SISTEMA DIGESTÓRIO Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares 1. Função: destina-se ao aproveitamento pelo organismo de substâncias estranhas ditas alimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais. 2. Aspecto: longo tubo de pouco mais de 9 metros de comprimento, irregular e aberto nas duas extremidades. Abertura superior boca e a inferior ânus. 3. Partes: Boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. 4. Órgãos Anexos: glândulas salivares maiores e menores, fígado, pâncreas, dentes e peritônio. 5. Atos que se processam: a) Mastigação - desintegração parcial dos alimentos por processos físicos e químicos que se realizam na boca; b) Deglutição - condução dos alimentos através da faringe para o esôfago (ascensão da laringe); c) Ingestão - introdução dos alimentos no estômago; d) Digestão desdobramento das substâncias alimentares em suas moléculas mais simples, realizada pela boca, estômago e 1a porção do intestino delgado; e) Absorção - se processa no intestino delgado e de líquidos na porção do colo ascendente do intestino grosso e f) Armazenamento e eliminação dos detritos intestino grosso. 6. Localização: A boca situa-se na região inferior da face e continua com a faringe que está no pescoço; em continuação vem o esôfago que apresenta uma pequena porção cervical, sendo a maior porção torácica e uma pequena porção abdominal onde logo em seguida termina no estômago. Do estômago parte o intestino delgado que percorre um caminho bastante sinuoso para terminar no intestino grosso, o qual vai se abrir no ânus, situado logo abaixo e por frente do cóccix. Desde a parte terminal do esôfago até o ânus, o aparelho digestório ocupa as cavidades abdominal e pélvica. FARINGE Conceito e Localização: Constitui-se em uma via de entroncamento entre os sistemas digestório e respiratório, tendo o aspecto de hemitubo afunilado, músculo membranoso, localizando-se no pescoço. Sua parte superior ocorre desobstruída facilitando a livre passagem de ar para os pulmões, enquanto que sua parte inferior ocorre achatada antero-posteriormente, expandindo-se com a passagem dos alimentos. Partes: Nasal - Nasofaringe - Epifaringe Oral - Bucofaringe - Orofaringe - Mesofaringe Laríngea - Laringofaringe - Hipofaringe Nasofaringe: Situa-se atrás da cavidade nasal com a qual se assemelha em muitas características morfológicas e acima do palato mole, suas paredes são relativamente imóveis, com exceção do palato mole, sendo que a cavidade nunca é fechada. Comunica-se com as cavidades nasais através das coanas. Comunica-se com a Orofaringe através do istmo faríngeo que durante alguns atos como a deglutição é obliterado pela elevação do palato mole. Comunica-se súpero-lateralmente com os óstios faríngeos das tubas auditivas. Um acúmulo de tecido linfóide, bastante desenvolvido na criança, situa-se na mucosa do teto da nasofaringe, são as tonsilas faríngeas. Apresentam prolongamentos laterais que ocupam o recesso faríngeo, constituindo as tonsilas tubais. 1 Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares Orofaringe: Estende-se do palato mole até a margem superior da cartilagem epiglote ao nível do corpo da 2a V.C. Comunica-se anteriormente, através do istmo das fauces com a cavidade bucal, sendo o seu teto o palato mole, o assoalho é a parte faríngea da língua e suas paredes laterais são anteriormente o arco palatoglosso e posterior e mais medialmente o arco palatofaríngeo. Entre os dois arcos que recobrem os músculos com os mesmos nomes, ínfero-lateralmente ocorre a fossa tonsilar que aloja tonsila palatina. Laringofaringe: Estende-se da margem superior da cartilagem epiglote ao nível da 3a V.C. até a margem inferior da cartilagem cricóide ao nível da 6a V.C.. Relaciona-se anteriormente com o ádito da laringe, cartilagem epiglótica, cartilagem aritenóidea, cartilagem cricóidea e recesso piriforme. A margem ínfero-posterior da laringofaringe é contínua com o esôfago. ESTRUTURA DA FARINGE: a) Mucosa b) Camada Fibrosa -epimísio interno da camada muscular, bastante espessado. c) Camada Muscular. d) Fáscia Bucofaríngea - epimísio externo da camada muscular, mais delgado. CAMADA FIBROSA: Espessa na parte alta, constituindo a fáscia faringo-basilar. Se continua para baixo como a rafe mediana da faringe que dá inserção aos músculos constritores da faringe. MÚSCULOS DA FARINGE: Grande parte da faringe compõe-se de 2 estratos musculares, a camada circular ou externa, formada pelos músculos: constritor superior, constritor médio e constritor inferior e a camada longitudinal ou interna, formada pelos músculos: estilofaríngeo, palatofaríngeo e salpingofaríngeo. AÇÃO GERAL DOS MÚSCULOS DA FARINGE: Os mm. constritores comprimem a parede da faringe contra o seu conteúdo, sendo que a principal ação combinada ocorre nos movimentos do palato mole com papel importante na deglutição, fala e ato de assoprar. Os mm. longitudinais elevam e encurtam a faringe. IRRIGAÇÃO DA FARINGE • Aa.: faríngea ascendente e palatina ascendente, ramos tonsilares da artéria facial, • aa. palatina maior, faríngea e a. do canal pterigóide, ramos da artéria lingual. DRENAGEM VENOSA DA FARINGE • plexo faríngeo. DRENAGEM LINFÁTICA DA FARINGE • linfonodos cervicais profundose e linfonodos retrofaríngeos. INERVAÇÃO DA FARINGE • Nervos: trigêmeo, glossofaríngeo e vago. • M. constritor inferior: nn. laríngeos externos e laríngeo recorrente. ESÔFAGO CONCEITO: Órgão tubular, músculo mucoso que liga a faringe ao estômago, iniciando no pescoço, na margem inferior da cartilagem cricóide ao nível da 6a .V.C., desce em grande parte na frente e muito próximo da coluna vertebral, no mediastino superior e mediastino inferior, porção posterior atravessa o diafragma na altura da 10a V.T. e termina na cárdia do estômago ao nível da 12a V.T. 2 Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares MEDIDAS: Com cerca de 25 cm de comprimento, é a região mais estreita do tubo digestório, sendo que seu diâmetro não é uniforme, apresentando 4 constrições: 1a) No seu início 2a) No ponto onde é cruzado pelo arco aórtico 3a) No ponto onde é cruzado pelo brônquio principal esquerdo 4a) Quando atravessa o músculo diafragma Os estreitamentos ou constrições esofágicas, não são constrições anatômicas, sendo visíveis apenas quando o esôfago está cheio e desaparecem com o esvaziamento do órgão. FIXAÇÃO: Fixado no hiato esofágico do diafragma, por uma lâmina elástica denominada ligamento frênico-esofágico. Na parte torácica atua a força de tração dos pulmões. Ainda atua na fixação do esôfago abdominal a continuidade das fibras musculares com a musculatura do estômago. ESTRATIGRAFIA DO ESÔFAGO: Túnica Fibrosa: é a camada adventícia, tendo muitas fibras elásticas que penetram e circundam os fascículos musculares das camadas mais profundas. Túnica Muscular: o extrato externo é longitudinal e o interno é circular. Entre as duas camadas ocorre o plexo mioentérico. A camada longitudinal é mais espessa. Alguns feixes acessórios de fibras musculares lisas passam algumas vezes do esôfago para a pleura esquerda, raiz do brônquio principal esquerdo, traquéia, pericárdio e a. aorta, auxiliando na fixação. As fibras circulares superiormente contínuas com as fibras do músculo constritor inferior e as fibras inferiores são contínuas com as fibras oblíquas do estômago. No 1/3 superior do esôfago a musculatura é estriada, no 1/3 médio ocorrem fibras musculares estriadas predominantemente e fibras musculares lisas e no 1/3 inferior a musculatura é lisa. Submucosa e Mucosa. IRRIGAÇÃO DO ESÔFAGO • Ramos das: a. aorta torácica, a. bronquiais, a. gástrica esquerda, a. frênica inferior esquerda. DRENAGEM VENOSA DO ESÔFAGO • plexo venoso submucoso, plexo venoso na superfície do órgão. • parte cervical: vv. drenam para vv. tireóideas inferiores. • parte torácica: vv. drenam para vv. ázigo, hemiázigo e hemiázigo acessória. • parte abdominal: vv. esofágicas drenam para v. ázigo e v. gástrica esquerda. DRENAGEM LINFÁTICA DO ESÔFAGO • linfonodos: cervicais profundos, mediastinais posteriores e gástricos esquerdos. INERVAÇÃO DO ESÔFAGO • Fibras dos n. vagos formam: plexo esofágico. • parte cervical: ramos do n. laríngeo recorrente e dos troncos simpáticos cervicais. • parte torácica: ramos dos troncos vagais e do plexo esofágico, nn. esplâncnicos maiores e troncos simpáticos. • parte abdominal: troncos vagais (nn. gástricos anterior e posterior) • troncos simpáticos: nn. esplâncnicos maiores. PARTE ABDOMINAL DO SISTEMA DIGESTÓRIO Divisão - Quadrantes e Regiões 3 Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares PERITÔNIO 1. Conceito: Membrana serosa que forra as paredes da cavidade abdominal e reveste as vísceras abdominopélvicas, sendo que o peritônio parietal forra as paredes abdominais e o peritônio visceral reveste os órgãos. 2. Divisão da Cavidade Peritoneal: -Cavidade Peritoneal Propriamente Dita -Bolsa Omental 3. Líquido Peritoneal: Líquido seroso com volume de aproximadamente 1,5 litro que lubrifica as superfícies peritoneais e facilita a livre movimentação das vísceras. De coloração amarelada, viscoso, contendo leucócitos e anticorpos, circula continuamente, sendo absorvido por coletores linfáticos, principalmente no espaço subfrênico. 4. Principais Formações Peritoneais a) Mesentério. b) Omento Maior c) Omento Menor d) Ligamentos: 1. Ligamento Falciforme 2. Ligamentos Coronários 3. Ligamentos Triangulares 4. Ligamento Redondo do Fígado 5. Ligamento hepatoduodenal 6. Ligamento hepatogástrico 7. Ligamento frenolienal 8. Ligamento gastrofrênico 9. Ligamento gastrolienal 10. Ligamento gastrocólico 11. Ligamento frenocólico 12. Ligamento gastropancreático 13. Ligamento Umbilical Mediano 14. Ligamentos Umbilicais laterais Inervação do Peritônio parietal: - 6 Nn. Torácicos Inferiores - 1o N. Lombar - N. Frênico - N. Obturador *A dor que se origina do peritônio parietal pode ser localizada com precisão, sendo este extremamente sensível a distensão, constituindo o que se chama sensibilidade de rebote. O peritônio visceral não tem fibras aferentes para a dor. ESTÔMAGO CONCEITO: É a porção mais dilatada do canal alimentar que através do esôfago recebe o alimento ao qual adiciona um volume de líquidos por ele secretado, mistura essa massa por ação muscular e com sua ação química, transforma o conteúdo em massa semilíquida denominada quimo que acrescido de muco passa para o duodeno. LOCALIZAÇÃO: No abdome, andar supramesocólico, hipocôndrio esquerdo, nas regiões umbilical e epigástrica. 4 Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares FORMA E CAPACIDADE: Bastante variado, sendo que em indivíduos longilíneos assemelha-se a “J” e em brevilíneos assemelha-se a “U“, tendo capacidade variável entre 1300 a 1800 ml. PARTES: Fundo, Cárdia, Óstio Cárdico, Óstio Pilórico, Curvatura Menor, Curvatura Maior, Incisura Angular, Incisura Cárdica, Corpo, Antro-Pilórico e Piloro. ANATOMIA INTERNA DO ESTÔMAGO Quando a víscera é aberta em um plano frontal, nota-se que ela é formada por dois segmentos, a porção globular a esquerda e a porção tubular a direita. ESTRUTURA DO ESTÔMAGO a) Túnica Serosa - A serosa ou peritônio visceral, reveste toda a superfície do órgão, exceto as curvaturas maior e menor e uma pequena área triangular póstero-superior. b) Túnica Muscular - Formada por 3 estratos de fibras musculares: longitudinal, circular e oblíquo. - Longitudinal - mais superficial e disposta em dois grupos, um com fibras longitudinais contínuas ao esôfago, mais desenvolvida próximo as curvaturas e outra que inicia-se no corpo do estômago e dirigemse para a direita e a medida que aproxima-se do piloro, dispõem-se em camadas cada vez mais espessas. Algumas fibras mais superficiais passam para o duodeno e as mais profundas entrelaçam-se com as fibras circulares do esfíncter pilórico. - Circular - camada uniforme em todo o estômago, ao nível do piloro se condensa constituindo o esfíncter pilórico. A camada circular é contínua com a do esôfago e separada da circular do duodeno por um septo de tecido conjuntivo. - Oblíqua - mais interna, ocorrendo principalmente no corpo do estômago, sendo mais desenvolvida próximo a cárdia. A direita as fibras apresentam margem livre e a esquerda fundem-se com as fibras circulares. c) Tela Submucosa d) Tela Mucosa - Apresenta pregas com direção longitudinal e mais pronunciadas em direção à extremidade pilórica e ao longo da porção globular. LIGAMENTOS: Gastrolienal, Frenolienal, Hepatogástrico, Hepatoduodenal e Gastropancreático Esquerdo. IRRIGAÇÃO DO ESTÔMAGO: - a. gástrica esquerda, a. gástrica direita, a. gastromental direita, a. gastromental esquerda, a gástricas curtas. . DRENAGEM VENOSA DO ESTÔMAGO - vv. gástricas direita e esquerda, v. gastromental esquerda e vv. gástricas curtas, v. gastromental direita. DRENAGEM LINFÁTICA DO ESTÔMAGO Dispostos em 4 áreas principais. • 1a Área –linfonodos gástricos esquerdos. • 2a Área - linfonodos gastromentais direitos. Linfonodos pilóricos. • 3a Área – linfonodos gastromentais esquerdos em parte anastomosando-se com linfonodos pancreáticos duodenais. • 4a Área - linfonodos gástricos direitos. INERVAÇÃO DO ESTÔMAGO Tronco vagal anterior: ramo hepático, ramo celíaco e ramos gástricos anteriores. 5 Tronco vagal posterior: ramo hepático e ramos gástricos posteriores. DUODENO CONCEITO: Parte mais curta, larga e fixa do intestino delgado, sem Mesentério e revestido parcialmente por peritônio. LOCALIZAÇÃO, TAMANHO E FORMA: Localiza-se no abdome, andar supramesocólico, estando situado na loja duodeno pancreática, com cerca de 24 cm de comprimento, sendo que seu trajeto apresenta-se em curva, que circunda a cabeça do pâncreas. Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares PARTES: Começa no piloro, dirige-se para trás, para cima e para a direita. Descreve uma primeira curva a flexura duodenal superior, delimitando assim a 1a porção ou superior. Descreve uma segunda curva a flexura duodenal inferior que delimita a 2a porção ou descendente. A 3a porção ou horizontal apresenta uma ligeira inclinação para cima. A 4a porção é denominada de ascendente. Na união do duodeno com o jejuno ocorre a flexura duodenojejunal. IRRIGAÇÃO DO DUODENO A pancreático duodenal superior anterior e a. pancreático duodenal superior posterior, a. supraduodenal, a. retroduodenal, a. pancreático duodenal inferior ramo posterior e ramo anterior. DRENAGEM VENOSA DO DUODENO Feita por vasos que acompanham sua irrigação e drenam para Vv. pancreáticoduodenais, gastromental direita e porta-hepática. DRENAGEM LINFÁTICA DO DUODENO É feita por vasos linfáticos que drenam para linfonodos: celíacos, mesentéricos superiores, pilóricos; linfonodos pancreáticos duodenais. INERVAÇÃO DO DUODENO ramos do plexo celíaco e mesentérico superior. FÍGADO Conceito: Maior glândula corpórea, correspondendo a 1/50 do peso corpóreo do adulto, ou seja 1.400 a 1.800 gramas e no recém nascido 1/20 avos do peso corpóreo. De coloração marrom avermelhada, altamente vascularizado e bastante friável. Apresenta o aspecto ovóide truncado. Funções: - Secreta Bile.- Metabolismo das substâncias finais da digestão. - Armazenagem e liberação da glicose. - Síntese, Conjugação e transformação de substâncias. - Células de Kupffer. - Hematopoiése. Localização: Andar supramesocólico, ocupando quase toda a extensão do hipocôndrio direito, a maior parte da região epigástrica e o hipocôndrio esquerdo. No adulto é coberto pelas costelas e cartilagens costais, exceto na região epigástrica, onde entra em contato com a parede abdominal anterior, abaixo do ângulo infra-esternal. 6 Fixação: continuidade das veias hepáticas com a veia cava inferior. - reflexões peritoneais na superfície do fígado, formando os ligamentos: - Falciforme. - Redondo - resquício da veia umbilical da circulação fetal. - Venoso - resquício do canal venoso. - Coronários - D.E. - Triangulares - Direito - Ligamento Hepatorenal - Esquerdo - Apêndice fibroso - Aderência da área nua do fígado ao diafragma. - Pedículo hepático inferior com a cápsula fibrosa ou de Glisson, cápsula fibrosa hepatobiliar que envolve artéria hepática, veia porta-hepática, ductos hepáticos direito e esquerdo. - Omento Menor - Ligamento Hepatoduodenal - Ligamento Hepatogástrico - Pressão intra-abdominal. Faces - - Diafragmática, é lisa e não totalmente revestida por peritônio - (área nua) - Visceral - apresenta duas fossas a da vesícula biliar e a do ducto venoso. Divisões - Pela face diafragmática - Lobo Direito e Lobo Esquerdo, tomando-se como ponto de referência o ligamento falciforme. - Pela face visceral - Lobo Direito - Lobo Quadrado - Lobo Caudado - Lobo Esquerdo Margem Inferior - separa as faces lateral direita e anterior da face visceral. CIRCULAÇÃO AFERENTE - Nutritiva (20%) através da Artéria Hepática Própria, que origina-se no tronco celíaco, corre entre lâminas de omento menor, constituindo-se numa circulação terminal. - Funcional (80%) - se dá através da Veia Porta-hepática, formada pela confluência das veias Esplênica e Mesentérica Superior, sendo ainda tributárias as Veias Gástricas Direita e Esquerda, as Veias Para Umbilicais e a Veia Mesentérica Inferior que é tributária da porção da Veia Esplênica. Portanto o sangue venoso do esôfago abdominal, estômago, intestino delgado, intestino grosso, baço e pâncreas é drenado para a veia porta-hepática. Drenagem Venosa do Fígado: É feita pelos ramos horizontal direito e dorso-caudal direito que unem-se para formar a Veia hepática direita, os ramos direito, intermédio e esquerdo, formam a veia hepática média que normalmente drena para a veia hepática esquerda que é formada pela confluência dos ramos horizontal esquerdo e dorso-caudal esquerdo. As 3 veias hepáticas drenam o sangue venoso do fígado para a veia cava inferior. Vias Bilíferas Extra-Hepáticas Via Bilífera Principal Inicia Confluência Bilífera Superior (Omento Menor) Confluência Bilífera Inferior - Ducto Hepático Direito - Ducto Hepático Esquerdo - Ducto Hepático Comum (2,5 a 7,5 cm) - Ducto Cístico 7 Termina Papila Maior do Duodeno a) Divisão - Ducto Hepático Comum - Ducto Colédoco b) Divisão - Sistema de Condução -Ducto Hepático -Ducto Colédoco - Sistema de Concentração e Propulsão - Vesícula Biliar - Sistema de União - Ducto Cístico Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares Via Bilífera-Diverticular Vesícula Biliar - Fundo - Corpo - Infundíbulo - Colo Ducto Cístico - Parte Lisa - Parte Valvada PÂNCREAS Conceito - Glândula mole, lobulada de coloração rosa-acinzentada, com 12 a 14 cm de comprimento, que estende-se transversalmente na parede posterior do abdome, atrás do estômago, desde o duodeno até o baço sendo retroperitoneal. Localização - Regiões Epigástrica e Hipocôndrio Esquerdo Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares Funções - Secreta Suco Pancreático e Hormônios. Partes – Apresenta 3 faces: Anterior, Posterior e Inferior. Apresenta 3 Margens: Anterior, Posterior e Inferior (processo uncinado). Ductos Pancreáticos: Principal e Acessório. JEJUNO E ÍLEO Limites - Superior - Flexura Duodenojejunal. - Inferior - Junção Íleal Localização - Andar Infra-Mesocólico ocupando os espaços Mesentéricos Cólicos Direito e Esquerdo e Parieto-Cólico Direito e Esquerdo. Divisão - Jejuno 2/5 superiores e Íleo 3/5 inferiores - Topograficamente - considera-se como reparo o músculo psoas maior esquerdo - considerado como transição entre jejuno e íleo. - Superior - A direita e a esquerda da linha mediana Grupos de Alças Intestinais - Inferior Esquerdo - Fossa ilíaca esquerda - Inferior Direito - Fossa ilíaca direita 8 Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares DIFERENÇAS ANATÔMICAS ENTRE JEJUNO E ÍLEO 1. Jejuno - abaixo e a esquerda do mesocolo transverso e o Íleo nas fossas ilíacas. 2. Jejuno - Maior diâmetro - Parede mais espessa - Coloração mais avermelhada 3. Mesentério Ileal encontra-se fixado abaixo e a direita da a . aorta. 4. Vasos jejunais formam 1 ou 2 arcadas apenas com ramos longos e inconstantes. O íleo recebe numerosos ramos terminais curtos que se originam de uma série de 3 a 4 ou mais arcadas. 5. Na extremidade final do mesentério jejunal, a gordura está depositada perto de sua raiz, no mesentério ileal, a gordura distribui-se uniformemente desde a raiz até a parede intestinal 6. Na membrana mucosa da porção inferior do íleo, ao longo de sua borda antimesentérica, estão presentes folículos linfáticos agrupados (Placas de Peyer). ESTRUTURA DO JEJUNO - ÍLEO a) Externamente a Túnica Serosa ou peritoneal - menos na inserção mesenterial. b) Túnica Muscular Própria - Externa - longitudinal - Interna - circular As duas camadas são separadas por delgada lâmina de tecido conjuntivo frouxo em que se encontram células nervosas do plexo mioentérico, responsável pela contração coordenada de ambas as camadas, em ondas peristálticas. c) Túnica Submucosa - tecido conjuntivo frouxo, com rede de vasos e o plexo submucoso de células e fibras nervosas. d) Mucosa - Pregas circulares - Vilos intestinais - Criptas (glândulas intestinais) secretam enzimas e muco - Tecido linfóide - folículos solitários ou folículos linfáticos agregados (antiga Placa de Peyer). IRRIGAÇÃO Através dos ramos (15 a 20) da artéria mesentérica superior, que percorrem o mesentério até alcançarem o intestino que são as artérias jejunais, artérias ileais, sendo que a porção terminal do íleo também é irrigada pela artéria ileocólica. As artérias jejunais e ileais se anastomosam no interior do mesentério formando arcadas, menos numerosas ao nível das primeiras alças jejunais aumentando o número no terço médio e sendo novamente pouco numerosas no terço distal, formando importante via colateral o “vaso paralelo” das quais originamse as artérias retas que são mais longas e calibrosas ao nível do jejuno. As artérias retas seguem por uma das faces da parede do intestino ou então bifurcam-se, dando origem a dois ramos murais, um para cada face anastomosando-se e constituindo outra circulação colateral. 9 Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares DRENAGEM VENOSA Trajeto semelhante aos ramos arteriais - ocorrendo três sistemas venosos. - Proximal - veias retas - Intermédio - arcadas venosas - canal venoso paralelo - Distal - veias ileais e jejunais que por confluência diminuem o número e aumentam em calibre e comprimento e drenam para a veia mesentérica superior. INERVAÇÃO - Parasimpática - fibras do n. vago. - Simpática - plexo celíaco e mesentérico superior. INTESTINO GROSSO Localização: estende-se da fossa ilíaca direita até o períneo - andar infra-mesocólico (1,5 mt), formando uma moldura em torno das alças intestinais. Partes: O intestino grosso inicia-se na junção ileocólica, na qual ocorre o óstio da valva ileal. Apresenta o ceco, com um divertículo o apêndice vermiforme, de fundo cego; o colo ascendente, que após a flexura cólica direita, constitui o colo transverso, a esquerda efetua a flexura cólica esquerda para iniciar-se o colo descendente e continua-se inferiormente com o colo sigmóide, que transiciona com o reto, sendo suspenso na cavidade pélvica pelo seu mesocolo e em sua porção terminal desaparecem as tênias. O ceco, colo ascendente e descendente são retroperitoneais. Estrutura: a) Serosa - exceto na margem mesocólica. Colo ascendente e descendente sem meso e acolado a parede posterior do abdome. Ocorrem pingentes de gordura os apêndices omentais - Reto e Canal Anal sem serosa. b) Muscular - Interna Circular - espessando-se em certas áreas, constituindo as pregas semilunares e os haustros. Externa - longitudinal, concentrando-se em três faixas: Tênia Livre; Tênia Omental - ao nível do colo transverso (Omento Maior); Tênia Mesocólica - relaciona-se com os mesos, por onde penetram elementos vásculo-nervosos. RETO E CANAL ANAL Logo em seguida ao colo sigmóide, o intestino grosso dirige-se longitudinalmente frente ao sacro. Esta porção é denominada reto. Tem a estrutura do colo, mas as tênias não se fazem presentes, de modo que a camada muscular longitudinal espalha-se uniformemente a sua volta. Os 3 ou 4 cm terminais recebem o nome de canal anal. Esta região está localizada abaixo do diafragma pélvico e, portanto, está fora da pelve. A mucosa do canal anal forma uma série de pregas longitudinais conhecidas como colunas anais, separadas umas das outras por depressões chamadas seios anais, que terminam distalmente nas válvulas anais membranosas. Estas unem-se as extremidades inferiores das colunas anais. No canal anal, o epitélio é estratificado pavimentoso. O canal anal abre-se no exterior através do ânus. O canal anal é rodeado por músculos esfíncter externo e interno do ânus. 10 Profa. Dra. Tania Regina dos Santos Soares Irrigação a. Mesentérica Superior a. Ileocólica - a. Apendicular - a. Cecais Anterior e Posterior - a. Cólica Direita - a. Cólica Média arco justacólico a. Mesentérica Inferior a. cólica esquerda - ramo ascendente - aa sigmoideias - a. retal superior a. Ilíaca interna - a. retal média a. pudenda interna - a. retal inferior Drenagem Venosa Vv. Retais Inferiores Vv. Sigmóideas V. Cólica Esquerda V. Apendicular V. Cólica Direita V. Cólica Média Inervação Simpáticas - plexo mesentérico inferior e vagais - Reto, sigmóide e colo ascendente e plexo mesentérico superior (só fibras simpáticas) REFERÊNCIAS AUMULLER, G.; AUST, G.; DOLL, A.; ENGELE, J,; KIRSCH, J. MENSE, S.; REIBIG, D.; SALVETTER, J.; SCHMIDT, W.; SCHMITZ, F.; SCHULTE, E.; SPANEL-BOROWSKI, K.; WURZINGER, L. J.; ZILCH, H. G. Anatomia. 1a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. DRAKE, R.L.; VOGL, W. & MITCHELL, A.W.M. GRAY´S anatomia para estudantes. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. GRAY, H. & GOSS, C.M. Anatomia. 29ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1988. HOLLINSHEAD, W.H. Livro texto de anatomia humana. São Paulo: Harper e Row do Brasil. 1980. KÖPF-MAIER, P. Wolf-Heidegger Atlas de anatomia humana. 6a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. MOORE, K. L. & DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. PUTZ, R. & PABST, R. Sobotta Atlas de anatomia humana. 22a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. SBA Terminologia anatômica. São Paulo: Manole, 2001. SNELL, R. S. Anatomia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Médica e Científica. 1984. SPENCE, A. P. Anatomia humana básica. 2ª ed. São Paulo: Manole. 1991. TANK, P. & THOMAS, G. Atlas de anatomia humana. 1a ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. WILLIAM, P.; WARWICK, R.; DYSON, M.; BANNISTER, L.H. GRAY Anatomia. 37ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1995. 11