Predação - Departamento de Ecologia - IB

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Predação
O consumo inteiro ou parcial de um
organismo vivo.
Predação
Luis Schiesari
Uma interação
+ , -
Predação
Predação
Todo organismo vivo é consumidor de
outros organismos vivos; é consumido por
outros organismos vivos; ou ambos.
Da mesma maneira, difícil entender a
evolução das características das espécies
se não considerarmos interações com
seus recursos e seus predadores!
Não podemos ter qualquer esperança em
entender a estrutura e a dinâmica de
populações e comunidades sem entender
as ligações entre consumidores e suas
presas
Roteiro
Tipos de Predadores
- O que é predação
PARTE
TODA
(não-letal)
(letal)
MUITAS
PASTADORES
PREDADORES
VERDADEIROS
UMA OU
POUCAS
NÚMERO DE PRESAS
CONSUMIDAS POR
PREDADOR AO
LONGO DA VIDA
PROPORÇÃO DA PRESA QUE É CONSUMIDA
PARASITAS E
PATÓGENOS
PARASITÓIDES
- Tipos de predadores
- Efeitos de um predador na comunidade vão muito além dos
efeitos diretos sobre suas presas: efeitos indiretos e seus
tipos
- Efeitos indiretos são pervasivos na natureza, e suas
consequências notáveis
- Evolução de estratégias antipredadores pode dar falsa
impressão de que predação tem pouca importância na
estruturação das comunidades de presas
1
ISSO OCORRE PORQUE
OS EFEITOS DE UM
PREDADOR SE
ESTENDEM MUITO
ALÉM DE SUA PRESA
IMEDIATA!
Predação tem consequências muito
importantes para a organização de
comunidades biológicas
POIS QUANDO
ANALISAMOS TEIAS DE
INTERAÇÕES ENTRE
MUITAS ESPÉCIES,
PRECISAMOS ANALISAR
NÃO APENAS OS
EFEITOS DIRETOS MAS
TAMBÉM OS INDIRETOS
Teia alimentar
SIMPLIFICADA no mar
de Benguela, Africa
Uma forma clássica (mas não perfeita) de representar
interações está em codificar o sinal do efeito da
interação, para cada uma das spp interagentes
EFEITO
DIRETO
A ação imediata de
uma espécie sobre
outra (A sobre B)
Exemplos de
efeito direto
Competição de
interferência
Infecção de hospedeiro
por parasita
Predação
A
B
EFEITO DE
A em B
+
+
+
-
COMPETIÇÃO
PREDAÇÃO
MUTUALISMO
COMENSALISMO
AMENSALISMO
Efeitos indiretos
mediados pela
densidade
EFEITO DE
B em A
+
0
0
O efeito de A sobre C se dá através
da alteração na densidade da
espécie intermediária (B)
EFEITO INDIRETO
A
B
C
O efeito de uma espécie sobre outra, mediada
por uma espécie intermediária (isto é, efeito de
A sobre C conforme mediado por B)
Importante: Presença de A não muda intensidade da interação entre B e C
2
Efeitos indiretos
mediados pelos
atributos
O efeito de A sobre C se dá através
da alteração nos atributos da
espécie intermediária (B)
B
A
Efeitos indiretos
mediados pela
densidade
C
O efeito de A sobre C se dá através
da alteração na densidade da
espécie intermediária (B)
B
A
C
Presença de A induz mudanças em atributos da morfologia, fisiologia,
comportamento e história de vida de B (isso ocorre se o atributo for plástico)
Pode ocorrer mesmo que não haja efeitos de A na densidade de B (embora
tendam a estar associados)
Importante: Presença de A não muda intensidade da interação entre B e C
Importante: presença de A pode mudar a intensidade da interação entre B e C
Considere uma CADEIA ALIMENTAR composta de
P
Um PREDADOR se alimentando de…
-
+
C
Um CONSUMIDOR se alimentando de…
Um RECURSO.
R
Hmmmmm já está ficando interessante!...
Predadores
+
-
Herbívoros
+
-
Produtores
Basta multiplicar os sinais das
interações ao longo do caminho de
interesse, ou seja,
… e se considerarmos níveis tróficos
inteiros, ao invés de indivíduos?
Nível trófico: grupo de organismos que têm
hábitos alimentares comuns, ou que usam
recursos comuns
P.ex. ‘produtores’, ‘herbívoros’, carnívoros’
P
-
+
P sobre R?
(-) X (-) = (+)
-
+
Como saber o efeito final
(líquido, indireto) de P sobre R?
-
+
(+) X (+) = (+)
…Predadores podem ter efeitos
positivos sobre plantas!
+
C
+
E R sobre P?
R
A hipótese ‘O mundo é verde’ de
Hairston, Smith e Slobodkin (1970)*
O mundo é verde, e sempre foi; portanto herbívoros não podem ser limitados por
disponibilidade de alimento. Herbívoros então devem ser limitados por predação. Por
sua vez, se plantas são abundantes e não limitadas por herbivoria, então plantas devem
ser limitadas por competição. E se ninguém come predadores, então predadores são
limitados pela disponibilidade de herbívoros. Ou seja, há alternância do processo
regulador importante em cada nível trófico
Predadores
+
-
Herbívoros
+
COMPETIÇÃO
PREDAÇÃO
-
Produtores
COMPETIÇÃO
3
Predadores
Secundários
Evidência para esta ‘cascata trófica’
Predadores
Primários
-
+
Zooplankton
-
+
+
-
+
PREDAÇÃO
-
Herbívoros
+
Algas
Sem peixe, e portanto com zooplankton;
menor densidade de algas do que
quando peixes estão presentes
COMPETIÇÃO
-
+
Peixes
COMPETIÇÃO
-
Produtores
Leibold
Evidência para esta
‘cascata trófica’
3 níveis
importante para manejo de populações
(biomanipulação), p.ex. para manejo de
4 níveis
ALGAS
PASTADORES
PEIXINHOS
PEIXÕES
Duas circunstâncias em que
cascatas tróficas não
funcionam (i.e., não são
observadas):
1. Há produtores comestíveis e
produtores não-comestíveis. Assim,
não-comestíveis são liberados de
competição porque herbívoros
dizimam comestíveis. Resultado:
uns diminuem, outros aumentam, no
total nada muda (compensação
dentro do nível trófico)
Peixes grandes
+
Peixes pequenos
+
-
Larvas insetos
+
-
Algas NãoComestíveis
-
-
Algas
Comestíveis
PREDAÇÃO
Peixes grandes
+
Em diagramas de teias
alimentares como
esse, a grossura da
flecha é proporcional à
intensidade da
interação.
Aliás, estou
representando as
interações em ambas
as direções . Se fôr pra
mostrar uma só, deve
ser a direção do fluxo
da energia (recursoconsumidor)
2. Quando níveis tróficos são
‘borrados’ por onivoria (i.e.,
alimentação em vários níveis
tróficos).
-
Peixes pequenos
+
pestes (em sistemas terrestres) ou controle
de eutrofização (em sistemas aquáticos)
SE SE
ADICIONAR
UM NÍVEL
TRÓFICO
MUDA TUDO!
-
Larvas insetos
+
-
Algas
Wooton and Powers; 25 canais
em um rio da California
Lagartos
+
-
Aranhas
+
-
Insetos Herbívoros
+
-
Arbustos
4
Estes efeitos podem ter enormes
consequências para comunidades!
Lontra do mar
costa W da América do Norte; originalmente do Alaska
ao México. Hoje só Alaska e California.
Predadores vorazes de invertebrados marinhos:
caranguejos, moluscos, e especialmente ouriços
Pesam ~20 kg, e consomem por dia um peso em
comida equivalente a 20-23% do peso do corpo
‘Kelp’
Ouriço
Ouriços importantes pastadores das macroalgas que
formam florestas de ‘kelp’.
Florestas de 5-20 metros de altura!!! Como uma floresta
terrestre, cria complexidade estrutural que abriga e
alimenta notável diversidade e biomassa de organismos
SEM LONTRA
COM LONTRA
Pressão de predação sobre
ouriços, liberta florestas de kelp da
pastagem.
Acúmulo de detrito da
decomposição de kelp alimenta
teia alimentar de alta riqueza e
biomassa.
Complexidade estrutural provê
abrigo para peixes menores,
berçário para peixes maiores,
possibilidade de diferenciação de
nicho, etc.
Populações de ouriços se
tornam tão densas (p.ex. 600700/m2) que devastam
macroalgas e impedem
recrutamento (estabelecimento)
de novas algas
Áreas improdutivas – poucas
plantas e detrito para alimentar
resto da teia alimentar
Outras formas de
interações indiretas?
Produtividade atrai focas e águias.
Diferença entre floresta e gramado!…
COMPETIÇÃO EXPLOITATIVA
COMPETIÇÃO EXPLOITATIVA
Uma interação indireta
mediada pelo
compartilhamento de
recursos
Consumidores têm efeito
negativo sobre o recurso
consumido; por sua vez,
recurso tem efeito positivo
sobre consumidores.
C 1*
-
+
+
RECURSO
Assim, efeito de sp 1 sobre
recurso é (-), mas efeito de
recurso sobre sp 2 é (+). O
efeito resultante de sp 1 sobre
sp 2 é então (-) X (+) = (-)
-
C2
1. Padrões de abundância
inversa entre duas
espécies
-
2. Segregação de hábitat
entre duas espécies
3. Exclusão de uma espécie
de uma comunidade
quando outra é introduzida
ABUNDÂNCIA DE 2
CONSEQUÊNCIAS
ABUNDÂNCIA DE 1
No passado, todos estes padrões foram atribuídos –
fenomenologicamente – à competição interespecífica.
*C de ‘Consumidor’
5
Mas… e se as espécies
partilharem um predador,
e não um recurso?
-
C2
+
+
-
RECURSO
-
COMPETIÇÃO EXPLOITATIVA
-
C1
-
+
1. Padrões de abundância
inversa entre duas
espécies
1. Padrões de abundância
inversa entre duas
espécies
C2
2. Segregação de hábitat
entre duas espécies
2. Segregação de hábitat
entre duas espécies
3. Exclusão de uma espécie
de uma comunidade
quando outra é introduzida
3. Exclusão de uma espécie
de uma comunidade
quando outra é introduzida
* Não é competição! Mas leva ao
mesmo padrão. A interação é a
imagem da competição exploitativa,
vista num espelho! Presas não
interagem diretamente, só
indiretamente através do predador
compartilhado.
COMPETIÇÃO APARENTE
Venturia canescens
DINÂMICA
POPULACIONAL
PREDADOR-PRESA
PAREADOS
CONSEQUÊNCIAS
Aumenta densidade da presa 1,
aumenta a densidade do
predador, aumenta a taxa de
ataque sobre a presa 2, diminui
a densidade da presa 2!
Uma forma de diminuir este
efeito deletério: segregação de
hábitat entre as presas!!
Se presa 1 aumenta
suficientemente, pode levar
presa 2 à extinção!
COMPETIÇÃO APARENTE
CONSEQUÊNCIAS
PREDADOR
+
C 1*
COMPETIÇÃO EXPLOITATIVA
-
Plodia interpunctella
1. Padrões de abundância
inversa entre duas
espécies
2. Segregação de hábitat
entre duas espécies
2 RÉPLICAS COM CADA
PAR: PERSISTÊNCIA
3. Exclusão de uma espécie
de uma comunidade
quando outra é introduzida
Bonsall & Hassell 1997
Ephestia kuehniella
Plodia interpunctella
Venturia
canescens
2 RÉPLICAS COM AS
3 SPP: EXCLUSÃO DE
EPHESTIA
Competição EXPLOITATIVA por um único RECURSO
nA (R)
Efeitos per capita
DINÂMICA
POPULACIONAL
COM AS 3 ESPÉCIES
mA
nB (R)
mB
R*A
R*B
Disponibilidade de Recursos (R)
Ephestia kuehniella
Bonsall & Hassell 1997
Tilman 1982
6
Competição APARENTE por um único PREDADOR
Competição APARENTE por um único PREDADOR
mA (P)
nA
Efeitos per capita
Efeitos per capita
mA (P)
nA
mB (P)
nB
mB (P)
nB
P*B P*A
P*B P*A
Densidade de Predadores (P)
Densidade de Predadores (P)
Chase & Leibold 2001
… e se as presas interagirem
diretamente?
Competição APARENTE por um único PREDADOR
Efeitos per capita
mA (P) = mB (P)
nA
PREDADOR
+
nB
P*B
-
C1
P*A
-
+
C2
Densidade de Predadores (P)
Muitas interações entre predação e competição!
Consequências enormes, e em parte reguladas pelo ranking de
habilidade competitiva, e pelas preferências do predador!
COEXISTÊNCIA MEDIADA POR PREDADORES
COEXISTÊNCIA MEDIADA POR PREDADORES
Vamos imaginar um cenário em que C1
é competitivamente dominante, mas C1
é também a presa favorita do predador.
Vamos imaginar um cenário em que C1
é competitivamente dominante, mas C1
é também a presa favorita do predador.
PREDADOR
PREDADOR
+
C1
-
-
+
C2
+
C1
-
-
Pisaster aqui é o
´predador-chave´
+
-
Remoção do predador levou
a redução de 15 para 8
espécies, porque o bivalve
Mitilus passou a dominar o
sistema!
C2
Paine 1966
7
COEXISTÊNCIA MEDIADA POR PREDADORES
PREDADOR
+
-
C1
-
PREDADOR
+
+
C2
C1
-
-
PREDADOR
+
C2
+
C1
-
-
+
C2
Poças de Marés
RIQUEZA DE MACROALGAS
MAS… E SE O PREDADOR
PREFERIR A ESPÉCIE QUE É
COMPETITIVAMENTE INFERIOR ?
COEXISTÊNCIA MEDIADA POR PREDADORES
Vamos imaginar um cenário em que C1
é competitivamente dominante, mas C1
é também a presa favorita do predador.
Quando intensidade da
predação é baixa, só as
competitivamente dominantes!
Lubchenco 1978
COEXISTÊNCIA MEDIADA POR PREDADORES
-
C1
-
+
C2
Substratos emergentes
RIQUEZA DE MACROALGAS
+
COEXISTÊNCIA MEDIADA POR PREDADORES
Como pode? Mudou a preferência do predador nos diferentes ambientes?
Mas… e se o predador preferir a
espécie competitivamente
inferior?
PREDADOR
Densidade de Littorina littorea (N/m2)
Quando intensidade da predação é
Quando intensidade da
intermediária, reduz dominante e abre predação é alta, só as
espaço para competidores inferiores!
intragáveis!
Densidade de Littorina littorea (N/m2)
Lubchenco 1978
Lubchenco 1978
COEXISTÊNCIA MEDIADA POR PREDADORES
Não! Mudou a hierarquia competitiva nos dois ambientes
porque algas sujeitas a TRADEOFF!
Habilidade competitiva vs
evitação de predadores/tolerância à dessecação
Algas verdes são competitivamente superiores porque
crescem e ocupam espaço mais rápido, mas são por isso
mesmo mais frágeis e portanto suscetíveis à predação e
dessecação
Algas marrons são mais resistentes à predação e à
dessecação porque crescem mais devagar e investem mais
em estrutura. Por isso competidoras inferiores.
Isso mostra o quanto pode ser
ingênua a discussão de se é
COMPETIÇÃO, ou PREDAÇÃO, o
processo estruturante principal de
determinada comunidade
!!!
Lubchenco 1978
8
P1
Ainda outras possibilidades?
P2
+
-
+
-
-
C1
C2
Neste cenário temos dois predadores especialistas. P1 só come C1 e
P2 só come C2. Qual o efeito líquido de P1 em P2?
MUTUALISMO INDIRETO (+,+)
P1 sobre C1 (-) X C1 sobre C2 (-) X C2 sobre P2 (+)
P1
+
Como transformar isso num
COMENSALISMO INDIRETO? (+,0)
!
= +
P2
-
+
-
C1
P1
-
P2
+
C2
-
+
-
-
C1
C2
+
Note o que foi feito:
aqui o efeito de C1
sobre C2 é MUITO
MAIOR do que o efeito
de C2 sobre C1
COMENSALISMO INDIRETO
LARVA DE
CHAOBORUS
P1 sobre C1 (-) X C1 sobre C2 (-) X C2 sobre P2 (+): efeito líquido +
P2 sobre C2 (-) X C2 sobre C1 (~0) X C1 sobre P1 (+): efeito líquido ~0
P1
+
P2
C1
LARVA DE
SALAMANDRA
+
-
+
-
C2
+
+
0
ZOOPLÂNCTON
HERBÍVORO
PEQUENO
-
-
ZOOPLÂNCTON
HERBÍVORO
GRANDE
Dodson
9
… E se os predadores forem
generalistas… qual o efeito líquido de P1
sobre P2, e de P2 sobre P1?
P1
P2
+ C1
+ -
P1
+ C1
P1
+ C1
C1
P2
P1
-
C1
P2
Formigas
C2
+ -
+ -
C2
Roedores
+ Sementes
Pequenas
C2
P2
+ -
C2
+ -
P2
+ -
C2
+ -
P1
+
-
-
Sementes
Grandes
Brown
10
Notem que o EFEITO LÍQUIDO
de uma espécie sobre outra é o
BALANÇO DO EFEITO DIRETO
MAIS TODOS OS INDIRETOS!
Teia alimentar SIMPLIFICADA
no mar de Benguela, Africa
MAS...
E COMO PODEMOS DAR UM
GRANDE SALTO E LIDAR
COM COMPLEXIDADES
DESTA MAGNITUDE ???
Teia alimentar simplificada
no mar de Benguela, Africa
Problema concreto de manejo: mar
de Benguela é rica zona de
ressurgência, que sustenta
importante indústria pesqueira.
Focas comem peixes
economicamente importantes – por
exemplo, ao longo de um ano uma
foca come o equivalente à sua
própria biomassa em merluza.
Teia alimentar SIMPLIFICADA
no mar de Benguela, Africa
Mas focas também
comem presas,
competidores e
predadores de
merluzas!
Entre focas e merluzas
há apenas 1 caminho
com uma única ligação
(predador-presa), mas
há 2.721.747 caminhos
com 7 ligações ou
menos e 28.722.675
com 8 ligações ou
Yodzis
menos !
Por isso existe uma noção
persistente neste e em outros
sistemas que reduzir populações
de predadores pode ser benéfico
para aumentar populações de
presas de interesse econômico. Se
este raciocínio simplista fosse
verdade, para cada kg de foca
colhida anualmente haveria um
aumento de um kg de merluza.
Yodzis
Modelo dinâmico baseado em energia (biomassa
de cada espécie, taxa de predação, eficiência
de produção de biomassa de predador a partir
de biomassa de presa)
Este modelo foi parameterizado de 20 maneiras
diferentes (i.e., 20 modelos) e por conseguinte
os resultados foram variados.
Em alguns casos, alguns poucos caminhos
dominam; em outros casos, um número
intermediário de caminhos dominam; mas em
outros...
11
Número de
ligações
Efeito líquido
cumulativo para
todos os
caminhos < este
número de
ligações
EFEITO CUMULATIVO
... Mas para alguns modelos não há caminhos dominantes
evidentes entre focas e merluzas, e os efeitos indiretos
caminham pela teia alimentar de forma muito difusa!
CAMINHOS RANQUEADOS DO
MAIS FORTE PARA O MAIS FRACO
Se considerarmos menos do que os
273 caminhos principais, erramos no
sinal do efeito líquido da interação!!!
Onde ficamos? Jogamos a toalha? Devemos
menosprezar estudos de teias alimentares baseadas em
teias simples, teias simplificadas ou subteias?
ALGUNS SISTEMAS SÃO NATURALMENTE SIMPLES
OUTROS INCLUEM MUITAS ESPÉCIES MAS COM DOMINÂNCIA DE
ALGUMAS POUCAS
FINALMENTE, SE EM ALGUMAS TEIAS OS EFEITOS INDIRETOS
TRAFEGAM DE FORMA EXTENSA E DIFUSA, EM OUTRAS OS
EFEITOS INDIRETOS PODEM SER RAPIDAMENTE ATENUADOS –
NESTE CASO, SUBTEIAS PODEM SER INFORMATIVAS.
Levando agora a discussão para outra
direção, predadores podem ter grande
impacto sobre a evolução dos atributos da
presa que minimizem o risco de predação.
FASCINANTE
!!!
O gradiente em hidroperíodo
Esta evolução de atributos minimizando o
risco de predação, por sua vez, pode dar a
FALSA impressão de que atualmente a
predação não é importante em estruturar
comunidades.
Wellborn, Skelly & Werner 1996;
Skelly 1995; Relyea 2001; Schiesari 2004
12
DENSIDADE DE
DENSIDADE DE
PREDADORES
PREDADORES ((N/m2)
N / m2)
Wellborn, Skelly and
Werner 1996
SECA PERIÓDICA
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
TEMPORÁRIO
PERMANENTE
INTERMEDIÁRIO
HIDROPERÍODO
PEQUENAS
POÇAS
EFÊMERAS
Habitats permanentes
RISCO DE
DESSECAÇÃO
GRANDES
LAGOS
PERMANENTES
GRADIENTE EM HIDROPERÍODO
(DURAÇÃO DO CORPO D’ÁGUA)
RISCO DE
PREDAÇÃO
TRANSIÇÃO DA
PERMANÊNCIA
Skelly 1995
24% BM/day
0.25
16% BM/day
0.20
8% BM/day
0.15
0.10
4% BM/day
0.05
2% BM/day
0.00
10
20
30
40
50
60
70
3,5
DENSIDADE DE
PREDADORES ( N / m2)
0.30
… MAS SOFREM MAIOR
MORTALIDADE POR PREDAÇÃO
TAXA DE PREDAÇÃO POR
ODONATA (mortes/hora)
TAXAS DE CRESCIMENTO
g (mg/mgday)
(mg/mg/dia)
ESPÉCIES QUE SÃO MAIS ATIVAS
CRESCEM MAIS RÁPIDO...
Activity rate (% active)
TAXAS
DE ATIVIDADE (%)
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
TEMPORÁRIO
PERMANENTE
INTERMEDIÁRIO
HIDROPERÍODO
TAXAS DE ATIVIDADE (%)
Relyea 2001
Schiesari 2004
Skelly 1995
1,5
1,2
0,9
0,6
0,3
0,0
Wellborn, Skelly and
Werner 1996
SECA PERIÓDICA
DENSIDADE (inds / m2)
UM CONFLITO COMPORTAMENTAL MEDIANDO A DISTRIBUIÇÃO
DE ESPÉCIES AO LONGO DO GRADIENTE EM HIDROPERÍODO
DENSIDADE (inds / m2)
1,8
INVERT
1,8
1,8
1,5
1,5
DENSIDADE (inds/m2)
Habitats temporários
1,2
0,9
0,6
0,3
0,0
PEIXES
SALS
PEQUENAS
POÇAS
EFÊMERAS
0,3
INVERT
PEIXES
SALS
PEIXES
SALS
Wellborn, Skelly and
Werner 1996
PEIXES
PREDADORES
INVERTEBRADOS
PREDADORES
Habitats permanentes COM peixes
GRADIENTE EM HIDROPERÍODO
(DURAÇÃO DO CORPO D’ÁGUA)
TRANSIÇÃO DA
PERMANÊNCIA
0,6
SECA PERIÓDICA
INVERTEBRADOS
PREDADORES
Habitats permanentes SEM peixes
0,9
0,0
INVERT
PEIXES
PREDADORES
Habitats temporários
1,2
TRANSIÇÃO DO TIPO
DE PREDADOR
GRANDES
LAGOS
PERMANENTES
Presas muito ativas, de
desenvolvimento rápido
Presas grandes,
moderadamente ativas
Habitats temporários
Habitats permanentes SEM peixes
PEQUENAS
POÇAS
EFÊMERAS
Presas pequenas
e inativas
Habitats permanentes COM peixes
GRADIENTE EM HIDROPERÍODO
(DURAÇÃO DO CORPO D’ÁGUA)
TRANSIÇÃO DA
PERMANÊNCIA
GRANDES
LAGOS
PERMANENTES
TRANSIÇÃO DO TIPO
DE PREDADOR
13
P. crucifer
180
Pseudacris
crucifer
160
140
30
10
DIMINUIÇÃO NA PRECIPITAÇÃO
EXTINÇÃO DE PREDADORES
12
+
30
20
10
0
100
80
60
40
20
P. triseriata
500
Pseudacris
triseriata
40
30
20
10
0
2500
0
500
1000
1500
2000
2500
BIOMASSA DE PREDADORES (mg/m2)
-
Dados de
Skelly 1995
Relyea 2001
Werner et al.
dados não publicados.
Pseudacris
triseriata
4
fish
triseriata
10
3
8
6
2
4
1
2
0
0
10
3
8
6
2
4
1
2
0
0
10
3
8
6
2
4
1
2
0
P. triseriata density (larva/m2)
Mean fish density (organisms/m2)
Rana clamitans
Pseudacris crucifer
Rana pipiens
Rana catesbeiana
Rana sylvatica
INTRODUÇÃO DE PREDADORES
+
PEIXES
Hyla versicolor
Bufo americanus
AUMENTO NA PRECIPITAÇÃO
PREVISÕES
Pseudacris triseriata
0
40
DENSIDADE DE LARVAS (inds/m2)
120
20
TAXAS
ATIVIDADE
(%)
TAXASDE
DE ATIVIDADE
(%)
TAXAS DE ATIVIDADE (%)
40
FASCINANTE
!!!
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Years
SECA
Werner et al.
dados não publicados.
Bibliografia Geral
Abrams, PA, BA Menge, GG Mittlebach, DA Spiller, P Yodzis. The role
of indirect effects in food webs.
Wellborn et al. 1996.
14
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