RECITAL DE CANTO E PIANO Eduarda Melo -­‐ Soprano Joana Gama -­‐ Piano NOTAS AO PROGRAMA: A comemoração do ano da cultura brasileira em Portugal e da cultura portuguesa no Brasil em 2012 é o mote para a construção de um recital onde, num contexto exclusivamente lusófono, percorreremos os temas do amor, da saudade, da alegria e da melancolia através da música e das palavras de compositores e poetas de diferentes épocas e correntes artísticas da cultura luso-­‐brasileira. De Portugal escutam-­‐se obras dos compositores Croner de Vasconcellos e Lopes-­‐Graça que musicam, respectivamente, poemas de Luís de Camões e Fernando Pessoa. Mas também se escutam trovas do maestro e compositor açoriano Francisco de Lacerda, que recriou de uma forma original a música popular portuguesa. As sonoridades contemporâneas chegam-­‐nos através da música de Côrte-­‐Real, com poemas de Eugénio de Andrade e da obra para piano de Pinho Vargas “Casa de granito no Minho”. Do Brasil, interpretar-­‐se-­‐á a obra "Viola Quebrada", com poema de Mário de Andrade e música de Villa-­‐Lobos, compositor celebrizado, também, pelas suas canções de inspiração popular, como “Adeus Êma”. De Ernesto Nazareth ouvir-­‐se-­‐á o tango brasileiro “Odeon”, obra que homenageia a sala de cinema onde o compositor trabalhou como pianista. Seguir-­‐se-­‐á a canção popular “Luar do meu bem”, da autoria de Cláudio Santoro -­‐ autor normalmente mais associado à música dodecafonista -­‐ com letra do poeta Vinícius de Moraes. O recital termina com música de Waldemar Henrique, compositor descendente de portugueses e indígenas nascido em Belém do Pará e considerado o criador do estilo amazónico na música brasileira. PROGRAMA DO RECITAL (c: 60' com intervalo) I Parte Croner de Vasconcellos (1910-­‐1974) Três redondilhas de Camões -­‐Descalça vai para a fonte -­‐Pus meus olhos numa funda -­‐Na fonte está Leonor Fernado Lopes Graça (1906-­‐1994) Duas canções de Fernando Pessoa -­‐Põe-­‐me as Mãos nos Ombros -­‐Sol Nulo dos Dias Vãos Francisco Lacerda (1869-­‐1934) -­‐Tenho tantas saudades -­‐Quero cantar, ser alegre António Pinho Vargas (1951) Casa de granito no Minho (piano solo) Nuno Côrte-­‐Real (1971) O Fruto dos Anjos (excerto) -­‐Só as tuas mãos -­‐Horas -­‐Impetuoso -­‐Em cada fruto II Parte Villa-­‐Lobos (1887-­‐1959) Ária (Cantiga) (piano solo) Adeus Êma Viola Quebrada Vida Formosa João Cambuête Ernesto Nazareth (1863-­‐1934) Odeon (piano solo) Cláudio Santoro (1919-­‐1989) Luar do meu bem Waldemar Henrique (1905-­‐1995) Uirapuru Tamba-­‐Tajá Boi-­‐ bumbá BIOGRAFIAS Eduarda Melo iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. É licenciada em canto pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE) e fez parte do Estúdio de Ópera da Casa da Música do Porto. Durante a temporada 2007/2008 integrou o elenco de cantores residentes do prestigiado CNIPAL em Marseille.Recentemente foi galardoada com o 2º prémio do Concurso Internacional de Canto de Toulouse. Em concerto destacam-­‐se as interpretações do Requiem de Mozart, Stabat Mater de Poulenc, Giuditta de Francisco António de Almeida, Pulcinella de Stravinsky e O King de Berio. Em ópera foi Musetta (La Bohéme) no Festival de Saint-­‐Céré; Giannetta (Elisir d’Amore) na Ópera de Nice; Frasquita (Carmen) na Ópera de Lille e no Teatro de Caen; Ruth (Paint Me de Luís Tinoco) na Culturgest; Young Woman (The Saint of Bleecker Street de Menotti) e Vincenette (Mireille de Gounod) na Ópera de Marseille; Spinalba (Spinalba de F. A. De Almeida), Ascanio ( Lo Frate Nnamorato de Pergolesi) no CCB; Zemina (Die Feen de Wagner) no Teatro do Châtelet em Paris; Vespina (L’Infedeltà Delusa de Haydn) na Ópera de Monte Carlo; Maria Luisa (La Belle de Cadix de Francis Lopez) no festival Folies d’O em Montpellier; Cherubino (As Bodas de Fígaro) no Teatro da Trindade em Lisboa; Gismonda (Ottone) na Casa da Música do Porto; Papaguena (A Flauta Mágica); Elle (La voix Humaine); João Pestana e Fada do Orvalho (Casinha de Chocolate de Humperdinck); Gaio e Galo (Raposinha Matreira de Janáček); Rainha (Bela Adormecida de Respighi) e Madame Robin (Le Fifre enchanté de Offenbach). Cantou na estreia europeia de Drácula de David del Tredici (drama musical para soprano, narrador e ensemble) e com o papel de Vera, fez a estreia mundial da ópera de António Pinho Vargas A Little Madness in the Spring. Participou na estreia mundial das óperas A Montanha e Rapaz de Bronze de Nuno Côrte-­‐Real encarnando o papel de Pastora e Rapaz de Bronze. Foi dirigida por maestros como Marc Minkowsky, Martin André, Cesário Costa, Manuel Ivo Cruz, Laurence Cummings, William Lacey, Jean-­‐Sébastien Béreau, Stefan Ausbury, Franck Ollu, Jérémie Rhorer e Michael Zilm. Destacam-­‐se como compromissos futuros Stephano (Romeo et Juliette) na Ópera de Marseille, Nadia (La Veuve Joyeuse) no festival Folies d’O em Montpellier, Despina (Così Fan Tutte) no Teatro Nacional de São Carlos e Primeira Dama (Flauta Mágica) na Ópera de Marseille. Joana Gama nasceu em Braga, onde iniciou os estudos musicais no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian. Estudou na Royal Academy of Music em Londres e licenciou-­‐se em 2005 na Escola Superior de Música de Lisboa. Concluiu em 2010 o Mestrado em Interpretação na Universidade de Évora, sob a orientação de António Rosado e Benoît Gibson. Foi galardoada no Prémio Jovens Músicos/Antena 2 nas categorias de piano, acompanhamento ao piano e música de câmara. Tem colaborado com agrupamentos portugueses como a Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, Lisbon Ensemble 20/21, Orchestrutopica e Sond'Ar-­‐te Electric Ensemble. Apresentou-­‐se em concertos em Espanha, França, Inglaterra, Escócia, Bulgária, Noruega, Japão e em salas portuguesas como o Teatro São Luiz, Museu do Oriente, Casa da Música ou Theatro Circo. Tocou a solo no festival Música Portuguesa, Hoje (2008) e nos Dias da Música em Belém (2010 e 2011) no CCB. Foi a pianista escolhida para representar Portugal no projecto Music Masters on Air II que envolveu a interpretação de música de Franz Liszt e a estreia de obras para piano de vários compositores europeus no Festival do Estoril (2011). O seu gosto por projectos multidisciplinares levou-­‐a a participar em Antropia, documentário de Eduardo Brito, Danza Ricercata, projecto com a coreógrafa Tânia Carvalho e Benny Hall, peça de teatro de Esticalimógama.