ROTEIRO DE ESTUDO HIDROGRAFIA – Unidade 2 – Geografia física e meio ambiente - capítulo 5 - Hidrografia Distribuição da água doce superficial no mundo América – 39,6% - Brasil 13,7% ( muitos especialistas alertam para o risco de escassez da água relacionada às formas de uso e de manejo dos recursos hídricos do que à quantidade de água disponível no Brasil. A poluição dos mananciais por esgoto sem tratamento, o despejo de lixo e o uso inadequado de agrotóxicos.) Ásia – 31,8% Europa – 15% África – 15% Oceania – 9,7% Distribuição dos recursos hídricos no Brasil Região Norte – 68%, com menos de 10% da população do país. Região Centro-Oeste – 16% Região Sul – 7% Região Sudeste – 6%, com 40% da população do país. Região Nordeste – 3% 1) Como nascem os rios? Eles surgem, sobretudo, devido à ação das águas da chuva (regime pluvial). Parte delas se infiltra pelas áreas mais permeáveis e outra parte escorre pela superfície em direção aos terrenos mais baixos, formando pequenos filetes que, à medida que se juntam criam fios maiores pequenos riachos e, finalmente, rios. A água que se infiltra no solo penetra até as camadas inferiores, formadas de rochas impermeáveis, e lá continua se movimentando subterraneamente conforme a inclinação da camada rochosa. Mais adiante, então, ela retorna à superfície, também alimentando os rios. Há ainda rios que têm sua origem do derretimento das neves (regime nival) acumuladas no cume das montanhas: é o caso do Amazonas, que, além das águas da chuva, é formado por neve derretida dos picos da cordilheira dos Andes. 2) O que são rios? São cursos naturais de água que se deslocam de um ponto mais alto (nascente) até um nível mais baixo (foz ou desembocadura), onde lançam suas água. A foz pode ser em mar, lago, pântano ou rio. 3) O que são rios perenes e temporários? Os rios são perenes quando mantêm o curso durante todo o ano, e temporários ou intermitentes, quando desaparecem no período de seca. Exemplo: alguns rios do Nordeste brasileiro são temporários. 4) O que é manancial? Mananciais são todas as fontes de água, superficiais ou subterrâneas, que podem ser usadas para o abastecimento das populações. Isso inclui, por exemplo, rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Para cumprir sua função, um manancial precisa de cuidados especiais, garantidos por políticas eficientes de preservação ambiental. 5) O que são aquíferos? São depósitos de água subterrânea, formados por rochas permeáveis que possibilitam a circulação, o armazenamento e a extração de água. São o segundo grande depósito de água doce da Terra. Ocupam os espaços existentes entre as rochas do subsolo e se deslocam pelo efeito da força da gravidade. Originários do acúmulo de água das chuvas que se infiltra pela superfície, têm um importante papel na manutenção da umidade do solo e na alimentação de rios e lagos. No território brasileiro, as reservas de águas subterrâneas nos aquíferos são estimadas em 112 mil km³. Neles, a água se distribui de maneira irregular e em grandes extensões, o que dificulta a obtenção de dados precisos sobre esses reservatórios subterrâneos. Mesmo assim, considera-se que os principais aquíferos do país são o Guarani (área de 1,19 milhão de km² - capacidade aproximada de 45 a 37 mil km³ ou 45 a 37 trilhões de m³), compartilhado com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. No Brasil se estende pelo subsolo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele funciona como uma esponja gigante feita de arenito (rocha porosa e absorvente), confinado sob centenas de metros de rochas impermeáveis. O abastecimento de algumas cidades do interior paulista, depende dessa reserva. Entretanto, esse manancial vem sofrendo contaminação por agrotóxicos e pelo vinhoto, o resíduo da produção do álcool com cana-de-açúcar. Outro aquífero cuja dimensão merece destaque é o Alter do Chão, localizado entre os estados do Amazonas, Pará e Amapá. Apesar de apresentar uma extensão superficial menor que a do aquífero Guarani, estima-se que o seu volume de água seja próximo de 86 mil km³ (86 trilhões de m³). O Brasil apresenta ainda os aquíferos Serra Grande, o Cabeças e o Poti-Piauí, no subsolo do Piauí e do Maranhão; o São Sebastião, na Bahia; o Açu, no Rio Grande do Norte; o Solimões, na Amazônia; além do Bauru e o da Serra Geral, no Sudeste. 6) O que é estresse hídrico? É quando a disponibilidade de água não atende às necessidades de consumo. 7) Características dos rios brasileiros. o regime dos rios brasileiros é pluvial, com exceção do rio Amazonas rios majoritariamente perenes apresentam drenagem exorréica – deságuam no oceano Atlântico ou em outros afluentes que correm para o mar têm, em sua maioria, foz do tipo estuário: o canal se afunila e as águas são lançadas livremente no oceano. O rio Amazonas apresenta foz mista, ou seja, foz em estuário e foz em delta: em que aparecem ilhas na região do deságue. 8) Definição de: alto, médio e baixo curso de um rio – divide-se o trecho do rio em três trechos. Aquele próximo à nascente é chamado de alto curso e aquele próximo à foz é o baixo curso. montante e jusante – montante é o trecho do rio próximo à nascente e jusante o trecho próximo à foz. margem direita e margem esquerda – define-se a partir da nascente: de costas para a nascente os afluentes dividem-se em afluentes da margem esquerda e afluentes da margem direita. rios meândricos – quando atingem uma região de planície os cursos d´água perdem velocidade e correm lentamente desviado de obstáculos e criando cruvas. 9) Quantas e quais são as bacias hidrográficas do Brasil? O vasto emaranhado de afluentes nacionais está agrupado em oito grandes bacias hidrográficas. As bacias, por sua vez, reúnem-se em regiões hidrográficas definidas pelo IBGE e pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos para facilitar o planejamento ambiental e o uso racional dos recursos. Região hidrográfica Amazônica – 60% em terras brasileiras e 40% nos territórios do Peru (nascente do curso principal), Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e Bolívia. O rio principal têm diferentes denominações: Vilcanota, Ucaiali,Urubamba, Marañón , Solimões e Amazonas (total de 6.992 km de extensão). Seus principais afluentes no Brasil são os rios Madeira (construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio), Tapajós e Xingu (construção da polêmica hidrelétrica de Belo Monte), na margem direita, e , na margem esquerda, Negro, Trombetas e Paru. Localizada em uma região de planície, a bacia amazônica tem mais de 20 000 quilômetros de rios navegáveis, que fazem das embarcações o grande meio de transporte local. Em 1997, por exemplo, foi inaugurada a hidrovia do rio Madeira, que opera de Porto Velho a Itacoatiara, servindo de escoadouro para a produção agrícola do Centro-Oeste. Região hidrográfica dos rios Tocantins-Araguaia – é definida pela bacia do rio Tocantins, que nasce em Goiás e desemboca na foz do rio Amazonas. Parte do seu potencial hidrelétrico é aproveitado pela usina de Tucuruí, no Pará. Já o rio Araguaia nasce em Mato Grosso, na divisa com Goiás, unindo-se ao rio Tocantins no extremo norte do estado do Tocantins. Região hidrográfica do rio São Francisco – seu principal rio é o São Francisco, que nasce em Minas Gerais (Serra da Canastra) e percorre os estados da Bahia, de Pernambuco, Alagoas e Sergipe até a foz, na divisa entre esses dois últimos estados. É o maior rio totalmente localizado em território brasileiro, sendo essencial para a economia das regiões que percorre, pois permite a atividade agrícola em suas margens (Juazeiro e Petrolina, cidades que prosperaram graças a irrigação no cultivo de frutas tropicais para exportação). Grande parte do rio São Francisco está localizada em região semiárida mas o rio se mantém perene porque nasce em uma área de clima tropical de altitude, com médias e regulares precipitações. No curso superior e médio, o rio São Francisco apresenta várias hidrelétricas junto com represas utilizadas para agricultura irrigada. O governo federal está implantando um projeto polêmico (nem todos concordam que criar canais seja a maneira mais eficiente de resolver o problema –períodos de estiagem. Estima-se que essa obra deverá custar cerca de 5 bilhões de reais) nessa região: a transposição das águas do rio São Francisco. Essa transposição foi dividida em dois trechos: eixo leste e eixo norte e levará a água do rio São Francisco para regiões do Polígono das Secas (parte dos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte). Os críticos dessa transposição afirmam que o problema não é a escassez, mas o mau uso da água existente na região. Segundo eles, os açudes (reservatórios de água ao ar livre) estariam sendo subutilizados. Embora acumulem água da chuva, essa não seria completamente utilizada, pois a população a economiza temendo sua falta no período mais forte da seca. Assim, ela fica parada e sua evaporação é maior. Outros sugerem a construção em massa de cisternas (que são reservatórios para a captação de água da chuva) ao lado das casas. Região hidrográfica do rio Parnaíba – ocupa uma área entre os estados do Ceará, Maranhão e Piauí. Ao desaguar no oceano Atlântico, fazendo divisa do Piauí com o Maranhão, o rio Parnaíba forma um delta oceânico. A piscicultura é a principal atividade econômica praticada no rio. Região hidrográfica do rio Paraná – abrange uma das áreas com o maior desenvolvimento econômico do país. O rio Paraná , com quase 3 mil km de extensão, nasce na junção dos rios Paranaíba e Grande, na divisa entre Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Apresenta o maior aproveitamento hídrico do Brasil, abrigando usinas hidrelétricas como a de Itaipu. Os afluentes do Paraná, como o Tietê e o Paranapanema, também contam com grande potencial para a geração de energia, além da hidrovia TietêParaná. Região hidrográfica do rio Paraguai – é constituída pela bacia do rio Paraguai, abrigando a grande planície do Pantanal Mato-Grossense. Com sua nascente em território brasileiro, na serra do Araporé, próxima a Cuiabá, o rio Paraguai drena uma região que inclui também a Argentina, Bolívia e Paraguai. Seus rios são muito usados para a navegação e para o consumo animal. Região hidrográfica do rio Uruguai – é constituída pela parte brasileira da bacia do Uruguai, rio que surge da união dos rios Peixe e Pelotas. Tem grande importância tanto pelo potencial hidrelétrico como pela concentração de atividades agroindustriais na região. Região hidrográfica do Atlântico – trata-se de um conjunto de bacias costeiras formadas por rios que deságuam no Atlântico, exceto os do Amapá, que fazem parte da Região hidrográfica Amazônica. São cinco regiões: - Atlântico Nordeste Ocidental: abriga os rios situados entre a foz do Gurupi (divisa ParáMaranhão) e a do rio Parnaíba (divisa Maranhão-Piauí) - Nordeste Oriental – fica entre a foz do Parnaíba e a do São Francisco, na divisa entre Alagoas e Sergipe. - Região leste – vai da foz do São Francisco ao rio Mucuri (extremo sul da Bahia). - Atlântico Sudeste – vai do Mucuri à área da divisa entre São Paulo e Paraná. - Atlântico Sul – abrange as bacias dos rios Itajaí, Capivari e aquelas ligadas ao rio Guaíba e ao sistema lagunar do Rio Grande do Sul. ________________________________________________________________________________ Fonte : - Temas da geografia física que mais caem no vestibular e no Enem / 2011. Editora Abril - Almanaque geográfico 2011. Editora On Line