UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FERNANDO DE FARIA VECCHIO LINS COMPARATIVOS ENTRE MODELOS ESTRUTURAIS INTEGRADOS DE ANÁLISE, FORMADOS POR PÓRTICO ESPACIAL E GRELHA, APLICADOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE EDIFÍCIOS DE MULTIPLOS PAVIMENTOS FORTALEZA 2010 ii FERNANDO DE FARIA VECCHIO LINS COMPARATIVOS ENTRE MODELOS ESTRUTURAIS INTEGRADOS DE ANÁLISE, FORMADOS POR PÓRTICO ESPACIAL E GRELHA, APLICADOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE EDIFÍCIOS DE MULTIPLOS PAVIMENTOS Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Orientador: Profa. Dra. Magnólia Maria Campelo Mota. Co-orientador: Prof. Dr. Augusto Teixeira de Albuquerque. FORTALEZA 2010 L731c Lins, Fernando de Faria Vecchio Comparativos entre modelos estruturais integrados de análise formados por pórtico espacial e grelha, aplicados em estruturas de concreto armado de edifícios de múltiplos pavimentos / Fernando de Faria Vecchio Lins. – Fortaleza, 2010. 124 f. il.; color. enc. Orientadora: Profa. Dra. Magnólia Maria Campelo Mota Co-orientador: Prof. Dr. Augusto Teixeira de Albuquerque Monografia (graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Depto. de Engenharia Estrutural e Construção Civil, Fortaleza, 2010. 1. Concreto armado 2. Edifícios 3. Teoria estrutural I. Mota, Magnólia Maria Campelo (orient.) II. Albuquerque, Augusto Teixeira de (co-orient.) III. Universidade Federal do Ceará – Graduação em Engenharia Civil. IV. Título CDD 620 iii FERNANDO DE FARIA VECCHIO LINS COMPARATIVOS ENTRE MODELOS ESTRUTURAIS INTEGRADOS DE ANÁLISE, FORMADOS POR PÓRTICO ESPACIAL E GRELHA, APLICADOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE EDIFÍCIOS DE MULTIPLOS PAVIMENTOS Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. iv Dedico esse trabalho à minha referência de ética profissional, meu pai que tanto amo, Fernando Lins, juntamente a minha mãe e irmão que também tanto amo, Ana Lúcia e Luiz Claudio Vecchio. v AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todas as pessoas que contribuíram de forma direta e indiretamente não penas para a conclusão desse trabalho, mas também para a concretização desse sonho, que a é a obtenção do grau de engenheiro civil. Quero inicialmente agradecer a Deus que me amparou nos momentos mais difíceis do curso. Em especial meu pai, Fernando Lins, exemplo de profissional que pretendo me espelhar sempre, minha mãe, Ana Lúcia Vecchio, pelo fervoroso apoio e incentivo, meu melhor amigo, que tanto me ajudou durante todo esse período, meu irmão, Luz Cláudio Lins, minha namorada e companheira de todos os momentos, sempre muito compreensível, Julia Wolfgang e todos da minha família que eu tanto amo. Agradecer aos amigos que eu fiz ao longo dessa jornada, onde muitas vezes dividimos noites em claro e semanas de preocupação, fazendo trabalho e estudando para as provas. São eles: Arthur William, Carlos Eduardo, Danilo Jorge, Elmo Rola, Felipe Linard, Maria Fabíola, Mateus Herculano, Raul Machesi, Renato Gadelha e todos os outros. Não poderia esquecer dos meus amigos de longa data, Bruno Melo, Felipe Gomes, Felipe Napoleão, Gabriel Neto, Harson Nishimura, João Victor Oliveira, Nelson Sandes e Pedro Martins . Agradecer a todos os professores, que contribuíram não apenas para a formação dos conhecimentos, mas também com a doação de bons valores que espero guardar com muito zelo durante a minha vida pessoal e profissional. Em especial agradecer minha orientadora, professora Magnólia Maria Campelo Mota, pelo apoio e incentivo de prosseguir com o desenvolvimento e conclusão do trabalho, como também aos professores Augusto Teixeira de Albuquerque e Joaquim Eduardo Mota pela valiosa ajuda. Não poderia me esquecer do professor Aldo de Almeida Oliveira, pelo qual tenho muito apreço e admiração. Citar também as duas secretárias da coordenação da engenharia civil, Selimar e Léo que sempre me receberam com muito carinho. vi “Seja a mudança que você quer ver no mundo.” Mahatma Gandhi vii RESUMO O comparativo entre os dois modelos integrados, presentes no software de projeto estrutural, amplamente utilizado em escritórios no Brasil, o CAD/TQS, será o foco dos estudos desse trabalho. A engenharia estrutural está constantemente em processo de adaptação a novidades impostas pelas evoluções tecnológicas. Inovações que precisam ser aferidas, tendo como base as tecnologias já consagradas no meio técnico. Os modelos integrados, denominados modelo III e IV, seguem esse mesmo dilema, ambos apresentam uma similaridade em sua essência ao incorporarem modelos integrantes, representados pelo pórtico espacial e grelha. Porém cada um faz diferentes considerações quanto à aplicabilidade desses modelos integrantes. Tomando como base o que foi exposto anteriormente, o presente trabalho tem como principal finalidade promover um comparativo, através de um estudo de caso, entre um modelo estrutural integrado, no caso o modelo III, já difundido em vários escritórios de projeto de estrutura de concreto armado e o modelo IV, mais atual e refinado. Objetivando identificar o que melhor se aplica na analise de edifícios de múltiplos pavimentos de concreto armado. Palavras-chaves: análise estrutural, edifícios de múltiplos pavimentos e modelos integrados. viii ABSTRACT The comparison between the two integrated models, present in the structural design software that it’s widely used in offices in Brazil, the CAD / TQS, will be the focus of studies of this work. The structural engineering is constantly in adjustment process by the new technological developments that are imposed. Innovations that need to be recomputed based on the already established technologies in technical means. The integrated models, called model III and IV, follow this same dilemma, both have a resemblance in essence by incorporating integral models, represented by the space portico and grid. Nevertheless each one has different considerations about the integral models applicability. Based on what has been previously exposed, the present paper mainly aim is promoting a comparison, through a study case, between an integrated structural model, in this case the model III, already widespread in several design offices of concrete structure and model IV, the most current and refined one. Aiming the identification of the most applicable multi-floor reinforced concrete buildings’ analysis. Key-words: Structural analysis, multi-floor buildings and integrated models. ix LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Pórtico simplificado para a obtenção dos coeficientes (NBR 6118: 2003). .......... 9 Figura 2.2 – Ligações entre elementos lineares (NBR 6118: 2003). ..................................... 12 Figura 4.1 – Opção selecionada dos esforços do cálculo do γz (CAD/TQS). ......................... 32 Figura 4.2 – Opção selecionada da consideração automática do γz na transferência (CAD/TQS). ........................................................................................................................ 32 Figura 4.3 – Opção selecionada das cargas verticais para o cálculo de momentos de segunda ordem (CAD/TQS)............................................................................................................... 33 Figura 4.4 – Opção selecionada dos coeficientes para a consideração da deslocabilidade da estrutura (CAD/TQS). .......................................................................................................... 33 Figura 5.1- Fluxograma do modelo III (CAD/TQS). ............................................................. 35 Figura 5.2 - Fluxograma do modelo III (CAD/TQS). ............................................................ 35 Figura 5.3 – Seleção do redutor do coeficiente de mola (CAD/TQS). ................................... 36 Figura 5.4 – Seleção do redutor para o coeficiente de mola para apoios elásticos (CAD/TQS). ............................................................................................................................................ 37 Figura 5.5 – Seleção do multiplicador da largura equivalente de pilar nos apoios elásticos independentes (CAD/TQS). ................................................................................................. 37 Figura 5.6 – Seleção do modelo de apoio padrão (CAD/TQS). ............................................. 38 Figura 5.7 – Seleção do modo de calculo do pé-direito para coeficiente de mola (CAD/TQS). ............................................................................................................................................ 38 Figura 5.8 – Seleção da consideração de seção T (CAD/TQS). ............................................ 39 Figura 5.9 – Seleção do redutor da inércia de torção para vigas sem predominância de torção (CAD/TQS). ........................................................................................................................ 39 Figura 5.10 – Seleção do redutor de inércia do comando torção (CAD/TQS). ...................... 40 Figura 5.11 – Seleção do fator engastamento parcial das vigas (CAD/TQS). ........................ 40 Figura 5.12 – Seleção do apoio elástico independe da laje no pilar (CAD/TQS). .................. 41 Figura 5.13 – Seleção do limite de extensão para apoio elástico independente (CAD/TQS). . 42 Figura 5.14 – Seleção do divisor de torção (CAD/TQS). ...................................................... 43 Figura 5.15 – Seleção do momento Wood-armer (CAD/TQS). ............................................. 43 Figura 5.16 – Seleção da plastificação dos apoios sobre as vigas (CAD/TQS). ..................... 44 Figura 5.17 – Seleção da plastificação sobre os pilares internos (CAD/TQS). ....................... 45 Figura 5.18 – Seleção da opção de vigas com seção T (CAD/TQS). ..................................... 46 Figura 5.19 – Seleção do redutor de inércia torção (CAD/TQS). .......................................... 47 Figura 5.20 – Seleção da opção de rigidez lateral das vigas (CAD/TQS). ............................. 47 Figura 5.21 – Seleção do fator de engastamento parcial das vigas (CAD/TQS)..................... 48 Figura 5.22 – Seleção do Offset rígido nas ligações viga pilar (CAD/TQS). ......................... 49 Figura 5.23 – Seleção da opção de flexibilização das ligações viga pilar (CAD/TQS). ......... 49 Figura 5.24 – Seleção das opções de considerações da área da seção transversal dos pilares (CAD/TQS). ........................................................................................................................ 50 Figura 5.25 – Seleção do coeficiente de mola padrão (CAD/TQS) ....................................... 50 Figura 5.26 – Seleção das opções referentes ao estado limite último (CAD/TQS). ................ 51 Figura 6.1 – Modelo tridimensional da estrutura (CAD/TQS)............................................... 54 Figura 6.2 – Critérios de cálculo da ação do vento na estrutura modelo (CAD/TQS) ............ 63 Figura 7.1 – Modelo da viga V18. ....................................................................................... 72 Figura 7.2 – Modelo da viga V26. ........................................................................................ 73 Figura 8.1 - Modelo genérico de uma viga com apenas um vão sobre apoios elásticos.......... 87 Figura 8.2 - Modelo genérico de uma viga com apenas um vão sobre apoios flexibilizado. .. 88 Figura 8.3 - Modelo genérico de uma viga com dois vãos sobre apoios elástico. .................. 88 x Figura 8.4 - Modelo genérico de uma viga com dois vãos sobre apoios flexibilizados ......... 88 Figura A.1 - Planta arquitetônica do pavimento térreo (Araújo: 2009). ................................. 93 Figura A.2 - Planta arquitetônica do pavimento tipo (Araújo: 2009). .................................... 94 Figura A.3 - Planta arquitetônica da coberta e da casa de máquinas (Araújo: 2009). ............. 95 Figura A.4 - Corte arquitetônico A-A (Araújo: 2009). .......................................................... 96 Figura A.5 - Corte arquitetônico B-B (Araújo: 2009). .......................................................... 97 Figura B.1 - Planta de forma do pavimento térreo (Araújo: 2009)......................................... 98 Figura B.2 - Planta forma do pavimento tipo (Araújo: 2009). .............................................. 99 Figura B.3 - Planta de forma da coberta e da casa de máquinas (Araújo: 2009). ................. 100 Figura B.4 - Planta de forma da mesa dos motores (Araújo: 2009). .................................... 101 Figura B.5 - Planta de forma do teto da casa de máquinas (Araújo: 2009). ......................... 101 Figura B.6 - Planta de forma do fundo do reservatório elevado (Araújo: 2009). .................. 102 Figura B.7 - Planta de forma da tampa do reservatório elevado (Araújo: 2009). ................. 102 Figura C.1 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do pavimento térreo - kN/m (Araújo:2009). ................................................................................................................... 103 Figura C.2 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do pavimento tipo - kN/m (Araújo:2009). .......................................................................................................................................... 104 Figura C.3 - Cargas permanentes atuantes nas vigas da coberta e da casa de máquinas - kN/m (Araújo:2009). ................................................................................................................... 105 Figura C.4 - Cargas permanentes atuantes nas vigas na mesa do motor - kN/m (Araújo:2009). .......................................................................................................................................... 106 Figura C.5 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do barrilete - kN/m (Araújo:2009). .... 106 Figura D.1 - Planta de carga do modelo III para todas as cargas verticais (CAD/TQS). ...... 107 Figura D.2 - Planta de carga do modelo IV para todas as cargas verticais (CAD/TQS). ...... 108 Figura D.3 - Planta de carga do modelo III para ação do vento incidindo a 180º (CAD/TQS). .......................................................................................................................................... 109 Figura D.4 - Planta de carga do modelo IV para ação do vento incidindo a 180º (CAD/TQS). .......................................................................................................................................... 110 xi LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Coeficientes de solidariedade entre as vigas e os pilares externos (NBR 6118: 2003). .................................................................................................................................... 9 Tabela 3.1 – Valores do coeficiente γf = γf1 . γf3 (NBR 6118: 2003) ................................... 21 Tabela 3.2 – Valores do coeficiente γf2 (NBR 6118: 2003). ................................................. 21 Tabela 3.3 – Combinações geradas pelo CAD/TQS para o pórtico espacial (TQS) ............... 25 Tabela 3.4 – Combinações geradas pelo CAD/TQS para grelha (TQS) ................................. 26 Tabela 6.1 – Classe de agressividade ambiental da estrutura modelo. ................................... 55 Tabela 6.2 – Cargas de serviço das lajes do pavimento do pavimento tipo – kN/m² (Araujo: 2009). .................................................................................................................................. 57 Tabela 6.3 – Cargas de serviço nas lajes da cobertura e piso da casa de maquinas – kN/m² (Araujo: 2009). .................................................................................................................... 58 Tabela 6.4 – Carga de serviço da mesa do moto e do barrilete – kN/m² (Araujo: 2009). ....... 58 Tabela 6.5 – Cargas das lajes do reservatório – kN/m² (Araujo: 2009) .................................. 59 Tabela 6.6 – Reações das escadas nas vigas que a sustentam – kN/m. (Araujo: 2009)........... 62 Tabela 7.1 – Parâmetros de estabilidade global pelo modelo III. ........................................... 65 Tabela 7.2 – Parâmetros de estabilidade global pelo modelo IV. .......................................... 65 Tabela 7.3 – Comparativo dos parâmetros de estabilidade global. ........................................ 66 Tabela 7.4 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para todas as cargas verticais (Fz). ....................................................................................................................... 69 Tabela 7.5 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (Fz). 70 Tabela 7.6 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (Fx). ............................................................................................................................. 71 Tabela 7.7 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (My)............................................................................................................................. 71 Tabela 7.8 – Envoltória de momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. ........... 74 Tabela 7.9 – Envoltória de momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. ........... 74 Tabela 7.10 – Envoltória de esforço cortante da viga V18 para os modelos III e IV. ............. 74 Tabela 7.11 – Envoltória de esforço cortante da viga V26 para os modelos III e IV. ............. 75 Tabela 7.12 – Comparativo da envoltória de momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 75 Tabela 7.13 – Comparativo da envoltória de momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 75 Tabela 7.14 – Comparativo da envoltória de esforços cortantes da viga V18 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 76 Tabela 7.15 – Comparativo da envoltória de esforços cortantes da viga V26 para os modelos III e IV. ................................................................................................................................ 76 Tabela 7.16 – Momentos fletores da viga V18 pelos modelos III e IV. ................................. 78 Tabela 7.17 – Momentos fletores da viga V26 pelos modelos III e IV. ................................. 78 Tabela 7.18 – Esforços cortantes da viga V18 pelos modelos III e IV. .................................. 79 Tabela 7.19 – Esforços cortantes da viga V26 pelos modelos III e IV. .................................. 79 Tabela 7.20 – Comparativo dos momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. ... 80 Tabela 7.21 – Comparativo dos momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. ... 81 Tabela 7.22 – Comparativo dos esforços cortantes da viga V18 para os modelos III e IV. .... 82 Tabela 7.23 – Comparativo dos esforços cortantes da viga V26 para os modelos III e IV. .... 82 Tabela 8.1 – Comparativo entre as plantas de cargas verticais dos modelos III e IV com o exemplo do livro .................................................................................................................. 86 xii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 1.1 Considerações iniciais ............................................................................................ 1 1.2 Problemática .......................................................................................................... 2 1.3 Objetivo .................................................................................................................. 3 1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 3 1.3.2 Objetivo específico ......................................................................................... 4 1.4 Estrutura do trabalho ............................................................................................ 4 2 CONCEITOS INICIAIS .............................................................................................. 6 2.1 Tipos de elementos estruturais .............................................................................. 6 2.2 Tipos de modelos estruturais ................................................................................. 7 2.2.1 Viga continua.................................................................................................. 7 2.2.2 Pórtico plano ................................................................................................... 9 2.2.3 Pórtico espacial ............................................................................................. 10 2.2.4 Grelha ........................................................................................................... 11 2.3 Trechos rígidos ..................................................................................................... 11 2.4 Largura colaborante de vigas de seção T ............................................................ 12 2.5 Diafragma rígido .................................................................................................. 13 2.6 Tipos de análise estrutural................................................................................... 14 2.6.1 Análise linear ................................................................................................ 14 2.6.2 Análise linear com redistribuição .................................................................. 15 2.6.3 Análise plástica ............................................................................................. 16 2.6.4 Análise não linear ......................................................................................... 17 2.6.5 Análise através de modelos físicos ................................................................ 17 3 AÇÕES EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO ..................................... 18 3.1 Estados limites...................................................................................................... 18 3.1.1 Estado limite último (ELU) ........................................................................... 19 3.1.2 Estado de limite de serviço (ELS) ................................................................. 19 3.2 Coeficientes de ponderação das ações ................................................................. 20 3.2.1 Coeficientes de ponderação das ações para o ELU ........................................ 20 3.2.2 Coeficientes de ponderação das ações para o ELS ......................................... 21 3.3 Combinações das ações ........................................................................................ 21 3.3.1 Combinações últimas .................................................................................... 22 3.3.1.1 Combinações últimas normais ................................................................. 22 3.3.1.2 Combinações últimas especiais ................................................................ 22 3.3.1.3 Combinações últimas excepcionais .......................................................... 23 3.3.2 Combinações de serviço ................................................................................ 23 3.3.2.1 Combinações quase permanentes de serviço ............................................ 24 3.3.2.2 Combinações freqüentes de serviço.......................................................... 24 3.3.2.3 Combinações raras de serviço ................................................................. 24 3.3.3 Combinações consideradas no software ........................................................ 25 3.4 Ação do vento ....................................................................................................... 26 4 ESTABILIDADE ESTRUTURAL ............................................................................ 28 4.1 Estabilidade global ............................................................................................... 28 4.2 Parâmetros de estabilidade global ....................................................................... 28 4.2.1 Parâmetros de instabilidade α ........................................................................ 29 4.2.2 Coeficiente γz ............................................................................................... 29 4.2.2.1 Consideração da não linearidade física ................................................... 30 4.2.2.2 Formulação de segurança ....................................................................... 30 xiii 4.3 Análise de estruturas de nós fixos ....................................................................... 31 4.4 Análise de estruturas de nós móveis .................................................................... 31 4.5 Critérios de estabilidade global do software ........................................................ 31 4.5.1 Esforços do cálculo do γz .............................................................................. 32 4.5.2 Consideração automática do γz na transferência ............................................ 32 4.5.3 Cargas verticais para o cálculo de momentos de segunda ordem.................... 33 4.5.4 Coeficiente para a consideração da deslocabilidade da estrutura .................... 33 5 CRITÉRIOS DA ANÁLISE ESTRUTURAL DO EDIFÍCIO MODELO ............... 34 5.1 Modelos estruturais integrados ........................................................................... 34 5.1.1 Modelo III .................................................................................................... 34 5.1.2 Modelo IV .................................................................................................... 35 5.2 Critérios de grelha ............................................................................................... 35 5.2.1 Rigidez de apoio ........................................................................................... 36 5.2.1.1 Redutor do coeficiente de mola ................................................................ 36 5.2.1.2 Redutor para o coeficiente de mola para apoios elásticos ........................ 37 5.2.1.3 Multiplicador da largura equivalente de pilar nos apoios elásticos independentes ........................................................................................................... 37 5.2.1.4 Modelos de apoios padrão ....................................................................... 38 5.2.1.5 Modo de calculo do pé-direito para coeficiente de mola. ......................... 38 5.2.2 Inércia de vigas ............................................................................................. 39 5.2.2.1 Seção T .................................................................................................... 39 5.2.2.2 Redutor da inércia de torção para vigas sem predominância de torção ... 39 5.2.2.3 Redutor de inércia do comando torção .................................................... 40 5.2.2.4 Fator engastamento parcial das vigas. ..................................................... 40 5.2.3 Apoios .......................................................................................................... 41 5.2.3.1 Apoio elástico independe da laje no pilar ................................................ 41 5.2.3.2 Limite de extensão para apoio elástico independente. .............................. 42 5.2.4 Plastificações ................................................................................................ 42 5.2.4.1 Divisor de torção ..................................................................................... 43 5.2.4.2 Momento Wood-armer ............................................................................. 43 5.2.4.3 Plastificação dos apoios sobre as vigas ................................................... 44 5.2.4.4 Plastificação sobre os pilares internos ..................................................... 45 5.3 Critérios do pórtico espacial ................................................................................ 45 5.3.1 Rigidez das vigas .......................................................................................... 46 5.3.1.1 Vigas com seção T ................................................................................... 46 5.3.1.2 Redutor de inércia torção ........................................................................ 47 5.3.1.3 Rigidez lateral das vigas .......................................................................... 47 5.3.1.4 Fator de engastamento parcial das vigas ................................................. 48 5.3.2 Rigidez dos pilares ........................................................................................ 48 5.3.2.1 Offset rígido nas ligações viga pilar ........................................................ 49 5.3.2.2 Flexibilização das ligações viga pilar ...................................................... 49 5.3.2.3 Considerações da área da seção transversal dos pilares .......................... 50 5.3.2.4 Coeficiente de mola padrão ..................................................................... 50 5.3.3 Estado limite último ...................................................................................... 51 6 DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA MODELO ............................................................ 52 6.1 Descrição arquitetônica do edifício modelo ........................................................ 52 6.2 Concepção estrutural ........................................................................................... 53 6.3 Descrição dos materiais componentes da estrutura ............................................ 55 6.4 Ações verticais atuantes na estrutura.................................................................. 56 6.4.1 Lajes ............................................................................................................. 56 xiv 6.4.1.1 Pavimento tipo ......................................................................................... 56 6.4.1.2 Cobertura e casa de máquinas ................................................................. 57 6.4.1.3 Mesa do motor e barrilete ........................................................................ 58 6.4.1.4 Reservatório ............................................................................................ 59 6.4.2 Vigas ............................................................................................................ 59 6.4.2.1 Térreo ...................................................................................................... 59 6.4.2.2 Pavimento tipo ......................................................................................... 60 6.4.2.3 Cobertura e casa de maquinas ................................................................. 60 6.4.2.4 Mesa do motor ......................................................................................... 61 6.4.2.5 Barrilete .................................................................................................. 61 6.4.2.6 Reservatório ............................................................................................ 61 6.4.2.7 Escadas ................................................................................................... 61 6.5 Ação do vento atuante na estrutura .................................................................... 62 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO ...................................... 64 7.1 Estabilidade global da estrutura ......................................................................... 64 7.1.1 Processamento dos parâmetros de estabilidade global ................................... 65 7.1.2 Resultados dos parâmetros de estabilidade global.......................................... 65 7.1.3 Comparativo dos parâmetros de estabilidade global ...................................... 66 7.2 Resultante do carregamento dos pilares ............................................................. 67 7.2.1 Resultado da resultante do carregamento dos pilares ..................................... 67 7.2.1.1 Todas as cargas verticais ......................................................................... 68 7.2.1.2 Ação do vento a 180º ............................................................................... 68 7.2.2 Comparativo da resultante do carregamento dos pilares ................................ 68 7.2.2.1 Todas as cargas verticais ......................................................................... 68 7.2.2.2 Ação do vento a 180º ............................................................................... 70 7.3 Esforços das vigas ................................................................................................ 72 7.3.1 Esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados ........................ 73 7.3.1.1 Resultados dos esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados 73 7.3.1.1.1 Momento fletor ..................................................................................... 74 7.3.1.1.2 Esforço cortante ................................................................................... 74 7.3.1.2 Comparativo dos esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados 75 7.3.1.2.1 Momento fletor ..................................................................................... 75 7.3.1.2.2 Esforço cortante ................................................................................... 76 7.3.2 Esforços pelos modelos integrados ................................................................ 77 7.3.2.1 Resultados dos esforços pelos modelos integrados ................................... 77 7.3.2.1.1 Momento fletor ..................................................................................... 77 7.3.2.1.2 Esforço cortante ................................................................................... 79 7.3.2.2 Comparativos dos esforços pelos modelos integrados .............................. 80 7.3.2.2.1 Momento fletor ..................................................................................... 80 7.3.2.2.2 Esforço cortante ................................................................................... 81 8 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 84 8.1 Estabilidade global da estrutura ......................................................................... 84 8.2 Resultante das cargas nos pilares ........................................................................ 85 8.3 Esforços das vigas ................................................................................................ 87 8.4 Considerações finais ............................................................................................. 89 8.5 Sugestões para trabalhos complementares ......................................................... 89 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 91 ANEXOS ............................................................................................................................ 92 1 1 INTRODUÇÃO O primeiro capítulo desse trabalho tem como principal finalidade fazer a apresentação das intenções, previsões e importância relativas ao tema em estudo, como também da metodologia utilizada na definição da estruturação do mesmo, por intermédio dos itens componentes do capítulo, representados pelas considerações iniciais, problemática, objetivo e estrutura do trabalho. 1.1 Considerações iniciais Segundo a NBR6118 (ABNT, 2003), o objetivo da análise estrutural é determinar o efeito das ações em uma determinada estrutura, com a finalidade de efetuar verificações de estado limite último e de serviço. Portanto os modelos estruturais buscam, matematicamente, representar o comportamento real de uma estrutura, apesar de incluírem em seus processos, simplificações, com o intuito de tornar o método acessível aos profissionais, tendo em vista que são modelos utilizados de forma comercial para o desenvolvimento de projetos estruturais, aliando qualidade e simplicidade. Juntamente com o desenvolvimento dos microcomputadores os modelos estruturais também foram sendo aprimorados ao longo do tempo, permitindo, a partir de novos recursos como softwares de análise e dimensionamento, expressar de forma mais realista o comportamento das estruturas, diminuindo o número de simplificações, e proporcionando resultados mais refinados. Hoje, a tendência dos programas computacionais de análise de estruturas segundo Fontes (2005) é evitar a decomposição da estrutura, buscando realizar uma análise integrada dos elementos estruturais, levando em consideração o efeito monolítico, peculiaridade típica das estruturas de concreto armado, moldada in loco. Os modelos que estão em destaque, em programas computacionais utilizados por escritórios de projeto estrutural de concreto armado, que levam em consideração o que foi descrito anteriormente, é o modelo de pórtico espacial e grelha. O primeiro contempla a análise conjunta dos dois elementos unidimensionais, pilares e vigas, enquanto que o segundo pode ser utilizado na análise de lajes e vigas. 2 O presente trabalho tem o intuito de desenvolver um estudo de caso comparativo da análise de elementos unidimensionais de concreto armado, utilizando dois modelos integrados, formados pelos modelos de grelha e pórtico espacial com distintas considerações de ações. Esses modelos integrados, para efeito de nomenclatura, serão citados, no presente texto, como Modelo III e Modelo IV, fazendo alusão à denominação apresentada no software, que será utilizado no estudo de caso. No Modelo III, segundo o manual do programa TQS (2009), a estrutura é analisada por pórtico espacial, porem não é capaz de flagrar os esforços provenientes do equilíbrio espacial do edifício gerado pelas cargas verticais, pois somente os resultados das ações horizontais no pórtico espacial são transferidos para o dimensionamento de vigas e pilares. No Modelo IV os esforços solicitantes decorrentes da aplicação das ações verticais e horizontais são levados em consideração na análise realizada pelo pórtico espacial para o dimensionamento das vigas e pilares. 1.2 Problemática Em toda área técnica e cientifica em que o desenvolvimento de novas técnicas e tendências ocorre de forma ágil, trazendo melhorias aos processos anteriores já consagrados, existe a questão das comparações e aferição das novas soluções, de modo a criar certa resistência inicial às novidades. Na engenharia estrutural não é diferente. Advinda com desenvolvimento dos softwares, as novidades em relação aos processos e modelos de análise estrutural estão em plena renovação. Tendência essa que é impulsionada pela busca da aproximação do ideal, ou seja, tentar similar a realidade através de modelos sem esquecer a questão da eficiência e funcionalidade. As inovações nessa área são acompanhada, por parte de alguns profissionais do ramo, com certo receio, haja vista que modelos menos refinados já consagrados possuem resultados já validados no meio técnico. Tomando como base o que foi exposto anteriormente, o presente trabalho tem como principal finalidade promover um comparativo, através de um estudo de caso, entre um modelo estrutural integrado, no caso o modelo III, em que sua aplicação já está difundida em 3 vários escritórios de projeto de estrutura de concreto armado com um modelo mais atual e refinado representado pelo modelo IV. A comparação entre os modelos tentará apresentar as diferenças entre os dois modelos quanto a certos fatores como: estabilidade global, resultantes dos carregamentos dos pilares e esforços nas vigas, ficando dessa forma, outras comparações entre os modelos com indicação para futuros trabalhos complementares do tema. 1.3 Objetivo No presente item serão apresentados de forma resumida os objetivos que se espera com o desenvolvimento do trabalho, como também os objetivos de âmbito geral de caráter parcial, que proporcionam subsídios que auxiliem a concretização dos objetivos específicos. 1.3.1 Objetivo geral Pelo fato do tema proposto ser um estudo de caso, se faz necessário, como em toda pesquisa, moldar conhecimentos referentes ao universo do tema, adquiridos a partir de uma revisão bibliográfica, que dêem suporte e uma análise critica de qual o caminho deve ser traçado para a concretização dos objetivos específicos. Inicialmente será dada ênfase à identificação dos dois modelos estruturais que serão abordados ao longo do trabalho, de modo à melhor compreenderem o funcionamento dos modelos integrados. Outro ponto muito importante é conhecer o programa computacional de analise, entendendo como o mesmo funciona, e que considerações deverão ser feitas nos critérios de ajuste do mesmo para proporcionar uma análise final confiável e representativa dos resultados. 4 1.3.2 Objetivo específico O objetivo específico do trabalho é justamente a obtenção dos resultados do estudo de caso propriamente dito. Comparativo que será feito entre os esforços e deslocamento de uma mesma edificação, submetida às mesmas solicitações e analisadas pelos modelos integrados III e IV. O intuito é identificar dentre os dois modelos integrados, qual deles proporcionam, quanto aos esforços e deslocamentos, os melhores resultados para o comportamento de edifícios de múltiplos pavimentos de concreto armado. 1.4 Estrutura do trabalho No decorrer do desenvolvimento do trabalho buscou-se dispor os assuntos e informações sempre com a preocupação em atender uma seqüencial lógica de formação do conhecimento, graduando o mesmo, ao longo dos capítulos, sempre do patamar geral para o específico. O trabalho está dividido basicamente em oito capítulos, sendo eles: introdução, conceitos iniciais, ações em estruturas de concreto armado, estabilidade estrutural, critérios de análise estrutural do edifício modelo, descrição da estrutura modelo, análise dos resultados do estudo de caso e conclusão. Cada um dos capítulos é subdividido em itens e subitens com a principal finalidade de promover, de forma seqüencial, a organização de toda a temática que será enfatizada no trabalho. A seguir será apresentada uma pequena consideração para cada um dos capítulos citados anteriormente: a) o primeiro capítulo envolve as informações iniciais, com o intuito de tanto apresentar o tema proposto quanto contextualizar o mesmo, sendo composto pelos seguintes itens: considerações iniciais, problemática, objetivo e estrutura do trabalho; b) o segundo capítulo aborda conceituação geral básica do trabalho a partir dos seguinte itens:tipos de elementos estruturais, tipos de modelos estruturais, trechos rígidos, largura colaborante de viga de seção T, diafragma rígido e tipos de análise; 5 c) o terceiro capítulos faz referência as ações e combinações que são consideradas pela norma de projeto de estruturas de concreto, sendo composto pelos itens: estados limites, coeficiente de ponderação das ações, combinações das ações e ação do vento; d) o quarto capítulo apresenta informações a respeito da estabilidade estrutural e é representados pelos seguintes itens: estabilidade global, parâmetros de estabilidade global, análise de estruturas de nós fixos, análise de estruturas de nós móveis e critérios de estabilidade do software; e) o quinto capítulo tem como finalidade definir e explicar os critérios definidos nos software de análise para os modelos de pórtico espacial e grelha, que será utilizado no estudo de caso, sendo discriminados através dos itens: modelos estruturais integrados, critérios de grelha e critérios do pórtico espacial; f) o sexto capítulo conta com a descrição da estrutura do edifício modelo, sendo estruturado da seguinte forma: descrição arquitetônica do edifício modelo, concepção estrutural, descrição dos materiais utilizados na estrutura, ações verticais atuantes na estrutura e ações do vento atuantes na estrutura; g) o sétimo capítulo apresenta os resultados e comparativos do estudo de caso, estando estruturado da seguinte forma: estabilidade global da estrutura, resultante dos carregamentos dos pilares e esforços das vigas; h) e por último o oitavo capítulo, onde serão avaliados os dados determinados nos estudos de caso, sendo o mesmo organizado da seguinte forma: estabilidade global da estrutura, resultante das cargas nos pilares, esforços nas vigas, considerações finais e sugestões para trabalhos complementares. 6 2 CONCEITOS INICIAIS Será dada, no presente capítulo, uma abordagem introdutória referente aos conceitos iniciais sobre os tipos de elementos estruturais e tipos de modelos estruturais como também considerações sobre trechos rígidos, largura colaborante de viga de seção T e diafragma rígido. 2.1 Tipos de elementos estruturais Os elementos estruturais podem ser interpretados como sendo partes componentes de uma estrutura, que possuem uma teoria de cálculo já consolidada no meio técnico. A classificação desses elementos é feita a partir de sua configuração geométrica e do esforço resistido pelo mesmo. Os elementos lineares, também denominados barras, têm como característica geométrica predominante a presença de uma dimensão com ordem de grandeza superior as outras duas, que compõem a seção transversal da peça. O critério utilizado para realizar tal distinção consiste em tomar a dimensão longitudinal como referencias, pois se a mesma for maior ou igual ao triplo da maior dimensão transversal do elemento, então o elemento pode ser dito linear. Os elementos de barra são representados, para efeito de análise, apenas pelo seu eixo longitudinal, e sua ligação com outros elementos estruturais se da quando é idealizada a interceptação entre os eixos dos elementos. Os elementos de superfície, diferentemente dos lineares, possuem uma de suas dimensões, no caso a espessura, bem menor do que as demais. Sua representação se resume ao seu plano médio, na qual, podem surgir, dependendo da orientação das ações que os solicitam, duas denominações: placas ou chapas. Nas chapas, as ações estão incidindo diretamente no plano médio, enquanto que nas placas, as ações se orientam normais ao mesmo. Os elementos de volume possuem todas as dimensões com a mesma ordem de grandeza. Na realidade, todos os elementos relacionados anteriormente são elementos de volume, já que todos possuem três dimensões, porem, não seria interessante do ponde de vista 7 da análise estrutural tal consideração, pois haveria a necessidade de utilizar modelos de cálculos mais complexos. Um edifício usual de concreto armado é composto por todos esses elementos relacionados anteriormente. Os elementos lineares representados pelas vigas, pilares e tirantes, enquanto que os elementos de superfície são relacionados às lajes e os elementos de volume por sua vez compreendem os blocos e fundações. 2.2 Tipos de modelos estruturais Os modelos estruturais podem ser interpretados como sendo a composição de um ou mais elementos estruturais, que por sua vez podem ser combinados de várias formas, dando origem a diferentes modelos. Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003), os modelos estruturais têm como principal finalidade flagrar os efeitos das ações, de uma determinada estrutura, com a finalidade efetuar as verificações dos estados limites último (ELU) e de serviço (ELS). Um mesmo elemento estrutural pode fazer parte de vários arranjos estruturais, e dependendo do arranjo estrutural o elemento pode está sujeito a esforços distintos. Portanto para poder prever todos os esforços, para um determinado elemento, muitas vezes se faz necessário a utilização de mais de um modelo estrutural, modelos que segundo Fusco (1976 apud FONTES, 2005, p. 9), são numerados hierarquicamente segundo a relevância do esforço aplicado no elemento. A NBR 6118 (ABNT, 2003), em seu capítulo quatorze, relaciona uma gama de modelos estruturais que podem ser empregados na análise para o desenvolvimento de projeto de estruturas de concreto. Dentre os modelos estão: viga contínua, pórtico plano, pórtico espacial e grelha. 2.2.1 Viga continua Modelos mais simples e mais aplicados nas décadas passadas, para análise de vigas, em escritórios de projeto de estruturas de concreto. Segue a estratégia de divisão da 8 estrutura global em pequenas frações com o intuito de facilitar o processo manual de análise. O modelo consiste em isolar as vigas de edifícios, que estão sujeitas as ações verticais provenientes do seu peso próprio, lajes, alvenarias, outras vigas, entre outros. As cargas são aplicadas normalmente ao seu eixo de simetria, que por sua vez está apoiada sobre pontos de apoio. Por estar inserida em um plano, o modelo de viga continua não prevê esforços torção, sendo necessário a utilização de um modelo secundário para os casos que os mesmos sejam determinantes para o pleno equilíbrio da viga. Portanto o presente modelo apenas tem a capacidade de determina momentos fletores e esforços cortantes. Os esforços normais não são representativos podendo ser desconsiderado da análise. As vigas, normalmente, se apóiam em pilares ou em outras vigas, que na idealização do modelo estrutural, podem ser considerados como apoios de primeiro e segundo gênero, rotulados, e apoios do terceiro gênero, engastados. Ainda existem apoios que não permitem a plena rotação da viga, ditos semi-rígidos, são simulados, no modelo estrutural, por mola, na qual a sua rigidez fica em função das características da geometria e da resistência do material do apoio. Para cada configuração da estrutura pode-se utilizar uma idealização de apoio para viga continua que melhor se adéqüe, pois mesmos os modelos mais simplificados quando bem utilizados rendem resultados muitos satisfatórios. A utilização do método clássico de vigas é permitida na NBR 6118 (ABNT, 2003) desde que sejam respeitadas certas exigências: a) não devem ser considerados momentos positivos menores que os que se obteriam se houvesse engastamento da viga nos apoios; b) quando a viga for solidária com o pilar intermediário e a largura do apoio, medida na direção do eixo da viga, for maior que a quarta parte da altura do pilar, não pode ser considerado momento negativo de valor absoluto menor do que o engastamento perfeito nesse apoio; c) quando não for realizado o cálculo exato da influência da solidariedade dos pilares com a viga, deve ser considerado, nos apoios extremos, momento fletor igual ao momento de engastamento perfeito multiplicado pelos coeficientes estabelecidos nas seguintes relações dispostas na Tabela 2.1. Outra forma de considerar as exigências normativas feitas para o caso de apoios extremos é aplicação do pórtico simplificado exposto na Figura 2.1. 9 Figura 2.1 – Pórtico simplificado para a obtenção dos coeficientes (NBR 6118: 2003). Tabela 2.1 – Coeficientes de solidariedade entre as vigas e os pilares externos (NBR 6118: 2003). Com o grande avanço tecnológico computacional, a análise de edifícios passou ser realizada por intermédio de modelos mais refinados, na qual não há necessidade de fracionar a estrutura para poder analisá-la, conferindo resultados mais condizentes com a realidade, em um tempo de processamento reduzido, esses entre outros motivos, torna a análise por intermédio de viga continua defasado dos demais. 2.2.2 Pórtico plano O pórtico plano, igualmente as vigas e como está caracterizado na sua definição, está inserido em um plano e é formado pela associação de elementos unidimensionais representados por pilares, tirantes e vigas. A ligação entre os elementos estruturais podem ser classificadas, como nas vigas, em rígida, semi-rígida e flexível, conforme o grau de restrição de movimento causado pelo apoio, que por sua vez é representado, para efeito de analise, por um nó. Pelo fato do modelo de pórtico plano considerar um maior número de elementos em sua análise, tornam-se mais precisos seus resultados, frente aos esforços da estrutura, quando a mesma é submetida às ações tanto verticais quanto horizontais. Por está contido em um plano, o pórtico plano não flagra esforços de torção na estrutura, restringindo a análise aos esforços de normais e cortantes, e momentos fletores. 10 Uma das vantagens do presente modelo é justamente aproveitar sua capacidade de analisar esforços na estrutura proveniente de ações horizontais, como o vento. Segundo Fontes (2005), com auxílios de certos artifícios, pode-se fazer a associação de vários outros pórticos planos, que estejam na mesma direção, por intermédio de barras articuladas nas extremidades, com o intuito de compatibilizar os deslocamentos, tanto de translação como de rotação, no plano do pavimento. 2.2.3 Pórtico espacial O pórtico espacial se assimila aos pórticos planos pelo fato de serem formados por elementos lineares, que, de forma similar, possuem as mesmas condições de ligações, rígida semi-rígida e flexível. No pórtico espacial a análise estrutural se configura de forma mais precisa já que engloba todos os esforços em seu processo de cálculo, como os esforços normais e cortantes e os momentos fletores e de torção em cada uma de seus elementos. Por se tratar de um modelo inserido no espaço tridimensional, permitem que a aplicação das ações sejam idealizadas em qualquer parte da estrutura, portanto, tanto as ações verticais quando as horizontais podem atuar de forma conjunta e variada, promovendo resultados combinados de esforços. Os benefícios que cercam a análise de uma estrutura pelo modelo de pórtico espacial são acompanhados por uma formulação mais complexa, já que passa a existir uma infinidade de nós, na qual possuem seis graus de liberdade cada, envolvendo rotações e translações em todos os eixos. Portanto se faz necessário o uso de ferramentas computacionais que disponham de análise matricial. Segundo Fontes (2005) a consideração da compatibilidade de deslocamentos a nível de pavimento, com o intuito de simular as lajes como diafragma rígido, é determinado a partir de certos artifícios computacionais. 11 2.2.4 Grelha As grelhas são estruturas contidas em um plano, composta por barras, paralelas aos dois eixos, e podem ser aplicadas na análise estrutural de pavimentos de uma edificação, simulando vigas ou lajes, tendo suas ligações, de forma similar aos demais modelos citados no presente capítulo, formados por nós, classificados com rígido ou articulados. A aplicação do modelo de grelha na análise de lajes consiste em fazer uma correlação entre a rigidez a torção e flexão da malha de barras geradas com o correspondente trecho de laje que está sendo representada, tornando o método mais preciso à medida que vão diminuindo o espaçamento das barras na discretização das lajes. No entanto segundo Stramandinoli e loriggio (2004 apud FONTES, 2005, p.16), em lajes maciças, quanto menor for o espaçamento entre as barras que compõe a grelha, menor será o valor do momento de inércia a torção da barra. De modo prático é feito um ajuste com base no momento de inércia a flexão com J=2I. A NBR 6118 (ABNT, 2003) permite uma redução da rigidez a torção em 15%, já que há uma diminuição de rigidez das peças fletidas de concreto pelo motivo de fissuração. As grelhas recebem as ações normais ao seu plano, ou seja, cargas verticais, podendo as mesmas estarem distribuídas ao longo das barras de equivalência ou incidindo nos nós de interseção entre duas barras perpendiculares. 2.3 Trechos rígidos Nas estruturas ditas articuladas, ou seja, formadas por elementos lineares, quando ocorre a interceptação entre seus eixos se forma uma ligação, que pode ser representada por nós. Quando as dimensões desses elementos que estão interagindo são significativas, quando comparados com vão e pés-direitos, a representação da ligação, entre eles, por nós passa a não representar mais com fidelidade o comportamento da estrutura, pois a ligação passa a impedir certos deslocamentos, na maioria dos casos à rotação, culminando, dessa forma, no aparecimento de esforços localizados. Portando, para levar em consideração o que foi exposto acima, é comum a substituição das ligações nodais por elementos com certa rigidez, de forma a melhor simular a ligação. 12 Nas ligações entre vigas e pilares, em edifícios de concreto armado, Fontes (2005) afirma, que é mais comum a adoção dos trechos rígidos nas vigas que nos pilares devido as dimensões características usuais adotadas em cada uma deles. O critério utilizado para a adoção e consideração de trechos rígidos em ligações entre elementos lineares é baseado no prescrito pela norma NBR 6118 (ABNT, 2003) e pode ser interpretada na Figura 2.2. Figura 2.2 – Ligações entre elementos lineares (NBR 6118: 2003). Na modelagem por pórtico espacial, a representação de vigas e pilares é feita através de barras, os trechos rígidos por sua vez, de forma análoga, são representados por barras, porem adicionais, com rigidez elevada, ou seja, barras rígidas, simulando dessa forma o efeito dos elementos estruturais pertencentes à ligação (offset-rígido). Segundo Kimura (2007) as técnicas de barra rígida e offset-rígido proporcionam resultados satisfatórios e equivalentes, porém o artifício do offset-rígido exige computacionalmente menos do processamento de uma estrutura já que o artifício não necessita da adição um nó a mais ao modelo. 2.4 Largura colaborante de vigas de seção T Devido ao processo de execução de estruturas de concreto armado, as lajes e vigas são concretadas conjuntamente, garantido dessa forma um monolitismo entre os dois elementos. Portanto a viga pode contar com a incorporação de uma determinada fração da laje a sua seção transversal, compatibilizando, na região considerada, as deformações. Então a distribuição de esforços internos, tensões, deformações e deslocamentos, dependem da solidariedade entre os dois elementos estruturais. 13 Esses trechos de interseção de viga e lajes podem ser modelados por meio de grelhas, no qual a barra que compõe o modelo considera as características referentes a uma inércia equivalente de ambos os elementos estruturais. A adoção de critérios para mensurar o quanto da laje pode ser incorporada ao modelo da viga é ditada pelas prescrições da NBR 6118: (ABNT, 2003), no qual os 10% da distância “a” que acresse a largura da viga faz alusão às considerações dos pontos de momento fletor nulo do tramo, para cada lado da viga em que houver laje colaborante. Portanto, para facilitar o processo de obtenção da largura colaborante da viga permite estabelecer uma relação entre o ponto de momento nulo e as considerações de apoio do tramo, como está relacionado a seguir: a) vigas simplesmente apoiadas: a = 1,0.l; (2.1) b) tramo com momento em uma extremidade: a = 0,75.l; (2.2) c) tramo com momento nas duas extremidades: a = 0,6.; (2.3) d) tramo em balanço: a = 2,0.l. (2.4) A NBR 6118 (ABNT, 2003) ainda faz referência ao limite para a adoção da parcela da laje que compõe o modelo de viga, sendo função da distância livre entre as faces das vigas e extremidade de bordos livres. Do ponto de vista do dimensionamento, a consideração de uma parcela da laje solidária a viga provoca um aumento na rigidez da mesma, já que a laje reforça a componente a compressão do binário resistente da viga. 2.5 Diafragma rígido Perante as ações horizontais as lajes juntamente aos vigamentos do pavimento proporcionam uma alta rigidez axial que pode ser considerado como um diafragma rígido. Conforme a analogia do fenômeno apresentada por Fontes (2005), a laje pode ser tomada como uma viga de grande altura, submetida à flexão. A consideração do diafragma rígido na estrutura implica que irá haver uma compatibilização dos deslocamentos horizontais de translação e rotação por parte de todos os pontos componentes do pavimento incluindo pontos pertencentes a pilares e vigas. A NBR 6118 (ABNT, 2003) faz algumas considerações ao comportamento de estruturas que consideram a aplicação do diafragma rígido, como também os critérios para a 14 adoção de tal artifício. Então é determinada na norma, citada acima, que as placas que forem considerados diafragmas rígidos tem que serem tomadas como rígidas em seu plano e não podem apresentar aberturas consideráveis. Em relação às dimensões, as lajes têm que se configurar de modo que o maior lado do retângulo circunscrito ao pavimento, em planta, não supere em três vezes o valor do seu lado menor. A consideração das lajes como diafragmas rígidos podem ser dispostos de diferentes formas em uma modelagem de um edifício, na qual irá depender do modelo estrutural adotado. 2.6 Tipos de análise estrutural Serão apresentados os tipo de análise estrutural abordadas na NBR 6118 (ABNT, 2003), representadas pelas análises: linear, linear com redistribuição, plástica, não linear e através de modelos físicos. 2.6.1 Análise linear É um tipo de análise que tem como pré-requisito a utilização de materiais elásticolineares. Um material é dito elástico quando ele consegue restituir sua forma inicial ao cessarem as ações externas que estejam agindo sobre o ele. Então se o material consegue restituir por completo a sua forma original ao cessarem as ações externas, o mesmo pode se classificado como perfeitamente elástico. Porem se a restituição as configurações iniciais forem parciais, o material é tido como parcialmente elástico. A análise linear considera uma relação de proporcionalidade entre as componentes de tensão e deformação do material, na qual é expressa por uma constante denominada módulo de elasticidade, módulo esse próprio de cada material. A teoria que envolve tal relação foi descoberta pelo cientista inglês Robert Hooke (1635-1703) onde em 1678 foi estabelecia a expressão Eq. (2.5) que define a teoria dos materiais elásticos lineares. (2.1) 15 A partir de um determinado nível de tensão em um determinado material passam a existir deformações residuais, ou seja, um ponto em que as configurações iniciais dos matérias ditos elásticos lineares não são restituídos, ponto esse denominado limite elástico, na qual passam a existir uma desproporcionalidade entre tensão e deformação, não obedecendo mais a teoria descrita por Hook. Abaixo do limite elástico há também uma proporcionalidade entre as deformações longitudinais e transversais. A constante que rege essa teoria é dita coeficiente de Poisson. No concreto esse valor segundo Fontes (2005) varia de 0,15 a 0,25, sendo de praxe a adoção de um valor médio de 0,2. O módulo de elasticidade adotado para projeto de estruturas de concreto é função da resistência característica do mesmo, e é expressa pelas expressões Eq. (2.6) e Eq. (1.7), porém o ideal seria que o módulo de elasticidade fosse realizado segundo ensaios descritos na NBR 8522 (ABNT, 1984). (2.6) (2.7) A análise linear é utilizada geralmente nas verificações do estado limite de serviço e do estado limite último na qual o último somente pode ser verificado quando garantir a ductilidade dos elementos estruturais. 2.6.2 Análise linear com redistribuição Em estruturas de concreto, pode-se perceber que as configurações dos esforços nos elementos estruturais não seguem um comportamento plenamente linear, passa a existir redistribuição dos esforços, idealizados na análise linear, decorrente da variabilidade das rigidezes entre os elementos estruturais. Quando um elemento estrutural passa do estádio I para o estádio II de deformação, passam a surgir fissuras no mesmo, acarretando uma diminuição de sua rigidez, forçando, dessa forma, a estrutura assumir um rearranjo dos esforços, diferentes dos idealizados com base na analise linear. Um exemplo clássico do efeito da redistribuição se dá em vigas continuas, onde o gráfico de momento fletor mostra picos de esforços localizados sobre os apoios, locais esses 16 na qual a viga passa para o estádio II de deformação, reduzindo assim a sua rigidez. Portanto a redistribuição dos esforços se desenvolve com a migração dos mesmos dos apoios para o vão. Então o processo de análise com redistribuição é um artifício utilizado para que não seja necessário a utilização de um modelo de análise plástica mais refinada. 2.6.3 Análise plástica A análise plástica toma como base o comportamento do material constituinte de um elemento estrutural, no qual o mesmo, ao ser submetido a certa intensidades de ações, atinge o seu limite elástico, acarretando, dessa forma, o aparecimento de deformações residuais, quando as ações são suspensas. As deformações residuais são denominadas plásticas. Portanto a deformação total do material que constitui o elemento estrutural será composta por duas parcelas, uma correspondente pela parcela permanente plástica e outra pela recuperável elástica. A plasticidade do material se faz muito relevante no comportamento de uma estrutura para considerar tal comportamento se faz a utilização de hipóteses de análise que incorpore a teoria da plasticidade, podendo classificar o material como elastoplástico perfeito ou elastoplástico com encurtamento. Tanto o comportamento elastoplástico perfeito quanto o elastoplástico com encurtamento idealizam uma fase, no comportamento do material, em que se mantém certa proporcionalidade entre tensões e deformações, ou seja, até o material atingir o seu limite elástico. O que difere os dois tipos de comportamento é justamente na sua fase plástica, onde no primeiro existe uma fase, após o limite de elasticidade, em que o material sofre escoamento sem aumento de tensão, já na segunda hipótese, o material escoa com aumento de tensão, ou seja, quando o material é descarregado é necessária uma tensão maior para que o material volte a plastificar. Segundo Fontes (2005), há um melhor aproveitamento dos materiais quando são consideradas as hipóteses de análises plásticas, pois passa-se a fazer uma análise limite da estrutura. Uma das principais aplicações da teoria da plasticidade dos matérias, na análise de estruturas em concreto armado, se faz com a consideração das rótulas plásticas. Quando o concreto armado é solicitado, por ações externas, que provoquem um acréscimo de tensões até que se atinja o limite de plasticidade, o material plastifica e passam a serem idealizadas, nesses pontos, articulações ou rótulas plásticas. 17 2.6.4 Análise não linear A não linearidade de um material está atrelada ao seu comportamento quanto à relação entre tensão e deformação, na qual, diferentemente das hipóteses vistas anteriormente, não obedece a uma relação de proporcionalidade entre as duas variantes. A consideração da não linearidade de uma estrutura de concreto armado torna a análise da mesma muito mais refinada, portanto, a analise linear, por ser mais simples, é mais utilizada em escritórios de projetos de estruturas de concreto armado. A realização da análise não linear tem com o intuito proporcionar a verificação tanto do estado de limite último quanto de serviço para os elementos lineares, de superfície e volume. A análise não linear consiste em determinar os esforços de uma estrutura a partir das características finais das mesmas referentes à geometria e ao arranjo das armaduras no interior dos elementos estruturais. A análise representa um processo interativo, onde as verificações são realizadas até que se consiga obter um resultado compatível entre os esforços e os arranjos geométricos e de detalhamento. Existem dois tipos e análise não linear. A não linearidade física faz referência do comportamento do material frente a relação entre tenção e deformação. A não linearidade geométrica considera a relação não linear entre deformações e deslocamentos, e o equilíbrio na posição deformada da estrutura. 2.6.5 Análise através de modelos físicos Consiste em representar e analisar uma estrutura por intermédio de um modelo físico seja em escada reduzida ou escala natural. O protótipo deve possuir todas as características presentes na estrutura real, apresentando dessa forma uma compatibilidade nos resultados finais do estudo. A garantia da proporcionalidade dos efeitos é garantida pela escolha adequada do material constituinte bem com da geometria equivalente dos elementos estruturais representados. 18 3 AÇÕES EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO No presente capítulo será, inicialmente, conceituada e explicitada a consideração dos estados limites adotada pela NBR 6118 (ABNT, 2003) com o intuito de fundamentar a temática das ações em estruturas de concreto armado. Essa temática irá contar com a determinação dos coeficientes de ponderação das ações atuantes na estrutura, como também as combinações normatizadas pela NBR 8681 (ABNT, 2003) e a geração das mesmas através do software de análise. 3.1 Estados limites Os modelos de cálculo dos estados limites começaram a serem adotados pela NBR 6118, a partir da edição de 1978, seguindo dessa forma a proposta do modelo da CEB/FIP, de 1972, sendo a combinação dos métodos dos estados limites e dos probabilísticos. No método dos estados limites a segurança passa por uma verificação através da comparação das solicitações, que são majoradas por coeficientes de segurança, com os esforços resistentes nas seções dos elementos estruturais na qual a resistência de seus materiais constituintes são ponderados por coeficientes minoradores. O método estatístico considera variáveis os parâmetros de segurança, tomando como base uma representação que considera a aleatoriedade das variáveis envolvidas na segurança estrutural. O método convencionado na NBR 6118 (ABNT, 2003) é descrito com um método de Estados Limites Semiprobabilístico, pela impossibilidade de dar um pleno tratamento estatísticos a todos os valores que cercam a garantia da segurança da estrutura de concreto armado. Os estados limites estão subdivididos, dentro da norma brasileira, em Estado Limite Último e Estado Limite de Serviço, na qual cada um dos modelos conta com distintas considerações quanto a sua aplicação e objetivo. 19 3.1.1 Estado limite último (ELU) O estado limite último é o limite pelo qual a estrutura deixa de atender aos requisitos de segurança, resultando na paralisação, em parte ou em toda estrutura. A verificação da segurança estrutural segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) devem ser sempre verificadas em relação aos seguintes Estados de Limite Último: a) estado limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido, b) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte, devido às solicitações normais e tangenciais, admitindo-se a redistribuição dos esforços internos, desde que seja respeitada a capacidade de adaptação plástica, e admitindo-se, em geral, as verificações separadas das solicitações normais e tangenciais, c) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte, considerando os efeitos de segunda ordem, d) estado limite último provocados pelas solicitações dinâmicas, e) estado limite último de colapso progressivo, f) outro estados limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais. 3.1.2 Estado de limite de serviço (ELS) Estado limite de serviço corresponde às condições de pleno funcionamento da estrutura, e está relacionada a requisitos de durabilidade das estruturas, aparência, conforto do usuário e a bom funcionamento de equipamentos. Os estados limites de utilização estão divididos na NBR6118 (ABNT, 2003) em: a) estado limite de formação de fissuras (ELS-F): estado em que se inicia a formação de fissuras. b) estado limite de abertura de fissuras (ELS-W): estado em que as fissuras apresentam com aberturas iguais aos maximos para a utilização normal. c) estado limite de deformação excessiva (ELS-DEF): Estado onde as deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal. d) estado limite de descompressão (ELS-D): Estado no qual em um ou mais pontos da seção transversal a tensão normal é nula, não havendo tração no restante da seção. 20 e) estado limite de descompressão parcial (ELS-DP): estado no qual garante-se a compressão na seção transversal, na região onde existem armaduras ativas. f) estado limite de compressão excessiva (ELS-CE): estado em que as tensões de compressão atingem o limite convencional estabelecido pela norma. g) estado limite de vibração excessiva (ELS-VE): Estado em que as vibrações atingem os limites estabelecidos pela norma. 3.2 Coeficientes de ponderação das ações O coeficiente de ponderação tem como principal finalidade majorar as ações que estão atuando nas estruturas. O coeficiente de ponderação representado pelo símbolo γf é composto pelo produto de mais três coeficientes sendo eles, γf1, que considera a variabilidade das ações, o γf 2, que leva em consideração a simultaneidade das ações e γf3, que considera os possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações, como representado na Eq. (3.1). Os coeficientes podem combinar-se de vários modos, com o intuito de promover uma gama de combinações, simulando diversos casos de carregamento, tanto para o estado limite último quanto o de serviço. O índice da simbologia do ponderador pode ser adaptado para os tipos de ações que estão sendo consideradas seja para as ações permanentes (γg), variáveis diretas (γq), protensão (γp) e ações indiretas (γe). (3.1) 3.2.1 Coeficientes de ponderação das ações para o ELU Os ponderadores do estado limite último estão descrito nas Tabela 3.1 e Tabela 3.2 de forma análoga ao presente na NBR 6118 (ABNT, 2003) descriminando os coeficientes γf1, γf2 e γf3. 21 Tabela 3.1 – Valores do coeficiente γf = γf1 . γf3 (NBR 6118: 2003) Tabela 3.2 – Valores do coeficiente γf2 (NBR 6118: 2003). 3.2.2 Coeficientes de ponderação das ações para o ELS Para o estado limite último o ponderador é geralmente formado apenas por γf2, ou seja γf é o próprio γf2, isso ocorre devido a variabilidade de combinações que se pode obter no presente coeficiente já que o mesmo é formado pelos fatores de redução ψ1 e ψ2 que estão presentes na Tabela 3.2. 3.3 Combinações das ações Em uma determinada estrutura, várias são as ações que nela atuam, portanto, devido tal consideração, são previstas pela NBR 8681 (ABNT, 2003) a combinação das ações 22 que estão sujeitas a certa probabilidade de atuarem conjuntamente sobre a estrutura em um determinado período. As combinações das ações têm como principal intuito solicitar uma estrutura de modo a proporcionar uma configuração mais desfavorável de esforços, para que possam ser realizadas as verificações de segurança em ralação ao estado limite último e de serviço, a partir das combinações ultimas e de serviço respectivamente. 3.3.1 Combinações últimas As combinações últimas, como descritas anteriormente, representam as combinações que devem ser consideradas na verificação do estado de limite último da estrutura, tendo como principal peculiaridade a presença das ações permanentes com sues valores característicos majorados. As combinações dispostas na NBR 8681 (ABNT, 2003) são classificadas como combinações últimas normais, especiais e excepcionais. 3.3.1.1 Combinações últimas normais São previstas nas combinações últimas normais a ponderação das ações permanentes, diretas e indiretas, por coeficientes majoradores. Dentre as ações variáveis que atuam na estrutura é selecionada uma para ser classificada como principal, na qual atua com seu valor característico, enquanto que as secundárias são minoradas, por coeficientes que levam em consideração a simultaneidade das ações, como indicado na Eq. (3.2). (3.2) 3.3.1.2 Combinações últimas especiais As combinações últimas especiais se configuram de forma quase análoga as normais, descritas anteriormente. Podendo também ser denominada ações ultimas de 23 construção, tem como característica priorizar o efeito das ações permanentes a partir de coeficientes majoradores. Considerar como ação variável principal as ações especiais, representada pelo seu valor característico e aplicar coeficientes minoradores as ações variáveis secundárias, como indicado na Eq. (3.3). (3.3) 3.3.1.3 Combinações últimas excepcionais A principal característica dessa combinação é a consideração da ação excepcional como ação variável principal, compondo a expressão com seu valor característico, enquanto que as ações variáveis secundárias são minoradas por coeficientes que levam em consideração da atuação conjunta de tais ações. Como em todas as combinações últimas as ações permanentes sejam diretas ou indiretas atuam na estrutura com seus valores característicos ponderados por coeficientes majoradores, como indicado na Eq. (3.4). (3.4) 3.3.2 Combinações de serviço As combinações de serviço representam as combinações que devem ser consideradas na verificação do estado de limite de serviço da estrutura, tendo como principal peculiaridade a presença das ações permanentes representas por seus valores característicos. As combinações dispostas na NBR 8681 (ABNT, 2003) são classificadas como combinações quase permanentes, freqüentes e raras. 24 3.3.2.1 Combinações quase permanentes de serviço . São consideradas as ações que atuam de forma representativa nas estruturas, ou seja que atuam em grande parte de sua vida útil. A combinação referida é comumente utilizada nas verificações do estado limite de deformação excessiva e contempla as ações permanentes com seus valores característicos e as ações variáveis com seus valores característicos ponderados por um coeficiente minorador, como indicado na Eq. (3.5) (3.5) 3.3.2.2 Combinações freqüentes de serviço São consideradas as ações que atuam de forma cíclica em grande parte da vida útil da estrutura. A combinação referida é comumente utilizada nas verificações do estado limite de abertura de fissuras, formação de fissuras e vibrações excessivas. Contemplam as ações permanentes com seus valores característicos, as ações variáveis principais com seus valores freqüentes e as ações variáveis secundárias com seus valores quase permanentes, como indicado na Eq. (3.6). (3.6) 3.3.2.3 Combinações raras de serviço São consideradas as ações que atuam algumas vezes da vida útil da estrutura. A combinação referida é comumente utilizada nas verificações do estado limite de formação de fissuras. Contemplam as ações permanentes e variáveis principais com seus valores característicos e as ações variáveis secundárias com seus valores freqüentes, como indicado na Eq. (3.7). 25 (3.7) 3.3.3 Combinações consideradas no software Após a definição dos coeficientes de ponderação adotados em cada um das ações e como elas devem ser combinadas, para realizar as devidas verificações de estado limite último e de serviço, passa-se para o passo seguinte, que é justamente identificar qual das combinações irão solicitar a estrutura de modo a garantir uma maior representatividade das combinações reais. O CAD/TQS precisa inicialmente ser alimentado pelos dados de carregamento da edificação, correspondentes as cargas permanentes e sobrecargas, que são definidas no subsistema denominado CAD/FORMAS. Ainda nesse subsistema, são definidas as dimensões dos elementos estruturais, que servirão de subsidio para o calculo do peso próprio da estrutura, com base na definição do peso especifico do concreto determinado nos critérios do programa. Os carregamentos definidos no CAD/FOMAS são armazenados separadamente pelo programa para que possam ser combinados durante o processamento da estrutura. As combinações apresentadas nas Tabela 3.3 e Tabela 3.4 são pré-estabelecidas nos critérios de grelha e pórtico espacial respectivamente, para as considerações de ELU e ELS, dos dois modelos integrados. Tabela 3.3 – Combinações geradas pelo CAD/TQS para o pórtico espacial (TQS) 26 Tabela 3.4 – Combinações geradas pelo CAD/TQS para grelha (TQS) 3.4 Ação do vento Para o cálculo da ação do vento em estruturas há a necessidade de definir, primeiramente, certos critérios normativos, que são agregados a velocidade básica do vento da região com o intuito de proporcionar uma ponderação do mesmo, como pode ser vista na Eq. (3.8). Os coeficientes S1, S2 e S3 fazem considerações quanto a fatores topográficos e de rugosidade do terreno que envolve a edificação, como também fatores estatísticos de utilização e dimensionais da própria edificação. (3.8) Determinada a velocidade característica do vento, passa-se para segunda etapa do processo de caracterização da ação do vento atuante em estruturas, que é justamente a de transformação da mesma em força por unidade de área. Tal processo se dá pela aplicação do teorema de Bernouilli, expresso na Eq. (3.9). (3.9) De posse da força do vento por unidade de área, a ação do vento passa a depender apenas das características geométricas da edificação. A geometria da edificação dará subsídios para a determinação da área da fachada, em que o vento está incidindo, e de um ponderador da força do vento denominado coeficiente de arrasto, que são essenciais na composição da Eq. 3.10. (3.10) 27 Segundo Pinheiro (2009) o coeficiente de arrasto é um ponderador adimensional, em que seu valor pode variar de 0,7 a 2,2. Determinado através de ábacos que levam em consideração o patamar de escoamento do vento que incide sobre edificação, o coeficiente de arrasto pode ser determinado com base na turbulência do vento, que por sua vez pode se classificado como alta ou baixa. Os parâmetros de entrada do gráfico, para determinação do valor do coeficiente de arrasto, ficam em função de relações geométricas da edificação, que levam em consideração tanto a altura da edificação bem como as dimensões em planta da mesma. 28 4 ESTABILIDADE ESTRUTURAL O presente capítulo tem com finalidade abranger a teoria que cerca a temática da estabilidade estrutural, abordando os seguintes tópicos: Estabilidade global, parâmetros de estabilidade global, análise de estruturas de nós fixos e móveis e por fim os critérios de estabilidade global do software de análise estrutural aplicada no estudo de caso. 4.1 Estabilidade global A verificação da estabilidade global de uma estrutura é um requisito importante na elaboração de projetos estruturais de concreto armado, pois proporciona a garantia da exigência feita pela NBR 6118 (ABNT, 2003) quanto à verificação do estado limite último de instabilidade. As estruturas de concreto aramado, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) podem ser classificadas, quanto à estabilidade global, de duas maneiras, nós fixos e nós móveis. No primeiro caso, os deslocamentos horizontais presentes nos nós da estrutura são considerados pequenos, de modo que são desprezados os esforços de segunda ordem. Quando os esforços de segunda ordem representam 10% os de primeira ordem, o mesmo passa a ser relevante na estabilidade estrutural, pois provoca deslocamentos horizontais significativos nos nós da estrutura, que por sua vez é denominada de nós móveis. 4.2 Parâmetros de estabilidade global Existem dois parâmetros, normatizados, que tem como finalidade avaliar se a estrutura tem ou não que considerar o efeito global de segunda ordem em sua análise. O parâmetro de instabilidade α e o γz são os responsáveis por tal avaliação, classificando dessa forma a estrutura em nós fixos ou de nós móveis. 29 4.2.1 Parâmetros de instabilidade α O parâmetro é exposto na NBR 6118 (ABNT, 2003) através de uma formulação simples que leva em consideração características relacionadas à geometria, carregamento e rigidez estrutura. Para que uma estrutura possa ser avaliada quanto a sua estabilidade global pelo parâmetro de instabilidade α, o mesmo, após ser determinado, tem que ser confrontado por um outro parâmetro, α1, que é função do número de pavimentos da edificação. Portanto, a formulação que rege tal verificação está disposta a seguir nas equações Eq. (4.1), (4.2), (4.3): (4.1) (4.2) (4.3) 4.2.2 Coeficiente γz O coeficiente γz é um parâmetro de estabilidade global aplicada a estruturas de edifícios com mais que 4 pavimentos, em que revela através de seu valor o quanto o efeito de segunda ordem representa em relação ao de primeira ordem. Idealizada pelos engenheiros brasileiros Augusto Carlos de Vasconcelos e Mário Franco, o coeficiente é amplamente utilizado atualmente em escritórios de projetos estruturais e sua formulação leva em consideração os momentos relacionados às ações horizontais e as ações verticais. Diferentemente do parâmetro de instabilidade α, o γz não possui um parâmetro que depende do número de pavimentos, porem uma estrutura com valor de γz > 1,1 passa a ser considerada de nos móveis. No sistema CAD/TQS o γz é definido para todas as combinações que relacionam os casos de vento definidos no edifício sendo eles a: 90°, 270°, 0° e 180°, alem de incorporar no seu processo de calculo considerações a respeito da não linearidade física e uma formulação de segurança. O valor de γz é determinado pela equação Eq. (4.4) disposta a seguir: 30 (4.4) 4.2.2.1 Consideração da não linearidade física Na obtenção do coeficiente γz, devem ser considerados os efeitos da não linearidade física aproximada a partir da adaptação das rigidezes dos elementos estruturais calculados com base nas equações Eq. (4.5), (4.6), (4.7) e (4.8). (4.5) (4.6) (4,7) (4.8) 4.2.2.2 Formulação de segurança A NBR 6118 (ABNT, 2003), com o intuito de minorar o efeito de segunda ordem, que já haviam sido majoradas pelo coeficiente γf, prevê a aplicação, na formulação do γz, de um coeficiente redutor, γf3, equivalente a 1,1, fazendo com que a formulação do γz passe a ser configurada conforme a equação Eq. (4.9). (4.9) 31 4.3 Análise de estruturas de nós fixos Nas estruturas de nos fixos, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) o cálculo pode ser realizado considerando cada elemento comprimido isoladamente, com barra vinculada nas extremidades dos demais elementos estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os esforços obtidos pela análise da estrutura efetuada segundo a teoria de primeira ordem. Ainda segundo a norma referida, sob a ação de forças horizontais, a estrutura é sempre calculada como deslocável. O fato de a estrutura ser classificada de nós fixos dispensa apenas a consideração dos esforços de segunda ordem. 4.4 Análise de estruturas de nós móveis Na análise de uma estrutura onde estão sendo considerados nós moveis se faz obrigatória a consideração dos efeitos da não linearidade física e geométrica da estrutura, ou seja, são levados em consideração os efeitos de segunda ordem. Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) as estruturas de nós móveis podem ser analisadas através do processo de análise não linear levando em consideração o efeito segunda ordem. O processo de análise não linear com efeito de segunda ordem consiste em uma análise aproximada para estruturas que possuem o coeficiente γz compreendido no intervalo 1,1 < γz ≤1,3 no qual os esforços da estrutura são obtidos a partir das ações horizontais ponderadas por uma majorador que leva em consideração o valor de 0,95x γz. É uma análise restrita a edificações maiores que 4 andares e regulares. 4.5 Critérios de estabilidade global do software A seguir serão relacionados às informações e as opções selecionadas dos critérios referentes à estabilidade global do CAD/TQS versão 145.62, que serão utilizadas nos modelos integrados do estudo de caso desse trabalho. 32 4.5.1 Esforços do cálculo do γz Figura 4.1 – Opção selecionada dos esforços do cálculo do γz (CAD/TQS). 4.5.2 Consideração automática do γz na transferência Figura 4.2 – Opção selecionada da consideração automática do γz na transferência (CAD/TQS). 33 4.5.3 Cargas verticais para o cálculo de momentos de segunda ordem Figura 4.3 – Opção selecionada das cargas verticais para o cálculo de momentos de segunda ordem (CAD/TQS). 4.5.4 Coeficiente para a consideração da deslocabilidade da estrutura Figura 4.4 – Opção selecionada dos coeficientes para a consideração da deslocabilidade da estrutura (CAD/TQS). 34 5 CRITÉRIOS DA ANÁLISE ESTRUTURAL DO EDIFÍCIO MODELO O estudo de caso, na qual é o objetivo principal do presente trabalho, será auxiliado por um software que está sendo utilizado amplamente em escritórios de projetos estruturais de concreto armado. O CAD/TQS, desenvolvido pela empresa TQS informática LTDA, conta, a nível de análise estrutural, com modelos diferenciados, modelos esses que passam a ser o foco do presente capítulo, juntamente com seus critérios de ajuste. 5.1 Modelos estruturais integrados O CAD/TQS, em sua versão 14.5.62, dispõe de dois modelos estruturais integrados, denominados, pelo próprio software, modelo III e modelo IV. Cada um desses modelos são formado pelos modelos de grelha e pórtico espacial. Para cada modelo integrado, diferentes considerações entre os modelos integrantes são realizadas, diferenças essas expostas nos itens subseqüentes. 5.1.1 Modelo III No modelo III,as cargas verticais dos pavimentos podem ser analisados pelo processo de grelha ou de viga continua. O pórtico espacial através de um modelo elástico fica restrito apenas a análise da estrutura frente à aplicação das ações horizontais, ou seja, o mesmo não é capaz de flagrar os esforços provenientes do equilíbrio do pórtico espacial do edifício, gerado pelas cargas verticais. Segundo o Manual do CAD/TQS o sistema permite, para efeito da consideração da plastificação entre as ligações de vigas e pilares, de uma redução da rigidez das vigas do pórtico. O esquema do modelo III pode ser visualizado na Figura 5.1. 35 Figura 5.1- Fluxograma do modelo III (CAD/TQS). 5.1.2 Modelo IV O modelo IV, diferentemente do modelo III, apresentado anteriormente, considera na análise, através de um pórtico espacial flexibilizado, as ações tanto horizontais quanto verticais. As ações verticais são transferidas automaticamente através das reações das barras de lajes, obtidas na modelagem por grelha, compondo os carregamentos das vigas, do pórtico espacial. Figura 5.2 - Fluxograma do modelo III (CAD/TQS). 5.2 Critérios de grelha No presente item serão relacionados os critérios mais importantes, no que tange a temática da analogia de grelha, aplicada no software de análise. Apesar de o programa computacional discriminar os critérios de grelha em três aplicativos distintos, sendo eles critérios gerais, critérios de lajes planas e critérios de lajes nervuradas, tal distinção não será realizada nesse item, sendo referenciados apenas pelos seus tópicos principais. A escolha 36 dessa metodologia se deve ao fato da não utilização de lajes nervuradas no projeto modelo, fazendo com que não seja necessária a análise dos critérios, do software, para esse tipo de solução. Para facilitar a compreensão da configuração dos critérios de grelha, será exposta, para cada um dos critérios citados, uma figura, retirada diretamente da janela de critérios do programa, na qual contará com uma prévia explicação e a opção selecionada para tal critério. 5.2.1 Rigidez de apoio Os critérios que serão analisados para a determinação da rigidez de apoio são: redutor do coeficiente de mola, redutor para o coeficiente de mola para apoios elásticos, multiplicador da largura equivalente de pilar nos apoios elásticos independentes, modelos de apoios padrão e modo de calculo do pé-direito para coeficiente de mola. 5.2.1.1 Redutor do coeficiente de mola Figura 5.3 – Seleção do redutor do coeficiente de mola (CAD/TQS). 37 5.2.1.2 Redutor para o coeficiente de mola para apoios elásticos Figura 5.4 – Seleção do redutor para o coeficiente de mola para apoios elásticos (CAD/TQS). 5.2.1.3 Multiplicador da largura equivalente de pilar nos apoios elásticos independentes Figura 5.5 – Seleção do multiplicador da largura equivalente de pilar nos apoios elásticos independentes (CAD/TQS). 38 5.2.1.4 Modelos de apoios padrão Figura 5.6 – Seleção do modelo de apoio padrão (CAD/TQS). 5.2.1.5 Modo de calculo do pé-direito para coeficiente de mola. Figura 5.7 – Seleção do modo de calculo do pé-direito para coeficiente de mola (CAD/TQS). 39 5.2.2 Inércia de vigas Os critérios que serão analisados para a determinação da inércia de vigas são: seção T, redutor da inércia de torção para vigas sem predominância de torção, redutor de inércia do comando torção e fator engastamento parcial das vigas. 5.2.2.1 Seção T Figura 5.8 – Seleção da consideração de seção T (CAD/TQS). 5.2.2.2 Redutor da inércia de torção para vigas sem predominância de torção Figura 5.9 – Seleção do redutor da inércia de torção para vigas sem predominância de torção (CAD/TQS). 40 5.2.2.3 Redutor de inércia do comando torção Figura 5.10 – Seleção do redutor de inércia do comando torção (CAD/TQS). 5.2.2.4 Fator engastamento parcial das vigas. Figura 5.11 – Seleção do fator engastamento parcial das vigas (CAD/TQS). 41 5.2.3 Apoios Os critérios que serão analisados para a determinação das considerações de apoios são: apoio elástico independe da laje no pilar e limite de extensão para apoio elástico independente. 5.2.3.1 Apoio elástico independe da laje no pilar Figura 5.12 – Seleção do apoio elástico independe da laje no pilar (CAD/TQS). 42 5.2.3.2 Limite de extensão para apoio elástico independente. Figura 5.13 – Seleção do limite de extensão para apoio elástico independente (CAD/TQS). 5.2.4 Plastificações Os critérios que serão analisados para a determinação das considerações das plastificações são: divisor de torção, momento Wood-armer, plastificação dos apoios sobre as vigas e plastificação sobre os pilares internos. 43 5.2.4.1 Divisor de torção Figura 5.14 – Seleção do divisor de torção (CAD/TQS). 5.2.4.2 Momento Wood-armer Figura 5.15 – Seleção do momento Wood-armer (CAD/TQS). 44 5.2.4.3 Plastificação dos apoios sobre as vigas Figura 5.16 – Seleção da plastificação dos apoios sobre as vigas (CAD/TQS). 45 5.2.4.4 Plastificação sobre os pilares internos Figura 5.17 – Seleção da plastificação sobre os pilares internos (CAD/TQS). 5.3 Critérios do pórtico espacial O presente item tem como principal finalidade, relacionar dentre os critérios disponibilizados pelo software, aqueles mais importantes e representativos para análise do pórtico espacial da estrutura do edifício modelo. 46 De forma análoga ao processo de exposição dos critérios de grelha, será exposta, para cada um dos critérios citados, uma figura, retirada diretamente da janela de critérios do programa, na qual contará com uma prévia explicação e a opção selecionada para tal critério. 5.3.1 Rigidez das vigas Os critérios que serão analisados para a determinação da rigidez das vigas são: vigas com seção T, redutor de inércia torção, rigidez lateral das vigas e fator de engastamento parcial das vigas. 5.3.1.1 Vigas com seção T Figura 5.18 – Seleção da opção de vigas com seção T (CAD/TQS). 47 5.3.1.2 Redutor de inércia torção Figura 5.19 – Seleção do redutor de inércia torção (CAD/TQS). 5.3.1.3 Rigidez lateral das vigas Figura 5.20 – Seleção da opção de rigidez lateral das vigas (CAD/TQS). 48 5.3.1.4 Fator de engastamento parcial das vigas Figura 5.21 – Seleção do fator de engastamento parcial das vigas (CAD/TQS). 5.3.2 Rigidez dos pilares Os critérios que serão analisados para a determinação da rigidez dos pilares são: offset rígido nas ligações viga pilar, flexibilização das ligações viga pilar, considerações da área da seção transversal dos pilares e coeficiente de mola padrão. 49 5.3.2.1 Offset rígido nas ligações viga pilar Figura 5.22 – Seleção do Offset rígido nas ligações viga pilar (CAD/TQS). 5.3.2.2 Flexibilização das ligações viga pilar Figura 5.23 – Seleção da opção de flexibilização das ligações viga pilar (CAD/TQS). 50 5.3.2.3 Considerações da área da seção transversal dos pilares Figura 5.24 – Seleção das opções de considerações da área da seção transversal dos pilares (CAD/TQS). 5.3.2.4 Coeficiente de mola padrão Figura 5.25 – Seleção do coeficiente de mola padrão (CAD/TQS) 51 5.3.3 Estado limite último Os critérios que serão analisados para a determinação do estado limite último estão relacionados na Figura 5.26 abaixo. Figura 5.26 – Seleção das opções referentes ao estado limite último (CAD/TQS). 52 6 DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA MODELO A comparação entre os elementos integrados, descritos no capítulo anterior, serão aplicados na análise de uma estrutura modelo. A edificação modelo foi baseada no exemplo desenvolvido do livro Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto Armado, do autor José Milton de Araujo. A partir da edificação serão obtidos os subsídios para plena modelagem da estrutura no CAD/TQS, tomando partido das informações, contidas no livro, a respeito da interpretação da arquitetura, concepção estrutural e determinação das ações atuantes na estrutura. 6.1 Descrição arquitetônica do edifício modelo O edifício modelo se configura como um edifício residencial de múltiplos pavimentos, característica essa que o tornando representativo e apto para o estudo de caso. Com uma arquitetura relativamente simples, a edificação contempla todas as peculiaridades de uma edificação do gênero, implicando dessa forma em um arranjo estrutural também corriqueiro, podendo ser formado por elementos estruturais usuais de concreto armado. Formado de por um pavimento térreo, oito pavimentos tipos, uma casa de maquinas e um reservatório elevado, atinge um gabarito de 30,7 m. As outras duas dimensões de magnitude 11,2 m e 17,1m correspondem à profundidade e a largura respectivamente. O pavimento térreo foi destinado ao estacionamento do edifício, localizado nas laterais, e ao acesso aos outros pavimentos, na parte central, que por sua vez é composto pelas áreas destinadas ao fosso do elevador, caixa de escada e shaft como pode ser visto na Figura A1. Todas as plantas arquitetônicas estão apresentadas no anexo A. Pavimento tipo, ilustrado na Figura A2, é formado por dois apartamentos iguais separados pela área centrar, configurada da mesma forma do pavimento térreo. Os apartamentos são configurados com dependências usuais encontradas em grande parte dos edifícios residenciais de múltiplos pavimentos como: dormitório, sala, sacada, banheiro, cozinha e área de serviço. 53 As demais informações referente arquitetura podem ser obtidas nas Figuras A3, A4 e A5 na qual representam a planta baixa do telhado e da casa de máquinas, corte A-A e corte B-B respectivamente. 6.2 Concepção estrutural A concepção estrutural também foi baseada no exercício do livro Projeto Estrutural de Concreto Armado. O arranjo estrutural, etapa em que são dispostos os elementos estruturais, é a primeira etapa de um projeto de estrutura, onde busca conciliar o arranjo artístico do projeto de arquitetura com decisões técnicas, tomadas a partir de vários critérios de projeto como: tipo de material constituinte da estrutura, utilização da edificação, entre outro. As dimensões adotadas a priori são baseadas na experiência do projetista de estrutura e através de certas regras de pré-dimensionamento, tentando sempre se adequar as peculiaridades de cada projeto arquitetônico, como também harmonizar a solução com os demais projetos complementares. No edifício em estudo segundo Araujo (2009) buscou-se a estruturação convencional de lajes maciças apoiadas em vigas de seção retangular, as quais se apóiam em pilares, também se seção retangular. O contraventamento foi feito exclusivamente por pórticos. Segundo Araujo (2009) as dimensões dos elementos estruturais foram escolhidas de modo a se obter a maior uniformidade de dimensões possível, visando, dessa forma, facilitar e diminuir os custos de execução. As vigas da estrutura podem ser classificadas como de contraventamento e contraventadas. As primeira, por comporem os pórticos de contraventamento da estrutura, foram pré-dimensionada com 20cm de base e 60 cm de altura. Para as vigas que não possuem responsabilidade quanto à absorção das ações horizontais, provenientes do vento, tiveram suas dimensões concebidas, pelo autor do livro, com 12cm de espessura e 40 de altura, na qual a altura, dessas vigas, fazem alusão aos vão usuais da estrutura, que compreendem um intervalo de 4 a 5 m. As vigas de amarração dos pilares situadas no pavimento térreo tem as espessura variando de 12 a 20 cm com uma altura de 30 cm. 54 Figura 6.1 – Modelo tridimensional da estrutura (CAD/TQS). Para facilitar as etapas de projeto foi definida uma espessura padrão para as lajes de 10 cm. As lajes L201, L204, L205, L210, L214 e L217, por motivos de drenagem, são rebaixadas, do nível do pavimento, 5cm. Os pilares conforme descrito por Araujo (2009) foram pré-dimensionados a partir das áreas de influencia, porem foi de principal preocupação do autor, interferi o mínimo possível nas características iniciais do projeto arquitetura, buscando, sempre que possível, embutir os pilares nas paredes. Outra preocupação, como nos demais elementos estruturais, foi de manter a uniformidade e regularidade no que desrespeito as dimensões dos pilares, onde para os pilares que dão suporte ao reservatório foram adotados pilares de 20 cm x 70 cm já para os demais foram tomadas as dimensões de 20 cm x 50 cm. Toda descrição da estrutura pode ser melhor analisada através das seguintes figuras presentes no Anexo B: , Figura B1, Figura B2, Figura B3, Figura B4, Figura B5, Figura B6 e Figura B7 que correspondem as plantas de forma de todos os pavimentos da estrutura. Também pode ser visualizado através da Figura 6.1, o modelo tridimensional da estrutura. 55 6.3 Descrição dos materiais componentes da estrutura Para análise de uma determinada estrutura há a necessidade da definição dos materiais que irão compor a mesma, pois é a partir dessa definição que se inicia a segunda etapa, que é a caracterização de cada um dos materiais. No concreto armado, juntamente ao concreto é definido um tipo de ações que irá compor a seção resistente dos elementos estruturais. Segundo a NBR 7480 (ABNT, 2007) os aços destinados ao concreto armado recebem o prefixo CA e são divididos basicamente em três classes, sendo elas CA 25, CA50 e CA60. Na análise da estrutura modelo será utilizado aço CA50. A resistência mínima adotada para um concreto é função da classe de agressividade ambiental em que uma estrutura está situada. Segundo Araujo (2009), a edifício modelo está situado dentro de uma zona residencial urbana, longe do mar ou de indústrias poluidoras, portanto, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) a zona ambiental pode ser classificada como zona de classe ambiental I, permitindo então, a aplicação de um concreto de classe C20. Apesar da vizinhança se enquadrar na zona descrita acima, existem certas áreas da edificação em que, devido a presença de água, podem ser classificadas na zona de agressividade II, caso esse aplicado ao pavimento térreo e ao reservatório, exigindo dessa forma a adoção de uma classe C25. Para uniformizar a resistência do concreto na estrutura modelo será aplicado para toda estrutura a classe C25. A classe de agressividade ambiental não prevê apenas a classe do concreto que deve ser adotada na estrutura, mas também as dimensões dos cobrimentos, que serão tomadas de forma similar as descritas no livro de referencia, conforme a Tabela 6.1. Tabela 6.1 – Classe de agressividade ambiental da estrutura modelo. 56 6.4 Ações verticais atuantes na estrutura No presente item serão relacionadas todas as ações verticais atuantes na estruturas, descriminadas, em cada pavimento da edificação, por tipo de elemento estrutural. A apresentação das ações atuantes será de grande relevância para promover a incorporação, na etapa de modelagem do edifício modelo, das ações atuantes. 6.4.1 Lajes Aqui serão explicitadas as considerações das ações que irão atuar nas lajes dos diversos pavimentos da edificação, abordando com propriedade cada uma das considerações adotadas para a obtenção dos carregamentos. 6.4.1.1 Pavimento tipo As ações que solicitam as lajes do pavimento tipo são provenientes de forma genérica, do peso próprio das lajes, do revestimento aplicado sob a mesma e das ações de utilização. Alem dessas cargas relacionadas, existe ainda, em algumas lajes, a presença do peso das paredes. As lajes são calculadas automaticamente pelo programa computacional, porém para que isso possa ocorrer se faz necessário alimentá-lo com certos subsídios como: o peso específico do concreto e a espessura da laje. O pesos específico do concreto é de 25 kN/m² e a espessura adotada para todas as lajes é de 10 cm. Os valores das ações acidentais seguem as prescrições da NBR 6120 (ABNT, 2003) na qual faz a correlação entre o carregamento aplicado por área e a utilização da estrutura. Para o revestimento foi adotado, para todas as lajes, um valor de 0,8 kN/ m². Para as lajes L202, L215, L207, L212 e L209 devem-se ainda considerar o carregamento das paredes em que elas se apóiam. Para o peso específico da parede de 57 alvenaria de tijolo cerâmico, adotam-se os seguintes valores: 13 kN/m³ e 18 kN/m³ para alvenaria de tijolo cerâmico furado e tijolo cerâmico maciço respectivamente. Para o calculo da contribuição de cargas de alvenaria sobre as lajes há a necessidade da definição da altura das paredes, no qual possuem 2,70 m. A parede que separa o hall da escada enclausurada é considerada de tijolo maciço. As demais paredes são consideradas de tijolo furado. As cargas de todas as lajes do pavimento tipo estão expostas abaixo na Tabela 6.2. Tabela 6.2 – Cargas de serviço das lajes do pavimento do pavimento tipo – kN/m² (Araujo: 2009). 6.4.1.2 Cobertura e casa de máquinas As ações que solicitam as lajes da coberta e da casa de maquinas são provenientes de forma genérica do peso próprio das lajes, do revestimento e das telhas aplicado sob a mesma e por último, das ações de utilização. O carregamento proveniente do peso próprio e da utilização das lajes tem a mesma magnitude das lajes do pavimento tipo. A carga do telhado é considerada de forma aproximada adotando a partir de um valor de 0,5 kN/m². Na laje da casa de máquinas é adotada um valor que se diferencia de todo o resto do pavimento de 2 kN/m². As cargas de todas as lajes da cobertura e da casa de máquinas estão expostas abaixo na Tabela 6.3. 58 Tabela 6.3 – Cargas de serviço nas lajes da cobertura e piso da casa de maquinas – kN/m² (Araujo: 2009). 6.4.1.3 Mesa do motor e barrilete Para a laje da mesa do motor, sobre a caixa corrida do elevador, considera-se o peso próprio igual ao do pavimento tipo, já que a laje possuem 10 cm de espessura, 0,8 kN/m² de revestimento e uma carga acidental de 14kN/m², conforme a recomendação do fabricante. Conforme descrito por Araujo (2009) no livro Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto Armado, para as lajes L501 e L502 do barrilete, considera-se para uma laje de 10 cm de espessura, o revestimento de 0,8 kN/m² e a carga acidental uniforme distribuída de 0,5 kN/m². Alem disso, deve-se prever a colocação de dois ganchos de içamento na laje L501, sendo um localizado sobre a caixa de corrida. Cada gancho deve suportar um carga de 20 kN, conforme recomendações do fabricante do elevador. Para a avaliação das reações de apoio, essas cargas concentradas podem ser distribuídas pela a área da laje, resultando uma carga uniforme igual a 3,3 kN/m². As cargas de todas as lajes da mesa do motor e barrilete estão expostas abaixo na Tabela 6.4. Tabela 6.4 – Carga de serviço da mesa do moto e do barrilete – kN/m² (Araujo: 2009). 59 6.4.1.4 Reservatório Para o reservatório são analisadas, tanto as lajes de fundo quanto a laje que representa a tampa do reservatório. Para a tampa foi utilizada uma laje de 15 cm na qual foi submetida a uma carga de revestimento de 0,5 kN/m² e uma carga acidental de 0,5 kN/m². No fundo do reservatório estão atuando cargas referentes ao peso próprio da laje com 10 cm de espessura, uma carga de revestimento de 0,5 kN/m² e a carga devido a pressão hidrostática de 13,0 kN/m². As cargas de as lajes do reservatório estão expostas abaixo na Tabela 6.5. Tabela 6.5 – Cargas das lajes do reservatório – kN/m² (Araujo: 2009) 6.4.2 Vigas Aqui serão explicitadas as considerações das ações que irão atuar nas vigas de todos os pavimentos da edificação, abordando com propriedade cada uma das considerações adotadas para a obtenção dos carregamentos. Vale lembrar que não será dada ênfase as reações dos bordos das lajes nas vigas, pois tal processo fica a cargo do software de análise. 6.4.2.1 Térreo As cargas verticais atuantes nas vigas do pavimento térreo são provenientes do peso próprio e das paredes que estão dispostas sobre elas. 60 O peso próprio, de forma similar aos das lajes, são determinados a partir das configurações de geometria da viga e do peso especifico do concreto. Portanto se faz necessária, para o calculo do peso próprio, informar ao programa tanto o peso específico do concreto, de 25 kN/m², quanto as dimensões da seção transversal da viga, já que a carga é distribuída linearmente. Para calcular o carregamento das paredes sobre a alvenaria, faz-se necessário, como no cálculo do peso próprio da viga, das dimensões transversais das paredes e do peso especifico do material constituinte. As paredes do projeto têm a sua espessura variando entre 15 cm e 25 cm. A altura da alvenaria fica em função do obstáculo localizado imediatamente superior ao seu eixo, onde na maioria dos casos, são representadas pelas vigas do pavimento superior. O peso especifico do material constituinte das paredes, como citado anteriormente, varia entre 13 kN/m² e 18 kN/m², caso seja usado o tijolo cerâmico furado ou maciço respectivamente. Na determinação da carga das paredes também são levados em consideração os descontos das aberturas das esquadrias. As cargas permanentes atuantes nas vigas do pavimento térreo se configuram conforme descrito na Figura C1 em anexo. 6.4.2.2 Pavimento tipo Todas as considerações feitas no item anterior para as vigas do pavimento térreo podem ser aplicadas para o pavimento tipo já que as paredes dos dois pavimentos possuem dimensões e matérias constituintes similares. As cargas atuantes nas vigas do pavimento tipo se configuram conforme descrito na Figura C2 em anexo. 6.4.2.3 Cobertura e casa de maquinas Alem das cargas usuais, na qual seguem a mesma teoria apresentadas nos pavimentos anteriores, existem nesse pavimento vigas de transição, apoiando dessa forma os pilares que tem como finalidade proporcionar a sustentação do reservatório. A carga do 61 pilares repassada para as vigas fica a cargo da análise via software. As demais cargas estão dispostas na Figura C3 em anexo. 6.4.2.4 Mesa do motor Na mesa do motor apoiada, sobre três das quatro vigas componentes do pavimento é aplicada uma carga de alvenaria de tijolo cerâmico furado de 1,6 m de altura. Os resultados dos carregamentos seguem na Figura C4 em anexo. 6.4.2.5 Barrilete No barrilete está sendo aplicada nas vigas de extremidades a carga de uma parede de 15 cm, de tijolo cerâmico furado, por 0,6 m de altura, como descrito na Figura C5 em anexo. 6.4.2.6 Reservatório Como o reservatório é idealizado em concreto armado, o mesmo é incorporado à análise automática da estrutura por meio do CAD/TQS. Não necessitando, dessa forma, fazer as considerações, para efeito de modelagem da estrutura, de suas cargas. 6.4.2.7 Escadas Como o modelo III não permite a análise do edifício com elementos de escadas integrados ao modelo da estrutura, se optou, para proporcionar uma comparação mais representativa com o modelo IV, em apenas representar a escada a partir de suas reações nas 62 vigas que a recebem em cada um dos pavimentos. Portanto, a Tabela 6.6, relacionará o acréscimo de carga nas vigas V119, V228 e V328 devido à reação da escada. Tabela 6.6 – Reações das escadas nas vigas que a sustentam – kN/m. (Araujo: 2009). 6.5 Ação do vento atuante na estrutura As ações horizontais mais relevantes em estruturas de concreto armado é justamente a ação do vento. O CAD/TQS gera automaticamente, a partir dos critérios de cálculos prescritos na NBR 6123 (ABNT, 1988), as ações do vento em quatro direções, sendo elas 0º, 90°, 180° e 270°, ou seja, atuantes normais as representativas faces da edificação. No edifício modelo foi adotada, atuando sobre a sua estrutura, a ação do vento com velocidade básica de 30 m/s, de modo a se adequar as características probabilísticas das máximas rajadas de vento atuantes na cidade de Fortaleza. Os fatores de ponderação da velocidade básica do vento podem se subdividir em três grupos com o intuito de retratar as características geométricas da edificação, da vizinhança da estrutura e do seu tipo de utilização. Nesse segundo buscou-se adotar fatores que representassem de forma representativa o cenário atual das edificações na cidade de Fortaleza, que estão inseridos em zonas com pequenas inclinações, cercadas por outras edificações grande porte. O terceiro grupo está relacionado à utilização da edificação, onde o modelo adotado enquadra um edifício residencial com alto fator de ocupação. Os fatores S1, S2 e S3 como também a velocidade básica do vento e o coeficiente de arrasto adotados no estudo de caso podem vistos nas Figura 6.2. 63 Figura 6.2 – Critérios de cálculo da ação do vento na estrutura modelo (CAD/TQS) . 64 7 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO O presente capítulo tem como objetivo fazer uma apresentação dos resultados e da análise comparativa entre os modelos integrados III e IV de análise estrutural quanto a alguns aspectos relevantes em estruturas de concreto armado. O estudo será realizado tendo como base a estrutura de um edifício modelo, idealizado no livro Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto Armado, do autor José Milton de Araujo, como foi descrito no capítulo 6. A ferramenta computacional que será utilizada para a modelagem e obtenção de resultados dos dois modelos estruturais integrados em pauta será o CAD/TQS versão 14.5.62. A apresentação dos resultados e comparativos entre os modelos integrados se dará frente a três temáticas distintas, com importante grau de relevância no desenvolvimento de projetos estruturais de concreto armado, sendo eles: estabilidade global da estrutura, resultante dos carregamentos dos pilares e esforços das vigas. Comparativos entre os modelos integrados quanto à análise dos pavimentos por meio de grelha não serão abordados no presente trabalho já que a mesma possui resultados de esforços similares para os dois modelos em estudo, portanto, tendo como fundamental importância, apenas na transmissão das ações, proveniente de cada um dos pavimentos formados por lajes, para a estrutura modelo. A pesar do modelo III determinar os esforços nas vigas e lajes através do modelo de grelha, as reações das lajes são repassadas para o pórtico espacial por charneiras plásticas 7.1 Estabilidade global da estrutura A estrutura será avaliada, para os dois modelos integrados, quanto a suas condições de estabilidade global através do coeficiente γz, de modo a classificar a estrutura em nós fixos e móveis como está prescrito na NBR 6118 (ABNT, 2003). Antes de apresentar os resultados de estabilidade global da estrutura modelo serão tecidos alguns comentários a respeito de como é realizado o processamento da edificação para a obtenção dos coeficientes de estabilidade global via o software de análise. 65 7.1.1 Processamento dos parâmetros de estabilidade global Serão gerados, de forma automática, pelo software de análise, para cada caso de ação do vento atuante na estrutura, um coeficiente de estabilidade global. No caso do edifício modelo, serão gerados para cada modelo integrado quatro coeficientes de estabilidade, correspondentes a cada caso de vento considerado, atuante de forma perpendicular as fachadas do edifício modelo. Dentre os coeficientes gerados pelo software, serão considerados, para efeito de obtenção dos esforços de segunda ordem, caso existam, os maiores valores do coeficiente γz, com o intuito de atender a situação mais desfavorável. 7.1.2 Resultados dos parâmetros de estabilidade global Processado através do software o mesmo edifício pelos dois modelos integrados, foram obtidos, em cada um deles, para as quatro direções consideradas, os resultados, que por sua vez são apresentados pelo programa por intermédio de relatórios. Os resultados postados nos relatórios para o modelo III e IV podem ser conferidos nas Tabela 7.1 e Tabela 7.2 respectivamente. Tabela 7.1 – Parâmetros de estabilidade global pelo modelo III. Tabela 7.2 – Parâmetros de estabilidade global pelo modelo IV. 66 7.1.3 Comparativo dos parâmetros de estabilidade global Os comparativos serão baseados na Tabela 7.3 com base nos resultados expostos anteriormente nas Tabela 7.1 e Tabela 7.2. Tabela 7.3 – Comparativo dos parâmetros de estabilidade global. De início, fica notório que a classificação quanto à estabilidade global da estrutura modelo independe de qual modelo adotado, já que ambos apresentam o valor do γz>1,1 para o vento atuando a 90º e 270º, fazendo com que a estrutura se configure como nós móveis, ou seja, devem ser considerados, por obrigação, os efeitos globais de segunda ordem na análise da estrutura. A diferença em valores absolutos do coeficiente γz entre os dois modelos integrados é de 0,005 para a menor dimensão da estrutura e de 0,003 para a maior dimensão da estrutura. Quando é idealizada uma relação comparativa, em percentual, entre os dois modelos, tendo como referencia o modelo IV, percebe-se que o mesmo possui um valor do coeficiente γz inferior ao do modelo III certa de 0,45% e 0,27%. A tabela gerada pela listagem dos resultados também agrega os valores parciais utilizados para o cálculo do γz, proporcionado dessa forma, uma rastreabilidade dos valores componentes da equação do parâmetro de estabilidade global. Um dos componentes da equação do γz que merece destaque é o momento de primeira ordem, onde não foram encontrados diferenças de resultados entre os dois modelos. Enquanto que no momento de segunda ordem o modelo III, em média, é maior que o determinado pelo modelo IV cerca de 3,91% Para as cargas verticais e horizontais o percentual da relação entre os dois modelos são constantes em todas as direções de análise consideradas. Dessa forma as cargas 67 verticais determinada no modelo III superam os mesmos valore obtidos pelo modelo IV em 3,44%. A intensidade das ações horizontais não apresenta diferenças entre os dois modelos. Portanto verifica-se uma incompatibilidade de análise entre os dois modelos já que para uma mesma configuração de carregamento o modelo III apresenta uma resultante total de cargas verticais 592 kN a mais do que a obtida pelo modelos IV. 7.2 Resultante do carregamento dos pilares A resultante do carregamento dos pilares proporciona um panorama de como está ocorrendo às considerações de distribuição das ações atuantes na estrutura do edifício em cada um dos pilares. O software utilizado no estudo de caso gera, a partir das peculiaridades da análise de cada um dos dois modelos integrados e para os carregamentos considerados, a resultante em cada um dos pilares, como pode ser acompanhado no item 7.2.1, servindo de base para comparação entre os dois modelos que estão em pauta no item 7.2.2. 7.2.1 Resultado da resultante do carregamento dos pilares Para efeito de comparação entre os dois modelos integrados, foram tomados dois casos de carregamentos gerados pelo software. O primeiro contempla todas as cargas verticais, enquanto que o segundo leva em consideração ação do vento incidindo a 180º na edificação. Os dois carregamentos foram escolhidos de modo a isolar, para efeito de estudo, o comportamento da resultante do carregamento dos pilares para as ações verticais e horizontais. 68 7.2.1.1 Todas as cargas verticais Para os resultados das resultantes nos pilares devido à aplicação de todas as ações verticais, são gerados apenas resultantes normais ao plano onde está inseria a edificação, como pode ser visto na Figura D.1e Figura D.2 que estão em anexo. 7.2.1.2 Ação do vento a 180º Para a ação do vento incidindo a 180º, são geradas resultantes de forças perpendiculares aos eixos X e Z e um momento em torno do eixo Y, como pode ser acompanhado na Figura D.3e Figura D.4 que estão em anexo. 7.2.2 Comparativo da resultante do carregamento dos pilares O presente item tem como finalidade fazer um comparativo entre os dois modelos integrados quanto à resultante de carregamento dos pilares, para os dois casos de carregamento considerados no item 7.2.1. Para facilitar e tornar mais representativo tanto a apresentação dos resultados quanto a comparação entre os mesmos, os pilares foram agrupados em relação a sua posição na edificação, sendo dessa forma, os grupos classificados em pilar de extremidade, central e de canto. 7.2.2.1 Todas as cargas verticais Os comparativos entre os resultados da resultante dos pilares submetido a todas as cargas verticais para os dois modelos em estudo podem ser visualizados através da Tabela 7.4, que faz referência aos resultados, em valores absolutos, da magnitude dos carregamentos em cada um dos métodos e da diferença entre eles. Em valores percentuais, é apresentada a 69 relação entre os valores obtidos pelos dois modelos, tomando o modelo IV em função do modelo III, como também a média dos resultados de cada um dos grupos de pilares. Tabela 7.4 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para todas as cargas verticais (Fz). A partir dos resultados apresentados pela Tabela 7.4 fica notório que há uma grande diferença entre alguns carregamentos resultantes presente em cada um dos grupos de pilares. Como foi comentado no item anterior, ocorreu uma incoerência quanto aos resultados obtidos pelos dois modelos para a resultante das cargas verticais. Para o grupo de pilares centrais as diferenças máximas e mínimas ficaram a cargo dos pilares P9 e P62. Para esses dois pilares os resultados encontrados pelo modelo III superaram os do modelo IV em 53kN e 64kN resultando, em valores percentuais de 3,6% e 5,8% respectivamente. Para esse grupo a média percentual indicou que o modelo III supera as resultantes verticais do modelo IV em 3,8%. Os pilares de exterminada apresentaram a menor diferença média encontrada dentre os grupos amostral em estudo, onde o modelo III supera as resultantes determinadas pelo modelo IV em 1,1%. São nos pilares de canto onde as resultantes das cargas verticais determinadas pelo modelo III imprimem uma diferença mais considerável, superando os valores referentes ao modelo IV em 21,7%. 70 7.2.2.2 Ação do vento a 180º Os comparativos entre os resultados da resultante dos pilares submetido à ação do vento, incidindo a 180° sobre a estrutura do edifício modelo, para os dois modelos em estudo, podem ser visualizados através das Tabelas: Tabela 7.5, Tabela 7.6, e Tabela 7.7, que fazem referências aos resultados, em valores absolutos, da magnitude das resultantes de Fx e FZ, como também do momento My. Em valores percentuais, é apresentada a relação entre os resultados obtidos pelos dois modelos, tomando o modelo IV em função do modelo III, como também a média dos resultados de cada um dos grupos de pilares. Para tornar mais fácil a comparação dos resultados, os mesmos foram subdivididos em três tabelas distintas, já citadas anteriormente, onde cada um delas contempla isoladamente uma das resultantes em estudo. Tabela 7.5 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (Fz). 71 Tabela 7.6 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (Fx). Tabela 7.7 – Comparativo entre as plantas de carga dos modelos III e IV para ação do vento a 180º (My). 72 Como pôde ser percebido, em cada uma das tabelas expostas anteriormente, não foram registradas diferenças entre os resultados das resultantes em nem um dos pilares ao serem analisados pelos dois modelos integrados. Os valores negativos conferidos as resultantes em cada uma das tabelas, indicam que as mesmas estão atuando em sentido oposto ao sistema cartesiano global de referência do software. Dessa forma, pode-se perceber através Tabela 7.5, que as resultantes das ações verticais dos pilares que compões a fachada principal do edifício modelo estão sofrendo, em relação ao plano base do edifício, um processo de descompressão. 7.3 Esforços das vigas A partir dos resultados dos esforços das vigas fornecidos pelo CAD/TQS, podem ser analisadas as considerações que estão sendo adotadas para o modelo de pórtico espacial em cada um dos modelos integrados em estudo. Para tonar mais representativo o estudo de caso, foi tomado como grupo amostral, para as analises do momento fletor e esforço cortante, duas vigas do pavimento tipo. A V18 representa uma viga continua que possui dois vãos centrais e dois balanços de extremidades, e está situada perpendicular a maior dimensão do edifício. A V26 também representa uma viga continua, porém com apenas dois vãos centrais e estando localizada na parte central do edifício, paralela a maior dimensão do mesmo. Para cada uma das vigas foram idealizados dois modelos básicos, com a definição das seções onde serão realizadas as apresentações tanto dos resultados quanto dos comparativos. Os modelos das vigas V18 e V26 estão representados pelas Figuras 7.1 e 7.2 respectivamente. Figura 7.1 – Modelo da viga V18. 73 Figura 7.2 – Modelo da viga V26. Os resultados dos esforços das vigas que serão avaliados no estudo de caso, são determinados pelo software através de duas maneiras. A primeira, através do simples resultados do processamento dos modelos integrados, e a segunda através das envoltórias de esforços para cada uma das vigas do pavimento tipo, em cada modelo integrado. 7.3.1 Esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados Como o edifício foi analisado por pórtico espacial e conta com a presença de pavimento com repetição de piso, no caso o pavimento tipo, para cada viga serão tomados os maiores esforços dentre os calculados em cada andar. Dessa forma o programa garante que as condições mais desfavoráveis encontradas nos pavimentos tipo sejam consideradas para efeito de dimensionamento das vigas. Os esforços apresentados pelas envoltórias já contemplam os efeitos de segunda agregados aos valores finais. 7.3.1.1 Resultados dos esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados Serão apresentando de forma separada, para as vigas V18 e V26, os valores do momento fletor e esforço cortante como estão apresentados nos itens 7.3.1.1.1 e 7.3.2.1.2 respectivamente. 74 7.3.1.1.1 Momento fletor Os momentos fletores das vigas em estudo, pelas envoltórias dos modelos integrados, estão representados nas Tabelas: Tabela 7.8 e Tabela 7.9. Tabela 7.8 – Envoltória de momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. Tabela 7.9 – Envoltória de momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. 7.3.1.1.2 Esforço cortante Os esforços cortantes das vigas em estudo, pelas envoltórias dos modelos integrados, estão representados nas tabelas: Tabela 7.10 e Tabela 7.11 Tabela 7.10 – Envoltória de esforço cortante da viga V18 para os modelos III e IV. 75 Tabela 7.11 – Envoltória de esforço cortante da viga V26 para os modelos III e IV. 7.3.1.2 Comparativo dos esforços das vigas pelas envoltórias dos modelos integrados Os comparativos entre os esforços determinados pelas envoltórias também seguiram a mesma metodologia da exposição dos resultados, sendo discriminados em momento fletor e esforços cortante como estão apresentados nos itens 7.3.1.2.1 e 7.3.1.2.2 respectivamente. 7.3.1.2.1 Momento fletor O comparativo em relação ao momento fletor para as duas vigas em análise podem ser observados nas tabelas: Tabela 7.12 e Tabela 7.13. Tabela 7.12 – Comparativo da envoltória de momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. Tabela 7.13 – Comparativo da envoltória de momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. Para a viga V18 os momentos fletores decorrentes da análise pelo modelo III sobressaíram aos encontrados pelo modelo IV nas regiões dos apoios, se configurando de 76 forma contrária nas seções localizadas nos vão da viga. Nos balanços não foram encontradas diferenças de esforços entre os dois modelos. Para a viga V26 o esforço em questão apresentou semelhança aos resultados encontrados na viga V18 apenas na região do apoio central. Para as seções localizadas nos vão e nos apoios de extremidade, os momentos fletores apresentaram maiores valores ao serem determinados pelo modelo IV. 7.3.1.2.2 Esforço cortante O comparativo em relação ao esforço cortante para as duas vigas em análise podem ser observados nas tabelas:.Tabela 7.14 e Tabela 7.15. Tabela 7.14 – Comparativo da envoltória de esforços cortantes da viga V18 para os modelos III e IV. Tabela 7.15 – Comparativo da envoltória de esforços cortantes da viga V26 para os modelos III e IV. Na viga V18 os esforços cortantes nas seções D, G e J não apresentaram diferença entre os dois modelos, porem nas demais seções , com exceção da seção E, os valores dos esforços cortantes determinados pelo modelo III são superiores aos do modelo IV. Na viga V26 são nos apoios extremos em que os esforços cortantes determinados pelo modelo IV são superiores ao do modelo III, ocorrendo de forma contrária nas seções localizadas no apoio central da viga. 77 7.3.2 Esforços pelos modelos integrados Os esforços das vigas do pavimento tipo em estudo são apresentados em sua totalidade, ou seja, são gerados pelo subsistema do programa, Pórtico/TQS, os resultados de todas as vigas em estudo contidas no edifício, podendo ser observados através de um visualizador tridimensional, que incorpora ao mesmo, todos os esforços determinados pelo software, para cada caso de carregamento gerado. Para efeito de estudo comparativo entre os esforços das duas vigas, será considerada apenas as somatória de todas as cargas verticais. 7.3.2.1 Resultados dos esforços pelos modelos integrados De forma análoga ao apresentado aos esforços determinados pelas envoltórias, a análise será discriminada em momento fletor e esforços cortante como estão apresentados nos itens 7.3.2.1.1 e 7.3.2.1.2 respectivamente. 7.3.2.1.1 Momento fletor Os momentos fletores das vigas em estudo, analisados pelos modelos integrados, estão representados nas tabela: Tabela 7.16 e Tabela 7.17. 78 Tabela 7.16 – Momentos fletores da viga V18 pelos modelos III e IV. Tabela 7.17 – Momentos fletores da viga V26 pelos modelos III e IV. 79 7.3.2.1.2 Esforço cortante Os esforços cortantes das vigas em estudo, analisados pelos modelos integrados, estão representados nas tabelas: Tabela 7.18 e Tabela 7.19. Tabela 7.18 – Esforços cortantes da viga V18 pelos modelos III e IV. Tabela 7.19 – Esforços cortantes da viga V26 pelos modelos III e IV. 80 7.3.2.2 Comparativos dos esforços pelos modelos integrados Os comparativos entre os esforços determinados pelas envoltórias serão discriminados em momento fletor e esforços cortante como estão apresentados nos itens 7.3.2.2.1 e 7.3.2.2.2 respectivamente. 7.3.2.2.1 Momento fletor O comparativo em relação ao momento fletor para as duas vigas em análise podem ser observados nas tabelas: Tabela 7.20 e Tabela 7.21. Tabela 7.20 – Comparativo dos momentos fletores da viga V18 para os modelos III e IV. 81 Tabela 7.21 – Comparativo dos momentos fletores da viga V26 para os modelos III e IV. Para a viga V18 os momentos fletores em média obtidos pelo modelo IV foram superiores aos do modelo III nas seções compreendidas nos vãos e no apoio central. Nos apoios de extremidade, os momentos fletores obtidos através do modelo III superaram os do modelo IV., com exceção na seção H Nas seções localizadas nos balanços não houve diferenças entre os momentos fletores obtidos pelos dois modelos. Tanto no vão quanto no apoio central da viga V26 os momentos fletores obtidos pelo modelo IV em média foram superiores aos do modelo III, se configurando de forma contrária nos apoios de extremidade. 7.3.2.2.2 Esforço cortante O comparativo em relação ao esforço cortante para as duas vigas em análise podem ser observados nas tabelas: .Tabela 7.22 e Tabela 7.23. 82 Tabela 7.22 – Comparativo dos esforços cortantes da viga V18 para os modelos III e IV. Tabela 7.23 – Comparativo dos esforços cortantes da viga V26 para os modelos III e IV. Em média, para os esforços cortantes presentes nas seções G e H da viga V18 não apresentam diferenças entre os dois modelos. Em todas as outras seções, como exceção da 83 seção F, os esforços cortantes determinados pelo modelo III são superiores aos encontrados na análise pelo modelo IV. Na viga V26, os esforços cortantes determinados pelo modelo III são superiores aos determinados pelo modelo IV tanto nas seções localizadas nos apoios de extremidade quanto nos apoios centrais. Não foram apresentadas diferenças entre os esforços nas seções localizadas nos dois vãos da viga. 84 8 CONCLUSÃO O último capítulo desse trabalho tem como principal função desenvolver um analise critica aos temas comparativo de estabilidade global da estrutura, resultante das reações no pilares e esforços das vigas, a partir dos resultados apresentados no capítulo 7, para os modelos III e IV. Ainda será realizada uma abordagem sobre as sugestões de trabalhos futuros, com a intenção de complementar a pesquisa comparativa ente os modelos, aja visto que presente trabalho não tem como objetivo atende a todas as situações de comparação. 8.1 Estabilidade global da estrutura Como havia sido dito anteriormente, para o edifício analisado, não houve diferenças entre os modelos quanto à classificação de estabilidade global. Com os parâmetros de estabilidade global apresentando valores acima dos limites estabelecidos por norma, a estrutura foi classificada como nós móveis. Apesar da similaridade quanto à classificação da deslocabilidade da estrutura entre os dois modelos, foram identificadas diferenças entre os resultados obtidos, diferenças essas que mesmo sendo pequenas, revelam muito do comportamento do pórtico espacial frente à particularidade de cada um dos modelos. Como pode ser observado na Tabela 7.3, para todas as direções consideradas de análise do vento, o modelo III apresentou resultados superiores aos determinados pelo modelo IV quanto ao coeficiente de estabilidade global. Tal resultado contraria os comentários apresentados no manual do programa, no qual afirma, que o modelo IV tende a apresentar resultados de deslocabilidade maiores em comparação com o modelo IV. A afirmação é baseada no fato do modelo de pórtico espacial idealizado no modelo IV ser flexibilizado, a partir de molas localizadas nos nós do mesmo. Enquanto que no modelo III o pórtico e tido como elástico. Deve ser mencionado que um dos componentes da equação do parâmetro de estabilidade global da estrutura, no caso a resultante vertical, apresentaram valores diferentes entre os dois modelos. Diferença essa que torna a estrutura representada pelo modelo III mais 85 carregada do que o modelo IV, em 592 kN, agindo, dessa forma, com um fator majorador do momento de segunda ordem. Apesar da diferença existente entre as resultantes das ações verticais entre os dois modelos, pode-se concluir que o comentário apresentado na manual do programa se confirma, porém, fica claro que o modelo IV depende das considerações subjetivas do projetista, quanto à definição dos critérios que definem a rigidez do pórtico espacial da estrutura. 8.2 Resultante das cargas nos pilares Verificou-se, a partir das tabelas comparativas das resultantes dos pilares, que as duas considerações de carregamento apresentam resultados opostos. Para todas as cargas verticais, foram apresentados resultados com consideráveis diferenças entre os grupos de pilares quando confrontados os valores dos dois modelos. Para ação do vento incidindo a 180º na edificação, as resultantes apresentaram similaridade para todos os resultados obtidos pelos modelos III e IV. Os resultados obtidos das resultantes dos pilares a partir da aplicação da ação do vento confirmaram o que a descrição dos modelos apresentava. A diferença básica existente entre os modelos se resume a impossibilidade da determinação, por parte do modelo III, da análise da estrutura frente às ações verticais. Portanto, fica provado que os dois modelos não apresentam, para as ações horizontais, diferenças quanto à determinação das resultantes nos pilares. Apesar de não ser o foco do presente item, serão tecidos alguns comentários, com base na justificativa apresentada as resultantes dos pilares, perante a aplicação das ações horizontais, a respeito da configuração dos esforços na estrutura. Foi verificado, a partir do visualizador do pórtico no ELU, presente no subsistem PÓRTICO/TQS, que as considerações feitas para as resultantes dos pilares, quanto à aplicação de ações horizontais, se estendem a determinação dos esforços na estrutura, pois em todos os pavimentos são apresentados os mesmos resultados para os dois modelos integrados. Com a aplicação de todas as cargas verticais aos dois pórticos, foram obtidas distintas distribuições das resultantes dos pilares. 86 Ao fazer uma comparação entre os grupos de pilares verificou-se que os pilares com os maiores valores percentuais de diferença estão posicionados nos cantos do edifício. Já os pilares que apresentam as menores diferenças estão localizados na região central. As diferenças de resultados entre os dois modelos configuraram-se de forma proporcional. Ao verificar o somatório das resultantes verticais em cada modelo, percebeu-se que o resultados obtidos pelo modelo III apresentavam 592kN a mais do que os obtidos pelo modelo IV. Diferença que corresponde cerca de 3,5%. A pequena diferença entre de resultados é tolerável, já que ambos são modelos estruturais, que tentam, através de distintas simplificações, representarem o real funcionamento da estrutura. De forma a criticar os resultados obtidos, foram idealizados comparativo não mais entre os dois modelos, mas sim dos dois modelos com as resultantes dos pilares presente no livro em que o exemplo está se baseando, como pode ser conferido na Tabela 8.1. Antes de fazer a apresentação dos resultados do novo comparativo, é importante comentar que no exemplo do livro, as cargas verticais presentes nas lajes do edifício modelo, são repassadas para as vigas através do método das charneiras plásticas. As vigas por suas vês repassam essas cargas para os pilares através das reações provenientes do modelo de viga continua. A resultante dos pilares corresponde à somatória das cargas em todos os pavimentos. Tabela 8.1 – Comparativo entre as plantas de cargas verticais dos modelos III e IV com o exemplo do livro 87 Portanto, pode-se perceber para o modelo IV, que todos os grupos de pilares apresentam resultados médios menores que os determinados no exemplo. Já para o modelo III, os resultados médios dos pilares centrais e de canto apresentaram resultados maiores do que os encontrados no do exemplo, ocorrendo de forma contrária no grupo de pilares localizados nas extremidades. Com base no que foi exposto, pode-se perceber que o modelo III, em relação ao modelo IV, apresenta, para a resultante vertical total dos pilares, uma menor diferença quando comparados com o valor o obtido pelo exemplo, sendo ela de 1108kN. Com base nessa diferença, pode-se concluir que tanto a somatória quanto a distribuição da resultante de carregamento dos pilares fica sujeita a interferência das características de cada um dos modelos. Portanto é importante relevar a necessidade de criticar os dados apresentados por qualquer programa computacional de análise estrutural, a partir de testes e comparações como modelos mais simples, consagrados no meio técnico, de modo a aferir os resultados apresentados pelo programa ou por determinada configuração do mesmo. 8.3 Esforços das vigas Para poder simplificar o processo de conclusão a respeito dos esforços das vigas, foram elaboradas figuras que representassem de forma genérica o comportamento das mesmas frente à característica elástica e flexibilizada dos nós. Para promover o processo de comparação entre os modelos integrados para os esforços das vigas, serão apresentados dois modelos estruturais genéricos. Ambos os modelos apresentam barras representando as vigas e pontos e molas indicando ligações elásticas e flexibilizadas respectivamente. Juntamente com a representação das vigas são apresentadas as tendências das deformadas das mesmas por meio de uma linha tracejada. O primeiro modelo é representada por uma viga com apenas um vão sobre apoios elásticos e flexibilizados, com pode ser observado na Figura 8.1 e Figura 8.2 respectivamente. Figura 8.1 - Modelo genérico de uma viga com apenas um vão sobre apoios elásticos. 88 Figura 8.2 - Modelo genérico de uma viga com apenas um vão sobre apoios flexibilizado. O segundo modelo é representada por uma viga com dois vãos sobre apoios elásticos e flexibilizados, com pode ser observado na Figura 8.3 e Figura 8.4 respectivamente. Figura 8.3 - Modelo genérico de uma viga com dois vãos sobre apoios elástico. Figura 8.4 - Modelo genérico de uma viga com dois vãos sobre apoios flexibilizados Quando uma viga possui apenas um vão, como é o caso do primeiro modelos, e está apoiada sobre apoio elástico, ocorre uma e uma maior uniformidade em relação aos esforços, já que não há diferença de rigidez nos apoios, O apoio elástico por impedir de forma considerável a rotação da viga, passa a concentrar sobre os seus apoios, esforços, momentos fletores negativos, diminuindo dessa forma, a intensidade dos momentos fletores positivos no meio do vão. Os apoios flexibilizados aplicados ao primeiro modelo proporciona um panorama contraditório ao apresentado pela tendência de mobilidade dos esforços apresentados pelo mesmo modelo sobre apoios elásticos, pois permite certa rotação, ocasionando uma diminuição dos momentos fletores negativos e uma majoração dos momentos fletores positivos. Para os esforços cortantes, não são apresentadas diferenças entre os as diferentes consideração entre os apoios dos primeiro modelo, pelo fato de se apresentar de forma simétrica a rigidez dos apoios. Os esforços apresentados nos segundo modelo sobre apoios elásticos segue a mesma tendência do primeiro modelo, sobre o mesmo tipo de apoio. Para a idealização dos apoios flexibilizados no segundo modelo, passam a existir uma reordenação dos esforços. Nos apoios externos há uma diminuição dos momentos 89 fletores negativos, majorando os momentos positivos no meio do vão e os momentos negativos nos apoios internos, já que a simetria da viga impede o apoio central de rotacionar. Portanto, dependendo da rigidez da mola que simula a flexibilização dos apoios das vigas, pode haver uma concentração maior de momento fletor negativo no apoio intermediário. O mesmo ocorre com os esforços cortantes já que o mesmo tente a migrar para os locais de mais rigidez da viga. 8.4 Considerações finais Portanto conclui-se que existem diferenças entre os dois modelos estruturais integrado de analise para os temas de estudo apresentados. Porém cabe salientar que as diferenças apresentadas não desqualificam a utilização de nem um deles para a análise de edifícios de múltiplos pavimentos. Segundo a norma NBR 6118 (ABNT, 2003) a não conformidade identificada através de um modelo estrutural não serão aceitas com impugnações. Portanto, independente do modelo estrutural utilizado na analise de uma estrutura, o mais importante é o domínio que o engenheiro deve ter com o modelo estrutural adotado, de modo a extrair do mesmo, resultados que proporcione o desenvolvimento de projetos que aliem segurança e economia. 8.5 Sugestões para trabalhos complementares Como em qualquer estudo de caso em que se tem como objetivo promover um comparativo, nem sempre são considerados todos os aspectos relevantes. No presente trabalho não foi diferente, o comparativo desenvolvido procurou estudar a relação existente entre dois modelos estruturais integrados, baseados em temáticas bem definidas, porém não suficientes para determinar a verdadeira vantagem de um modelo sobre o outro. Para isso são sugeridas para trabalhos futuros algumas situações de estudo com o intuito de complementar a o comparativo entre os dois modelos estruturais. A primeira sugestão é relacionada à continuidade natural do processo de desenvolvimento de um projeto de estruturas, ou seja, comparar para os aspectos relevados na 90 análise, o impacto no dimensionamento da estrutura, fazendo uma relação entre os modelos focando, agora, no aspecto econômico. A segunda sugestão se resume em realizar, ainda para os aspectos relevados nesse trabalho, o comparativo entre os modelos, para diferentes tipos de edificações, com o intuído de identificar se um determinado modelo apresenta melhores resultados em ralação ao outro para distintas considerações de dimensões da estrutura. A ultima sugestão se refere apenas ao modelo IV. Sugere-se que, de forma análoga apresentado nesse trabalho, seja realizado um comparativo para uma estrutura modelo de múltiplos pavimentos, porém , agora , variando os critérios de flexibilização das ligações dos nós do pórtico espacial, com o intuito de flagra eventuais diferenças quanto aos esforços apresentados. 91 REFERÊNCIAS ARAÚJO. J. M. Projeto Estrutural de Edifícios de Concreto Armado. 2 ed. Rio Grande: Dunas, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de concreto - procedimento – NBR 6118. Rio de Janeiro, 2007. ____________________________________________. Forças devido edificações – NBR 6123 – versão corrigida. Rio de Janeiro, 1990. ao vento em ____________________________________________. Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado - especificação – NBR 7480. Rio de Janeiro, 2007. _____________________________________________. Concreto – Determinação módulo estático de elasticidade à compressão – NBR 8522. Rio de Janeiro, 2008. do ______________________________________________. Ações e segurança nas estruturas – procedimento – NBR 8681 – versão corrigida. Rio de Janeiro, 2004. CARVALHO. R. C.; FIGUEIREDO. F. J. R. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado: Segundo a NBR 6118:2003. 3ed. São Carlos: EduFSCar, 2007. FONTES. F. F. Análise estrutural de elementos lineares segundo a NBR 6118:2003. Dissertação (Mestrado). São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade São Paulo. KIMURA. A. Informática Aplicada em Estruturas de Concreto Armado: Cálculo de edifícios com o uso de sistemas computacionais. São Paulo: PINI, 2007. 92 ANEXOS Anexo A – Plantas Arquitetônicas do Edifício Modelo Anexo B – Plantas de Forma do Edifício Modelo Anexo C – Planta de Cargas das Vigas do Edifício Modelo Anexo D – Planta de Cargas dos Pilares do Edifício Modelo 93 ANEXO A Figura A.1 - Planta arquitetônica do pavimento térreo (Araújo: 2009). 94 Figura A.2 - Planta arquitetônica do pavimento tipo (Araújo: 2009). 95 Figura A.3 - Planta arquitetônica da coberta e da casa de máquinas (Araújo: 2009). 96 Figura A.4 - Corte arquitetônico A-A (Araújo: 2009). 97 Figura A.5 - Corte arquitetônico B-B (Araújo: 2009). 98 ANEXO B Figura B.1 - Planta de forma do pavimento térreo (Araújo: 2009). 99 Figura B.2 - Planta forma do pavimento tipo (Araújo: 2009). 100 Figura B.3 - Planta de forma da coberta e da casa de máquinas (Araújo: 2009). 101 Figura B.4 - Planta de forma da mesa dos motores (Araújo: 2009). Figura B.5 - Planta de forma do teto da casa de máquinas (Araújo: 2009). 102 Figura B.6 - Planta de forma do fundo do reservatório elevado (Araújo: 2009). Figura B.7 - Planta de forma da tampa do reservatório elevado (Araújo: 2009). 103 ANEXO C Figura C.1 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do pavimento térreo - kN/m (Araújo:2009). 104 Figura C.2 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do pavimento tipo - kN/m (Araújo:2009). 105 Figura C.3 - Cargas permanentes atuantes nas vigas da coberta e da casa de máquinas - kN/m (Araújo:2009). 106 Figura C.4 - Cargas permanentes atuantes nas vigas na mesa do motor - kN/m (Araújo:2009). Figura C.5 - Cargas permanentes atuantes nas vigas do barrilete - kN/m (Araújo:2009). 107 ANEXO D Figura D.1 - Planta de carga do modelo III para todas as cargas verticais (CAD/TQS). 108 Figura D.2 - Planta de carga do modelo IV para todas as cargas verticais (CAD/TQS). 109 Figura D.3 - Planta de carga do modelo III para ação do vento incidindo a 180º (CAD/TQS). 110 Figura D.4 - Planta de carga do modelo IV para ação do vento incidindo a 180º (CAD/TQS).