PRINCÍPIOS ECOLÓGICOS, TIPOS DISTÚRBIO E TÉCNICAS SILVICULTURAIS APLICADAS À RESTAURAÇÃO FLORESTAL Daniel Piotto, Ph.D Estrutura Vegetação natural Tipos de degradação Efeito dos distúrbios Estratégias para restauração Escolha das espécies Áreas de Endemismo Plantas Pássaros Borboletas Histórico • 32% do estado da Bahia no domínio da Mata Atlântica (180.000 km2) • 1990 – somente 3,1% da cobertura florestal original (florestas primárias) (6.200 km2) • 2002 – 13% do domínio da Mata Atlântica com cobertura florestal (26.000 km2) • 3% florestas primárias • 10% florestas secundárias • 2010 – 11% do domínio da Mata Atlântica com cobertura florestal (20.400 km2) Desmatamento no Sul da Bahia, 1945 - 1990 Alta prioridade de conservação alta diversidade alto endemismo altamente ameaçado UC e Restauração florestal Cinco princípios ecológicos Função hidrologia, produtividade, clima 1 2 3 4 5 Estrutura florística, demografia, habitat, idade Princípio 1: Produtividade varia na paisagem • Água disponível no solo • Nutrientes disponíveis no solo Princípio 2: Distúrbios variam na paisagem • Distúrbios variam em previsibilidade, tipo, escala e frequência (naturais e induzidos) • Clareiras • Fogo • Vendaval • Inundação Tipos de distúrbio do sul da Bahia • Crônico – bosqueamento • Crônico – corte seletivo • Agudo – sub-letal • Agudo - letal a) Crônico – bosqueamento Efeitos: Simplificação de espécies, Supressão de banco de plântulas b) Crônico – Corte seletivo Efeitos: Simplificação de espécies c) Agudo – Sub-letal Efeitos: Simplificação de espécies, Supressão de banco de plântulas d) Agudo – Letal Efeitos: Simplificação de espécies, Supressão de banco de plântulas e de sementes e de possibilidade de rebrota Princípio 3: Florística varia dependendo do distúrbio Princípio 4: Trajetória sucessional Iniciação Maduro Tempo… Exclusão Reiniciação Fatores que afetam a iniciação Paisagem distância Chuva de sementes Banco de sementes no solo Microclima Parâmetros físicos e químicos do solo Rebrota Sobrevivência e crescimento de plântulas a) Crônico – bosqueamento Estratégia: enriquecimento ervas e arbustos, árvores do sub-dossel com importância ecológica e econômica, favorecimento e proteção de regeneração de espécies do dossel b) Crônico – Corte seletivo Estratégias: enriquecimento florestal com liberação, dominantes do dossel. Corte de árvores senescentes para favorecer crescimento do banco de plântulas c) Agudo – Sub-letal Estratégias: condução e proteção da sucessão secundária, enriquecimento florestal (ausência de fontes de propágulos). d) Agudo – Letal Estratégias: reflorestamento com espécies nativas (ausência de fontes de propágulos) DEGRADAÇÃO DO SÍTIO FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM NATURAL Condução da regeneração ARTIFICIAL Reflorestamento (propágulos) Recuperação do solo (produtividade) Princípio 5: Espécies variam (Grêmios de sucessão) Grêmio Ecologia Pioneiro (vida curta) Freqüente produção de pequenas flores e sementes. Dispersão pelo vento, água, pequenos pássaros, morcegos. Rápido crescimento, forma guarda-chuva, banco de sementes Pioneiro (vida longa) Como acima + vida longa Dossel – dominantes Infrequente porém abundante produção de grandes flores e frutos. Dispersão por animais e pela gravidade (menor predação). Abundante banco de plântulas tolerante a sombra (relativamente resistente a herbivoria). Dossel – não dominantes Frequente e regular floração e frutificação. Tolerante a sombra. Poucas plântulas (susceptível a herbivoria). Dispersão por animais. Sub-dossel Copa colunar. Frequente e regular floração e frutificação. Tolerante a sombra. Sub-bosque Copa plana, pequena produção de flores e frutos, grande dependência em propagação vegetativa Manuais de restauração florestal LISTAS DE ESPÉCIES “… as espécies certas no lugar certo…” Espécies invasoras exóticas e nativas Grêmios de sucessão da Mata Atlântica da Bahia Grêmio Ecologia Exemplo Pioneiro (vida curta) Freqüente produção de pequenas flores e sementes. Dispersão pelo vento, água, pequenos pássaros, morcegos. Rápido crescimento, forma guarda-chuva, banco de sementes Cecropia, Miconia, Tibouchina,... Pioneiro (vida longa) Como acima + vida longa Eriotheca, Eschweilera... Dossel – dominantes Infreqüente porém abundante produção de grandes flores e frutos. Dispersão por animais e pela gravidade (menor predação). Abundante banco de plântulas tolerante a sombra (relativamente resistente a herbivoria). Brosimum, Rinorea, Licania... Dossel – não dominantes Freqüente e regular floração e frutificação. Tolerante a sombra. Poucas plântulas (susceptível a herbivoria). Dispersão por animais. Ocotea. Guatteria... Sub-dossel Copa colunar. Freqüente e regular floração e frutificação. Tolerante a sombra. Myrcia, Neea... Sub-bosque Copa plana, pequena produção de flores e frutos, dependência em propagação vegetativa Psychotria, Faramea... Grêmios de sucessão da Mata Atlântica do Sul da Bahia • Filogenia e biogeografia • 1210 espécies arbóreas Una, Ilhéus, Uruçuca e Itacaré Grêmios de sucessão (seleção de espécies – dados inventário) • Ecologia das espécies • Mortalidade aos 11 anos Grêmios de sucessão (seleção de espécies – dados inventário) • Ecologia das espécies • mortalidade aos 24 anos Grêmios de sucessão (seleção de espécies ) • Dados de inventário florestal • Espécies pioneiras • Espécies não-pioneiras • Espécies comuns • Espécies raras (singletons e doubletons) Grêmios de sucessão (seleção de espécies) • Distribuição natural das espécies • Vermelho: Ampla • Verde: Endêmica MA • Azul: Endêmica SB Grêmios de sucessão (seleção de espécies) • Características funcionais das espécies • Vermelho: Fixador de Nitrogênio • Preto: Não-fixador de Nitrogênio Grêmios de sucessão (seleção de espécies) • Características funcionais das espécies • Vermelho: Semente recalcitrante • Preto: Semente ortodoxa MARCAÇÃO DE MATRIZES “… as mudas certas no lugar certo…” Procedência regional Diversidade genética OBRIGADO! 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