Entenda as doenças degenerativas

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Entenda as doenças
degenerativas
Elisa Meirelles
Como Alzheimer, Parkinson e
Esclerose Lateral Amiotrófica agem
no organismo
Um dos males que mais intrigam a medicina, o Alzheimer atinge hoje 44 milhões
de pessoas em todo o mundo, sendo 1,2 milhões só no Brasil. A doença foi
descrita pela primeira vez em 1906 e, desde então, pesquisadores tentam
entender as causas e buscam alternativas para frear a morte de neurônios.
Um grande passo nesse sentido foi dado recentemente pela equipe do Hospital
Geral de Massachusetts, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Segundo reportagem da revista VEJA, após anos de investigação, os
pesquisadores conseguiram desenvolver células cerebrais em laboratório e
injetar nelas as mutações características do Alzheimer, criando o chamado
"Alzheimer in vitro". Com ele, é possível reproduzir, em poucas semanas, os
efeitos da doença no cérebro humano e testar medicamentos.
Até então, as pesquisas eram realizadas em ratos, que demoravam um ano para
desenvolver o distúrbio e não apresentavam as mesmas características dos
humanos. A outra opção era analisar o cérebro de pacientes mortos, o que
também não era muito eficaz.
A nova fonte de pesquisa é vista como fundamental por especialistas da área,
mas ainda não significa que a cura do Alzheimer está próxima. Como se trata de
uma doença degenerativa, a grande revolução no tratamento se dará quando a
medicina conseguir um método de diagnóstico precoce e encontrar meios de
barrar a morte de neurônios antes de comprometer o paciente.
Para ajudar você e seus alunos a entender melhor como algumas doenças
degenerativas agem no organismo, preparamos as três fichas abaixo.
Alzheimer
Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro que afeta áreas específicas,
como as responsáveis por memória, linguagem, cálculo e comportamento. Com o
avanço da doença, as demais funções cerebrais começam a parar o seu
funcionamento e posteriormente a morrer. O mal acomete pessoas entre 60 e 90
anos, podendo aparecer em pessoas mais novas, com menor frequência.
Como age no cérebro
A medicina ainda não sabe explicar as causas exatas do Alzheimer. O que se sabe
é que a doença é causada pela morte de células cerebrais. Segundo a Associação
Brasileira de Alzheimer, há duas alterações principais que ocorrem no cérebro do
paciente doente. A primeira é o surgimento de dois componentes: as placas senis,
decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide anormalmente produzida, e
os emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau. Ao
mesmo tempo em que esses dois componentes aparecem, observa-se outra
alteração: a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações
entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral. A ocorrência
das duas alterações indica que há relação entre o surgimento dos componentes e
a morte de neurônios.
Tratamento
Até o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer. Os avanços da
medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma
qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença. No entanto, ainda
não há medicamentos capazes de impedir por completo o avanço do problema.
Mais informações
abraz.org.br
einstein.br/einstein-saude/doencas/Paginas/tudo-sobre-alzheimer.aspx
Parkinson
O mal de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central,
crônica e progressiva. Trata-se de um problema neurológico que afeta os
movimentos, causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular e
desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita.
Como age no cérebro
A doença é causada por uma diminuição intensa na produção de dopamina. Esse
componente é um neurotransmissor, substância responsável por transmitir
mensagens entre células nervosas. Ele ajuda na realização de movimentos
voluntários do corpo de forma automática, sem que o indivíduo precise pensar
nos movimentos que cada músculo faz. Em uma pessoa com Parkinson, há perda
ou diminuição da produção de dopamina em uma região do cérebro chamada
substância negra, fazendo com que o controle motor seja prejudicado.
Tratamento
Segundo o portal do Hospital Albert Einstein, o Parkinson é tratável e geralmente
seus sinais e sintomas respondem de forma satisfatória às medicações existentes.
Esses medicamentos, no entanto, tratam apenas os sintomas, repondo a
dopamina que faltava, e precisam ser tomados por toda a vida. Não existem
ainda remédios disponíveis que possam curar a degeneração de células nervosas
que causa a doença.
Mais informações
parkinson.org.br
einstein.br/Hospital/neurologia/Paginas/tudo-sobre-parkinson.aspx
Esclerose Lateral Amiotrófica
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa do sistema
nervoso, que acarreta paralisia motora progressiva e irreversível do corpo, sem
comprometer as atividades psíquicas. Como explica a Associação Brasileira de
Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela), "esclerose" é um termo genérico que
significa endurecimento e cicatrização. "Esclerose lateral" refere-se ao
endurecimento da porção lateral da medula espinhal. "Mio" refere-se a músculo e
"Atrofia" é um termo médico usado quando alguma coisa torna-se menor ou se
enfraquece.
Como age no cérebro
Dois tipos de neurônios motores são afetados pela ELA: neurônios motores
superiores (NMS), localizados na área motora no cérebro, e neurônios motores
inferiores (NMI), que ficam no tronco cerebral e na porção anterior da medula
espinhal. Os NMS regulam as atividades dos NMI, que são responsáveis pela
contração dos músculos voluntários. Os NMI do tronco cerebral ativam os
músculos da face, boca, garganta e língua. Já os da medula espinhal são
responsáveis por outros músculos como os dos membros superiores e inferiores,
tronco, pescoço e diafragma. Com o ELA, os movimentos desses músculos vão
sendo comprometidos.
Tratamento
Segundo a Abrela, atualmente, não há cura para a ELA. Os mais variados
tratamentos já foram tentados, incluindo-se antioxidantes, bloqueadores do canal
de cálcio, agentes antivirais, inibidores da excitotoxicidade, plasmaférese e
imunossupressores, mas não houve uma mudança significativa.
Mais informações
abrela.org.br
Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/1308/entenda-as-doencas-degenerativas
Links da página
http://veja.abril.com.br/saladeaula/
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx?edicao=2398&pg=110
http://abraz.org.br
http://www.einstein.br/einstein-saude/doencas/Paginas/tudo-sobre-alzheimer.aspx
http://www.parkinson.org.br
http://www.einstein.br/Hospital/neurologia/Paginas/tudo-sobre-parkinson.aspx
http://www.abrela.org.br/default.php
Publicado em NOVA ESCOLA 01 de Novembro de 2014
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