Trauma vertebromedular Diagnóstico e tratamento

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Trauma vertebromedular
Diagnóstico e tratamento
Profa. Dra. Mônica Vicky Bahr Arias
Departamento de Clínicas Veterinárias
http://bahr-bituricos.blogspot.com
[email protected]
Frequência alta em humanos
(impacto socioeconômico) e
animais
Controvérsias
muita compressão – poucos
sinais
x
pouco
deslocamento e alterações
graves?
Melhor momento para a
cirurgia?
Descompressão
e/ou
estabilização?
Particularidades de cada
paciente- Não existe “pílula
mágica”
Vet Comp Orthop Traumatol 4/2014
JAVMA, Vol 222, No. 6, March 15, 2003
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CAUSAS
Lesão medular de origem externa - trauma severo
laceração, compressão, concussão e isquemia
Compressão persistente – desmielinização, lesão axonal
progressiva, morte neuronal
laceração, contusão e compressão
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LESÃO PRIMÁRIA – LESÕES SECUNDÁRIAS
Destruição tecidual gradativa
Fármacos - neuroprotetores
Hemorragia
Produtos da degradação das hemácias - neurotóxicos
Lesões vasculares
Perda da capacidade de regulação do fluxo sanguíneo
HipoPerfusão
Alteração na concentração de íons intracelulares
Radicais livres
Inflamação
Apoptose
Olby, 2010, 2015
CUIDADO EFEITOS COLATERAIS
CORTICOIDES
PORTANTO
Recomendado (Padrão) ainda é:
Imobilização
ABC choque – perfusão do tecido nervoso
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PRIORIDADES
AVALIAÇÃO
CONDUTA INICIAL
IMOBILIZAÇÃO
Na dúvida imobilize
lesão medular aparente só após
melhora do quadro sistêmico
ANALGESIA
Identificar lesões com risco de
morte
ABC (Oxigenação), hemorragia,
choque
manter perfusão!!!!!!!
Verificar PA
Ressucitação hemodinâmica
TRAUMA SEVERO
LESÕES CONCOMITANTES
Respiratório
Circulatório
TGI
Urinário
Ortopédico – ossos longos
AVALIAÇÃO
Atenção para um
detrimento de outro!!!
sistema
em
Atenção
45 a 83 % - lesão concomitante a
outros sistemas
15-35% trauma torácico
Contusão pulmonar – problema
para anestesiar
6-15% trauma abdominal
Hemoperitônio, uroabdômen
14 - 48% lesão apendicular
20% duas lesões na coluna
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DIAGNÓSTICO
HISTÓRICO DE TRAUMA
ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS
DOR
ATENÇÃO
FRATURAS PATOLÓGICAS
Neoplasia
Infecção
Doença metabólica
OUTRAS AFECÇÕES COM SINAIS
SEMELHANTES – ‘CULPA DO VIZINHO”
DDIV
INFARTO
FIBROCARTILAGINOSO/HEMORRAGIA
MEDULAR
TROMBO AÓRTICO/ILÍACO
INFECCIOSO/INFLAMATÓRIO
CONDIÇÕES ORTOPÉDICAS
POLINEUROPATIAS
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AVALIAÇÃO
Exame neurológico com
pouca movimentação
consciência
Reflexos
R. cutâneo do tronco
nocicepção
palpação cuidadosa da
coluna
EXAME NEUROLÓGICO
movimentos voluntários x movimentos reflexos
Sensibilidade superficial e profunda
resposta mediada pelo encéfalo
desníveis
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DIAGNÓSTICO
ATENÇÃO
2 LESÕES – NMI + NMS
Choque espinhal
Depressão dos reflexos caudal a lesão,
mesmo com arco reflexo intacto
Breve em animais mas existe
Reavaliação em 12-24 hs
Verificar R. cutâneo do tronco
Pode
estar
associado
com
SchiffSherrington
levar a hipoperfusão da ME devido a
comprometimento
do
SNA
(Simpático)
o Perfusão medular depende da PAS
GRAUS E LOCALIZAÇÃO DA LESÃO
TORACOLOMBAR
1. dor
2. ataxia, diminuição da
propriocepção
3. paraplegia
4. paraplegia com retenção ou
incontinência urinária
CERVICAL
Dor**** - animais
caminham com fraturas
graves
Dor e ataxia
Tetraparesia
5. idem 4 e perda da sensibilidade
profunda
Lesões severas - dificuldade
respiratória
•LOMBOSACRA
• dor, automutilação
• incontinência urinária e fecal
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RADIOGRAFIAS SIMPLES
Acessível, rápido e barato
ATENÇÃO
POUCA
MOVIMENTAÇÃO
CUIDADO COM
ANESTESIA
TÓRAX!!!
Radiografias simples
– toda a coluna!!
Sensibilidade
Fraturas - 72%
Luxação – 77,5%
Fragmentos no canal - 52%
Valor preditivo negativo
baixo (35%) para compressão
medular
Ruim para fraturas
compartimento médio ou
dorsal
Contusão sem fratura
ATENÇÃO
2 PROJEÇÕES!!!
Kinns et al Vet Rad Ultrasound 2006
7
2 lesões!!
O DESLOCAMENTO TEM SIGNIFICADO CLÍNICO?
• Não
associado
com
o
prognóstico (McKee et al Vet
Rec 1990)
• 100% - ruim (Bagley Vet Clin
North Am) ?
• Não associado! (Araujo, B;
Tudury, EEA. 2012, MedVep;
Bahr Arias, Mendes & Reis
Filho, 2015. Semina)
30
8
A
interpretação
da
radiografia
(prognóstico)
depende do conhecimento
do resultado do exame
neurológico!!!!
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OUTROS ACHADOS
MIELOGRAFIA
Indicações
lesão neurológica grave
radiografia normal
indica
compressão medular, edema medular
extrusão traumática de disco
Não necessário se
avaliação clínica indica tratamento
conservador
fratura/luxação óbvia, instável
MIELOGRAFIA
Sem
alterações
na
radiografia simples
Sem acesso a CT ou MRI
Riscos x benefícios
Anestesia geral
trauma
Relaxamento
musculatura
pós
da
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TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Mais sensível que radiografia
Melhor detalhe
ossos, fragmentos no canal,
processos articulares
Edema medular x hemorragia
avaliação dos compartimentos
Corredor seguro para
implantes
Brasil – considerar logística do
transporte de paciente instável
Também necessita anestesia
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Cara, pouco disponível, logística do transporte, exame longo (anestesia
geral)
Melhor detalhe
tecidos moles
Lesões extradurais
Extrusão traumática de disco
Hiperintensidade medular (T2)
Correlação com evolução (Levine et al, JVIM 2009)
Localização e extensão da lesão a tecidos moles (ligamentos) e medula
espinhal e instabilidade – Johnson et al 2012 – Vet Rad & Ultrasound 2012
SEDAÇÃO
ABC – CHOQUE
Monitorar sinais vitais
Leões concomitantes
Manter perfusão
Analgesia
TRATAMENTO
Sequência de prioridades – quadro clínico
Repetir exame a cada 2 - 4 horas
Mielomalácia
Choque espinhal
Não indique eutanásia com base em uma avaliação
Neurolocalização
Exames de imagem
Limitar lesão adicional – imobilização dopaciente
Aliviar a compressão/instabilidade da medula espinhal
Realinhar?
Extrusão traumática de disco – retirada
Fragmentos – em humanos é controverso
Reabsorção?
Limitar lesão adicional
Paciente
instável
Boa função
motora
Lesão grave
Instabilidade
vertebral
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TRATAMENTO
Cirúrgico x conservador
Cirurgia
sinais neurológicos severos
evidência de compressão
medular
piora dos sinais após
tratamento conservador?
instabilidade
vertebral,
desalinhamento
das
vértebras
Projéteis, disco, hematoma
Conservativo
Indicações – mal definido
Sem instabilidade
Fratura de uma faceta
ou corpo
Presença
de
dor
profunda
Limitações financeiras
do proprietário?
Kraus K, in Tobias & Johnston
TRATAMENTO CONSERVADOR
Repouso absoluto - 4 a 6
semanas
analgesia
Imobilização externa se
instável
micção, defecação, manter
limpo e seco
controle de
infecções
secundárias
fisioterapia
local acolchoado
mudar decúbito
a cada 3 horas
Imobilização externa e tratamento
conservador
VANTAGENS
Mais barato??
Sem complicações relativas
ao implante
Menor risco anestésico
DESVANTAGENS
Imobilização insuficiente
Tempo maior de tratamento
Pode trazer desconforto ao
paciente
Piora do quadro
Mais indicada para fraturas pouco
instáveis
Não indicado em
fraturas LS, fraturas de pelve,
feridas, trauma torácico ou
abdominal associadas
Requer muitos cuidados de
enfermagem (limpeza)
45
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PROGNÓSTICO
eficaz em animais
com
sensibilidade
profunda (TL) (OLBY
et al, 2003) e lesão
cervical
(SELCER,
1991; HAWTHORNE
et aL, 1999)
Complicações imobilização externa
Feridas
Assaduras
Machos - urina
Imobilização
insuficiente
Desconforto
hipertermia
TRATAMENTO CIRÚRGICO
OBJETIVOS
Descompressão cirúrgica
Estabilização/alinhamento
deslocamento severo,
instabilidade, fratura,
luxação
Após
tratar lesões sistêmicas
tratamento médico
tempo? – controvérsia qual
o melhor momento
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DESCOMPRESSÃO
• Projéteis, compressão extradural,
extrusão traumática de disco,
hematoma ou edema medular
• ESTABILIZAÇÃO
Limitar as lesões adicionais causadas pela instabilidade
Aliviar compressão
o Estabilização/alinhamento
Grande desalinhamento das vértebras e medula lacerada,
para permitir conforto, uso de carrinho de rodas e eliminar a dor
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Reestabelecer orientação anatômica
entre as vértebras?
ANTES DE PROPOR CIRURGIA
Esclarecimento
do
proprietário
Tipo de afecção
Possibilidade
de
recuperação x Expectativa
Disponibilidade
para
cuidados
Tempo para recuperação
Incontinência urinária e
fecal
Cuidados pós operatórios
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COMPLICAÇÕES
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Técnica cirúrgica
Depende
Localização da lesão, idade
Considerações anatômicas
Peso do paciente
Tipo e formato da fratura
Necessidade de
descompressão
Experiência do cirurgião
Material disponível
custo
Implantes
Pinos
Parafusos
Cimento ósseo
placas
ESTABILIZAÇÃO
Muitas técnicas
Resultados semelhantes
Fator determinante – TL
Presença de dor profunda
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COMPLICAÇÕES CIRURGIA
Inserção errada implantes com
lesão a estruturas neurais e não
neurais
Falha do implante
migração pinos
cifose
Infecção, sepse
Piora do quadro
Controle da micção
Bexiga neurogênica
Técnicas de esvaziamento
Cateter intermitente
Sonda de espera
Mais confortável
Maior chance de infecção
Esvaziamento manual (massagem)
Permite verificar retorno da
micção voluntária
Urina residual - cistite
Desconfortável
difícil
pacientes
grandes/obesos
perigoso em pacientes com
aumento do tônus do esfíncter
Iniciar com técnica menos
invasivo e reavaliar
Associar fármacos
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PÓS OPERATÓRIO
Controle da dor
ALIMENTAÇÃO!!
decúbito
úlceras
pneumonia
assaduras
fisioterapia
massagens
movimentos passivos
suportes
micção
O papel da reabilitação
Bem estabelecido na medicina humana
Muito aquém na veterinária
ANDAR ESPINHAL – Aquisição de função motora involuntária - paraplegia
sem DP
Fenômeno ocasional, plasticidade do SNC
Locomoção não controlada
porção da medula (NM) gera movimentos semelhantes a locomoção
suporte do peso limitado
Estratégia alternativa
Promover o andar espinhal
estimulado por fisioterapia, medicamentos e acupuntura
Após 3 semanas em gatos
clonidina - Agonista noradrenérgico – anti-espasmódico
durante a sessão -Reduz para 10 dias
Cães – mais raro e demorado
4 aminopiridina
o Facilita a propagação do impulso nervoso (bloqueia canais de K)
o Efeitos colaterais – tremores, crises convulsivas
PROGNÓSTICO
Peso do paciente
Cuidados pós operatórios
Fisioterapia
Colaboração do tutor
Tipo de lesão, local e grau de
compressão
Perda da dor profunda nas
toracolombares
lesões cervicais em cães tem
melhor prognóstico
Lesões lombosacras
Prognóstico bom para locomoção
PODE SER RUIM para controle da
micção e defecação
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Imobilização
ABC, ANALGESIA...
Realizar exames com paciente
imobilizado
Localizar a lesão, avaliar o grau de
compressão
ESCLARECER PROPRIETÁRIO
Imobilização externa ou cirurgia
tratamento do paciente em
decúbito
30 a 100% recuperação?
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