase de desenvolvimento em que se encontra a soja quando ocorre, e da sua severidade; quando acontece durante o enchimento de grãos, afeta o peso dos grãos e, consequentemente, a produção (FAGERIA,1989). Assim também é bom considerar a afirmação de Vidal (2005) de que solos arenosos, por apresentarem predominância de quartzo na composição mineralógica, tendem a absorver menores quantidades de Si. Com esses resultados, pode se afirmar que não se detectou efeito dos tratamentos nos componentes do rendimento e no rendimento das sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via solo; e sim um efeito nos componentes do rendimento e no rendimento do estresse hídrico e altas temperaturas que a planta mãe sofreu durante o período de enchimento dos grãos. Provavelmente o Silicato de alumínio como fonte de Si não 39 tenha Si suficiente disponível como para ter um efeito positivo no rendimento da soja. 40 4.6 Conclusão Sob as condições em que esta pesquisa foi desenvolvida, os dados obtidos permitiram as seguintes conclusões: Não foi detectado efeito dos tratamentos, nos componentes do rendimento de sementes de soja provenientes de plantas que receberam doses de silicato de alumínio como fonte de silício aplicado via foliar e via solo. 41 4.7 Referencias BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 395p. 2009 CAMARA PARAGUAYA DE EXPORTADORES DE CEREALES OELAGINOSAS. Disponível em<http:// www.capeco.org.py>. 6 fev. 13. Y DATNOFF, Lawrence et al. Silicon in Agriculture. Amsterdam: Elsevier, 2001. 403p. DEREN, C.W.; DATNOFF, L.E.; SNYDER, G.H.; MARTIN, F.G. Silicon concentration, disease response, and yield components of rice genotypes grown on flooded organic histosols. Crop Sci., n.34,p.733-37, 1994. Dirección de Censo y Estadísticas Agropecuarias. Ministerio de Agricultura y Ganaderia.2008. Síntesis Estadísticas de la Producción Agropecuaria. Paraguay: Omega. 2008. Egli, D.B.; I.F. Wardlaw.Temperature response of seed growth characteristics of soybeans. Agron. N.72, p.560-564, 1980. FAGERIA, Nand, Kumar. Solos tropicais e aspectos fisiológicos das culturas. Brasília: EMBRAPA-CNPAF, 1989. 425p. FRANÇA-NETO, J.B; KRZYZANOWSKI,F.C; PADUA, G.P; COSTA N.P.; HENNING, A.A. Tecnologia para produção de sementes de soja de alta qualidade. Série Sementes. Londrina: Embrapa Soja. 2007.12 p. (Embrapa Soja. Circular Técnica 40) PESKE,S.T; BARROS, A.C.S.A. Produção de sementes. In: PESKE,S.T.; LUCCA FILHO,O.A.; BARROS, A.C.S.A. Sementes: fundamentos científicos e tecnológicos. 2.ed. Pelotas: Universitária. 2006. p.15-96 LIMA FILHO, O.F de. Buscando maior sustentabilidade na agricultura com silicatos. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/Silicatos/index.htm>. Acesso em: 13 jul. 2010 MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. Sistema de análise estatística para Windows. Winstat. Versão 1.0. UFPel, 2003. MALAVOLTA, Eurípedes. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres. 1980.251p. 42 MELGAR,Ricardo et al. Fertilizando para altos rendimientos: Soja en latinoamérica. Buenos Aires: Agroeditorial, 2011. 179p. SMITH, M. CROPWAT- a computer program for irrigation planning and management. FAO Irrigation and Drainage Paper N° 46. FAO, Rome, Italy, 1990. 126p. THOMAS, J.F.; RAPER ,C.D.Effect of day and night temperatures during floral induction on morphology of soybeans. Agron. N.70, p 893-898. 1978. VIDAL,A.Efeito do pH na solubilidade de silício em solos da região do Triangulo Mineiro. Uberlândia, 2005.69f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Federal de Uberlândia. ZAGO,A.S.;SILVA,C.A.T.da;SILVA,T.R.B.da;VIECELLI,C.A.;VERONA,E.;NOLLA, A. Efeito de doses de silício no desenvolvimento de soja. Cultivando o Saber, v.3,n.2,p.16-22,2010. 43 5. CAPITULO 3 EFEITO DA APLICAÇÃO FOLIAR E NO SOLO DE SILICATO NA QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA 44 5.1 Resumo O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio, aplicadas via foliar e no solo, como fonte de silício na nutrição mineral e proteção vegetal, atuando na qualidade de sementes de soja. Os tratamentos consistiram em cinco doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar: 0, 25, 50, 75 e 100 kg.ha-1 y cinco doses de silicato de alumínio aplicado no solo: 0, 250, 500, 750 e 1000 kg.ha-1. Foram avaliados os parâmetros: germinação e tetrazolio (viabilidade, vigor, danos por percevejo, umidade e mecânicos). Os dados obtidos permitiram as seguintes conclusões; plantas de soja tratadas com silicato de alumínio via foliar ou no solo, como fonte de silício não sofrem alterações na sua qualidade fisiológica. Palavras-chave: silício, adubação foliar e no solo. 45 5.2 Abstract The objective of this study was to evaluate the effect of different doses of aluminum silicate, applied by foliar and soil, as a source of silicon in the mineral nutrition and plant protection, in soybeans. The treatments consisted of five doses of aluminum silicate foliar applied: 0, 25, 50, 75 and 100 kg.ha-1 and five doses of aluminum silicate applied by soil: 0, 250, 500, 750 and 1000 kg.ha-1 Parameters were evaluated: germination and tetrazolium (viability, vigor, moisture, bug and mechanical damage). The data obtained led to the following conclusions; soybean plants treated with aluminum silicate by foliar or soil application, as a source of silicon, remain unchanged in its vigor. Keywords: silicon, plant nutrition by foliar and soil application. 46 5.3 Introdução O Paraguai é o coração da America do Sul, localizado entre os paralelos 19° 18´ e 27° 36´ de latitude Sul e os meridianos 59°19´ e 62°38´ de longitude Nordeste, limita ao Norte com o Brasil e a Bolívia, ao Leste com o Brasil e a Argentina, ao Sul com a Argentina e ao Nordeste com Argentina e Bolívia. A República do Paraguai possui uma superfície de 406.752km2 o equivalente a 40.675.200 hectares e uma população aproximada de 6.054.976 habitantes (população urbana 58,3% e população rural 41,6%). O Rio Paraguai divide o pais de Norte a Sul em duas regiões ecológicas, bem diferenciadas. A Região Ocidental ou Chaco com uma superfície de 246.925km2 representa 61% do território paraguaio e tem apenas 3% da população total. Por outro lado, a Região Oriental possui uma superfície de 159.827km2, correspondente a 39% do território nacional e concentra 97% da população (CENSO, 2008). A agricultura é a atividade mais importante da economia paraguaia, representando aproximadamente 16% do PIB nacional. Os cultivos mais importantes são soja, algodão, milho, trigo, mandioca, cana de açúcar, gergelim e sorgo. Atualmente a soja (Glycine max L. Merril) é o principal produto agrícola no Paraguai, com uma área de produção de 2.957.408 há (safra 2011) e um rendimento médio de 2.483 kg.há-1 e uma produção total de 7.128.364 de toneladas (CAPECO, 2013). A capacidade tecnológica dos produtores de soja é refletida no aumento da produção e da produtividade, devendo-se mencionar que na maior parte da área utiliza-se a técnica de “semeadura direta” que foi introduzida em fazendas de médio porte mecanizadas do Paraguai, em 1990. Atualmente, o Paraguai é o país no mundo com a maior proporção de plantio direto sobre o total da superfície cultivada (CENSO, 2008). A qualidade das sementes é estabelecida durante a etapa de produção no campo, sendo que as demais etapas, como por exemplo, a secagem, o beneficiamento e o armazenamento poderão somente manter a qualidade (PESKE e BARROS, 2006) 47 Os procedimentos fundamentais para a produção de sementes de alta qualidade incluem a escolha da região produtora, considerando aspectos agronômicos, estruturais e comerciais; a seleção das áreas destinadas à produção (isolamento, sanidade, presença de plantas invasoras, localização e acesso, topografia, características de clima e solo); o estabelecimento de plano de sucessão de culturas; a origem e a qualidade das sementes básicas; o manejo da área (sistema de preparo do solo, época e cuidados durante a semeadura, adequação dos tratos culturais); as inspeções e erradicação de plantas indesejáveis; o controle de insetos e doenças; a colheita, a secagem e o beneficiamento; o estabelecimento de programa integrado de controle de qualidade durante todas as etapas de produção (MARCOS FILHO, 2005) Já se determinou efeitos positivos de fósforo para sementes de soja. Salientase que solos ricos em cálcio propiciam a formação de um melhor tegumento em sementes de soja, as quais tornam-se mais resistentes aos danos mecânicos. Entretanto, sabe-se que uma planta bem nutrida produzirá uma semente normal, que apresentará um bom desempenho mesmo sob condições adversas. (PESKE e BARROS, 2006) A adequação da fertilidade do solo, pela correção da acidez e pelo fornecimento de níveis adequados de potássio, fósforo e alguns micronutrientes é também essencial para a produção de semente de soja de boa qualidade (FRANÇA NETO et al., 2007) O crescimento e busca por novas tecnologias para uma melhoria na qualidade das sementes e consequentemente um aumento de produção de soja, vem buscando suprir as necessidades de nutrientes nas etapas mais importantes da cultura, sendo uma opção a adubação foliar com macronutrientes e micronutrientes (SUZANA et al., 2012). A fertilização foliar é uma via alternativa para completar a nutrição em soja. O Si não é considerado essencial para vegetais superiores, porque não atende aos critérios diretos e indiretos de essencialidade. Porém, sua absorção pode ocasionar efeitos benéficos para algumas culturas, como: resistência a doenças e pragas, tolerância à toxicidade por metais pesados a estresses hídricos e salinos, menor evapotranspiração, promoção de crescimento e nodulação em leguminosas, 48 efeito na atividade de enzimas e na composição mineral, melhoria da arquitetura da planta, redução no acamamento e consequente aumento da taxa fotossintética (EPSTEIN, 1999). Dada à importância que a cultura de soja vem apresentado no Paraguai, principalmente como produto de exportação, é relevante o conhecimento da qualidade da semente produzida, de novas tecnologias que poderem ser incorporadas. As informações sobre os benefícios do silício na nutrição da cultura da soja são escassas motivo e por isso objetivou-se, neste trabalho, avaliar o efeito de diferentes doses de silicato de alumínio aplicadas via foliar e no solo como fonte de silício na nutrição e proteção de plantas, atuando na qualidade de sementes de soja. 49 5.4 Material e métodos O experimento foi conduzido no campo experimental e no Laboratório de Qualidade de Sementes da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Nacional de Assunção, São Lorenzo, Departamento Central do Paraguai. O mesmo foi desenvolvido na safra agrícola 2011/2012. Foram utilizadas sementes de soja da cultivar BMX Turbo RR de porte médio, ciclo superprecoce, grupo de maturação 5,8 e habito de crescimento indeterminado. O tipo de silicato aplicado foi o silicato de alumínio conhecido como caulim, que é uma argila classificada e refinada, que contem 77,9% de SiO2 e pH 5,5. Foram conduzidos dos experimentos um destinado para aplicação no solo e outra para aplicação via foliar do silicato de alumínio. Para a aplicação no solo do silicato de alumínio foram preparadas parcelas 2m x 5m para cada dose. As doses de silicato de alumínio foram escolhidas de forma proporcional aos seguintes intervalos de 250 kg.há-1: 0, 250, 500, 750 e 1000 kg.há-1 aplicados no sulco de semeadura, misturadas com a semente e adubação de base de 400 kg/há-1 da formula 4 – 30 – 10. Os tratamentos com quatro repetições cada. Para à aplicação do silicato de alumínio via foliar, foram preparadas parcelas de 2m x 5m para cada dose. Foi realizada uma adubação de base de 400 kg/há-1 da formula 4 – 30 – 10. As doses de silicato de alumínio foram aplicadas de forma proporcional nos seguintes intervalos: 0, 75, 150, 225 e 300 kg.há-1 via foliar, distribuída em três aplicações; nos seguintes períodos: 30 dias após a emergência, na floração e no enchimento de grão. Os tratamentos com quatro repetições cada. A aplicação dos tratamentos foi realizada com pulverizadores manuais, costais, o volume de calda foi de 200 L. ha-1, foi adicionado espalhante adesivo composto por óleo siliconado na dosagem de 0,2 ml Para a avaliação foram descartadas as linhas de bordadura, utilizando-se apenas as quatro linhas centrais. As plantas foram colhidas quando observou-se que a maioria das vagens atingiram coloração marrom e os grãos cor amarela e o hilo cor marrom característico da cultivar, e, logo foi realizada a caracterização da qualidade fisiológica das sementes colhidas, pelos seguintes testes: Germinação 50 em areia (G) - quatro repetições de 50 sementes foram semeadas em caixas plásticas, tendo como substrato areia de textura média, umedecida com água e mantidas a temperatura constante de 25ºC. As avaliações foram realizadas no quinto e no oitavo dia após a semeadura, de acordo com os critérios das Regras para Análise de Sementes (ISTA, 2011). Tetrazólio (Tz) - foi executado pela metodologia indicada por França - Neto et al. (1998), empregando duas subamostras de 50 sementes, pré-condicionadas por 16horas a 25ºC, seguida de imersão em solução de sal de tetrazólio a 0,075%, a 40ºC por 3horas. Avaliou-se a viabilidade, o vigor e a causa da deterioração (umidade e lesão por percevejo). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com uma testemunha e quatro tratamentos com quatro repetições. As avaliações foram realizadas separado para cada tipo de aplicação (foliar e no solo). Os resultados obtidos foram submetidos a analise de variância pelo teste F e analisados por regressão polinomial. Para execução da análise estatística utilizou-se o programa para micro-computadores WinStat (MACHADO & CONCEIÇÃO, 2002). 51 5.5 Resultados e discussão 5.5.1. Aplicação foliar de Silicato de alumínio Os resultados de poder germinativo das sementes de soja provenientes de plantas que receberam aplicação foliar de silicato de alumínio não apresentaram diferenças significativas (Tabela 1). No entanto vale ressaltar que todas alcançaram a germinação mínima (80%) para sementes certificadas de soja, estabelecida nos padrões de laboratório das normas especificas para produção e comercialização de sementes certificadas e fiscalizadas da Lei de Sementes e Cultivares do Paraguai (SENAVE,2000). TABELA 1 – Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor (VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Doses kg.ha-1 0 75 150 225 300 CV % n.s.= não significativo Germinação % 80 ns 88 82 86 87 4,76 Tz – Viabilidade % 84 ns 90 87 88 92 6,4 Tz - Vigor % 75 ns 70 72 74 75 7,32 Os dados de porcentagem de viabilidade e vigor das sementes de soja, provenientes de plantas que receberam silicato de alumínio via foliar, avaliadas pelo teste de tetrazolio não apresentaram diferenças significativas. De modo geral, no teste de tetrazólio, as sementes apresentaram vigor médio alto, com valores entre 70% e 75% conforme classificação proposta por França-Neto et al (1998). Não foi detectada diferença significativa entre as porcentagens de dano por umidade das sementes oriundas de plantas que receberam Si via foliar. Os resultados indicam problemas sérios de umidade, conforme classificação proposta por França-Neto et al (1998), na qual níveis entre 7% a 10% indicam problemas sérios na produção de sementes de qualidade (Tabela 2). 52 As porcentagens de dano por percevejo não apresentam diferenças significativa entre as sementes avaliadas pelo teste de tetrazolio. Esses resultados diferem de aqueles achados pelo Bussolaro et al (2011) avaliando a aplicação de Si via foliar com controle de insetos e na produtividade da soja acharam que quando aplicado silico via foliar houve melhoria no desenvolvimento da soja, demonstrando, então aumento no número de grãos e uma diminuição na incidência de insetos resultando assim, num aumento de produtividade. TABELA 2 – Porcentagem de danos por umidade (DU) e por percevejo (DP), avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 6-8) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação foliar. Doses kg.ha-1 0 75 150 225 300 CV % n.s.= não significativo Tetrazolio DU % 7ns 5 5 6 6 22,72 DP % 8 ns 4 5 5 5 20,05 5.5.2. Aplicação no solo de Silicato de alumínio As porcentagens de germinação, viabilidade e vigor (avaliadas pelo teste de tetrazolio) de sementes, provenientes de plantas que receberam silicato de alumínio via solo, não apresentaram diferenças significativas (Tabela 3). Os valores do teste de germinação atingiram o valor mínimo exigido (80%) para sementes certificadas de soja, estabelecida nos padrões de laboratório das normas especificas para produção e comercialização de sementes certificadas e fiscalizadas da Lei de Sementes e Cultivares do Paraguai (SENAVE, 2000). A viabilidade das sementes avaliadas pelo teste de tetrazolio varia de 84% a 88%. A porcentagem de vigor obtido pelo mesmo teste, que vario entre 67% a 73%, classifica as sementes com um vigor médio (60% a 70%) segundo a classificação proposta pelo França-Neto et al. (1998). 53 As porcentagens de danos por umidade e percevejos avaliados pelo teste de tetrazolio nas sementes oriundas de plantas que receberam Si via solo, não apresentam diferencias significativas. Os resultados de dano por umidade mostram que a semente sofreu muito estresse por causa de falta de água, indicando que os níveis obtidos que vão entre 6 a 7% poderiam causar sérios problemas na produção de sementes de soja de qualidade. (Tabela 4). TABELA 3 – Porcentagem de germinação (G), e, viabilidade e vigor (VIAB) avaliada pelo teste de tetrazólio (Tz) de sementes de soja provenientes de plantas que rebeceram diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo. Doses kg.ha-1 0 250 500 750 1000 CV % n.s.= não significativo Germinação % 81 ns 84 81 82 82 5,19 Tz - Viabilidade % 84 ns 88 87 88 87 3,88 Tz – Vigor % 72 ns 73 67 71 70 5,24 TABELA 4 – Porcentagem de danos por umidade (DU) e por percevejo (DP), avaliados pelo teste de tetrazolio (Tz 6-8) de sementes de soja provenientes de plantas que receberam diferentes doses de silicato de alumínio via aplicação no solo. Doses kg.ha-1 0 250 500 750 1000 CV % n.s.= não significativo Tetrazolio DU % 7ns 7 6 7 6 24,35 DP % 7 ns 4 5 6 4 21,08 De modo geral as sementes provenientes de plantas que receberam silicato de alumínio via solo não sofreram alterações não sua qualidade fisiológica, provavelmente devido que as doses eram insuficientes para suprir as necessidades das plantas e aportar algum beneficio as mesmas. 54 5.6 Conclusão Sob as condições aos qual esta pesquisa foi desenvolvida, os dados obtidos permitiram as seguintes conclusões: Sementes de soja provenientes de plantas nas quais foram aplicadas doses de silicato de alumínio não sofreram alterações na sua qualidade fisiológica. 55 5.7 Referencias BUSSOLARO,I.; ZELIN,Z e SIMONETTI, P.M.M. Aplicação de silício no controle de percevejos e produtividade da soja. Cultivando o Saber, Cascavel, v.4, n.3, p.9-19, 2011 CAMARA PARAGUAYA DE EXPORTADORES DE CEREALES Y OELAGINOSAS – CAPECO. Disponível em www.capeco.org.py. Accesado 6 fev.2013. Dirección de Censo y Estadísticas Agropecuarias. Ministerio de Agricultura y Ganaderia.2008. Síntesis Estadísticas de la Producción Agropecuaria. Paraguay: Omega. 2008. EPSTEIN, Emanuel. Silicon. Annual Rewie of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, Alto Palermo, v.50, p 641-664,1999. FRANÇA-NETO,J.B;KRZYZANOWSKI,F.C;COSTA,N.P. O teste de tetrazolio em semente de soja. Londrina: Embrapa CNPSo,1998. 72 p. (Embrapa CNPSo. Documento 116). FRANÇA-NETO, J.B; KRZYZANOWSKI,F.C; PADUA, G.P; COSTA N.P.; HENNING, A.A. Tecnologia para produção de sementes de soja de alta qualidade. Série Sementes. Londrina: Embrapa Soja. 2007.12 p. (Embrapa Soja. Circular Técnica 40) MACHADO, A. A.; CONCEIÇÃO, A. R. Sistema de análise estatística para Windows. Winstat. Versão 1.0. UFPel, 2003. MARCOS FILHO, Julio. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: Fealq. 495 p. 2005. PARAGUAI. Decreto nº 7797/00. 2000. Pelo qual se regulamenta-se a Lei nº 385/95 de sementes e proteção de cultivares.SENAVE, Assunção. p 152-154. 2000. PESKE,S.T; BARROS, A.C.S.A. Produção de sementes. In: PESKE,S.T.; LUCCA FILHO,O.A.; BARROS, A.C.S.A. Sementes: fundamentos científicos e tecnológicos. 2.ed. Pelotas: Universitária. 2006. p.15-96 REGRAS DE LA INTERNACIONAL SEED TESTING ASSOCIATION. Traducido al español, versión 2011. SUZANA, C. S.; BRUNETTO, A.; MARANGON, D.; TONELLO, A.; KULCZYNSKI, S. M. Influência da adubação foliar sobre a qualidade fisiológica Das sementes de soja armazenadas. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, n.15; p. 2 3 8 , 2012. 56 6 Considerações finais • Utilização de silicato de alumínio como fonte de Si não apresentou efeitos sobre os componentes do rendimento de sementes de soja provenientes de plantas que receberam aplicação via foliar ou no solo de silicato de alumínio. • A qualidade fisiológica de sementes de soja não é alterada com a utilização de silicato de alumínio como fonte de Si aplicada via foliar ou no solo, quando produzida sob condições favoráveis e desfavoráveis. 57 Anexos 58 797 11 Código 0-15 cm. Prof. Central FCA/UNA 4,77 pH 1.2 - 2.8 > 2.8 Medio Alto > 30 12 - 30 < 12 P < 2.51 2.51 6.0 > 6.0 Ca+2 0.4 0.8 > 0.8 < 0.4 Mg+2 < 0.12 0.12 0.3 > 0.3 K+ 3,00 ppm P Mg+2 1.5 3.0 > 3.0 < 1.5 Na+ 1,17 0.4 0.9 > 0.9 < 0.4 Al+H+ 0,70 ------------------------ Ca+2 Observación: Los resultados analíticos corresponden a las muestras recibidas en nuestro laboratorio < 1.2 Mat. Org. Bajo Nivel 0,69 % Mat. Org. Distrito: 0,11 cmolc /kg K+ + Al+3+H pH > 7.4 6.5 - 7.4 5.6 - 6.4 < 5.6 0,00 Alcalino Neutro Lig. Acido Acido 1,56 ---------------------------- Na+ San Lorenzo | Planilla de resultados de análisis de suelos ARENOSA Textural Clase Departamento de Suelos y Ordenamiento Territorial Laboratorio de Servicio al Público 10 YR 4/6 Munsell MARRON Descripción 07/04/11 Color Responsable de los analisis Q.A. DORALICIA ZACARIAS SERVIN Fecha: Anexo A – Análise de solo campus experimental FCA/UNA. São Lorenzo, Paraguai. La siguiente tabla le ayudará a interpretar los resultados Lab. Nº Departamento: Propietario: Labor. Nº de CODIGO cm. PROF. KCl 1M 0,02 M pH CaCl2 pH 1:1 H 2O pH Central ΔpH Al+3 Al+3+H+ Ca+2 Mg+2 DISTRITO: K+ Na+ CIC % Sat.Bas. Fecha: % M.O. cmolc/kg Arcilla CIC 22-02-13 DEPARTAMENTO DE SUELO Y ORDENAMIENTO TERRITORIAL LABORATORIO DE SERVICIO AL PUBLICO Facultad de Ciencias Agrarias Universidad Nacional de Asunción % C.O. mg/kg P Zn Fe 5.5 3.9 57.0 Cu Anexo B – Análise de solo (micronutrientes) campus experimental FCA/UNA. São Lorenzo, Paraguai. PROPIETARIO: REMITENTE: DEPARTAMENTO: 61.0 Mn Anexo C – Temperatura média diária em ºC do campus experimental FCA/UNA/2011. São Lorenzo, Paraguai. Temperatura media diaria en ºC Estación: Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San Lorenzo Año: 2011 Latitud: 25°20'10" S Longitud: 57°31'3" O Elevación: Día/Mes Ene Feb Mar Jun Jul Ago Set 128 m Oct Nov Dic 27.9 24.3 24.8 26.5 15.6 19.4 13.7 8.9 18.7 24.4 23.8 19.5 2 26.1 27.0 26.8 26.5 13.4 19.4 - 9.4 23.8 27.4 24.1 20.9 3 27.7 30.1 26.7 25.3 15.7 21.5 - 11.6 24.7 23.7 25.5 - 4 29.6 28.8 27.7 26.0 18.8 19.0 9.1 11.3 25.9 24.8 27.7 28.5 5 28.5 25.6 26.8 26.0 23.6 19.2 10.3 9.8 17.9 26.6 30.7 23.9 6 31.9 28.3 27.1 23.3 22.8 18.0 13.0 14.6 19.3 29.2 27.7 25.4 7 31.5 27.5 27.5 23.5 21.9 13.5 8.5 23.8 19.2 29.7 26.6 25.2 8 30.9 25.3 27.7 23.5 24.0 14.6 8.5 11.5 16.1 25.7 28.0 24.2 9 28.4 23.2 28.7 22.6 24.8 14.5 - 18.6 17.9 25.0 30.5 24.7 10 30.3 25.6 28.0 22.8 26.6 13.9 - 20.3 20.1 22.5 24.0 23.8 11 27.6 26.2 27.9 24.4 24.7 14.0 21.1 26.0 19.6 26.4 27.4 24.0 12 28.3 24.4 27.2 23.7 24.8 18.2 23.5 27.0 21.4 23.2 28.5 27.9 13 29.6 27.2 24.3 26.6 26.1 19.1 24.9 28.5 25.3 20.9 22.5 24.7 14 31.2 27.9 22.5 28.9 - 21.3 26.1 23.8 26.5 20.7 22.0 24.0 15 29.2 28.2 24.5 21.0 - 20.1 26.5 19.1 23.0 21.6 22.8 23.3 16 30.8 29.6 27.6 - 16.3 24.2 - 28.5 26.8 24.6 24.0 24.8 17 28.5 30.7 28.3 - 20.5 22.2 - 22.6 20.0 22.4 23.3 - 18 28.5 30.0 24.3 26.0 21.1 22.0 18.1 22.0 20.9 25.6 25.0 - 19 31.3 28.8 26.4 21.4 20.9 25.0 17.9 14.6 16.8 26.1 24.1 25.5 20 24.2 31.0 27.9 28.6 21.2 26.5 16.2 - 17.7 25.9 27.1 28.1 21 27.9 27.9 27.5 24.7 20.9 23.5 11.8 - 20.6 26.4 20.4 26.8 22 27.2 27.6 29.5 26.6 26.6 19.1 8.9 7.7 25.0 26.1 19.8 33.1 23 25.7 22.9 25.6 19.8 21.9 15.4 14.1 11.8 21.6 28.9 24.9 34.5 24 27.9 23.4 27.8 22.3 23.7 14.9 18.7 13.7 20.1 27.6 26.5 24.6 25 30.7 24.5 27.9 22.9 21.3 12.3 24.3 20.3 22.1 23.4 28.2 21.6 26 31.2 22.0 28.4 23.7 16.3 8.5 21.8 22.4 23.9 23.4 26.5 28.0 27 33.4 25.0 28.2 24.8 16.0 7.1 21.3 22.0 26.4 23.5 27.1 31.4 28 31.4 25.8 25.8 23.3 16.1 10.5 25.2 24.6 24.3 28.1 28.5 30.5 29 27.7 24.2 22.2 17.3 13.7 22.1 23.9 27.2 24.5 28.2 30.2 30 29.3 24.3 20.6 18.7 14.5 15.2 19.4 31.7 20.7 27.7 29.1 31.0 25.9 - Sin datos May 1 31 Media Abr 18.5 29.2 26.7 26.7 23.6 12.6 20.7 16.8 17.5 17.3 21.7 18.4 22.1 31.2 24.9 29.2 25.8 26.5 Anexo D – Temperatura média diária em ºC do campus experimental FCA/UNA/2012. São Lorenzo, Paraguai. Temperatura media diaria en ºC Estación: Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San Lorenzo Año: 2012 Latitud: 25°20'10" S Longitud: 57°31'3" O Elevación: Día/Mes Ene Feb Mar Jun Jul Ago Set 128 m Oct Nov Dic 27.8 24.7 23.8 25.9 16.2 19.4 26.1 25.9 23.7 31.9 24.3 28.3 2 27.4 27.5 22.2 24.6 16.8 24.1 27.5 24.6 24.5 33.9 25.1 31.1 3 30.4 28.2 28.8 27.2 19.5 17.6 14.9 27.1 27.0 21.8 26.3 30.5 4 32.1 29.7 28.8 22.7 18.4 13.4 19.1 23.3 26.6 25.6 29.1 31.7 5 29.7 31.6 29.5 26.1 18.5 13.2 16.1 18.1 28.0 29.1 30.1 32.1 6 29.3 32.8 31.4 21.2 24.8 14.3 11.6 22.1 27.0 30.3 29.4 32.5 7 31.6 33.3 31.5 25.6 23.0 6.7 11.0 25.7 24.6 31.1 27.7 27.8 8 32.8 32.7 31.9 24.7 20.4 8.2 13.6 22.5 24.1 32.1 25.1 28.8 9 32.9 26.2 27.7 24.1 20.3 9.8 15.7 21.0 23.2 30.0 29.5 30.6 10 32.7 29.0 31.4 22.3 24.7 17.0 19.5 24.7 19.6 21.1 27.7 33.1 11 31.8667 26.2 31.0667 26.0 25.8 19.4 13.2 24.1 19.5 16.9 24.8 33.6 12 24.9 28.1 31.7333 27.2 17.5 20.0 13.3 27.6 22.2 20.4 22.8 33.8 13 25.4 30.2 29.6 27.8 16.6 23.4 15.0 22.4 21.2 21.5 24.2 24.2 14 26.2 32.4 25.4 25.1 17.9 26.1 17.4 24.1 30.3 27.4 23.6 24.5 15 30.5 31.3 24.2 20.4 16.2 25.0 14.3 21.4 32.8 26.4 25.0 28.4 16 28.4 30.9 20.9 22.6 21.4 25.2 11.8 26.4 30.2 22.4 28.0 30.8 17 31.0 31.2 23.6 25.0 21.9 21.0 9.8 25.1 33.0 22.6 28.0 30.4 18 31.8 32.2 28.7 26.7 22.6 17.9 12.1 23.3 32.9 26.4 27.1 29.0 19 31.9 31.6 29.2 24.4 21.8 16.2 15.7 25.9 16.0 24.8 25.4 31.0 20 26.2 31.0 28.1 20.4 21.2 13.5 17.8 24.7 18.4 25.4 29.1 31.0 21 31.2 31.5 23.0 20.8 21.5 16.6 16.0 25.5 22.3667 24.1 31.5 24.7 22 29.05 24.8 23.0 20.7 24.3 14.5 19.0 27.1 20.1 29.0 31.0 26.4 23 30.7 25.2 22.3 20.0 18.6 15.3 20.3 24.7 20.3 25.1 23.8 30.3 24 29.2 24.9 20.8 22.4 18.2 17.6 21.5 21.5 28.3 21.1 24.6 30.7 25 28.6 28.0 24.9 19.3 17.8 18.8 13.7 12.7 15.9 26.2 26.0 33.3 26 28.2 28.1 20.5 17.4 21.2 20.3 16.6 11.3 15.0 25.1 26.0 29.8 27 32.5 25.2 18.0 18.9 22.4 21.3 16.3 9.8 18.6 26.1 28.7 23.6 28 29.7 27.5 17.0 17.7 26.8 21.1 15.9 13.3 21.1 25.2 29.9 22.6 29.4 18.8 13.4 24.9 26.7 13.8 19.2 22.7 29.4 22.8 29.3 21.8 12.7 22.4 23.0 11.7 22.7 30.7 28.8 28.1 26.3 30 32.7 31 30.6 23.2 May 1 29 Media Abr 29.9 29.145 17.8 25.6 22.4 16.4 20.7 18.2 16.0 26.3 22.4 25.4 24.0 26.0 27.0 26.8 29.3 Anexo E – Precipitação média diária em milímetro do campus experimental FCA/UNA/2011. São Lorenzo, Paraguai. Precipitación diaria en milímetro Estación: Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San Lorenzo Año: 2011 Día/Mes Ene Mar Abr May Jun Jul Ago 25°20'10" S Longitud: 57°31'3" O Elevación: 128 m Set Oct Nov Dic 1 83.3 0.0 2.3 0.0 0.2 0.0 0.0 2.3 0.0 85.0 0.0 0.7 2 0.9 11.4 5.5 0.0 2.2 0.0 0.0 0.7 0.0 0.0 0.0 0.0 3 7.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 5 0.0 20.6 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 22.5 0.0 6 9.7 3.5 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 7 0.0 1.2 0.0 0.0 0.0 24.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 8 0.3 6.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 2.8 33.0 0.0 0.0 9 0.0 1.5 0.0 0.0 0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 3.8 10 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 57.4 0.0 0.0 0.0 8.2 0.0 * 11 7.2 * 0 0 0.0 0.0 0 0 0.0 0 4.2 0.0 12 0.7 26.1 0.0 11.5 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 22.2 0.0 0.0 13 0.0 1.2 0.0 0.0 0.0 1.6 0.0 0.0 0.0 16.6 67.0 0.0 14 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 3.4 * 0.0 0.0 8.3 8.5 0.0 15 0.0 0.0 0.0 50.5 32.6 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 10.7 0.0 16 1.3 0.0 0.0 12.5 0.0 0.0 0.0 0.0 * 0.0 0.0 0.0 17 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 42.0 0.0 0.0 0.0 18 8.1 0.0 27.3 0.0 0.0 0.0 33.7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 19 0.0 0.7 0.7 0.0 0.0 0.0 0.0 5.3 0.0 0.0 0.0 0.0 20 45.0 2.4 0.0 1.5 0.0 0.0 14.9 0.0 0.4 0.0 0.5 0.0 21 11.1 37.2 0.0 24.6 0.0 14.9 28.5 0.0 0.0 0.0 64.7 0.0 22 5.5 8 0 0 0.0 4.2 0 0.3 0.0 0.0 17.3 0.0 23 0.2 11.7 0.0 0.0 10.5 0.0 0.0 1.7 25.5 0.0 0.1 0.0 24 6.5 54.6 0.0 24.7 8.7 0.6 0.0 0.0 0.0 0.3 0.0 0.0 25 0.0 52.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 39.0 0.0 12.0 26 0.0 10.5 85.0 0.0 0.0 1.9 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 27 0.0 0.0 22.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 28 0.0 0.0 1.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 29 0.0 2.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 4.1 0.0 0.0 8.5 39.0 0.0 0.0 1.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 4.5 0.0 164.3 54.4 50.9 140.3 10.3 70.7 208.5 203.7 16.5 30 31 Total Mensual * trazas no medibles Feb Latitud: 0.0 0.0 186.8 1.1 249.2 156.0 0.0 0.0 Anexo E – Precipitação média diária em milímetro do campus experimental FCA/UNA/2012. São Lorenzo, Paraguai. Precipitación diaria en milímetro Facultad de Ciencias Agrarias - UNA - San Lorenzo Estación: Año: 2012 Día/Mes Ene 1 0.0 2 3 Mar Abr May Jun Jul Ago 25°20'10" S Longitud: 57°31'3" O Elevación: 128 m Set Oct Nov Dic 22.9 0.0 0.0 0.0 0.6 0.0 0.0 0.0 0.0 0.1 0.0 4.0 19.2 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.2 0.0 0.0 32.0 0.0 0.0 0.0 2.0 0.0 0.0 0.0 9.3 0.0 58.3 4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1.4 0.0 0.0 0.0 19.1 0.0 0.0 5 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 6 0.0 0.0 0.0 3.4 0.0 0.0 30.7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 7 0.0 0.0 0.0 0.2 0.0 0.0 0.6 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 8 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 3.3 0.0 9 0.0 0.0 0.0 0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 12.7 0.0 0.8 0.0 10 0.0 15.8 0.0 23.8 0.0 1.4 0.0 0.0 0.0 8.3 0.0 0.0 11 0.0 0.0 0.0 14.7 0.0 0.0 0.1 0.0 0.1 0.1 0.0 0.0 12 17.7 0.0 0.0 0.7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 13 23.6 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 14 0.0 0.0 42.5 35.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 49.4 15 0.0 0.0 2.5 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 26.0 0.0 0.0 16 0.0 0.0 0.0 0.1 0.0 0.0 0.1 7.6 0.0 26.3 0.0 0.0 17 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 18 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 25.0 0.0 2.6 0.0 0.0 0.0 0.0 19 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 17.0 0.0 0.0 0.0 20 0.0 0.0 0.0 28.3 0.0 0.2 0.0 0.0 0.0 0.0 1.9 0.0 21 6.2 0.0 0.0 33.0 0.0 0.0 0.0 0.1 0.0 63.2 0.0 0.0 22 0.0 10.8 3.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 20.4 0.0 5.2 23 0.2 0.3 2.5 0.0 17.0 0.0 0.0 0.0 0.0 14.9 43.5 0.0 24 0.0 6.0 0.0 0.0 27.3 0.0 3.6 0.0 0.0 0.4 1.0 0.0 25 0.0 0.0 0.0 0.9 0.0 0.0 2.3 0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 26 0.0 0.0 0.0 56.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 15.5 0.0 1.3 27 0.0 0.5 70.5 0.5 1.2 0.0 7.3 0.0 0.0 0.0 0.7 0.0 28 0.0 0.0 0.0 3.5 0.2 0.0 0.0 3.9 0.0 0.0 0.0 0.0 29 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 31.0 0.0 0.0 1.0 63.5 0.0 30 0.0 0.0 0.3 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 1.0 50.8 0.0 31 0.0 0.0 0.0 0.0 76.7 14.3 Total Mensual * trazas no medibles Feb Latitud: 47.7 92.3 140.3 7.8 200.9 53.5 30.6 0.0 29.8 205.5 0.0 6.4 165.8 120.6