A missão do agente tensioativo Uma aventura no Laboratório Professoras orientadoras: Célia Faustino Isabel Ribeiro Catarina Vaz Teresa Rebelo O que é um tensioativo? • São moléculas que têm a capacidade de reduzir a tensão superficial de uma superfície onde tendem a acumular-se. • Estas moléculas têm caraterísticas anfifílicas. Parte hidrofílica polar Fig. 1 – Estrutura de uma molécula tensioativa Parte hidrofóbica apolar Utilizações do dia-a-dia • Detergentes e produtos de limpeza • Indústria farmacêutica • Indústria de cosméticos 3% 2% 8% 10% 10% 54% 13% Detergentes Têxtil, couro, papel Petroquímica Cosmética e farmacêutica Indústria alimentar Agroquímica Outros Tensioativos no corpo humano Membrana celular Tensioativos Sistema respiratório Ácidos biliares Produção de tensioativos • Os primeiros tensioativos utilizados pelo Homem são sais de ácidos gordos, os tradicionais sabões. • Eram preparados a partir de gorduras vegetais e animais, combinadas com sais alcalinos obtidos a partir de cinzas de ossos. • Atualmente são um dos produtos químicos produzidos em maior quantidade mundialmente. • A maior é produzida a partir de derivados de petróleo, contudo tem-se vindo a procurar utilizar fontes renováveis: biotensioativos. Micelas • Os agentes tensioativos, dada a sua natureza anfifílica, têm tendência para se acumular na superfície de um líquido. • Caracterizam-se ainda pela sua capacidade de associação em solução, formando agregados globulares aproximadamente esféricos designados micelas uma vez atingida uma determinada concentração, designada concentração micelar crítica (CMC). Molécula anfifílica cadeia hidrófobica (cauda) grupo hidrofílico (cabeça) ar água Micela Parte Experimental • 1ª Fase: Produção e extração de biotensioativos por via biotecnológica: - Avaliação do crescimento da levedura S. bombicola - Avaliação do consumo de glucose - Estabelecimento de uma relação entre todos os parâmetros estudados Parte Experimental • 2ª Fase: Utilização dos tensioativos na indústria farmacêutica - Incorporação de um fármaco em micelas de diferentes tensioativos e comparação do seu poder solubilizante - Estabelecimento do CMC para cada tensioativo e seleção do melhor para encapsulação do fármaco Parte experimental – I • Avaliação do crescimento de S. bombicola pelo método de Densidade Óptica - Preparação de meios de cultura e da microplaca Parte experimental – I • Avaliação do crescimento de S. bombicola pelo método de Densidade Óptica - Leitura das absorvâncias num leitor de placas (0, 3, 6, 8, 14, 24, 48, 72 h) e recolha do conteúdo Parte experimental – I • Avaliação do crescimento de S. bombicola pelo método de Densidade Óptica - Elaboração da curva de crescimento Fase de desaceleração Fase estacionária Fase de morte celular 2.5 2 DO600 Fase de crescimento exponencial 1.5 1 0.5 0 0 Fase de latência 20 40 tempo (h) 60 80 Parte experimental – I • Extração dos compostos produzidos - Remoção da fase superior do meio de cultura e congelação dos estratos Parte experimental – I • Avaliação de produção de soforolípidos ao longo do tempo por cromatografia em camada fina - Aplicação das amostras na placa de TLC e desenvolvimento na câmara Parte experimental – I • Avaliação do consumo de glucose - Quantificação da glucose pelo método DNS (micrométodo) Parte experimental – I • Avaliação do consumo de glucose - Elaboração da curva de calibração e determinação da concentração de glucose Curva de Calibração 25 0.6 y = 0.6787x - 0.0306 R² = 0.9933 20 0.4 Glucose (g/L) Absorvancia 0.5 0.3 0.2 0.1 15 10 5 0 0 0.2 0.4 Glucose (g/L) 0.6 0.8 1 0 0 20 40 tempo (h) 60 80 Parte experimental – II • Determinação da CMC de um tensioativo - Preparação das soluções de SDS. Parte experimental – II • Determinação da CMC de um tensioativo - Leitura de absorvâncias Parte experimental – II • Determinação da CMC de um tensioativo - Representações gráficas 0.60 0.50 Abs média 0.40 0.30 0.20 0.10 0.00 0.0 2.0 4.0 6.0 c / mol L-1 8.0 10.0 Parte experimental – II • Determinação da CMC de um tensioativo - Representações gráficas CMC 70.00 60.00 ΔA/Δc 50.00 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 cmedia / mol L-1 6.0 7.0 8.0 9.0 Parte experimental – II • Incorporação de um fármaco em micelas de diferentes tensioativos - Construção da curva de calibração (ácido acetilsalicílico) 1.200 y = 0,126*105x - 0,171 R² = 0,995 Absorvância média 1.000 0.800 0.600 0.400 0.200 0.000 0.00 2.00 4.00 6.00 Concentração (mol L-1) 8.00 10.00 12.00 Parte experimental – II • Incorporação de um fármaco em micelas de diferentes tensioativos - Preparação de soluções. Parte experimental – II • Incorporação de um fármaco em micelas de diferentes tensioativos - Filtração das soluções Parte experimental – II • Incorporação de um fármaco em micelas de diferentes tensioativos - Leitura das absorvâncias Parte experimental – II • Incorporação de um fármaco em micelas de diferentes tensioativos Eficiência de encapsulamento (%) - Calculo da eficiência de encapsulamento 100.0 Tensioativo Classificação 80.0 CMC MTA m TA EE (mol/L) (g/mol) (g) (%) 60.0 SDS Aniónico 8x10-3 288,38 0,029 38,5 40.0 DTAC Catiónico 2x10-2 263,89 0,033 55,0 Tween 80 Não iónico 1,2x10-3 1310 0,013 43,0 NaC Natural aniónico 1x10-3 430,55 0,043 3,3 20.0 0.0 SDS DTAC Tween 80 Tensioativos NaDC Agradecimentos Agradecemos por esta experiência: • Professora Dora Brites; • Professora Célia Faustino; • Professora Isabel Ribeiro; • iMed.Ulisboa; • Faculdade de Farmácia; • Ciência Viva.