Evandro Chagas é "alarme antivírus" do país

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INSTITUTO EVANDRO CHAGAS
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VEÍCULO: DIÁRIO DO PARÁ ONLINE
DATA: 19/04/2017
ASSUNTO: INSTITUTO EVANDRO CHAGAS
PÁG. A14
TIPO: NOTÍCIA
ENDEREÇO WEB:
http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-407758-evandro-chagas-e-alarme-antivirus-do-pais.html
ACESSADO EM: 19/04/2017
Evandro Chagas é "alarme antivírus" do país
(Foto: Divulgação)
Com surtos sucessivos no país desde 2013 -- de dengue, zika, chikungunya e, mais recentemente,
febre amarela -, o Instituto Evandro Chagas (IEC) vem tendo papel central não apenas no alerta,
mas no estudo destes arbovírus (transmitidos por artrópodes, como mosquitos), informou a Folha
de S. Paulo em reportagem nesta quarta-feira (19).
Ao longo destes anos, o IEC, por exemplo, foi responsável por desenvolver uma vacina contra o
zika, em parceria com a Universidade do Texas. O centro paraense acabou de concluir a fase de
estudos em macacos e chegou a uma opção que será testada em humanos. Situado em
Ananindeua, região metropolitana de Belém, o instituto completou 80 anos em novembro e passa
por sua fase mais produtiva.
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Sua seção de patologia, que recebia cerca de 400 amostras para diagnóstico por ano, recebeu 625
em 2015 e 926 no ano passado. "Terminamos 2016 ainda com zika acontecendo e com a chegada
de amostras de primatas e humanos mortos por febre amarela. Já temos quase 300 casos para
diagnóstico só neste ano. Se isso se mantiver, vamos passar de mil", diz Arnaldo Martins Filho, 40,
chefe da seção de patologia do IEC.
Exames, pesquisas e treinamentos.
Além da demanda por exames, aumentou também a de treinamento -- o Instituto ensina técnicas
de diagnóstico para pesquisadores de diversos laboratórios, como os da Fiocruz, do Rio, e do
Adolfo Lutz, de São Paulo. O orçamento do IEC acompanhou a alta: em 2014, estava em torno de
R$ 40 milhões anuais; em 2016, foi de R$ 60 milhões. Neste ano, o instituto pediu R$ 100 milhões,
mas recebeu R$ 70 milhões.
A gente não vive só do orçamento do ministério, obtemos financiamento na Capes, no CNPq, no
FINEP. “No ano passado, conseguimos mais de R$ 25 milhões para gastar em projetos pelos
próximos três anos”, diz o virologista Pedro Vasconcelos, 59, diretor do instituto desde 2014.
Boa parte desse impulso financeiro se deveu à crise do zika e sua associação com a microcefalia
em bebês, conexão que foi demonstrada pioneiramente pelo IEC. O vírus da dengue, no entanto,
continua sendo o mais problemático em termos de saúde pública, com seus quase 2 milhões de
casos no ano passado.
Vasconcelos também destaca a crescente disseminação do chikungunya. "Em 2015, foram
notificados cerca de 8.000 casos em todo o país. Em 2016, já eram quase 300 mil casos. Tivemos
quase 200 mortes por causa do chikungunya no ano passado, algo inédito no mundo. E ainda não
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entendemos direito o porquê disso. Na África e na Ásia ele não causou essa quantidade de
mortes", finalizou.
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